3347-Texto Do Artigo-2899-1-10-20130828

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Rei'. educ. comi". CRMV-SP I ComilJuull,\' Educario" Jmtrlwl CRMV-SP.

Seio Palllo, volume 3, ftudclllo /, p, 0/4 - 023, 2000.

Restabelecimento do trânsito
intestinal em eqüinos.
Parte 11: Tratamento Faculdade de Medicina Veterinária
e Zootecnia - UNESP - Botucatu
Departamento de Cirurgia e
Anestesiologia Veterinária

Reestablishment Ofequine intestinal Distrito de Rubião Júnior


CEP 18618-000 - Botucatu - SP
Fone: (OXX14) 6802-6252

transito Part lI' Treatment Fax: (OXX14) 6802-6072


e-mail: thomassian@fmvz.unesp.br

AnnenTh~-CRMV·SPn° 1113
Professor Tinl1ar da Disciplina de Cirurgia
de Grandes Animais - FMVZ-UNESP

. RESUMO'
o restabelecimento do trânsito intestinal normal, em cavalos com desconforto abdominal agudo, cons-
titui-se em grande desafio até mesmo aos profissionais mais experientes na clínica e cirurgia eqüina.
Os procedimentos mais importantes no controle e reparação da motilidade gastrentérica exigem a
monitorização periódica dos parâmetros fisiológicos, fluidoterapia intravenosa para o controle da volemia
e do equilíbrio hidroeletrolítico, restituição do equilíbrio ácido-base e descompressão digestiva através
de sonda nasogástrica e punção do ceco, como procedimentos a serem adotados emergencial mente
e que independem da categoria etiopatogênica da cólica. Além dos procedimentos tradicionalmente
instituídos, o médico veterinário poderá também optar pela acupuntura, ou mesmo pela intervenção
cirúrgica em situações de terapia não-responsiva ou de afecções que requeiram esse tratamento.

Palavras chave: Eqüinos, aparelho digestório, cólica, trânsito intestinal, í1eo, tratamento.

Tratamento do desconforto abdominal agudo Um outro aspecto importante que também deve
e o restabelecimento do trânsito de digesta ser considerado é a indicação de tratamento cirúrgico
em regime de emergência nos casos de grandes des-
valiando-se a etiopatogenia e as necessidades te- locamentos intestinais, devido a processos que promo-

A
_
rapêuticas do eqüino que se apresenta com des-
conforto abdominal agudo, podemos considerar três
padrões de planejamento terapêutico, a saber:
vam situações de estrangulamentos ou de alças ou de
grandes troncos vasculares mesentéricos. O médico
veterinário deve sempre considerar, em sua avaliação
clínica, as características da anatomia dos diversos seg-
I - afecções de tratamento exclusivamente clínico mentos do trato digestório do cavalo, assim como a
(conservador). sua disposição topográfica na cavidade abdominal (Fi-
2 - afecções de tratamento clínico que, na depen- gura I).
dência da gravidade ou da evolução do quadro etiopato- Muitas vezes, o tratamento clínico (conservador)
gênico, poderão também necessitar de tratamento cirúr- a ser adotado em situações de alterações no trânsito gas-
gico. trentérico constitui-se no tratamento geral de sustenta-
3 - afecções de tratamento exclusivamente cirúr- ção, notadamente em animais portadores de patologias
gico para a resolução definitiva. mais graves e que demandem tratamento cirúrgico. Nes-

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THOMASSIAN, A. Restabelecimento do trânsito intestinal em eqüinos. Parte rt: Tratamento / Reestablishment of equine intestinaltransit. Part 11: Treatment Rev. educo
cOllfill. CRMV-SP / Continuolls Education Journal CRMV-SP, São Paulo, lialume 3, fascículo I, p. 014 - 023, 2000.

te sentido, como regra geral, o clínico deve basear-se nas A descompressão gástrica possibilita a evacuação
necessidades de reposição e sustentação hidroeletrolíti- de gás, líquido de refluxo enterogástrico, ou gásllíquido e
cas, e na eliminação das variáveis que possam depletar o alimentos, impedindo a ruptura do estômago e a sua par-
metabolismo, desequilibrando os fenômenos que partici- ticipação na etiopatogenia da dor e do íleo adinâmico. A
pam da manutenção da homeostase. drenagem dos conteúdos do estômago através da sonda-
gem nasogástrica, além de produzir conforto imediato ao
Tratamento geral de sustentação animal, faz com que seja acelerado fisiologicamente o
esvaziamento gástrico e estimulado o reflexo gastrocóli-
o tratamento geral de sustentação deve constar co. Nos casos de sobrecarga por líquidos ou alimentos
da monitorização periódica dos parâmetros fisiológicos, volumosos, pode-se ainda proceder a lavagem gástrica
fluidoterapia intravenosa para o controle da volemia, do utilizando-se água à temperatura ambiente. É importante
equilíbrio hidroeletrolítico, do equilíbrio ácido-base, des- que o clínico controle o volume de líquido infundido com
compressão digestiva através de sonda na ogástrica e o que for evacuado por gravidade.
punção do ceco, procedimentos a serem adotados emer- Neste sentido, a sondagem nasogástrica deve res-
gencialmente e que independem da categoria etiopatogê- peitar os preceitos técnicos e constitui-se em valioso
nica da cólica. método de diagnóstico, ou, simplesmente, como via de
evacuação ou de administração de medicamentos.
Combate à dilatação gástrica A trocarterização percutânea do ceco, realiza-
e ao timpanismo - Descompressão da na região central da fossa paralombar direita, ali-
via a distensão gasosa quando esta for severa, e pos-
Em muitas situações pat~lógicas, constitui-se no sibilita a descompressão da cavidade abdominal, con-
primeiro procedimento que o profissional utiliza, objeti- seqüentemente, do diafragma, facilitando a ventilação
vando o alívio da dor. - dos pulmões.

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THOMASSIAN, A. Restabelecimento do trânsito intestinal em eqüinos. Parte 11: Tratamento / Reestablishment of equine intestinal transit. Part 11: Treatment Rev. educo
cO/l/i/l. CRMV-SP /Continuous Education Journal CRMV-SP, São Paulo, volume 3.fascículo I, p. 0/4 - 023, 2000.

Figura 2: Distensão de alças do intestino delgado na duodeno- Figura 3: Compactação de digesta causando obstrução no í1eo
jejunite-proximal. (gentilmente cedida pelo Serviço de Patologia - FMVZ - Unesp-
Botucatll)

Nos timpanismos primários do estômago, ceco e ção da acidose em alguns casos - e solução hipertônica
cólon maior, decorrentes dos processos de degradação (7,5%) de cloreto de sódio, nas desidratações acima de
da digesta, muitas vezes, a descompressão seguida de 6% a 8% .
administração de antifermentecíveis, como dimeticona na A escolha do fluido está na dependência da ava-
dose de 20 a 30 mll 100 kg de peso, ou ictiosulfonato de liação do quadro clínico em geral, do grau de desidrata-
amônio na dose de 10 a 30 g/500 kg de peso a 2% em ção que o animal apresentar, da necessidade de reposi-
água morna, na maioria dos casos pode reverter o qua- ção iônica (Na+, CI-, K+ e Ca2 +), além da correção do
dro clínico sem maiores complicações ou seqüelas para o equilíbrio ácido-base.
animal. Quanto à via de administração da fluidoterapia,
Fluidoterapia, equilíbrio utiliza-se a via intravenosa em situações de desidrata-
hidroeletrolítico e ácido-base ção moderada a severa, em que grandes volumes de
fluido devam ser infundido em poucas horas, ou até
Na grande maioria dos casos de desconforto ab- que se tenha o quadro volêmico sob controle, e seja
dominal agudo, a fluidoterapia constitui-se na primeira avaliada a capacidade de trânsito e absorção de fluido
medida terapêutica a ser adotada para o tratamento pela parede do intestino. Quando o trânsito de digesta é
da insuficiência circulatória periférica. A reposição de normal, e o quadro clínico do animal for estável, é pos-
fluidos e eletrólitos orgânicos significa, em última aná- ível que a reposição hidroeletrolítica possa ser comple-
lise, a recomposição do equilíbrio hidroeletrolítico e tada atravé da administração de soluções poliônicas
ácido-base. por sonda nasogástrica. Evite fluidoterapia pela via oral
A fluidoterapia a ser adotada para a recomposi- na presença de íleo adinâmico ou obstruções localiza-
ção hidroeletrolítica do cavalo com desconforto abdo- das no intestino delgado (Figura 2 e 3).
minal agudo poderá ser realizada com uma variável muito Sob o ponto de vista prático, para o cálculo do
grande de tipos de fluidos, cuja escolha dependerá das volume líquido total que o animal deverá receber, va-
nece sidades que o caso requerer. Os fluidos utilizados mos considerar que 70% do peso bruto de um cavalo
na reposição volêmica e iônica durante as crises de có- adulto seja fornecido pelos líquidos corpóreos, sem que
lica e na manutenção subseqüente podem er: expanso- se leve em conta se este líquido seja de compartimento
res plasmáticos, plasma eqüino, papa de hemácias, san- como o intracelular, intersticial ou plasmático. Ainda nes-
gue total, glicose 5%, solução glicofisiológica, solução te sentido, o clínico deve considerar a gravidade geral
de ringer, solução de ringer com lactato, soluções de do quadro e a velocidade de perda líquida, além do re-
bicarbonato de sódio, solução isotônica (0,9%) e hiper- querimento de 40 a 60 ml de água por quilo de peso
tônica (7,5%) de cloreto de sódio, entre outras. Dentre corporal para a manutenção hídrica a cada 24 horas.
os fluidos citados, os melhores resultados que temos Basta então calcularmos a porcentagem de desidrata-
obtido, a baixo custo, são proporcionados pela solução ção, para obtermos o volume necessário para a reposi-
poliônica de ringer, bicarbonato de sódio - para corre- ção.

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or
THOMASSIAN, A. Restabelecimento do trânsito intestinal em eqüinos. Parte 11: Tratamento I Reestablishmcnt cquinc inleslinallransit. Part 11: Treatmenl Rei'. educo
CO"';,,. CRMV·SP / Continuous Education Journal CRMV-SP. São Palllo. volume 3. fascículo /. p. 0/4 . 023. 2000.

Pode-se também calcular o déficit líquido para


reposição rápida pela fórmula: peso corporal em kg x % Déficit de base (mEqIL) x peso corpóreo (kg)
de desidratação. Em cavalos impossibilitados de ingeri- x 0,3 =déficit de bicarbonato (mEqlL)
rem água, deve-se acrescentar mais 40 a 60 ml de água
por kg de peso em 24 horas de jejum hídrico (peso corpo- Calculada a necessidade total de reposição de bi-
ral em kg x % de desidratação + água de manutenção de carbonato em mEq/L, metade deste volume pode ser
24 horas). Deve-se atentar para o fato de que o volume administrado em 30 a 60 minutos, sendo o restante corri-
calculado para a manutenção servirá para completar a gido por um período de 12 a 24 horas. Quando o valor do
hidratação em um ciclo de 24 horas. bicarbonato ou do déficit não é conhecido, a reposição
Em situações emergenciais de reposição volêmica total de bicarbonato não deve exceder a 1,5 a 2,0 mEq/
(choque hipovolêmico), a utilização de solução hipertôni- kg. Sob o ponto de vista prático, a administração de 3 a 5
ca de cloreto de sódio a 7,5%, na dose de 4 ml / kg de gIL de bicarbonato pode ser realizada até que se observe
peso, infundido em fluxo livre, no período de 10 a 15 mi- melhora dos sinais clínicos causados pela acidose. A so-
nutos, favorece a imediata compensação volêmica, pos- lução de bicarbonato de sódio a 3% possui 30g de HCO- 3
sibilitando a estabilização do quadro circulatório do ani- IL, e I ml apresenta 0,36 mEq de HCO-31L.
maI. A infusão de solução salina hipertônica exigirá que
seja realizada manutenção de fluxo líquido com fluido iso- Controle da dor
tônico.
Quando for possível a avaliação laboratorial do O controle da dor, ou a terapia analgésica, na mai-
equilíbrio eletrolítico, ou dos níveis de Na+, CI-, K+ e oria dos casos é fundamental para que se possa abordar
Ca 2 +, a reposição deverá obedecer às necessidades indi- o animal que apresenta mímica de dor com segurança,
cadas no exames. Portanto, as necessidades específicas (Figura 4), ou proceder o seu transporte a um centro
de reposição podem ser calculadas pelas fórmulas: médico especializado para o atendimento de casos de sín-
drome cólica. Entretanto, o controle da dor nos quadros
de intensidade moderada a severa, auxilia a sustentação
1- a+ normal (mEq/L) - Na+ medido (mEqIL) geral do organismo, pelo fato de excluir a variável neuro-
x peso corporal (kg) x 0,6 gênica do ciclo da insuficiência circulatória periférica e,
= necessidade de Na+ (mEqIL) conseqüentemente, nas respostas neuro-humorais da
motilidade gastrentérica. É preciso estimar-se que deter-
2 - K+ normal (mEqlL) - K+ medido (mEqlL) minadas drogas possam interferir no quadro clínico do
x peso corporal (kg) x 0,3 animal, mascarando os sintomas e induzindo o clínico a
= necessidade de K+ (mEqIL) erros de interpretação, muitas vezes representados por
uma falsa acalmia.

Os desequilíbrios ácido-base, na gran-


de maioria dos casos de desconforto abdominal
leve a moderado, em processos não estrangu-
lantes dos intestinos, são compensados pelos
sistemas tampões do organismo. Em situações
de descompensação ou nos casos etiopatogê-
nicos graves (estrangulamentos), é comum a
ocorrência de acidose metabólica que represen-
te déficit de base da ordem de 10 mEqlL. A
utilização de bicarbonato de sódio é indicada
quando o pH for < 7,2 ou o bicarbonato medido
< 20 mEqlL. A concentração plasmática nor-
mal de bicarbonato em eqüinos é de 24 mEqlL,
portanto, conhecendo-se o normal e medido o
déficit, fica simples calcularmos a necessidade
Figura 4: Rolamento no solo devido à obstrução do intestino delgado com estrangu-
de reposição pela seguinte fórmula: lamento vascular.

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THüMASSIAN. A. Rcstnbclecimenlo do trânsito intestinal em eqüinos. Parte 11: Tratamento I Reest~lblishment of equine intestinal transil. Part 11: Treatment Ret'. eiluc.
cOllti". CRMV·SP /Colltinuous Educalion Journal CRMV-SP. Silo Pau/o. volume 3.fascíl:u/O /. p. 0/4 - 023,2000.

A grande maioria das drogas utilizadas no con- b - Pentazocine: dose, 0,3 a 0,5 mg/kg - (efeito
trole da dor em eqüinos, direta ou indiretamente, inter- fugaz);
ferem nos mecanismos enteromotores; ou por interagi- c - Tartarato de butorfanol: dose, 0,01 a 2,0 mg!
rem com o estado circulatório do animal, ou então por kg, via IV, ou 0,03 a 0,06 mg/kg quando asso-
ação sobre os receptores adrenérgicos, notadamente por ciado à xilazina, via IV.
ação alfa-agonista. estas circunstâncias, tais drogas
são contra-indicadas por possibilitarem o agravamento 3 • Drogas Alfa 2 Agonista:
do quadro de hipomotilidade ou de atonia digestiva. a - Xilazina: dose, O, I a 0,3 mg/kg, via IV ou 0,5 a
2,0 mg/kg, via IM; ou ainda quando associada
1 . Drogas de ação antiinflamatória não hormonais: ao tartarato de butorfanol deve ser utilizada na
a - Flunixim meglumine: dose, I, I mg/kg!3x ao dose de 0,33 a 0,44 mgfkg, via IV.
dia, via IM ou IV; 4 - Sedativos:
b - Fenilbutazona: dose, 2,2 a 4,4 mg/kg! I a 2 x ao a - Diazepam: dose, 0,03 a 0,5 mg/kgl 3 a 4 x ao
dia, via IM ou IV; dia, via IV lenta.
c - Dipirona: dose, 10 mg/kg/3 a 4 x ao dia, via
IM ou IV. 5 - Espasmolíticos:
a - N-butilbrometo de hioscina: dose, 0,2 a 0,4 mg!
2 • Drogas Agonistas Opióides: kgl até 3 x ao dia, via IV ou IM;
a - Meperidina: dose, I, I a 2,2 mg/kg - (efeitos b - Sulfato de atropina: não se recomenda sua uti-
colaterais indesejáveis); lização em espasmos do aparelho digestório de
eqüídeos.

Combate à endotoxemia

A redução dos níveis de endotoxinas é de impor-


tância fundamental na preservação da motilidade intesti-
nal, estimando-se que esteja relacionada à produção de
prostaglandinas (PGE2 ) no ciclo do ácido aracdônico.
Além dos aspectos já referidos quanto à volemia (fluido-
terapia, equilíbrio hidroeletrolítico e ácido-base), o com-
bate à endotoxemia requer a administração de drogas
antiinflamatórias não hormonais, estimulantes adrenore-
ceptores e soros anti-endotoxêmicos. A utilização de an-
tibióticos, especialmente os aminoglicosídeos, pode au-
mentar a liberação de endotoxinas dos microorganismos
gram-negativos e agravar o quadro, em especial em situ-
ações de comprometimentos do intestino grosso onde
ocorra estrangulamento vascular (Figura 5).

1 - Flunixin meglumine: antiinflamatório por ação


anti-prostaglandina atua como anti-endotoxêmico na dose
de 0,25 mgfkg de peso, administrado a cada 8 horas pela
via intravenosa.
2 - Fenilbutazona: A fenilbutazona tem se mos-
trado mais eficiente do que o flunixin meglumine na ma-
nutenção da motilidade intestinal via anti-endotoxemia.
A dose preconizada é de 0,5 a I, I mg/kg de peso, portan-
to, diferente das doses recomendadas para atividade an-
tiinflamatória.
3 - Soro anti-endotoxêmico: soro eqüino hiperi-
Figura 5: Distensão gasosa e torção na base do ceco e cólon maior
direito e esquerdo. mune contra Sa/monella, Escherichia co/i, C/oslridiun

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THOMASSIAN. A. Restabelecimento do trânsílO intestinal em eqüinos. Parte 11: TratamenlO I Reestablishment or equine intestinal transit. Part 11: Trc<ltment Re.,. educo
confin. CRMV-SP /Continuous Education Journal CRMV-SP. São Paulo. ,'oltlme 3.jascíctllo /. p. 0/4 - 023. 2000,

pelfringens e Streptococcus equi estão entre os mais estimulação colinérgica (parassimpatomimética), direta ou
utilizados, muito embora haja dificuldade em encontrá- indireta; ou atuam por mecanismos de bloqueio da esti-
los no Brasil. A dose utilizada é 0,3 a 0,5 mllkg de peso, mulação simpática, alfa-adrenérgica, acelerando ou re-
diluído em 500 ml de solução fisiológica, na velocidade de duzindo o tempo de progressão do digesta.
infusão de 80 a 100 gotas/mino A aplicação do soro anti- O cálcio administrado concomitantemente à re-
endotoxêmico deve ser precedida por testes de alergia, composição volêmica e descompressão do estômago, e/
instilando-se O, I ml do soro no saco lacrimal. Os casos ou do ceco, é a primeira abordagem de estimulação pe-
positivos desencadearão intensa hiperemia conjuntival após ristáltica que pode ser realizada, notadamente em situa-
10 minutos. ções de deficiência de cálcio, administrando-se cerca de
4 - Dimetil sulfóxido: paralelamente às drogas 100 ml a 500 ml de gluconato de cálcio a 10%, em fluxo
tradicionalmente utilizadas no combate à endotoxemia e lento ou misturado ao fluido de reposição em um volume
à coagulação intravascular disseminada (CID), pode-se de 50 mllL de infusão venosa. A administração de cálcio
lançar mão do dimetil sulfóxido (DMSO), que é um tem resultado em efeitos motores principalmente nos ca-
solvente orgânico com propriedades para combater a in- sos de hipomotilidade do intestino delgado sem estrangu-
flamação intestinal, reduzindo o edema mural e prevenin- lamento vascular e em distensões do cólon maior.
do trombose microvascular, entre outras propriedades. A hipomagnesemia, embora mais rara, pode tam-
Este efeito anti inflamatório e antitrombogênico são ações bém se constituir em causa de íleo. Devido a esta possi-
farmacológicas importantes, em razão de beneficiarem a bilidade, os níveis de magnésio sérico, em animais que
recuperação da atividade mioelétrica do intestino, auxili- desenvolveram íleo sem resposta terapêutica, devem ser
ando, desta maneira, o retomo à motilidade e trânsito do pesquisados. Em geral, animais que desenvolvem esta
digesta. A dose recomendada é de 100 mg/kg de peso, 2 via etiopatogênica são deficientes crônicos de magnésio,
a 3 vezes ao dia em solução a 10%. necessitando, por esta razão, de suplementação pela via
O combate à endotoxemia implica ainda o comba- intravenosa. Em geral, a suplementação de M g 2+ pode
te aos processos de coagulação intravascular dissemina- ser realizada junta ao cálcio em fom1Ulações comerciais.
da decorrentes da cadeia etiopatogênica que se instala. O ácido D-pantotênico, por estímulo da muscu-
Neste sentido podem ser utilizadas as seguintes drogas: latura lisa do intestino, como precursor da acetilcolina,
a· Heparina: 150 Ullkg, 2 x ao dia, no 10 dia, e 80 tem produzido resultados satisfatórios quando uti Iizado na
a 120 Ullkg, 2 x ao dia no 20 dia, via IV, como doses de dose de I, I a 5,5 mg/kg de peso pela via intravenosa ou
ataque; podendo instituir-se a manutenção da adminis- intramuscular, a cada 2 a 6 horas, devendo ser evitado na
tração por mais 48 horas na dose de 40 a 80 UI/kg 2 x ao compactação gástrica.
dia, via IV. A hipocalemia predispõe os cavalos ao íleo, que
b - Ácido acetil-salicílico: dose 4,0 a 20,0 mg/ pode se agravar pelo efeito diurético da terapia de re-
kg, I a 2 x ao dia, VO (considerar a possibilidade de posição de fluido, ou pela administração de diuréticos.
agravamento de lesões gástricas primárias) A bomba de Na+ e K+ deve ser equilibrada oferecen-
do-se K+ sob a forma de KCI diluído na f1uidoterapia na
Motilidade intestinal dose máxima de 80 mEq/L, ou com boa margem de
segurança na dose de 0,5 mEqlkg/hora, devido princi-
Quanto à motilidade intestinal, vamos considerar palmente à redução de volume extracelular. A apresen-
para efeitos de tratamento geral das cólicas apenas as tação comercial do cloreto de potássio 19,1 % contém
situações de hipomotilidade ou de íleo adinâmico ou pa- 2,5 mEq de K+/ml.
ralítico. A eritromicina é considerada outra droga com
O combate à atonia ou à paralisia intestinal, regio- efeitos procinéticos, por promover elevação dos níveis
nal ou difusa, deve estar voltado para a eliminação da de motilina ou atuar diretamente sobre seus receptores.
causa, correção do desequilíbrio metabólico, descompres- Indicada por atuar mais efetivamente nas compactações
são gastrentérica e terapia medicamentosa específica do ceco e cólon maior, na dose de 1,0 mg/kg 3 vezes ao
para este fim. É muito importante que não haja estrangu- dia. Administrações prolongadas e em altas doses po-
lamento de alças quando do tratamento com drogas esti- dem desencadear diarréia no cavalo.
mulantes do peristaltismo, a ponto de poder ocorrer a morte A neostigmine, por ação anticolinesterase, esti-
do animal por adicional neurogênico. mula a motilidade do cólon, reduz a do jejuno e retarda o
Muitos dos procedimentos medicamentosos utili- esvaziamento gástrico. A neostigmine deve ser utilizada
zados para a motilidade gastrentérica possuem ação de quando não se tem comprometimento motor do intestino

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THüMASSlAN, A. Restabelecimento do trJ,nsito illlcstinal em eqüinos. Parte lI: Tratamento I Reestablishment af equine intestinal transit. Part lI: Treatmenl Rev. educo
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delgado, ou quando associada a estimulantes destes (me- I (contráctil) e deprimir a fase II (refluxo) da ativida-
toclopramida). A dose é de 0,004 a 0,02 mg/kg de peso de motora do intestino delgado. A dose recomendada
pelas vias subcutânea, intramuscular ou intravenosa a cada é de O, I a 0,5 mg/kg de peso pela via oral ou O, I mg/kg
40 minutos, se necessário, e, no máximo, por 24 horas. a cada 8 horas pela via intramuscular, devendo-se, en-
Os níveis de dor poderão elevar-se discreta e temporari- tretanto, utilizar-se após os procedimentos de esvazia-
amente com a aplicação da neostigmine, nos casos de mento gástrico e como adjuvante dos procedimentos
compactação ou de outros processos obstrutivos sem de restauração hidroeletrolítica.
estrangulamento vascular. A Iidocaína possui ati vidade promotora de au-
A metoclopramida atua por antagonismo do- mento do fluxo sangüíneo em geral, atuando de forma
paminérgico, promovendo coordenação no esvaziamen- positiva no combate ao í1eo adinâmico. São referidas
to gastrentérico e restaurando principalmente a motili- doses de até 400 ml de xilocaína 2% sem vaso constri-
dade do intestino delgado. A dose recomendada é de tor, diluída em solução de ringer, na concentração a
O, I a 0,25 mg/kg/hora diluída em solução salina pela 10%, com infusão lenta.
via intravenosa, ou sem diluição pela via intramuscular
profunda. Ocasionalmente podem ocorrer fenômenos Lubrificantes e laxantes
indesejáveis como sudorese, dor e agitação, o que obri-
ga o clínico a suspender o tratamento quando este for Os laxantes ou lubrificantes são indicados como
pela via intravenosa. A velocidade de infusão deverá adjuvantes do tratamento de processos de sobrecarga e
ser de 112 a I hora. compactações, cujo objetivo é o de permitir ou aumentar
O betanecol é também uma droga que pode ser a velocidade do trânsito do digesta e possibilitar que mas-
utilizada para promover redução do tempo de esvazia- sas compactadas sejanl desfeitas e eliminadas. Em ge-
mento gástrico, principalmente nos casos de gastrite rai, quando o quadro clínico do animal se apresenta está-
ou de úlceras gástricas ou duodenais. As doses reco- vel, os efeitos da administração dos laxantes ocorrem entre
mendadas são: O, I a 0,4 mg/kg pela via oral, ou 0,00 I I a 5 dias.
mg/kg pela via subcutânea. O dioctil-sulfosuccinato de sódio (DSS) é um
A acepromazina age por bloqueio do sistema surfactante aniônico que proporciona aumento de pene-
alfa-simpático. Quando utilizada na dose de 0,0 I a 0,05 tração de água em massas de digesta compactadas, além
mg /kg de peso a cada 4 a 6 horas pela via intraveno- de promover a redução da absorção simples da água. A
sa, estimula um rápido retorno da motilidade intestinal; dose utilizada é de 10 a 20 mg/kg de peso pela via oral,
entretanto, devido a sua atividade vasodilatadora peri- podendo-se repeti-Ia após 48 horas. O dioctil-sulfosucci-
férica, e caso o animal não esteja com a volemia res- nato de sódio não deve ser administrado com outros pro-
taurada, poderá haver agravamento do quadro circu- dutos laxantes, principalmente os oleosos ou que conte-
latório. nham veículo oleoso. Atualmente o DSS vem associado
A yoimbina tem sido utilizada com sucesso no ao danthron como estimulador da defecação e pode ser
combate ao í1eo desencadeado pela endotoxemia. Esta calculado pela dose de 2 a 6,6 mg/kg de danthron pela via
ação farmacológica é sugestiva de que a endotoxina oral. As mesmas recomendações dadas ao DSS simples
apresente atividade estimuladora dos alfa-adrenore- devem ser observadas ao DSS + danthron.
ceptores nos intestinos. A dose recomendada é 0,15 A carboximetilcelulose ou psyllium pode ser
mg/kg pela via intravenosa. indicada nos casos de sobrecarga, compactação e princi-
A membutona como restauradora gastro-he- palmente na sablose no ceco e cólon maior, por proporci-
pato-pancreática, por ação de estimulação das secre- onar proteção à mucosa e carrear consigo o digesta du-
ções endócrinas do trato digestivo, possui intensa ati- rante a motilidade e o trânsito intestinal. A dose é de 1,0
vidade de estimulação do movimento peristáltico quan- g/kg de peso, dissolvido em 6 a 7 litros de água morna e
do uti Iizada na dose de 10 mg/kg, respeitada a dose homogeneizada até a forma de mucilagem. Pode-se ad-
total máxima de 20 a 30 ml. A via de aplicação prefe- ministrar a carboximetilcelulose a cada 12 a 24 horas por
rencial deve ser a intramuscular. Aplicações intrave- até 3 dias.
nosas rápidas podem desencadear quadros de hipo- O sulfato de magnésio, como laxante salino, atua
tensão e manifestações semelhantes ao choque medi- aumentando a pressão osmótica e carreia água para o
camentoso. lúmen intestinal, principalmente no cólon maior e cólon
A cisapride, agente procinético por liberação menor. Os laxantes salinos não são recomendados nos
da acetilcolina, tem sido utilizada para estimular a fase casos de hipotonia difusa ou í1eo adinâmico, além de se-

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THOMASSIAN, A. Restabelecimento do trânsito intestinal em eqüinos. Parte 11: Tratamento I Reestablishment of equine intestinal transil. Pan 11: Treatment Rev. educo
confino CRMV-SP / Continuous Education Journal CRMV-SP, São Paulo. volume 3,Jascículo I. p. 014 - 023, 2000.

rem extremamente irritantes sobre a mucosa intestinal são, assim como o desconforto que o enema poderá cau-
que estiver lesada. A dose recomendada para o sulfato sar ao animal.
de magnésio é de 0,4 a 1,0 g/kg de peso diluído em água,
a cada 24 horas, ou dose total de 500 g ao dia dividida em Drogas antimicrobianas
várias administrações. O tratamento não deverá ultra-
passar 3 dias. A utilização de antibióticos no desconforto abdo-
O óleo mineral tem sido tradicionalmente utili- minal agudo do cavalo tem a sua indicação em situações
zado como laxante e lubrificante nos casos de cólicas de bacteremia, peritonites, enterites, causas reconheci-
desencadeada por compactações. Entretanto, traba- das no desencadeamento do íleo paralítico. É importante
lhos recentes demonstraram que a presença do óleo considerar-se de grande valia a sua instituição, devendo-
mineral reduz substancialmente o trânsito gastrentéri- se sempre, levar-se em consideração que a ação bacteri-
co, em especial o esvaziamento gástrico. Em processos cida gram-negativa possa agravar o quadro clínico em
obstrutivo causados por compactações, o óleo mineral razão da liberação de endotoxinas, que por sua vez irão
não possui a propriedade de penetrar e desfazer a mas- interagir no ciclo do ácido aracdônico, e esse, com a
sa compactada, além de proporcionar um indesejável motilidade intestinal. Ao se optar por um determinado tipo
efeito "impermeabilizante" da mucosa intestinal, impe- de antibiótico, deve-se levar em conta o grau de hipovo-
dindo a absorção de nutrientes. Outra propriedade do lemia do animal e a dose a ser utilizaffi4 principalmente quanto
óleo mineral, que tem sido estudada recentemente, é a as substâncias nefrotóxicas, como os arninoglicosídeos.
de impedir absorção de endotoxina pela parede do in-
testino. Em situações de ob truções com graves estran- Terapias alternativas
gulamentos, a administração do óleo mineral, a seme-
lhança do que pode ocorrer com a aplicação de drogas A acupuntura e a eletroacupuntura efetivamente
estimulantes do peristaltismo intestinal, intensifica a dor, podem ser utilizadas como métodos terapêuticos alterna-
agravando mais o quadro de insuficiência circulatória tivos adjuvantes às demais medidas adotadas no comba-
periférica. Entretanto, quando o diagnóstico for de com- te a qualquer tipo de íleo. O ponto preconizado situa-se
pactação com sintomatologia leve, em que a redução junto à face lateral do membro posterior, na depressão
dos movimentos intestinais não se constitui em sinal re- abaixo da crista da tíbia. Este acuponto é denominado
levante, o óleo mineral poderá ser utilizado na dose de 5 TSU SAN LI (estômago 36) (Figura 6).
a 10 mllkg de peso.
Tratamento cirúrgico
Enemas
O médico veterinário deve sempre considerar a
Os enemas podem se utilizados para auxiliarem a possibilidade de abordagem cirúrgica no tratamento do
umectação e progressão de massas compactadas no có- desconforto abdominal em eqüinos, mesmo nos casos em
lon menor e ocasionalmente no cólon transverso, por que o tratamento primário recomendado seja eminente-
estimulação de plexos neuronais devido a distensão do mente conservativo. Independentemente da suspeita di-
reto e cólon menor, causada pela pre ença do líquido agnóstica ou da etiopatogenia da afecção, as alterações
infundido. motoras gastrentéricas que determinam dilatação dos di-
Tecnicamente pode-se utilizar sonda nasogástrica, versos segmentos entéricos, por líquido ou ga e ,quando
que é introduzida via retal, cuja ponta é protegida pela não re pondem atisfatoriamente ao tratamento conser-
mão do operador. Após a introdução da sonda, que nun- vador, como, por exemplo, no caso de duodenojejunite
ca deverá ser mais profunda do que a distância do braço proximal, compactação de digesta e hipertrofia da cama-
de quem a está introduzindo, pode-se infundir de forma da muscular do íleo, sobrecarga e timpanismo do ceco,
regular, sem muita velocidade e com auxílio de funil aco- podem ser tratadas cirurgicamente.
plado à extremidade livre, preferencialmente água mor-
na, que poderá conter óleo mineral ou glicerina líquida Recomendações de caráter geral
neutra. O enema poderá er repetido várias vezes, moni-
torando-se a evolução do bolo fecal a cada nova infusão Como recomendações de caráter geral, os ca-
que e fizer. O volume total de líquido infundido poderá valos devem ser estimulados a caminharem por 5 a 10
até ser grande, mas é importante que se respeite a capa- minutos a cada hora, preferencialmente ao passo, e
cidade volumétrica do cólon menor e reto em cada infu- ingerirem fibras espontaneamente para estimularem

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THOMASSIAN, A. Restabelecimento do trânsito inlestinal em eqüinos. Parte li: Tralamento / Reestablishment or eqlline intestinaltransil. Part li: Trealment Rev. educo
cOl/lil/. CRMV-SP I Continllolls Edllcation JOllrnal CRMV-SP, São Paulo, volume 3.fascículo I, p. 0/4 - 023. 2000.

o movimento do trato gastrentérico através de estí- Preventivamente, em estabelecimentos que


mulos neuro-hllmorais. A f1uidoterapia oral ou inges- mantêm eqüinos sob regime de estabulação ou que
tão regular de água devem ser evitadas até a normali- recebam alimentos fibrosos de baixa qualidade,
zação da motricidade gastrentérica, assim como o ma- pode-se instituir a administração de semente de
nejo nutricional de rotina somente deve ser retomado linhaça com a ração, na quantidade de 10-20 g/
de forma progressiva após a alta clínica do animal. dia.

SUMMARY

Reestablishment ofthe normal intestinal transit in horses with sharp abdominal di cornfort ha been a
major challenge even for the most experienced professionals in equine practice and slIrgery. Major
procedures to control and repair gastrointestinal motility demand periodjc observation of physiological
parameters, intravenous adrillnjstration offluids to control hypoperfu ion and electrolyte balance and
digestive decompression by nasogastric intubation and cecum puncture. These emergency procedu-
res are adopted whatever the etiopathogeny of the colic. Besides the traditional procedures, the
veterinarian can also use acupuncture or even surgical intervention in situations where no responses
were obtained by u ing the conservative therapy or when the case demands it.

Key words: Equine, digestive tract, colic, intestinal transit, ileus, treatment.

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THOMASSIAN, A. Restabelecimento do trânsito intestinal em eqüinos. Pane 11: Tratamento I Reestablishmenl of equine intestinallransit. Pan 11: Trealment Reli. educo
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