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Avaliação do Curso de Engenharia de

Petróleo e a Necessidade de Criação de


um Departamento Específico

Autoria de João Victor Dantas Raulino


Graduando do 5º período do curso de Engenharia de Petróleo
Motivação
O curso de Engenharia de Petróleo da UFRJ foi criado no ano de 2004 a partir da
iniciativa de professores e pesquisadores da instituição que, vendo a necessidade
de se formar profissionais com uma capacitação mais aprofundada na área de
petróleo, propuseram a criação de uma graduação multidisciplinar que seria
montada com base em três unidades acadêmicas do Centro de Tecnologia: a Escola
de Química, a COPPE e a Escola Politécnica (com participação do Instituto de
Geociências nas disciplinas geológicas).

Em 2014 o curso completa 10 anos de existência, mas não há muitos motivos para
comemoração. A falta de professores suficientes para lecionar determinadas
disciplinas do ciclo profissional, a precária infraestrutura de salas e laboratórios,
a ausência de uma secretaria acadêmica para lidar com os crescentes trâmites
burocráticos, dentre tantos outros problemas corriqueiros são fatores que veem
desestimulando alunos e professores, contribuindo para a deterioração da
qualidade do curso e estagnando o seu potencial desenvolvimento, fato totalmente
incabível na principal instituição federal de ensino superior do país.

Vivenciando diariamente essas adversidades, alunos e professores se reuniram


com o objetivo de identificar os principais causadores dos problemas e montar
uma proposta concreta para uma efetiva resolução. Um questionário foi
encaminhado à todos os alunos do curso e, em uma participação histórica do corpo
discente, alcançou-se o incrível número de 176 respostas únicas, correspondente
à 96% dos alunos com matrícula ativa no curso.

Dentre os fatores apontados pela pesquisa, a falta de um departamento específico


para a área na qual o curso está inserido destacou-se como o maior empecilho ao
satisfatório desenvolvimento do curso e principal causador dos problemas
sinalados.

Assim, é com grande esperança na construção de um curso à altura do prestígio


ostentado pela bicentenária Escola Politécnica da UFRJ que apresentamos esta
carta e pedimos o seu apoio à proposta de criação do Departamento de Engenharia
de Petróleo.

_________________________ _________________________

João Victor Dantas Raulino Paulo Couto


Mobilizador Discente da Prospota Coordenador da Engenharia de
Petróleo
Principais fatores
Na pesquisa realizada entre os alunos, buscou-se identificar os fatores
proporcionados pela criação do departamento que se traduziriam em benefícios
reais à formação acadêmica dos discentes. Dentre as respostas obtidas, os
principais pontos levantados foram:

1. Com a criação de um departamento seria possível a implantação de uma


secretaria acadêmica exclusiva para o curso de Engenharia de Petróleo,
acabando com a necessidade de se recorrer à secretaria da Escola
Politécnica e gerando uma independência do curso. A contratação e
alocação de funcionários para trabalhar na secretaria contribuiria para uma
maior agilidade na resolução de problemas acadêmicos, diminuindo as
burocracias necessárias e desafogando o coordenador. Além disso, haveria
uma maior organização e planejamento do curso, com a secretaria
centralizando os esforços das diferentes partes e otimizando a realização
das atividades pertinentes ao curso.
2. Um departamento permitiria a alocação de docentes concursados nos
quadros do curso, gerando uma oferta maior no número de professores e
evitando a sobrecarga dos atuais docentes. Além disso, a contratação de
professores dedicados exclusivamente ao curso aumentária o nível das
aulas e evitaria que determinadas disciplinas ficassem sem professores por
prolongado período de tempo. Com a inclusão de profissionais que possuem
experiência profissional e domínio completo da área a ser lecionada, haverá
um maior aprofundamento da matéria em pontos específicos gerando uma
melhor absorção do conteúdo por parte dos alunos.
3. A presença de um departamento levaria a melhores condições de
infraestrutura, possibilitando a obtenção de salas de aula e criação de salas
de estudo permanentes, além de proporcionar uma maior utilização de
auditórios e espaços acadêmicos para a realização de atividades
organizadas por alunos e professores

Além dos benefícios gerados pela criação do departamento expostos acima, outros
também merecem assinalado destaque:

4. Melhor aproximação do curso com a indústria, contribuindo para uma


maior interdisciplinidade empresas-universidade. A atração de empresas
traria mais oportunidades práticas para os alunos, que teriam a
possibilidade de conhecer o mercado de trabalho através de cursos,
laboratórios e atividades inerentes à indústria do petróleo, preparando-os
desde cedo para a vida profissional e incentivado sua absorção pelas
empresas do setor.
5. Maior oferta de disciplinas específicas ao curso,que atualmente são
disponibilizadas apenas uma vez ao ano, atendendo por completo a atual
demanda por abertura de novas vagas.
6. Maior representatividade perante a Escola Politécnica para reivindicar as
necessidades dos alunos, professores e funcionários, contribuindo para
melhorias significativas.
7. Maior autonomia e independência nas tomadas de decisão referentes aos
assuntos internos do curso.
8. Facilidade de acesso ao coordenador e à informações importantes sobre o
cursos.
9. Maior atração e captação de recursos e projetos, gerando uma melhor
estruturação do curso e consquente aumento na qualidade do mesmo.
10. Melhor assistência aos alunos através de um acompanhamento acadêmico
de excelência, onde uma atenção mais direcionada possibilitaria uma
verificação cuidadosa das necessidades dos alunos.
11. Maior reconhecimento e valorização do curso perante o mercado gerado
pelo aumento de credibilidade que um departamento traz.
12. Estreitamento da relação aluno-professor, com um maior acesso aos
docentes e aos seus projetos desenvolvidos na pós graduação, gerando uma
interação mais profunda com a universidade e possibilitando uma maior
troca de conhecimento e experiências além de favorecer a integração entre
alunos de diferentes períodos.
13. Desenvolvimento e amadurecimento do curso levando a um
aprimoramento da formação do aluno como um todo, tornando-a mais
completa, dinâmica e eficiente e preparando-o adequadamento para a vida
profissional.
14. Melhor divulgação e distribuição de bolsas e o estabelecimento de
parcerias para a criação de oportunidades de estágio.
Metodologia
A pesquisa foi realizada através de questionário eletrônico hospedado na
plataforma virtual www.typeform.com tendo a sua divulgação sido feita através de
correio eletrônico (email) , mensagens enviadas por redes sociais e contato direto.
O início deu-se no dia 5 de Maio de 2014 às 10 horas com término no dia 11 de Maio
de 2014 às 0 horas, totalizando um período de seis dias.

As perguntas foram formuladas em um esforço conjunto entre o mobilizador da


proposta, os representantes de cada turma, a representante discente e o
coordenador do curso. Todos os participantes do questionário possuem matrícula
vinculada ao curso de Engenharia de Petróleo, sendo esta verificação executada
através de cruzamento dos dados disponibilizados pelos próprios participantes
durante a realização do questionário com dados oficiais cedidos pela coordenação
do curso.

Por fim, o tratamento dos dados foi feito com a utilização de planilhas eletrônicas
e com o auxílio de scripts automatizadores.
Resultados
A primeira parte do questionário foi referente à avaliação do aluno quanto aos
aspectos gerais do curso. Era possível responder escolhendo uma dentre as cinco
categorias a seguir: Não Existente (1 estrela); Insuficiente (2 estrelas); Suficiente (3
estrelas); Muito bom (4 estrelas); Excelente (5 estrelas). Para o resultado final foi
considerado o inteiro mais próximo da média encontrada. As respostas foram:

Coerência no objetivo do curso: Suficiente

Competência profissional do aluno formado: Muito bom

Estrutura curricular: Suficiente


Conteúdo das matérias: Suficiente

Ações decorrentes dos processos de avaliação do curso: Insuficiente

Atuação do coordenador: Muito bom

Qualificação profissional do corpo de professores: Muito bom


Experiência profissional do corpo de professores: Muito bom

Relação entre o número de professores e o de estudantes: Insuficiente

Espaço de trabalho para coordenação do curso e serviços acadêmicos: Insuficiente

Qualidade das salas de aula do curso: Insuficiente


Quantidade de salas de aula para o curso: Insuficiente

Acesso dos alunos a equipamentos de informática: Suficiente

Disponibilidade de salas de estudo: Insuficiente

Acesso a laboratórios didáticos especializados: Insuficiente


Espaço para atividades complementares: Insuficiente

A segunda parte da pesquisa contemplava assuntos mais específicos,


direcionados à percepção do aluno quanto à criação de um departamento. As
perguntas eram respondidas através de Sim ou Não.

Nessa parte ocorreu uma diferenciação entre alunos já formados e alunos ainda na
universidade de modo a visualizar como as diferentes gerações do curso avaliam
certos aspectos da universidade.

Você já é formado?
Nota-se aqui uma similariedade entre as respostas dos alunos já formados e dos
alunos que ainda estão na universidade.

Por último, pediu-se que os alunos avaliassem o impacto que o setor da Engenharia
de Petróleo como um todo tem sobre a Universidade:
Estatisticas do Questionário
Pela primeira vez na história da Engenharia de Petróleo, alunos de todas as turmas
se mobilizaram para apoiar uma proposta que busca trazer benefícios não só para
os próprios alunos, mas também para a universidade. Assim, é interessante a
realização de um análies estística do questionário para entender melhor como se
deu o impacto dele sobre a estrutura do curso como um todo.

Número total de participantes: 176 alunos

Razão entre participantes e total de alunos do curso (matrícula ativa): 176/183 - 96%

Participação por turma:

 11º período: 27/32 – 84%


 9º período: 27/33 – 82%
 7º período: 27/29 – 93%
 5º período: 29/29 – 100%
 3º período: 28/32 – 88%
 1º período: 23/28 – 82%

Participação de 15 ex-alunos das turmas EPT01, EPT02, EPT03, EPT04 e EPT05.

Um total de 76 mensagens de apoio e incentivo.

Muito obrigado a todos que participaram deste questionário!

Conto com vocês nesta jornada.

João Victor Dantas Raulino

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