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Faculdade de Letras e Ciências Sociais

Departamento de Arqueologia e Antropologia

Licenciatura em Antropologia

Antropologia Urbana

Docente: Margarida Paulo

Discente: Nilza Massangaie

3ºAno/ 1º Semestre 2022

Referência bibliográfica

Velho, Gilberto. 2003. “O desafio da proximidade”. In: Pesquisas Urbanas: Desafios


do Trabalho Antropológico, pp. 11-19. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.

Velho (2003) faz uma análise de Antropologia nas últimas décadas onde afirma que a
antropologia ampliou o seu campo de actuação tornando difícil indicando o objecto que
tenha sido analisado. O autor argumenta que de 1930 a 1960 no Brasil, a preocupação
era estudar a etnologia e estudo de camponeses ou de situações tradicionais como os que
constituíam o objecto dos estudos de comunidade. O autor baseou-se no método de
observação participante e revisão de literatura sobre estudos antropológicos virados para
o contexto urbano.

O autor explica que a partir dos anos 70, houve uma significativa alteração de enfoque e
de pesquisa onde os antropólogos que pesquisavam nas cidades passaram
progressivamente a terem interesse de investigar sistemas e redes de relações (as
favelas, processos sociais mais amplos). Nesta perspectiva os carnavais, malandros e
heróis de Roberto da Matta constituiu um marco com as suas analises de rituais da
sociedade brasileira, os cultos afro brasileiros, a classe trabalhadora, as camadas
populares em geral, os grupos desviantes entre outros foram temas privilegiados.

O autor explica a partir do trabalho de pesquisa que realizou num dos edifício em
Copacabana, baseado sobretudo na observação directa e no contacto permanente com os
moradores que pesquisou dois grupos os nobres e anjos, mas o foco principal do
trabalho estava nos nobres com que as quais convivia com regularidade tendo feito
várias entrevistas complementado com observação participante. Entretanto, a pesquisa
foi importante e crucial o movimento de estranhar o familiar, pois assentou e fortaleceu
certas características do seu perfil intelectual.

O autor explica que hoje estudar o próximo, o vizinho, o amigo já não é um


empreendimento tão excepcional e os trabalhos de pesquisa sobre camadas médias,
género, geração, família e parentesco, religião, política implicam lidar com
problemática da familiaridade e do estranhamento e este movimento é característico da
produção antropologia brasileira. O autor explica também que em 1960 a pesquisa sobre
o desvio e comportamento desviante (doença, prostituição, e homossexualidade) foi
uma área que teve impacto dentro dos estudos urbanos.

O autor diz que os indivíduos na sua singularidade, também se tornam matéria da


antropologia na medida que eram percebidos como sujeitos de uma acção social
constituída a partir de redes de significados. Portanto, essa perspectiva era fundamental
para lidar com o universo de camadas médias superiores que estudou, porque tratava
claramente de indivíduo com discurso e práticas de crítica e inovação.

O autor conclui que as possibilidades de fazer um trabalho de pesquisa e ser bem-


sucedido dependem das peculiaridades das próprias trajectórias dos próprios
pesquisadores, que poderão estar mais inclinados ou aptos a trabalhar com maior ou
menor grau de proximidade de seu sujeito. No entanto, não há fórmulas nem receitas
mas sim tentativas de armar estratégias de investigação. Assim cada pesquisador deve
buscar suas trilhas próprias a partir do conjunto de mapas possíveis.

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