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TCC Dirceu
TCC Dirceu
CHIMOIO, 2017
UNIVERSIDADE ZAMBEZE
FACULDADE DE ENGENHARIA AMBIENTAL E DOS RECURSOS NATURAIS
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL E DOS RECURSOS NATURAIS
CHIMOIO, 2017
DECLARAÇÃO
_____________________________________________________
(Dirceu do Rosário Miguel Feijão)
I
DEDICATÓRIA
II
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus que permitiu que tudo isso acontecesse, ao
longo da minha vida, e não somente nestes anos de universitário, mas que em todos os
momentos é o maior mestre que alguém pode conhecer.
A Universidade Zambeze, em particular a Faculdade de Engenharia Ambiental e
dos Recursos Naturais, direcção e administração que oportunizaram a janela que hoje
vislumbro um horizonte superior, eivado pela acendrada confiança no mérito e ética
aqui presentes.
Ao meu orientador Engo Geraldo Luís Charles De Cangela, MSc e a minha co-
orientadora Engo. Júlia Gaspar, MSc, agradeço pela dedicação, paciência e incentivo na
orientação, para que se tornasse possível a conclusão deste trabalho. Aos professores da
Faculdade de Engenharia Ambiental e dos Recursos Naturais em particular aos do
Departamento de Engenharia Ambiental e dos Recursos Naturais, por me proporcionar
o conhecimento não apenas racional, mas a manifestação do carácter e afectividade da
educação no processo de formação profissional, por tanto que se dedicaram a mim, não
somente por terem me ensinado, mas por terem me ensinado, mas por terem me feito
aprender. A palavra mestre, nunca fará justiça aos professores dedicados aos quais sem
nominar terão os meus eternos agradecimentos.
Aos meus pais Rosário Feijão e Judite Miguel, pelo amor, incentivo e apoio
incondicional, e que apesar de todas dificuldades me fortaleceram. Obrigado aos meus
irmãos Elzo Brito, Airoso, Miguel e Márcio, a minha querida irmã Melissa que nos
momentos de minha ausência dedicados aos estudos, sempre fizeram entender que o
futuro é feito a partir da constante dedicação no presente! Obrigado aos meus tios e
primos pelo apoio e contribuição valiosa.
Aos meus colegas e amigos Leonel Mesa, José Bumbua, Rita Rodrigues, Edna
Carlos, Clerce Mapure, Élson dos Santos, Júlio Andrigo, Leopoldina Pereira, Axel
Conrado, Xarifo Ibrangi, Rodolfo de Carvalho, Edson Gonçalo, Clédio Cuambe,
Antunes Foia, Tiago Aleixo, Ercília Mapure, Enia, Edson Bauque e Cármen Zunguze.
III
“A mudança não virá, se
IV
SUMÁRIO
DECLARAÇÃO ................................................................................................................ I
DEDICATÓRIA .............................................................................................................. II
AGRADECIMENTOS ................................................................................................... III
SUMÁRIO .......................................................................................................................V
RESUMO ........................................................................................................................ VI
ABSTRACT...................................................................................................................VII
LISTA DE FIGURAS .................................................................................................. VIII
LISTA DE GRÁFICOS .................................................................................................. IX
LISTA DE TABELAS ..................................................................................................... X
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS..................................................................... XI
CAPITULO I – INTRODUÇÃO ...................................................................................... 1
1.1.Contextualização ......................................................................................................... 1
1.2.Justificativa ................................................................................................................. 2
1.3.Problematização .......................................................................................................... 2
1.4.Hipótese ...................................................................................................................... 3
1.5.Objectivos ................................................................................................................... 3
1.5.1.Objectivo Geral ........................................................................................................ 3
1.5.2.Objectivos Específicos ............................................................................................. 3
CAPITULO II - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................... 4
2.1.Águas Residuais .......................................................................................................... 4
2.1.1.Classificação das águas residuais............................................................................. 4
2.1.2.Características típicas de efluentes domésticos ....................................................... 4
2.2.Tratamento de Águas Residuais.................................................................................. 5
2.2.1.Níveis de tratamento de águas residuais .................................................................. 5
2.2.1.1.Tratamento Preliminar ou Pré-tratamento ............................................................ 5
2.2.1.2.Tratamento Primário ............................................................................................. 6
2.2.1.3.Tratamento Secundário ......................................................................................... 6
2.2.1.4.Tratamento Terciário ............................................................................................ 7
2.2.1.5.Tratamento de Lamas ............................................................................................ 7
2.3.Características do Efluente e Parâmetros .................................................................... 9
2.3.1.Parâmetros químicos ................................................................................................ 9
2.3.1.1.Potencial hidrogeniónico - pH .............................................................................. 9
V
2.3.1.2.Oxigénio Dissolvido – OD.................................................................................. 10
2.3.1.3.Demanda Bioquímica de Oxigénio – DBO ........................................................ 10
2.3.1.4.Demanda Química de Oxigénio – DQO ............................................................. 11
2.3.1.5.Nitrogénio ........................................................................................................... 11
2.3.1.6.Fósforo ................................................................................................................ 11
2.3.2.Parâmetros físicos .................................................................................................. 12
2.3.2.1.Temperatura ........................................................................................................ 12
2.3.2.2.Sólidos ................................................................................................................ 12
2.3.2.3.Turbidez .............................................................................................................. 12
2.3.3.Parâmetros biológicos ............................................................................................ 13
2.3.3.1.Coliformes Totais................................................................................................ 13
2.3.3.2.Escherichia Coli .................................................................................................. 13
2.4.Legislação ................................................................................................................. 13
2.4.1.Legislação Moçambicana....................................................................................... 13
2.4.2.Legislação Portuguesa ........................................................................................... 15
CAPITULO III – METODOLOGIA .............................................................................. 16
3.1.Caracterização da Área de Estudo ............................................................................ 16
3.1.1.Localização da ETAR da vila do Songo ................................................................ 17
3.1.2.Caracterização da Estação de Tratamento de Águas Residuais do Songo............. 17
3.1.2.1.Descrição das componentes da ETAR do Songo – Funcionamento ................... 18
3.2.Classificação e natureza da pesquisa ........................................................................ 23
3.3.Técnicas e Métodos de Pesquisa ............................................................................... 23
3.4.Materiais e procedimentos metodológicos................................................................ 24
3.4.1.Materiais ................................................................................................................ 24
3.4.2.Analise do efluente bruto e tratado ........................................................................ 25
3.4.2.1.Colheita de amostras ........................................................................................... 25
3.4.2.2.Análises das amostras no laboratório .................................................................. 27
3.4.2.3.Tratamento de dados ........................................................................................... 27
3.4.3.Avaliação do cumprimento da legislação moçambicana e portuguesa .................. 28
3.4.3.1.Avaliação da eficiência de remoção da matéria orgânica e microrganismos
patogénicos .................................................................................................................... 28
CAPITULO IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................... 30
4.1.Analise do efluente bruto e tratado ........................................................................... 30
4.1.1.Potencial Hidrogeniónico – pH .............................................................................. 30
VI
4.1.2.Oxigénio Dissolvido – OD..................................................................................... 30
4.1.3.Demanda Bioquímica de Oxigénio e Demanda Química de Oxigénio ................. 31
4.1.4.Nitrogénio Total ..................................................................................................... 32
4.1.5.Nitrogénio Amoniacal ............................................................................................ 32
4.1.6.Fósforo Total.......................................................................................................... 33
4.1.7.Temperatura ........................................................................................................... 33
4.1.8.Sólidos Suspensos Totais (SST) e Sólidos Dissolvidos Totais (SDT) .................. 33
4.1.9.Turbidez ................................................................................................................. 34
4.1.10.Organismos Patogénicos ...................................................................................... 35
4.2.Avaliação do nível de cumprimento da legislação moçambicana e portuguesa ....... 35
4.2.1.Potencial hidrogeniónico - pH ............................................................................... 35
4.2.2.Oxigénio Dissolvido – OD..................................................................................... 36
4.2.3.Demanda Bioquímica de Oxigénio – DBO ........................................................... 36
4.2.4.Demanda Química de Oxigénio – DQO ................................................................ 37
4.2.5.Nitrogénio Total ..................................................................................................... 38
4.2.8.Temperatura ........................................................................................................... 40
4.2.9.Sólidos Suspensos Totais – SST ............................................................................ 41
4.2.10.Sólidos Dissolvidos Totais – SDT ....................................................................... 41
4.2.11.Turbidez ............................................................................................................... 42
4.2.12.Organismos Patogénicos ...................................................................................... 42
4.2.13.Avaliação da eficiência de remoção da matéria orgânica e microrganismos
patogénicos .................................................................................................................... 43
4.2.13.1.Pré-tratamento ................................................................................................... 43
4.2.13.2.Tratamento Secundário ..................................................................................... 43
4.2.13.3.Tratamento Terciário ........................................................................................ 44
4.2.13.4.Tratamento Completo ....................................................................................... 44
4.3.Proposta de Melhorias............................................................................................... 44
CAPITULO V - CONCLUSÃO ..................................................................................... 46
5.Conclusão ....................................................................................................................46
6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 48
ANEXO I ........................................................................................................................51
ANEXO II .......................................................................................................................55
VII
RESUMO
O crescimento populacional em centros urbanos gera uma grande procura no uso
da água que, consequentemente, é contaminada e lançada em corpos hídricos,
comprometendo a reutilização da mesma. Tais consequências justificam o tratamento
dos efluentes e a verificação de garantia de eficiência deste tratamento. Este trabalho
busca avaliar a eficiência da Estacão de Tratamento de Águas Residuais do Songo,
através da caracterização do efluente, verificação do cumprimento da legislação
moçambicana (Decreto no 18/2004) e portuguesa (Decreto-Lei no 236/98) e do
desempenho da Estacão de Tratamento de Águas Residuais na remoção de poluentes.
Durante 10 dias do mês de Dezembro de 2016 foram colhidas na Estacão de Tratamento
de Águas Residuais do Songo amostras de agua em 4 pontos e entregues ao laboratório
da Hidroeléctrica de Cahora Bassa, onde foram realizadas as analises físicas, químicas e
microbiológicas do efluente. Os resultados apresentam valores no efluente bruto abaixo
do tipicamente encontrado em efluentes domésticos, com excepção do nitrogénio total e
amoniacal. O efluente tratado apresenta valores dentro dos padrões recomendado pelo
Decreto no 18/2004 e Decreto-Lei no 236/98. A Estacão de Tratamento de Águas
Residuais do Songo demostra um alto desempenho na remoção de poluentes em todos
os níveis de tratamento assim como a eficiência de remoção de poluente de toda Estacão
de Tratamento de Águas Residuais. A eficiência de remoção de poluentes em toda
Estacão de Tratamento de Águas Residuais foi de 78,14% de Demanda Biológica de
Oxigénio, 52,12% de Demanda Química de Oxigénio, 94,99% de Sólidos Suspensos
Totais, 85,57% de Nitrogénio Total, 98,66% de Nitrogénio Amoniacal, 100% de
Coliformes Totais e 94,83% de Escherichia Coli.
VI
ABSTRACT
The population growth in urban centre’s, generates a great demand in the use of
the water that, consequently is contaminated and thrown in water bodies, jeopardizing
the reuse of the same one. These consequences justify the treatment of the effluents and
verification of guarantee of efficiency of this treatment. This work aims to evaluate the
efficiency of the Songo Wastewater Treatment Station through the characterization of
the effluent, verification of compliance with Mozambican legislation (Decree no.
18/2004) and Portuguese legislation (Decree-Law no. 236/98) and the performance of
the WWTP in the removal of pollutants. During 10 days of December 2016, 4-point
water samples were collected at the Songo Wastewater Treatment Station and delivered
to the Hidroeléctrica de Cahora Bassa laboratory, where the effluent analyzes were
performed. The results show values in the gross effluent below that typically found in
domestic effluents, with the exception of total and ammoniacal nitrogen. The treated
effluent presents values within the standards recommended by Decree no. 18/2004 and
Decree-Law no. 236/98. The Songo Wastewater Treatment Station demonstrates a high
performance in the removal of pollutants at all treatment levels as well as the pollutant
removal efficiency of all Wastewater Treatment Station.! The pollutant removal
efficiency at all WWTP was 78.14% Biological Oxygen Demand, 52.12% Chemical
Oxygen Demand, 94.99% Total Suspended Solids, 85.57% Total Nitrogen, 98, 66%
Ammoniacal Nitrogen, 100% Total Coliforms and 94.83% Escherichia Coli.
VII
LISTA DE FIGURAS
VIII
LISTA DE GRÁFICOS
IX
LISTA DE TABELAS
X
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
% Percentagem
APHA American Public Health Association
Cl2 Cloro gasoso
cm Centímetro
CV Cavalo-vapor
DAL Direcção de Ambiente e Analises Laboratoriais
DAL-GA Direcção de Ambiente e Analises Laboratoriais – Gestão Ambiental
DAL-LA Direcção de Ambiente e Analises Laboratoriais – Laboratório
DBO Demanda Bioquímica de Oxigénio
DEM Direcção de Equipamento Infra-estrutura e Manutenção
Dep Desvio Padrão
DQO Demanda Química de Oxigénio
ETAR Estacão de Tratamento de Águas Residuais
E-Coli Escherichia Coli
HCB Hidroeléctrica de Cahora Bassa
HCB, S. A Hidroeléctrica de Cahora Bassa, Sociedade Anonima
INE Instituto Nacional de Estatística
Kg/d Quilograma por dia
Kg/h Kg/h – Quilograma por hora
Km Quilómetro
Km2 Quilometro
L Litro
m Metro
m.c.a Metro Coluna de Água
m/h Metro por hora
m2 Metro quadrado
m3 Metro cúbico
m3/d Metro cúbico por dia
Med Média
mg/l Miligrama por litro
ml Mililitro
NKUK NIPPON KOEI UK
XI
NTU Unidades Nefelométricas de Turbidez
O2 Oxigénio
o
C Graus celsius
OD Oxigénio Dissolvido
p.p.m Partes por milhão
P2 O5 Pentóxido de Fósforo
pH Potencial Hidrogeniónico
r.p.m Rotação por minuto
R Coeficiente de Correlação
SDT Sólidos Dissolvidos Totais
SST Sólidos Suspensos Totais
USP Universidade de São Paulo
VLE Valor Limite de Emissão
WWTP Waste Water Treatment Plant
µm Micrómetro
XII
CAPITULO I – INTRODUÇÃO
1.1.! Contextualização
De acordo com Malope (2014), a água é um bem natural de grande importância para
os seres humanos, pois apresenta diversas funções em nosso organismo tais como a regulação
da temperatura corporal e a manutenção do funcionamento normal de órgãos e vísceras,
dentre outras.
Para Zangonel (2015), o aumento demográfico e o desenvolvimento industrial geram
contaminação aos recursos hídricos muito acima da sua capacidade de autodepuração. Os
nossos rios são geralmente poluídos, principalmente nas proximidades dos centros urbanos,
onde a contaminação por águas residuais não tratadas geram grandes volumes de resíduos
líquidos que têm contribuído para elevar consideravelmente a concentração de poluentes nos
corpos de água e, consequentemente, causam sérios problemas ambientais e de saúde pública.
Com isso, torna-se essencial o tratamento dos efluentes e o cumprimento da legislação
ambiental que regula o descarte de águas residuais sobre corpos hídrico, limitando a carga
poluidora lançada, de acordo com o tipo de uso estabelecido para a água do corpo receptor.
A Hidroeléctrica de Cahora Bassa, S. A é proprietária da Estacão de Tratamento de
Águas Residuais do Songo e responsável pela sua operacionalização e monitoria do efluente
líquido lançado no corpo receptor (Rio Guto). Compete a HCB através da Direcção de
Equipamento Infra-estruturas e Manutenção garantir a manutenção e o funcionamento da
estacão de tratamento. A monitoria é efectuado pelo Departamento de Gestão Ambiental e o
Laboratório, partes integrantes da Direcção de Gestão Ambiental e Análises Laboratoriais.
Esta actividade é feita mensalmente, em um único ponto (efluente tratado), com vista a
garantir os padrões mínimos de lançamento previstos pela legislação nacional e portuguesa.
A Legislação Ambiental Moçambicana, no seu Decreto no 18/2004 de 2 de Junho,
regula os Padrões de Qualidade Ambiental e Emissões de Efluentes, que pressupõe no seu
Artigo 26 (Anexo IV), a adopção Padrões de Emissão de Efluentes Líquidos Domésticos.
O objectivo deste trabalho consistiu em avaliar a eficiência da ETAR do Songo, tendo
em conta o despenho da ETAR na remoção de poluentes e o cumprimento da legislação
moçambicana (Decreto no 18/2004) e portuguesa (Decreto-Lei no 236/98).
A ausência de padrões como DBO, nitrogénio amoniacal, coliformes totais e
Escherichia coli na legislação moçambicana (Decreto no 18/2004), obrigou a adopção de
padrões previstos na legislação portuguesa (Decreto-Lei no 236/98).
1
1.2.! Justificativa
Segundo Oliveira et al (2011), as dificuldades relacionadas com a gestão de águas
residuais têm sido preocupação de diferentes intervenientes sociais, devido a perigosidade que
estes representam aos recursos hídricos, ao ambiente como um todo e, posteriormente, à saúde
pública. Estes problemas transcendem o campo técnico e sanitário, envolvendo aspectos
políticos, socioeconómicos e ambientais.
Escolha do tema “Avaliação da eficiência da Estação de Tratamento de Águas
Residuais do Songo” surge devido a falta de estudos frequentes de desempenho de estações de
tratamento de águas residuais, podendo acarretar problemas de funcionamento e
consequentemente comprometer a qualidade do corpo hídrico receptor e a saúde pública.
Para os gestores da HCB esta pesquisa poderá fornecer informação de desempenho da
estação no tratamento de águas residuais, permitindo a identificação de problemas de
funcionamento das unidades de tratamento e reduzir os custos de tratamento de água.
Para a sociedade a pesquisa justifica-se pelo facto da mesma demonstrar o nível de
cumprimento da legislação como forma de garantir a qualidade do recurso hídrico (Rio Guto)
e a saúde pública, torna a reutilização uma prática potencialmente viável. A garantia da
qualidade do recurso hídrico permitirá o controlo da matéria orgânica descarregada no corpo
receptor a fim de auxiliar a autodepuração, além de evitar doenças de vinculação hídrica.
De ponto de vista cientifico, este trabalho contribuirá no fornecimento de
conhecimentos técnicos de tratamento de águas residuais em sistemas de arejamento
prologado e na gestão de estacões de tratamento de águas residuais. Acredita-se também na
relevância desta pesquisa para o desenvolvimento de melhorias dos sistemas de tratamento de
águas residuais.
1.3.! Problematização
O crescimento populacional causa uma demanda muito grande na procura de água de
boa qualidade, grande parte do referido volume será eliminado para corpos receptores com
uma alta carga de matéria orgânica e sólidos.
Neste contexto, o problema surge com a necessidade da reutilização da água, tendo em
conta as actividades praticadas ao longo do corpo hídrico receptor (Rio Guto), tais como a
recreação, agricultura de subsistência e a pastagem. Portanto a reutilização deste recurso pode
ser garantida com o conhecimento da eficiência da ETAR a fim de evitar a degradação do
corpo hídrico e as doenças de veiculação hídrica.
Com os pressupostos apresentados, levanta-se a seguinte questão de partida:
Qual o nível de eficiência da Estacão de Tratamento de Águas Residuais do Songo?
2
1.4.! Hipótese
A avaliação da eficiência de remoção de matéria orgânica e microrganismos patogénicos
na ETAR do Songo vai garantir uma boa qualidade da água ao longo do Rio Guto, corpo
receptor da ETAR da vila do Songo.
1.5.! Objectivos
3
CAPITULO II - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4
Tabela 1. Características típicas de efluentes domésticos.
Faixa de Valores Típicos
Parâmetros Scotta (2015) Piveli (2004) Ciesielski (2011) Alves (2013)
pH 6,5 – 7,5 – 6,5 – 7,5 –
DBO5, 20 oC (mg/l) 200 - 500 110 - 400 110 - 550 150 - 400
DQO (mg/l) 400 - 1000 500 - 1000 220 - 1000 350 - 1000
SST (mg/l) 200 - 450 100 - 450 100 - 400 100 - 350
SDT (mg/l) – 250 - 850 – –
Nitrogénio amoniacal (mg/l) 20 - 40 12 - 50 10 - 45 25 - 50
Nitrogénio total (mg/l) – 45– 85 50 – 80 50 – 80
Fósforo total (mg/l) 5 - 25 4 - 15 – 5 – 10
Coliformes Totais (/100 mL) – 106 – 108 105 – 108 105 – 107
Escherichia Coli (/100 mL) – – 105 – 107 106 – 107
Fonte: Adaptado pelo Autor, 2017.
2.3.1.5.! Nitrogénio
O nitrogénio está presente em águas residuais sob a forma de nitrogénio orgânico,
amónia, nitrito e nitrato. Através dele é possível estimar o grau de estabilização da matéria
orgânica pela forma em que se encontra. No esgoto bruto pode ser encontrado na forma de
nitrogénio orgânico ou amónia (Jordão e Pessoa, 2014).
O nitrogénio é um parâmetro muito importante em termos de controlo da poluição das
águas. Ele é um elemento essencial para o crescimento de algas, por isso, em excesso, pode
conduzir a fenómenos de eutrofização de lagos e represas (Scottà, 2015).
2.3.1.6.! Fósforo
O fósforo total em águas residuais apresenta-se na forma de fosfatos orgânicos e
inorgânicos. A fracção orgânica tem origem fisiológica e a inorgânica em detergentes e
produtos químicos utilizados na limpeza doméstica. Pode também estar associado à
decomposição da matéria orgânica e a dissolução de compostos do solo. Usualmente os
efluentes domésticos possuem teor suficiente de fósforo, que é um nutriente importante para o
desenvolvimento de processos biológicos aeróbios e também para o desenvolvimento de
algas. Porém, se lançado nos corpos hídricos em excesso, causa a eutrofização (Piveli, 2015).
11
2.3.2.! Parâmetros físicos
2.3.2.1.! Temperatura
A temperatura é de grande importância no tratamento de esgoto doméstico e está
directamente ligada a concentração de oxigénio dissolvido (OD) nos corpos de água, quanto
maior a temperatura, menor a solubilidade do OD em água. Também é especialmente
importante em sistemas biológicos de tratamento, pois a actividade microbiana e as reacções
químicas aumentam com sua elevação, aumentando também a velocidade de decomposição
da matéria orgânica e a viscosidade do líquido (Scottà, 2015).
Segundo Chernicharo (2007), a faixa óptima para actividade microbiana mesofílica
fica entre 25ºC e 35ºC. Em temperaturas abaixo de 15ºC praticamente não ocorre digestão
anaeróbia. Em efluentes domésticos, a temperatura é superior à das águas de abastecimento, e
os valores variam de acordo com as estações do ano. E é normalmente maior que a
temperatura do ar, excepto nos meses mais quentes do verão.
2.3.2.2.! Sólidos
Os sólidos são matérias que permanecem como resíduo após a temperatura ser elevada
entre 103 e 105º C. Todos os poluentes, com excepção dos gases, contribuem para a carga de
sólidos na água e podem ser classificados, de acordo com o tamanho e o estado em que se
encontram (Júnior, 2010).
Para Cangela (2014) citando Metcalf e Eddy (2003), os sólidos podem ser
classificados em:
•! Sólidos Suspensos Totais (SST): quando membrana de porosidade determinada puder
retê-los ou, seja, é a matéria que fica retida após passagem de um volume conhecido
por um filtro com poros de tamanho aproximado a 1,2 µm (1,2 x 10-6 m).
•! Sólidos Dissolvidos Totais (SDT): quando forem oriundos de moléculas orgânicas e
inorgânicas que não podem ser retidos em membrana de porosidade determinada ou,
seja, é a matéria que passa pelo filtro com poros de tamanho aproximado a 1,2 µm (1,2
x 10-6 m) ou a soma de teores de todos os constituintes minerais presentes na água. O
líquido que passou pelo filtro é evaporado a temperatura de 103oC a 105oC.
2.3.2.3.! Turbidez
Segundo Scottà (2015), a turbidez se deve a presença de sólidos em suspensão,
microrganismos microscópicos e algas, de diversos tamanhos, que conferem nebulosidade ao
líquido. Efluentes mais frescos ou mais concentrados geralmente tem maior valor de turbidez.
A turbidez é um parâmetro importante no metabolismo dos organismos produtores de
12
oxigénio no meio, por ser responsável pela redução da penetração da luz nos diversos
compartimentos de um ecossistema aquático.
Este parâmetro se refere principalmente ao aspecto estético do esgoto, mas assumem
importância significativa quando o objectivo é a reutilização ou quando o efluente é lançado
em corpos de água em que a aparência da água é importante (Jordão e Pessoa, 2014).
2.4.! Legislação
14
A legislação moçambicana não apresenta alguns padrões de emissão importantes para
a monitoria de descarga de aguas residuais em corpos hídricos receptores, tais como DBO,
nitrogénio amoniacal, coliformes totais, escherichia coli entre outros, o que levou a adopção
da legislação portuguesa como alternativa.
15
CAPITULO III – METODOLOGIA
16
Figura 1. Localização da Vila Songo e da ETAR
Fonte: Autor, 2017.
17
Caudal médio diário: 1.375 m3/d
Caudal mínimo diário: 687,5 m3/d
Carga biológica em DBO: 270 Kg/d
População a servir: 5.000 habitantes.
A ETAR do Songo é destinada ao tratamento exclusivo de águas residuais de origem
doméstica. A ETAR do Songo tem uma rede colectora que liga um parque habitacional com
605 casas, infra-estruturas sociais (piscinas, escolas, instalações desportivas, centro social
entre outros) e instalações de serviço pertencentes a HCB. Maior parte das casas encontram se
sobre responsabilidades dos trabalhadores da empresa e suas respectivas famílias.
18
Figura 3. Caixa de areia.
Fonte: Autor, 2017.
19
Figura 4. Tanque de arejamento
Fonte: Autor, 2017.
Para manter a concentração dos sólidos em suspensão (lamas activadas) nos valores
anteriores, há recirculação continua de lamas activadas do tanque de decantação para o tanque
de arejamento.
e)! Descarregadores e regulador de nível no tanque de arejamento
Segundo TDA (1977), responsável pelo projecto de dimensionamento da ETAR do
Songo, os descarregadores permitem regular a imersão das turbinas de modo a introduzir mais
ou menos oxigénio no tanque de arejamento. Os descarregadores devem permitir regular o
nível de líquido entre o nível mínimo e o máximo. Os três (3) níveis mais importantes:
Nível de funcionamento
Em princípio a instalação fica regulada no nível médio, se necessário o nível é
corrigido de acordo com a necessidade de introduzir mais ou menos oxigénio no efluente a
arejar. Os descarregadores de nível são accionados electricamente por meio de um sistema
automático, em que é de referir os seguintes componentes:
•! Três (3) redutores: OLIMAR
•! Tipo: V3, velocidade 37 r.p.m
•! Motor: 1 CV, 1.500 r.p.m
20
Figura 5. Tanque de descarga de lamas.
Fonte: Autor, 2017.
f)! Decantador
O decantador tem as seguintes características:
•! Diâmetro: 13 m
•! Área: 132 m2
•! Velocidade de decantação: 1,4 m/h
O decantador encontra-se equipado com uma ponte raspadora que é accionada por
motorização junto a periferia. A ponte raspadora deve estar em funcionamento sempre que a
instalação estar em funcionamento.
Figura 6. Decantador
Fonte: Autor, 2017.
23
No decorrer das visitas à ETAR do Songo foram entrevistados 4 colaboradores da
HCB, dentre eles dois operadores e dois técnicos superiores responsáveis pela gestão da
ETAR, incluindo o Director da DEM.
Na análise documental, foram consultados documentos pertencentes a HCB,
nomeadamente o projecto de concepção da ETAR do Songo, a planta da ETAR, politica de
gestão ambiental entre outros, com o objectivo de recolher informações úteis para a realização
do estudo. Fez-se também a revisão de materiais bibliográficos publicados por autores que se
dedicam ao estudo de conceitos relacionados e relevantes para o desenvolvimento do
trabalho.
3.4.1.! Materiais
Para a colheita e condicionamento das amostras foram utilizados os seguintes
materiais:
•! Quatro (4) garrafas de vidro de 2L, uma para cada ponto de colheita (analises físicas e
químicas: pH, DBO, DQO, OD, SST, SDT, nitrogénio total, nitrogénio amoniacal,
fósforo total, temperatura e turbidez);
•! Quatro (4) garrafas de vidro de 500 ml, uma para cada ponto de colheita (analises
microbiológicas: coliformes totais e escherichia coli);
•! Um copo de colheita;
•! Dois (2) recipientes térmicos, um para as amostras destinadas a analises físico-
químicas e outra para amostras destinada a analises microbiológicas; e
•! Um marcador, para identificação das garrafas;
A tabela 6 apresenta os equipamentos utilizados no laboratório para realização das
analises físicas, químicas e microbiológicas.
24
Tabela 6. Parâmetros analisados e os respectivos equipamentos utilizados no laboratório.
Parâmetros Equipamentos / Materiais Metodologia
Analítica
pH Hanna Instrument (pH-EC-TDS Electrométrico /
METER) Instrumental
DBO (mg/l) Refrigerated incubator DC Incubação (5 dias)
DQO (mg/l) Espectrofotómetro PROCYON-SC 90. Refluxo fechado
Químicos
OD (mg/l)
Nitrogénio Total (mg/l) Espectrometria de
Nitrogénio Amoniacal (mg/l) Espectrofotómetro DR-500 Ultravioleta
Fósforo Total (mg/l)
Temperatura (°C) Termómetro Checktemp Instrumental
SST (mg/l) Vácuo e balança Gravimetria
Físicos
SDT (mg/l) Vácuo, forno (103 a 105)oC e balança Gravimetria
Turbidez (NTU) Lamotte 2020 Instrumental
Escherichia Coli Colilert / 18h de
Quanty-Tray incubação (35±0,5)oC
Biológicos Coliformes Totais / 100 ml de amostra -
NMP
Fonte: Autor, 2017.
25
P1 ) P2 )
P3 ) P4 )
Figura 11. Colheita de amostras no ponto 1, 2, 3 e 4.
Fonte: Autor, 2017.
26
a) b)
Figura 12. Condicionamento (a) e transporte das amostras (b).
Fonte: Autor, 2017.
27
de dispersão (Desvios padrões – Dep) com ajuda do Software Microsoft Excel (Scottà, 2015).
Com base na folha de cálculo do Microsoft Excel, foram inseridos os resultados das
análises laboratoriais dos 10 dias, para cada ponto. De seguida foram calculadas as medias
(Med) e o desvio padrão (Dep) referentes a cada parâmetro no seu respectivo ponto, como
pode se verificar no Anexo I.
Segundo Júnior (2010), o desvio padrão (Dep) permite demonstrar a variação entre os
resultados obtidos em laboratório e consequentemente a confiabilidade entre eles, enquanto a
determinação da média das concentrações permitiu obter um valor homogéneo de cada
parâmetro.
#$ %#&
!= ×100% Equação 1
#$
28
Onde:
E = eficiência de remoção de poluente (%)
Co = concentração de entrada
Ce = concentração saída
29
CAPITULO IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO
30
processo que consome oxigénio, reduzindo-o na água. A baixa concentração de OD no
efluente bruto (ponto 1) pode estar relacionada com a deposição de matéria orgânica presente
no efluente. As aguas naturais as concentrações de oxigénio são superiores a 4 mg/l (Piveli,
2015).
31
Gráfico 2. Relação DBO e DQO no efluente tratado.
Fonte: Autor, 2017.
32
concertações elevadas a amónia pode causar morte em algumas espécies aquáticas, sendo que
muitas espécies não suportam concentrações acima de 5 mg/L. Além disso, a amónia provoca
consumo de oxigénio dissolvido ao ser oxidada biologicamente, a chamada DBO de segundo
estágio. Por estes motivos, a concentração de nitrogénio amoniacal é importante parâmetro de
classificação das águas naturais e normalmente é utilizada na composição de índices de
qualidade das águas (Scottà, 2015 e Grassi, 2014).
4.1.7.! Temperatura
Desde a entrada do efluente na estação de tratamento até o seu lançamento no corpo
receptor (Rio Guto), a temperatura variou de 32oC no efluente bruto (ponto 1) a 26,73oC no
efluente tratado (ponto 4).
Segundo Chernicharo (2007), a faixa óptima para actividade microbiana mesófilica é
de 25ºC a 35ºC. As temperaturas das águas residuais de origem domesticas relacionam-se
directamente com a concentração do OD.
Para Scottá (2015), quanto maior a temperatura, menor a solubilidade do OD em água,
como pode se verificar na tabela 8, quando comparado os valores de temperatura e OD. A
actividade microbiana e as reacções químicas aumentam com sua elevação, aumentando
também a velocidade de decomposição da matéria orgânica e a viscosidade do líquido.
33
Os valores das concentrações de SST e SDT no efluente bruto (ponto 1) encontram-se
abaixo dos valores tipicamente encontrados nos efluentes domésticos. Os valores típicos de
um efluente doméstico variam de 100 a 450 mg/l para os SST e de 250 a 850 mg/l para os
SDT (Piveli, 2004).
Segundo Scottà (2015), estes valores abaixo do tipicamente encontrado em efluentes
domésticos, é possivelmente justificado devido o horário de colheita das amostras ou pela
capacidade da tubulação reter sólidos ao longo de sua trajectória. Quanto o aumento das
concentrações de SDT de 154,10 mg/l no efluente bruto a 174,10 mg/l no efluente tratado, e
possivelmente ocasionado por falta de um sistema te retenção, capaz de reduzir as
quantidades de sólidos dissolvidos produzidas no tratamento secundário (1156, 10 mg/l).
4.1.9.! Turbidez
A turbidez variou significativamente de 40,41 NTU no efluente bruto (ponto1) a 6,11
NTU no efluente tratado (ponto 4), devidos aos vários processos físicos ligados a retenção de
sólidos suspensos ao longo do tratamento, tais como gradeamento; desarenação e
sedimentação. O parâmetro da turbidez está ligado a concentração de partículas suspensas
presentes no efluente (Scottà, 2015).
O gráfico 3 e 4 demonstra a relação turbidez e SST no efluente bruto e tratado
respectivamente.
34
Gráfico 4. Relação Turbidez e SST no efluente tratado.
Fonte: Autor, 2017.
Observou-se nos gráficos 3 (efluente bruto) e 4 (efluente tratado) que houve uma boa
correlação, obtendo-se altos coeficientes de correlação R=0,996 no efluente bruto e R=0,993
no efluente tratado. Logo, pode-se dizer que nos dois casos a variáveis SST e turbidez tendem
a varia em sentido positivo, o aumento da variável SST provoca aumento da variável turbidez.
4.1.10.!Organismos Patogénicos
O grupo de bactérias coliformes, é óptimo indicador de contaminação fecal e mostram
o potencial de contaminação da água através de organismos patogénicos (Vale, 2006).
A ETAR apresentou quantidades de Coliformes Totais maiores que 2419,6 /100 ml de
amostra do ponto 1 ao ponto 3. Enquanto que as quantidades de Escherichia Coli são maiores
que 400,5/100 ml de amostra do ponto 1 ao ponto 3. Estas quantidades apresentadas nos 3
primeiros pontos reflectem o nível de acções antropogénicas ao longo da ETAR e a
complexidade do efluente. Com a adição do cloro (Cl2) observa se uma remoção quase
completa deste organismo no efluente tratado.
35
Gráfico 5. Variação do pH.
Fonte: Autor, 2017.
37
Gráfico 8. Variação do DQO.
Fonte: Autor, 2017.
38
e vegetais e, principalmente, as transformações sofridas pelos compostos orgânicos presentes
nos esgotos.
O efluente bruto (ponto 1) e o efluente tratado (ponto 4) apresentaram concentrações
de Nitrogénio amoniacal que variaram de 16,87 mg/l a 0,23 mg/l respectivamente. A
legislação portuguesa (Decreto-Lei no236/98), estabelece concertações não superiores de 10
mg/l de nitrogénio amoniacal para o lançamento de efluentes domésticos. O efluente tratado
(ponto 4) descarrega no corpo receptor 0,23 mg/l de nitrogénio amoniacal, satisfazendo a
exigência descrita acima.
39
Gráfico 11. Variação de fosforo total.
Fonte: Autor, 2017.
4.2.8.! Temperatura
A temperatura e um parâmetro extremamente importante devido a sua relevância no
desenvolvimento de microrganismos presentes no determinado efluente (Junior, 2010).
O gráfico 12 demonstra que temperatura variou de 32oC no efluente bruto (ponto 1) a
26,73oC no efluente tratado (ponto 4). A legislação moçambicana estabelece 35oC como o
valor de emissão limite para a descarga de efluentes domésticos em corpos receptores. Logo,
pode-se afirmar que o efluente tratado (ponto 4) encontrava-se dentro do recomendado pelo
instrumento legal (Decreto no 18/2004).
40
4.2.9.! Sólidos Suspensos Totais – SST
O gráfico 13, apresenta a variação de sólidos suspensos totais (SST) de 80,30 mg/l no
efluente bruto (ponto 1) a 4,02 mg/l no efluente tratado (ponto 4).
A legislação moçambicana (Decreto no 18/2004), prevê que a concentração de SST
não deve exceder os 60 mg/l. O efluente tratado (ponto 4) descarregou 4,02 mg/l de SST,
valor este considerado dentro dos padrões de emissão de efluentes domésticos.
41
4.2.11.!Turbidez
Na ETAR do Songo a turbidez variou de 46,92 NTU no efluente bruto (ponto 1) a
6,11 NTU no efluente tratado (ponto 4).
A legislação moçambicana e portuguesa não prevê padrão de turbidez para o emissão
de efluentes de origem doméstica. Contudo, a nível da literatura, prevê-se 100 NTU como
VLE (Scottá, 2015 e CONAMA, 2011).
4.2.12.!Organismos Patogénicos
A tabela 8 apresenta a variação de Coliformes Totais e Escherichia Coli em 4 pontos
de amostragem.
42
4.2.13.!Avaliação da eficiência de remoção da matéria orgânica e microrganismos
patogénicos
Segundo Scottá (2015), a eficiência de remoção de poluentes dos níveis de tratamento
está intimamente ligada aos recursos humanos e materiais dos seus usuários. A tabela 10
apresenta a eficiência de remoção DBO, DQO, SST, nitrogénio total, nitrogénio amoniacal,
fosforo total, turbidez, coliformes totais e escherichia coli em cada nível de tratamento e do
tratamento completo (toda ETAR).
Tabela 10. Eficiência na remoção de poluentes em cada nível de tratamento e eficiência global.
Parâmetros Pré-tratamento Tratamento Tratamento Tratamento
Secundário Terciário Completo
DBO 9,30% 73,98% 7,36% 78,14%
DQO 10,66% 45,50% 1,66% 52,12%
Nitrogénio Total -1,42% 85,04% 4,85% 85,57%
Nitrogénio Amoniacal 2,79% 98,84% -18,95% 98,66%
Fosforo Total - - 74,88% -
SST 10,21% 98,58% -292,9% 94,99%
Coliformes Totais - - 100% 100%
Escherichia Coli - - 94,83% 94,83%
Fonte: Autor, 2017.
4.2.13.1.! Pré-tratamento
A eficiência remoção de DBO, DQO e SST neste nível de tratamento foi de 9,3% e
10,66%, 10,21% respectivamente.
Segundo Júnior (2010), no pre-tratamento a DBO e DQO podem apresentar uma
eficiência de remoção de 5 a 25%, enquanto os sólidos suspensos podem apresentar eficiência
de remoção de 10 a 35%. A remoção de sólidos suspensos esta relaciona do com a turbidez,
quanto maior for eficiência de remoção de sólidos suspensos menor será a turvação.
44
•! Realizar o monitoramento quinzenal do efluente bruto e tratado, considerando todos os
parâmetros com excepção do pH, turbidez, sólidos suspensos e oxigénio dissolvido.
Cujo a verificação deve ser diária devido aos impactos imediatos que estes podem
causar ao corpo hídrico receptor.
•! Planear e garantir a manutenção e limpeza das estruturas físicas do sistema de
tratamento. A realização destes procedimentos permitirá o prolongamento da vida útil
da ETAR e manterá a eficiência da mesma.
•! Com o aumento do numero da população e do parque habitacional na vila do Songo
propõe-se a reabilitação e ampliação da ETAR ou Construção de uma nova ETAR.
Estas medidas poderão garantir a manutenção da qualidade do Rio Guto (corpo hídrico
receptor).
45
CAPITULO V - CONCLUSÃO
5.! Conclusão
Através da análise e discussão dos resultados alcançados neste trabalho, tendo em os
objectivos traçados conclui-se que:
A ETAR do Songo foi caracterizada por um efluente bruto, com valores médios
abaixo do tipicamente encontrado em efluentes brutos de origem doméstica, com excepção
das concentrações de nitrogénio total (53 mg/l) e nitrogénio amoniacal (16,87 mg/l). O
efluente bruto apresentou valores médios de pH (7,14), temperatura (32oC) e concentrações
médias de OD (1,12 mg/l), DBO (85,78 mg/l), DQO (182,23 mg/l), SST (80,30 mg/l), SDT
(154,1 mg/l), turbidez (46,92 NTU) e fósforo total (0 mg/l). O efluente tratado caracterizou-se
por valores médios de pH (6,72), temperatura (26, 73oC) e concentrações medias de OD (2,04
mg/l), DBO (18,75 mg/l), DQO (87,25 mg/l), SST (4,2 mg/l), SDT (174,1 mg/l), turbidez
(6,11 NTU), fósforo total (0,2 mg/l), nitrogénio total (7,65 mg/l) e nitrogénio amoniacal (0,23
mg/l). Quanto aos microrganismos patogénicos as quantidades de Escherichia Coli no
efluente bruto foram maiores que 400,5/100 ml de amostra e 20,72/100 ml de amostra no
efluente tratado. O efluente bruto apresentou quantidades de coliformes totais maiores que
2419,6/100 ml de amostra, enquanto que o efluente tratado não apresentou coliformes totais.
Comparados os valores do efluente tratado com os valores limites de emissão
previstos na legislação moçambicana (Decreto no 18/2004) assim como na portuguesa
(Decreto-Lei no 236/98) pode se afirmar que a Estação de Tratamento de Aguas Residuais do
Songo é eficiente, pois cumpre com os padrões de lançamento de águas residuais
estabelecidos nos dois instrumentos legais acima citados.
Calculadas as eficiências de remoção de poluentes em cada nível de tratamento assim
como de toda ETAR, concluiu-se que:
•! No nível de pré-tratamento foram obtidas eficiência de remoção de DBO (9,30%),
DQO (10,66%), SST (10,21%) e nitrogénio amoniacal (2,79%).
•! No nível de tratamento secundário foram obtidas eficiências de remoção de DBO
(73,98%), DQO (45,5%), SST (98,58%), nitrogénio total (85,04%) e nitrogénio
amoniacal (98,84%).
•! No nível de tratamento terciário foram obtidas eficiência de remoção de DBO
(7,36%), DQO (1,66%), nitrogénio total (4,85%), fosforo total (74,88%), coliformes
totais (100%) e escherichia coli (94,83%)
46
•! Em toda a ETAR foram obtidas eficiência de remoção de DBO (78,14%), DQO
(52,12%), SST (94,99%) nitrogénio total (85,57%), nitrogénio amoniacal (98,66),
coliformes totais (100%) e escherichia coli (94,83%).
De forma geral, pode se dizer que os altos níveis de desempenho das unidades de
tratamento na remoção de poluentes apresentado anteriormente, justificaram e garantiram o
cumprimento dos padrões de lançamento de águas residuais previstos na legislação
moçambicana (Decreto no 18/2004) e portuguesa (Decreto-Lei no 236/98), demostrando assim
efectividade da ETAR do Songo no tratamento de efluentes de origem domestica.
Diante dos resultados expostos foram propostas algumas melhorias: estudos de
eficiência mas completos e detalhados, manutenção e limpeza das estruturas físicas,
reabilitação e ampliação da ETAR ou construção de uma nova ETAR.
47
6.! REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
48
Grande do Sul, 2014.
11.!INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA - INE. III Recenseamento Geral da
População e Habitação 2007. Resultados Definitivos - Moçambique. Tete, 2007.
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2014.
13.!JORDÃO, Eduardo Pacheco. O Tratamento de Esgotos e a Crise Hídrica no Brasil.
Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES, Brasil, 2015.
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Engenharia Civil, Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS, Feira de
Santana, 2010.
15.!KOLM, Viviane. Análise de Esgoto Domestico. Relatório de Estagio, Departamento
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16.!MALOPE, J. J. M. Eficiência do Sistema de Tratamento do Efluente do Hospital
Provincial de Chimoio. Dissertação de Mestrado em Engenharia Ambiental e dos
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17.!MINISTÉRIO DE ADMINISTRAÇÃO ESTATAL - MAE. Perfil do Distrito de
Cahora Bassa – Província de Tete. Moçambique, 2005.
18.!MOURA, Inês Nogueira da Silva. Opções de Tratamento de Águas Residuais por
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19.!Constituição da Republica. Governo de Moçambique, 2005.
20.!NIPPON KOEI UK - UKUK; HIDROELÉTRICA DE CHORA BASSA – HCB.
Estudo do Impacto Sócioambiental: Projecto Cahora Bassa Central Norte.
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21.!OLIVEIRA, Arley; ORRICO, Ana; JÚNIOR, Marco; SUNADA, Natalia;
CENTURION, Stanley. Biodigestão Anaeróbia de Efluente de Abatedouro
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22.!PIVELI, Roque Passos. Qualidade das Águas de Poluição: Aspectos Físico-
Químicos. Brasil, 2015.
23.!PIVELI, Roque Passos. Tratamento de Esgotos Sanitários. Brasil, 2004.
24.!SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL - SENAI.
Tratamento de Esgoto. Revista Gramatical e Editorial-CEDAE, 2a Edição. Rio de
Janeiro. 2008.
25.!SCALIZE, Paulo Sérgio; LEITE, Wellington Cyro de Almeida; RODRIGUES, José
49
Manoel; CORREA, Murilo de Souza; VENUZO, Stefano Benedito; LOMBARDI,
Renata; OLIVEIRA, Simione Cristina; DOS SANTOS, Michele Félix. Correlação
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Araraquara. IMED, São Paulo, 2005.
26.!SCOTTÁ, Jéssica. Avaliação e Optimização de uma Estação de Tratamento de
Esgoto com Sistema Fossa e Filtro de um Município da Serra Gaúcha. Trabalho
de Conclusão do Curso de Engenharia Ambiental, Centro de Ciências Exactas e
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27.!SILVA, Diego de Oliveira; CARVALHO, António. R. P,. Soluções em Engenharia
de tratamento de agua: Etapas de Tratamento de Efluentes. Brasil, 2007.
28.!SILVA, Edna Lúcia; MENEZES, Estera Muszkat,. Metodologia da Pesquisa e
Elaboração de Dissertação. Departamento de Ciencias de Informacao, Universidade
Federal de Santa Catarina – UFSC, 4o Edição, Florianópolis, 2005.
29.!TRATAMENTO DE ÁGUA - TDA. Manual de Instrução de Condução e
Conservação do Equipamento: Central de Tratamento de Águas Residuais do
Centro Urbano de Cahora Bassa. Lisboa, 1977.
30.!UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - USP. Manual de Procedimentos e Técnicas
Laboratoriais Voltado para Analises de Águas e Esgotos Domésticos e
Industriais. Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária – Laboratório de
Saneamento, São Paulo, 2004.
31.!UNIVERSIDADE ZAMBEZE. Norma para Preparação e Apresentação de
Trabalhos Científicos. Beira, 2012.
32.!VALE, Milton Bezerra. Avaliação da Eficiência da Remoção de Matéria Orgânica
e Microbiológica de Três Sistemas de Lagoas de Estabilização em Serie na
Grande Natal-RN: Beira Rio, Jardim Lola I e Jardim Lola II. Dissertação do
Programa de Pós-graduação em Engenharia Sanitária, Centro Tecnológico,
Universidade Federal do Rio Grande Do Norte – UFRN, Natal/Rio Grande do Norte,
2006.
33.!ZANGONEL, Jéssica Talita. Avaliação da Eficiência da Estação de Tratamento de
Águas Residuais de uma Lavanderia de Jeans. Revista de Engenharia Civil, IMED,
Brasil, 2015.
50
ANEXO I
Resultados laboratoriais das amostras colhidas em 4 pontos no período de 10 dias.
51
Ponto 2 : afluente do tratamento secundário
Número de dias 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Med Dep
Data 09/12/2016 12/12/2016 14/12/2016 16/12/2016 19/12/2016 21/12/2016 23/12/2016 26/12/2016 28/12/2016 30/12/2016
pH 6,90 7,00 6,80 7,10 6,90 7,00 6,90 7,10 6,60 7,00 6,93 0,15
OD (mg/l) 0,96 0,98 0,96 0,97 0,97 0,96 0,97 0,96 0,97 0,97 0,97 0,01
Temperatura (°C) 29,00 31,00 30,00 30,00 38,00 32,00 32,00 31,00 32,00 32,00 31,70 2,45
DBO (mg/l) 78,20 76,40 75,30 77,20 81,10 76,30 76,90 74,30 83,20 79,10 77,80 2,70
DQO (mg/l) 134,00 198,00 171,00 182,00 199,00 180,00 205,00 168,00 12,00 179,00 162,80 56,69
SST (mg/l) 74,00 72,00 70,00 71,00 73,00 74,00 71,00 71,00 73,00 72,00 72,10 1,37
SDT (mg/l) 156,00 150,00 161,00 162,00 173,00 163,00 165,00 167,00 171,00 163,00 163,10 6,72
Turbidez (NTU) 39,60 41,40 40,30 40,90 41,90 39,80 41,20 40,20 38,90 39,90 40,41 0,92
N-Total (mg/l) 53,50 51,10 53,80 51,30 53,80 59,40 52,00 55,90 52,50 54,20 53,75 2,46
N-Amoniacal(mg/l) 16,50 16,10 15,10 16,70 15,10 16,60 17,80 16,80 16,90 16,40 0,86
Fósforo Total (mg/l) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Coliformes Totais >2419,6 >2419,6 >2419,6 >2419,6 >2419,6 >2419,6 >2419,6 >2419,6 >2419,6 >2419,6 >2419,6 *
Escherichia Coli >400,5 >400,5 >400,5 >400,5 >400,5 >400,5 >400,5 >400,5 >400,5 >400,5 >400,5 *
52
Ponto 3: afluente do tratamento terciário
Número de dias 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Med Dep
Data 09/12/2016 12/12/2016 14/12/2016 16/12/2016 19/12/2016 21/12/2016 23/12/2016 26/12/2016 28/12/2016 30/12/2016
pH 6,80 7,30 7,40 7,50 6,90 6,60 7,30 6,70 6,80 6,80 7,01 0,33
OD (mg/l) 2,03 2,03 2,04 2,02 2,02 2,03 2,03 2,04 2,03 2,03 2,03 0,01
Temperatura (°C) 26,40 27,10 27,40 26,50 26,10 27,80 26,50 27,60 26,90 26,20 26,85 0,60
DBO (mg/l) 19,80 20,00 21,30 20,10 19,50 19,70 20,30 21,50 19,90 20,30 20,24 0,66
DQO (mg/l) 88,90 89,10 89,30 86,80 88,80 89,90 89,90 85,70 89,90 88,90 88,72 1,40
SST (mg/l) 0,99 1,10 0,99 1,00 1,10 0,98 1,10 0,99 1,00 0,98 1,02 0,05
SDT (mg/l) 1159,00 1154,00 1154,00 1153,00 1163,00 1158,00 1160,00 1151,00 1157,00 1152,00 1156,10 3,90
Turbidez (NTU) 5,60 5,55 5,65 5,38 5,61 5,90 5,31 5,38 5,50 5,31 5,52 0,18
N-Total (mg/l) 7,60 7,80 7,50 7,90 7,30 8,00 7,90 8,60 8,90 8,90 8,04 0,57
N-Amoniacal(mg/l) 0,18 0,20 0,20 0,19 0,18 0,19 0,20 0,19 0,20 0,17 0,19 0,01
Fósforo Total (mg/l) 0,70 0,80 0,80 0,90 0,70 0,90 0,80 0,70 0,90 0,80 0,80 0,08
Coliformes Totais >2419,6 >2419,6 >2419,6 >2419,6 >2419,6 >2419,6 >2419,6 >2419,6 >2419,6 >2419,6 >2419,6 *
Escherichia Coli >400,5 >400,5 >400,5 >400,5 >400,5 >400,5 >400,5 >400,5 >400,5 >400,5 >400,5 *
53
Ponto 4 : efluente final ou tratado
Número de dias 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Med Dep
Data 09/12/2016 12/12/2016 14/12/2016 16/12/2016 19/12/2016 21/12/2016 23/12/2016 26/12/2016 28/12/2016 30/12/2016
pH 6,90 6,40 6,50 6,90 6,70 7,00 6,80 6,70 6,60 6,70 6,72 0,19
OD (mg/l) 2,04 2,03 2,04 2,04 2,04 2,04 2,05 2,03 2,04 2,04 2,04 0,01
Temperatura (°C) 26,40 27,20 27,10 26,30 27,80 27,10 26,50 26,60 26,10 26,20 26,73 0,55
DBO (mg/l) 18,80 18,10 19,80 19,90 17,80 19,20 19,40 16,30 19,10 19,10 18,75 1,03
DQO (mg/l) 86,90 87,10 87,30 88,80 86,50 88,00 87,90 85,40 86,90 87,70 87,25 0,89
SST (mg/l) 3,90 3,80 4,00 4,10 4,00 4,00 4,20 3,90 4,00 4,30 4,02 0,15
SDT (mg/l) 172,00 173,00 176,00 173,00 178,00 173,00 176,00 178,00 172,00 170,00 174,10 2,73
Turbidez (NTU) 6,00 6,10 6,30 6,00 6,00 6,10 6,10 6,00 6,30 6,20 6,11 0,12
N-Total (mg/l) 7,80 7,50 7,60 7,90 7,40 7,20 7,80 7,60 7,90 7,80 7,65 0,23
N-Amoniacal(mg/l) 0,23 0,22 0,24 0,20 0,23 0,23 0,24 0,22 0,21 0,24 0,23 0,01
Fósforo Total (mg/l) 0,20 0,19 0,21 0,21 0,19 0,23 0,19 0,20 0,20 0,19 0,20 0,01
Coliformes Totais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Escherichia Coli 20,50 20,80 20,70 20,50 20,80 20,80 20,90 20,90 20,70 20,60 20,72 0,15
54
ANEXO II
55