05/05/2020 505 – João Brasileiro Médio Revisitado

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505 – João Brasileiro Médio Revisitado

505 – João Brasileiro Médio Revisitado

Luciano Pires - 26/04/2016

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Download do Programa (https://lucianopires.podbean.com/mf/play/sd9aqf/505-joao-brasileiro-medio-revisitado.mp3)

Eu não sei se você concorda, mas acho que a humanidade vive uma luta eterna entre o conhecimento e a ignorância. E
às vezes dá impressão que a segunda está ganhando… Uns gregos trataram disso há uns três mil anos.
Posso entrar?
Amigo, amiga, não importa quem seja, bom dia, boa tarde, boa noite, este é o Café Brasil e eu sou o Luciano Pires.
Este programa chega até você com o apoio do Itaú Cultural e do Auditório Ibirapuera que, como sempre, estão aí, a um
clique de distância. facebook.com/itaucultural (http://facebook.com/itaucultural) e facebook.com/auditorioibirapuera
(http://facebook.com/auditorioibirapuera).
E quem vai levar o exemplar de meu livro ME ENGANA QUE EU GOSTO é o Thiago Casarotto…
“Bom dia, boa tarde, boa noite, amigo Luciano. Olha, eu mando esse áudio, em primeiro lugar, para agradecer
pelo seu trabalho, sei quanto é valioso que se propõe em mudar e conjuro contigo muitas opiniões e valores
presentes em seu podcast.  Tive contato com o seu programa lá atrás, quando lançou um episódio sobre MPB,
que dava exemplos da evolução musical da década de 20, 30, 40, en m, foi sensacional. De lá pra cá,
acompanhei todos os seus programas, todos mesmo e li boa parte dos seus artigos. Em pouco tempo se tornou
um grande in uenciador da minha opinião e de maneira bastante presente, por assim dizer, né? Quando fez 10
anos eu queria ter mandado um texto dizendo do meu programa favorito, me enrolei e acabei não enviando.
Mas, se tiver em tempo, de dizer qual foi o que mais me impactou nesses quatrocentos… quinhentos
programas, que eu tenho orgulho de falar que acompanhei, eu vou dizer: o que mais me impactou foi o João
Brasileiro Médio. Eu não me lembro o número, acho que é uns duzentos e poucos mas, aquele programa
extrapolou qualquer veia losó ca, trouxe a poesia à tona para explicar com destreza o mito da caverna. ….
prepare o seu coração, pras cosias que eu vou falar… Puxa! Não tem como ouvir essa música de forma
diferente depois do seu podcast. Engraçado, que naquele episódio, você manda um convite a assumir um papel
dentro de um espectro de personagens envolvidos no mito. Pois bem, naquele programa foi o meu Everest
sabe, ele me fez acordar pois me incomodei com a resposta a essa pergunta. Passado um tempo, eu assumi um
outro papel realmente, meu papel neste momento é o do personagem que volta pra caverna pra avisar os
outros ……… meu Deus…… quanta hostilidade, Luciano! Olha, passo por isso todos os dias. Outro dia você me

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falou dos que escolhem esse caminho. Deu uma boa e uma má notícia, lembra-se? E a má notícia é que não
teríamos muita gente com quem socializar. Vivo o re exo disso, mas sei que espiritualmente estou muito
melhor. Luciano, muito obrigado pelo seu trabalho estou arrepiado de falar isso tudo pra você, o seu trabalho é
um dos meus guias, você é um dos meus gurus. Eu ainda vou pra São aulo acompanhar de perto a sua gravação
e te dar um grande e forte abraço. Com muito carinho, com olhos mareados e com um arrepio na minha
espinha, Thiago Casarotto, membro da confraria podcast Café Brasil.Um abraço.”
Valeu Thiago! Eu vou aproveitar seu comentário viu, para fazer algo que eu planejei, há um tempo atrás e que acabei
esquecendo mas, eu vou retomar aqui, ó. Como parte das comemorações dos 10 anos do Café Brasil, trazer de volta
alguns programas que foram marcantes e que precisam ser reouvidos por quem quer reouvir e ouvidos por quem não
ouviu. Muito obrigado!
Muito bem. O Thiago receberá um KIT DKT, recheado de produtos PRUDENCE, como géis lubri cantes e preservativos
masculino e feminino. PRUDENCE é a marca dos produtos que a DKT distribui como parte de sua missão para conter
as doenças sexualmente transmissíveis e contribuir para o controle da natalidade.  O que a DKT faz é marketing social
e você contribui quando usa produtos Prudence. facebook.com/dktbrasil (http://facebook.com/dktbrasil).
Vamos lá então! Lalá! Hoje eu quero com ignorância.
Na hora do amor, use
Lalá – Ahn…. não sei…
Luciano – PRUDENCE, pô…
Lalá – Ah….
Muito bem, esta é a reedição do programa 310 – João Brasileiro Médio, ppublicado em agosto de 2012 e que foi
inspirado pela carta de um ouvinte, o Rógere Lemos. Olha só.
“
“ Caro Luciano
Comecei a ouvir seu podcast no nal de 2011 e, apesar do pouco tempo, já me identi co totalmente com o
pensamento geral do programa. Isso porque eu já o tinha, muito antes de saber da sua existência. Por não me
conter em pensar somente, acabo diariamente expressando minhas ideias para amigos e familiares e a opinião
acaba sendo geral: “que cara chato”! Percebi que por vezes não posso falar abertamente, porque nem sempre o
público está preparado para receber tal opinião. Por isso, achei no Café Brasil meu ponto de relaxamento.
Onde minhas ideias nalmente se encontram com outras similares e posso assim baixar minha guarda no dia a
dia. Logo abaixo, segue para você uma carta do João Brasileiro Médio, sujeito muito comum que encontro
todos os dias onde quer que eu vá.
Luciano,
escrevo para dizer o quanto odeio o seu programa. Fala sério, essa história de tness intelectual parece coisa
de quem não tem o que fazer. Você por acaso não acha que já é um baita trabalho descobrir quem matou
Odete Roitman? Olha, meus nervos vão a mil quando é dia de paredão. Aquele aparelho lá que mede os
batimentos dos bebebês ia quebrar se tivesse medindo os meus. Fora isso já me atualizo sempre, sempre
mesmo, com o jornal do meio dia (e olha que me submeto a car vendo tragédias enquanto como) e o Jornal
Nacional. Você quer dizer que assistir o William Bonner TODOS os dias não é su ciente? Em que mundo você
“ ”
vive? Tem coisa mais cult ? Sei quantas pessoas morreram no m de semana, é só perguntar. Como evitar
golpes? Assisti uma matéria completa no Fantástico sobre isso. Ja sei como reagir (ou não reagir) a um assalto
no trânsito. A Globo faz um trabalho espetacular para o social.  Quando tem algum sequestro famoso eu co
ligado o tempo todo. E sobre bichos? Lógico que sei tudo, da Amazônia ao Pantanal. E você? Me responde, quem
é o alienado da história? Pra não deixar dúvidas do quanto estou antenado com o mundo, eu sou fã do Jô
Soares, okay? Assisto todos os programas. Esse é o meu diferencial. E olha que eu faço isso tudo mesmo sem
muito tempo. Estou estudando alucinadamente para o concurso. Meu sonho é ter uma vida estabilizada para
poder ter mais qualidade de vida. E qualidade de vida, meu amigo, é ter tempo pra assistir um bom programa
de tv, ver meu futebol, tomar uma cerveja gelada e dormir tranquilo com minha consciência. Então não me
venha dizer que sou alienado. Tenho opinião própria e não deixo ninguém me in uenciar. E te dou um
conselho: assista mais o jornal e pare de falar sobre coisas banais.
Pocotamente,
João Brasileiro Médio”
Bom, Luciano, essa foi a carta que o João me fez prometer que enviaria para você. Nesse momento, ele está
ocupado vendo o paredão. ”

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Rarararaa… Rogére, eu adorei o João Brasileiro Médio! E eu sei que milhões de pessoas subscreveriam o que ele
escreveu, sem pestanejar. Obrigado pela inspiração para este programa! O rogére ganhou um livro. você também
pode ganhar um se escrever pra gente, é fácil.
Muito bem… Vamos então recorrer a Platão, o lósofo e matemático grego que viveu entre os anos 428 e 347 antes de
Cristo e que, junto a seu mentor Sócrates e a seu pupilo Aristóteles, construiu as fundações do que chamamos hoje de
loso a.
Uma de suas obras principais chama-se A REPÚBLICA. É um conjunto de dez livros nos quais, sob a forma de um
diálogo tendo como primeira pessoa Sócrates, Platão trata de justiça e política.
No sétimo livro, Platão criou uma metáfora chamada O Mito da Caverna para descrever a situação geral em que se
encontra a humanidade. Platão imaginou os homens presos desde a infância no fundo de uma caverna, imobilizados
por correntes que os obrigavam a olhar sempre a parede em frente. Nessa parede eles veriam a projeção de sombras,
originadas pelas coisas que aconteciam fora da caverna.
Alguém carregando um vaso, um jumento caminhando, pessoas conversando, etc. O único contato com a realidade
externa seriam as sombras projetadas na parede. E Platão concluía que era exatamente assim que a humanidade vivia:
tomando as sombras como a realidade, ignorando o que realmente se passava no mundo lá fora.
Se alguém pudesse se libertar das correntes e sair da caverna, experimentaria em primeiro lugar o impacto da luz do
sol: caria ofuscado, cego, sem nada ver. Conforme fosse se acostumando à luz, no entanto, começaria a ver as
formas, os contornos, os objetos e por m, um outro mundo com luzes, cores, movimentos, formas e sons que ele
desconhecia. Nessa transição, deixaria para trás a ignorância ao ver escancarar diante de si o universo da ciência, que
eles chamavam de gnose e do conhecimento, que eles chamavam de episteme.
Enquanto isso, os outros cavam lá dentro da caverna, pensando que o mundo eram as sombras…
Então… Tendo acordado, sendo curioso e insistindo num olhar questionador, o indivíduo começa a ter uma visão
integral, a de nir os objetos até atingir o conhecimento, que não se limita a apenas entender os objetos. O
conhecimento signi ca entender os conceitos morais que regem a sociedade, como o belo, o bem e a justiça. Aquelas
coisas que não dá para medir, tá ligado?
Com a metáfora do Mito da Caverna, Platão quis demonstrar algumas coisas.
Primeiro, que é difícil, doloroso chegar ao conhecimento. São necessários sacrifícios para romper com as correntes
que nos mantém na ignorância e encontrar a saída da caverna. E ele divide esse processo da saída da ignorância em
etapas.
Primeiro vem a opinião, quando a pessoa sai da caverna e tem contato com o mundo exterior. Sem enxergar direito e
sem familiaridade com o novo mundo, a pessoa tem uma visão difusa, parcial, incapaz de captar a totalidade do novo
universo. Na medida em que se acostuma ao novo mundo, a pessoa vai ampliando a percepção do mundo, do jeitinho
que Geraldo Vandré cantou em DISPARADA, com aquele verso famoso.

Quinteto Violado - Disparada

Mas o mundo foi rodando / Nas patas do meu cavalo

E os sonhos / Que fui sonhando
As visões se clareando / As visões se clareando
Até que um dia acordei.
Disparada
Geraldo Vandré
Theo de Barros
Prepare o seu coração
Prás coisas
Que eu vou contar
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Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
E posso não lhe agradar…
Aprendi a dizer não
Ver a morte sem chorar
E a morte, o destino, tudo
A morte e o destino, tudo
Estava fora do lugar
Eu vivo prá consertar…
Na boiada já fui boi
Mas um dia me montei
Não por um motivo meu
Ou de quem comigo houvesse
Que qualquer querer tivesse
Porém por necessidade
Do dono de uma boiada
Cujo vaqueiro morreu…
Boiadeiro muito tempo
Laço rme e braço forte
Muito gado, muita gente
Pela vida segurei
Seguia como num sonho
E boiadeiro era um rei…
Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E nos sonhos
Que fui sonhando
As visões se clareando
As visões se clareando
Até que um dia acordei…
Então não pude seguir
Valente em lugar tenente
E dono de gado e gente
Porque gado a gente marca
Tange, ferra, engorda e mata
Mas com gente é diferente…
Se você não concordar
Não posso me desculpar
Não canto prá enganar
Vou pegar minha viola
Vou deixar você de lado
Vou cantar noutro lugar
Na boiada já fui boi
Boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por ninguém
Que junto comigo houvesse
Que quisesse ou que pudesse
Por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu
Querer ir mais longe
Que eu…
Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E já que um dia montei

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Agora sou cavaleiro

Laço rme e braço forte
Num reino que não tem rei
Você ouviu DISPARADA , de Geraldo Vandré e Théo de Barros, na interpretação do Quinteto Violado. Aquelas coisas
que a gente ouve sabe onde, hein?
Ai que gostoso… Esse é Conrado Paulino com seu violão mágico interpretando Caetano Veloso. A música é Luz do Sol…
Bem, o que podemos aprender com o Mito da Caverna de Platão, hein? Que existem dois mundos: o visível e o
inteligível. Sacou? Visível, aquele que a gente vê. Inteligível, aquele que a gente entende.
O João Brasileiro Médio vive no mundo visível, aquele no qual a maioria da humanidade está presa: no interior da
caverna, iludida, achando que a realidade são as sombras. Esse é o mundo onde é fácil permanecer, até porque as
correntes nos prendem a ele e quem se conforma e se adapta viverá a vida ali. O mundo visível é regrado pelos
sentidos, pelo olhar, pelo tato, pelo gosto. Só admite aquilo que é possível ser sentido na carne, medido, tocado,
comparado… É o mundo do homem comum, do homem médio, do medíocre.
O mundo inteligível, por outro lado, é muito mais complicado. É o mundo da inteligência, da razão, do homem curioso
que busca entender o mundo em que vive. É o mundo do sábio. E é para poucos…
E um dia o sábio decide voltar à caverna e contar a seus antigos companheiros acorrentados sobre o mundo que viu lá
fora. Diante da descrição das luzes, cores e formas, você já sabe como reagiriam os acorrentados, não é?
Ridicularizariam o sábio, até mesmo hostilizando-o. O que é que aquele louco queria ao descrever aquelas coisas
absurdas, hein? O que ele dizia não era compatível com o mundo das sombras. Aquele sujeito era perigoso… cuidado
com ele!
E Platão então descreve o desconforto dos homens sábios ao conviver com os homens comuns: não recebem crédito,
não são levados a sério, são motivos de sarro e galhofa. São tratados como excêntricos e extravagantes, quando não
loucos… E não raro, tratados como ignorantes, a nal todo mundo sabe que o mundo são as sombras, não é mesmo?

Sombras de Veludo
Mário Marcos
Antônio Marcos
Na cidade grande
Um prédio cresce em cada esquina,
Feito de concreto, ele alucina,
Esconde o céu e o sol,
Esconde até o coração,
Escuro e frio, ele invade o chão!
Estes edifícios na cidade
São os homens,
Todos coloridos e poetas,
E eu calado e tonto
Sou apenas um qualquer:
//Sombras de veludo
Vão dizendo tudo,
Que eu não sei dizer!// (4 x)

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Na cidade grande
Existe sempre uma vitrine,
Onde se despejam as vaidades
E o sonho a qualquer preço,
A todo preço, uma ilusão,
Na rua vida é uma liquidação!
Todas as vitrines
Da cidade me comovem,
Todas as pessoas nas vitrines
São felizes,
E eu calado e tonto,
Sou apenas um qualquer:
//Sombras de veludo
Vão dizendo tudo,
Que eu não sei dizer!// (8 x)
Meu caro, você sabe o que é isso que você ouviu, hein? É a Vanusa cantando Sombras de veludo, composição de Mário
Marcos e Antônio Marcos que ela gravou em 1974. Se tudo que você sabe sobre a Vanusa é que ela errou quando
cantou o hino nacional, signi ca que você vive nas sombras, meu caro…
Pois então… diante da ignorância, do escárnio, da pilhéria, o que é que  o sábio deveria fazer, hein? Virar as costas e
deixar pra lá? Aposto que você conhece muita gente que preferiu agir assim, cansada de lutar. Mas Platão insiste: o
sábio deve compartilhar seu conhecimento com os homens comuns, pois se optar por desistir servirá para nada. Ele
deve ter a missão de ajudar a sociedade a evoluir através do conhecimento e não guardá-lo para si.
Mas Platão foi ainda mais fundo. Considerando que os sábios, exatamente por saberem distinguir o visível do
inteligível, o falso do verdadeiro, as sombras da realidade, manifestariam indiferença pelo poder, desprezariam cargos
públicos. Os sábios, interessados no belo, no bem e no justo estariam acima da mesquinharia da luta pelo poder, dos
interesses escusos dos homens medíocres. E caberia a eles, os sábios, a tarefa de dirigir, a tarefa de comandar a
sociedade.
Putz… Se o Platão estivesse vivo, seria chamado de preconceituoso por umas patrulhas aí.

Disparada / Viola Enluarada / Romaria - Paulinho N…

Que delícia ca Disparada nas cordas do Paulinho Nogueira, não é?

Muito bem… Agora que você conhece, ou relembrou, o Mito da Caverna, já pode tentar se localizar. Você está dentro
da caverna vendo o mundo pelas sombras ou já botou a cabeça pra fora, hein? Opa! Não saiu da caverna, mas já
encontrou quem saiu? E está resistindo às coisas que o sábio está dizendo?
Então que tal lembrar do canadense Hans Selye em 1936 estudou o estresse em animais, hein? Selye descreveu os
sintomas das respostas físicas e comportamentais dos animais como Síndrome geral de adaptação. E a decompôs em
três fases sucessivas: alarme, resistência e esgotamento.
rimeiro os animais se alarmavam. Apavorados reagiam ao estímulo estressante e não raro com violência. Depois
manifestavam resistência, inconformados. Até que, esgotados, apresentavam sintomas de doenças sérias como
artrites, úlcera, hipertensão e problemas cardíacos.

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O que que dá aprender com Hans Selye e o Mito da caverna, hein? É o seguinte: quando surgir diante de você um sábio
com uma conversa absurda, totalmente em desacordo com o mundo das sombras que você conhece muito bem, saiba
que tuas reações serão exatamente o alarme e a resistência. E nesse ponto, é bem provável que você tente eliminar o
sábio. E se não o zer, possivelmente você chegará ao esgotamento. E aí você escolhe. Ou mantém-se atrelado às
correntes e vive a vidinha comum nas sombras, ou abraça a tese do sábio e parte para conhecer um mundo novo.
Ficar no meio do caminho signi ca desenvolver doenças, car estressado, sacou?
A carta do João Brasileiro Médio descreve o mundo de quem vive acorrentado na caverna. Mas também pode
descrever o mundo de quem saiu da caverna, conheceu uma outra realidade e desistiu. Deixou o cérebro numa
geladeira e passou a “deixar a vida me levar”, sacou? De quem se conformou e prefere assistir as sombras que a
televisão transmite, achando que aquilo é o mundo real.
No nal, é tudo uma questão de escolha. Os caminhos para quebrar as correntes e sair da caverna estão à sua
disposição, basta querer. Mas saiba que é um caminho difícil, doloroso e, especialmente nestes dias, cheio de
emboscadas preparadas pelo pessoal que quer que você continue nas sombras.
Este nosso Café Brasil é uma humilde contribuição para quem quer achar o caminho de saída da caverna. A gente sabe
que ainda não saiu de vez, que só conseguiu dar uma olhadinha lá fora, mas fazemos questão de voltar toda semana
pra contar pras pessoas. Se você também saiu da caverna, ajude a gente. Os acorrentados não sabem que estão
presos…

Os Cegos Do Castelo
Nando Reis
Eu não quero mais mentir
Usar espinhos que só causam dor
Eu não enxergo mais o inferno que me atraiu
Dos cegos do castelo me despeço e vou
A pé até encontrar
Um caminho, o lugar
Pro que eu sou
Eu não quero mais dormir
De olhos abertos me esquenta o sol
Eu não espero que um revólver venha explodir
Na minha testa se anunciou
A pé a fé devagar
Foge o destino do azar
Que restou
E se você puder me olhar
E se você quiser me achar
E se você trouxer o seu lar
Eu vou cuidar, eu cuidarei dele
Eu vou cuidar
Do seu jardim
Eu vou cuidar, eu cuidarei muito bem dele

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Eu vou cuidar
Eu cuidarei do seu jantar
Do céu e do mar, e de você e de mim
Eu não quero mais mentir
Usar espinhos que só causam dor
Eu não enxergo mais o inferno que me atraiu
Dos cegos do castelo me despeço e vou
A pé até encontrar
Um caminho, o lugar
Pro que eu sou
Eu não quero mais dormir
De olhos abertos me esquenta o sol
Eu não espero que um revólver venha explodir
Na minha testa se anunciou
A pé a fé devagar
Foge o destino do azar
Que restou
E se você puder me olhar
E se você quiser me achar
E se você trouxer o seu lar
Eu vou cuidar, eu cuidarei dele
Eu vou cuidar
Do seu jardim
Eu vou cuidar, eu cuidarei muito bem dele
Eu vou cuidar
Eu cuidarei do seu jantar
Do céu e do mar, e de você e de mim
E é assim então, ao som de OS CEGOS DO CASTELO, o mega sucesso dos Titãs composto por Nando Reis que o Café
Brasil losó co vai saindo de mansinho.
Tente aplicar o mito da caverna a seu dia a dia. Repare no comportamento das pessoas que estão liderando nossa
sociedade mas, não precisa ir tão longe. repare nas pessoas que estão à sua volta, seus companheiros de trabalho, sua
família, seus colegas na escola, seus professores, veja se você consegue descobrir quem está acorrentado, quem já
saiu da caverna, quem pode servir de guia para apontar a saída mas, principalmente, quem quer que você permaneça
lá no fundo, ignorante e conformado. E quando descobrir, reaja.
Com o iluminado Lalá Moreira na técnica, a platônica Ciça Camargo na produção e eu, que tateio em busca da saída,
Luciano Pires, na direção e apresentação.
Estiveram conosco o ouvinte Rógere Lemos com seu amigo João Brasileiro Médio, Quinteto Violado, Vanusa, Conrado
Paulino, Paulinho Nogueira e Titãs.
O Café Brasil só chega até você porque a Nakata, resolveu investir nele.
A Nakata, você sabe, é uma das mais importantes marcas de componentes de suspensão do Brasil, fabricando os
tradicionais amortecedores HG. E tem uma página no Facebook repleta de informações interessantes para quem gosta
de automóveis. Dê uma olhada lá que vale a pena: facebook.com/componentesnakata
(http://facebook.com/compontesnakata).
Tudo azul? Tudo Nakata!
Este é o Café Brasil. Que chega a você graças ao apoio do Itaú Cultural e do Auditório Ibirapuera. De onde veio este
programa tem muito mais. Visite para ler artigos, para acessar o conteúdo deste podcast, para visitar nossa lojinha no
… portalcafebrasil.com.br (http://portalcafebrasil.com.br).
Mande um comentário de voz pelo WhatsApp no 11 96429 4746. E se você está fora do país: 55 11 96429 4746. E
também estamos agora no Telegram com o canal Café Brasil.
olha aqui. Se você acha que vale a pena ouvir o Café Brasil e quer contribuir, agora é possível fazer uma assinatura do
programa. Acesse podcastcafebrasil.com.br (http://podcastcafebrasil.com.br) e clique no link CONTRIBUA e entre para
a confraria do Café Brasil. Vem coisa boa por aí, cara!
Pra terminar, uma frase dele mesmo, Platão:
Tente mover o mundo. O primeiro passo será mover a si mesmo.

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Café Brasil Especial – Heróis da Saúde 04 – A Caverna de Todos Nós
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desengajamento-moral/)
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Cafezinho 277 – Abrace uma causa (http://www.portalcafebrasil.com.br/cafezinho/cafezinho-277-abrace-uma-
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Eduardo Alencar • 4 anos atrás

Oi luciano, me chamo Eduardo, tenho 20 anos e moro em Juazeiro do norte. Bom, talvez eu fuja do assunto do
podcast nesse comentário, mas é sempre assim, o café brasil me faz ter diversas reflexões sobre diversas coisas em
um só programa.
Quero falar sobre a busca de informações. Vejo muitas pessoas reclamando da falta de imparcialidade de alguns
veículos de notícias e até de algumas pessoas. Não acredito que exista imparcialidade, ao menos não em uma
pessoa, ou em um veículo. Pessoas possuem posições e estão sempre enviesadas. Para 'corrigir' essa falta de
imparcialidade, vejo diversas fontes. Por exemplo, para saber sobre política aqui no Brasil, eu sigo pessoas de
esquerda e de direita. Dessa forma, consigo ter diversos pontos de vista sobre um determinado tema. Sempre
procuro o oposto para evitar opiniões equivocadas. Por fim, cito aqui um trecho de uma poesia do Fernando Anitelli,
do Teatro Mágico, que gostaria muito de ouvir aqui no café brasil, pois acho que eles tem letras que
complementariam muito bem diversos temas. Enfim, a poesia é a seguinte: Que sejamos todas as capas de edição,
mas, porém, contudo, entretanto, todavia, não obstante, sejamos também a contra-capa, pois ser a capa, e ser
contra a capa é a beleza da contradição, e estar em contradição com si mesmo é muitas vezes encontrar-se com
Deus... com o teu Deus!
é isso luciano, parabéns pelo programa e tudo de melhor sempre.
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Sérgio W F > Eduardo Alencar • 4 anos atrás

Boa observação, Eduardo Alencar.
Nunca a busca da verdade foi um caminho reto.
Espanta-me aquele que critica as contradições de alguém. Justamente a prova mais cabal de uma busca...
Abraços
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Amir Hamad • 4 anos atrás

Olá Luciano! Gosto muito dos seus Podcasts e este em específico até disparei para a minha lista de emails. Que
mais pessoas possam refletir sobre a Alegoria da Caverna. Eu já sai e hoje tomei como profissão viver o meu
propósito de trazer estes conhecimentos para a humanidade. Uma vez postei no meu blog um conto sobre o Sapo e
o Poço, que de certa forma nos traz uma mensagem parecida com o Mito da Caverna.

Para ler o post basta acessar http://www.vivaoseuproposit...

Forte abraço,
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Bruno Farias • 4 anos atrás

Olá, gosto muito dos seus programas Luciano. Sou "novo" (ouço há 6 meses) mas já recomendei e mostrei p/ várias
pessoas. Sobre este programa, achei de uma agressão enorme com o que vc mesmo mostrou: Aprender a
questionar o que lhe é apresentado, sair da zona de conforto. O jeito como vc continua sua ideia acabou estragando
algo que estava concordando. Acho q vc saiu da caverna e voltou p/ avisar o resto do pessoal, mas esqueceu de ver
se nela existiam outras saídas. Provavelmente não viu por exemplo que na caverna tinha uma escada que leva p/ um
andar superior parecido com um muro mesmo Daqui de cima dá p/ ver e ouvir a conversa de quem saiu pela direita
http://www.portalcafebrasil.com.br/podcasts/505-joao-brasileiro-medio-revisitado/ 9/11
05/05/2020 505 – João Brasileiro Médio Revisitado
andar superior parecido com um muro mesmo. Daqui de cima dá p/ ver e ouvir a conversa de quem saiu pela direita,
pela esquerda e de quem tá na sombra da caverna ainda. As vezes dá p/ escutar alguns cochichos, reclamando por
estarmos aqui em cima, mas dai vc olha de um lado, tem uma mulher defecando em uma foto, e do outro tem um
cara defendendo torturador... prefiro continuar aqui em cima mesmo. Dá medo.
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Sérgio W F > Bruno Farias • 4 anos atrás

Concordo com você, Bruno.
Dá medo mesmo, porque a ganância costumeira é puro radicalismo e tem foco somente no poder, mesmo que
em detrimento de todos.
O povo, atônito, presencia uma destruidora guerra de titãs, protege-se da fúria e claramente sente medo.
No entanto, este povo, sempre negligenciado, depara-se agora com os primeiros raios de luz e, mesmo
ofuscado, já sente o benefício de se livrar da enganação das sombras, impostas pela poeira de tantas disputas
espúrias, sem qualquer significado, a não ser a exaltação da crueldade humana.
Que os novos líderes nasçam do respeito a si e aos outros, busquem o diálogo e o entendimento, em vez de
basearem suas conquistas na força do dinheiro público e na charlatanice de coordenadores de campanha.
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Fernando Tessaro • 4 anos atrás • edited

Luciano, o link do facebook para o ComponentesNakata não está acessando. Boa noite.
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Sérgio W F • 4 anos atrás

E nos sonhos
Que fui sonhando
As visões se clareando
As visões se clareando
Até que um dia acordei…
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Paulo de Campos • 4 anos atrás

Luciano, adoro o formato dos seus podcasts! A forma como combina sua opiniões, reflexões, vídeos e músicas..
simplesmente me encanta! Sou seu fã, confesso! Obrigado por sempre aprender algo de novo com seus temas!
Obrigado!
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Sérgio W F • 4 anos atrás

A luz não é compreendida por quem vive na escuridão, assim como a escuridão é total cegueira, para quem vive à
luz.
A autoridade integradora conhece bem a luz e a escuridão. Assim, o ofuscamento da transição entre ambientes não
mais impacta seu caminhar, a ponto deste se tornar útil, confiável e familiar, tanto para nativos da luz, como para os
da escuridão...
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Gorette Lira da Silva • 2 anos atrás

Obrigada Café Brasil por adentrar minha caverna, e puxar meu pé.
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