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Palestra I: Introdução à disciplina

Economia de Trabalho - 3º Ano GRH Laboral


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Conteúdo da Palestra

Introdução a Economia do Trabalho


1. Economia do Trabalho
2. População e Força de Trabalho
3. Rotatividade da mão-de-obra (Turnover)

Economia de Trabalho - 3º Ano GRH Laboral


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Economia do Trabalho: o que é?
 A ciência economica estuda o comportamento dos agentes na otimização dos
recursos para satisfazer as necessidades humanas que são ilimitadas. Ela se divide
em dois grandes grupos elementares de estudo:

1. A Microeconomia – é a parte voltada ao estudo do comportamento dos


consumidores (individuos e familias) e das empresas, considerando produção,
custos, determinacao de precos e tudo que envolve as decisoes empresariais.

2. A Macroeconomia – estuda os agregados economicos, considerando familias,


empresas, governo e o comercio com o resto do mundo.

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Economia do Trabalho: o que é?
 A Economia do trabalho é o ramo da economia que estuda as variações
no mercado de trabalho, as teorias de determinação dos salários e a influência dos
aspectos macroeconômicos no mercado de trabalho.

 Ela pode ser analisada sob duas ópticas (Micro e Macro): quando analisamos as
relações diretas entre trabalhadores e empresarios – a oferta e a procura por
força de trabalho – estamos observando pela análise microeconômica. Quando
analisamos o mercado de trabalho como um todo e seu impacto na actividade
economica, observamos diretamente a óptica macroeconômica.

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Economia do Trabalho: o que é?
 O mercado de trabalho pode ser definido como o “locus onde trabalhadores e
empresários se confrontam e, dentro de um processo de negociações colectivas
que ocorrem algumas vezes com a interferência do estado, determinam
conjuntamente os níveis de salários, o nível de emprego, as condições de trabalho
e os demais aspectos relativos às relações entre capital e trabalho” (CHAHAD).

 Este representa o mercado formal de trabalho, que inclui as relações contratuais


formais entre os agentes amparadas por legislação especifica. No mercado
informal de trabalho, prevalece o funcionamento com o mínimo de interferência
governamental.

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Economia do Trabalho: o que é?
 Antes de adentramos a alguns dos principais conceitos associados à nossa disciplina,
torna-se fundamental que conheçamos um pouco mais do sentido da palavra Trabalho,
para então contextualizar.

 O trabalho é conhecido desde os primórdios da humanidade, sendo concebido a partir


da transformação, pelo homem, de matérias-primas em bens. Recentemente, o
conceito de emprego é derivado a Revolução Industrial, em que os homens passam a
oferecer o seu trabalho em troca de uma remuneração, o salário. Ou seja, o trabalho é
o exercício de ocupação remunerada em dinheiro, produto, mercadorias e/ou em
benefícios, como moradia, alimentação, roupas, etc., na produção de bens e serviços.

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Economia do Trabalho: o que é?
 Nos dias de hoje, todo emprego não só pode como deve estar ligado,
obrigatoriamente, ao recebimento de uma remuneração financeira em
contrapartida. O salário, serve, em todo processo económico, como fonte
balizadora de trocas entre patrões e empregados.

 Na acepção económica, a palavra trabalho, significa um factor económico, ou


também conhecido como insumo de produção, normalmente remunerado em
horas.

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População e Força de Trabalho
 População, PIA e PINA

 A População é um conceito numérico, que se refere ao número de indivíduos


(homens, mulheres e crianças) ocupantes de um determinado espaço geográfico.
Vejamos a utilização do conceito de população em Moçambique, extraídos a partir
do INE, definidos em números:

 “A polução moçambicana actual é de 28.861.863 habitantes (dados do INE –


Censo de 2017, resultados preliminares do IV RGPH)”.

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População e Força de Trabalho
 PEA – é a soma dos empregados (ou ocupados) e dos desempregados (ou
desocupados). Os empregados são, normalmente, aqueles que possuem um
emprego. E os desempregados são aqueles que estão buscando um emprego e não
necessariamente estar sem emprego.
 Mas será que a noção de PEA abrange toda população de um
país?
 PIA – é composto por todos os individuos com idade igual ou superior a 12 anos e
menos de 65 anos.
Será que a PIA > PEA?

 A força de trabalho corresponde às pessoas que compões a PEA, e as pessoas


fora da força de trabalho são classificadas como economicamente inativas.
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População e Força de Trabalho
 Subemprego: é uma situação econômica situada entre o emprego e o desemprego.
Normalmente ocorre quando a pessoa não tem recursos financeiros ou qualificação
profissional para se recolocar no mercado de trabalho.

 Situação esta que deveria ser temporária, transforma-se em definitiva quando o trabalhador
não consegue mais voltar à economia formal.

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População e Força de Trabalho
Tipos de desemprego na ótica económica

 Desemprego Sazonal: surge sistematicamente em determinadas épocas do ano, e é causado por


variações na demanda de trabalho em diferentes períodos.

 Desemprego Cíclico: está ligado às alterações de ritmo da actividade económica, durante as


flutuações da economia. O desemprego tem uma forte componente cíclica. Durante as recessões
a taxa de desemprego aumenta, e nas fases de recuperação e expansão ela diminui.

 Desemprego Friccional: é originado pela saída de seus empregos de alguns trabalhadores que
procuram outros melhores, porque algumas empresas estão atravessando uma crise, ou porque os
novos membros da forca de trabalho levam um certo tempo ofercendo emprego.

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População e Força de Trabalho
 Desemprego Estrutural: os desempregados estruturarias são aqueles
trabalhadores que, por razoes de qualificação, não correspondem as necessidades
reveladas pela demanda. A origem e encontrada nas continuas redistribuições de
recursos que resultam das variações na demanda de produtos, que ocorram no
processo de crescimento económico.

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13 População e Força de Trabalho
Dessa maneira, temos:
𝑵º 𝒅𝒆 𝑫𝒆𝒔𝒆𝒎𝒑𝒓𝒆𝒈𝒂𝒅𝒐𝒔
𝑻𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝑫𝒆𝒔𝒆𝒎𝒑𝒓𝒆𝒈𝒐 =
𝑷𝑬𝑨
𝑵º 𝑬𝒎𝒑𝒓𝒆𝒈𝒂𝒅𝒐𝒔
𝑻𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝑬𝒎𝒑𝒓𝒆𝒈𝒐 =
𝑷𝑰𝑨
 A relação entre a PEA e a PIA é a chamada de taxa de actividade (ou taxa de
participação), que é a proporção da PIA desse segmento incorporada ao mercado
de trabalho.
𝑷𝑬𝑨
𝑻𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝒂𝒄𝒕𝒊𝒗𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 =
𝑷𝑰𝑨
𝑻𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝒊𝒏𝒂𝒕𝒊𝒗𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 = 𝟏 − 𝑻𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝑨𝒄𝒕𝒊𝒗𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆
 POPULAÇÃO>PIA >PEA (ocupados e desocupados)
Existem pessoas que não estão na PEA e nem na PIA?

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14 Cont.

𝑂𝑐𝑢𝑝𝑎𝑑𝑜𝑠
 𝑁𝑖𝑣𝑒𝑙 𝑑𝑒 𝑜𝑐𝑢𝑝𝑎𝑐𝑎𝑜 =
𝑃𝐼𝐴
𝐷𝑒𝑠𝑜𝑐𝑢𝑝𝑎𝑑𝑜𝑠
 𝑁𝑖𝑣𝑒𝑙 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑜𝑐𝑢𝑝𝑎𝑐𝑎𝑜 =
𝑃𝐼𝐴

 Um índice apontado por CHAHAD (2005), que também deve ser analisado é o índice de
subemprego. Na qual ela indica o grau da subutilizacao da mão-de-obra.
 O subemprego visivel: é definido como a difrenca entre o volume real de horas
trabalhadas pelo individuo e o volume de horas que ele poderia, de facto, trabalhar.
𝑺𝒉
𝑻𝑺𝒉 = 𝒙𝟏𝟎𝟎
𝑷𝑬𝑨
Sendo:
Sh – número de individuos ocupados trabalhando menos que um determinado número de
horas.

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15 Cont.
 O subemprego encoberto: representa a quantidade de mao-de-obra que seria possivel libertar
melhorando-se a organizacao e a distribuicao das tarefas de trabalho, mantendo-se o nivel de
producao sem necessidade de novos investimentos em capital fixo e sem modificacao das
formas de utilizacao do trabalho assalariado ou estrutura social de producao.
𝑆𝑝
𝑇𝑆𝑝 = 𝑥100
𝑃𝐸𝐴
Onde:
Sp – corresponde ao numero de individuos em produtividade igual ou inferior a certo valor
prefixado.
 O subemprego potencial: corresponde a quantidade de mão-de-obra que pode ser liberada,
dado um nivel de produção, por meio de mudanças nas condicoes de exploração dos recursos
ou transformacoes na industria ou agricultura.
𝑵
𝒅+𝟏
𝑻𝑺𝒗 = 𝒙𝟏𝟎𝟎
𝑷𝑬𝑨
Sendo:
N – numero de pessoas pobres (abaixo da linha da pobreza);
D – a razao de dependencia (d = (N – n)/N);
n – igual ao número de individuos activos incluidos na população pobre.

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16 Cont.
 ĺndices de salários reais e salários nominais:
 Os salários nominais são visto como consequencias tanto de politicas salariais
como desequilibrios eventuias obesrvados no Mercado de trabalho. A sua
determinação depende de factores como as caracteristicas dos trabalhadores
(idade, experiencia no trabalho, sexo, escolaridade, etc) e a empresa ou
sector de actividade (assim como região em que se encontra, a politica da
empresa, o tipo de actividade, etc).
 O salário real corresponde à deflação do salário nominal (w) por um índice de
preços (IP):
𝑺𝒓 = 𝑾/𝒊𝒑
É importante destacar que a depender do IP utilizado podemos ter conclusões
distintas. Ao utilizar um índice geral de preços (IGP), o resultado obtido tende a
refletir o salário real no conceito de custo de mão-de-obra, sendo mais importante
sob a ótica da empresa. Diferentemente, ao utilizar um índice de preços ao
consumidor (IPC) ou índice de custo de vida (ICV), o salário real tende a revelar a
evolução do poder de compra do trabalhado, sendo de maior importância sob a
ótica dos sindicatos.

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17 Cont.
 O mercado de trabalho determina apenas o salário nominal, mesmo
buscando um determinado nível de salário real. A evolução do salário
nominal é determinada pela política salarial e ocorrência do desemprego,
enquanto a evolução do salário real é determinada pelo ritmo de
crescimento dos preços (inflação).
 Índices de produtividade:
A produtividade média da mão-de-obra é medida dividindo-se a quantidade
de produto pela quantidade de trabalhadores:
𝑸
𝑷𝑴𝒆𝑳 =
𝑳
Onde:
Q – quantidade de bens e serviços produzidos;
L – quantidade de força de trabalho empregada.

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Rotatividade da mão-de-obra
(Turnover)
 Turnover – é um termo em inglês que define o movimento de entrada e saída dos
colaboradores em uma organização, independentemente de ter sido motivado pelo
empregador ou por decisão do empregado. Como sinônimo, na língua portuguesa,
temos o termo rotatividade (SILVEIRA, 2011, P. 10). Ela ocorre quando há um
desligamento, e em seguida, uma admissão.

 Segundo Chiavenato (2010, p. 88) a rotatividade de pessoal é o resultado da saída


de alguns colaboradores e a entrada de outros para substitui-los no trabalho.

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Rotatividade da mão-de-obra
(Turnover)
 É importante compreender que nem todos os funcionários/colaboradores dispensados pelas empresas irão caracterizar
um desemprego para a economia como um todo. Medir a rotatividade (TR) da mão-de-obra é um cálculo mais
complexo do que apenas pensar na substituição em si, e existem algumas formas de mensuração, a saber:

𝐦𝐢𝐧(𝑨, 𝑫)
𝑻𝑹 = 𝒙𝟏𝟎𝟎
𝟏ൗ 𝑭𝒊 + 𝑭𝒊 + 𝑨 + 𝑫
𝟐
Onde:

A= admissões da empresa ou sector no período;

D= demissões;

Fi= estoques de tralhadores no inicio do período.

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Rotatividade da mão-de-obra
(Turnover)
 O mínimo entre admissões e demissões é para evitar subestimações ou
superestimações do índice de rotatividade. Se houver expansão contrata-se mais do
que demite-se, se for recessão as demissões predominarão.

 Num período de retração da actividade económica a fórmula pode se simplificada:

𝑨
𝑻𝑹 = 𝒙𝟏𝟎𝟎
𝑵

Onde:

N= é o total de empregados da firma.

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Rotatividade da mão-de-obra
(Turnover)
 Num período de expansão:

𝑫
𝑻𝑹 = 𝒙𝟏𝟎𝟎
𝑵

Nota: Importante salientar que esse calculo refere-se à rotatividade ao longo do


mês, que difere da mensuração anual.

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Causas da Rotatividade
As causas indicadas da rotatividade se vinculam mais às demissões causadas pelos
colaboradores do que pelos empregadores. São elas:

 A legislação laboral: este incentiva os colaboradores a buscarem a própria demissão,


especialmente em períodos de crescimento. Na demissão, o colaborador, tem direito a
indemnização do aviso prévio, e à uma multa paga ao empregador correspondente a 20
dias de salario, a deduzir da indemnização a que tem direito, caso o colaborador
infringir o prazo fixado no n.º 1 do art. 128 da lei de trabalho nacional.

 Causas naturais: ciclo sazonal da economia (como na agricultura, festas de fim de


ano, etc.), condições naturais do próprio colaborador que se desliga de uma empresa.

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Causas da Rotatividade
 Baixo investimento em capital humano: refere-se a questões de investimentos
na formação do colaborador. As deficiência qualitativas que possam fazer parte da
formação do colaborador podem influenciar no aumento da rotatividade de mão-
de-obra.

Nota: A rotatividade será maior quanto mais flexíveis forem as regras de contratação
e de demissões.

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Indicadores do Mercado de
Trabalho
Os indicadores do mercado de trabalho são:

 Rendimento médio real: é aquele que mede o quanto que os colaboradores ganham.

 Taxa de informalidade: a informalidade tende a se relacionar com a taxa de


desemprego, onde, em períodos em que a economia esta em recessão., espera-se que
trabalhadores demitidos, que antes eram formais, busquem algum trabalho informal, já
que esse é um mercado mais flexível. O trabalhador informal é aquele que esta às
margens da lei. Em períodos em que a economia esta entrar em crescimento, é de se
esperar o movimento contrario.

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Indicadores do Mercado de
Trabalho
 Massa de rendimentos: os indicadores de emprego e de rendimento geram a
massa dos rendimentos, que é a soma dos rendimentos dos trabalhadores. Esse
indicador deve cair se o desemprego aumentar ou se os rendimentos caírem, e
deve aumentar se o desemprego aumentar ou se os rendimentos caírem.

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Fim!

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