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Ensinando as Nações 1

Ensinando as Nações 2
ENSINANDO AS NAÇÕES
Comentaristas: OBREIROS(AS) DA CONVENÇÃO INTERNACIONAL DA
“ASSEMBLEIA DE DEUS” (CIAD)
Editor: Pr. Elias Garcia Fernandes

Primeiro Trimestre de 2022

SUMÁRIO
LIÇÃO TEMA DATA PÁGINA
Parábola sobre a vida
01 Pr. Deilton Miguel
02/01 5
Frutos dignos de arrependimento
02 Pr. Odilon Mendonça de Oliveira
09/01 9
A parábola da figueira estéril
03 Pr. Milton Cruz da Conceição
16/01 13
Enfrentando as paixões humanas
04 Pr. Joel Bezerra Santiago 23/01 17
A graça divina do perdão
05 Pr. Elias Garcia Fernandes
30/01 21
Como estão os teus lábios?
06 Pr. Edivaldo Silva Bastos (Junior)
06/02 25
Rompendo o silêncio de Deus
07 Mis. Tânia Silva Câmara
13/02 29
Façamos o bem, sempre!
08 Pr. Joelias Correa da Silva
20/02 33
A dracma perdida
09 Pr. Jeú Andrade Ferreira
27/02 37
Uma oração eficaz
10 Pra. Wesleyana Cabral Neves Araújo
06/03 41
As estratégias de Jesus
11 Pr. Jose Fernandes da Silva
13/03 45
Sem santificação, não há salvação
12 Dc(isa). Giovani Alves Moraes (Vaninha)
20/03 49
O analfabetismo bíblico e seus efeitos na
13 igreja - Pr. Estenyo Bezerra da Silva 27/03 53
Ensinando as Nações 3
ENSINANDO AS NAÇÕES
A PALAVRA VIVA NA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS DE ANÁPOLIS
Presidente: Pr. José Clarimundo César
1º Vice: Pr. Jossele Clauber César
2º Vice: Pr. Claudino Borges
1º Secretário: Pr. Carlos Marcos da Silva
2º Secretário: Pr. Álvaro Aurélio Pereira da Silva
1º Tesoureiro: Pr. Lázaro Vieira Filho
2º Tesoureiro: Ev. João dos Santos Neto
Diretor Administrativo: Pr. Ramos de Paula Nascente
Vice-Diretor Administrativo: Pr. Israel Osmundo de Miranda

Vogais: Pr. Antônio Barbosa Vieira, Pr. Daniel Egídio Garcia, Pr. Elias Garcia Fernandes, Pr. José Airton
Faustino, Ev. Paulo Egídio dos Santos e Pr. Salvarino Pinto da Silva.
Conselheiros: Pr. Antônio José Soares, Pr. Guido Pires Borges e Pr. Isaías Graciano de Jesus.

Co-pastores da igreja SEDE


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Diretor de Relações Institucionais: Pr. Venâncio Batista do Nascimento


Assistentes: Pr. Daniel Ferreira César
Atendimento: Pr. José Ubaldino de Freitas Veríssimo
Livraria da Igreja AD de Anápolis: Pb. Aldmir de Macedo Azevedo Júnior
Projeto Gráfico e Fotos: Pr. Paulo Sartin

Publicação Trimestral da CIAD - CONVENÇÃO INTERNACIONAL DA “ASSEMBLEIA DE DEUS”


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CONSELHO CONSULTIVO
Presidente: Pr. José Clarimundo César
Vices: Pr. Jossele Clauber César e Pr. Claudino Borges

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Silva e Pr. William da Rocha Melo

O TRABALHO LITERÁRIO DOS COMENTARISTAS É DE RESPONSABILIDADE DE CADA UM E CEDIDO


À CONVENÇÃO INTERNACIONAL DA “ASSEMBLEIA DE DEUS” PARA PUBLICAÇÃO.
Ensinando as Nações 4
Lição 01
Domingo, 02 de janeiro de 2022
Comentarista: Deilton Miguel
- Formado em Teologia (IBA-CBTC/EETAD)
- Bacharel em Teologia (IBA) - Professor do IBA
- Pastor da AD de Anápolis (Bairro Arco Verde)

PARÁBOLA SOBRE A VIDA

VERSÍCULO CHAVE (Mt 6.33) Leitura Bíblica Principal


Mt 6.23-34
Mas buscai primeiro o Reino de
Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas 23 Se, porém, os teus olhos forem maus,
vos serão acrescentadas. o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a
luz que em ti há são trevas, quão grandes
PENSAMENTO serão tais trevas!
24 Ninguém pode servir a dois senhores,
Levar preocupações para a porque ou há de odiar um e amar o outro
cama é dormir com uma carga nas cos- ou se dedicará a um e desprezará o outro.
tas. (Thomas Haliburton) Não podeis servir a Deus e a Mamom.
25 Por isso, vos digo: não andeis cuidado-
sos quanto à vossa vida, pelo que haveis
Leitura Diária de comer ou pelo que haveis de beber;
nem quanto ao vosso corpo, pelo que ha-
Segunda-feira - Provérbios 12.25 veis de vestir. Não é a vida mais do que
- A ansiedade adoece o coração. o mantimento, e o corpo, mais do que a
vestimenta?
Terça-feira - 1 Pedro 5.7
- Lançando sobre ele toda vossa ansie-
26 Olhai para as aves do céu, que não
dade. semeiam, nem segam, nem ajuntam em
celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta.
Quarta-feira - Filipenses 4.6 Não tendes vós muito mais valor do que
- Não estejais inquietos por coisa algu-
ma.
elas?
27 E qual de vós poderá, com todos os
Quinta-feira - Lucas 12.22 seus cuidados, acrescentar um côvado à
- Não estejais apreensivos pela vossa sua estatura?
vida.
28 E, quanto ao vestuário, porque andais
Sexta-feira - Mateus 6.34 solícitos? Olhai para os lírios do campo,
Não vos inquieteis, pois, pelo dia de como eles crescem; não trabalham, nem
amanhã. fiam.
Sábado - Mateus 11.29
29 E eu vos digo que nem mesmo Salo-
- No Senhor encontramos descanso mão, em toda a sua glória, se vestiu como
para a nossa alma. qualquer deles.
Ensinando as Nações 5
30 Pois, se Deus assim veste a erva do Deus? A nossa justiça precisa ter um ob-
campo, que hoje existe e amanhã é lança- jetivo: levar os homens a glorificar a Deus
da no forno, não vos vestirá muito mais a (Mt 5.16). A mensagem aqui é: a justiça
vós, homens de pequena fé? não deve ser praticada como uma propa-
31 Não andeis, pois, inquietos, dizendo: ganda para o autoengrandecimento.
Que comeremos ou que beberemos ou 2 - Modo correto de orar (6.5-15) -
Jesus não condena a oração em público,
com que nos vestiremos?
mas, sim, a motivação errônea aplicada.
32 (Porque todas essas coisas os gentios O que o Senhor condena é a hipocrisia,
procuram.) Decerto, vosso Pai celestial ou seja, o fato de alguém colocar-se em
bem sabe que necessitais de todas essas evidência para ser visto orando em públi-
coisas; co, apesar de não ter o hábito de orar de
33 Mas buscai primeiro o Reino de Deus, forma particular. É condenável quando al-
e a sua justiça, e todas essas coisas vos guém ora apenas para se exibir, mostrando
serão acrescentadas. algo que, efetivamente, ele não é.
34 Não vos inquieteis, pois, pelo dia de 3 - Quanto ao jejum (6.16-18) - A lei
amanhã, porque o dia de amanhã cuidará do Antigo Testamento prescrevia o jejum
de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal. anual (Lv 16.29). O farisaísmo acrescentou
dois jejuns semanais (segunda e quinta-
-feira) e os usava como ocasiões para exi-
COMENTÁRIO bição pública de piedade.
4 - Administração de bens (6.19-24)
Introdução - O Senhor deixou lições específicas no
sentido de mostrar que uma pessoa não
No evangelho de Mateus (capítu- pode servir a Deus e às riquezas ao mesmo
los 5 a 7), temos o conhecido Sermão do tempo.
Monte, onde podemos encontrar a essência 5 - A ansiedade (6.25-34) - Não há
do ensino de Jesus. O pastor e conferen- nada de errado alguém nutrir preocupa-
cista Ivênio dos Santos diz que o Sermão ções acerca de eventuais problemas que
do Monte tem o objetivo de nos mostrar possam surgir. O que o Senhor condena é
que teologia e psicologia não podem andar a preocupação angustiosa da pessoa, por-
dissociadas, pois somente através de um que isto revela total falta de fé.
conhecimento real de Deus é que se pode 6 - Julgamento indevido (7.1-12) - É
ter um conhecimento real do homem. importante que o cristão se submeta ao
O teólogo americano Everest F. padrão de Deus, ao invés de ficar conde-
Harrison diz que do capítulo 6 ao capítulo 7 nando a conduta de outrem. Afinal, todos
verso 12, Jesus deseja revelar as atitudes somos falhos. Todavia, isto não deve ser-
dos cidadãos do Reino. Jesus faz um con- vir de motivo para a omissão da disciplina
traste entre a vida honesta que se espera eclesiástica. Tudo tem que ser feito com
dos filhos do Reino, com a hipocrisia dos muito discernimento.
fariseus. Ele dá os seguintes exemplos:
II - BÊNÇÃO OU
I - GRANDES EMBARAÇO
CONTRASTES
As parábolas da vida ensinam que
1 - Dar esmolas (Mt 6.1-4) - Quere- temos facilidade de confundir embaraço
mos fazer justiça diante dos homens ou de com bênção (Mt 6.24,25). Assim, nem
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tudo que vem à minha porta pode ser con- Deus por termos recusado a desfrutar de
siderado como providência de Deus, por todas as coisas que ele criou para nosso
isso precisamos também de discernimento. deleite”. O pastor Wayne Cordeiro diz algo
O papel do diabo é levar-nos a incrível: “Nosso maior bem não é o tem-
viver ansiosos pelas coisas deste mundo, po, precisamos investir nossa energia de
ao ponto de vivermos em prol delas, como maneira mais intencional”. Não podemos
reféns delas. As propostas do diabo, às gastar toda nossa energia em busca de
vezes, se apresentam com certa lógica. A bens materiais. Precisamos entender uma
Bíblia nos diz que certa vez Davi quis enu- verdade: descanso é um mandamento
merar o povo para saber o número do seu bíblico, e a sua violação é extremamente
exército. No entanto, Deus viu nisto duas prejudicial.
coisas: 1. Foi uma ideia vinda do diabo;
2. Foi uma ideia que despertou a soberba IV - INVERSÃO DE
em Davi. Qual é a lógica deste raciocínio? VALORES
Saber da produtividade é algo justo, mas
quando esse desejo parte da ideia de mos- A ansiedade nos faz inverter os
trar quão bom você é, aí tal iniciativa se valores da vida. A ansiedade, às vezes, nos
torna um perigo (1 Cr 21.1-7). leva a desvalorizar o que Deus valoriza e
Acerca do embaraço, podemos valorizar o que não deve ser valorizado. De
dizer que tudo aquilo que nos rouba de uma forma prática, podemos dizer que a
nossa família, de Deus e dos amigos deve ansiedade é um desconforto doloroso da
ser visto como embaraço e pode nos deixar mente que se alimenta de medos iminen-
frágeis e susceptíveis ao pecado. O teólogo tes. A ansiedade enfatiza o ponto de vista
Herberth Looker diz duas verdades impor- humano e estrangula o ponto de vista de
tantes: 1. O serviço de Mamon sempre nos Deus.
envolve em ansiedade; 2. Toda ansiedade Segundo o escritor Charles Swin-
é, em si mesma, um serviço de Mamom. doll, a ansiedade sufoca a nossa habilidade
de distinguir as circunstâncias secundárias
da essencial. A ansiedade drena nossa ale-
III - AFRONTANDO A gria e faz com que julguemos os outros em
SUFICIÊNCIA DE DEUS vez de aceitá-los. Assim, tornamo-nos pes-
soas negativas.
Todo medo e preocupação em O pastor Paschoal Piragine diz que
excesso trazem desgastes à vida, eviden- a preocupação nos faz perder a paz e an-
ciando, assim, falta de fé. Isto pode ser tecipa o sofrimento em nossas vidas. Ela
considerado uma afronta à suficiência de destrói o nosso controle emocional, altera
Deus. O Todo-Poderoso que nos formou o nosso humor e esmorece a nossa fé.
e nos criou também é capaz de manter a Diante disso temos uma pergunta:
nossa vida. Quando desvalorizamos o que Deus valori-
Precisamos aprender uma verda- za e valorizamos o que não deve ser valo-
de: Às vezes ficamos tão preocupados em rizado? Quando gastamos mais energia -
remar, que não paramos para ver em que tempo na conquista de bens - do que com
direção o barco está seguindo ou em que investimento na vida (6.25,26). O Senhor
estamos sendo transformados. Há um di- disse: olhe como eu cuido das aves e en-
tado rabínico muito interessante que diz: tendam que vocês valem mais do que aves
“Um dia prestaremos contas diante de e eu cuidarei melhor de vocês (Lc 12.24).
Ensinando as Nações 7
É como se o Senhor estivesse fazendo al- 2 - Razões psicossomáticas - A ansie-
guns questionamentos: O que vale mais; dade gera muitas doenças: gastrite, úlce-
uma vida ou comida? O que vale mais; vi- ras, hipertensão, problemas cardíacos, etc.
das humanas ou pássaros e lírios? É mais Pessoas ansiosas têm 54% de probabilida-
difícil criar a vida ou manter a vida? O de de morte prematura. A ansiedade afeta
escritor Herberth Look disse: “Aquele que a memória, bloqueia a comunicação, cul-
nos deu a vida é capaz de mantê-la”. minando até mesmo com o fim de muitos
casamentos. A ansiedade desperta senti-
mento de pânico, dores no corpo, causa
V - DUAS RAZÕES anemia, falta de ar, confusão mental, diar-
CONTRA A ANSIEDADE reia, aumento ou perda de peso, queda de
cabelo, etc. É por isso que a ansiedade já
1 - Razões bíblicas - A ansiedade em ex- pode ser considerada o novo mal do sé-
cesso é incompatível com nossa vida cris- culo.
tã, por isso o Senhor Jesus nos adverte,
conforme Mateus 6.25-31,34. O teólogo
Russell N. Champlin menciona algumas
CONCLUSÃO
razões para não termos ansiedade: a) é
Não devemos viver ansiosos pelas
uma forma de adoração a Mamom (v.24);
seguintes razões: 40% de nossa ansieda-
b) Se o Senhor cuida dos pássaros e dos
de está em coisas que não vão acontecer;
lírios do campo, quanto mais de nós, seus
30% de nossa ansiedade está em coisas
filhos (v.26); c) porque não podemos alte-
do passado, situações que não podem ser
rar nem um côvado à nossa vida (v.27); d)
mudadas; 10% de nossa ansiedade é com
porque é inútil a preocupação com vesti-
a saúde, podendo provocar estresse; 8%
menta (v.28); e) porque tais preocupações
de nossa ansiedade tem a ver com proble-
são próprias dos gentios (v.32); f) porque
mas reais que precisam ser enfrentados.
Deus conhece as nossas necessidades
O importante é vivermos livres
(v.33).
do excesso de ansiedade, conforme está
O pastor e conferencista Antônio
registrado em Filipenses 4.7-9. Para isto
Carlos enumerou três coisas sobre a an-
basta vivermos onde a paz de Deus reina;
siedade, aplicando-as ao dinheiro: a) tanto
tendo uma vida onde o mundo interior é
o dinheiro quanto Deus fazem exigências
protegido (mente e coração guardados),
diametralmente opostas à alma; b) Deus
vivendo totalmente sob os cuidados de
quer que o ser humano prospere no campo
do ser; c) o dinheiro só reconhece a pros- Deus. O Deus de paz está conosco.
peridade do ter.
Quando não se confia no caráter QUESTIONÁRIO
de Deus, vive-se em função de um ídolo
que oferece proteção, mas não consegue 1 - Qual é o propósito de “nossa justi-
dar, e isso conduz inevitavelmente à ansie- ça”, conforme Mateus 5.16?
dade. Viver ansioso e ávido por dinheiro, 2 - O que é um embaraço?
significa duvidar do caráter de Deus. O que 3 - Cite um dos efeitos nocivos da an-
determina a extensão da ansiedade no co- siedade.
ração de um homem não é o tamanho da 4 - Como a ansiedade já pode ser
ameaça à sua vida, mas é a falta de con-
considerada?
fiança no caráter de Deus.

Ensinando as Nações 8
Lição 02
Domingo, 09 de janeiro de 2022
Comentarista: Odilon Mendonça de Oliveira
- Bel em Teologia (Faculdade Kurios) - Mestre em Liturgia (FATEFI)
- Pós-graduado em Pregação Bíblica (SETECEB) e Missiologia (SPRBC)
- Escritor, Conferencista e Pregador Itinerante

FRUTOS DIGNOS DE ARREPENDIMENTO

VERSÍCULO CHAVE (Mt 3.8) Leitura Bíblica Principal


Mt 3.8-10; Lc 19.8

Produzi, pois, frutos dignos de Mateus 3.8-10


arrependimento. 8 Produzi, pois, frutos dignos de arrepen-
dimento
9 e não presumais de vós mesmos, dizen-
PENSAMENTO do: Temos por pai a Abraão; porque eu vos
digo que mesmo destas pedras Deus pode
Ninguém vai para o porto seguro suscitar filhos a Abraão.
da glória sem navegar pelo canal estreito 10 E também, agora, está posto o macha-
do arrependimento. (William Dyer) do à raiz das árvores; toda árvore, pois,
que não produz bom fruto é cortada e lan-
çada no fogo.
Leitura Diária
Lucas 19.8
E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor:
Segunda-feira - Mateus 3.8 Senhor, eis que eu dou aos pobres meta-
- O arrependimento produz frutos. de dos meus bens; e, se em alguma coisa
tenho defraudado alguém, o restituo qua-
Terça-feira - Lucas 19.8
- Um dos frutos do arrependimento é druplicado.
reparar o passado.

Quarta-feira - Lucas 15.19 COMENTÁRIO


- Outro fruto é minimizar o autoconcei-
to. Introdução
Quinta-feira - Mateus 7.12
- Outro fruto é dar o exemplo. Esta lição sobre ‘frutos do arrepen-
dimento’ tem como objetivo complementar
Sexta-feira - Efésios 2.10 o estudo de duas outras anteriores sobre o
- As boas obras o revelam. mesmo assunto. O aluno e os professores
Sábado - Efésios 4.13 devem estudá-las juntas para não correr o
- Assemelhar-se a Jesus é o alvo. risco de perder a sequência na sistemática
pretendida.
Ensinando as Nações 9
Não são lições repetitivas, mas é texto bíblico é enfático: “E jamais me lem-
preciso estudá-las com cuidado para não brarei de seus pecados e de suas iniqui-
atropelar os assuntos. A primeira foi publi- dades” (Hb 10.17). “Eu, eu mesmo, sou o
cada na revista de número 73, as outras que apaga as tuas transgressões por amor
duas na revista de número 75. Os frutos de mim e dos teus pecados me não lem-
do arrependimento nos relacionam com o bro” (Is 43.25).
passado, com o presente e nos remete ao O desviado que morre no pecado
futuro. Eles nos levam a fazer uma leitura será condenado pelos novos pecados, não
do passado com continuada reprovação e pelos antigos. Esse é um fruto que perdu-
permanente gratidão. Também nos levam rará para sempre.
a olhar para o presente com dedicação e
louvor por saber o que foi feito gratuita- 2 - Um novo senso de valor
mente por nós na cruz, e para o futuro com
esperança e alegria. Vamos juntos exami- O novo nascimento dá novo senso
nar as Escrituras sobre este tema. de valor como aconteceu com Zaqueu (Lc
19.8) e com Paulo (Gl 2.20). Esse é um dos
I - FRUTOS DO PASSADO frutos que atestam a conversão (2 Co 5.17;
1 Pe 1.18,19) ligado à moral e aos valores
A expressão ‘frutos do passado’ reais da vida. Mas, tenha cuidado, porque
diz respeito ao tempo em que nos conver- são muitos os que, depois de abandonar
temos. O arrependimento é um divisor de práticas consideradas erradas, voltam a
águas que nos faz olhar para atrás com vivenciá-las outra vez, com a justificativa
gratidão, e, para o futuro, com esperança. de que as praticaram por infantilidade. O
arrependimento tem, necessariamente,
1 - Uma caminhada ascendente que produzir coisas novas na vida do con-
vertido. Caso tudo continue como antes,
A regeneração espiritual mudou não houve conversão.
por completo a nossa vida de tal modo que
agora somos novas criaturas (2 Co 5.17). O 3 - Um novo estilo de vida
novo nascimento não é uma reforma, uma
caiação do velho homem. A nova criatura - O arrependimento que dá novo
o pecador agora salvo - continua sua cami- senso de valor redunda num novo estilo
nhada rumo ao céu sendo transformado à de vida. O arrependimento é, necessaria-
imagem de Cristo a cada dia (Ef 4.12-16). mente, um descontentamento com a reali-
Tudo começou na conversão, mas tem que dade pessoal de descompasso e desacerto
ser aperfeiçoado (Fp 1.6). No entanto, não com a vontade de Deus e com sua lei. O
se diz isso acerca de todas as pessoas que arrependimento gera uma tristeza profun-
frequentam igrejas, pois, é certo que nem da, promovendo na pessoa uma vontade
todas elas se arrependeram, de fato, dos irreprimível de sair do estado pecaminoso
seus pecados, por isso não nasceram de e nunca mais voltar a viver como antes.
novo. Evidentemente, o arrependimento produz
Fomos declarados justos com a um novo estilo de vida observável desde
justiça de Cristo (Rm 5.1; 8.33,34) e tive- que a pessoa se converta.
mos o passado apagado para sempre. O
Ensinando as Nações 10
4 - Uma atitude de servo faz ver os outros com misericórdia, mas,
tenhamos cuidado, o temor está cada vez
Isto diz respeito à prontidão para mais escasso em nossos dias.
obedecer e para servir. Foi o que aconte-
ceu com todos os que foram alcançados 2 - A santidade
pela graça divina. Paulo disse: “Senhor,
que queres que faça”? (At 9.6). Os judeus, Ninguém é santo porque nasceu
arrependidos, perguntaram: “que faremos, santo, o arrependimento foi a porta de
varões irmãos”? (At 2.37). Zaqueu dis- entrada. João foi claro: “Preparai o cami-
se: “... dou aos pobres metade dos meus nho do Senhor, endireitai as suas veredas”
bens...” (Lc 19.8). Isso é fruto do arrepen- (Mt 3.3b). Esse fruto é dinâmico e nos faz
dimento que se manifesta e é visto logo no enxergar como dependentes; nunca como
início da vida cristã. suficientes (Hb 12.14). Essa é uma verda-
de comprovada até pela filosofia. Somos
II - FRUTOS NO seres falhos na medida, incompletos em
nós mesmos.
PRESENTE
3 - A segurança que provém de Deus
No presente há frutos atestando
que o arrependimento acontecido no pas- “Em Deus tenho posto a minha
sado repercute na vida diária do crente de confiança; não temerei o que me possa
maneira positiva e permanente. Através fazer o homem”, afirmou, confiante, o sal-
desta lição podemos constatar que há pes- mista (Sl 56.11). “Não presumais de vós
soas que, mesmo estando na igreja, nunca mesmos...” (Mt 3.9). “Maldito o homem
passaram por esse processo de conversão que confia no homem” (Jr 17.5). A nos-
verdadeira. E há outras que estão regre- sa segurança está posta unicamente em
dindo na fé, porque os seus frutos do início Deus (Sl 32.10; Pv 16.20). Quem nunca se
da conversão são mais e melhores que os arrependeu (converteu) não tem essa se-
atuais. É um contrassenso. Não é correto gurança, esse fruto. Observe que estamos
ser mais crente no início da fé do que nos enfatizando essas qualidades, essas virtu-
seus estágios futuros, embora isso possa des como fruto do arrependimento.
acontecer, como com a igreja de Éfeso (Ap
2.5).
III - FRUTOS PARA O
1 - O temor FUTURO
O arrependimento nos faz olhar a Nesse sentido, queremos dizer
vida com temor, porque o “machado está que o arrependimento produz novas pers-
posto à raiz das árvores” (Mt 3.10). O fogo pectivas no convertido, portanto, tem um
vai “queimar a palha”, isso é inexorável aspecto presente/futuro.
(v.12). Só os arrependidos esperam tomar
posse da vida eterna em definitivo (1 Tm 1 - Mantém a expectativa
6.12; Hb 10.34). Não há santo que não te-
nha passado pelo processo do arrependi- O arrependimento produz o fru-
mento. Isso nos faz evitar o orgulho e nos to da boa expectativa (1 Tm 6.12). Até a
Ensinando as Nações 11
ciência comprovou que os cristãos vivem
melhor porque veem a vida de maneira
CONCLUSÃO
positiva e estão sempre esperando coisas
Esta lição (a terceira da série) fala
boas acontecerem (Sl 40.1). Isso condiz
sobre o arrependimento no seu aspecto
com o ensino bíblico, de que somos o povo
presente, examinando à luz da palavra de
da esperança que “não traz confusão”.
Deus a necessidade de o crente manter-se
disposto a perdoar e receber perdão, consi-
2 - Mantém a certeza de receber ga-
derando sempre o seu passado reprovável,
lardões
vivendo o presente com um coração que-
brantado e uma mente sensível ao erro.
Estes são frutos de uma vida em
Neste estudo foram mencionados
comunhão com Deus desde o arrependi-
os frutos no tempo (passado, presente e
mento (1 Co 3.13-15). Os galardões são
futuro), e de modo interno e externo, res-
dados agora, mas entregues no futuro.
pondendo à pergunta acerca de quais são
Vivemos o presente na expectativa do fu-
os frutos do arrependimento.
turo. Não mencionamos os galardões pro-
Que os resultados deste estudo
priamente, mas apenas a fé nas promessas
produzam frutos bons, abundantes e pere-
bíblicas de recebê-los.
nes em nossas vidas.
3 - Mantém o senso de liberdade e
descanso QUESTIONÁRIO
Descansamos em Deus esperando 1 - O que os frutos do arrependimen-
o futuro se fazer presente. Os crentes têm to promovem em nós?
em mente o que o profeta disse: “não é
aqui o lugar de descanso”, por isso vivem
aqui pensando no futuro. Esse é um dos 2 - Qual é a nossa condição como
frutos do arrependimento ligado também ‘nascidos de novo’?
ao futuro. São frutos internos e externos.
Os internos dizem respeito aos resultados
advindos da conversão a Cristo, ligados 3 - Qual a relação do arrependimento
à nova vida, ao SER (2 Co 5.17). “Nova com a santidade?
criatura é”, diz o texto. Menciona-se a co-
munhão interna com o Espírito Santo (Rm
8.16), a paz com Deus (Rm 5.1), consigo 4 - O que podemos dizer dos ‘frutos
mesmo (Fp 4.7) e à consciência tranquila externos’?
(2 Co 10.4,5). Os frutos externos ligam-
-se moralmente ao testemunho pessoal, à
atitude serviçal e ao sofrimento por amor
a Cristo como privilégio unicamente dos
crentes (Fp 1.29; At 5.42).

Ensinando as Nações 12
Lição 03
Domingo, 16 de janeiro de 2022
Comentarista: Milton Cruz da Conceição
- Bacharel em Teologia (FATADEB) - Juiz de Paz (CCEBD)
- Capelão (OCEB - Ordem dos Capelães Evangélicos do Brasil)
- Pastor da AD de Anápolis | Divinópolis do Tocantins - TO

A PARÁBOLA DA FIGUEIRA ESTÉRIL

VERSÍCULO CHAVE (Jo 15.16) Leitura Bíblica Principal


Lc 13.6-9
Não me escolhestes vós a mim,
mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, 6 Então, Jesus proferiu a seguinte parábo-
para que vades e deis fruto, e o vosso fruto la: Certo homem tinha uma figueira plan-
permaneça, a fim de que tudo quanto em tada na sua vinha e, vindo procurar fruto
meu nome pedirdes ao Pai ele vos conceda. nela, não achou.
7 Pelo que disse ao viticultor: Há três anos
PENSAMENTO venho procurar fruto nesta figueira e não
acho; podes cortá-la; para que está ela
A esterilidade é incompatível com ainda ocupando inutilmente a terra?
o verdadeiro cristão. 8 Ele, porém, respondeu: Senhor, deixa-a
ainda este ano, até que eu escave ao redor
dela e lhe ponha estrume.
9 Se vier a dar fruto, bem está; se não,
Leitura Diária mandarás cortá-la.

Segunda-feira - Mateus 7.17 COMENTÁRIO


- Árvore boa, fruto bom.
Introdução
Terça-feira - Provérbios 11.30
- O fruto do justo.
Vale dizer que dentre os quatro
Quarta-feira - João 15.5 evangelhos, apenas Lucas registrou essa
- Quem permanece nele frutifica. parábola. Mais uma vez, o Senhor Jesus
toma por base a figura de uma árvore,
Quinta-feira - Mateus 3.8
- Frutos de arrependimento. numa linguagem simples e, ao mesmo
tempo, desafiadora. Essa parábola não
Sexta-feira - Salmos 92.14 deve ser confundida com a passagem bí-
- Dando frutos na velhice. blica em que uma figueira foi amaldiçoada
Sábado - Salmos 80.8,9 (Mt 21.18-22; Mc 11.12-14), porque nes-
- Fomos plantados por Deus. ta última passagem a história foi literal. O
único vínculo entre as duas é o fato de que
não havia frutos em ambas.
Ensinando as Nações 13
A narrativa serviu de lição para o posta não foi dada na parábola, mas um
povo de Israel e serve ainda hoje para nós. dia saberemos o porquê de todas as coisas
Ele nos escolheu a fim de produzirmos fru- (Dt 29.29).
tos para o engrandecimento do seu Reino. Depois de fazer tal advertência, o
Senhor Jesus usou a parábola para ampliar
I - O CONTEXTO DA o alcance de seu chamado no sentido de
promover um arrependimento nacional, a
PARÁBOLA fim de acrescentar algo àquela advertência
e torná-la ainda mais precisa e explícita.
O motivo da parábola foi ampliar e
impor a declaração de nosso Senhor, con-
forme está nos versículos que a precedem. II - A FIGUEIRA E O SEU
Alguns vieram a Jesus e lhe relataram a SIGNIFICADO
triste história de alguns galileus impetuo-
sos que foram mortos por Pilatos. Diz o 1 - A árvore
relato que o sangue daqueles homens era
misturado com o sangue dos sacrifícios de A palavra ‘figueira’ vem do latim
animais que eles realizavam (Lc 13.1). fícus, uma árvore da família das moráceas.
Como resposta àquelas referên- Trata-se de uma árvore ou arbusto de paí-
cias, Cristo disse a eles que se não se arre- ses quentes. “Algumas espécies atingem a
pendessem, também pereceriam de igual altura de nove metros” (Boyer). Seu fruto
modo (Lc 13.3). E, para reforçar a sua tese é o figo. Há muitos tipos de figueiras, por
quanto à necessidade de arrependimento, exemplo, a Figueira-benjamim (Ficus-ben-
Cristo fez uma pergunta alusiva a outro jamim), dentre outras, e a figueira da Pa-
fato igualmente trágico, ocorrido com de- lestina, de que fala a parábola, abundante
zoito homens sobre os quais caíram a torre em Canaã (Dt 8.8; Nm 13.23).
de Siloé.
Depois dos dois acontecimentos - 2 - O sentido espiritual
um perpetrado por um governador crimi-
noso; o outro de forma acidental - Cristo No sermão profético registrado
indagou se os galileus assassinados eram em Lucas 21.5-36, Jesus fez advertências
mais pecadores que os seus patrícios, ou sobre os diversos acontecimentos que an-
se as vítimas do desastre da torre de Siloé tecederão à sua vida, notadamente quanto
eram mais culpados do que os demais ha- ao povo de Israel. Após falar da Grande Tri-
bitantes de Jerusalém. bulação (vv.20-24), quando Jerusalém será
Sem esperar por qualquer respos- pisada pelos gentios (v.24), e da sua vinda
ta, Cristo concluiu: “... se vos não arrepen- em glória, o Senhor disse uma parábola:
derdes, todos de igual modo perecereis”. “Olhai para a figueira, e para todas as ár-
O Senhor Jesus quis dizer aos seus ouvin- vores” (v.29).
tes que eles deviam produzir frutos dignos A análise do texto, segundo emi-
de arrependimento, a fim de não perece- nentes estudiosos das Escrituras, conclui
rem. A afirmação de Jesus engloba uma que a figueira é um símbolo da nação
questão que inquieta a muitos e, inclusive, de Israel. O profeta Jeremias, usado por
servos de Deus: por que o mal acontece Deus, previu o futuro do povo, mediante
a todos, e não somente aos maus? A res- a visão de dois cestos de figos, diante do
Ensinando as Nações 14
Templo do Senhor, após Judá ter sido le- - aquele que foi enviado à casa de Israel a
vado para o cativeiro babilônico. O profeta fim de cuidar da figueira no meio da vinha
viu frutos bons e ruins. Diante dessa visão, (Mt 15.24). Ele “Veio para o que era seu, e
o Senhor disse que via os judeus como os os seus não o receberam” (Jo 1.11).
figos bons, e os faria retornar à sua terra
(Jr 24.1-7). Eles são comparados, biblica- IV - LIÇÕES DA
mente, a uma figueira.
PARÁBOLA
3 - A figueira no meio da vinha (Lc
13.6) 1 - Privilégio e responsabilidade

Vinha é uma quantidade de plan- A figueira sempre desfrutou de


tas arbustivas da família das vitáceas que muitos privilégios: lugar fértil, cuidados,
produzem uvas. No Antigo Testamento, atenção, lugar de honra, podas, etc. O que
quando Deus se referia ao estado desejado mais ela precisava? Nunca nos esqueçamos
para o povo de Israel, prometia que cada de que Deus tem o direito de procurar fru-
um se assentaria debaixo de suas videiras tos em nós. Quanto mais privilégios e bên-
e figueiras, em alusão à paz, segurança e çãos recebermos, mais teremos que res-
prosperidade (1 Rs 4.25; Mq 4.4; Zc 3.10). ponder por isso. Essa verdade se aplica a
A figueira no meio da vinha simboliza Israel todas as pessoas e em todas as áreas da
entre as nações (todas as árvores), como vida. Aliás, essa lógica é dita claramente
sugere Lucas 21.29. De fato, “do Senhor por Jesus durante o seu ministério. Em
é a terra e a sua plenitude, o mundo e Lucas 10, o Senhor adverte seriamente a
aqueles que nele habitam” (Sl 24.1). Espi- algumas cidades que foram especialmente
ritualmente, para Deus, o centro da terra é abençoadas por seu ministério, viram ma-
Jerusalém. ravilhas e continuaram impenitentes. Ele
diz que se Tiro e Sidom tivessem tido os
mesmos privilégios e oportunidades, elas
III - OS GUARDIÕES DA teriam se arrependido. Que palavra séria!
VINHA Por fim, em Lucas 12.48, Jesus foi taxativo:
“E a qualquer que muito for dado, muito se
1 - O dono da vinha - Quem é ele? lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou,
muito mais se lhe pedirá”.
A maioria dos estudiosos da Bíblia
reconhece que este personagem represen- 2 - Tempo de frutos
ta Deus, o Pai. Ele fez mais por Israel do
que fez por qualquer outro povo, ao conce- A lei dizia que o fruto só devia ser
der-lhe o privilégio de ser eleito dentre os colhido a partir do quarto ano de colhei-
povos, estabelecendo nele o seu nome (Êx ta (Lv 19.23-25). Os frutos eram proibidos
6.7; Dt 7.6; Sl 33.12). nos primeiros três anos, e, no quarto, eram
ofertados ao Senhor. Podemos inferir que o
2 - O vinhateiro dono da vinha certamente deve ter procu-
rado fruto no quinto, no sexto e no sétimo
Por analogia e, também com base ano, visto que já fazia três anos que ele
bíblica, deduz-se que o vinhateiro é Jesus vinha procurando frutos inutilmente na fi-
Ensinando as Nações 15
gueira. um investimento com adubos por mais um
Tudo isso reforça a imensa paciên- ano pudesse trazer algum resultado. Mas,
cia de Deus para conosco. Ele não procura reconhecendo os fatos, o vinhateiro sabe
frutos senão na época certa. Deus sabe que se a árvore prosseguir sem resulta-
que há épocas de estiagem e há tempos dos, estará tudo acabado. No entanto, ele
em que o fruto já precisa existir. O Salmo não diz: “Eu a cortarei”, mas diz: “Podes
primeiro diz que o justo é como uma árvo- cortá-la”. Ele não toma a iniciativa de des-
re que dá o seu fruto na estação própria. truição. Até o fim, o Senhor Jesus ensina
Aqui, a estação havia chegado, o momen- em alto e bom som que Deus é cheio de
to era exato, mas só havia folhagens. De misericórdia.
tudo isso, concluímos que fruto é para gen-
te madura. Crianças não produzem nada, CONCLUSÃO
elas requerem cuidados. Quem sabe a ra-
zão de muitos não produzirem frutos seja É interessante meditarmos na
por causa de uma eterna infantilidade, ou parábola da figueira estéril comparando-a
seja, nunca crescem! com as palavras do profeta Isaías: “Buscai
ao Senhor enquanto se pode achar, invo-
3 - Juízo e misericórdia cai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio o
seu caminho, e o homem maligno, os seus
O juízo não é cancelado, mas de- pensamentos e se converta ao Senhor, que
vido à grandeza da misericórdia e paciên- se compadecerá dele; torne para o nosso
cia divinas, ele é postergado. Encontramos Deus, porque grandioso é em perdoar” (Is
essa verdade em toda a Bíblia. Deus não 55.6,7).
tem prazer na morte do ímpio (Ez 18.23).
O prazer do Senhor está na conversão dos
pecadores ao ponto de festejá-la no céu QUESTIONÁRIO
(Lc 15.7). Ele não é um juiz implacável,
frio, iracundo e cheio de ódio. Deus é rico 1 - Qual o simbolismo da figueira?
em misericórdia, por causa de sua imensa
graça e misericórdia é que podemos ser 2 - O que simboliza a figueira no meio
salvos. É isto que Deus deseja (1 Tm 2.4; da vinha, segundo a lição?
2 Pe 3.9).
3 - A quem o dono da vinha represen-
4 - Última chance ta, segundo a lição?

Há uma mensagem que nos con- 4 - A quem o vinhateiro representa,


forta pelo fato de sabermos que a ênfase de acordo com a lição?
maior da parábola não está no juízo, mas,
sim, na longanimidade do proprietário. A
falta de produção, depois de três anos, é
um mau sinal. Seria improvável que tal ár-
vore viesse a dar frutos no futuro. Mas a
ordem “pode cortá-la”, vem acompanha-
da de uma solene e eficaz intercessão do
vinhateiro. Talvez um tratamento do solo,
Ensinando as Nações 16
Lição 04
Domingo, 23 de janeiro de 2022
Comentarista: Joel Bezerra Santiago
- Bacharel em Teologia (FATERJ)
- Formado no Curso Básico de Teologia (EETAD)
- Pastor da AD de Anápolis | Setor Sudoeste | Goiânia - GO

ENFRENTANDO AS PAIXÕES HUMANAS

VERSÍCULO CHAVE (Gl 5.24) Leitura Bíblia Principal


Tg 4.1-12
E os que são de Cristo crucifi-
caram a carne com as suas paixões e 1 Donde vêm as guerras e pelejas entre
concupiscências. vós? Porventura, não vêm disto, a saber,
dos vossos deleites, que nos vossos mem-
PENSAMENTO bros guerreiam?
2 Cobiçais e nada tendes; sois invejosos e
O servo de Deus precisa estar cobiçosos e não podeis alcançar; comba-
orando e vigiando para não se deixar teis e guerreais e nada tendes, porque não
dominar pelas paixões carnais. pedis.
3 Pedis e não recebeis, porque pedis mal,
para o gastardes em vossos deleites.
4 Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que
Leitura Diária a amizade do mundo é inimizade contra
Deus? Portanto, qualquer que quiser ser
amigo do mundo constitui-se inimigo de
Segunda-feira - Romanos 1.26 Deus.
- Pelo que Deus os abandonou às pai- 5 Ou cuidais vós que em vão diz a Escri-
xões infames. tura: O Espírito que em nós habita tem
Terça-feira - Romanos 6.12
ciúmes?
- Não cedam às paixões. 6 Antes, dá maior graça. Portanto, diz:
Deus resiste aos soberbos, dá, porém, gra-
Quarta-feira - Gálatas 5.24 ça aos humildes.
- Paixões crucificadas.
7 Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao dia-
Quinta-feira - Colossenses 3.5 bo, e ele fugirá de vós.
- Mortificando a vil concupiscência. 8 Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a
vós. Limpai as mãos, pecadores; e, vós de
Sexta- feira - 2 Timóteo 2.22
- Fugindo dos desejos ilícitos.
duplo ânimo, purificai o coração.
9 Senti as vossas misérias, e lamentai, e
Sábado - Tito 3.3 chorai; converta-se o vosso riso em pranto,
- O que éramos antes. e o vosso gozo, em tristeza.
10 Humilhai-vos perante o Senhor, e ele
Ensinando as Nações 17
vos exaltará. nós (Rm 7.5). Essas paixões ou deleites
11 Irmãos, não faleis mal uns dos outros. que operam em nossos membros (a na-
Quem fala mal de um irmão e julga a seu tureza carnal), podem ser de origem se-
irmão fala mal da lei e julga a lei; e, se tu xual, emocional ou moral. Elas geram con-
julgas a lei, já não és observador da lei, tendas. Ninguém pode deleitar-se em ver
mas juiz. o mal ou a queda do próximo. Isto é um
12 Há só um Legislador e um Juiz, que prazer diabólico!
pode salvar e destruir. Tu, porém, quem
és, que julgas a outrem? 3 - Desejo de poder - Esse desejo car-
nal que envolve poder tem origem em
COMENTÁRIO Lúcifer, que, ao desejar tomar o lugar de
Deus, imaginou-se grande (Ez 28.2,17). Há
Introdução muitos que para “subir” na vida, ou seja,
alcançar cargos elevados, procuram pas-
Na epístola em estudo, temos pe- sar por cima dos outros, gerando guerras
sadas exortações contra os crentes que e pelejas desnecessárias. A melhor coisa é
cedem às paixões carnais. Ainda hoje humilhar-se sob a potente mão de Deus
ocorre em certas igrejas a mesma situação para ser exaltado por ele no tempo dele
que havia na igreja de Corinto, onde, não (Tg 4.10, 1 Pe 5.6).
obstante os dons espirituais, havia muitos
crentes carnais que promoviam disputas 4 - Cobiça - O apóstolo Tiago diz: “Cobi-
entre eles, gerando um clima de baixo ní- çais e nada tendes” (Tg 4.2a). Cobiça é a
vel espiritual. Que Deus nos guarde desse “ambição desmedida por riqueza”. É uma
espírito maligno. espécie de irmã da avareza. É o desejo in-
controlável e malsão de se obter dinheiro
e outros bens materiais, não importando o
I - ORIGEM DAS GUERRAS meio utilizado. Isso é pecado. A Bíblia diz
E PELEJAS NAS IGREJAS que “... o amor do dinheiro é a raiz de toda
espécie de males; e nessa cobiça alguns
1 - O diabo - Ele tentou Jesus (Mt 4.1) e se desviaram da fé e se traspassaram a si
continua tentando os servos de Deus, pro- mesmos com muitas dores” (1 Tm 6.10).
vocando pelejas entre os crentes que dão
lugar à sua ação. Ele anda “em derredor, 5 - Inveja - “Sois invejosos e cobiçosos e
bramando como leão, buscando a quem não podeis alcançar” (Tg 4.2b). A inveja é
possa tragar” (1 Pe 5.8). Havendo guerras prima da cobiça e da avareza. Esta palavra
e pelejas não há união e, sem união, não vem do latim invídia, que significa “desgos-
há bênção. Devemos prevenir-nos contra to ou pesar pela felicidade de outrem; de-
as “astutas ciladas do diabo” (Ef 6.11). sejo violento de possuir o bem alheio” (Di-
cionário Aurélio). Na Bíblia, inveja é “obra
2 - A carne - Tiago, indagando de onde da carne” (Gl 5.21). Seja qual for o sentido,
vêm as guerras e pelejas entre os crentes, a inveja é um sentimento carnal e diabó-
responde que vêm dos deleites que guer- lico, sendo causa de guerras e contendas
reiam nos seus membros (Tg 4.1). Paulo entre pessoas nas igrejas. Os invejosos são
nos adverte no sentido de mostrar que as uns fracos, são escravos de si mesmos.
paixões pecaminosas querem operar em Que Deus tenha misericórdia de tais pes-
Ensinando as Nações 18
soas, despertando-as para a conversão do Deus não aceita isso em hipótese alguma.
seu “eu”! Jesus disse: “Ninguém pode servir a dois
senhores...” (Mt 6.24)
II - CONSEQUÊNCIAS DAS
PAIXÕES HUMANAS III - O RELACIONAMENTO
PREJUDICADO
1 - Carência de bens espirituais -
“Nada tendes, porque não pedis” (v.2c). 1 - O Espírito tem ciúmes (Tg 4.5b) -
O apóstolo falava a crentes que, ao invés Apesar de os estudiosos da Bíblia acharem
de buscarem a Deus em oração, ficavam que o versículo é ambíguo quanto ao termo
a guerrear entre eles cobiçando o que era ‘Espírito’, o cuidadoso e amplo estudo do
dos outros. Tudo isso gerava um clima de contexto, acrescido das demais passagens
inquietação, que não motivava a adoração correlatas, deixa claro tratar-se de Espírito
a Deus. Paulo, escrevendo aos filipenses, Santo, que, ante a amizade do crente com
diz que devemos orar, suplicar e apresentar o mundo, tem zelo extremo, entristecendo-
ações de graça, em lugar de inquietar-nos. -se com esse adultério espiritual. As guer-
Assim, teremos a paz de Deus (Fp 4.6,7). ras e pelejas, próprias de carnais, sufocam
a comunhão com o Espírito Santo.
2 - Orações não respondidas - “Pedis
e não recebeis” (T 4.3). No versículo an- 2 - “Deus resiste aos soberbos” (v.6b)
terior, o apóstolo diz que eles não pediam. - Soberba e orgulho são sinônimos. O so-
Aqui, diz que pediam, mas não recebiam. berbo não tem nada de positivo em sua
Por quê? A resposta é dada em seguida: vida. De acordo com a psicologia, orgulho
“...porque pedis mal, para o gastardes em é medo. O orgulhoso tem medo de não
vossos deleites”. Em meio às guerras e pe- ser respeitado, de não ser reconhecido.
lejas internas, na igreja local, seus pedidos Por isso, exalta-se a si mesmo buscando a
não tinham valor. Temos o direito de pe- qualquer custo “honra e estima dos outros
dir o que quisermos ao Senhor, desde que a fim de satisfazer seu orgulho” (Bíblia de
o objetivo não seja egoísta, e, acima de Estudo Pentecostal). Assim, em sua exal-
tudo, que seja para a glória de Deus. Jesus tação, perde a oportunidade de ser aben-
ensinou os discípulos a orar (Mt 6.5-13). çoado por Deus. E o que é pior: encontra
pela frente a resistência da poderosa mão
3 - Infidelidade espiritual de Deus. Ao contrário disso, diz Tiago que
Deus “dá, porém, graça aos humildes”.
Tiago chamou aqueles crentes de
“adúlteros e adúlteras” (Tg 4.4a). Podemos IV - COMO EVITAR AS
inferir que se tratava de infidelidade espi-
ritual, pois o apóstolo acentua: “a amizade PAIXÕES HUMANAS
do mundo é inimizade contra Deus”. Entre
aqueles crentes não havia lugar para o Es- 1 - Sujeitando-se Deus e resistindo
pírito de Deus. João diz: “Se alguém ama ao diabo (Tg 4.7) - O apóstolo diz que
o mundo o amor do Pai não está nele” (1 devemos sujeitar-nos a Deus e resistir ao
Jo 2.15b). Esse amor ao mundo configura diabo para que ele fuja de nós. Sem a ação
adultério, infidelidade ou ritual espiritual. diabólica na igreja, não haverá lugar para
Ensinando as Nações 19
guerras, pelejas e contendas. demos a julgar a nós mesmos, e não aos
outros.
2 - Chegando-se a Deus (v.8) - Estan-
do perto de Deus, pela oração e comu- CONCLUSÃO
nhão, os crentes têm condições de adquirir
intimidade com o Senhor. Os sentimentos Fica bem claro que as guerras e
maus são afastados pela presença do Es- pelejas entre os crentes, como manifes-
pírito de Deus. tações das paixões humanas, têm sido
utilizadas como instrumento de perturba-
3 - Purificando o coração (v.8c) - Davi ção na obra do Senhor. O adversário sabe
disse que o jovem purifica o seu caminho que a igreja marcha mais rápido quando
observando a palavra de Deus e escon- há união, amor, humildade, oração sincera
dendo-a no coração (Sl 119.9-11). Tiago e comunhão com Deus. Se ele conseguir
exorta aos crentes pecadores a limparem prejudicar o clima espiritual, o caminho do
seus corações, e aos de duplo ânimo a pu- fracasso fica aberto.
rificar o coração. Isso afugenta as paixões Que Deus nos ajude a evitar esses
humanas. males em nós mesmos, para que possa-
mos combatê-los.
4 - Sentindo as misérias (v.9) - O após-
tolo exorta a que os crentes carnais cheios
de inveja e cobiça, ao invés de pelejarem QUESTIONÁRIO
entre si, convertam-se, sentindo suas mi-
sérias através do lamento e do choro, tor- 1 - Quais são as causas das guerras e
nando o riso da carne em pranto interior, pelejas nas igrejas?
e o gozo mundano em tristeza, atitudes
essas que significam mudanças perante de 2 - Quais são as consequências das
Deus. paixões humanas?

5 - Humilhando-se perante o Senhor 3 - Segundo Tiago, como se deve evi-


(v.10) - Já vimos que Deus dá graças aos tar as paixões humanas?
humildes (v.6). Se os crentes se humilha-
rem, Deus os exaltará; porém, se exalta- 4 - Como Tiago chamou os crentes
rem, serão humilhados. A humildade é a que praticam a infidelidade espiri-
arma por excelência contra orgulho, inveja, tual?
cobiça, pelejas e guerras nas igrejas.
5 - O que perde o soberbo ao se exal-
6 - Não falando mal uns dos outros tar?
(v.11) - Tiago ensina-nos que não de-
vemos falar mal uns dos outros. Se o fi-
zermos, passaremos à condição de juízes
da lei, tomando o lugar de Deus. Isso é
muito perigoso. Finalmente, o apóstolo
conclui: “Tu, porém, quem és, que julgas
a outrem”? (v.12b). Em 1 Coríntios 11.31,
temos o texto básico da ceia, onde apren-
Ensinando as Nações 20
Lição 05
Domingo, 30 de janeiro de 2022
Comentarista: Elias Garcia Fernandes
- Bacharel em Direito (UniEvangélica) e em Teologia (FATAI)
- Pós-graduado em Ciências da Religião (FATEBOV)
- Pastor Auxiliar da AD de Anápolis | SEDE

A GRAÇA DIVINA DO PERDÃO


VERSÍCULO CHAVE (Jo 8.11) Leitura Bíblica Principal
Jo 8.1-11
E ela disse: Ninguém, Senhor. E
1 Porém Jesus foi para o monte das
disse-lhe Jesus: Nem eu também te con-
Oliveiras.
deno; vai-te e não peques mais.
2 E, pela manhã cedo, voltou para o
templo, e todo o povo vinha ter com ele, e,
PENSAMENTO assentando-se, os ensinava.
Deus jamais prometeu perdoar 3 E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma
um único pecado que o homem não esteja mulher apanhada em adultério.
disposto a abandonar (Anônimo). 4 E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre,
esta mulher foi apanhada, no próprio ato,
adulterando,
5 e, na lei, nos mandou Moisés que as tais
Leitura Diária sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?
6 Isso diziam eles, tentando-o, para que
Segunda-feira - Marcos 2.17 tivessem de que o acusar. Mas Jesus,
- Os sãos não necessitam de médico. inclinando-se, escrevia com o dedo na terra.
7 E, como insistissem, perguntando-lhe,
Terça-feira - Lucas 19.1-10
- Salvação para os perdidos. endireitou-se e disse-lhes: Aquele que
dentre vós está sem pecado seja o primeiro
Quarta-feira - Mateus 9.13 que atire pedra contra ela.
- Jesus chama os pecadores ao 8 E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra.
arrependimento.
9 Quando ouviram isso, saíram um a um, a
Quinta-feira - Mateus 5.20 começar pelos mais velhos até aos últimos;
- A justiça de Deus requer atitudes do ficaram só Jesus e a mulher, que estava no
coração. meio.
Sexta-feira - Lucas 18.14 10 E, endireitando-se Jesus e não vendo
- Aquele que se humilhar, será exaltado. ninguém mais do que a mulher, disse-
lhe: Mulher, onde estão aqueles teus
Sábado - Lucas 7.47 acusadores? Ninguém te condenou?
- Onde muito pecados são perdoados,
muito amor é demonstrado. 11 E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe
Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te
Ensinando as Nações 21
e não peques mais. temos uma demonstração da profícua
capacidade de ensino do Senhor Jesus: “... e
COMENTÁRIO muitos, ouvindo-o, se admiravam, dizendo:
De onde vêm essas coisas? E que sabedoria
Introdução é esta que lhe foi data? E como se fazem
tais maravilhas por suas mãos”?
A lição de hoje é muito oportuna Entre tantas preciosidades
para nos mostrar um comportamento ensinadas por Jesus, há uma que toca
que, desde tempos imemoriais, tem feito profundamente a sensibilidade do nosso
parte da conduta de muitos. Trata-se do coração, porque diz respeito à maneira
rigor na aplicação da justiça própria, com errônea e precipitada de julgarmos nosso
condenações precipitadas acerca de atitudes semelhante. Atentemos às palavras de
do próximo. Jesus: “Vós julgais segundo a carne, eu a
O procedimento misericordioso ninguém julgo” (Jo 8.15).
de Jesus no episódio do encontro dele
com a mulher adúltera (Jo 8.1-11), serve II - O FRÁGIL
como repreensão para que possamos JULGAMENTO HUMANO
rever conceitos e mudar de atitudes em
relação à nossa maneira de agir. Mudanças, É impressionante a facilidade que
sobretudo, quanto à prática da compreensão o homem tem de, a seu bel-prazer, dar
e do perdão como resultados da graça divina veredictos sobre comportamentos alheios,
(Jo 3.17). notadamente na área espiritual. Ao menor
conhecimento de um fato desagradável
I - O ENSINO DO MESTRE ou procedimento errôneo de alguém,
imediatamente já surge a oportunidade para
Depois de exaustiva tarefa a pessoa agir como um juiz (Tg 4.11).
ensinando o povo por ocasião da Festa dos Precisamos entender que no
Tabernáculos (Jo 7.14,28,37), o Senhor verdadeiro cristianismo o amor de Deus
Jesus foi para o monte das Oliveiras (Jo 8.1), não é dedicado apenas àqueles que são
provavelmente para entregar-se à prática da considerados “perfeitos” (coisa que não
oração, enquanto todos tinham regressado existe), ou considerados “dignos” dentro de
para suas casas (Jo 7.53). uma avaliação do ponto de vista humano.
No outro dia, pela manhã, É fundamental entendermos que a infinita
Jesus voltou ao Templo, aproveitando a graça de Deus é ampla e atinge a todos,
oportunidade para continuar ministrando sem exceção, mas ela precisa ser desejada
ao povo. É interessante a maneira como e aceita pelas pessoas.
sempre nos emocionamos e nos edificamos
com as curas, expulsão de demônios e 1 - Desamor e religiosidade
restauração de vidas que o nosso Mestre
realizou em seu ministério terreno. Todavia, Teoricamente os escribas e fariseus
igual atenção e interesse devemos ter para tinham muito conhecimento da lei, mas
com os exemplos de Jesus em relação à nada entendiam dos princípios de graça
maneira como ele ensinava ao povo. e misericórdia. Eles humilharam aquela
No evangelho de Marcos (6.2) mulher expondo-a à execração pública,
Ensinando as Nações 22
como se eles próprios fossem autênticos fé ao cumprimento de regras e leis. Porém,
guardiões da moralidade (Tg 1.25,26). Deus é misericordioso e cheio de graça
A motivação daqueles acusadores para conosco, e as suas misericórdias não
não era defender os padrões éticos ou têm fim (Lm 3.22). A nossa alma se alegra
demonstrar zelo pela lei. Na verdade, o quando nos deparamos com a declaração
que eles queriam era censurar o Senhor do salmista: “Ó Deus, declara que eu estou
e, munidos de um sentimento repulsivo, inocente e defende a minha causa contra
foram impulsionados por um injustificável essa gente que não te adora! Livra-me das
ódio na tentativa de colocar o Mestre em pessoas traiçoeiras e perversas” (Sl 43.1-
situação difícil: Ou ele permitia a execução NTLH).
da pena de morte, contrariando, neste caso, É a imensa graça de Deus que
os princípios da misericórdia divina; ou a nos enche de fé, de amor e nos coloca
absolvição, algo que infringia a Lei. receptivos ao perdão divino (1 Tm 1.14,15)
Tanto uma situação quanto a tornando-nos prontos para pedir e conceder
outra faziam parte dos planos daqueles o perdão sempre que for necessário (Mt
hipócritas para flagrar o Senhor nalguma 18.22). A palavra graça é de raiz latina
falha ou incoerência. A visão espiritualmente gratia que, traduzida do grego charis,
míope daqueles hipócritas era a seguinte: significa “graciosidade, benevolência, favor
se Jesus permitisse o apedrejamento, ele ou bondade”.
poderia ser enquadrado pelas autoridades
romanas como incitador da ordem pública; 1 - Bondade e clemência
se não permitisse a execução, estaria
agindo com licenciosidade, ficando, assim, O Senhor Jesus, pelo seu grande
desacreditado perante as autoridades e, amor, sempre dispensou carinhosa
também, perante o povo. dedicação aos desprezados, fracos e
Diante de um quadro tão hostil, oprimidos pelo pecado. Vemos tal exemplo
o nosso Senhor agiu de acordo com a no texto desta lição (Jo 8.1-11) e na história
sua grandeza: ele ignorou as insistentes da mulher pecadora (Lc 7.37) quando
indagações dos “fundamentalistas Jesus disse à mulher: “... os seus muitos
defensores da lei” e, simplesmente, inclinou- pecados lhe são perdoados, porque muito
se outra vez e continuou escrevendo no amou...” (v.47), “... os seus pecados te são
chão (Jo 8.8). perdoados” (v.48), “... A tua fé te salvou;
vai-te em paz” (v.50).
III - MISERICÓRDIA NO Por mais contraditório que possa
parecer, aqueles a quem consideramos
JULGAMENTO DIVINO pecadores, mas que são conscientes de
sua culpa e se arrependem, são os mais
De acordo com a Bíblia, Deus é o receptivos ao perdão e à graça de Deus.
único Juiz, pois ele sobrepõe a qualquer Afinal, Jesus veio buscar e salvar os perdidos
aparato de lei. Somente ele pode salvar ou (Lc 19.10).
destruir (Tg 4.12). Somente ele julga com Falando sobre este assunto, o
absoluta justiça (Sl 103.6). Todavia, ele escritor Abraão de Almeida, em seu livro O
também é amor (1 Jo 4.8b). Aleluia por isto! SÁBADO, A LEI E A GRAÇA, disse o seguinte:
A prática da religiosidade leva o “Divina é a religião do ‘alto para baixo’. Nela
homem à tendência malévola de associar Deus faz, isto é, oferece ao homem a graça
Ensinando as Nações 23
salvadora, por reconhecer a incapacidade está em pé ou cai; mas estará firme, porque
humana de produzir obras de justiça. A poderoso é Deus para o firmar”.
religião divina é o plano de Deus para salvar
o homem caído. As religiões humanas são CONCLUSÃO
‘de baixo para cima’. Nelas o homem faz, isto
é, oferece a Deus o produto do seu esforço”. Sabemos que os líderes e pastores
não compactuam com atos pecaminosos
2 - Oportunidade para reflexão de qualquer membro da igreja, seja quem
for. O pecado não pode ser tolerado e os
O posicionamento do Mestre erros cometidos precisam ser censurados
constrangeu os algozes daquela infeliz e corrigidos. Aliás, correção também é
mulher (Jo 8.4,5). Mas o Senhor nem demonstração de amor (Hb 12.6-9).
tomou conhecimento das acusações feitas Entretanto, toda disciplina deve
e, simplesmente, começou a escrever na ser recheada com benevolentes doses
terra (v.6). E, por insistirem na cruel delação, de paciência e amor. Algo desagradável
Jesus Cristo questionou a inescusabilidade acontece quando pessoas da igreja, em
deles e, novamente, inclinou-se para vez de praticarem o perdão como prova
escrever no chão enquanto eles se retiravam do amor de Cristo, assumem o papel de
cabisbaixos. julgador aplicando a justiça própria (Rm
Certamente Jesus agiu assim 10.3,4). O modo como agiu Jesus diante da
para que aquela pausa momentânea os mulher adúltera nos ensina a sublimidade
sensibilizasse e os levasse a ter consciência do propósito redentor para uma alma caída
da maldade de suas intenções. Foi preciso (Lc 15.7).
que aqueles homens aprendessem sobre
uma lei mais profunda, mais elevada e
temperada com misericórdia, para que QUESTIONÁRIO
pudessem refletir e se autoexaminar sobre
a delicada questão. 1 - Cite um dos objetivos desta lição.
Com relação a este texto, há
inúmeros comentários que fazem inferência 2 - Como podemos exercitar correta-
mostrando que Jesus escrevia fatos mente o amor ao próximo?
comprometedores na vida dos que acusavam
a mulher. Seguindo este raciocínio, fica fácil 3 - Como agiu o nosso Mestre diante
imaginar a vergonha que aqueles hipócritas da incompreensão dos acusadores?
sentiram ao receberem aquela lição de
moral. Cada qual, ao seu modo, podendo 4 - Quais são as pessoas mais receptivas
lembrar de tantos pecados cometidos. do perdão e da graça divina?
Como está nossa vida espiritual?
Porventura, temos em nossa vida algo que
possa nos envergonhar, caso o Senhor
queira escrever nosso testemunho de
cristão? Pensemos nisto!
Atentemos ao que está registrado
em Romanos 14.4: “Quem és tu que julgas
o servo alheio? Para seu próprio senhor ele
Ensinando as Nações 24
Lição 06
Domingo, 06 de fevereiro de 2022
Comentarista: Edivaldo Silva Bastos (Junior)
- Mestrado em Teologia (FATENAL)
- Formado no Curso Literaturas Religiosas (Univ. HARVARD/USA - EDX)
- Pastor da AD de Anápolis | Florianópolis - SC

COMO ESTÃO OS TEUS LÁBIOS?

VERSÍCULO CHAVE (Is 6.5) Leitura Bíblica Principal


Is 6.1-8
Então, disse eu: ai de mim, que
vou perecendo! Porque eu sou um homem 1 No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi
de lábios impuros e habito no meio de um ao Senhor assentado sobre um alto e subli-
povo de impuros lábios; e os meus olhos me trono; e o seu séquito enchia o templo.
viram o rei, o Senhor dos Exércitos! 2 Os serafins estavam acima dele; cada um
tinha seis asas: com duas cobriam o rosto,
PENSAMENTO
e com duas cobriam os pés, e com duas
Os lábios revelam a nossa essência, voavam.
quer insensatos ou sábios, demolidores ou 3 E clamavam uns para os outros, dizendo:
edificadores, condenados ou salvos. Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exér-
citos; toda a terra está cheia da sua glória.
4 E os umbrais das portas se moveram
Leitura Diária com a voz do que clamava, e a casa se
Segunda-feira - Provérbios 10.11b encheu de fumaça.
- A boca do ímpio gera violência. 5 Então, disse eu: ai de mim, que vou pe-
recendo! Porque eu sou um homem de lá-
Terça-feira - Provérbios 6.17
- Os lábios mentirosos aborrecem ao
bios impuros e habito no meio de um povo
Senhor. de impuros lábios; e os meus olhos viram o
rei, o Senhor dos Exércitos!
Quarta-feira - Provérbios 6.19
6 Mas um dos serafins voou para mim tra-
- A boca que gera contendas, Deus
abomina. zendo na mão uma brasa viva, que tirara
do altar com uma tenaz;
Quinta-feira - Provérbios 17.28 7 e com ela tocou a minha boca e disse: Eis
- Lábios em silêncio geram reputação
de sabedoria. que isto tocou os teus lábios; e a tua iniqui-
dade foi tirada, e purificado o teu pecado.
Sexta-feira - Provérbios 12.18 8 Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que
- As línguas dos sábios levam a cura.
dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por
Sábado - Provérbios 10.11a nós? Então, disse eu: eis-me aqui, envia-
- Os lábios dos justos são fontes de -me a mim.
vida.

Ensinando as Nações 25
putado por sábio; e o que cerra os seus
COMENTÁRIO lábios é tido por entendido” (Pv 17.28).
Sábio é aquele que sabe exatamente o
Introdução
momento de se calar, por isso não trope-
ça em palavras. Se formos moderados no
Isaías foi sincero em sua declara-
falar, demonstraremos que somos pruden-
ção quando reconheceu ser um homem de
tes aos olhos dos que nos cercam. Existem
lábios impuros, uma vez que a boca só fala
momentos em que o silêncio é a maior ex-
do que o coração (mente) está cheio (Mt
pressão de sabedoria, principalmente nas
12.34b). Entendemos que Isaías era co-
horas em que as emoções estão afloradas.
nhecedor de seu estado espiritual, ou seja,
Nesse momento é melhor manter os lábios
do que a sua consciência lhe condenava.
fechados. “Quem retém as palavras possui
Ele vivia no meio de um povo de impuros
o conhecimento, e o sereno de espírito é
lábios, algo semelhante ao que acontece
homem de inteligência” (Pv 17.27).
conosco ainda hoje, pois podemos estar
Há uma frase que diz: “o silêncio é
vivendo o mesmo dilema de Isaías. Muitas
a pior resposta que se possa refutar”. A se-
pessoas já não têm o mínimo de temor ao
renidade do silêncio quebra todo o jugo de
dirigir a palavra para seu próximo. Há falta
ira. Em sua sabedoria, Deus nos fez com
de respeito e isto faz com que as pessoas
dois ouvidos e apenas uma boca. Façamos
cada vez mais banalizem os princípios de
segundo a recomendação de Tiago: “...
hierarquia. Professores têm sido ofendidos
todo o homem seja pronto para ouvir, tar-
com palavras de baixo calão e espancados
dio para falar” (Tg 1.19). Devemos guardar
em sala de aula. Esse é só um exemplo
este versículo em nossos corações.
dentre milhares existentes no nosso dia a
dia. As pessoas têm muita dificuldade para
2 - Lábios irrepreensíveis
controlar o que falam. Estão perdendo o

domínio próprio e já não se dão conta de
“Linguagem sadia e irrepreensível,
que isso acarretará em condenação futu-
para que o adversário seja envergonhado,
ra: “Mas eu vos digo que de toda palavra
não tendo indignidade nenhuma que dizer
ociosa que os homens disserem hão de dar
a nosso respeito” (Tt 2.8). As pessoas que
conta no Dia do Juízo. Porque por tuas pa-
proferem palavras temperadas são dignas
lavras serás justificado e por tuas palavras
de admiração e respeito, e por este com-
serás condenado” (Mt 12.36-39).
portamento não dão espaço para a acusa-
Esta lição tem o objetivo de levar-
ção do inimigo.
-nos a uma reflexão para que saibamos
Como flecha lançada, assim são as
policiar diariamente os nossos procedimen-
palavras que saem de nossos lábios. Uma
tos, principalmente no falar. Conheceremos
vez ditas, não voltam jamais. Por este mo-
dois aspectos que retratam os tipos de lá-
tivo devemos nos manter irrepreensíveis.
bios e seus procedimentos:
Se dominarmos toda palavra que sai de
nossa boca evitaremos tropeços. O fato de
I - ASPECTOS POSITIVOS não tropeçarmos no falar demonstra que
somos capazes de dominar todo o corpo
1 - Lábios que silenciam (Tg 3.2). Se nos mantivermos irrepreensí-
veis, Deus dará testemunho de nós, como
“Até o tolo, quando se cala, é re- também deu testemunho de Jó (Jó 1.8).
Ensinando as Nações 26
3 - Lábios vigilantes ção tenha onde se espelhar.

“Como maçãs de ouro em salvas II - ASPECTOS


de prata, assim é a palavra dita a seu tem-
po” (Pv 25.11). Quão maravilhoso é ouvir- NEGATIVOS
mos uma palavra de força e de fé num mo-
mento de angústia, uma palavra de vigor e 1 - Lábios que semeiam contendas
encorajamento no momento de fraqueza,
uma palavra de consolo no momento de “Estas seis coisas aborrece o Se-
tristeza. Todavia, é deveras decepcionan- nhor, e a sétima a sua alma abomina: olhos
te uma palavra colocada em um momento altivos, e língua mentirosa, e mãos que
errado, pois isso gera grande desconforto. derramam sangue inocente, e coração que
Para termos lábios prudentes maquina pensamentos viciosos, e pés que
precisamos orar como Davi orou: “Põe, ó se apressam a correr para o mal, e teste-
Senhor, uma guarda à minha boca; guar- munha falsa que profere mentiras, e o que
da a porta dos meus lábios” (Sl 141.3). A semeia contendas entre irmãos” (Pv 6.16-
vigilância deve ser exercitada em nossas 19). Essa referência dispensa comentários
vidas, principalmente no falar, escolhendo ou interpretações, Deus abomina aqueles
palavras de acordo com a ocasião. Deve- que mentem e semeiam contendas. Nos-
mos sempre pedir sabedoria do céu, para sa palavra deve ser “Sim, sim; não, não,
que o Senhor possa usar nossos lábios porque o que passa disso é de procedência
para a edificação de vidas. Paulo também maligna” (Mt 5.37). Muitas pessoas serão
nos faz uma excelente recomendação: “A surpreendidas e condenadas por esta prá-
vossa palavra seja sempre agradável, tem- tica maligna, pois a inversão de valores fez
perada com sal, para saberdes como de- com que a mentira e a divulgação da dis-
veis responder a cada um” (Cl 4.6).   córdia se tornassem uma prática tolerável
dentro de algumas igrejas. Meus irmãos,
4 - Lábios que confessam a Jesus não podemos titubear, devemos sustentar
a verdade, não dando lugar ao inimigo.
“Se, com a tua boca, confessares
ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres 2 - Lábios que amaldiçoam
que Deus o ressuscitou dos mortos, serás
salvo. Visto que com o coração se crê para “Nem no teu pensamento amaldi-
a justiça, e com a boca se faz confissão çoes o rei, nem tampouco no mais inte-
para a salvação” (Rm 10.9,10). Como é de rior do teu quarto, o rico; porque as aves
conhecimento de muitos, a confissão públi- dos céus poderiam levar a tua voz, e o que
ca não é o meio de salvação; é a evidência tem asas daria notícia das tuas palavras”
de salvação. Confessar o nome do Senhor (Ec 10.20). Na atual conjuntura em que
é um privilégio para aqueles que foram al- vivemos, tem sido fácil encontrar pessoas
cançados pela graça salvadora. Todos os que se dizem cristãs, mas que dão péssi-
que confessam o nome do Senhor Jesus mo exemplo quando amaldiçoam as auto-
Cristo edificam suas próprias vidas, e estão ridades constituídas. Lábios que deveriam
aptos a edificar outras vidas. Que os nos- abençoar e orar em favor das lideranças,
sos lábios venham ser exemplo de devoção governos e pessoas de um modo geral,
e adoração, para que o sedento por salva- estão fazendo o inverso da recomendação
Ensinando as Nações 27
bíblica, como se isso fosse algo tolerável. Isso é inaceitável. Temos que ser
Atentemos às recomendações de Tiago: luz do mundo, dando bom testemunho no
“Se alguém entre vós cuida ser religioso proceder e no falar. Deus deve ser exalta-
e não refreia a sua língua, antes, engana do através de nossas vidas (Mt 5.14-16).
o seu coração, a religião desse é vã” (Tg Aqueles que procedem de forma indevida
1.26). Ou seja, os lábios que abençoam no falar, praticando ofensas, injúrias e imo-
não deveriam ser os que também amal- ralidades, um dia sofrerão a devida puni-
diçoam. Essa prática é anticristã: “Obede- ção.
çam às autoridades, todos vocês. Pois ne-
nhuma autoridade existe sem a permissão CONCLUSÃO
de Deus, e as que existem foram colocadas
nos seus lugares por ele. Assim quem se O profeta Isaías entendeu que
revolta contra as autoridades está se revol- para estar na presença de Deus e oferecer-
tando contra o que Deus ordenou, e os que -lhe um culto racional, teve que passar por
agem desse modo serão condenados” (Rm uma mudança radical no pensamento e no
13.1,2-NTLH). comportamento. O profeta compreendeu
Meus amados irmãos, se, por al- que os lábios daqueles que confessam a
gum motivo, alguém estiver insatisfeito Deus devem ser fonte de sabedoria, refri-
com atitudes ruins de outrem, nem por isso gério, cura e salvação.
deve amaldiçoá-lo ao ponto de desejar-lhe
a morte. Ao contrário, ore para Deus possa
mudar o entendimento e o caráter de tal QUESTIONÁRIO
pessoa. Este é o nosso dever.
1 - Quais são as características de lá-
3 - Lábios que ofendem bios prudentes?

“Não saia da vossa boca nenhu-


ma palavra torpe, mas só a que for boa 2 - De que forma nossos lábios po-
para promover a edificação, para que dê dem levar-nos à condenação?
graça aos que a ouvem” (Ef 4.29). Pala-
vras torpes são palavras que apresentam
conteúdo chulo, ofensivo, obsceno e imo- 3 - Como podemos edificar a vida dos
ral. Em nossos lábios essas palavras estão que nos amam ou nos odeiam?
terminantemente proibidas. Nossos lábios
não podem abrigar violência, nem imorali-
dade, porque isso é procedimento típico de 4 - Como devemos agir diante de ati-
pessoas ímpias (Pv 10.11b). tudes ruins de uma pessoa?
Podemos imaginar a decepção de
uma pessoa que vai à igreja em busca de
refrigério para a sua alma, e lá ouve pa-
lavras de salvação, mas, logo após o en-
cerramento, essa mesma pessoa tem a
infelicidade de ouvir palavras torpes saindo
dos lábios daquele que acabara de proferir
palavras abençoadoras.
Ensinando as Nações 28
Lição 07
Domingo, 13 de fevereiro de 2022
Comentarista: Tânia Silva Câmara
- Formada no Curso Básico de Teologia (IBA)
- Pedagoga - Pós-Graduada em Gestão Escolar
- Professora da EBD | Redenção - PA

ROMPENDO O SILÊNCIO DE DEUS


VERSÍCULO CHAVE (Mt 15.28) Leitura Bíblica Principal
Mt 15.21-28
Então, respondeu Jesus e disse-lhe:
Ó mulher, grande é a tua fé. Seja isso feito
21 E, partindo Jesus dali, foi para as partes
para contigo, como tu desejas. E, desde
aquela hora, a sua filha ficou sã. de Tiro e de Sidom.
22 E eis que uma mulher cananeia, que
PENSAMENTO saíra daquelas cercanias, clamou, dizendo:
A minha fé é inabalável, pois sei Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de
que meu Deus pode todas as coisas. mim, que minha filha está miseravelmente
endemoninhada.
Leitura Diária 23 Mas ele não lhe respondeu palavra. E os
seus discípulos, chegando ao pé dele, ro-
garam-lhe, dizendo: Despede-a, que vem
Segunda-feira - Tiago 1.3
- A provação da nossa fé produz per- gritando atrás de nós.
severança. 24 E ele, respondendo, disse: Eu não fui
Terça-feira - Tiago 4.10 enviado senão às ovelhas perdidas da casa
- Humilhai-vos perante o Senhor, e ele de Israel.
vos exaltará.
25 Então, chegou ela e adorou-o, dizendo:
Quarta-feira - Romanos 12.12 Senhor, socorre-me.
- Alegrai-vos na esperança, sede pa-
cientes na tribulação.
26 Ele, porém, respondendo, disse: Não é
bom pegar o pão dos filhos e deitá-lo aos
Quinta-feira - Mateus 11.29 cachorrinhos.
- Em Deus encontramos descanso para
a nossa alma. 27 E ela disse: Sim, Senhor, mas também
os cachorrinhos comem das migalhas que
Sexta-feira - 2 Crônicas 7.17
- O segredo da bênção é guardar os caem da mesa dos seus senhores.
mandamentos. 28 Então, respondeu Jesus e disse-lhe: Ó
Sábado - 1 Pedro 5.6 mulher, grande é a tua fé. Seja isso feito
- Sejamos humildes. para contigo, como tu desejas. E, desde
aquela hora, a sua filha ficou sã.
Ensinando as Nações 29
diabo diga: não há bênção porque os céus
COMENTÁRIO estão fechados; o Senhor diz: não dê ou-
vidos ao inimigo, pois, independentemente
Introdução
de qualquer circunstância, continue sendo
meu servo fiel, indo à minha casa para me
Há muitas situações em nossas
adorar, sabendo que sou Deus e que eu
vidas, inclusive no campo espiritual, sobre
posso te abençoar.
as quais nem sempre conseguimos obter
as respostas que gostaríamos. Em muitos
1 - O exercício da fé
casos ficamos sem saber explicar o porquê
de sermos alvos disso ou daquilo. E, às
Pela fé José esperou treze anos
vezes, perguntamos a nós mesmos: Será
para cumprir seu sonho, e quando chegou
que Deus está me ouvindo? Outras vezes
o tempo determinado ele dormiu como
chegamos a questionar em pensamento:
prisioneiro e na manhã seguinte acordou
Senhor, estou em pecado?
como governador de todo Egito (Gn 40.1-
Há momentos de nossa vida cris-
23; 41.1-47). Sem fé é impossível agradar
tã em que o céu parece ficar em silêncio.
a Deus (Hb 11.6). A fé é o combustível
Oramos e a impressão que temos é que
do cristão, sendo, por isso, um dos temas
Deus nos virou as costas. Vamos à casa de
centrais do cristianismo: “De sorte que a fé
oração, pedimos, jejuamos e a sensação
vem pelo o ouvir e o ouvir pela palavra de
que temos é a de que Deus está dizendo:
Deus” (Rm 10.17).
Espere mais um pouco filho! E então só
Quem tem fé em Deus não é
nos resta esperar.
abalado pelas circunstâncias da vida, pois
Nesta lição vamos aprender como
sabe que nos momentos mais difíceis, o
lidar com o eventual silêncio de Deus.
Senhor se mantém fiel para cumprir as
Quando lemos a história da mulher cana-
suas promessas. O patriarca Abrão deixou
neia, percebemos que ela não vai a Jesus
um grande exemplo, pois, pela fé, ele “...
de qualquer maneira, nem de forma des-
sendo chamado, obedeceu, indo para um
respeitosa ou sem reverência. As palavras
lugar que havia de receber por herança; e
daquela mulher continham os ingredientes
saiu, sem saber para onde ia” (Hb 11.8).
necessários para que o Senhor a ouvisse
No capítulo 15, versículo 28 de
de imediato. Mas não foi assim.
Mateus, o Senhor Jesus respondeu à mu-
Vejamos alguns detalhes sobre
lher cananeia, dizendo-lhe: “Ó mulher,
isto:
grande é a tua fé. Seja isso feito para con-
tigo, como tu desejas”. Desde aquela hora
I - FÉ ACIMA DE TUDO a filha daquela mulher ficou sã. O milagre
só foi realizado porque, mesmo sem re-
Deus não quer que sejamos como ceber a atenção de Jesus, aquela mulher
crianças a vida toda. Ele quer nos ver continuou adorando ao Senhor com uma
crescer em graça, conhecimento, fé e que fé inabalável. A prática da fé pode mudar a
aprendamos a confiar e a depender dele. vida do cristão. A mulher cananeia mesmo
A nossa fé está constantemente passando sendo testada por Jesus, não teve a sua fé
pelo fogo. Se mantivermos uma fé firme abalada.
em Deus, não ficaremos sem as respostas
de que necessitamos, pois, ainda que o
Ensinando as Nações 30
fazer isto sem crer que ele está receben-
II - A FÉ QUE GERA do a nossa adoração. Não podemos adorar
ADORAÇÃO sem ter a certeza de que a nossa adoração
está sendo introduzida no trono da graça
1 - O Senhor cumpre suas promessas do Pai celestial.

Quando Deus faz silêncio para 3 - Desejo de adorar ao Senhor


aquilo que você está pedindo é porque ele
quer ouvir a sua voz glorificando o nome No diálogo da mulher cananeia
dele. O Senhor quer saber que tipo de rela- com Jesus, percebemos que ela consegue
cionamento, comunhão e intimidade você comovê-lo quando o adora, dizendo: “Sim,
tem com ele. Ele quer saber, afinal, o que Senhor, mas também os cachorrinhos co-
move a sua fé. Por isso, é preciso adorá- mem das migalhas que caem da mesa dos
-lo reconhecendo que ele é o Senhor da seus senhores” (Mt 15.27).
sua vida, que ele é o Deus dos céus e que, Querido irmão! Adore ao Senhor!
independentemente se os céus estiverem Ao invés de chorar, reclamar, pecar, desis-
em silêncio ou não, a promessa não muda, tir ou desanimar, faça como Josafá, adore
pois o Senhor realizará na sua vida tudo ao Senhor, glorifique-o: “Então, Josafá se
aquilo que tem preparado para você. prostrou com o rosto em terra; e todo o
Em Mateus 15.24, temos as se- Judá e os moradores de Jerusalém se lan-
guintes palavras de Jesus: “Eu não fui en- çaram perante o Senhor, adorando o Se-
viado senão às ovelhas perdidas da casa nhor” (2 Cr 20.18). Não se desgaste tanto
de Israel”. Por causa daquelas palavras tão por causa dos seus problemas, não deixe
duras, aquela mulher poderia ter desistido. que eles roubem a sua alegria nem lhe
Mas ela foi sábia, persistente e, ao contrá- entristeça. Ao contrário, mostre ao Senhor
rio de desistir, ela continuou adorando ao que você quer adorá-lo.
Senhor. Deus merece toda a adoração.
Adorar é, entre outras coisas, mostrar de-
2 - Glória dada ao Senhor dicação total, amor e respeito pelo Senhor.
Ele é maravilhoso e nos ama com amor
Uma adoração sincera, ou seja, eterno. Adorar a Deus é honrá-lo, pois ele
em espírito e em verdade, pode mover é soberano sobre tudo e sobre todas as
o coração de Deus e levá-lo a conceder coisas.
bênçãos ao adorador por causa de sua fé
demonstrada (Sl 29.2). Por isso, é dever
de todos darem a glória devida ao Senhor,
III - A FÉ GERA
bendizer o santo nome dele e adorá-lo na PERSEVERANÇA
beleza de sua santidade.
A adoração que agrada o coração “Mas ele não lhe respondeu pala-
de Deus faz com que ele agracie o ado- vra. E os seus discípulos, chegando ao pé
rador com bênçãos. É impossível alguém dele, rogaram-lhe, dizendo: Despede-a,
adorar uma pessoa em quem não acredita, que vem gritando atrás de nós” (Mt 15.23).
quem não merece adoração. Se você ado- Os discípulos reclamaram que a
ra é porque tem fé. É a nossa fé que nos mulher estava gritando atrás deles. Mas Je-
sus não reclamou. Por quê? Porque aque-
move a adorá-lo, porque não poderíamos
Ensinando as Nações 31
les gritos foram incômodos para eles, mas resposta que vem de Deus, no tempo dele
para Jesus foi uma demonstração de fé e e à maneira dele. A fé propicia a convicção
perseverança. “Alegrai-vos na esperança, de que a bênção virá. A Bíblia nos diz que o
sede pacientes na tribulação, perseverai choro pode até durar uma noite, mas a ale-
na oração” (Rm 12.12). “Sabendo que a gria vem pela manhã (Sl 30.5). O Senhor
provação da vossa fé, uma vez confirmada, jamais desampara os que buscam por ele
produz perseverança” (Tg 1.3). (Sl 9.10).
A fé e a perseverança andam de A palavra de Deus contém inúme-
mãos dadas. A fé verdadeira nos ajuda na ros casos de pessoas que pediram bênçãos
perseverança para continuarmos a crer em ao Senhor e elas não ficaram com as mãos
Jesus sem desistir. Na vida cristã as difi-
vazias. Vejamos alguns casos: o cego Bar-
culdades são desafios à fé, por isso pre-
timeu que, desesperado, pediu pela sua
cisamos de perseverança. Ninguém gosta
cura, e o Senhor prontamente lhe respon-
de passar por tempos difíceis, mas Deus às
vezes permite isso para nos ajudar a cres- deu, dizendo: “Vai, a tua fé te salvou. E
cer. Somente aprendemos a perseverar logo viu, e seguiu a Jesus pelo caminho”
quando a nossa fé é provada (Rm 5.3-5). (Mc 10.52); o caso do leproso que se apro-
ximou do Mestre pedindo para que ficasse
1 - Uma demonstração de fé limpo, e o Senhor Jesus tocou-o, dizendo:
“...sê limpo. E logo ficou purificado da le-
Por acaso você está passando por pra” (Mt 8.3b); a passagem edificante que
dificuldades? Já chorou? Já reclamou? En- está no evangelho de Lucas 8.43-48, que
tão é o momento de parar e começar a gri- narra a história de uma mulher que há
tar por ele. Em Mateus 15.24 vemos a res- doze anos sofria uma enfermidade e pela
posta de Jesus àquela sofrida mulher: “Eu fé ela tocou na orla das vestes de Jesus e
não fui enviado senão às ovelhas perdidas ficou curada, e ainda ouviu uma mensa-
da casa de Israel”. Por mais difícil que seja gem confortadora: “Tem bom ânimo, filha,
entender este comportamento do Mestre, a tua fé te salvou; vai em paz”.
uma coisa compreendemos: o Senhor quis Enquanto o crente fiel adora ao
testar a fé daquela mulher de modo que Senhor intensificando a sua comunhão
todos os seus discípulos vissem e tivessem com ele, em sintonia com os céus e diante
uma lição sobre a prática efetiva da fé por do Trono de Graça, o Senhor trabalha para
parte de uma gentia. encher a sua vida de vitória, dando-lhe mi-
Ter perseverança significa persis- lagres e crescimento espiritual.
tir em seguir a Jesus, mesmo enfrentando
obstáculos. O Senhor não gosta daqueles
que retroagem na fé (Hb 10.38). A mulher QUESTIONÁRIO
cananeia não desistiu, ao contrário, conti-
nuou perseverando aos pés de Jesus até 1 - O que o Senhor deseja para a nos-
que recebeu a sua bênção. sa vida?
2 - Qual o efeito de uma adoração sin-
cera?
CONCLUSÃO 3 - Um crente fiel pode ser desampa-
rado pelo Senhor?
Todo adorador sincero, perseve-
4 - Como podemos entender os gritos
rante e possuidor de uma fé inabalável
da mulher Cananeia?
consegue discernir bem sobre a desejada
Ensinando as Nações 32
Lição 08
Domingo, 20 de fevereiro de 2022
Comentarista: Joelias Correa da Silva
- Formado em Teologia (SETAD)
- 2º Secretário da CONFINORPA
- Pastor da AD de Anápolis | Benevides - PA

FAÇAMOS O BEM, SEMPRE!


VERSÍCULO CHAVE (Gl 6.9) Leitura Bíblica Principal
Gl 6.6-10
E não nos cansemos de fazer o 6 E o que é instruído na palavra reparta
bem, porque a seu tempo ceifaremos, se de todos os seus bens com aquele que o
não houvermos desfalecido. instrui.
7 Não erreis: Deus não se deixa escarne-
PENSAMENTO cer; porque tudo o que o homem semear,
isso também ceifará.
O que você faz acontecer aos 8 Porque o que semeia na sua carne da
outros, Deus fará acontecer a você. (Mike carne ceifará a corrupção; mas o que se-
Murdock) meia no Espírito do Espírito ceifará a vida
eterna.
9 E não nos cansemos de fazer o bem,
Leitura Diária porque a seu tempo ceifaremos, se não
houvermos desfalecido.
Segunda-feira - Gênesis 50.20 10 Então, enquanto temos tempo, faça-
- Deus pode transformar o mal em mos o bem a todos, mas principalmente
bem.
aos domésticos da fé.
Terça-feira - Provérbios 25.21

cem.
- Generosidade aos que nos aborre-
COMENTÁRIO
Quarta-feira - Lucas 6.27 Introdução
- Amando os inimigos.

Quinta-feira - Lucas 6.35


A palavra BEM é um substantivo
- Quem faz o bem será recompensado. masculino que significa “qualidade atribuí-
da a ações e obras humanas que lhes con-
Sexta-feira - 1 Tessalonicenses 5.15 fere um caráter moral (Dic. Aurélio). Sendo
- Seguindo sempre o bem.
assim, não podemos ficar apenas na teoria
Sábado - Atos 10.38 quando pensamos em fazer o bem, pois,
- Jesus, o maior exemplo na prática do se tal virtude não for praticada através de
bem. ações contínuas e eficazes, não teremos
proveito algum. Daí a necessidade de estu-
Ensinando as Nações 33
darmos este assunto a fim de adquirirmos exemplos de pessoas que nos ensinam:
conhecimento e sermos estimulados a fa-
zer o bem, e sem desanimar. 1 - Nossos pais, os primeiros educa-
dores
I - DEUS, A FONTE DE
Deus nos ordena a que honremos
TODO BEM os nosso pais: “Honra a teu pai e a tua
mãe, para que se prolonguem os teus dias
A comunhão com Deus é de fun- na terra que o Senhor, teu Deus, te dá” (Êx
damental importância para nos impulsionar 20.12). Honrar não significa apenas obe-
à prática do bem, porque ela faz parte da decer, respeitar e pedir a bênção dos pais.
essência divina, como reconhecem gran- É algo que vai além disso. Significa tratar
des homens de Deus. bem, preocupar-se com o bem-estar deles.
Só assim estaremos cumprindo o primei-
1 - A origem da boa dádiva ro mandamento com promessa (Ef 6.3):
“para que te vá bem, e vivas muito tempo
O apóstolo Tiago disse: “Toda boa sobre a terra” .
dádiva e todo dom perfeito vêm do alto,
descendo do Pai das luzes, em quem não 2 - Nossos pastores e mestres
há mudança, nem sombra de variação”
(Tg 1.17). Aqui está a origem de todo bem Há uma recomendação bíblica
(boa dádiva). que diz: “E o que é instruído na palavra
reparta de todos os seus bens com aquele
2 - Através do Espírito Santo que o instrui” (Gl 6.6). Muitos ainda não
têm conhecimento ou consciência quanto
João Batista foi enfático ao dizer: à prática dessa instrução que visa honrar
“O homem não pode receber coisa algu- e abençoar a vida daqueles que são levan-
ma, se lhe não for dada do céu” (Jo 3.27b). tados por Deus para nos ensinar as verda-
É do céu que recebemos a transformação des eternas, preparando-nos para a obra
de nossas vidas através da operação do do ministério. Vejamos alguns homens de
Espírito Santo, bem como as suas virtudes, Deus que foram bem tratados por pessoas
entre elas a benignidade (o desejo de fazer que alcançaram esse patamar de benigni-
o bem). dade em suas vidas:

II - FAZENDO O BEM A a) O profeta Elias (1 Rs 17.8-16) - É


preciso entender a vontade de Deus,
QUEM NOS ENSINA pois está escrito: “Pelo que não sejais
insensatos, mas entendei qual seja a
Todo e qualquer ser humano fica vontade do Senhor” (Ef 5.17). Se, no
contente quando recebe algum tipo de re- caso do profeta Elias, prevalecesse o
conhecimento por ter feito algo bom para egoísmo motivado pela necessidade
alguém, ainda mais quando vem acompa- daquela viúva, ela não teria feito bem
nhado de alguma dádiva. A satisfação é tão algum ao homem de Deus, porém ela
grande ao ponto de iniciar uma amizade ou creu na palavra do profeta e fez um
fortalecer a que já existe. Vejamos alguns bem grandioso para ele, dividindo o
Ensinando as Nações 34
pouco que tinha (1 Rs 17.13). 2 - A recompensa de Deus pela práti-
ca do bem
b) O apóstolo Paulo (Fp 4.10-19) -
Por inúmeras vezes o apóstolo Paulo Fazer o bem é, antes de tudo,
esteve na prisão por pregar o evan- uma atitude de muita fé. Vejamos o que
gelho. Isso o afastava do convívio dos disse o escritor aos Hebreus: “Ora, sem fé
irmãos, levando-o a passar por muitas é impossível agradar-lhe, porque é neces-
dificuldades e privações. Contudo, os sário que aquele que se aproxima de Deus
irmãos filipenses o socorreram dando- creia que ele existe e que é galardoador
-lhe assistência, inclusive enviando-lhe dos que o buscam” (Hb 11.6). Precisamos
mantimentos (Fp 4.10). E o interes- crer nas promessas de Deus, sabendo que
sante é que nenhuma outra igreja se a recompensa é certa. Vejamos algo neste
preocupou com o sofrimento de Paulo sentido:
e com suas carências, somente a igre-
ja de Filipos. Há um ditado que diz: a) A justa recompensa de Deus -
“Quem ajuda não é o que pode, mas Saulo, antes foi um perseguidor da
o que deseja”. igreja porque era zeloso e defensor
da Lei, teve um encontro com Jesus e
III - PLANTANDO O BEM foi transformado pelo poder de Deus.
Depois que se tornou um pregador do
PARA COLHER O BEM evangelho, ele reconheceu que cada
um recebe do Senhor por todo o bem
Sabemos que tudo nesta vida é que fizer (Ef 6.8).
uma questão de semeadura, pois, quem
planta colhe o que plantou (Gl 6.7). Por b) Recompensa com generosidade
este motivo, quem quer viver bem tem que - A generosidade do Senhor é inques-
se apartar do mal e fazer o bem (Sl 37.17). tionável. Disse Jesus, certa vez: “Dai,
De fato, a semeadura do bem precisa ser e ser-vos-á dado; boa medida, recal-
uma prática constante em nossas vidas. cada, sacudida e transbordando vos
Diz a Bíblia: “Pela manhã, semeia a tua se- darão” (Lc 6.38). Neste aspecto, disse
mente e, à tarde, não retires a tua mão, ...” o pregador e conferencista Mike Mur-
(Ec 11.6). dock: “O que for feito com a intenção
de agradar a Deus não deixará de ser
1 - Ânimo na semeadura do bem recompensado”.

Uma das causas do desânimo é


o cansaço, mas a recomendação de Paulo IV- VENCENDO O MAL
continua sendo: “E não nos cansemos de COM O BEM
fazer o bem, porque a seu tempo ceifare-
mos, se não desfalecermos” (Gl 6.9). O de- Precisamos reagir contra o mal,
sânimo é algo que não combina com uma e a arma mais eficaz que devemos usar é
vida cristã ativa: “Mas esforçai-vos, e não a prática do bem. Por isso, Paulo, escre-
desfaleçam as vossas mãos, porque a vos- vendo aos romanos, disse: “Não te deixes
sa obra tem uma recompensa” (2 Cr 15.7). vencer do mal, mas vence o mal com o
bem” (Rm 12.21). À igreja de Tessalônica,
Ensinando as Nações 35
ele recomendou: “Vede que ninguém dê a Na parábola do bom samaritano,
outrem mal por mal, mas segui, sempre, o ao referendar a atitude daquele samarita-
bem, tanto uns para com os outros como no, Jesus disse ao escriba que o questio-
para com todos” (1 Ts 5.15). nava: “Vai e faze da mesma maneira” (Lc
10.37b). O Senhor nos deixou exemplos
1 - Vencendo com a prática do bem dignos de ser seguidos.

Quem já tem o amor de Deus der- CONCLUSÃO


ramado no coração (Rm 5.5), consegue
colocar em prática a determinação de Pau- Aprendemos nesta lição algo fun-
lo à igreja: “Portanto, se teu inimigo tiver damental: o dever de fazer o bem a todos,
fome, dá-lhe de comer, se tiver sede, dá- mas priorizando a nossa família e, “princi-
-lhe de beber, ...” (Rm 12.20). palmente os domésticos da fé” (Gl 6.10). A
Bíblia nos diz claramente: “Mas, se alguém
2 - Vencendo com a prática do amor não tem cuidado dos seus e principalmente
dos da sua família, negou a fé e é pior do
É sabido que quem ama não mal- que o infiel” (1 Tm 5.8). O amor deve ser a
trata (Rm 13.10), porque “o amor não faz base de todo bem que praticarmos. Como
mal ao próximo” (v.8). “Ame os outros como cristãos, o nosso amor deve ser como o
você ama a você mesmo” (Rm 13.9-NTLH). amor de Deus, que procura alcançar a to-
O próprio Senhor Jesus determinou: “Amai a das as pessoas, sem exceção. Então, fa-
vossos inimigos, bendizei os que vos maldi- çamos o bem sendo solidários em amor. É
zem, fazei bem aos que vos odeiam e orai fazendo o bem com amor que todo o mal é
pelos que vos maltratam e vos perseguem” vencido. Glória a Deus!
(Mt 5.44).

QUESTIONÁRIO
V - JESUS, O NOSSO
MAIOR EXEMPLO 1 - Quais os dois homens que viram
em Deus a fonte de todo o bem?
O evangelista Lucas, que também
era médico, deu destaque especial à preo- 2 - Qual a igreja que socorreu Paulo
cupação de Jesus em relação aos oprimi- por ocasião de sua prisão?
dos, aos marginalizados, às mulheres e aos
pobres. De fato, ser misericordioso era a 3 - Qual a prática que deve ser cons-
tônica do ministério de Jesus. Ele andou tante em nossa vida?
fazendo o bem, curando a todos os opri-
midos do diabo porque Deus era com ele 4 - A quem devemos priorizar em
(At 10.38). nossa prática do bem?
Se nos mantivermos fiéis ao Se-
nhor, ele nos outorgará também este poder
a fim de seguirmos o seu exemplo fazendo
o mesmo que ele fez durante o seu minis-
tério terreno. Aliás, ele continua fazendo
ainda hoje por nosso intermédio (Hb 13.8).
Ensinando as Nações 36
Lição 09
Domingo, 27 de fevereiro de 2022
Comentarista: Jeú Andrade Ferreira
- Formado em Teologia Pastoral (ITAV) - Capelão (ABECAS)
- 2º Vice-presidente da CONFINORPA
- Pastor da AD de Anápolis | Marituba - PA

A DRACMA PERDIDA
VERSÍCULO CHAVE (Lc 15.10) Leitura Bíblica Principal
Lc 15.8-10
Assim vos digo que há alegria
diante dos anjos de Deus por um pecador 8 Ou qual a mulher que, tendo dez drac-
que se arrepende. mas, se perder uma dracma, não acende a
candeia, e varre a casa, e busca com dili-
PENSAMENTO gência até a achar?
9 E, achando-a, convoca as amigas e vizi-
nhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque
Não é perda de tempo parar para
já achei a dracma perdida.
procurar os valores perdidos.
10 Assim vos digo que há alegria diante
dos anjos de Deus por um pecador que se
arrepende.
Leitura Diária
COMENTÁRIO
Introdução
Segunda-feira - Lucas 6.45
- Há um tesouro no coração do homem
bom. Na lição de hoje estudaremos so-
Terça-feira - Isaías 45.3
bre o significado espiritual da parábola da
- Há um tesouro em Deus. dracma perdida, principalmente da grande
alegria por ter sido reencontrada. Falaremos
Quarta-feira - Mateus 13.44 sobre algumas perdas desagradáveis que
- O reino dos céus é semelhante a um
tesouro.
aconteceram com o ser humano desde o
início da criação.
Quinta-feira - Provérbios 2.4,5 Nós sabemos que Deus criou o
- Um tesouro escondido. homem à sua imagem e semelhança (Gn
Sexta-feira - Salmos 119.11
1.26) e colocou nele os princípios de valores
- A palavra escondida no coração. eternos. Mas algo muito indesejado acon-
teceu lá no jardim do Éden (Gn 3.23,24),
Sábado - Mateus 6.21 quando o homem perdeu a essência desses
- O coração posto no tesouro.
valores eternos.
A parábola da ‘dracma perdida’
Ensinando as Nações 37
diz respeito ao necessário resgate de algo
precioso que fora perdido. Ela serve como
II - O ESFORÇO
um ensino fundamental que nos leva a rever EMPREENDIDO
diariamente os valores deixados por Deus
a cada um de nós (Sl 119.11), valores pre- Às vezes, um objeto perdido pode
ciosíssimos que estamos sujeitos a perder. ser encontrado por acaso, mas isto até
Este é o assunto desta lição. pode acontecer como exceção da regra;
não como regra. De um modo geral, a
localização de determinadas coisas perdi-
I - A DRACMA PERDIDA das exige procuras intensas, com base em
ações resolutas. O texto diz que a mulher
A parábola conta que certa mulher procurou com diligência até achar a drac-
tinha dez dracmas. O primeiro aspecto que ma perdida. Isto significa que ela agiu com
chama a atenção da maioria das pessoas base em decisões irredutíveis.
que ouvem ou leem essa parábola, é a Na vida espiritual não é diferente,
curiosidade para entender o que vem a ser pois qualquer tarefa ou missão em prol da
uma dracma e qual o seu real significado e recuperação daquilo que foi perdido exige
valor. A dracma (Gr. dracme) era uma moe- renúncia, dedicação, empenho, oração e,
da amplamente utilizada na região da Ásia porque não dizer, lágrimas (Lc 14.33).
Menor. Era equivalente à diária de um tra- Vejamos os passos que a mulher
balhador comum. A dracma foi citada nes- precisou tomar para recuperar a sua drac-
ta parábola exatamente para dimensionar ma:
a questão de valores.
Se imaginarmos a expressiva po- 1 - Acendeu a candeia - Todos nós sa-
breza que atingia os habitantes da Palesti- bemos que candeia é um pequeno instru-
na naquela época, chegaremos à conclusão mento que foi muito utilizado nos tempos
de que aquelas dez dracmas significavam antigos, cuja função básica era iluminar os
toda a economia adquirida por aquela mu- lugares escuros. Nas casas mais pequenas
lher em sua vida útil, e que o extravio de e mais humildes da Palestina não havia
apenas uma já significava o equivalente janelas, o que tornava o ambiente interno
a dez por cento de tudo que ela possuía, com pouca ou nenhuma claridade, exigin-
uma quantia nada desprezível. do, portanto, o uso de uma candeia.
Certamente o propósito de Jesus O funcionamento de uma candeia
ao citar esta parábola foi chamar a aten- se dava através de um fogo que se manti-
ção dos publicanos e pecadores acerca do nha aceso graças à ação do azeite. E aqui
esforço e dedicação que precisam ser em- nós aprendemos uma combinação muito
pregados na busca de algo que foi perdido. interessante entre azeite e fogo, dois ingre-
Nesta parábola Jesus enfatizou especifi- dientes que são símbolos do Espírito Santo
camente o empenho de uma mulher que (Mc 6.13; At 2.3).
perdeu uma de suas dracmas e precisou Durante a nossa trajetória de
procurar com diligência até encontrá-la. vida espiritual passamos por muitas expe-
Vejamos algumas atitudes dessa riências, e através delas aprendemos algo
mulher citada na parábola: inquestionável: Não podemos fazer abso-
lutamente nada sem a ação do Espírito
Santo em nossas vidas (Jo 15.5). De modo
Ensinando as Nações 38
que, nos casos de perdas de valores espiri- Se na condição de santuário de
tuais que eventualmente tivermos que so- Deus não soubermos remover as impure-
frer, o nosso papel é acender uma candeia zas, não conseguiremos manter uma co-
munida de azeite (Ec 9.8). Espiritualmente munhão profunda com Deus (Tt 2.14). E
falando, nada podemos realizar usando as a palavra do Senhor diz que ele não nos
nossas próprias forças (Zc 4.6), daí a nossa chamou para imundícia, mas para a santifi-
extrema necessidade de pedirmos a ação cação (1 Ts 4.7). Por isso precisamos varrer
do Espírito Santo em nossas vidas. a casa, mantendo-nos limpos, com o nosso
Se, porventura, estivermos pas- espírito, alma e corpo consagrados ao Se-
sando por uma fase ruim em nossa vida nhor (1 Ts 5.23).
de fé, certamente é porque perdemos al-
guma ‘dracma’. Neste caso, a solução ideal III - AS DRACMAS DE
consiste na busca daquilo que foi perdido,
e, diga-se de passagem, uma busca que NOSSOS DIAS
precisa ser urgente (Hb 3.7,8), e ela exige
uma eficaz renovação do nosso compro- Olhando para o problema das
misso de fidelidade junto ao Senhor (Ap perdas, vemos que o texto oferece ampla
2.10). Este é o caminho para encontrarmos margem para expandirmos o raciocínio e
a nossa dracma perdida. contextualizarmos esta questão enume-
rando uma série de situações que simbo-
2 - Varreu a casa - Ainda considerando o lizam ‘dracmas perdidas’ dentro de nossas
aspecto da singeleza daquela região, tudo próprias casas.
indica que o chão da casa era coberto de Vejamos alguns tipos de perdas:
poeira, uma circunstância que tornou ain- a) harmonia no lar; b) respeito mútuo
da mais dramática a procura pela drac- entre os cônjuges; c) influência bíblica na
ma, cuja missão certamente requereu da criação dos filhos; d) ensino do temor de
mulher uma ação na posição de joelhos, Deus aos filhos; e) valores éticos e morais
rebuscando no meio da poeira. Mas ela dentro de um padrão cristão; f) o sacerdó-
precisava encontrar sua preciosa moeda, e cio do esposo; g) o comportamento sub-
então precisou varrer toda a casa. misso da esposa; h) o bom hábito do culto
Podemos inferir que na iniciativa doméstico, etc.
da mulher em varrer a casa à procura da Para todo aquele que, porventu-
dracma perdida, ela tenha percebido que ra, sente que perdeu uma dessas dracmas
sua habitação não estava satisfatoriamen- acima, o momento é oportuno para uma
te saudável (Lc 15.8b). E aqui nós temos procura diligente, acendendo a candeia e
mais um ponto de ensino ao imaginarmos varrendo a casa para que a ‘pérola’ que foi
o estado de desconforto da casa daquela perdida seja encontrada. Urge que medi-
mulher e compará-la com o nosso corpo das sejam tomadas, empregando tempo,
como santuário de Deus. Atentemos ao dedicação e paciência.
que disse o apóstolo Paulo: “Não sabeis O crente temente a Deus não se
que sois santuário de Deus, e que o Espíri- entrega ao insucesso por estas perdas (Sl
to de Deus habita em vós? Se alguém des- 32.3). Ele não se prostra, não se desanima,
truir o santuário de Deus, Deus o destruirá; mas luta com diligência, palavra que signi-
porque o santuário de Deus, que sois vós, fica zelo, interesse ou cuidado aplicado na
é sagrado” (1 Co 3.16,17). execução de uma tarefa. É assim que de-
Ensinando as Nações 39
vemos agir, pois Deus não tem prazer com ao arrependido. O texto de Atos 3.19, diz
aqueles que retrocedem (Hb 10.38). claramente: “Arrependei-vos, pois, e con-
vertei-vos, para que sejam apagados os
IV - ALEGRIA NO CÉU vossos pecados”.

As parábolas da ovelha perdida, 2 - Providência - Só há um meio de con-


da dracma perdida e do filho pródigo ci- tribuirmos para a realização deste evento
tadas no evangelho de Lucas, capítulo 15, que promove alegria até mesmo diante
passam muitos ensinamentos e de forma dos anjos de Deus: ganhar almas. Como?
particularizada com o objetivo de falar Trabalhando para recuperar pessoas que,
acerca do resgate de uma alma que se per- por alguma circunstância, abandonaram
deu. Isto está claro no versículo 10: “Assim o aprisco. Lembremo-nos sempre de uma
vos digo que há alegria diante dos anjos de grande verdade: uma alma vale mais do
Deus por um pecador que se arrepende”. que o mundo inteiro (Mt 16.26).
Por que ir em busca de uma ove-
lha que se perdeu, se ainda restaram no- CONCLUSÃO
venta e nove? Por que tanta procura por
uma dracma perdida se ainda restaram Sem dúvida, a maior frustração
nove? Por que receber com tanto carinho que pode haver na vida de uma pessoa em
um filho que, espontaneamente, deixou sua caminhada cristã é o fato de ter que
a casa paterna? A resposta é simples: o se apresentar diante do Senhor com as
amor perdoador do Pai (Jo 3.16). mãos vazias. Por isso, há muito o que fa-
zer. Provavelmente há almas perdidas den-
1 - A dimensão da graça - Os fariseus e tro de nossa própria casa, como a dracma
os escribas murmuradores não entendiam perdida. Isto num contexto familiar ou de
a dimensão desta imensa graça. Por isso o amigos. O tempo urge e precisamos fazer
Senhor preferiu ensinar-lhes por parábolas diligências, acender a candeia e varrer o
acerca de um tratamento amorável rechea- ambiente. Saibamos de uma coisa: Há fes-
do com dignidade, bondade e compaixão. ta no céu quando um pecador se converte.
Diz o texto que até os anjos de Deus se re-
gozijam quando há recuperação de almas QUESTIONÁRIO
perdidas (Lc 15.10), enquanto entre mui-
tos crentes a indiferença tem falado mais 1 - O que era uma dracma e qual era
alto e já não há alegria com vidas que são o seu valor?
recuperadas e trazidas ao redil dos santos. 2 - Qual foi o propósito de Jesus em
É interessante notar que o tex- dizer esta parábola?
to não diz que há alegria no céu quando 3 - Como deve agir um crente fiel
acontece um milagre de cura ou bênção diante de alguma perda?
de prosperidade, mas que há alegria no 4 - Qual o efeito imediato do arrepen-
céu por um pecador que se arrepende. O dimento?
que vemos é que a alegria se originou do
arrependimento “... um pecador que se ar-
repende”. O arrependimento traz perdão
dos pecados, abrindo a porta da salvação
Ensinando as Nações 40
Lição 10
Domingo, 06 de março de 2022
Comentarista: Wesleyana Cabral Neves Araújo
- Formada no Curso Básico de Teologia (IBA-CBTC)
- Pós-graduada em Psicopedagogia (ITOP/TO)
- Pastora auxiliar da AD de Anápolis | Cristianópolis - GO

UMA ORAÇÃO EFICAZ

VERSÍCULO CHAVE (Mt 7.7) Leitura Bíblica Principal


Mt 7.7-12
Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e en-
7 Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e encontra-
contrareis; batei, e abrir-se-vos-á.
reis; batei, e abrir-se-vos-á.
8 Porque aquele que pede recebe; e o que
PENSAMENTO
busca encontra; e, ao que bate, se abre.
Se você quer que Deus o ouça 9 E qual dentre vós é o homem que, pedin-
quando você ora, precisa ouvi-lo quando do-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra?
ele fala. (Thomas Brooks) 10 E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma ser-
pente?
11 Se, vós, pois, sendo maus, sabeis dar
Leitura Diária boas coisas aos vossos filhos, quanto mais
vosso Pai, que está nos céus, dará bens
aos que lhe pedirem?
Segunda-feira - Lamentações 3.22
- As misericórdias do Senhor não têm 12 Portanto, tudo o que vós quereis que os
fim. homens vos façam, fazei-lho também vós,
porque esta é a lei e os profetas.
Terça-feira - João 14.14
- Pedindo tudo em nome de Jesus.
COMENTÁRIO
Quarta-feira - Salmo 46.1
- Deus é o nosso refúgio na hora da
angústia. Introdução

Quinta-feira - Filipenses 4.19 Neste texto sagrado, Jesus nos


- O Senhor supre todas as nossas ne-
ensina os três segredos de uma oração
cessidades.
eficaz: Pedir, buscar e bater. Precisamos
Sexta-feira - Mateus 6.25 aprender a conjugar estes três verbos na
- Descansemos no Senhor, porque ele oração. Pedir fala de necessidade: só pede
cuida de nós.
quem necessita de alguma coisa. Buscar
Sábado - Salmos 104.13-16 fala do esforço para alcançar o objetivo:
- O Senhor nos sustenta de forma com- buscar é muito mais do que pedir. Bater
pleta. fala da persistência, perseverança. Bater é
mais ainda do que pedir e buscar.
Ensinando as Nações 41
I - O SEGREDO DE PEDIR II - O SEGREDO DE
BUSCAR
O primeiro segredo para uma ora-
ção eficaz é saber pedir (Jo 16.24). Às ve- O segundo segredo para uma ora-
zes, pedimos algo para Deus e queremos ção eficaz é buscar. No texto de Lucas 18.1
que ele realize de imediato, conforme a (já mencionado anteriormente) o Senhor
nossa própria vontade. E há momentos em Jesus nos ensinou que temos que orar
que até determinamos um prazo, marcan- sempre e nunca esmorecer, isto é, deve-
do o dia e a hora que queremos receber a mos buscar ao Senhor incessantemente.
desejada bênção. Num certo sentido, isto Neste mesmo sentido, o apóstolo Paulo
pode até parecer uma demonstração de também nos ensinou: “Orai sem cessar” (1
fé, todavia, pode também evidenciar uma Ts 5.17).
exigência que extrapole os princípios da Se, de fato, queremos uma res-
soberania divina. posta de Deus para as nossas orações, o
Sabemos que a insistência de nosso dever é buscá-lo todos os dias, de
nossos pedidos juntos a Deus é, de cer- uma forma convicta, sabendo que ele não
ta forma, proporcional ao grau de nosso está com as mãos encolhidas nem com os
interesse levando em conta a extrema ouvidos agravados para que não nos possa
necessidade que temos. De modo que, abençoar (Is 59.1). No Salmo 37.4, somos
se estivermos aflitos e demasiadamente instados a nos deleitar no Senhor para que
necessitados de uma bênção, a própria ele conceda o desejo de nosso coração. A
palavra de Deus nos orienta a ‘incomodar’ resposta virá.
o nosso Mestre em busca da cura de que
necessitamos. Isto ficou bem claro na pa-
rábola do juiz iníquo (Lc 18.1-7), onde diz III - O SEGREDO DE
que, mesmo sendo tardio, o Senhor faz BATER
justiça aos que clamam dia e noite.
Mas pode acontecer ainda que, O terceiro segredo para uma ora-
diante de nossa insistência, o Senhor ape- ção eficaz é bater com insistência. O Se-
nas diga: “A minha graça te basta” (2 Co nhor Jesus nos deixou uma lição de esfor-
12.9). Uma coisa é certa, se for da vontade ço e persistência quando falou acerca da
soberana do Senhor, no tempo dele (nem parábola do amigo importuno (Lc 11.5-8).
antes nem depois) ele garante o devido Mais uma vez o texto fala sobre os verbos
atendimento, conforme garantias expres- pedir, buscar e bater. É importante salien-
sas no versículo 8, onde está escrito que tar que os tempos destes verbos aludem à
quem pede recebe; quem busca encontra; questão de continuidade.
e para quem bate a porta da bênção se A orientação para a providência
abre. de bater, diz acerca de uma busca per-
Como já foi dito, precisamos estar severante quando, dentro da expectativa
conscientes de que o Senhor age no mo- humana, houver dúvidas de que esteja ha-
mento dele, na hora dele e no tempo dele, vendo uma demora na resposta do Senhor
e que, às vezes, o nosso dever é apenas quanto à bênção aguardada. Há garantias
cumprir o Salmo 40.1, ou seja, esperar dadas pelo Senhor, mas é preciso levar em
com paciência. consideração alguns fatores: 1. Temos que
Ensinando as Nações 42
pedir entendendo, sobretudo, a questão da com sinceridade de coração, reconhecendo
soberania divina; 2. O suplicante precisa o seu senhorio sobre nós, ficamos prepa-
ter noção quanto à prioridade de se bus- rados para proferir as seguintes palavras:
car em primeiro lugar o reino de Deus (Mt “Pai, santificado seja o teu nome” (Mt
6.33); 3. É necessário crer sinceramente 6.9b). Agindo assim, estaremos humilde-
na bondade e no amor do Pai Celestial, mente orando também através da nossa
pois ele sempre tem o melhor para seus adoração, pois ele é digno de toda honra,
filhos (Mt 7.11); 4. É imperativo guardar a de toda glória e quer que o adoremos em
comunhão com Cristo (Jo 15.16); 5. De- espírito e em verdade (Jo 4.23,24).
ve-se observar a necessária obediência a Em 1 Samuel 2.30, a Bíblia nos diz
Cristo (1 Jo 3.22). algo sobre a reciprocidade que há quan-
A lição preponderante do texto de do honramos Senhor: “porque aos que me
Lucas é mostrar que o amigo importuno in- honram honrarei, porém os que me des-
sistiu, perseverou batendo até que a porta prezam serão envilecidos”. Nós honramos
fosse aberta. ao Senhor de várias formas, inclusive atra-
vés de nossa oração reconhecendo a au-
IV - AS FORMAS COMO toridade incontestável do Senhor, quando
declaramos: “Venha o teu reino” (Mt 6.10).
DEUS RESPONDE
2 - Misericórdias infindas
Às vezes Deus nos responde ime-
diatamente com um sim; às vezes com um As misericórdias do Senhor não
não; e outras vezes com um espere. Qual- têm fim, novas são a cada manhã (Lm
quer que seja a natureza da resposta, uma 3.22), e é por meio delas que podemos
coisa é certa: Ele sabe o que é melhor para buscar a nossa necessária provisão. Por
nós. Em Isaías 55.9, temos a garantia de isso oramos: “Dá-nos a cada dia o nosso
que os pensamentos dele são mais altos pão cotidiano” (Mt 6.11) e ele nos supre
do que os nossos pensamentos. conforme a nossa necessidade: “O meu
Deus, segundo as suas riquezas, suprirá
V - RECOMENDAÇÕES todas as vossas necessidades em glória,
por Cristo Jesus” (Fp 4.19). Para que isto
ACERCA DA ORAÇÃO aconteça, são necessárias duas coisas fun-
damentais:
O Senhor Jesus deixou claras re-
comendações sobre a maneira correta de a) confissão sincera - Que sejamos
orarmos, principalmente quando usufruí- sinceros, confessando humildemente
mos de intimidade com ele, tendo a glorio- as nossas culpas: “O que encobre as
sa comunhão com o Pai como um privilégio suas transgressões nunca prosperará;
ímpar. Quanto mais intimidade tivermos mas o que as confessa e deixa alcan-
com o Senhor, mais afinidade teremos com çará misericórdia” (Pv 28.13);
ele. b) confiança absoluta no Senhor -
Que tenhamos absoluta confiança em
1 - Buscar com sinceridade Deus, como disse o salmista: “Uns con-
fiam em carros, e outros, em cavalos,
Quando nos dirigimos ao Senhor mas nós faremos menção do nome do
Ensinando as Nações 43
Senhor, nosso Deus” (Sl 20.7).

CONCLUSÃO

3 - A prática do perdão
O Senhor Jesus Cristo é o nosso
maior exemplo de oração, porque, mesmo
A prática do perdão precisa acon-
sendo Deus ele fez do hábito de orar um
tecer por iniciativas recíprocas, ou seja, há
estilo de vida. Ele orou até mesmo no últi-
a necessidade de pedi-lo quando a situa-
mo instante lá na cruz do Calvário, quando,
ção assim o exigir; e há a necessidade de
humildemente, entregou ao Pai o seu espí-
concedê-lo quando houver tal necessida-
rito (Lc 23.46).
de.
Queridos irmãos, é fundamental
Inútil será a nossa expectativa de
que vivamos, na prática, aquilo que fala-
bênção, ou de resposta de nossas orações,
mos teoricamente acerca do poder da ora-
se estivermos com nossos corações ente-
ção e da confiança plena que apregoamos
nebrecidos porque não pedimos perdão ou
ter no Senhor. Como disse certo escritor,
não perdoamos. De nada adiantará fazer-
“não devemos ficar restritos a questões de
mos pedidos dirigidos ao trono de bênção
lógica ou razão, mas, sim, praticarmos a
e de graça do Senhor, se estivermos com
nossa devocionalidade trilhando o caminho
nossos corações cheios de mágoas e ran-
da fé, acreditando seriamente no sobrena-
cores por causa de pendências não solucio-
tural de Deus”.
nadas com pessoas com as quais tivemos
Que todos nós saibamos confiar
relações conflituosas.
inteiramente no Senhor e orar como o sal-
Em Efésios 4.31, podemos ler:
mista: “Elevo os olhos para os montes: de
“Toda amargura, e ira, e cólera, e gritaria,
onde me virá o socorro? O meu socorro
e blasfêmias, e toda malícia seja tirada de
vem do Senhor, que fez o céu e a terra”
entre vós”. Às vezes, certas iras são ine-
(Sl 121.1,2).
vitáveis, todavia a palavra de Deus nos
recomenda: “Se vocês ficarem com raiva,
não deixem que isso faça com que pequem QUESTIONÁRIO
e não fiquem o dia inteiro com raiva” (Ef
4.26-NTLH). 1 - Qual a parábola citada por Jesus
A palavra de Deus é taxativa que nos ensina a incomodar o Mestre
quanto à dificuldade que alguns têm de em busca de uma solução?
perdoar. Entretanto, de acordo com Mateus
6.14,15, nós não seremos perdoados por 2 - O que precisamos aprender acerca
Deus se, pela dureza de nossos corações, da soberania do Senhor?
não conseguirmos perdoar os nossos ofen-
sores. E sem o perdão de Deus, esvaem- 3 - O que nos diz o Salmo 37.4?
-se as nossas chances de salvação. Diz o
texto: “se não perdoardes aos homens as 4 - O que pode impedir que o Senhor
suas ofensas, também vosso Pai vos não atenda as nossas orações?
perdoará as vossas ofensas” (v.15). Acaso
em nosso meio tem havido disposição para
pedir perdão ou perdoar? Isto é sério!

Ensinando as Nações 44
Lição 11
Domingo, 13 de março de 2022
Comentarista: José Fernandes da Silva
- Formado no Curso Básico de Teologia (CBTC)
- Presidente da CONFIESC
- Pastor da AD de Anápolis | Joinville - SC

AS ESTRATÉGIAS DE JESUS

VERSÍCULO CHAVE (Mt 4.23) Leitura Bíblica Principal


Mateus 15.29-32,35-37
E percorria Jesus toda a Galileia,
ensinando nas suas sinagogas, e pregando 29 Partindo Jesus dali, chegou ao pé do
o evangelho do Reino, e curando todas as mar da Galileia e, subindo a um monte,
enfermidades e moléstias entre o povo. assentou-se lá.
30 E veio ter com ele muito povo, que tra-
PENSAMENTO zia coxos, cegos, mudos, aleijados e outros
muitos; e os puseram aos pés de Jesus, e
ele os sarou,
A melhor estratégia é aquela apli-
31 de tal sorte que a multidão se maravi-
cada com esforço, dedicação, sinceridade, lhou vendo os mudos a falar, os aleijados
fidelidade e amor. sãos, os coxos a andar, e os cegos a ver; e
glorificava o Deus de Israel.
32 E Jesus, chamando os seus discípulos,
Leitura Diária disse: Tenho compaixão da multidão, por-
que já está comigo há três dias e não tem
Segunda-feira - Mateus 11.1
o que comer, e não quero despedi-la em
- Ensinar e pregar: uma estratégia ím- jejum, para que não desfaleça no caminho.
par na vida de Jesus. 35 Então, mandou à multidão que se as-
sentasse no chão.
Terça-feira - Marcos 4.1 36 E, tomando os sete pães e os peixes e
- O ensino à beira-mar também como dando graças, partiu-os e deu-os aos seus
estratégia.
discípulos, e os discípulos, à multidão.
Quarta-feira - Marcos 6.2 37 E todos comeram e se saciaram, e le-
- A estratégia de Jesus que maravilha- vantaram, do que sobejou, sete cestos
va as pessoas. cheios de pedaços.

Quinta-feira - Marcos 6.39


- Postura social como estratégia. COMENTÁRIO
Sexta-feira - João 21.12-14 Introdução
- A simplicidade como ato estratégico.

Sábado - Mateus 13.34,35


Se você soubesse que teria ape-
- Uso de parábolas, uma eficiente es- nas mais três anos de vida pela frente, e
tratégia. quisesse neste período alcançar o maior
número de pessoas com sua mensagem,
Ensinando as Nações 45
o que você faria? Certamente usaria mé- cem em cem e de cinquenta em cinquenta
todos eficazes (estratégias) a fim de con- (Mc 6.39,40).
seguir de forma satisfatória o seu objetivo.
Através dos evangelhos, verifica-
mos que o Senhor Jesus fez uso de estra- II - ESTRATÉGIA E
tégias a fim de pregar e ensinar para um ORGANIZAÇÃO
número máximo de pessoas dentro do
prazo de três anos de que dispunha para Em Lucas 6.13, vemos um ato de-
concluir o seu ministério terreno. Depois cisivo do Senhor Jesus quando ele chamou
ele transmitiu esta missão a todos nós (Mc os discípulos e separou dentre eles doze
16.15). apóstolos para o cumprimento de uma
Nesta lição veremos alguns deta- sublime missão. Neste processo vemos a
lhes acerca de estratégias para a pregação aplicação de uma excelente estratégia.
do evangelho. Também no evangelho de Mateus
vemos uma aplicação de estratégia do Se-
I - VENDO A nhor Jesus por ocasião em que ele fez a
multiplicação dos pães e peixes. Esta histó-
NECESSIDADE DAS ria é muito conhecida, talvez por se referir
PESSOAS ao único milagre relatado nos quatro evan-
gelhos. Diz o texto que o Senhor estava
O Senhor Jesus olhava com olhar diante de uma grande multidão, o dia esta-
de compaixão para todo tipo de gente: va avançado em horas, o lugar era deserto
pessoas sofridas, oprimidas, enfermas, ca- e o povo estava faminto. Esta circunstância
rentes de salvação, etc., e ele fazia tudo incômoda fez com que os discípulos pedis-
por infinito amor pelas almas. A compai- sem a Jesus que dispensasse a multidão,
xão que Jesus sentia pelas pessoas não era para que as pessoas pudessem ‘se virar’ -
usada como estratégia, pois tratava-se de sair e comprar alimento para si. Mas Jesus
um sentimento amorável que fluía do seu bondosamente disse-lhes: “Dai-lhes vós de
íntimo. comer” (Mt 14.16).
Todavia, ele usou alguns tipos de Esta história pode ser considera-
estratégias eficazes para envolver as pes- da como uma representatividade da visão
soas (Mt 4.23-25). Vejamos algumas: 1. O missionária de Jesus (missão integral),
uso de parábolas - uma tática pedagógi- considerando que a multidão representa o
ca extremamente importante que ajudava mundo com suas necessidades e a comida
as pessoas a entender mais facilmente o representa a palavra de Deus aos homens.
ensino do Mestre (Mt 13.34); 2. A apro- O Senhor Jesus posicionou estrategica-
ximação com pecadores - o Senhor mente os seus apóstolos entre ele e a pro-
não tinha problema algum em lidar com visão que daria aos necessitados. Também
pessoas de comportamentos reprováveis neste episódio vemos mais um exemplo da
(Mt 9.10-12; Lc 19.5); 3. A ministração ação estratégica do Senhor.
de curas - o Senhor ministrava curas e
aliviava as dores das pessoas aflitas (Mt III - NAS MÃOS DOS
4.24,25; Lc 4.40; 6.19; 13.14); 4. O ensi-
no - Ele ensinava com muita sabedoria so- APÓSTOLOS
bre assuntos complexos (Lc 20.24,25); 5.
Postura comportamental - Quando foi A provisão sobrenatural de Deus
saciar a fome da grande multidão o Senhor não passa diretamente de Jesus para a
orientou que se separassem em grupos de multidão. Ela passa de Jesus para a multi-
Ensinando as Nações 46
dão através das mãos dos apóstolos. Ainda tai, porque é grande o vosso galardão no
hoje, o Cristo vivo e ressuscitado usa seus céu...” (Lc 6.22,23).
discípulos para passar a sua verdade àque-
les que necessitam de salvação.
Neste relato bíblico, as pessoas, V - ESTRATÉGIA DE
os lugares e tudo o que é mencionado IMPLANTAÇÃO
possuem um significado profundo. A es-
tratégia de Jesus, representada no milagre As coisas que aconteceram com
da multiplicação do alimento, é totalmen- a igreja no decorrer da história, principal-
te compreendida no final do evangelho mente quanto aos propósitos aplicados na
de Mateus, quando o seu autor relata a implantação da igreja, conforme podemos
grande comissão de Jesus (Mt 28.16-20). ver nos evangelhos, nos ajudam a enten-
Quando Jesus estava para ser levado deste der os problemas que enfrentamos hoje.
mundo, estrategicamente ele comissionou Nós sabemos que a igreja é uma
homens como seus representantes para al- organização missionária, que ela foi proje-
cançar todas as pessoas (v.19). tada e capacitada por Cristo para ser um
instrumento de propagação do evangelho,
IV - O ÚLTIMO PASSO anunciando uma mensagem de fé e de
graça na pessoa de Cristo.
É interessante ressaltar que o Se- Por isso todas as atividades, planos
nhor Jesus, mesmo depois que ascendeu e programas da igreja devem visar este ob-
ao céu, deixou instruções típicas de um jetivo. A grande declaração desta verdade
estrategista eficiente, ou seja, ele prepa- pode ser vista no Livro de Atos. Também é
rou discípulos e outorgou-lhes poder para interessante observar que o evangelho de
continuarem ganhando almas. De fato, o Mateus termina com Jesus comissionando
Senhor continua supervisionando seus dis- a sua igreja para sair e pregar o evangelho
cípulos por quase dois mil anos de história ao mundo perdido. A ordem foi deixada:
da igreja. pregar, fazer discípulos, batizá-los e ensiná-
No livro do profeta Isaías 7.14, -los sobre tudo o que Jesus ensinou.
vemos que um dos nomes do Senhor é O Mestre aplicou estratégia ao
Emanuel, que significa “Deus conosco”. Ele implementar a Grande Comissão, assim a
está sempre conosco em todos os momen- igreja nasceu, cresceu e frutificou, confor-
tos (Mt 28.20b), inclusive nas horas mais me podemos ler em Atos 2.41-47. Isto foi
difíceis. Ele está acompanhando o sofri- possível porque os discípulos receberam a
mento e a agonia que atingem pastores, virtude do Espírito Santo para serem tes-
missionários e servos fiéis por este mundo temunhas (At 1.8). Este evento nos leva
afora, assim como ele esteve junto àque- a refletir sobre uma grave questão: o que
les que, no decorrer da história, sofreram estamos fazendo para dar continuidade à
perseguição por pregarem e defenderem o missão evangelizadora?
evangelho.
No texto bíblico das bem-aventu- VI - ASSIMILANDO AS
ranças, o Senhor deixou uma mensagem
de consolo e refrigério para os que viessem ESTRATÉGIAS DE JESUS
a sofrer pelo seu nome: “Bem-aventurados
sereis quando os homens vos aborrece- Os atos de Jesus, as curas que ele
rem, e quando vos separarem, e rejeita- realizou, as mensagens de conforto e es-
rem o vosso nome como mau, por causa perança que ele transmitiu deixaram mar-
do Filho do Homem. Folgai nesse dia, exul- cas nas pessoas, tornando-as sedentas por
Ensinando as Nações 47
mudanças de vida, principalmente quanto o teu próximo como a ti mesmo. Não há
à questão do perdão, da fidelidade a Deus outro mandamento maior do que este” (Mc
e do amor ao próximo como requisito fun- 12.31). Outra estratégia digna de nota foi
damental para a vida cristã. o fato de o Senhor ensinar às pessoas a
Podemos citar, a título de exemplo, necessidade de priorizar o Reino de Deus.
a mudança realizada na vida de Zaqueu.
A mudança daquele homem certamente
refletiu muito na sociedade da época. Em CONCLUSÃO
sua conversa com o Senhor, o homem que
defraudava pessoas declarou sua intenção O livro de Atos relata de forma
de mudar de vida, ao ponto de o próprio ampla e esclarecedora o registro da ação
Senhor Jesus dizer: “Hoje, veio a salvação dedicada dos discípulos que saíram pelo
a esta casa” (Lc 19.9). A iniciativa do Mes- mundo ganhando almas, fazendo discípu-
tre em “se convidar” para ir à casa de Za- los, batizando as pessoas e orientando-as
queu foi uma bela estratégia. sobre tudo que o Senhor lhes tinha ensi-
Outra estratégia louvável de Jesus nado. Estes fatos, somados a outros da
pode ser observada no processo de coop- história da igreja no decorrer dos séculos,
tação de pessoas, ou seja, na agregação revelam que a estratégia deixada por Je-
de homens convertidos para se tornarem sus sempre foi e continua sendo operante.
discípulos. O Senhor investiu forte neste Nós, participantes da igreja de Jesus Cris-
processo. Afinal, foram três anos de profí- to, temos que manter viva em nossos cora-
cua convivência, uma missão difícil e cheia ções a mensagem imperativa de anunciar
de percalços, mas que produziu mudanças as Boas-novas aos pecadores (Mt 28.19).
definitivas. Muitos daqueles homens que Foi ele que nos mandou fazer a obra e nos
seguiam a Jesus de perto em certos mo- deixou, inclusive, as estratégias para este
mentos demonstravam incredulidade, in- mister. Portanto, mãos à obra!
clusive acerca da condição do Mestre como
Filho de Deus. Mas Jesus estrategicamente
conseguiu inserir no contexto de vida deles
QUESTIONÁRIO
a visão acerca do Reino de Deus e também
acerca das coisas relacionadas à salvação. 1 - Por que o Senhor Jesus fez uso de
O Mestre dos mestres ensinava estratégias?
com autoridade, porque não ensinava só
com palavras, mas, principalmente com 2 - Por que não podemos considerar
atitudes, demonstrando uma estratégia a compaixão de Jesus como estraté-
maravilhosa. Um caso típico de mudança gia?
de conduta consolidada podemos ver na
vida de Pedro. Antes de se converter de 3 - Cite cinco exemplos de estratégias
verdade, demonstrava insegurança, insta- aplicadas por Jesus.
bilidade e medo, mas acabou finalmente
tornando-se um dos baluartes da igreja
nos primórdios de sua existência. 4 - Por que o Mestre dos mestres en-
Entre as várias estratégias utiliza- sinava com autoridade?
das por Jesus, uma se destaca pelo fato
de o Senhor conseguir ensinar às pessoas
sobre a perniciosa prática do egoísmo, fa-
zendo-as deixar de valorizar o próprio “eu”
para pensar no próximo com verdadeiro
amor, o maior dos mandamentos: “Amarás
Ensinando as Nações 48
Lição 12
Domingo, 20 de março de 2022
Comentarista: Giovani Alves Moraes (Vaninha)
- Bacharela em Teologia (CETADB) - Licenciada em Letras (UEPA/PA)
- Formada no Curso Médio de Teologia (FAETAD)
- Facilitadora da EBD | Redenção - PA

SEM SANTIFICAÇÃO, NÃO HÁ SALVAÇÃO


VERSÍCULO CHAVE  (Js 3.5) Leitura Bíblica Principal
1 Pe 1.13-22
Disse Josué também ao povo:
Santificai-vos, porque amanhã fará o Senhor 13 Portanto, cingindo os lombos do vosso
maravilhas no meio de vós. entendimento, sede sóbrios e esperai intei-
ramente na graça que se vos ofereceu na
PENSAMENTO
revelação de Jesus Cristo,
14 como filhos obedientes, não vos confor-
A santificação é o começo da glória, mando com as concupiscências que antes
e a glória é a santificação completa. (F.F. havia em vossa ignorância;
Bruce) 15 mas, como é santo aquele que vos cha-
mou, sede vós também santos em toda a
vossa maneira de viver,
Leitura Diária 16 porquanto escrito está: Sede santos,
porque eu sou santo.
17 E, se invocais por Pai aquele que, sem
Segunda-feira - 1 Tessalonicenses 4.7 acepção de pessoas, julga segundo a obra
- Somos chamados para a santificação. de cada um, andai em temor, durante o
tempo da vossa peregrinação,
Terça-feira -.1 Tessalonicenses 4.3
- É vontade de Deus, a nossa santifi- 18 sabendo que não foi com coisas corrup-
cação. tíveis, como prata ou ouro, que fostes res-
gatados da vossa vã maneira de viver que,
Quarta-feira - Romanos 6.22
por tradição, recebestes dos vossos pais,
- Devemos dar frutos para santificação.
19 mas com o precioso sangue de Cristo,
Quinta-feira - 2 Coríntios 7.1 como de um cordeiro imaculado e incon-
- Aperfeiçoando a santificação no temor taminado,
de Deus.
20 o qual, na verdade, em outro tempo,
Sexta-feira - Efésios 1.4 foi conhecido, ainda antes da fundação do
- Deus nos chamou para sermos san- mundo, mas manifestado, nestes últimos
tos. tempos, por amor de vós;
21 e por ele credes em Deus, que o res-
Sábado - 1 Pedro 1.15
- Sejamos santos em toda a nossa ma- suscitou dos mortos e lhe deu glória, para
neira de viver. que a vossa fé e esperança estivessem em
Ensinando as Nações 49
Deus.
22 Purificando a vossa alma na obediên-
I - SALVAÇÃO, UM PLANO
cia à verdade, para caridade fraternal, não DE DEUS
fingida, amai-vos ardentemente uns aos
outros, com um coração puro. Quando as Escrituras Sagradas
nos apresentam a “Doutrina da Salvação”,
elas nos mostram que existem alguns pas-
COMENTÁRIO sos necessários para nos mantermos sal-
vos e guardarmos a esperança de um dia
Introdução
morarmos na glória (no céu de luz) com
Cristo (2 Pe 3.13). É impossível meditar-
O desejo de Deus é que todos os
mos sobre a santificação sem apresentar-
homens se salvem e venham ao conheci-
mos os passos (doutrinas) para a salvação
mento da verdade (1 Tm 2.4). Foi nesse
em Cristo.
propósito que Deus demostrou seu grande
A santificação faz parte do plano
amor pela humanidade por meio de seu Fi-
de Deus para a humanidade. Mas, o que é
lho Jesus (Jo 3.16).
santificação? Ela acontece de uma só vez?
Há correntes teológicas que ensi-
É um processo? O que significa ‘ser santo’?
nam: “uma vez salvo, salvo para sempre”.
Quem é o responsável para nos tornar san-
Mas, de acordo com a linha teológica que
tos? É sobre isto que vamos estudar nesta
seguimos, a salvação é resultante da fé em
lição.
Cristo Jesus, e se esta fé for negligenciada
poderá comprometer a salvação daquele
que se apostatar da fé. Por isso, é nosso II - O QUE É
dever batalhar diuturnamente por esta fé SANTIFICAÇÃO
que nos foi dada (Jd 3).
A Bíblia esclarece sobre os peca- Santificação é o processo por meio
dos que podem impedir a salvação de uma do qual o crente é separado do pecado,
pessoa (1 Co 6.9-11; Gl 5.19-21). Tais re- tornando-se dedicado à justiça de Deus.
comendações não fariam sentido se a sal- O termo santificação deriva do latim sanc-
vação não corresse o risco de ser perdida. tus, do verbo hebraico qadash que significa
Há um versículo que diz: “Pois, se conti- “ser separado, consagrado”. No conceito
nuarmos a pecar de propósito, depois de do professor de teologia Millard Erickson,
conhecer a verdade, já não há mais sacrifí- santificação “é uma continuação do que
cio que possa tirar os nossos pecados” (Hb foi começada na regeneração, quando en-
10.26-NTLH). tão, uma novidade de vida foi conferida ao
Sem santificação não há salvação, crente e instalada dentro dele”. Podemos
por isso a Bíblia nos recomenda: “... de- dizer que, por um lado, a santificação é a
senvolvei a vossa salvação com temor e separação daquilo que é pecaminoso; por
tremor” (Fp 2.12-ARA). Isto significa que outro, é aquilo que é justo e que está de
precisamos nos esforçar para viver em san- acordo com a vontade de Deus.
tificação a fim de continuarmos militando A santificação é um processo espi-
por esta fé salvadora. ritual que ocorre na vida do pecador rege-
nerado, momento a momento (2 Co 3.18).
“E é o que alguns têm sido, mas haveis
Ensinando as Nações 50
sido lavados, mas haveis sido santifica- 4 - Para usufruirmos da presença de
dos, mas haveis sido justificados em nome Deus - A santificação nos proporciona um
do Senhor Jesus e pelo Espírito do nosso livre acesso a Deus já nesta vida, e tam-
Deus” (1 Co 6.11). A santificação expres- bém nos ajuda a manter viva em nosso
sa a vontade de Deus para cada crente. coração a esperança do arrebatamento:
“Porque esta é a vontade de Deus, a vossa “E qualquer que nele tem esta esperança
santificação: que vos abstenhais da prosti- purifica-se a si mesmo, como também ele
tuição” (1 Ts 4.3). é puro” (1 Jo 3.3). Somente através da
santificação podemos obter o privilégio de
III - OBJETIVOS DA sermos apresentados a Cristo pelo Espírito
Santo.
SANTIFICAÇÃO
Muitas são as razões pelas quais IV - INSTRUMENTOS DA
devemos santificar as nossas vidas. Veja- SANTIFICAÇÃO
mos algumas:
1 - O sangue de Jesus - Purificação e
1 - Para agradarmos a Deus - As Es- santificação são duas ações fundamentais
crituras nos ensinam que é impossível que acontecem pelo sangue de Cristo (1 Jo
agradar a Deus vivendo segundo a carne 1.7). Senão vejamos: a) pela purificação
(Rm 8.8). Uma das providências neces- os pecados são completamente desfeitos;
sárias para conseguirmos a santificação é b) pela santificação a vida do crente se
suplantando as ações da carne, deixando torna absolutamente sem manchas (Hb
prevalecer em nós a vontade do Espírito 10.10; 13.12).
Santo. Deus se compraz nas coisas santas,
enquanto que Satanás se agrada das coi- 2 - A palavra de Deus - O poder santifi-
sas profanas. Temos que fazer a vontade cador da Palavra é inquestionável. Em sua
de Deus, e ele quer que sejamos santos (1 oração sacerdotal Jesus rogou ao Pai que
Pe 1.16). É a ele que devemos obedecer. santificasse os seus discípulos pela sua pa-
lavra (Jo 17,17). Quando escondemos sua
2 - Para sermos participantes de Cris- Palavra em nossos corações, somos impe-
to - A palavra de Deus nos afirma que para didos de pecar contra Deus: “Escondi a tua
continuarmos sendo participantes de Cris- palavra no meu coração, para eu não pecar
to, temos que manter, de forma convicta, a contra ti” (Sl 119.11).
nossa confiança até o fim, sem nos afastar-
mos do Deus vivo (Hb 3.12-14). O Senhor 3 - O Espírito Santo - A vida do crente
quer a nossa santificação (Lv 11.45). precisa ter relacionamento íntimo com o
Espírito Santo. É por intermédio do Espí-
3 - Para nos tornarmos aptos para rito Santo que os crentes fiéis se tornam
servir a Deus - Servir a Deus é um dos prontos e decididos a obedecerem a Jesus
mais elementares deveres daquele que foi Cristo e ficarem purificados pelo seu san-
salvo por Jesus (Jo 15.16). Mas é preciso gue. É pelo Espírito Santo que os filhos de
servi-lo corretamente para que nosso ser- Deus adquirem a graça e a paz de Deus (1
viço se torne aceitável diante de Deus (Sl Pe 1.2; 1 Co 6.11).
100).
Ensinando as Nações 51
do para ser usado no serviço de Deus. O
V - ÁREAS DA uso deste corpo de forma contrária às re-
SANTIFICAÇÃO comendações bíblicas torna-se um ato de
profanação deste santuário.
O homem é um ser tricotômico, Como o crente pode santificar o
ou seja, constituído de espírito, alma e corpo? a) glorificando a Deus (1 Co 6.20);
corpo (1 Ts 5.23). Estas três áreas do ser b) utilizando-o sabiamente (1 Ts 4.4); c)
humano são visadas por Deus para serem controlando-o (Tg 3.2); d) mortificando-o
submetidas ao maravilhoso processo da (2 Co 4.10); e) abstendo-se da aparência
santificação. do mal (1 Ts 5.22); f) vigiando (Lc 21.36).

1 - O espírito - É por intermédio do es-


pírito do homem que acontece o relacio-
CONCLUSÃO
namento entre ele e Deus. De modo que,
antes da conversão, o homem vive a triste As Escrituras recomendam: “Segui
situação de um estado espiritual sem vida. a paz com todos e a santificação, sem a
Mas ao se converter tudo muda, porque qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).
Deus o vivifica em Cristo (Ef 2.1,2,5). Em 2 Podemos crescer em santificação buscan-
Coríntios 7.1 está escrito: “... purifiquemo- do o poder de Deus em oração e deixando
-nos de toda imundícia da carne e do espí- o Espírito Santo operar em nós com o seu
rito, aperfeiçoando a santificação no temor poder santificador. Só assim veremos o Se-
de Deus”. nhor.
Todos nós sabemos que quem A santificação nos dá segurança
mais se alimenta fica mais forte. Daí a
de vida eterna. Também nos dá a certeza
razão de sermos cuidadosos alimentan-
do mais o nosso espírito do que a nossa de que nossas orações serão respondidas
carne. Alimentar o espírito significa viver e que um dia teremos o privilégio de ver
diuturnamente os princípios da palavra de o nosso Senhor como Ele é (1 Jo 3.2; Ap
Deus. 21.3). Permita o Senhor que cada um de
seus servos encontre a graça necessária
2 - A alma - A palavra alma tem uma apli- para submeter-se à plena vontade dele, vi-
cação muito abrangente em toda a Bíblia. vendo em completo estado de santificação
Vejamos alguns aspectos diferentes da vida até a vinda do Senhor Jesus Cristo (1 Ts
humana que podem vir a ter algum tipo de 5.23).
conotação com a alma, e que precisam ser
santificados: a) nossos pensamentos (Fp
4.8; Mt 5.28); b) nossos sentimentos (Fp QUESTIONÁRIO
4.7); c) nossos entendimentos (Ef 1.17,18;
Fp 4.7a; 1 Pe 1.13); d) nossas vontades (2 1 - O que é santificação?
Tm 2.25,26; Rm 12.2). 2 - Quais são os quatro objetivos para
a santificação do crente, conforme a
3 - O corpo - Algumas igrejas pregam e lição?
ensinam que a Deus interessa somente o 3 - Quais são os instrumentos apre-
coração da pessoa, e que para ele não faz
sentados para a nossa santificação?
diferença acerca do que a pessoa faz com
o seu corpo. Mas isso não é verdade. A 4 - Quais são as áreas do ser huma-
Bíblia nos ensina que devemos glorificar a no que são submetidas a Deus para a
Deus com o nosso corpo (1 Co 6.20). Por santificação?
isso, cada membro precisa ser santifica-
Ensinando as Nações 52
Lição 13
Domingo, 27 de março de 2022
Comentarista: Estenyo Bezerra da Silva
- Doutor em Teologia Bíblica (FATAI) - Escritor e Conferencista
- Pós-graduado em Filosofia Cristã (ALTIN - EUA)
- Pastor-Auxiliar da AD de Anápolis | SEDE

O ANALFABETISMO BÍBLICO E
SEUS EFEITOS NA IGREJA
VERSÍCULO
VERSÍCULOCHAVE 
CHAVE  (Mt 9.38)
(2 Pe 3.18) Leitura Bíblica Principal
1 Co 3.1-7; Ef 4.12-16
Antes, crescei na graça e conhe-
1 Coríntios 3.1-7
cimento de nosso Senhor e Salvador Jesus 1 E eu, irmãos, não vos pude falar como
Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora a espirituais, mas como a carnais, como a
como no dia da eternidade. Amém! meninos em Cristo.
2 Com leite vos criei e não com manjar,
PENSAMENTO porque ainda não podíeis, nem tampouco
ainda agora podeis;
A falta de conhecimento bíblico é a 3 porque ainda sois carnais, pois, havendo
morte de uma igreja. entre vós inveja, contendas e dissensões,
não sois, porventura, carnais e não andais
segundo os homens?
4 Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e
outro: Eu, de Apolo; porventura, não sois
Leitura Diária carnais?
5 Pois quem é Paulo e quem é Apolo, se-
Segunda-feira - Marcos 13.31 não ministros pelos quais crestes, e confor-
- O conhecimento bíblico é infalível. me o que o Senhor deu a cada um?
6 Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o
Terça-feira - Isaías 8.20 crescimento.
- O conhecimento bíblico é sempre su-
perior a outros.
7 Pelo que nem o que planta é alguma coi-
sa, nem o que rega, mas Deus, que dá o
Quarta-feira - 2 Timóteo 3.16,17 crescimento.
- O conhecimento bíblico tem suas múl-
tiplas utilidades. Efésios 4.12-16
12 Querendo o aperfeiçoamento dos san-
Quinta-feira - 1 Coríntios 14.6 tos, para a obra do ministério, para edifica-
- O conhecimento bíblico é necessário. ção do corpo de Cristo,
13 até que todos cheguemos à unidade da
Sexta-feira - Neemias 8.1-6 fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a
- O conhecimento bíblico produz aviva-
varão perfeito, à medida da estatura com-
mento bíblico.
pleta de Cristo,
Sábado - 1 Timóteo 4.12-15 14 para que não sejamos mais meninos
- O conhecimento bíblico deve ser in- inconstantes, levados em roda por todo
centivado a todos. vento de doutrina, pelo engano dos ho-
mens que, com astúcia, enganam fraudu-
Ensinando as Nações 53
losamente. À semelhança de sociedades anti-
15 Antes, seguindo a verdade em carida- gas que também tomaram rumos que cul-
de, cresçamos em tudo naquele que é a minaram em ruínas (Mt 24.37-39), a atual
cabeça, Cristo, caminha no mesmo viés. Assim, o quadro
16 do qual todo o corpo, bem ajustado e que se desenha para o futuro não é nada
ligado pelo auxílio de todas as juntas, se- animador, por isso a igreja precisa estar
gundo a justa operação de cada parte, faz preparada para atender as demandas des-
o aumento do corpo, para sua edificação te século, sendo atuante e não apática aos
em amor. desafios que se apresentam (1 Pe 3.15). E
uma das armas mais eficazes nessa luta da
igreja é o conhecimento bíblico. É por este
COMENTÁRIO conhecimento que a igreja pode sobreviver
em meio a esse caos que permeia por to-
Introdução dos os lados (1 Jo 5.19).
O assunto que doravante iremos
colocar em pauta é, ao nosso ver, extrema- II - O QUE É
mente urgente de se abordar, assim como ANALFABETISMO
é urgente tudo aquilo que diz respeito à
igreja e ao seu atual contexto. O momento BÍBLICO
é preocupante para a igreja de Jesus na
terra em muitos aspectos. Os desafios só O analfabetismo bíblico nada mais
aumentam a cada dia, surgindo sempre é do que a total ausência de conhecimento
situações que visam descredibilizar a igre- da palavra de Deus, do que ela diz ou não
ja, faccioná-la e demovê-la dos propósitos acerca dos acontecimentos à nossa volta e
para os quais ela existe como instituição quais as implicações decorrentes deles (Ap
divina presente e atuante. Com isso, pre- 22.7). Esse analfabetismo bíblico, tal qual
cisamos estar atentos ao momento que o escolar, é fruto da falta de acesso das
vivemos, buscando munirmo-nos do pre- pessoas ao estudo formal, sério, sistemáti-
paro necessário (Ef 6.12). Esta é a nossa co e profundo da Bíblia, situação que gera
proposta nesta lição. ignorância, desinformação, desconstrução
e desmoronamento de valores vitais à exis-
tência da nossa sociedade (Pv 22.28).
I - SÍNTESE DO ATUAL Entretanto, no que diz respeito
CONTEXTO DA IGREJA aos crentes, esse analfabetismo bíblico
nem sempre acontece pela falta de acesso
Comecemos por lançar um olhar ao estudo bíblico, mas de apatia, relaxo,
mais profundo no atual momento em que desinteresse, preguiça e descuido espiri-
vivemos, e na forma como a igreja está tual em relação ao estudo e à reflexão bí-
sendo diretamente impactada por ele. blica, fato que torna a situação ainda mais
Estamos no epicentro de profun- grave (Os 4.6).
das mudanças. As coisas mudam muito Esse analfabetismo bíblico acaba
rápido e de formas diversas. Nossa socie- sendo pior, porque ocorre em pessoas que
dade está sendo marcada por mudanças deveriam priorizar a leitura diária da Bíblia,
abruptas em todas as áreas. Com isso, de amar o estudo das Escrituras (1 Tm 4.13).
algum modo temos sido empurrados para Não se trata aqui de erudição ou academi-
nos acondicionarmos a elas (2 Tm 3.1). cismo, mas de um conhecimento básico da
Querendo ou não, concordando ou não, o palavra de Deus. Infelizmente não é isto
fato é que estamos no meio disso, e como que estamos vendo.
igreja precisamos definir claramente de
que lado estamos. 1 - Uma palavra importante - Quando
Ensinando as Nações 54
falamos de analfabetismo bíblico, temos 3 - Fomenta a ambição funcional - Isto
que dizer que isto nada tem a ver com o diz respeito à disputa por cargos ou títulos
analfabetismo secular (escolar) em que o no ministério, quando as funções passam
indivíduo não desenvolveu a capacidade a ser a principal finalidade para muitos,
da leitura nem da escrita. Temos pessoas em detrimento do real chamado, da sim-
que são analfabetas, mas são dotadas de plicidade do evangelho, do servilismo que
extraordinário nível de conhecimento que precede a autoridade e assim por diante
surpreende a todos (Jo 7.15). Lembro com (Mt 20.28).
saudade de minha avó materna. Quem a
ouvia passava a admirá-la pela sublimida- 4 - Distorce a cosmovisão - Os crentes
de de suas palavras e pela profundidade passam a ter uma visão equivocada, desfo-
bíblica, apesar de nunca ter ido a uma cada, míope e unilateral das coisas, o que
escola. Ela dizia que Jesus havia sido seu reflete em suas opiniões e críticas emitidas.
único professor! Há inúmeros casos assim! Falam sem saber, criticam sem refletir, po-
sicionam-se sem avaliar as consequências
e isso tem sido um desastre em muitas
III - A GRAVIDADE igrejas, sobretudo em tempos de polariza-
ção como o nosso (Ec 3.7; Cl 4.6).
DO ANALFABETISMO
BÍBLICO 5 - Abala a comunhão da igreja - Tal
situação gera tumultos, porfias, fobias
Considero esse problema um dos eclesiásticas, psicopatias espirituais e ou-
mais graves e que mais perigos tem trazido tros entraves que estremecem a unidade
à vida da igreja. Ele não é apenas grave, “koinônica” da igreja local.
mas gravíssimo por várias razões, senão
vejamos: 6 - Substitui o essencial pelo acessó-
rio - O analfabetismo bíblico faz com que
1 - Infantiliza os crentes - É exatamente os crentes substituam aquilo que é vital,
isto que ocorria na igreja de Corinto (1 Co uncial, essencial por arranjos e artifícios
13.11; 14.20). Havia crentes com compor- cúlticos, teológicos e modistas que até im-
tamentos infantis, irreflexivos, irreverentes pressionam, mas não edificam o corpo de
e pecaminosos. Crentes que, não obstante Cristo: a igreja! (1 Co 14.26).
serem adultos quanto à faixa etária, eram
crianças em maturidade. Faltavam-lhes sa-
bedoria e bom siso. As atitudes deles se
IV - CAUSAS DO
assemelhavam a meninos birrentos, desor- ANALFABETISMO
ganizados, inconsequentes e fúteis, o que
prejudicava a fé, o ambiente do culto e a BÍBLICO
vida da igreja (Ef 4.14).
1 - Substituição da centralidade da
2 - Divide a igreja - Isso ocorria na igreja Palavra no culto - Em muitos lugares
de Corinto, tornando-a uma igreja dividi- a pregação da Palavra tem sofrido seria-
da, faccionada, fragmentada. Grupos arro- mente, pois, quando não sofre diminuição
gavam para si a primazia de seus líderes, do tempo de sua exposição, é substituída
usando a imagem dos mesmos para assim por outras programações modernas. Há
procederem e certamente nenhum desses igrejas cujos cultos têm de tudo, menos
líderes aferia tal postura por parte desses a exposição das Escrituras, portanto, não
facciosos. Uma igreja dividida pode até houve culto. Quando se tira a centralidade
crescer, mas não será de forma saudável da pregação ou do ensino bíblico na igreja
(2 Co 13.11). abre-se a porta para diversos males, como:
fanatismo, farisaísmo, ignorância, apatia,
Ensinando as Nações 55
frieza e, por fim, a morte espiritual. Preci- ria, a convicção, etc. Todos são inerentes
samos estar atentos (2 Tm 3.16). ao conhecimento bíblico e são resultantes
do esforço por alcançá-lo.
2 - Ausência da leitura diária da Bí-
blia - Quando o crente não lê a Bíblia, ele 6 - Busca desequilibrada pelos caris-
deixa de cumprir com uma de suas maio- mas - Buscar os dons é muito importante,
res responsabilidades, falha que lhe trará, todavia, isso pode tornar-se perigoso se for
inevitavelmente, sérias consequências. Os buscado como finalidade única, deixando
estudiosos e teólogos da área afirmam que de buscar também o equilíbrio na forma de
é alto e preocupante o índice de crentes usá-los. Temos visto muitas extravagâncias
que não leem a Bíblia pelo menos uma vez no pentecostalismo, sobretudo no Brasil,
ao dia, especialmente em meio a uma vida com a prática de modismos estranhos e
cada vez mais ativista, pragmática, secta- antibíblicos exatamente por não haver o
rista, “operacionalista” e agitada (Dn 12.4). salutar equilíbrio entre dons e prática.
Somos aquilo de que nos alimen-
tamos. Isso vale para o corpo, mas tam- 7 - Profissionalismo eclesiástico - Por
bém para a mente e para alma. “Alimente- incrível que pareça, muitos usam o púlpito
-se de leituras saudáveis, construtivas e das igrejas mundo afora apenas por con-
verás os benefícios disso em sua vida e veniência, vaidade, lucratividade e notorie-
em seu ministério; alimente-se de leituras dade, sendo que, em muitos destes, falta
tóxicas, pífias e verás os malefícios disso”. conteúdo bíblico. São agitadores, coachs,
A leitura bíblica não pode faltar em nossa humoristas, pessoas que sabem cativar o
vida (Fp 4.8). povo, entretanto são vazios de Bíblia, ocos
de profundidade teológica e estéreis de co-
3 - Ausência de estudo sistemático nhecimento. Isso tem prejudicado muito a
da Bíblia - Isso diz acerca de um estudo igreja nos últimos anos.
metódico, exegético e constante das Escri-
turas. A leitura da Palavra deve ser acom-
panhada de um vigoroso estudo da mes- V - DOIS CONTRASTES NA
ma. Nesse caso, significa esmiuçar o texto,
penetrar em sua essência, mergulhar na
IGREJA ATUAL
sua exegese textual, examinar clinicamen-
te o vernáculo sagrado. Assim ganharemos Vivemos em um tempo de muito
em altura (relação com Deus), dimensão avanço no tocante ao conhecimento huma-
(comunhão com os irmãos) e também em no, inclusive na área teológica. A produção
profundidade (relação com a Palavra). de livros e outros materiais acadêmicos pe-
las editoras tem aumentado muito. Pode-
4 - Ausência de uma espiritualidade mos ver, por exemplo, a enorme quantida-
equilibrada, bíblica e profunda - Isto de de Bíblias de estudos que são lançadas
tem a ver com uma vida de oração, jejum, periodicamente. Os cursos teológicos, em
devoção e piedade a Deus. Essas coisas todos os níveis, têm se popularizado ainda
devem acompanhar, indissociavelmente, mais, permitindo que os interessados te-
o conhecimento bíblico. A oração abre as nham acesso a um conhecimento bíblico
portas dos segredos celestiais, fertiliza a regular ou superior, privilégio que, antes,
mente, empodera e eleva o espírito, subju- era bem mais difícil de se obter.
ga os desejos carnais e enche-nos de auto- A internet é uma poderosa ferra-
ridade espiritual (At 6.4). menta na aquisição de conhecimentos, o
que ajuda a alavancar todo esse processo
5 - Perda de valores cristão essenciais pedagógico. De modo que ninguém pode
- Dentre esses valores estão a piedade, a dizer que não tem acesso, oportunidade ou
verdade, a humildade, o perdão, a sabedo- condições, por mais simples que seja, de
Ensinando as Nações 56
aprender. Mesmo assim, ainda convivemos do púlpito.
com o fantasma da ignorância, o espectro 2. Fomentando a leitura bíblica,
da aridez, a falta de profundidade em nos- motivando os crentes a ter mais contado
sos púlpitos ou em nossas salas de aula da com a palavra de Deus, desenvolvendo o
EBD. Como pode, no mundo atual, alguém hábito de ler (Ap 1.3).
ainda viver na superfície da fé? Viver uma 3. Erradicando práticas e discur-
vida rasa espiritualmente? Precisamos mu- sos anti-intelectuais em nosso meio. Cer-
dar esse cenário! (Ez 47.3-5). Como? tas frases como “o mais importante é ter
unção” destoam completamente da har-
1 - Evitando o discurso de que o po- monia que deve existir entre poder e co-
der é melhor - Melhor é o poder e o co- nhecimento. A unção não é maior que a
nhecimento que vêm de Deus! Os dois são teologia. Ambas são coesas, unas, intrínse-
pontos convergentes de nossa vida cristã. cas na sua reflexão e práxis.
É como o encontro dos rios Negro e Soli- 4. Incentivando o público infanto-
mões, onde cada um tem seu lugar, mas -juvenil, porque tudo começa pelas crian-
deságuam no mesmo mar! (Mt 22.29). ças. Elas devem ser orientadas a amar o
conhecimento bíblico. Os nossos adoles-
2 - Fazendo um culto mais pedagógi- centes e jovens precisam, de igual modo,
co - Vamos fazer um culto em que tudo imergir no saber da palavra de Deus a fim
nele, não importando a liturgia, seja para de crescerem na fé (Pv 22.6).
a aprendizagem e edificação espirituais.
Precisamos resgatar o perfil didático de
um culto onde os crentes fiquem cheios CONCLUSÃO
de poder, mas também imbuídos do saber!
Isso gera vida espiritual plena, saudável e Com base nestas reflexões, dese-
produtiva. jamos salientar que toda mudança na igre-
ja precisa contar com o engajamento dos
3 - Deixando a Bíblia falar mais - Que crentes em geral. Se cada membro fizer
a voz das Escrituras ecoe mais de forma al- a sua parte, empregando seus talentos e
tissonante do que as vozes humanas, ain- dons, trabalhando “koinonicamente”, então
da que estas sejam apreciáveis. Às vezes, haveremos de alcançar portentosos resul-
as virtudes humanas são por demais exal- tados para o Reino de Deus, para a glória
tadas em muitos púlpitos. Isso pode até ter de Cristo! SOLA SCRIPTURA!
o seu lado de reconhecimento, contudo,
nada pode suplantar a suficiência das Es-
crituras em responder aos anseios da alma
QUESTIONÁRIO
humana (Hb 4.12).
1 - O que as mudanças abruptas têm
proporcionado?
VI - COMO COMBATER 2 - Como a igreja pode atender as
demandas deste século? Qual a arma
O ANALFABETISMO mais eficaz?
BÍBLICO? 3 - Cite algumas causas do analfabe-
tismo bíblico em muitas igrejas.
Algumas atitudes podem ajudar 4 - Como os cultos podem gerar vida
a combater o problema do analfabetismo espiritual plena, saudável e produti-
bíblico na igreja atual: va?
1. Retornando ao cerne das Escri-
turas, colocando a Bíblia como a maior voz
Ensinando as Nações 57
VISÃO ALGUMA É MAIOR DO QUE O
PODER DE DEUS QUE OPERA EM NÓS
Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e os fins da terra por tua possessão
Sl 2.8

Primeiro Trimestre - 2019 - nº 73 Segundo Trimestre - 2019 - nº 74 Terceiro Trimestre - 2019 - nº 75

Templo da Assembleia de Deus de Anápolis Templo da Assembleia de Deus de Anápolis


Rua São Bento, 387 | Benguí | Belém (PA) Templo da Assembleia de Deus de Anápolis Rua Afonso Prado, 703 | Bairro Maracanã | Anápolis (GO)
Av. Pedro Ludovico, 1182 | Bairro Nações Unidas | Anápolis (GO)
Nome: Nome:
Nome:

NÚMERO - 73 NÚMERO - 74 NÚMERO - 75

NÚMERO - 76 NÚMERO - 77 NÚMERO - 78

Quarto Trimestre - 2019 - nº 76 Primeiro Trimestre - 2020 - nº 77 Segundo Trimestre - 2020 - nº 78

Templo da Assembleia de Deus de Anápolis Templo da Assembleia de Deus de Anápolis Templo da Assembleia de Deus de Anápolis
Rua Ceará, 35 esquina com 1º de junho | Bairro Fátima | Ibema (PR) Av. JK, 1009 | Centro | Bom Jesus da Selva (MA) Rua 2012, Unidade 201, Lote 04 | Parque Atheneu | Goiânia (GO)

Nome: Nome: Nome:

O ESPAÇO E A VALORIZAÇÃO DOS NOSSOS ESCRITORES


Ensinando as Nações 58
ENSINANDO AS NAÇÕES
Comentaristas: OBREIROS(AS) DA CONVENÇÃO INTERNACIONAL DA
“ASSEMBLEIA DE DEUS” (CIAD)

Encarte especial
para o professor
Pr. Elias Garcia Fernandes

Lições do Primeiro Trimestre de 2022

O trabalho deste encarte é feito mediante pesquisa bibliográfica.


Ensinando as Nações 59
Ensinando as Nações 60
Lição 01
Domingo, 02 de janeiro de 2022

PARÁBOLA SOBRE A VIDA


Pr. Deilton Miguel

Hinos Sugeridos da Harpa Cristã:


140, 178 e 246
século. Inevitavelmente, este assunto
ENFATIZE acaba atingindo a todos, principalmente
nestes tempos trabalhosos (2 Tm 3.1),
Que o Senhor Jesus admitiu o
conturbados, inseguros e cheios de más
contraste entre a vida honesta dos filhos
perspectivas.
do Reino e a hipocrisia dos fariseus.
É impressionante como o poder
Que a nossa pretensa justiça
deletério da ansiedade - este grande
não pode ser praticada como propagan-
mal-estar físico e psíquico com força
da para o autoengrandecimento.
suficiente para mesclar aflição e agonia
Que precisamos de discernimen-
- consegue mexer com as pessoas, até
to, pois nem tudo que vem à nossa porta
mesmo com muitos crentes, que deve-
pode ser uma providência de Deus.
riam conhecer muito bem as mensagens
confortadoras e tranquilizadoras de Jesus:
OBJETIVOS “... não andeis cuidadosos quanto à vossa
vida...” (Mt 6.25). Precisamos distinguir
Ao término da aula, o aluno de- bem a diferença entre preocupações
verá ser capaz de: normais e preocupação excessiva.
- Entender que todo medo e
preocupação em excesso trazem desgas- Discernimento
tes à vida, ofuscando boas perspectivas.
- Compreender que o Senhor Não é errado alguém se preocupar
condena a preocupação em demasia, com os problemas do dia a dia. Inconcebível é
a ansiedade excessiva.
porque isto demonstra falta de fé.
- Saber que a ansiedade afeta
a memória, bloqueia a comunicação e SUBSÍDIO TEOLÓGICO
pode provocar o fim de um casamento.
“Não estejais inquietos por coisa
alguma” (Fp 4.6). O melhor remédio para
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA a preocupação é a oração, e isto pelas
seguintes razões: 1. Mediante a oração,
Os professores têm diante de si
renovamos nossa confiança na fidelidade
um tema bem atual. A questão da an-
do Senhor ao lançarmos nossas ansieda-
siedade realmente deve ser considerada
des e problemas sobre aquele que tem
como um dos mais nocivos males do
cuidado de nós (Mt 6.25-34; 1 Pe 5.7); 2.
Ensinando as Nações 61
A paz de Deus vem guardar nossos cora- Côvado: Medida de comprimento equi-
ções e mentes, como resultado da nossa valente a 66 cm.
comunhão com Cristo Jesus (Cl 3.15); 3. Diametralmente: Em sentido inteira-
Deus nos fortalece para fazermos todas mente diferente, sem nenhum ponto de
as coisas que Ele quer que façamos (Ef convergência.
3.16); 4. Recebemos misericórdia, graça Dissociado: De dissociar - desfazer
e ajuda em tempos de necessidade (Hb uma associação; desunir-se, separar-se,
4.16); 5. Temos certeza de que todas as dissolver-se.
coisas que Deus permite que nos aconte- Esmorecer: Tornar sem ânimo, sem
çam concorrerão para o nosso bem (Rm forças; enfraquecer, entibiar, afrouxar.
8.28). Susceptível: Passível de sofrer certas
“A paz de Deus... guarda os nos- impressões ou modificações ou de ad-
sos corações” (Fp 4.7) quando invocamos quirir determinadas qualidades.
a Deus com um coração posto em Cristo
e na sua Palavra (Jo 15.7), a paz de Deus BIBLIOGRAFIA
transborda em nossa alma aflita. 1. Essa
paz consiste em uma tranquilidade inte- SUGERIDA
rior, que o Espírito Santo nos transmite
WHITE, John. AS MÁSCARAS DA MELANCOLIA,
(Rm 8.15,16). Envolve uma firme con- São Paulo: ABU Editora, 2001.
vicção de que Jesus está perto, e que o
amor de Deus estará ativo em nossa vida
continuamente (Rm 8.28,32). 2. Quando QUESTIONÁRIO
colocamos diante de Deus, em oração, as
nossas inquietações, essa paz fica como 1 - Qual é o propósito de “nossa jus-
guarda à porta de nossos corações e de tiça”, conforme Mateus 5.16?
nossa mente para impedir que os cuida- R - Levar os homens a glorificar a Deus.
dos e angústias perturbem-nos a vida
e a esperança em Cristo (Rm 8.35-39; 2 - O que é um embaraço?
1 Pe 5.7). 3. Se o medo e a ansiedade R - Tudo aquilo que nos rouba de nossa
retornarem, novamente a oração, a sú- família, de Deus e dos amigos.
plica e a ação de graças nos trarão a paz
de Deus que guarda os nossos corações, 3 - Cite um dos efeitos nocivos da
então voltaremos a sentir segurança e nos ansiedade.
regozijaremos no Senhor. R - A ansiedade drena nossa alegria e
faz com que julguemos os outros em vez
BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, Rio de de aceitá-los.
Janeiro: CPAD, 1995, Nota - Não estejais inquietos
por coisa alguma, p. 1829.
4 - Como a ansiedade já pode ser
considerada?
GLOSSÁRIO R - O novo mal do século.

Autoengrandecimento: Ação ou re-


sultado de elevar a própria riqueza, dig-
nidade, fama etc. Engrandecimento de si
mesmo.
Ensinando as Nações 62
Lição 02
Domingo, 09 de janeiro de 2022

FRUTOS DIGNOS DE ARREPENDIMENTO


Pr. Odilon Mendonça de Oliveira

Hinos Sugeridos da Harpa Cristã:


284, 576 e 577
forma convicta a velha vida, e o suges-
ENFATIZE tiona a voltar para o Senhor. É a situação
de quem sente, efetivamente, tristeza e
Que o arrependimento é um divi- desconforto pelos pecados cometidos, por
sor de águas que nos faz olhar para atrás isso envida esforços para abandoná-los.
com gratidão, e, para frente, com esperan- De uma forma sucinta podemos dizer que
ça. arrependimento é quando a pessoa sente
Que fomos declarados justos com tristeza ao ponto de abominar as coisas er-
a justiça de Cristo (Rm 5.1), e tivemos o radas e sente desejo de servir a Deus. Sa-
passado apagado para sempre. bemos que não existe salvação sem o arre-
Que o arrependimento produz um pendimento, e que este acontece quando
novo estilo de vida observável desde que a somos alertados pela nossa consciência a
pessoa realmente se converta. respeito de nossos erros, também quando
a Palavra nos mostra aquilo que é certo e
OBJETIVOS aquilo que é errado, e quando o Espírito
Santo nos convence do pecado, da justiça
Ao término da aula, o aluno deve- e do juízo.
rá ser capaz de:
- Constatar que há pessoas nas Efeitos
igrejas que nunca passaram por esse pro-
cesso de conversão verdadeira. O arrependimento nos predispõe à prá-
tica da reconciliação e da verdadeira comunhão
- Saber que não há santo que
com Deus.
não tenha passado pelo processo do arre-
pendimento em sua vida cristã.
- Estar plenamente consciente de SUBSÍDIO TEOLÓGICO
que o arrependimento produz, sim, novas
perspectivas no convertido. O arrependimento tem início na
conversão, que é o primeiro passo da re-
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA generação. A conversão ainda não é a
“regeneração” propriamente dita; mas an-
tes, faz parte dela, sendo o início do novo
A condição de ‘arrependimento’
nascimento. Sem conversão não há rege-
tem sua origem na palavra grega Metanoia,
neração, embora a conversão não encerre
significando “mudança de mente”. Do pon-
a totalidade da regeneração. É o começo o
to de vista da salvação, o arrependimento
ponto em que o pecador abandona o peca-
é a condição que faz o homem deixar de
do e o seu antigo “eu”, a sua rebeldia con-
Ensinando as Nações 63
tra Deus. A conversão, além disso, é um irrefreável, insopitável.
ato produzido pela influência do Espírito Presente-futuro: A fusão das duas fases,
Santo, que não pode suceder sem esse po- a atual e a futura num mesmo instante.
der, embora existam agitações emocionais Redundar: Ter como resultado; reverter
que provocam transformações por pouco em.
tempo, que podem imitar a conversão. Senso: Faculdade de julgar, de sentir, de
A verdadeira conversão é uma
apreciar; juízo, entendimento, percepção,
transformação interna da alma, e esse é
exatamente o primeiro passo da regene- sentido.
ração. A regeneração completa consiste
na total transformação do ser, segundo a BIBLIOGRAFIA
imagem de Cristo, de tal modo que alguém
chega a “nascer” no reino de Deus, ou seja, SUGERIDA
nos lugares celestiais, o mundo acima, o
outro mundo, que também é chamado de ROBERTS, Richard Owen. ARREPENDIMENTO
- A primeira palavra do evangelho, São Paulo:
“céu”. O indivíduo totalmente regenerado
SHEDD PUBLICAÇÕES, 2011.
é uma nova criação, de natureza moral e
metafísica semelhante à de Cristo; e isso
só pode suceder nos lugares celestiais, em QUESTIONÁRIO
seu grau mais elevado, que inclui a glori-
ficação apesar de que é na esfera terrena 1 - O que os frutos do arrependimen-
que têm começo a conversão e a santifica- to promovem em nós?
ção.
R - Eles nos levam a fazer uma leitura do
Do que consiste o arrependimen-
to? É um ato divino que transforma o ho- passado com continuada reprovação e
mem, mas que depende da reação positi- permanente gratidão. Também nos levam
va do homem, uma vez inspirado pela fé; a olhar para o presente com dedicação e
É o começo do processo da santificação; louvor por saber o que foi feito gratuita-
Juntamente com a fé, perfaz a conversão; mente por nós na cruz, e para o futuro com
É determinado por Deus (At 17.30) e é esperança e alegria
conferido por ele (2 Tm 2.25); Foi deter- 2 - Qual é a nossa condição como
minado por Cristo (Ap 2.5,16 e 3.3); É uma ‘nascidos de novo’?
operação do Espírito (Zc 12.10); A bonda- R - Fomos declarados justos com a justi-
de de Deus nos leva ao arrependimento ça de Cristo (Rm 5.1; 8.33,34) e tivemos o
(Rm 2.4); A tristeza segundo Deus fomen-
passado apagado para sempre.
ta o arrependimento (2 Co 7.10); Conduz à
vida eterna (At 11.18); É necessário para o 3 - Qual a relação do arrependimento
perdão dos pecados (At 2.38; 3.19; 8.22). com a santidade?
R - Ninguém é santo porque nasceu santo,
CHAMPLIN, Russell Norman. ENCICLOPÉDIA DE o arrependimento foi a porta de entrada.
BÍBLIA, TEOLOGIA E FILOSOFIA, Vol. 1, São 4 - O que podemos dizer dos ‘frutos
Paulo: Hagnos, 2002, pp. 314,315. externos’?
R - Os frutos externos ligam-se moralmen-
GLOSSÁRIO te ao testemunho pessoal, à atitude servi-
çal e ao sofrimento por amor a Cristo como
Caiação: Revestimento de cal; caiadura, privilégio unicamente dos crentes (Fp 1.29;
caio. At 5.42).
Irreprimível: Que não se pode reprimir;
Ensinando as Nações 64
Lição 03
Domingo, 16 de janeiro de 2022

A PARÁBOLA DA FIGUEIRA ESTÉRIL


Pr. Milton Cruz da Conceição

Hinos Sugeridos da Harpa Cristã:


98, 127 e 323
Havia muitos cultos naqueles dias, mas fal-
ENFATIZE tava-lhes vida autêntica. É diferente hoje?
Como nós temos cultos, reuniões e festas!
Que é sensato aproveitarmos esse
Mas temos frutos? Somos vistos como pes-
tempo de graça e nos arrependermos en-
soas confiáveis? Até onde vai nosso en-
quanto temos oportunidade.
volvimento no Reino? A ênfase dos cultos
Que as misericórdias do Senhor se
parece ser uma só, nós mesmos: “Deus
renovam a cada manhã e são a causa de
nos escolheu para vencer”, “nós podemos
não sermos consumidos.
todas as ciosas naquele que nos fortalece”.
Que, independentemente das es-
Queremos afagos. Muitas folhas. Mas onde
tações, precisamos produzir frutos bons na
está o fruto? Jesus nos escolheu e nos de-
obra do Senhor.
signou para darmos frutos.

OBJETIVOS Aplicação Pessoal


Ao término da aula, o aluno deve- Assim como é natural para uma árvore
rá ser capaz de: dar fruto na sua estação própria, assim também
- Entender e se alegrar pela gra- cabe a cada cristão autêntico dar fruto permanen-
te, como ensinou Jesus.
ça infinita de Deus em seu atributo e dispo-
sição para nos perdoar sempre.
- Reconhecer que Deus é longâ- SUBSÍDIO DEVOCIONAL
nime, mas também é justiça para cumprir
seus propósitos em nossas vidas. A figueira tinha um papel de ex-
- Ressaltar que aquele que mor- trema importância na vida de um israelita.
rer no pecado, terá que passar a eternida- Ele sabia que Deus a usava para indicar a
de em sofrimento eterno. prosperidade de Israel - cada um vivendo
em segurança, debaixo da sua videira e de-
baixo da sua figueira.
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA Quando Deus se desagradava de
seu povo por causa de sua infidelidade,
Essa parábola atingiu em cheio a
tornava isso conhecido, referindo-se à falta
liderança de Israel. Que frutos eles esta-
de fruto na videira e na figueira. Como na-
vam apresentando? Eles eram cheios de
ção, Israel era, muitas vezes, representada
si mesmos e vazios de arrependimentos.
por uma figueira. Tinha recebido lugar es-
Ensinando as Nações 65
colhido na vinha de Deus e era, portanto, no pecado; relapso.
altamente privilegiada. Mas o privilégio traz Impetuoso: Que age sob o impulso do
a responsabilidade. Israel, no entanto, não momento, de maneira irrefletida; impulsi-
correspondeu ao privilégio. O julgamento vo.
de Deus não podia mais ser adiado, e a Literal: Que reproduz exatamente, pala-
falta de figos na figueira simbolizava o de- vra por palavra, determinado texto ou tre-
sagrado de Deus. cho de um texto.
A figueira estava privilegiadamen- Patrício: Natural da mesma pátria que
te plantada em condição favorável - tinha outrem.
obrigação de dar fruto. Também nós, que Vitácea: Plantas nativas de regiões tropi-
temos recebido tanto de Deus, temos obri- cais e subtropicais cultivadas pelos frutos
gações para com Ele. Podemos ter alcan- comestíveis ou como ornamentais.
çado tantas coisas nesta vida: dinheiro,
bens matérias, posições, cargos, títulos e, BIBLIOGRAFIA
ainda assim, não termos produzido fruto.
Quando Jesus voltar, muitos apresentarão SUGERIDA
um relatório diante dele, dizendo: Senhor,
SNODGRASS, Klyne. COMPREENDENDO TODAS
em teu nome nós profetizamos, expulsa- AS PARÁBOLAS DE JESUS, Rio de Janeiro: CPAD,
mos demônios, fizemos sinais e maravi- 2010.
lhas. Então, ele lhes dirá: “Apartai-vos de
mim, vós que praticais a iniquidade” (Mt
7.22,23). QUESTIONÁRIO
Desta passagem bíblica, entende-
mos que o exercício dos dons espirituais 1 - Qual o simbolismo da figueira?
não é fruto diante de Deus. Tanto é assim, R - A figueira é um símbolo da nação de
que nos escritos de Paulo os dons (1 Co Israel.
12) estão separados do fruto do Espírito
(Gl 5.22). Podemos trabalhar muito e não 2 - O que simboliza a figueira no meio
produzir o que Deus espera de nós, assim da vinha, segundo a lição?
como Marta trabalhava, mas não agradava R - A figueira no meio da vinha simboliza
o Mestre (Lc 10.42). Israel entre as nações.

PESTANA, Alvaro César. AS PARÁBOLAS DE JESUS, 3 - A quem o dono da vinha represen-


Campo Grande (MS): Editor Álvaro César Pestana, 3ª ta, segundo a lição?
Edição, 2010, pp. 208,209. R - O dono da vinha representa Deus, o
Pai.
GLOSSÁRIO
4 - A quem o vinhateiro representa,
Arbustiva: De arbusto - vegetal lenhoso de acordo com a lição?
de porte variável, cujo caule emite ramifi- R - O vinhateiro representa Jesus, enviado
cações muito próximas do solo. à casa de Israel.
Explícito: Que é claro, explicado sem am-
biguidade.
Impenitente: Que persiste, que se obs-
tina no erro, no vício, no crime; contumaz
Ensinando as Nações 66
Lição 04
Domingo, 23 de janeiro de 2022

ENFRENTANDO AS PAIXÕES HUMANAS


Pr. Joel Bezerra Santiago

Hinos Sugeridos da Harpa Cristã:


75, 432 e 477
conhecimento (muitos só ficam contentes
ENFATIZE se tiverem os seus nomes enaltecidos pelo
que fazem). Ou pelo desejo de honrarias
Que o diabo tentou Jesus e con-
(pessoas que se realizam sendo colocadas
tinua tentando os servos de Deus, provo-
em lugar de destaque). Ou por glória hu-
cando guerras e pelejas entre os crentes.
mana (gente que se realiza quando elogia-
Que as paixões e deleites que
das pelos seus feitos). Ou por poder (aque-
operam em nossos membros podem ser
les que, se possível, digladiam em busca
de origem sexual, emocional ou moral.
de um status quo que lhe confira fama de
Que só teremos paz com Deus
grande líder). Ou por dinheiro (indivíduos
orando e apresentando a ele em ações de
ávidos por riqueza a qualquer custo, por
graças, ao invés de inquietar-nos.
acharem que isto os dignifica e os classifica
como pessoas efetivamente abençoadas).
OBJETIVOS Todas estas coisas têm como alicerce o
egoísmo, esta condição nefasta que dete-
Ao término da aula, o aluno deve- riora o ser humano.
rá ser capaz de:
- Saber que o crente não deve Chegai-vos a Deus
ter amor ao mundo, conforme disse Jesus:
Ninguém pode servir a dois senhores. Chegai-vos a Deus: isto mostra que o
desejo de Deus é que se afastem do pecado e
- Crer que estando perto de Deus purifiquem seus corações.
pela oração e comunhão é que podemos
adquirir intimidade com o Senhor.
- Entender que quem fala mal
SUBSÍDIO DEVOCIONAL

dos outros está agindo na condição de juiz
A santidade se inicia dentro de
da lei, tomando o lugar de Deus.
uma pessoa, com um desejo correto de
expressar-se corretamente. É uma questão
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA não apenas das ações que desempenho,
mas das motivações que me levam a exe-
Cada caso é um caso, mas, via de cutá-las.
regra, as contendas, desajustes ou desar- A motivação, os objetivos, a pai-
monia entre os crentes de uma igreja ge- xão, o desejo, os anseios, as aspirações,
ralmente nascem do ávido desejo por re- as metas e a direção de uma pessoa santa
Ensinando as Nações 67
visam agradar a Deus. Tanto pelo que faz Inferir: Fazer inferência sobre; concluir,
como pelo que evita fazer. Em outras pala- deduzir.
vras, praticam-se boas coisas e evitam-se
as más. Boas obras começam com louvor, Malsão: Que denota uma perversidade in-
adoração, honra e exaltação de Deus com telectual ou moral; mórbido.
a têmpera da vida inteira de uma pessoa.
Coisas más iniciam com a negação de tudo BIBLIOGRAFIA
isso, além de frieza em relação a todas
elas. Por isso, devo trabalhar para manter SUGERIDA
meu coração ativamente obediente a Deus.
SHERMAN, Dean; PAYNE, Bill. BATALHA ESPIRI-
Santidade sempre é a resposta de gratidão TUAL PARA TODO CRISTÃO, Venda Nova (MG):
do pecador salvo pela graça recebida. Betânia, 1993.
Os fariseus da época de Jesus
cometiam três erros: o ascetismo - au- QUESTIONÁRIO
toprivação e austeridade extrema; o for-
malismo - intensa conformidade em atos 1 - Quais são as causas das guerras e
e palavras com os padrões que Deus es- pelejas nas igrejas?
tabeleceu; o legalismo - a disposição de R - O diabo, a carne, o desejo de poder, a
fazer coisas para alcançar o favor de Deus, cobiça e as invejas.
apesar de serem tidos como muitos santos
até que Jesus lhes contasse a verdade so- 2 - Quais são as consequências das
bre eles mesmos e a inadequação de sua paixões humanas?
suposta piedade. Depois de tudo isso, po- R - Carência de bens espirituais, orações
demos afirmar com certeza que a santida- não respondidas e infidelidade espiritual.
de começa no coração. Quem gostaria de
se espelhar nos fariseus? 3 - Segundo Tiago, como se deve evi-
tar as paixões humanas?
PACKER, J.J. VITÓRIA SOBRE A TENTAÇÃO, São
R - Sujeitando-se a Deus e resistindo ao
Paulo: Mundo Cristão, 1999, pp. 31,32.
diabo. Chegando-se a Deus, purificando o
coração, sentindo as misérias, humilhando-
GLOSSÁRIO -se perante o Senhor, e não falando mal
dos outros.
Ambíguo: Que admite interpretações di-
versas e até contrárias (diz-se do sentido). 4 - Como Tiago chamou os crentes
que praticam a infidelidade espiri-
Deleite: Sensação ou sentimento aprazí- tual?
vel; satisfação, deleitamento. R - Adúlteros.

Desmedido: Cuja dimensão ou forma ex- 5 - O que perde o soberbo ao se exal-


cede o comum; excessivo, exagerado, des- tar?
mesurado, abusivo. R - Perde a oportunidade de ser abençoa-
do por Deus.
Duplo ânimo: De ânimo dobre - fingido,
artificioso, falso, dúplice.
Ensinando as Nações 68
Lição 05
Domingo, 30 de janeiro de 2022

A GRAÇA DIVINA DO PERDÃO


Pr. Elias Garcia Fernandes

Hinos Sugeridos da Harpa Cristã:


73, 169 e 292
Por isso, o comando da aula não pode,
ENFATIZE em nenhuma hipótese, fugir do controle
do professor. É possível que na lição deste
Que a imensa graça de Deus é que
domingo a questão: “ninguém pode conde-
nos enche de fé e de amor e nos coloca
nar ninguém” consuma tempo demais e se
receptivos do perdão divino.
transforme em apologia ao erro, servindo,
Que devemos agir com cautela,
assim, de ‘muleta psicológica’ para os falto-
nunca sendo juízes diante de falhas come-
sos contumazes.
tidas por nosso semelhante.
É importante salientar que o Se-
Que Jesus, em sua bondade infi-
nhor perdoa aos que se arrependem. Uma
nita, derrama-se de amor pelos cansados,
frase proferida por Jesus deve reverberar
oprimidos e miseráveis pecadores.
sempre em nossas mentes: “... vai-te e não
peques mais”. Este, sim, deve ser o propó-
OBJETIVOS sito definitivo, pois o que confessa e deixa,
alcança misericórdia (Pv 28.13).
Ao término da aula, o aluno deverá
ser capaz de: Prerrogativa de Deus
- Refletir sobre o comportamento
do Mestre e rever conceitos visando mudar Julgar é uma prerrogativa de Deus, não
de atitude em relação ao próximo. nossa. Nosso papel é mostrar o perdão e a com-
paixão.
- Saber que o pecado não pode ser
tolerado e os erros precisam ser corrigidos,
porque correção é prova de amor. SUBSÍDIO TEOLÓGICO
- Entender que religiosidade
cauteriza corações e faz os ‘religiosos’ asso- Jesus não condenou a mulher
ciarem fé ao cumprimento de regras e leis. apanhada em flagrante adultério; e apesar
de que não lemos neste episódio qualquer
expressão de perdão de pecados, contudo, o
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA perdão também fica subentendido na ordem
baixada por Jesus para que ela não mais
Existem temas que, pelo aspecto repetisse o seu pecado, o que nos permite
da conveniência e interesse de uma classe, ver que lhe foi dado um novo começo de
oferecem pontos de maior preferência entre vida. A condenação sobrevém porque os
outros que deveriam merecer mais atenção. homens preferem ignorar a Luz de Deus e
Ensinando as Nações 69
permanecer nas trevas. Mas aquela mulher outras já reconhecidas como verdadeiras.
escapou da condenação porque não quis Licenciosidade: Que é licencioso - que
mais permanecer nas trevas. abusa da liberdade, que agride as normas.
O Senhor Jesus também deixou Malévolo: Que ou o que causa malefício
entendido, nessa história, que há grande por ser pernicioso.
dose de hipocrisia na questão do julga- Profícuo: Que tem êxito; proveitoso, fru-
mento de outras pessoas e que dificilmen- tífero, rendoso.
te existem homens qualificados a julgar Veredito: Opinião ou juízo emitido sobre
seus semelhantes. Acrescente-se a isso alguma matéria.
o fato de que enquanto aqueles homens
se retiravam, envergonhados ante a sua BIBLIOGRAFIA
própria consciência, embora evidentemen-
te resolvidos a não se arrependerem, a SUGERIDA
mulher permaneceu firme; e que apesar
FOSTER, George. PLENO PERDÃO JÁ, Venda Nova
dela certamente sentir-se envergonhada (MG): Editora Betânia, 1993.
e talvez perplexa, não estava aterrorizada.
Jesus a livrou das consequências naturais
do pecado que ela cometera; mas, dentro QUESTIONÁRIO
desse mesmo livramento, ele lhe outorgou
a outra oportunidade de tornar-se santa, de 1 - Cite um dos objetivos desta lição.
buscar retamente a Deus, em sua própria R - O de nos ensinar mudanças, sobretu-
alma. do, quanto à prática da compreensão e do
perdão como resultados da graça divina
CHAMPLIN, Russell Norman. O NOVO TESTAMENTO (Jo 3.17).
INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO, 2 - Como podemos exercitar correta-
Vol. 2, São Paulo: Hagnos, 2003, p. 400. mente o amor ao próximo?
R - No verdadeiro cristianismo, o amor não
GLOSSÁRIO deve ser praticado apenas com aqueles que
são “considerados perfeitos”, ou “dignos”
Aparato: Conjunto de instrumentos, dentro de uma avaliação humana. A infinita
equipamentos ou elementos necessários à graça de Deus é ampla e atinge a todos,
realização de determinados objetivos. sem exceção.
Bel-prazer: Vontade ou prazer pessoal; 3 - Como agiu o nosso Mestre diante
escolha, capricho. da incompreensão dos acusadores?
Execração: Ódio profundo ou aversão R - Agiu de acordo com a sua grandeza.
exacerbada. Ele ignorou as insistentes indagações dos
Imemoriais: De que não há memória por “fundamentalistas defensores da lei” e,
ser muito antigo; imemoriável. simplesmente, reclinou-se outra vez e con-
Incitador: Aquele que incita, estimula ou tinuou escrevendo no chão (Jo 8.8).
provoca. 4 - Quais são as pessoas mais recepti-
Inescusabilidade: Qualidade do que é vas do perdão e da graça divina?
inescusável - para o que não há desculpa. R - Os pecadores que são conscientes de
Inferência: Operação intelectual por meio sua culpa e se arrependem.
da qual se afirma a verdade de uma pro-
posição em decorrência de sua ligação com
Ensinando as Nações 70
Lição 06
Domingo, 06 de fevereiro de 2022

COMO ESTÃO OS TEUS LÁBIOS?


Pr. Edivaldo Silva Bastos (Junior)

Hinos Sugeridos da Harpa Cristã:


75, 432 e 503
espécie de “choque” no grupo de alunos,
ENFATIZE fazendo-os acordar ante as seguintes
afirmações: “somos o resultado daquilo
Que muitas pessoas já não têm
que expressamos ou ouvimos”; “o nível
temor em relação ao próximo, usando a
espiritual ou padrão de convivência so-
língua para manifestar falta de respeito.
cial que temos depende do naipe de nos-
Que pessoa sábia é aquela que
sas palavras”; “o estado de nossa alma
sabe o momento de ficar calada, por
depende do que sai da nossa boca”; “o
essa razão não tropeça em palavras.
que sai da nossa boca é o que está ar-
Que toda pessoa biblicamente
mazenado em nosso coração”; “aquilo
instruída (Tg 1.19) sabe ser pronta para
que falamos pode gerar uma psicologia
ouvir, porém, tardia ao pronunciar.
de morte ou de vida perante nossos in-
terlocutores”.
OBJETIVOS É importante salientar que Deus
nos proporcionou o dom da fala, mas
Ao término da aula, o aluno de- também nos encarregou da responsabi-
verá ser capaz de: lidade de usá-lo com extrema responsa-
- Saber que, mantendo-se irre- bilidade e sensatez.
preensível, o próprio Deus dará testemu-
nho assim como fez com o fiel servo Jó. Uma Semeadura
- Pedir sabedoria do céu para
que o Senhor Deus possa usar seus lá- A nossa colheita só pode ser resultado
bios na edificação de vidas. da nossa semeadura que fizermos em palavras.
- Entender que, procedendo de
forma indevida praticando ofensas e in- SUBSÍDIO TEOLÓGICO
júrias, um dia sofrerá a devida punição.
A conduta geral do crente en-
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA volve tanto o que ele faz como o que
ele diz. Ambas essas áreas da vida do
Esta questão da língua é real- crente devem ser singularmente dedica-
mente uma coisa muito séria. Não seria das a Cristo. Consideremos o poder das
nenhum exagero se os professores apro- palavras, e também das ações nas vidas
veitassem a aula de hoje causando uma de nossos semelhantes, sem falarmos do
Ensinando as Nações 71
que isso afeta a nossa própria espiritua- -se.
lidade. Baixo calão: Uma colocação popu-
A língua é um pequeno membro, lar para dizer de uma linguagem muito
mas quão grande poder tem. A língua é grosseira ou obscena.
um fogo que pode inflamar uma multi- Ociosa: Que não dá resultados positi-
dão e levá-la a um repentino linchamen- vos; improdutivo, improfícuo, estéril.
to. A língua é um pequeno membro, mas Reputado: Que goza de boa reputação
pode inspirar uma nação à ação heroica. - conceito de que alguém ou algo goza
Palavras raivosas podem iniciar num grupo humano.
contendas, destruir amizades, destroçar
lares e instigar guerras. Por outro lado, BIBLIOGRAFIA
palavras de consolo podem salvar a uma
alma do desespero; palavras ousadas SUGERIDA
podem desfechar golpes poderosos em
GONÇALVES, Josué. A LÍNGUA, DOMANDO
favor da justiça; palavras inspiradas po- ESTA FERA! Bragança Paulista (SP): Mensagem,
dem pôr pés em marcha, na direção do 2000.
alvo da fraternidade humana. Alguém já
declarou: “Uma palavra dita em momen-
to solene pode ser uma força mais pode- QUESTIONÁRIO
rosa em favor do bem ou do mal do que
qualquer ato físico”. 1 - Quais são as características de
O efeito de Jesus sobre a histó- lábios prudentes?
ria tem sido mediado por meio de pala- R - Eles silenciam no momento certo;
vras. O poder de Hitler sobre as massas são irrepreensíveis; vigilantes e confes-
também foi mediado desse modo. ‘Tanto sam a Jesus.
a glória como a desgraça vêm das pala-
vras’. Seria para admirar, pois, que Jesus 2 - De que forma nossos lábios po-
tenha dito: “... pelas tuas palavras se- dem levar-nos à condenação?
rás condenado”. Muitos têm caído ao fio R - Quando semeiam contendas, amaldi-
da espada, mas não tantos quantos têm çoam e ofendem.
caído pela língua. Se a religião de um
homem não lhe confere o controle da 3 - Como podemos edificar a vida
língua, de tal modo que as suas palavras dos que nos amam ou nos odeiam?
edifiquem, e não corrompam, então sua R - Intercedendo por elas.
religião é inútil, porquanto terá falhado
no ponto mais crucial. 4 - Como devemos agir diante de
atitudes ruins de uma pessoa?
CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de R - Orar para que Deus mude o entendi-
Bíblia, Teologia e Filosofia, vol. 3, São Paulo: mento e o caráter dela.
Hagnos, 2002, p. 844.

GLOSSÁRIO
Afloradas: De aflorar - tornar-se visível;
manifestar-se, exteriorizar-se, esboçar-
Ensinando as Nações 72
Lição 07
Domingo, 13 de fevereiro de 2022

ROMPENDO O SILÊNCIO DE DEUS


Mis. Tânia Silva Câmara

Hinos Sugeridos da Harpa Cristã:


151, 209 e 210
gentia ao demonstrar tamanha fé. Tanto
ENFATIZE que ela não se importou com o primeiro
impacto causado pelo silêncio do Mestre,
Que Deus quer nos ver crescer
nem com o ‘aparente’ desprezo de Jesus
em graça, conhecimento, fé e que apren-
diante dos seus insistentes pedidos. Ao que
damos a confiar e depender dele.
parece, segundo o texto, até os discípulos
Que se tivermos uma fé firme em
estavam conspirando contra ela, tentando
Deus, não ficaremos sem as respostas de
impedir que alcançasse a bênção. Será que
que tanto necessitamos.
nós teríamos suportado aquela situação de
Que o milagre foi concedido à
receber de quem mais precisamos um tra-
mulher de Cananeia porque ela continuou
tamento de aparente desprezo? Aqui nós
adorando ao Senhor com inabalável fé.
aprendemos duas coisas: a persistência
diante dos obstáculos; e a maneira inusita-
OBJETIVOS da de adorar ao Senhor mesmo diante de
uma prova. Ela prostrou, adorou e conse-
Ao término da aula, o aluno deve- guiu romper o silêncio do Senhor.
rá ser capaz de:
- Saber que, às vezes, o silêncio Uma Fé Inabalável
de Deus acontece porque ele quer ouvir a
glorificação do crente necessitado. Se soubermos praticar uma fé sincera e
- Compreender que a adoração inabalável, conseguiremos romper o silêncio de
Deus.
que agrada o coração de Deus faz com ele
agracie o adorador com bênçãos.
- Entender que ter perseverança SUBSÍDIO TEOLÓGICO
significa persistir em seguir a Jesus, mes-
mo enfrentando muitos obstáculos. Jesus tentava permanecer escon-
dido (Mc 7.24), mas, de algum modo, essa
mulher cananeia descobriu onde ele esta-
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA va e foi pedir sua ajuda. Devemos lembrar
que a forma de Jesus tratar essa mulher
A atitude subserviente, humilde e
não tinha por objetivo destruir sua fé, mas,
submissa daquela mulher demonstrou um
sim, a fortalecer. Suas respostas mostraram
ato de extraordinária fé. E o Senhor reco-
que ela crescia na fé e não estava disposta
nheceu a situação ousada de uma mulher
a deixar Jesus partir sem uma definição.
Ensinando as Nações 73
Samuel Rutherford expressou esse princí-
pio perfeitamente: “Cabe à fé extrair e se
GLOSSÁRIO
apropriar da bondade presente até mesmo
Agracie: De agraciar - conceder graças,
nos golpes mais duros de Deus.
condecorações a; honrar.
Ao abordar Jesus como “Filho de
Davi”, essa mulher agia segundo os cos- Cananeia: Relativo aos canaanitas; po-
tumes judaicos, o que não poderia fazer, vos helenizados naturais da região, tam-
uma vez que era gentia. Sem dúvida, o uso bém conhecidos como “siro-fenícios”.
dessa designação revelou sua fé em Jesus Ingrediente: Elemento que entra numa
como o Messias de Deus, pois esse era um composição, num preparado ou numa mis-
dos títulos do Messias (Mt 22.42). Assim, tura.
Jesus permaneceu calado. Claro que ele Persistente: Que persiste - demonstrar
conhecia o coração dela, até mesmo o si- constância, insistência; perseverar.
lêncio foi um incentivo para que ela prosse-
guisse. BIBLIOGRAFIA
Impacientes com sua persistência
em segui-los, gritando, os discípulos dis-
SUGERIDA
seram: “mande-a embora”! Não sabemos, BARNETT, Tommy. Há Um Milagre Em Sua Casa,
ao certo, se com isso estavam dizendo: Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
“atenda ao seu pedido e depois a despe-
ça” ou simplesmente “livre-se dela”. Em
todo o caso, não estavam demonstrando
QUESTIONÁRIO
compaixão pela mulher nem por sua filha
1 - O que o Senhor deseja para a nos-
endemoninhada. A resposta de Jesus em
sa vida?
Mateus 15.24 indica que, provavelmente,
R - Ele quer nos ver crescer em graça, co-
eles queriam que Jesus atendesse ao pedi-
nhecimento, fé e que aprendamos a con-
do da mulher.
fiar nele e a depender dele.
Não podemos deixar de admirar a
persistência e paciência dessa mulher gen-
2 - Qual o efeito de uma adoração sin-
tia. “Senhor, socorre-me”! Ela se aproximou
cera?
como uma pecadora necessitando de aju-
R - Ela faz com que Deus agracie o adora-
da e não ofereceu nenhum argumento. Em
dor com bênçãos.
sua resposta, Jesus não a trata com des-
prezo, como seria o costume dos fariseus
3 - Um crente fiel pode ser desampa-
ao chamarem os gentios de “cães”; antes,
rado pelo Senhor?
o termo que usa no original se refere a um
R - O Senhor jamais desampara os que
“cachorrinho de estimação”, não aos vira-
buscam por ele (Sl 9.10).
-latas que corriam pelas ruas e reviravam
o lixo. Os “filhos” são, evidentemente, o
4 - Como podemos entender os gritos
povo de Israel.
da mulher Cananeia?
WIERSBE, Warren W. NOVO TESTAMENTO - Co- R - Como uma demonstração de fé e per-
mentário Bíblico Expositivo, Vol. 1, Santo André severança.
(SP): Geográfica Editora, 2006, p.70.

Ensinando as Nações 74
Lição 08
Domingo, 20 de fevereiro de 2022

FAÇAMOS O BEM, SEMPRE!


Pr. Joelias Correa da Silva

Hinos Sugeridos da Harpa Cristã:


175, 355 e 477
muitos que sofrem carência dos mais di-
ENFATIZE versos tipos. Difícil, porém necessário, é
traduzir estas virtudes que trombeteamos
Que a comunhão com Deus é de
de nós mesmos (fazer o bem ao próximo)
fundamental importância para nos impul-
em ações efetivas e evidenciadas por ati-
sionar à desejada prática do bem.
tudes factuais. O apóstolo Tiago faz uma
Que é do céu que nós recebemos
espécie de desafio: de que adianta dizer-
a transformação de nossas vidas através
mos que temos fé, mas a tal fé não vem
da operação do Espírito Santo.
acompanhada de obras? Como temos agi-
Que não devemos deixar de fazer
do diante de pessoas que nada têm para
o bem para que, no tempo devido, possa-
comer ou vestir? De que adianta dizermos
mos colher os bons frutos plantados.
a um pobre necessitado: O Senhor vai te
abençoar e suprir a sua necessidade, se
OBJETIVOS efetivamente não agirmos de forma con-
creta nesta causa? Aprendamos uma coi-
Ao término da aula, o aluno deve- sa: se a nossa fé não vier acompanhada de
rá ser capaz de: obras, ela é morta.
- Estar plenamente consciente de
que o desânimo é algo que não combina Arma Eficaz
com o padrão de vida cristã.
- Compreender que fazer o bem A prática do bem é uma arma eficaz que
é, acima de tudo, uma atitude de fé, res- podemos usar para reagir contra o mal.
peito e obediência à palavra de Deus.
- Saber que quem ama não mal-
trata a ninguém, e que não faz sentido tra-
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
tamentos malévolos contra outrem.
Compartilhar as bênçãos vai mui-
to além de ensinar a Palavra e dividir bens
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA materiais. Também compreende fazer o
bem “a todos” (Gl 6.10). Neste mundo, há
É fácil manifestarmos por meio de os que fazem o mal (Sl 34.16); na verdade,
palavras que somos pessoas amáveis, que há até os que pagam o bem com o mal (Sl
nos preocupamos com o nosso próximo e 35.12). A maioria das pessoas no mundo
que estamos atentos às necessidades de paga o bem com o bem e o mal com o mal
Ensinando as Nações 75
(Lc 6.32-35; 1 Ts 5.15). Mas o cristão deve mente algo de valor, material ou não, a al-
pagar o mal com o bem (Rm 12.18-21) e guém; presente, oferta.
fazê-lo com um espírito de amor cristão. Desfalecer: Diminuir em força, disposi-
Na verdade, as boas obras do cristão são ção; enfraquecer, esmorecer, fraquejar.
sacrifícios espirituais que oferece ao Se- Enfático: Em que há ênfase - ânimo ou
nhor (Hb 13.16). entusiasmo excessivo na fala e/ou na ges-
Devemos “fazer o bem a todos”. ticulação.
É desse modo que deixamos nossa luz bri- Referendar: Aceitar a responsabilidade
lhar e glorificamos o nosso Pai que está no de algo já aprovado por outrem; aprovar
céu (Mt 5.16). Não é apenas por meio de algo a que outrem já deu sua aprovação.
nossas palavras que testemunhamos aos Tônica: Ponto em que se insiste ou a que
perdidos, mas também por meio de nossas se dá mais destaque ao tratar ou debater
obras. Na realidade, nossas obras prepa- determinado assunto, tema etc.; ênfase.
ram o caminho para o testemunho verbal
e podem conquistar para nós o direito de BIBLIOGRAFIA
sermos ouvidos. Não se trata de perguntar:
“Essa pessoa merece minhas boas obras”? SUGERIDA
Acaso merecíamos o que Deus fez por
DUEWEL, Wesley L. AVALIE A SUA VIDA, São Pau-
nós em Cristo? Também não devemos ser lo: Candeia, 1996.
como o inérprete da Lei que se esquivou
perguntando: “Quem é meu próximo”? E
sim: “De quem eu posso ser o próximo”? QUESTIONÁRIO
Ao “fazermos o bem a todos”, de-
vemos dar prioidade à “família da fé”, à co- 1 - Quais os dois homens que viram
munhão dos que creem. Isso não significa em Deus a fonte de todo o bem?
que a igreja local deva se tornar uma pane- R - O apóstolo Tiago e João Batista.
linha exclusiva, com membros isolados do
mundo ao redor, sem fazer coisa alguma 2 - Qual a igreja que socorreu Paulo
para ajudar os perdidos. Antes, trata-se de por ocasião de sua prisão?
uma questão de equilíbrio. Sem dúvida, os R - A igreja de Filipos.
cristãos do tempo de Paulo tinham neces-
sidades mais prementes do que as pessoas 3 - Qual a prática que deve ser cons-
de fora, pois muitos dos fiéis sofriam por tante em nossa vida?
causa de sua fé (Hb 10.32-34). Além disso, R - A semeadura do bem.
o homem sempre cuida da própria família
antes de se preocupar com a vizinhança (1 4 - A quem devemos priorizar em
Tm 5.8). nossa prática do bem?
R - A nossa família e, principalmente, os
WIERSBE, Warren W. NOVO TESTAMENTO - Co- domésticos da fé (Gl 6.10).
mentário Expositivo, Vol. 1, Santo André (SP):
Geográfica Editora, 2006, p. 947.

GLOSSÁRIO
Dádiva: Ato ou efeito de dar espontanea-
Ensinando as Nações 76
Lição 09
Domingo, 27 de fevereiro de 2022

A DRACMA PERDIDA
Pr. Jeú Andrade Ferreira

Hinos Sugeridos da Harpa Cristã:


104, 156 e 318
a) amigo dos alunos - Tarefa que
ENFATIZE envolve o relacionamento pessoal de cuida-
do, amor e companheirismo para promover
Que a questão da diligência (des-
um entrosamento harmônico, crescimento
velo, dedicação) é algo fundamental na
e amadurecimento tanto individual como
procura de algo de muito valor.
coletivo;
Que não podemos realizar absolu-
b) intérprete - Os professores
tamente nada sem a providencial ação do
são mais intérpretes do que transmissores.
Espírito Santo em nossas vidas.
O transmissor envia mensagem numa só
Que precisamos varrer a casa, isto
direção (da fonte ao receptor). Às vezes,
é, consagrar ao Senhor o nosso corpo, o
ocorre numa sala de aula um clima de des-
nosso espírito e a nossa alma.
motivação ou indisciplina, mas, na realidade,

o que está havendo é que os alunos estão
OBJETIVOS “mudando de faixa” ou “se desligando” de
professores transmissores. Daí a grande
Ao término da aula, o aluno deve- importância de se ter o professor como in-
rá ser capaz de: térprete, porque ele não só fala, mas escuta
- Saber que a dracma foi usada sempre mais cuidadosamente.
nesta parábola exatamente para dimensio-
nar a questão de valores perdidos. A Necessária Busca
- Entender que o amor perdoador
do Pai nos impele a ir à procura das almas As parábolas da Ovelha Perdida, da Drac-
arredias que deixaram o aprisco. ma Perdida e do Filho Pródigo revelam o inefável
amor de Deus para salvar a ovelha perdida.
- Compreender que ganhando
almas contribuiremos para que haja alegria
diante dos anjos de Deus. SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Depois de usar a ilustração de um
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA homem que tinha perdido uma de suas
ovelhas, Jesus agora se volta para uma
O professor exerce tarefas impor- mulher que procura algo que possui e está
tantes além de ser apenas ministrador ou perdido. Pode fazer sentido a sugestão de
orientador numa sala de aula. Ele exerce que essa variação foi para interessar uma
também a função de: classe diferente de ouvintes, ou seja, as
Ensinando as Nações 77
mulheres que ouviam atentamente a Jesus, Inquestionável: Não questionável; in-
e tinham pouca experiência em procurar as discutível.
ovelhas perdidas. E, como ele lidava com a Irredutível: Que deve perdurar por longo
séria tarefa de resgatar os perdidos, vemos, e indeterminado tempo; que não cede, não
através do uso da figura da mulher, o modo está sujeito a mudar; firme, inabalável,
em que as ‘virtudes e graça femininas’ são imutável.
necessárias para a libertação das almas que Munida: De munir - prover-se do que
caíram - paciência, diligência e observação é necessário para a realização de algo;
minuciosa - não menos do que considera- abastecer-se.
mos ser as qualidades mais masculinas de Rebuscando: De rebuscar - buscar minu-
coragem, empreendimento e resistência. ciosamente; coligir, catar.
Como as características especiais Resolutas: De resoluto - que é firme em
do pastor que procura a ovelha perdida têm seus projetos, em seus desígnios; ousado,
um significado espiritual, assim também determinado, decidido.
aqui com relação à mulher e sua moeda.
A lição notável pode ser a mesma em cada BIBLIOGRAFIA
uma dessas parábolas, mas não é apenas
uma repetição, que poderia ser supérflua. SUGERIDA
Novas características são adicionadas em es-
BAILEY, Kenneth. AS PARÁBOLAS DE LUCAS, São
sência sob outra figura, com o nosso Senhor
Paulo: Vida Nova, 2001.
concedendo mais do que uma mera variação
ornamental de imagens. Por exemplo, a
ovelha se desgarrou do aprisco, e estava QUESTIONÁRIO
perdida no deserto; a moeda encontrava-se
perdida em casa, não por vontade própria, 1 - O que era uma dracma e qual era
mas pela falta de cuidado ou desatenção de o seu valor?
sua dona. R - A dracma (Gr. dracme) era uma moe-
Perdida em casa! Isso implica a da amplamente utilizada na região da Ásia
possibilidade de uma alma preciosa aos Menor equivalente à diária de um trabalha-
olhos de Deus estar perdida dentro de um dor comum.
lar cristão ou de uma igreja. Não precisamos 2 - Qual foi o propósito de Jesus em
imitar a diligência da mulher na parábola e dizer esta parábola?
procurar mais intensamente a salvação dos R - Chamar a atenção dos publicanos e pe-
perdidos que estão perto de onde moramos, cadores acerca do esforço e dedicação que
congregamos e trabalhamos? precisam ser empregados na busca de algo
que foi perdido.
LOCKYER, Herbert. TODAS AS PARÁBOLAS DA
BÍBLIA, São Paulo: Vida, 2001, pp. 328,329.
3 - Como deve agir um crente fiel
diante de alguma perda?
R - Não se prostrar, não se desanimar,
GLOSSÁRIO mas lutar com diligência.
4 - Qual o efeito imediato do arrepen-
Dracma: Moeda grega de prata de uso no dimento?
primeiro século d.C., cujo valor era corres- R - Ele traz perdão dos pecados, abrindo a
pondente a um denário (preço de um dia porta da salvação ao arrependido.
de trabalho).
Ensinando as Nações 78
Lição 10
Domingo, 06 de março de 2022

UMA ORAÇÃO EFICAZ


Pra. Wesleyana Cabral Neves Araújo

Hinos Sugeridos da Harpa Cristã:


151, 408 e 577
pragmaticamente estabelecidos. A oração
ENFATIZE deve fluir segundo o que o coração ditar,
levando em consideração as necessidades
Que não importa o quanto já te-
mais prementes.
mos estudado sobre o assunto; oração e
Uma oração feita por um justo é,
perdão fazem parte da nossa vida.
inevitavelmente, recheada de alguns prin-
Que temos que ser sinceros em
cípios: ação de graças por bênçãos recebi-
nossas orações, desligando-nos daquilo
das; confissão de pecados cometidos; pe-
que impede o nosso contato com Deus.
tições de perdão e petição de bênçãos. É
Que a oração é um diálogo com
importante orarmos por assuntos pessoais
Deus, é o momento de estreitarmos nossa
e familiares pertinentes a nós mesmos.
íntima comunhão com Ele.
Mas é fundamental também observarmos
a necessidade da oração em favor de pes-
OBJETIVOS soas ou situações, como, por exemplo,
pela igreja na face da terra, pela nossa
Ao término da aula, o aluno deve- igreja e pelo nosso pastor, por “missões”,
rá ser capaz de: pelas autoridades constituídas, etc. Deve-
- Saber que é bíblico incomodar- mos orar sempre a Deus em nome de Je-
mos o nosso Mestre em busca da cura de sus (Jo 14.13).
que tanto necessitamos.
- Portar-se pacientemente sa- Utilidade da Oração
bendo que o Senhor age no momento
dele, na hora dele e no tempo dele. A oração é o meio pelo qual o homem
- Ter a certeza de que quanto pode chegar ao trono de graça e misericórdia de
Deus.
mais intimidade tivermos como Senhor,
mais afinidade teremos com ele.
SUBSÍDIO DEVOCIONAL
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA Você deseja ardentemente poder
na oração, capacidade para obter respos-
A oração deve ser sempre es-
tas urgentes e necessárias? Você às ve-
pontânea, ou seja, sem qualquer fórmula
zes se sente profundamente testado pela
decorativa, enfadonha ou norteada por
inexplicável demora na resposta às suas
prescrições cronológicas ou interesses
orações? Você deseja saber o segredo da
Ensinando as Nações 79
oração respondida? Isaías 59.1, significa ‘impedido de ouvir’.
A oração que prevalece é aquela Entenebrecido: Recobrir-se de trevas;
que obtém a resposta desejada. Ela vence turbar-se, toldar-se, entenebrar-se, entre-
a demora, a oposição e as circunstâncias var-se.
desfavoráveis. Envolve quase sempre a Extrapole: De extrapolar - ultrapassar os
orientação do Espírito sobre como orar e limites.
o aprofundamento do nosso desejo de res- Ímpar: Sem igual.
posta à oração. Ela implica a capacitação Imperativo: Aquilo que se impõe por ser
especial da nossa oração pelo Espírito e o um dever ou uma necessidade irresistível.
fortalecimento da nossa fé até que receba- Instado: De instar - pedir com instância,
mos a resposta de Deus. com insistência; solicitar reiteradamente;
Você sabe realmente como ser insistir.
eficaz na oração, como obter as respostas
difíceis de que necessita ou que deseja há BIBLIOGRAFIA
muito? A sua lista de oração tem trazido
bênção a outros? Você está satisfeito com SUGERIDA
as respostas que vem recebendo?
PETERSON, Eugene H. A ORAÇÃO QUE DEUS
Deus quer que a nossa vida de ora- OUVE, Brasília: Palavra, 2007.
ção seja cheia de petições e intercessões
pelos outros e pelo avanço do seu reino.
Ele quer que as respostas a essas orações QUESTIONÁRIO
se tornem uma experiência emocionante e
frequente para nós. Uma das grandes ale- 1 - Qual a parábola citada por Jesus
grias da oração é assegurar respostas ma- que nos ensina incomodar o Mestre
ravilhosas que parecem há muito adiadas e em busca de uma solução?
humanamente impossíveis. R - A parábola do juiz iníquo (Lc 18.1-7).
Deus quer que as nossas orações
sejam constantes e abençoadas. Ele quer 2 - O que precisamos aprender acerca
que provemos repetidamente o grande po- da soberania do Senhor?
der da oração em nossa própria experiên- R - Que ele age no momento, na hora e no
cia. Deseja que nos tornemos não apenas tempo dele, e que às vezes, o nosso dever
veteranos na oração, mas também vence- é apenas esperar com paciência (Sl 40.1).
dores constantes em situações nas quais
as respostas trazem grande glória a Deus e 3 - O que nos diz o Salmo 37.4?
grande consternação e derrota a Satanás. R - Deleita-te também no Senhor, e ele te
Deus quer que nós, por meio da oração, concederá o que deseja o teu coração.
compartilhemos da tarefa de fazer com
que a sua vontade se cumpra na terra. 4 - O que pode impedir que o Senhor
atenda os nossos pedidos em oração?
DUEWEL, Wesley L. A ORAÇÃO PODEROSA QUE R - De nada adiantará os nossos pedidos,
PREVALECE, São Paulo: Candeia, 1994, pp. 11,12. se estivermos com nossos corações cheios
de mágoas e rancores por causa de pen-
GLOSSÁRIO dências não solucionadas nas relações com
o nosso próximo.
Agravado: No caso do texto bíblico de
Ensinando as Nações 80
Lição 11
Domingo, 13 de março de 2022

AS ESTRATÉGIAS DE JESUS
Pr. José Fernandes da Silva

Hinos Sugeridos da Harpa Cristã:


8, 45 e 542
e, principalmente nas cartas de Paulo, ob-
ENFATIZE servamos que o uso de estratégias sem-
pre prevaleceu no sentido de fazer com
Que Jesus fez uso de estratégia a
que as pessoas ouvissem e entendessem
fim de pregar para um maior número de
a mensagem de salvação. Em 1 Coríntios
pessoas em pouco espaço de tempo.
9.22, temos um momento inusitado que
Que o uso de parábolas pode ser
confirma o uso de estratégia por parte do
considerado como uma das principais es-
apóstolo Paulo: “Fiz-me como fraco para os
tratégicas por causa de sua abrangência.
fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo
Que a igreja é uma organização
para todos, para, por todos os meios, che-
missionária deixada como estratégia para
gar a salvar alguns”.
a propagação do evangelho.
Hoje os tempos são outros e a
modernidade nos propicia instrumentos
OBJETIVOS úteis que podem ser usados como meios
de propagação do evangelho. Cabe a nós
Ao término da aula, o aluno deve- usarmos corretamente as redes sociais
rá ser capaz de: para fins evangelísticos. Mãos à obra!
- Admirar a louvável estratégia
do Senhor Jesus em transformar homens Boas Estratégias
perdidos em operosos discípulos.
- Entender que estratégias foram A igreja como uma organização missio-
deixadas: pregar, fazer discípulos, batizá- nária precisa usar estratégias visando a propaga-
-los e ensiná-los sobre o evangelho. ção do evangelho.
- Alegrar-se no Senhor porque,
estrategicamente, ele usou o seu poder
para transformar perdidos em salvos.
SUBSÍDIO DEVOCIONAL

Jesus se recusou a ser dirigido por
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA qualquer outra coisa que não fosse seu
chamado supremo. Havia um propósito em
Quando lemos os evangelhos nos seu coração. A maioria das pessoas nada
deparamos com uma série de estratégias almejam em particular e é só isto que con-
que o Senhor Jesus usou para difundir a seguem. Jesus possuía um único objetivo
sua mensagem. Também no Livro de Atos - salvar a humanidade dos seus pecados.
Ensinando as Nações 81
Jesus poderia resumir sua vida em cima; subir, alçar-se.
uma única sentença: “Porque o Filho do Cooptação: Fazer com que alguém se as-
Homem veio buscar e salvar o que se havia socie; atrair.
perdido” (Lc 19.10). Como eram agradá- Missão integral: Um termo que descreve
veis os pensamentos de Jesus! As crian- a missão cristã que abrange tanto o evan-
ças não podiam resisti-lo. Ele encontrava gelismo com a responsabilidade social.
beleza nos lírios, alegria na adoração e Primórdios: Fase da criação ou do surgi-
possibilidades nos problemas. Ele passava mento de (algo); origem, princípio.
dias entre multidões de pessoas enfermas Provisão: Ato ou efeito de prover; provi-
e ainda sentia pena delas. Ele passou mais mento, abastecimento, fornecimento.
de três décadas entre a sujeira e o lamaçal
de nossos pecados e ainda assim enxergou
beleza em nós a ponto de morrer por nos- BIBLIOGRAFIA
sas transgressões. SUGERIDA
Porém, o maior atributo de Jesus
era este: seu coração era espiritual. Seus Zacharias, Ravi. POR QUE JESUS É DIFERENTE,
pensamentos refletiam um relacionamento São Paulo: Mundo Cristão, 2003.
íntimo como Pai. “Crede-me que estou no
Pai, e o Pai, em mim” (Jo 14.11). Seu pri- QUESTIONÁRIO
meiro sermão tem início com as palavras
“O Espírito do Senhor é sobre mim” (Lc 1 - Por que o Senhor Jesus fez uso de
4.18). Ele foi “conduzido pelo Espírito” (Mt estratégias?
4.1) e “cheio do Espírito Santo” (Lc 4.14). R - Para alcançar o maior número de pes-
Ele retornou do deserto “pela virtude do soas dentro do prazo de três anos que ti-
Espírito” (Lc 4.14). nha para concluir o seu ministério terreno.
Jesus recebeu suas instruções de
2 - Por que não podemos considerar
Deus. Ele tinha o hábito de adorar (Lc 4.16).
a compaixão de Jesus como estraté-
Era sua prática memorizar as Escrituras (Lc
gia?
4.4). Lucas diz que Jesus “retirava-se para
R - Porque, independente de interesses
os desertos e ali orava” (Lc 5.16). Seus mo-
afins, a compaixão que Jesus sentia pelas
mentos de oração o orientavam. Certa vez,
pessoas era fruto de um sentimento amo-
ao retornar de um período de oração, Ele
rável que fluía do seu íntimo. Era um amor
anunciou que era tempo de ir para outra
sincero pelas almas.
cidade (Mc 1.38). Outro momento de ora-
3 - Cite cinco exemplos de estratégias
ção resultou na escolha dos discípulos (Lc
6.12,13). Jesus era guiado por uma mão aplicadas por Jesus.
invisível. “Porque tudo quanto ele (Deus) R - O uso de parábolas; a aproximação
faz, o Filho o faz igualmente” (5.19). O co- com pecadores; a ministração de curas; o
ração de Jesus era espiritual. ensino; e alguns princípios de organização.
4 - Por que o Mestre dos mestres en-
LUCADO, Max. SIMPLESMENTE COMO JESUS, Rio sinava com autoridade?
de Janeiro: CPAD, 2.000, pp. 17,18. R - Porque ele ensinava não só com pala-
vras, mas também com atitudes.
GLOSSÁRIO
Ascender: Mover-se fisicamente para
Ensinando as Nações 82
Lição 12
Domingo, 20 de março de 2022

SEM SANTIFICAÇÃO, NÃO HÁ SALVAÇÃO


Dc(isa) Giovani Alves Moraes (Vaninha)

Hinos Sugeridos da Harpa Cristã:


171, 175 e 447
de experiências gradativas, um processo
ENFATIZE de continuidade de algo que começou na
experiência da conversão. O grande teólo-
Que o ensino soteriológico: ‘uma
go João Wesley chegou a comparar a ex-
vez salvo, salvo para sempre’, não faz parte
periência da salvação a uma casa, “onde a
de nossa linha doutrinária.
chegada ou calçada é o arrependimento,
Que a fé em Cristo é requisito bá-
a porta da casa é a fé que dá ingresso ao
sico para a salvação; caso ela seja negli-
interior da casa e o interior da casa é a san-
genciada a salvação fica comprometida.
tificação. Não podemos nos abrigar apenas
Que existem passos necessários
no átrio da graça de Deus; nem ficarmos
para nos mantermos salvos e guardarmos
apenas na porta. É necessário que aden-
a esperança de morarmos na glória.
tremos na graça e salvação de Deus”.
A santificação é resultado de uma
OBJETIVOS entrega total nas mãos de Deus, Aquele
que é santo e que quer que sejamos tam-
Ao término da aula, o aluno deve- bém santos (1 Pe 1.15,16).
rá ser capaz de:
- Compreender que a santifica- Obra Contínua
ção na vida do crente resulta em purifica-
ção da culpa e do poder do pecado. A santificação é a obra contínua de Deus na vida
- Crer que a vontade de Deus é a do crente para torná-lo realmente santo.
nossa santificação, nos abstendo da pros-
tituição e de toda imundícia (1 Ts 4.3-8). SUBSÍDIO DEVOCIONAL
- Entender que, biblicamente, a
santificação atinge todas as três áreas da Examinando muitos cultos cristãos
nossa vida: espírito, alma e corpo. praticados hoje, percebemos claramente
que o seu objetivo principal é dar prazer
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA a quem deles participa, e não glorificar a
Deus. Não passam de entretenimentos re-
A santificação tem que ser algo ligiosos. Muita coreografia e pouca vida.
de interesse de todo cristão, não apenas O comprometimento dos cristãos
de um grupo seleto. É importante que a com a causa de Cristo é quase nenhum.
santificação seja vista como um processo Ninguém mais há que esteja disposto
Ensinando as Nações 83
a morrer para que a igreja se mantenha interesse, de motivação; indiferença, pre-
viva. Pelo contrário, querem se manter vi- guiça.
vos, mesmo que, para isso, a igreja tenha Privilégio: Oportunidade ou concessão
de morrer. Nenhum “eu” é mortificado por especial para realizar algo muito desejado
amor a Cristo e sua igreja. ou valorizado; sorte, felicidade.
Nossa alienação, comodismo e Suplantando: De suplantar - vencer um
mundanismo podem manter-nos vivos, obstáculo ou dificuldade; superar.
mas matam a igreja. Os inimigos de Cris-
to já não nos combatem como antes; com BIBLIOGRAFIA
isso a igreja vai perdendo a guerra contra
as forças das trevas. Enfim, estamos vivos SUGERIDA
e a igreja vai morrendo.
MALAFAIA, Silas. SANTIFICAÇÃO: O Segredo da
Encontramo-nos neste estado por Vitória, Rio de Janeiro: Central Gospel, 2013.
falta de santidade. Temos a salvação pela
graça, mas parece que isso já basta para
a maioria. O Espírito que santifica deixou QUESTIONÁRIO
de ser desejado. E o que temos é um povo
frio, amedrontado e conformado com o 1 - O que é santificação?
atual estado de coisas. R - É o processo da graça de Deus por
Um povo santo não pode aceitar meio do qual o crente é separado do peca-
nada menos do que viver de modo santo, do e se torna dedicado à justiça de Deus.
pelo qual glorificará o seu único Senhor,
cuja santidade é sem limites. Em Levítico 2 - Quais são os quatro objetivos para
11.4,5 lemos: “..., portanto vós sereis san- a santificação do crente, conforme a
tos, porque eu sou santo”. Quando a igreja lição?
perde de vista essa ordem, descamba para R - Para agradarmos a Deus, para sermos
o secularismo e volta-se para si mesma, participantes de Cristo, para nos tornarmos
gerando a própria morte. aptos para servir e para usufruirmos da
É urgente buscarmos a santidade presença de Deus.
de Deus. É urgente voltarmos a uma vida
santa que glorifique ao Senhor e redimen- 3 - Quais são os instrumentos apre-
sione nossos valores. sentados para a nossa santificação?
R - O sangue de Jesus, a palavra de Deus
CIDACO, José Armando S. UM GRITO PELA SAN- e o Espírito Santo.
TIDADE, Rio de Janeiro: CPAD, 1999, 24,25.
4 - Quais são as áreas do ser huma-
GLOSSÁRIO no que são submetidas a Deus para a
santificação?
Abstendo-se: De abster - deixar de fazer, R - Espírito, alma e corpo.
de agir, de intervir; conter-se, refrear-se.
Conotação: Algo que uma palavra ou coi-
sa sugere.
Diuturnamente: De diuturno - algo que
uma palavra ou coisa sugere.
Negligenciada: De negligenciar - falta de
Ensinando as Nações 84
Lição 13
Domingo, 27 de março de 2022
O ANALFABETISMO BÍBLICO E
SEUS EFEITOS NA IGREJA
Pr. Estenyo Bezerra da Silva

Hinos Sugeridos da Harpa Cristã:


322, 556 e 558
Ts 5.21).
ENFATIZE A coisa mais óbvia que existe está
na teorização e prática do seguinte ponto
Que, de certa forma, estamos de vista: um crescimento espiritual sau-
sendo forçados a nos adaptarmos às mu- dável depende da capacidade de discerni-
danças ruins em todas as áreas. mento daquele que postula uma carreira
Que o analfabetismo bíblico nada plena, feliz e rica biblicamente falando. Não
mais é do que uma total ausência de co- há como se obter boa realização espiritual
nhecimento da palavra de Deus. se o cristão não exercitar-se em sua cons-
Que a igreja precisa ser atuante ciência, sentido e mente no que tange ao
(não apática) diante dos desafios quanto à entendimento correto do que vem a ser
falta de interesse pela Bíblia. uma verdade, um erro, um uso adequado
ou inadequado das Escrituras. É preciso,
OBJETIVOS sim, buscar o necessário conhecimento!

Ao término da aula, o aluno deve- Saúde Espiritual


rá ser capaz de:
- Entender que, infelizmente, há A palavra de Deus é o verdadeiro alimen-
crentes antigos na fé que continuam infan- to para dar saúde espiritual ao crente, mas é pre-
tis no conhecimento bíblico. ciso lê-la meditativamente.
- Vigiar para não falar sem saber,
criticar sem refletir, posicionar-se sem pen- SUBSÍDIO DEVOCIONAL
sar nas consequências.
- Ter maturidade para não deixar O discernimento na vida do crente
que a pregação da Palavra seja diminuída não é uma opção, mas um mandamento
ou substituída por outras atividades. bíblico. João recomendou aos seus leitores
que ficassem atentos, pois naquela época
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA o gnosticismo já estava influenciando par-
te de seus leitores. Esta heresia ensinava
que a verdade de Deus só poderia ser
O apóstolo Paulo, escrevendo aos compreendida por um grupo especial, pri-
crentes de Tessalônica, disse algo funda- vilegiado, além de negar verdades funda-
mental para sedimentação da fé de toda mentais quanto à pessoa de Cristo, como
pessoa que pretende trilhar de maneira sa- a encarnação e ressurreição. Por isso João
tisfatória a jornada cristã. Ele disse: “Julgai então alertou: “Amados, não deis crédito a
todas as coisas, retende o que é bom” (1 qualquer espírito: antes, provai os espíritos
Ensinando as Nações 85
se procedem de Deus, porque muitos fal- Coach: Treinador, instrutor.
sos profetas têm saído pelo mundo afora” Erudição: Instrução, conhecimento ou
(1 Jo 4.1). cultura variada, adquiridos por meio da lei-
De acordo com o escritor do livro tura.
de Hebreus, o discernimento é uma das Espectro: Coisa vazia, falsa; ilusão.
marcas da maturidade espiritual: “Ora, Faccionar: Criar facções ou grupos dissi-
todo aquele que se alimenta de leite é dentes.
inexperiente na palavra da justiça, porque Operacionalista: Qualidade ou condição
é criança. Mas o alimento sólido é para os do que é operacional; apto para funcionar.
adultos, para aqueles que, pela prática, Servilismo: Espírito de servidão, de sub-
têm as suas faculdades exercitadas para serviência; qualidade de servil.
discernir não somente o bem, mas tam- Uncial: Relativo a ou escrita usada pelos
bém o mal (Hb 5.13,14). Infelizmente, o romanos e pelos gregos, que se constituía
cenário espiritual hoje é muito pior do que de letras grandes, arredondadas.
nos dias da Igreja primitiva, exigindo cui- Viés: Caráter inerente ou básico de algo;
dados constantes do cristão. natureza.
O crente que entrasse numa livra-
ria evangélica antigamente não precisava
tomar tanto cuidado. Na maioria das vezes, BIBLIOGRAFIA
ele tinha à sua disposição apenas material SUGERIDA
equilibrado, refletindo, portanto, sólidos
ensinamentos bíblicos. Mas essa tranquili- ROMEIRO, Paulo. EVANGÉLICOS EM CRISE, São
dade acabou. Para nossa surpresa, muitas Paulo: Mundo Cristão, 1996.
livrarias evangélicas hoje parecem um ter-
reno minado. O crente cuidadoso tem que
entrar com muita atenção para não com- QUESTIONÁRIO
prar livros prejudiciais à vida cristã (é claro
que não são todas que fazem isto). 1 - O que as mudanças abruptas têm
É difícil entender por que isso proporcionado?
acontece. Talvez muitos proprietários ou R - Temos sido empurrados para nos acon-
gerentes de livrarias evangélicas não to- dicionarmos a elas (2 Tm 3.1).
mem cuidado ao selecionar os itens que 2 - Como a igreja pode atender as
vendem por falta de informação ou por não demandas deste século? Qual a arma
conhecerem o conteúdo do material que mais eficaz?
distribuem. Entretanto, ao visitar algumas R - a) sendo atuante e não apática aos de-
livrarias, tenho a impressão de que, por di- safios que se apesentam; b) a arma mais
nheiro, algumas estão dispostas a vender eficaz é o conhecimento bíblico.
qualquer coisa, sem se preocupar com as 3 - Cite algumas causas do analfabe-
consequências e o prejuízo espiritual dos tismo bíblico em muitas igrejas.
clientes. R - Apatia, relaxo, desinteresse, preguiça e
descuido espiritual em relação ao estudo e
ROMEIRO, Paulo. EVANGÉLICOS EM CRISE, São à reflexão bíblica.
Paulo: Mundo Cristão, 1996, p. 194. 4 - Como os cultos podem gerar vida
espiritual plena, saudável e produti-
va?
GLOSSÁRIO R - Resgatando o perfil didático do culto,
para que os crentes fiquem cheios do po-
Aridez: De árido - desprovido de umida- der e imbuídos do saber.
de; seco.
Ensinando as Nações 86
Ensinando as Nações 87
CONVENÇÕES DA CIAD NOS ESTADOS
PARA O 1º TRIMESTRE 2022
Janeiro
17ª CONFIERON - Convenção Filiada no Estado de Rondônia
22 e 23 de janeiro de 2022
Porto Velho - RO
Pr. Manoel de Matos da Silva
Nosso Trabalho: Zelar da IGREJA para CRISTO
Fevereiro
1ª CONFINEMA - Convenção Filiada no Norte do Estado do Maranhão
iliada no Nor
oF te
çã
19 e 20 de fevereiro de 2022
d
n

o
ve

Es
INEMA - Con

tado

Santa Inês - MA
do Mar

Pr. José de Ribamar da Conceição Silva


NF

an

CIAD
CO

Convenção Internacional o
da Assembleia de Deus

Nosso Trabalho: Zelar da IGREJA para CRISTO


Março
2º ENCOB - Encontro de Obreiros no Estado de São Paulo
12 e 13 de março de 2022
Araras - SP
CIAD
Convenção Internacional
Pr. Donizete Lima da Silveira
Nosso Trabalho: Zelar da IGREJA para CRISTO
da Assembleia de Deus

16ª CONFIEGO - Convenção Filiada no Estado de Goiás


19 e 20 de março de 2022
Anápolis - GO
Pr. Rildo Pereira Arantes
Nosso Trabalho: Zelar da IGREJA para CRISTO
21ª CONFIETO - Convenção Filiada no Estado do Tocantins
26 e 27 de março de 2022
Palmas - TO
Pr. Valdemar Tenório Luz
Nosso Trabalho: Zelar
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da IGREJA para CRISTO
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