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FINALIDADES /EFEITOS DA ATIVIDADE FÍSICA

Estimulação Global:
- Desenvolvimento físico
- Desenvolvimento social
- Desenvolvimento intelectual (tomada de decisão; Observação e Análise do espaço envolvente)
- Desenvolvimento afetivo / emocional
Estimulação Específica:
- Desenvolvimento motor ( capacidade motoras, habilidades motoras, gestos motores)
Prazer /Recreação:
- Ocupação de tempos livres e de lazer

- Divertimento e prazer pessoal

O Papel do Educador na aprendizagem:

• O “eu” é permeável aos sinais externos e


 O Educador directivo enfraquece,
pela sua acção, o papel do campo
exterioriza-se no acto motor percetual e dos mecanismos de auto
• Os mecanismos de FB são duplos:
– controle.
•Por outro lado:
- Os sinais externos modificam-se.
- torna-a dependente do educador.
Os sinais provenientes dos músculos e
articulações (re)informam o individuo das Envia um curto circuito à decisão do
acções realizadas. individuo.

Atividade física promove:


 Desenvolvimento percetivo-motor:
- conhecer o corpo
- definir lateralidade
- estrutura espaço- temporal
- posturas
 Desenvolvimento motor:
- habilidades motoras
- capacidades motoras
- comportamentos motores
 Motricidade:
- pensamento
- inteligência
- adaptação
 Ludismo:
- prazer do movimento
- alegria; - recreação

Campos de intervenção:
 Domínio e consciência do corpo ( o próprio)
 Domínio do corpo em manipulações e deslocamentos ( os objetos)
 Domínio do corpo em deslocamentos, manipulações e em contacto com o outro (relação)

Importância da atividade física em crianças:


Campos de Intervenção Áreas de Intervenção Tarefas
Educação pelo Movimento Aprendizagens escolares Tarefas que favoreçam a
aquisição de conceitos
fundamentais de natureza
lógico-matemática,
linguística ou de estudo do
meio.
Sócio- motricidade Tarefas que favoreçam o
reconhecimento do grupo, o
respeito pelo outro e o
desenvolvimento dum
autoconceito positivo.
Educação do movimento Conhecimento corporal Tarefas que desenvolvam o
conhecimento das partes
corporais e do que elas
podem fazer com eficácia.
Movimentos fundamentais Tarefas que explorem as
capacidades de movimento
do corpo (habilidades
posturais, de locomoção e
manipulativas).
Capacidades motoras Tarefas que desenvolvam as
capacidades coordenativas e
condicionais.

Conceitos:
 Expressão Motora = uma das formas de expressão (pelo movimento)
 Educação Física = educação das capacidades, habilidades e gestos motores (do movimento)
 Psicomotricidade = relação do movimento com os domínios afetivo e cognitivo ( pelo
movimento)
 Desenvolvimento motor = aspeto motor do desenvolvimento ( do movimento)
 Motricidade Infantil = capacidade de movimento da criança ( do movimento, pelo
movimento, para o movimento)
Motricidade: Ação fisiológica que determina a contração muscular. Esta resulta da energia mecânica
consequente a operações químicas operadas nos órgãos efetores.

Desenvolvimento Motor:
O processo que se desenrola ao longo da vida e compreende todas as mudanças ao nível motor
(aquisição, estabilização e regressão das habilidades motoras). Resulta da interação da
hereditariedade com o envolvimento, ou seja, dum processo de maturação neuromuscular com as
novas experiências motoras, tendo em conta as já existentes.

Organização da Motricidade:
 Fases do desenvolvimento motor
 Leis do desenvolvimento motor
 Capacidades motoras
 Habilidades motoras

Fases do desenvolvimento:
1. Movimentos reflexos (pré-natal até aos 12 meses)
São os primeiros movimentos que o ser humano realiza. São involuntários e constituem a base do
desenvolvimento motor. Através deles, a criança começa a obter informações acerca do seu corpo e
do meio envolvente próximo. São exemplos os reflexos palmar e plantar, o chupar e os primeiros
passos.

2. Movimentos rudimentares (nascimento até aos 2 anos)


São os primeiros movimentos voluntários. Estão diretamente relacionados com a maturação do
sistema nervoso, sendo o seu desenvolvimento previsível. São exemplos o rastejar, o gatinhar, o
sentar, agarrar, o andar e o controlo da cabeça e pescoço.

3. Movimentos fundamentais (dos 2 aos 7 anos)


É a fase onde as crianças exploram e experimentam as capacidades de movimento do seu corpo. A
importância da maturação é gradualmente substituída pela qualidade do processo Ensino-
Aprendizagem. São exemplos o correr, o saltar, o agarrar e o lançar.

4. Movimentos especializados (a partir dos 7 anos)


São movimentos fundamentais refinados, combinados uns com os outros, específicos duma
determinada tarefa. No período de transição movimentos fundamentais/movimentos especializados
(7-10 anos), deve ser evitado qualquer tipo de especialização.

Desenvolvimento Motor- Locomoção


 Método Neuromuscular:
– Reflexo do recém-nascido (ocorre antes das 15 S).
– Fase de Inibição ou Estática (15 a 20 S): controlo de equilíbrio da cabeça e diminuição da ação de
“passos”.
– Fase de Transição (20 a 30 S): saltos para baixo e cima com os dois pés, bater com um pé, maior
controlo do tronco e cabeça.
– Ação deliberada de dar passos (30 a 35 S): “andar” voluntário.
- Ação Independente de dar passadas (35 a 60 S): andar sozinho com membros superiores em
extensão, joelhos elevados e uso de toda a planta do pé.
– Ação Calcanhar- Dedos do pé (+ de 18 M): melhor coordenação dos movimentos, receção no solo
pelo calcanhar para propulsão dos dedos dos pés, aumento da amplitude da passada, menos atenção
“consciente” na locomoção.
– Integração ou Maturidade da Locomoção Ereta (+- 2 anos e meio): coordenação dos movimentos
oscilatórios dos membros superiores com os membros inferiores

 Método Descritivo:
Estágio Momento de início Atividade
1. Controle postural Antes das 20 semanas Cabeça erguida; peito
das extremidades erguido; dá passadas; senta
superiores no colo
2. Controle postural do 25 a 31 semanas Senta sozinho por um
tronco inteiro e momento; empurra o joelho;
atividade não rola; fica de pé com ajuda;
dirigida senta sozinho por um
minuto
3. Esforços ativos em 37 a 39,5 semanas Algum progresso sobre o
locomoção castigo; corre para trás
4. Locomoção por 42 a 47 semanas Fica em pé segurando na
engatinhamento mobília; engatinha; anda
quando é conduzido; puxa
para se erguer
5. Controle postural e 62 a 64 semanas Fica de pé sozinho; anda
coordenação para sozinho
locomoção

Padrões de Desenvolvimento:
 Inicial: Observam-se as primeiras intenções de realização da habilidade motora. O
desempenho é caracterizado pelo pouco ou excessivo uso do corpo. Ritmo e coordenação
pobres. Tipicamente, as crianças atingem este padrão por volta dos dois anos.

 Elementar: É um período de transição, no qual já se nota uma melhor fluidez dos


movimentos. Os diferentes movimentos já revelam alguma interligação, apesar de se notar
ainda alguma descoordenação entre os grupos musculares que contribuem para execução da
habilidade motora. Normalmente as crianças atingem este padrão ao 3/4 anos.

 Maturo: Tem lugar uma boa coordenação entre os diferentes grupos musculares e
consequentemente uma boa fluidez de movimentos, havendo também uma boa adaptação a
diferentes condições de realização. É o desempenho ótimo da habilidade motora. Com
exceção das habilidades manipulativas, atinge- -se este padrão aos 5/6 anos.

Andar:

1. Dificuldade em manter a posição ereta ; Perda de equilíbrio (imprevisível) ; Movimento rígido e


“indeciso” do membro inferior de ação ; Passos pequenos ; Contacto com o solo tipo “pé-
chato”; Dedos dos pés “protegidos” ; Larga base de suporte ; Flexão do MI no contacto com o
solo, seguido de rápida extensão do MI ; Movimento dos MS ajudando a manter o equilíbrio

2. Gradual “suavidade” do movimento ; Aumento no comprimento da passada ; Contacto


calcanhar - dedos ; MS caídos ao lado com limitado movimento de balanço ; Base de suporte
entre as dimensões laterais do tronco ; Aumento da ação pélvica ; Aparente elevação vertical
do corpo

3. Ação reflexa de balanço dos MS ; Limitada base de suporte ; Modo de andar “relaxado”;
Pequena elevação vertical do corpo ; Contacto “calcanhar-dedos” no solo definido

Problemas mais comuns:

 Caminhar nos dedos dos pés - Coordenação rítmica pobre - Pobre alinhamento corporal e
postura - Excessiva elevação vertical - Grande base de suporte

Corrida:

1. movimento do MI curto e limitado ; passos rígidos e desiguais ; fase de voo não observável ;
extensão incompleta do MI de apoio; o MI em movimento roda para fora a “partir” da anca ;
dedos do pé em movimento voltados para fora ; ampla base de sustentação; movimento
rígido e curto ; MS tendem a balançar para fora e horizontalmente

2. aumento do comprimento (amplitude) e velocidade (frequência) da passada.; fase de voo


limitada mas observável ; extensão incompleta do MI na impulsão; ao deslocar-se para a
frente, o pé em movimento passa com altura relativa sobre a linha média da corrida;
aumento do balanço dos MS ; predomínio do deslocamento dos MS atrás em relação ao
movimento horizontal

3. amplitude da passada alcança o máximo ; elevada velocidade da passada ; fase de voo


definitiva ; completa extensão do MI de apoio ; a coxa do MI que avança alcança a posição
paralela ao solo; pequena ação de rotação do pé e da perna no movimento para a frente;
balanço vertical do MS em oposição aos MI ; MS em flexão de sensivelmente 90º (cotovelo)

Saltar:

1. flexão inconsistente dos MI na inclinação preparatória ; dificuldade em usar os pés na


impulsão; extensão limitada das ancas, joelhos e tornozelos ; deslocamento do corpo
(“peso”) para trás na receção ao solo; tronco move-se na posição vertical, tendo pouca
influência na distância horizontal alcançada; balanço limitado dos MS ; MS não iniciam a
ação do salto ; durante a fase de voo, os MS movem-se para o lado e para baixo (tentativa de
manter o equilíbrio)

2. maior e mais consistente flexão preparatória . extensão dos MI na impulsão mais completa ;
ancas fletidas durante o voo e manutenção das coxas na posição de flexão; não se observam
alterações ; MS iniciam a ação do salto ; MS permanecem em frente do tronco durante a
flexão preparatória do corpo ; MS movem-se para a retaguarda mantendo o equilíbrio
durante o voo
3. flexão preparatória mais profunda e consistente . ; completa extensão dos MI na impulsão ;
manutenção das coxas paralelas ao solo durante o voo ; pernas em posição vertical
relativamente ao solo durante o voo ; deslocamento do corpo (“peso”) para a frente na
receção ao solo; tronco move-se em posição angular de sensivelmente 45º, tendo maior
influência na distância horizontal percorrida; movimento ; elevação para a frente em
extensão dos MS na impulsão ; durante o salto os MS são mantidos em posição elevada

Movimentos Fundamentais:

 Andar; Correr; Salto Uni-pedal ; Salto horizontal ; Corrida saltitada ; Lançar ; Agarrar;
Pontapear

Leis do desenvolvimento motor:


1. Lei Céfalo-Caudal - refere-se especificamente à progressão gradual que ocorre no aumento
de controlo sobre a musculatura, começando na cabeça e evoluindo em direção aos pés. De
cima para baixo.

2. Lei Próximo-Distal - refere-se especificamente à progressão gradual que ocorre no aumento


de controlo sobre a musculatura, começando do centro do corpo para as extremidades. Do
centro para fora.

Capacidades motoras coordenativas:


 Orientação espaço- temporal

- Andar, correr no meio de objetos/pessoas.

- Andar, correr no banco sueco.

- Passar por baixo/ entre objetos.

 Reação

- Imitação de movimentos realizados pelo companheiro.

- Jogo das estátuas.

- A um determinado sinal (visual, auditivo ou táctil), sentar, deitar ou colocar o corpo ou partes
do corpo em posições determinadas, o mais rápido possível.

 Equilíbrio

- Andar, correr (para a frente e para trás), no banco sueco em posição normal/invertida.

- Deslocar-se em unipedia, bipedia diferente e tripedia.

 Ritmo

- Cadência do andar e da corrida marcada por um som exterior (palmas, tamboretes, música)

- Driblar uma bola de acordo com um som exterior.

Orientação Espacial:

Orientação significa a capacidade do indivíduo para se relacionar com um ponto fixo. Esse ponto
pode ser parte de seu próprio corpo ou pode ser percebida por ele no espaço fora de seu corpo. -
Importante para discriminar as diferentes posições espaciais que os objetos ocupam e,
compreender e assimilar os diferentes conceitos relacionados com a posição espacial, tais como:
atrás, à frente; esquerdo, direito; em cima, em baixo etc. - - Importante na alfabetização, pois
sem possuírem as noções de posição e orientação espacial, confundem letras que diferem
quanto à orientação espacial e têm dificuldades em responder a ordem de sucessão das letras
nas palavras e das palavras nas frases. (mais entre outros: Incapacidade em locomover os olhos
durante a leitura; Obedecer ao sentido esquerdo - direito e salto de uma ou mais linhas;

Na escrita, não respeitar a direção horizontal do traçado, ocorrendo movimento descendentes


ou ascendentes; Na escrita, não respeitar os limites da folha, acumulando as palavras ao sentir
que a folha vai terminar ou, continuando a escrever na folha contígua; Com relação ao meio
ambiente, a criança pode apresentar sérias dificuldades para se organizar, espalhando os seus
materiais escolares ou roupas, de forma desordenada, esbarrando nos objetos ou nas pessoas
quando se locomove e, indecisões quando se tem de se desviar de um obstáculo não sabendo
para que lado ir etc.

Orientação Temporal:

Está relacionada com a audição. Engloba todos os fatos que ocorrem no tempo, apresentam uma
certa duração (curta - longa - média) e uma determinada sucessão (antes - depois). Noção de
cadência rápida e lenta.

Capacidades motoras condicionais:


 Resistência Aeróbica

- Situações de jogo diversificadas e com poucas interrupções.

- Correr durante 5 a 9 minutos, percorrendo a maior distância possível, resistindo à fadiga e


Recuperando com relativa rapidez após o esforço.

 Força

- Saltar horizontalmente, a pés juntos, partindo da posição de parado e com os pés paralelos.

- Em grupos de 2/3, agarrados pelos pulsos ou mãos apoiadas nos ombros, puxar e empurrar.

- Em grupos de 2, agarrar o companheiro pela cintura, não o deixando fugir.

 Flexibilidade

- Andar de cócoras

- 2 a 2, sentados e com as pernas afastadas, mãos agarradas nos pulsos, flexionar bem à frente

- Em cima do banco, na posição de pé com as pernas unidas, realiza uma flexão do tronco à
frente, Mantendo as pernas em extensão, procurando chegar o mais baixo possível.

 Velocidade

- Alterna a corrida rápida com a corrida lenta.

- Corre aumentando gradualmente da velocidade.

- Corre em velocidade a distância de 20 a 40 metros, no menor tempo possível.


O que devemos trabalhar?
CAPACIDADES MOTORAS :

Percetivo-Motoras: Esquema corporal; Lateralidade; Organização temporal ; Organização


espacial

Capacidades mais inatas: Coordenação; Equilíbrio; Ritmo

Capacidades mais treináveis: Força; Flexibilidade; Velocidade; Resistência

HABILIDADES MOTORAS:

Movimentos Fundamentais: Andar/ Parar; Correr; Saltar – 2 pés 1 pé p/outro 1 pé p/mesmo pé


coxinho; Saltitar; Rodar/ Rebolar; Lançar / Receber; Puxar / Empurrar ;Subir / Descer ;
Suspender ;Balançar ; Galopar; Pontapear ;Cabecear ;Driblar; Raquetear; Sticar

COMPORTAMENTOS MOTORES:

Expressão ;Gestos;

Movimentos Não Locomotores: Torcer; Balançar ;Oscilar ;Tremer ;Flectir/ esticar; Ondular;
Sacudir

Como trabalhar?
 Ludicamente: Dando-lhes Espaço e Liberdade de Movimento
 Levando À descoberta:

Partindo: - do que a criança faz -melhorando o que a criança faz - aperfeiçoamento o que a criança
faz

 Trabalhando todos os campos: o próprio corpo ; o corpo e os objetos ;o corpo e os outros


 Utilizando as dominantes do movimento: Corpo; Espaço; Tempo; Dinâmica; Relações
 Servindo-se de: Jogos; Atividades de natureza; Atividades gímnicas ; Atividades expressivas ;
Atividades de oposição; Atividades aquáticas

Habilidades Motoras:
Habilidades Posturais/Estabilidade: são a base para todas as habilidades locomotoras e
manipulativas, porque todos o movimentos envolvem o elemento de estabilidade. São habilidades
que visam a manutenção e/ou recuperação do equilíbrio na relação com a gravidade. São exemplo o
apoio uni-pedal e o balançar o corpo sem sair do sítio.

Habilidades de Locomoção: são as habilidades motoras nas quais o corpo é transportado numa
direcção vertical ou horizontal de um sítio para o outro. São exemplo o andar, o correr e o salto
horizontal.

Habilidades Manipulativas: são as habilidades motoras que compreendem a interacção dos


segmentos corporais com os materiais. Estas podem ser manipulativas grossas, em caso de
movimentos que envolvem a aplicação ou recepção de forças em objectos (lançar, apanhar,
pontapear, etc.). Podem ser ainda manipulativas finas, em caso de movimentos de manipulação de
objectos que impliquem grande controlo motor, precisão e perícia (dar um nó nos atacadores,
escrever, cortar com a tesoura).

Fatores influentes do desenvolvimento motor:


 Biológicos:

- Crescimento (fatores reguladores do crescimento: - Hormonas do crescimento – Vitamina D3, Gh,


hormonas gonadais). -Fatores do crescimento – Insuline Like Growth Factor IGF).

- Maturação (leis do desenvolvimento motor e períodos sensíveis)

 Envolventes:

- Crescimento (fatores perturbadores do crescimento: -Nutrição; Altitude; Clima;


Migração/urbanização; Estatuto socioeconómico).

- Processo Ensino-Aprendizagem (escola, família, tempos livres).

Síntese das Características do Desenvolvimento Motor 2 aos 6 anos:


1- Aquisição rápida dos Skills (habilidades) motores fundamentais com base no
desenvolvimento muscular;
2- Desenvolvimento diferenciado dos vários skills;
3. Aumento da variação individual com o aumento da idade;
4. Rápido aumento da força nos dois sexos (65% entre os 3 e os 6 anos);
5. Aumento proporcional do comprimento dos membros, mais que das outras partes do corpo;
6. O aumento do comprimento dos membros resulta numa melhor alavanca (potencial) para a
velocidade;
7. O aumento da coordenação e o uso da alavanca vai permitir a aplicação máxima da força;
8. O desenvolvimento do equilíbrio vai favorecer o aumento da amplitude do movimento na
execução dum skill;
9. O desenvolvimento Céfalo-caudal e controlo neuro-motor vai permitir o desenvolvimento
do skill de lançar;
10. O desenvolvimento dos conceitos básicos de objeto, espaço, força, causalidade e tempo,
possibilita o controlo consciente e a coordenação do movimento;
11. Os skills manipulativos necessitam de aperfeiçoamento, por exemplo, o agarrar;
12. Grande atividade, arranques curtos e energéticos;
13. A diminuição do período de sono possibilita o aumento do tempo livre para o
desenvolvimento de skills;
14. Atenção concentrada em pequenos espaços de tempo;
15. Imaginativo, imitativo e curioso;
16. Individualista e egocêntrico;
17. Gosto pelo ritmo, muitas vezes desloca-se cantando;
18. Algumas diferenças sexuais na performance, particularmente no atirar para longe;
19. Inicia o julgamento do outro com base na performance motora.
Necessidades :
- Exercício vigoroso requerendo o uso dos grandes músculos;

- Jogos simples com pequena explicação, organização de classe simples e mudar rapidamente de
atividade;

- Oportunidade para tentar coisas e para “pretender”;

- Aprender a compartilhar, encaixar-se em atividades lúdicas com outros;

- Oportunidade de usar objetos de tamanho médio tais como bolas.

Experiências :
- Jogos de correr e perseguir, suspender e subir, aparelhos grandes, acrobacias (auto-testando);

- Esconder e procurar,acrobacias, jogos simples de cantar (canções infantis que promovem


movimentos,dramatizações);

- Exploração de movimentos usando habilidades básicas e aparelhos pequenos, dança criativa,


actividades lúdicas (histórias de animais);

- Trabalho com pequenos grupos,aliviados de auto- testagem, exploração de movimentos;

- Jogos para manipulação de bola, sacos de feijão, argolas, varinhas, etc.. Começar com objectos
maiores aos 2-3 anos e trabalhar objectos menores aos 5-6 anos.

Desenvolvimento da criança ( 6 aos 10 anos):


CARACTERÍSTICAS DA CRIANÇA PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS
 Períodos de concentração curtos, os  Tarefas predominantemente
quais vão aumentando concretas, não extensas, acessíveis
com o decorrer da idade. ao nível motor da criança (tarefas
 Períodos de transição entre significativas).
atividades concretas e as
abstratas.
Ao longo do período, a criança vai Tarefas que favoreçam o reconhecimento do
diminuindo o seu grupo e o respeito
egocentrismo. pelo outro (tarefas socializadoras).
Desenvolve-se, e estabiliza-se o auto- Utilização de “feedback´s” individuais e
conceito. positivos para promover o
desenvolvimento dum auto conceito
positivo.
A criança revela dificuldades no insucesso, Ausência de situações de
no autoritarismo e punição/eliminatórias
na punição.
Os períodos sensíveis das capacidades Tarefas que proporcionem o
motoras e dos desenvolvimento dos movimentos
movimentos fundamentais situam-se neste fundamentais e das capacidades motoras,
período. com predominância
das capacidades coordenativas na fase inicial
do período (tarefas
significativas e diversificadas)
 Estabiliza-se a dominância lateral. Tarefas que respeitem os processos
 A aprendizagem das habilidades maturacionais e de
manipulativas revela crescimento das crianças (tarefas
algumas dificuldades no início do período, significativas).
devido ao processo maturacional.
 Não existem diferenças significativas
entre rapazes e raparigas no
crescimento estatural e ponderal.No
entanto, no final do período pode
ter lugar o salto pubertário nas
raparigas (instabilidade nos
comportamentos motor e
psicológico9

Desenvolvimento Motor
Esquema corporal: É o esquema/visualização interior que um indivíduo concebe do seu corpo e da
sua posição relativa no espaço envolvente, tendo em conta o comprimento dos segmentos corporais
e as suas posições relativas em função resto do corpo (interações angulares).

A lateralidade: É a predominância na utilização de uma das partes corporais, que compreende uma
zona esquerda e direita na interação com o meio envolvente.

O equilíbrio: Capacidade de conservar e/ou recuperar o equilíbrio na relação com a gravidade.

Coordenação rítmica: Capacidade de realizar sequências de movimentos, segundo uma estrutura


pré-definida.

Coordenação espaço-temporal: Capacidade de determinar e modificar a posição e movimentos do


corpo, de acordo com as condições espaciais e temporais do envolvimento.

Coordenação Óculo-Manual

Coordenação Óculo-Pedal

Pirâmide de desenvolvimentos dos movimentos

Fase
especializada
Fase fundamental
Fase rudimentar

Fase reflexa
Aprendizagem motora:
Conjunto de processos que implicam uma modificação estrutural, que se reflete geralmente numa
alteração do comportamento (adaptação crónica) como resultado da prática do indivíduo, de forma
relativamente longa no tempo.

Ou seja, como é que a criança aprende em termos motores.

Como se processa: Estímulo ----- > Tratamento ------> Resposta

Fases da aprendizagem: Execução tosca ----- > Aperfeiçoamento ----- > Aplicação / Combinação

Quando é que a criança aprende: A criança só aprende FAZENDO!

Aprender algo nem sempre é objetivável através da performance do indivíduo. Este capítulo
aborda as diferenças entre aprendizagem e a manifestação dessa aprendizagem situando as
condições que permitem ou impedem a relação transparente entre as duas. O processo de
aprendizagem é apresentado também por oposição ao ensino ou aos mecanismos de controlo
motor.

Aprendizagem vs Ensino
Não é possível falar de ensino sem aprendizagem mas o contrário é verdadeiro.

Não é por acaso que frequentemente se encontra a designação de processo ensino-aprendizagem,


porque a ligação entre ambos é determinante.

O processo do ponto de vista da organização da sociedade com vista à transmissão de


conhecimentos e cultura é o ensino.

Este processo só faz sentido quando existe uma entidade que recebe, processa e transforma a
informação (o aluno, atleta, etc.), no fundo que aprende. No entanto não é apenas a escola que
permite a aprendizagem dos indivíduos.

Logo nos primeiros tempos de vida a criança aprende a comunicar com os outros com vista à
satisfação das suas necessidades básicas.

A forma como o faz, está condicionada pelo envolvimento e pela sua componente genética.

A observação é o primeiro mecanismo de aprendizagem. Seguidamente a imitação permite a criação


de uma bagagem de comportamentos, que mais tarde, serão ligados de forma particular em função
da situação envolvente.

Conceito de Aprendizagem:
O ser humano modifica de forma evidente o seu comportamento ao longo da sua vida. Algumas
destas alterações são devidas a fatores pontuais e desaparecem após algum tempo, outras perduram
de forma quase irreversível.

Aprender implica uma modificação estrutural que se reflete geralmente numa alteração do
comportamento como resultado da prática do indivíduo.

O sistema nervoso, o aparelho muscular, o aparelho cardiovascular, etc. alteram-se de acordo com a
solicitação a que estes são sujeitos. Se aprender implica novas respostas estas são a consequência da
alteração estrutural que resulta da prática. A repetição é, sem dúvida, um dos fatores mais
importantes que condicionam o processo de aprendizagem, mas este é influenciado por um conjunto
vasto de variáveis entre os quais se realça o grau de empenhamento do indivíduo.

Aprender é frequentemente referido como "o que fica após ter esquecido tudo". Aprender não é
apenas ser capaz de modificar o comportamento mas, principalmente, de reter a competência
adquirida durante um tempo relativamente longo.

Quando se aprende a andar de bicicleta, por exemplo, esta habilidade não mais se esquece, apesar
de porventura não se praticar durante um tempo alargado. Aprender implica pois armazenar
informação na memória que se traduz em conhecimento da situação vivida.

Aprendizagem vs Performance
A avaliação do grau de aprendizagem do indivíduo só se pode realizar de forma indireta, já que as
transformações estruturais que resultam da prática apenas se depreendem através das alterações
comportamentais.

O indicador objetivo do nível de aprendizagem é a performance. No entanto este indicador não


reflete de forma transparente as alterações estruturais correspondentes. Existem fatores que
impedem por vezes que essa relação seja perfeitamente linear.

Entre várias causas que limitam a correspondência entre aprendizagem e performance está por
exemplo o estado emotivo do indivíduo. Em situações de grande stress é possível alterar,
momentaneamente, a capacidade de resposta. Esta alteração pode ter repercussões positivas ou
negativas, de acordo com as características do indivíduo e da situação.

Aprendizagem latente:
Aprendizagem latente exprime a incapacidade do indivíduo manifestar de forma objetiva, através da
performance as competências já adquiridas.

É comum por exemplo observar-se um nível determinado em treino que não se reflete na
competição.

O facto de não se demonstrar nesse momento o que habitualmente se atinge em situação de treino
indica que o sujeito não foi capaz de demonstrar o que aprendeu e que a sua competência se
encontra num estado latente naquele momento.

Performance sem aprendizagem:


No lado oposto encontra-se o efeito de drogas na performance. É infelizmente ainda comum o
recurso a substâncias dopantes que alteram pontualmente as condições de performance do
indivíduo. O nível de performance atingido não reflete qualquer alteração estrutural permanente.
Após o efeito da droga em questão, o nível reduz-se por vezes a limites abaixo do nível inicial.

Outro exemplo da observação de níveis de performance que não têm origem em alterações
estruturais é o caso do uso de implementos tecnológicos que reduzem o atrito, dão melhores
condições de conforto, etc.

O crescimento rápido, típico do salto pubertário, provoca alterações nas capacidades do jovem. No
entanto a redução ou aumento de capacidades são devidas a alterações nas proporções dos
membros que não foram ainda integradas pelo indivíduo.
Controlo motor vs aprendizagem:
O nível de execução está condicionada pela experiência passada mas, como vimos, pode ser
influenciado por um conjunto de fatores extemporâneos que não permitam a correspondência exata
entre o nível de aprendizagem e a performance. Uma vez criadas potencialidades para a ação há que
manifestar o que se aprendeu em função das solicitações existentes.

A produção de uma resposta depende da capacidade do sujeito ler o envolvimento e a sua inserção
neste, escolher qual a resposta mais adequada, e implementar a resposta que pode conter posturas
ou movimentos. A este processo chama-se controlo motor.

Assim quando observamos o comportamento, abordando os mecanismos que o permitem realizar


desde a intenção, o estímulo, o processamento e a resposta referimo-nos ao processo de controlo
motor. Quando abordamos o comportamento, numa perspetiva da sua transformação ao longo do
tempo, por efeito da prática, referimo-nos a aprendizagem.

Aprendizagem Performance
Não observável (apenas através da Observável
performance)
Efeitos duradouros Efeitos momentâneos
Traduz-se em transformações internas Resulta em manifestações externas
(sistema nervoso central, etc)
Resulta da prática É uma execução
Processo de transformação Alteração de estado

Síntese: O ensino é um dos processos mais importantes nos dias de hoje, contribuindo para a
transmissão da cultura para as gerações vindouras. No entanto para o seu sucesso contribui, sem
dúvida, a perceção da forma como os alunos aprendem. Aprender implica transformações no
indivíduo que nem sempre podem ser objetivadas. A relação entre aprendizagem e performance
nem sempre é linear.

Fases de aprendizagem motora:


1. Cognitiva:
Grande empenho cognitivo para o desempenho da tarefa
As questões iniciais da aprendizagem duma tarefa relacionam-se essencialmente com a
sua apresentação (identificar o objetivo da tarefa, saber o que fazer e quando, o que não fazer,
etc.).
Grande quantidade de erros.

2. Associativa:
Algum empenho cognitivo para o desempenho da tarefa.
É a fase de organização do movimento. Aumenta a capacidade de determinar e corrigir os
erros. Verifica-se a ocorrência de aprendizagem, pela melhoria da performance de execução
para execução.
Alguns erros, mas menos grosseiros

3. Autónoma:
Diminuição do empenho cognitivo.
Fase em que o movimento após muita prática automatiza.
Possibilidade de dirigir a atenção para outros aspetos relevantes para o sucesso das ações
motoras. Maior estabilidade na resposta.
Baixa frequência de erros.

Fatores Influentes da Aprendizagem Motora:


1. Características da criança: idade; sexo; diferenças individuais
2. Instrução: clara; precisa; objetiva; predominantemente; não verbal
3. Contexto da aprendizagem: fase da aprendizagem; recursos físicos e materiais; atividades
propostas
4. Conhecimento dos resultados: informação de retorno positiva e adequada. (feedback´s
positivos)
5. Motivação:

Extrínsecos: relação tarefa em aprendizagem/atletas de alta competição; relação tarefa/atividades


diárias.

Intrínsecos: características da criança, instrução, contexto da aprendizagem, conhecimento dos


resultados.

Aspetos Metodológicos Da Aprendizagem Motora

O Professor/Educador deve:
1. Planificar tarefas significativas, diversificadas, socializadas e integradas

2. Determinar a fase de aprendizagem em que a criança se encontra, para que o processo ensino
aprendizagem seja ajustado ao nível da criança

3. Apresentar a tarefa duma forma predominantemente não verbal (demonstração pelo professor ou
um aluno (melhor desde que a execução seja correta!), filmes, vídeo, fotos, etc.), descrevendo
gradual e explicitamente as respetivas componentes críticas

4. Proporcionar e organizar os recursos físicos e materiais necessários à aprendizagem da tarefa

5. Integrar a tarefa em aprendizagem numa modalidade desportiva, referindo, se possível, atletas de


alta competição dessa modalidade desportiva

6. Relacionar a tarefa em aprendizagem com a atividade diária nos mais diversos campos
(profissional, recreativo, saúde, etc.)

7. Utilizar Feedback’s descritivos centrados nas componentes críticas da tarefa- Sempre que possível,
utilizar Feedback’s positivos

INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA EM MOTRICIDADE INFANTIL COMPORTAMENTOS DO


PROFESSOR / MONITOR – 3 SITUAÇÕES BASE
SITUAÇÃO DE ENSINO ATRAVÉS DA ATIVIDADE LIVRE:
 Define, previamente, o envolvimento físico e material
 Não fornece informações sobre os objetos, os conteúdos e as tarefas da aula
 Não intervém voluntariamente, respondendo apenas a solicitações
 Assegura a estabilidade afectivo-emocional da turma
 Controla as situações de risco ou de conflito da turma
 Mantém-se atento, não interferindo na atividade da turma

SITUAÇÃO DE ENSINO ATRAVÉS DA EXPLORAÇÃO DO MEIO:

 Define, previamente, o envolvimento físico e material


 Fornece informações sobre os objetos da aula
 Modifica as situações de aprendizagem, facilitando a compreensão e execução das tarefas
 Percorre, frequentemente, a sala, incentivando os alunos
 Não fornece modelos na execução das tarefas
 Fornece indicações sobre a atividade motora ou outras formas de comportamento
(feedbacks)
 Cria um clima de aula positivo

SITUAÇÃO DE ENSINO DIRIGIDO:

 Define, previamente, o envolvimento físico e material


 Fornece informações sobre os objetivos, conteúdos e as tarefas da aula
 Organiza os alunos segundo padrões definidos
 Define modalidades de execução das tarefas de acordo com as capacidades dos alunos
 Modifica as situações de aprendizagem, facilitando a compreensão e execução das tarefas
 Percorre, frequentemente, a sala, incentivando os alunos
 Fornece indicações sobre a atividade motora ou outras formas de comportamento
(feedbacks)
 Cria um clima de aula positivo

Planeamento:
Diz respeito à fase pré-ativa em que o professor/ monitor antecipa, prevê e prepara as situações de
ensino de forma organizada, coerente e maximizada.

Para ensinar é necessário... PLANEAR, e planear é ...

- Antes de tudo, DECIDIR (o que escolher (objetivos e exercícios) e porquê)

- Organizar / estruturar

- Pensar previamente

- Construir (o que deve ser feito: planificações, progressões, formas de avaliação)

PLANEAR é pensar no que queremos que os alunos saibam (saberes) - E nas competências (saber
fazer)

Planear para quê?

1. Para dar DIRECÇÃO à ação pedagógica e sentido à Educação


2. Para haver TRANSPARÊNCIA de Intenções

3. Para haver uma GESTÃO PARTICIPADA e uma AUTO-REGULAÇÃO DA APRENDIZAGEM

4. Para haver uma REGULAÇÃO do Ensino (retroação)

Princípios Orientadores de Qualquer Planeamento:


Conceção Só se pode iniciar o planeamento após definir os objetivos
Regressão Deve partir de um futuro desejável, para o presente que temos e queremos
transformar
Retroação Deve conter mecanismos de verificação para ver se aquele é o caminho
certo
Flexibilidade Não pode ser rígido, nem exclusivo, deve considerar alternativas
Complexidade Deve seguir uma ordem/estrutura, respeitando a metodologia
Antecipação Deve prever os momentos mais críticos da aula e reduzir ao máximo os
imprevistos

PRINCIPIOS METODOLOGICOS (MÉDIO E LONGO PRAZO):


A criança precisa  Propor poucas situações novas em cada aula / atividades
de tempo para  Não propor situações novas todas as aulas / atividades
aprender
Continuidade  As situações de aprendizagem devem:
Ser variadas ao longo aula / atividades
Ser semelhantes nas várias aulas / atividades
Progressão  A partir do simples para o complexo (individual –coletivo; parado
em movimento.; par-grupo; etc.)
 Partir de objetivos + fáceis
 Escolher situações com diferentes tipos de estimulação motora
Motivação  Prever bom clima
 Escolher tarefas motivantes
 Prever regras de disciplina
Organização  Manter formas de organização
 Organizar grupos
 Maximizar a oportunidade de prática
Controlo  Prever mecanismos de controlo
 Antecipar problemas

AS 5 QUESTÕES DIDÁTICAS DO PLANEAMENTO


COM QUE FIM? Que objetivos de acordo com a atividade e contexto
O QUÊ? Que atividade
COMO? Estratégia(s) a utilizar. Modo como se organiza a atividade
Quem? (o que faz o prof. / monitor e aluno)
Com quê? Recursos, materiais,…
Onde? Em que espaços e com que disposição
QUANDO? Como gerir o tempo (de acordo com a pertinência das aulas / atividades)
QUE TAL? Avaliação. De que forma prevejo verificar se os objetivos foram cumpridos
FEEDBACK PEDAGÓGICO:
Reação do professor à prestação cognitiva e/ou motora do aluno, relacionada com os objetivos de
aprendizagem.

Pierón (1983) sugere que 4 fatores parecem desempenhar um papel determinante no alcance dos
objetivos propostos para a Ed. Física e que se aplicam as aulas de expressão motora:

 Tempo passado na tarefa


 Clima positivo na turma / grupo
 Informação frequente e adequada ao estado das prestações dos alunos (FB)
 Organização cuidada do trabalho na turma / grupo (a qual condiciona os factores anteriores)

Classificação do FB Pedagógico:
→ Quanto ao Objetivo:

 Avaliativo – o prof. reage através de um juízo de valor (BOA!!!)


 Descritivo – o prof. informa sobre a forma c/o realizou a prestação (BOM PASSE!)
 Interrogativo – o prof. questiona o aluno sobre a sua prestação (ACHAS QUE FIZESTE UM
BOM PASSE?)
 Prescritivo – o prof. diz como deve realizar a próxima prestação (Quando executares o passe
estica os braços!)
 Encorajador – o prof. estimula o aluno a realizar determinada acção /gesto /c. crítica (Boa,
continua a esticar os braços!!)
 Comparativo – o prof. compara a execução com outra (dum colega, dum MAE, etc.) (Olha
para o João e tenta fazer como ele…)

→ Quanto ao Conteúdo:

 Específico - A retroação refere-se a uma prestação dentro do âmbito da atividade dos


objetivos definidos para a UD

Global – não particulariza qualquer fase da execução

Focado – explicita a(s) fase(s) da atividade

 Não Específico

→ Quanto à Forma:

 Auditivo – interação verbal


 Visual – imagem, demonstração, gesto
 Cinestésico – manipulação do corpo do aluno
 Misto – auditivo-visual, auditivo-cinestésico, etc.

→ Quanto à direção:

 Aluno
 Grupo / Turma

→ Quanto ao Momento:

 Antes
 Durante
 Após (imediato/retardado)

→ Quanto ao Carácter:

 Positivo
 Negativo
 Neutro

→ Quanto ao Referencial Específico:

 Forma
 Esforço
 Força
 Ritmo
 Espaço
 Tempo

Ao corrigir as execuções o professor deve…

Deixar o aluno fazer várias vezes


Colocar-se de forma a apreciar todos
Ao mesmo tempo que corrige, estar atento a toda a turma / grupo
Concentrar a sai atenção nos erros mais importantes
Verificar o efeito das correções
Valorizar os pequenos progressos

FB – carácter de qualidade quando…

O seu conteúdo traduz uma apreciação e/ou identificação correta do comportamento dos
alunos, do (s) erro (s) cometido (s), da (s) causa (s) e/ou consequência (s).
O seu conteúdo veicula uma informação adequada de correção a fazer por parte do aluno
e/ou regras a respeitar.

Como reconhecer a causa do insucesso:


Quando os alunos realizam um exercício, eles não o realizam apenas com os músculos, mas

sim com toda a sua personalidade e todas as dimensões dessa personalidade:

A dimensão afetiva:
Centra os sentimentos, mas também a energia. É determinante, seja inibidor (medo,
saturação..) seja motivador (vontade, paixão)

A dimensão do conhecimento:
Permite uma aproximação racional/pensada ao movimento.
Integra os conhecimentos adquiridos e permite uma comunicação entre a inteligência do
professor e do aluno.

A dimensão sensório motora:


Realização motora do movimento e sensações cinestésicas.

Dimensão afetiva (domina todas as outras)


MOMENTOS CRÍTICOS DE AULA:
Informação Inicial

Objetivo:

O professor / monitor transmite aos alunos uma informação sucinta, focada e significativa dos
objetivos, das situações de aprendizagem, da estrutura e da organização da aula, situando as
aprendizagens a promover na atividade, e identificando a sua relação com as aprendizagens
anteriores. Certifica-se da compreensão, por parte dos alunos, da informação transmitida e
reformula a informação se necessário.

Princípios de intervenção:

- Começar a aula a horas

- Dar informação sem consumir tempo de aula

- Utilizar o questionamento como método de ensino

Alguns problemas:

- Dificuldade na reunião dos alunos (demasiado tempo)

- Consumir muito tempo de aula

- Mau posicionamento do professor / monitor

Instrução

Objetivo:

O professor / monitor transmite instruções aos alunos sobre a matéria de ensino, tomando como
referência, sempre que possível os objetivos, e estrutura a comunicação de acordo com um esquema
que promova uma atividade cognitiva correta e significativa para os alunos; ou seja, o professor /
monitor utiliza meios de comunicação que ajudam os alunos a situar, compreender e assimilar a
mensagem.

Princípios de intervenção:

- Garantir a qualidade e pertinência da instrução, ou seja, identificar o contexto e indicar os


objetivos; apresentar o modelo, apresentar as tarefas; questionar; reformular a informação; fazer a
extensão/integração da matéria.
- Diminuir o tempo gasto com a instrução, ou seja, correto posicionamento; utilização racional dos
meios auxiliares; sequência dinâmica da preleção, com clareza e boa audição.

- Planear de forma cuidada as demonstrações, ou seja, selecionar um bom modelo; preparar os


materiais necessários à demonstração; dirigir a demonstração para os alunos visual e
conceptualmente; identificar e realizar as componentes críticas em sequência; utilizar os MAE como
reforço e sem consumir tempo de aula suplementar; realizar a demonstração em situação idêntica
àquela em que o contexto vai decorrer; obter feedbacks sobre a compreensão dos aspetos críticos;
referir os aspetos de segurança.

Alguns problemas:

- Mau posicionamento do professor / monitor - alunos - Período de instrução longos

- Imprecisões ou erros de instrução - Estrutura da mensagem incorrecta ou desordenada

- O professor / monitor identifica um conjunto de tarefas a realizar, sem clarificar os


comportamentos de aprendizagem visados

- Os esquemas gráficos utilizados não facilitam a instrução

-Utilização dos alunos mais fracos para demonstrar erros de execução

-O professor / monitor não se certifica da compreensão da mensagem

Organização

Objetivo:

O professor / monitor gere a formação de grupos, a transição e a circulação dos alunos nas situações
de aprendizagem, a distribuição e arrumação dos equipamentos, os momentos de intervenção, o
início e o final da atividade dos alunos, consumindo pouco tempo de aula e recorrendo a estratégias
de gestão positivas.

Princípios de intervenção:

- Diminuir os tempos de instrução

- Estruturar as rotinas de aula

- Intervir de forma clara e consistente

- Gerir o fluxo das atividades

Alguns problemas:

- Perder demasiado tempo na transição, circulação, organização dos alunos, distribuição dos
materiais, a dar início ou a finalizar as atividades…

- Má instrução sobre a manipulação dos equipamentos

- Distribuição dos materiais portáteis

- Organização do espaço

- Formação dos grupos


Controlo da atividade dos alunos:

Objetivo:

O professor / monitor regula a atividade dos alunos de forma a obter elevados índices de
envolvimento nas atividades

Princípios de intervenção:

-Ignorar alguns comportamentos desvio

- Reforçar as execuções corretas

- Abranger o maior n.º possível de alunos na classe (colocações)

- Tornar claras as regras de aula

- Garantir a segurança dos alunos

- Motivar para o comportamento apropriado, com intervenções positivas

- Variar os métodos de intervenção

- Utilizar as interações verbais dissuasivas com eficácia

- Usar estratégias de castigo específicas e eficazes

- Usar atestados de bom comportamento, contratos disciplinares, sistemas de pontuação…

Alguns problemas:

- Os alunos só realizam na presença do professor / monitor

- Problema de disciplina

- Fraco empenhamento e entusiasmo

- Dificuldades de relacionamento com os colegas (sexo, raça, dificuldades de execução, estatura, etc.)

Diagnóstico e prescrição da atividade

Objetivo:

O professor / monitor acompanha a atividade física de aprendizagem dos alunos, reagindo à sua
prestação cognitiva e motora, mantendo-os informados sobre o seu desempenho, e prescrevendo
ações e estratégias de superação das dificuldades dos alunos, mantendo-os ativos e direcionados
para os objetivos propostos.

Princípios de intervenção:

- Aperfeiçoar o FB pedagógico – promover o FB pertinente

- Aumentar e diversificar o FB pedagógico positivo

- Acompanhar a prática sequente ao FB (ciclo de FB)

Alguns problemas:

-O professor / monitor passa grandes momentos da aula sem reagir à prestação dos alunos
-O professor / monitor centra-se nos aspetos negativos da prestação dos alunos

-O professor / monitor interrompe a atividade de todos para dar FB negativos a um aluno ou


pequeno grupo

-O professor / monitor intervém simultaneamente sobre muitos aspetos da prestação motora do


aluno

-O professor / monitor dá FB sobre aspetos secundários da prestação dos alunos

-Apenas alguns alunos beneficiam da atenção do professor / monitor.

-O professor / monitor fornece FB estereotipados e sem conteúdo.

Conclusão da Aula / Atividade

Objetivo:

O professor reúne os alunos para finalizar a aula / atividade, efetuando uma revisão extensão da
matéria dada que serve para promover a consolidação das aprendizagens visadas nessa aula
/atividade. Para tal, informa os alunos de forma sucinta, focada e significativa sobre as dificuldades
face aos objetivos, e estabelece uma relação com a próxima aprendizagem.

Princípios de intervenção:

- Revê os conteúdos

- Realiza a extensão dos conteúdos (antevisão da próxima aula / atividade)

Alguns problemas:

-A aula termina abruptamente

-O professor / monitor não consegue a atenção dos alunos

-O professor / monitor reúne os alunos, mas: -Limita-se a repetir aspetos referidos na instrução; -A
intervenção não é dirigida, -Não existe revisão dos conteúdos, -Não existe extensão da matéria dada;
-A reflexão feita não é pertinente

TIPOLOGIA DOS ESPAÇOS:


Tradicionais – habitualmente chamado de parque infantil é constituído por aparelhos
relativamente separados uns dos outros (baloiços, escorrega, cavalinhos, etc.). privilegiam a
atividade individual.

Contemporâneos – com uma configuração integrada de aparelhos com diversas funções


motoras. são construídos basicamente em madeira. as estruturas são normalmente
construídas por materiais flexíveis e estão ligadas umas às outras. proporcionam uma grande
variedade de experiências (percursos com diversas habilidades motoras). privilegiam as
atividades de exploração.

De aventura – espaços com uma configuração diversificada e transformável (espaço,


materiais, funções), passível de adaptação aos interesses das crianças. privilegiam as
situações de adaptação, inovação, os jogos de construção e as atividades de exploração. este
tipo de espaço implica a existência de animadores especialistas.
TIPOLOGIA DOS MATERIAIS:
Materiais portáteis - bolas de diversas cores e tamanhos, arcos, cordas, pinos, letras,
números e figuras geométricas, puzzles, materiais de construção, etc.

Materiais semi-fixo e fixos - estruturas em madeira e outro material não rígido, colchões,
plintos, boques, espaldares, bancos, pneus, objetos de representação, etc.

ACIDENTES NOS ESPAÇOS DE JOGO INFANTIL…PORQUÊ?


Características do jogo infantil: Elevado nível de dispêndio energético, resultante de
atividades de forte intensidade, envolvendo grandes ações motoras Fraco conhecimento
corporal, expresso na dificuldade em coordenar movimentos ou de dar respostas rápidas e
imprevistas Imprevisibilidade comportamental (entusiasmo, emotividade, medo, etc.)

Características do espaço de jogo: Existência de materiais e equipamentos potencialmente


perigosos (materiais de grande rigidez e superfícies duras). Ausência de supervisionamento
adequado (vandalismo, aconselhamento, seleção de utentes, manutenção insuficiente
dos espaços, etc.) localização em zonas inadequadas (zonas de grande tráfego, fábricas, etc.)

MEDIDAS DE SEGURANÇA:
 Delimitação física do espaço de jogo;
 Implantação dos espaços de jogo com entradas e saídas para vias de tráfego reduzido;
 Construção dos espaços de jogo com unidades para diferentes escalões etários
perfeitamente delimitados;
 Estruturação dos espaços por graus de dificuldade;
 Criação de áreas de segurança entre os aparelhos de cada unidade;
 Utilização de pisos moles e de fácil drenagem em equipamentos com riscos de quedas;
 Supervisionamento dos espaços de jogo (dificultar o acesso das crianças às unidades
estranhas, manutenção dos espaços, evitar situações de vandalismo, etc);
 Utilização de materiais de longa duração, de estrutura não rígida e com boa fixação;
 Limitar a velocidade dos aparelhos, impedindo variações bruscas da quantidade de
movimento;

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