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Paula Castilho

CINNEIC
paulacastilho@fpce.uc.pt
 Modificação do Comportamento (Cautela, 1967, Meinchenbaum,
1967)
 Terapia Cognitivo-Comportamental Beckiana (A. Beck, 1963)
 Terapia Racional Emotiva (A. Ellis, 1962)
 Terapia Focada nos Esquemas (J. Young, 1990)
 Terapia Cognitiva-Interpessoal (J. Safran, 1990)
 Terapia Metacognitiva (Wells, 1995)
 Terapia Dialéctica Comportamental - DBT (Linehan, 1993)
 Terapia Cognitiva Baseada no Mindfulness (Segal, Williams e
Teasdale, 2001)

 Acceptance and Commitment Therapy – ACT (Hayes, 1994)


 Está ligada à auto-protecção (sistema de
defesa/ameaça);
 Existência de múltiplas fontes de ameaça;
 A vida é difícil e dura (gera sofrimento);
 Como o cérebro e a mente evoluíram para lidar
com as ameaças inerentes ao estar vivo?
 Abordagem evolucionária ajuda a compreender
a psicopatologia e o sofrimento humano.
 Usamos uma variedade de estratégias defensivas,
inatas e aprendidas (evitamento, submissão,
esforço para provar que somos bons) que nos
ajudam a lidar com os desafios da vida;
 Podemos em certas situações, ficar encurralados
ou presos nas nossas próprias estratégias e
sistemas defensivos.
Terapia focada na Compaixão
 Dirigida para o Auto-Criticismo e a Vergonha
 O Treino da Compaixão como a oportunidade para
desenvolver uma mente compassiva, como forma
de diminuir o impacto da vergonha e do auto-
criticismo
 Modelo evolucionário e Biopsicossocial;
 Vergonha e Auto-criticismo abordados de acordo o
modelo de processamento focado na ameaça;
 Compaixão relacionada com a vinculação e soothing –
regulação-chave da ameaça;
 Desenvolver a compaixão pelo eu e pelos outros;
 O Treino da Mente Compassiva como uma abordagem
e não uma nova escola de terapia.
 A investigação no comportamento animal, linguístico e a
emergência das neurociências mostrou que a mente não é
um espaço vazio, que passivamente grava o mundo. Temos
programas com domínios específicos que organizam a
nossa experiência, criam as nossas inferências, injectam
conceitos e motivações, dão-nos as estruturas de significado
transculturais que nos permitem entender as acções dos
outros;
 Os programas que compreendem a mente humana foram
desenhados pela selecção natural para resolver os
problemas adaptativos que surgiam no ambiente primitivo
de adaptação evolucionária: procurar parceiro, caçar,
cooperar com outros, proteger as crianças, evitar
predadores, evitar explorações, etc. (Tooby & Cosmides,
2005).
 Freud (id), Jung (arquétipos) e Bowbly (vinculação):
desenvolveram as suas teorias com um foco
evolucionário.

 Na CBT os distúrbios de ansiedade estão relacionados


com a existência de PAN que activam defesas
inatas(luta, fuga, desmobilização) (Beck et al, 1985). Na
depressão os mecanismos evoluídos para lidar
centram-se na derrota e perdas (Beck, 1987; Gilbert,
1989).

 Os distúrbios de personalidade estão relacionados


com o sub ou sobre-desenvolvimento de estratégias
inatas (cooperação versus competição; Gilbert, 1989).
 Ameaça-segurança: todos os organismos estão
estruturados para a auto-protecção e defesa;
 Mentalidades Sociais: os mamíferos têm sistemas
de processamento e motivacionais especializados
para o desempenho de papéis sociais (vinculação,
amizade, sexo, reciprocidade, mutualidade);
 Sistemas Cognitivos: linguagem, representação
simbólica, imaginação, teoria da mente, meta-
cognição e consciência;
 Sistemas de auto-regulação: auto-avaliação,
relação interna do eu com o eu, auto-identidades.
A TMS postula que os sistemas de
processamento evoluídos, são sistemas
sensíveis a sinais e respondem aos sinais
gerados pelos outros;
O cérebro pode simultaneamente enviar e
receber sinais que são sociais e formadores de
papéis sociais recíprocos;
 Estes sistemas são a base dos esquemas
interpessoais a partir dos quais pode ocorrer a
auto-regulação.
 Sistemas que guiam as pessoas na criação de
certos tipos de papéis com os outros;

 Ajudam na interpretação dos papéis sociais que os


outros procuram representar connosco (se agem
de modo cuidador, amigável, sexual ou
competitivo);

 Orientam ainda as nossas próprias respostas


afectivas e comportamentais no relacionamento
interpessoal (se o outro é hostil ataco ou fujo, se é
amigável aproximo-me e sou afável).
 Focam-se nos papéis sociais. Incluem sempre o eu-outro e o
outro-eu necessários para assegurar os objectivos bio-
sociais;
 Co-constroem os papéis sociais através de processos
interactivos e dinâmicos;
 Padronizam as motivações sociais, emoções e meta-
cognições;
 Maturam com o aparecimento das capacidades
desenvolvimentais e com a influência do
meio/aprendizagem;
 Padronizam e influenciam a actividade neuro-fisiológica;
 Combinam ou entram em conflito com o aparecimento da
auto-identidade.
 Procura de Cuidados: o objectivo é obter a
protecção dos outros necessária à sobrevivência e
à regulação emocional. Competências básicas:
avaliação da proximidade do outro, pedidos de
ajuda e de procura do outro, ser responsivo aos
sinais emitidos.

 Fornecer Cuidados: Aponta para o investimento,


atenção e afecto para com o objecto de cuidado,
supressão da agressão e responsividade ao
sofrimento, avaliação das necessidades do outro,
empatia, simpatia.
 Formação de Alianças: relacionamentos de cooperação,
inibição da agressão, troca e partilha, afiliação, amizade,
vida em grupo e reciprocidade. Inclui competências de
avaliação que discriminem quem é semelhante ao eu
dentro e fora do grupo e quem é desejável como aliado.
 Ranking Social: competição directa por recursos,
ganhos e manutenção do posto/estatuto, acomodação aos
dominantes (submissão). Resolve o problema das
constantes competições e facilita a coesão social.
 Sexual: comportamento sexual, atrair, ser atraído,
cortejamento e manutenção do parceiro sexual.
 Todos os organismos estão estruturados para auto-
protecção: Seguro – Não Seguro;
 As estratégias defensivas estão ligadas a um conjunto
coordenado de emoções, comportamentos e processos
cognitivos;
 Os ‘Sintomas’ relacionam-se com a ameaça. Benefícios a
curto prazo podem levar a problemas a longo prazo;
 Visão partilhada por muitas terapias;
 Experiências de ameaça/segurança/recompensa nas co-
construções molda os fenótipos das mentalidades sociais.
 Raiva – aumenta o esforço e sinaliza ameaça
 Ansiedade – alerta para o perigo e para o
comportamento defensivo
 Nojo – Expele e mantém a distância do tóxico ou indesejável
 Tristeza – Reconhece a perda, sinaliza
o sofrimento
 Ciúme – Ameaça e defende
 Inveja – Prejudica os benefícios do outro
 Luta– protecção ou impedimento
 Fuga – escape

 Esconder
Esconder--se
off’ afastar-se de
 ‘Cut
 Desmobilização – a curto ou longo prazo

 Apegar
Apegar--se
 Procura de Ajuda - retornar para procurar
 Submissão como controlo dos sinais
emitidos
Melhor Prevenir que Remediar
Exige Decisões Rápidas

 Atenção Selectiva - pesquisa a ameaça


 Análise Grosseira
Frequente o pensamento dicotómico
Sobre-generalização
 Desqualifica o positivo – não pode arriscar a falsa esperança
 Sensível aos sinais não verbais
 Selecciona a defesa apropriada ( foge, submete-se, ou ataca)
 O processo pode iniciar-
iniciar-se antes de um conhecimento
consciente (submetemo-nos e depois damos explicações auto-
referentes)
Detectar
Proteger
Evitar
Subjugar
Perseguir
Erradicar

 As pessoas podem adoptar esta orientação


defensiva em relação a si mesmas. Podem sentir
ódio e raiva por si mesmas e auto-dirigirem os
comportamentos de defesa de detectar, proteger,
evitar, subjugar e eliminar contra si mesmas..
AUTO-CRITICISMO
AUTO-
(RELAÇÃO EU COM O EU)
É possível, então, que os indivíduos recrutem
para o seu mundo interior as mesmas
mentalidades sociais, os mesmos sistemas de
processamento de informação e padrões de
resposta comportamental específicos.
 Podem adoptar uma orientação de ameaça e
defesa em relação ao próprio eu (proteger,
evitar, corrigir, subjugar, perseguir, erradicar -
auto-criticismo) ou de tolerância, compaixão
e aceitação (cuidar, dar afecto, tranquilizar –
auto-compaixão).
 Os seres humanos desenvolveram competências
específicas para poderem aprender, compreender e
desempenhar papéis sociais (vinculação, amigo-
inimigo, dominante-subordinado, papéis sexuais).

 Operam através de sistemas cerebrais especializados


e podem ser influenciadas por hormonas específicas e
neuro-transmissores (Gilbert, 2000).

 Estas competências podem ser recrutadas para a


relação com o eu e jogar umas contra as outras
(ibidem).
 Ou seja, as nossas relações com os outros são
co-construídas a partir de estratégias inatas
desenvolvidas nas relações e experiências de
vida, assim como as relações do eu com o eu.

Fornecem-nos auto-identidades para o


desempenho de papéis sociais.
O auto-criticismo é uma forma de relação
auto-
interna que está enraízada nos sistemas psico-
biológicos que se desenvolveram para a
relação social e desempenho de papéis sociais.

 Esteprocessamento interno auto-dirigido, na


maioria das vezes, constitui um comportamento
de defesa/protecção com funções e formas
específicas para a pessoa.
O auto-criticismo é uma relação interna hostil-
dominante que desencadeia (activa) o sistema
de processamento defesa-ameaça (Gilbert &
Irons, 2004).

É um constructo cognitivo multideterminado.


As formas e funções do auto-criticismo podem
reflectir competências desenvolvidas que
regulam as relações externas (Gilbert, 2000).
O auto-criticismo e e auto-ataque é
tipicamente activado quando as pessoas
sentem que falharam em tarefas importantes,
ou se as coisas correm mal.

 Uma resposta alternativa ao fracasso pode ser


o auto-suporte ou Auto
Auto--Compaixão (Gilbert,
2000).
 A mentalidade social mais eficaz no
lidar com ameaças sociais é a
mentalidade de Posto Social ou de
Ranking.

Os indivíduos com dificuldades de estimular


afecto positivo nos outros e que se sentem mal-
amados pelos outros podem demonstrar que
merecem o seu lugar tornando-se extremamente
competitivos (comparação social) na procura de
obtenção de recursos e com uma enorme
vulnerabilidade à rejeição e ao fracasso (Gilbert et
al, 2004, 2005)
O auto-criticismo pode funcionar como um
sinal interno hostil
hostil..
 É como ter um sistema de auto-monitorização
que está constantemente à procura de
fraquezas para condenar o eu. Se isto se repete
ao longo do tempo o indivíduo pode sentir-se
perseguido pelos seus auto-ataques.
 Pessoas com pensamentos de auto-ataque ou
aquelas que ouvem vozes hostis, sentem-se
abusadas, prisioneiras e altamente motivadas a
escapar. Esta motivação para escapar (dos
pensamentos ou vozes hostis) está associada à
depressão.
 Existem diferentes tipos de emoções
auto-conscientes associadas. O auto-
criticismo está ligado à :
Vergonha Externa (pensamentos acerca
dos ataques e desvalorização dos outros)
Vergonha Interna (pensamentos acerca
do eu)
Culpa
Humilhação
 Revela-se importante identificar estímulos
activadores das formas (grau de intrusividade e
poder percebido do auto-ataque e criticismo) e
funções, e avaliar a qualidade da resposta afectiva
funções afectiva.

 As qualidades patogénicas do auto-criticismo estão,


então, ligadas a dois processos básicos:
a. o grau de hostilidade, desprezo e repugnância auto-
dirigida subjacente (Gilbert, 2000; Whelton &
Greenberg, 2005; Zuroff et al, 2005)
b. incapacidade relativa de gerar sentimentos de
calor, tranquilização, soothing e aceitação auto-
calor
dirigidos (Gilbert et al, 2004; Neff, 2003a).
 Os indivíduos com elevado auto-criticismo
submetem-se, quase sempre, aos seus
pensamentos auto-críticos, expressam faces
tristes e envergonhadas, sentem-se fracos e
incapazes de contra-atacar os seus ataques.

É esta incapacidade percepcionada de nos


defendermos dos nossos próprios ataques que
resulta na depressão (Whelton, 2000 in Gilbert,
2005).
 É uma emoção acerca do eu eu. Depende de certas capacidades mentais que
incluem uma forma de auto-conhecimento e teoria da mente do ‘como eu
existo na mente dos outros’ – e da nossa capacidade de para imaginar ‘um
eu’ e ‘um eu tal como é visto pelos outros’.

 Na experiência da vergonha são recrutadas várias emoções negativas


baseadas na ameaça (e.g. raiva, ansiedade e aversão/repulsa).

 Não é uma emoção unitária mas uma mistura cognitivo-emocional.


1. Foco Social Externo – o eu na mente dos outros
2. Focada Internamente – eu tal como sou
experimentado e avaliado por mim mesmo
3. Emoções – raiva, ansiedade e aversão.
4. Comportamentos – evita, esconde, suspende,
ataca
5. Correlatos Fisiológicos – Resposta elevada do
cortisol
Auto--Compaixão e Treino da
Auto
Mente Compassiva
1) Preparação: estabelecer o contexto e
introduzir o modelo do treino da mente
compassiva
 A pouca disponibilidade dos hiper-críticos para
analisar as evidências que apoiam ou invalidam as
razões para o seu hipercriticismo
 Introduzir o modelo do treino da mente
compassiva.
 Explorar o valor de desenvolver compreensão
afecto e compaixão por si mesmo. Avaliar crenças
que poderão dificultar este trabalho: “Compaixão
é um sinal de fraqueza, não ajuda a resolver nada”,
“Eu não mereço ter compaixão por mim mesma”.
 Analisar as qualidades da compaixão: capacidade para
se preocupar e cuidar do bem estar próprio; maior
tolerância para com o sofrimento, empatia; simpatia e
calor/afecto-força.
2) Compreensão Empática
 Tornar-se empática com o seu próprio sofrimento e
preocupação com o seu bem estar – especialmente
com a parte de si mesma que se sente subordinada,
derrotada ou deprimida. Isto pode envolver o
reconhecimento das dificuldades da situação.
 A compreensão empática ajuda o processo de
aceitação e e ajuda o doente a não pensar que tem que
lutar contra a forma como se sente ou pensa. “Posso
sentir-me desanimada de vez em quando”.
3) Gerar Alternativas Compassivas
 Envolve alargar a atenção (além do foco na
ameaça) não só para obter evidência contra a
crítica, mas com uma atenção compassiva , re-
avaliando e re-atribuindo.
 Convidar o doente a mudar de perspectiva,
perguntando:
 “O que é que diria a um amigo ou a alguém
com quem se preocupasse acerca dessa
situação”.
 Quando o doente gerou e escreveu um
conjunto de respostas alternativas, o terapeuta
analisa-as com o doente.
1) Criação de um Lugar Seguro
 Após um breve período de
relaxamento pedir ao doente que crie
na sua mente um lugar seguro, e que
descreva aonde é esse lugar e qual é a
sensação associada a esse lugar
seguro.
 É o seu lugar onde a vergonha não faz
sentido e podem ser eles mesmo.
 As imagens de compaixão podem ser
geradas com uma expressão de meio sorriso.
1) Convidar o doente, após um curto período
de relaxamento focado na respiração, a
focar--se nas qualidades da compaixão e a
focar
gerar uma imagem de compaixão
compaixão..
 As imagens de compaixão estão frequentemente
associadas a sensações de ser segurado
(abraçado) ou de calor.
 Quanto mais rica sensorialmente for a imagem
mais fácil será a sua recordação quando
necessária.
 A imagem deve ser única e especial para o
doente.
 O objectivo é ajudar o doente a transportar essa
imagem compassiva consigo mesmo no seu dia a dia.
“Essa imagem de auto-compaixão pode estar consigo
quando você precisar dela”.
 As imagens podem mudar com a prática. Nem sempre
as primeiras imagens são as melhores sobretudo
quando o doente decide que é essa imagem que deve
usar.
 Pode ser necessária alguma prática até o doente
começar a gerar e a colorir a imagem com os
sentimentos e qualidades da compaixão.
 Alguns doentes acham útil escreverem a si mesmos cartas
compassivas.

“Caro Y, ouvi que andavas muito em baixo (ou que te cortaste


recentemente). Fiquei triste ao ouvir isso e gostaria que soubesses
…….”

 A carta deve ser escrita da perspectiva duma compreensão


empática das dificuldades e com calor. Pode ser trabalhado na
terapia e prescrito como trabalho de casa diário.

 O objectivo é ajudar o doente a pensar sobre si mesmo a partir


duma perspectiva diferente, mais apoiante e calorosa.

 Não com auto-piedade, mas com compreensão compassiva e


apoiante, ajudando o doente a gerar pensamentos alternativos e
dirigindo a sua atenção para aspectos diferentes de si mesmo.
É a prática de prestar atenção de uma forma
particular:
 com um propósito,
 ao momento presente,
 e não ajuizando.

(J. Kabat-Zinn, 1994).


 Mindfulness é um modo particular da mente
ou uma consciência metacognitiva na qual os
pensamentos e acções são libertados dos
padrões habituais e automáticos de
processamento que estão subjacentes a muitos
estados disfuncionais (Teasdale, 2002).
 Definido operacionalmente o Mindfulness tem
dois componente
 Auto - regulação da Atenção
 Orientação para a Experiência
(Bishop et al, 2004)
 Durante quanto do nosso tempo prestamos
realmente atenção ao que está a acontecer nesse
momento da nossa vida?
 Todos temos os nossos padrões automáticos de
respostas baseados na nossa história de
aprendizagem (com o sofrimento)
 Esses padrões podem ser activados por muitas
situações:
 Quando estamos em stress
 Em “piloto automático”.
 Nessas alturas a mente está frequentemente
passiva sendo apanhada por pensamentos, planos,
memórias ou sentimentos que são
frequentemente negativos.
É necessário uma decisão consciente e
esforço mental para prestar uma atenção
consciente àquilo que está acontecer no
momento das nossas vidas.
 Estamos constantemente a ser empurrados para
a nossa forma habitual de processar a informação
e de responder ás coisas.
 O esforço para prestar atenção ao momento tem
que ser repetido vezes sem conta e assentar
numa motivação e decisão consciente.
 Para a maioria das pessoas é raro estar
consciente, sem distracção ou envolvimento
em outras tarefas, daquilo que está a
acontecer na sua experiência do momento
 Particularmente quando emergem emoções fortes
as pessoas respondem frequentemente não ás
situações tal como elas são, mas em função dos
seus padrões automáticos de percepção e resposta
 Em contraste, a qualidade não
não--ajuizadora do
mindfulness dá uma grande liberdade:
 para ver as coisas mais claramente
 para avaliar as coisas com alguma distância das nossas habituais
reacções emocionais
 para observar as emoções á medida que elas emergem sem tentar
escapar-lhes ou deixar que elas tomem conta de nós

 A maioria das pessoas já experimentou uma situação em


que nos sentíamos tão seguros e relaxadas que um
acontecimento que provocaria juízos fortes e emoções
negativas é visto tranquilamente, não como grande
problema mas claramente como ele é: “uma experiência
indesejada que vai passar”
 Promove a Descentração em relação aos
pensamentos negativos, sensações e
sentimentos.
 Promove a Intencionalidade
Intencionalidade: desprender-
se do piloto automático
ruminação: direccionado para a
 Anti - ruminação

“experiência directa” e não para o


“pensar a experiência”
 Aceitação mudança do “modo
Aceitação: modo de fazer”
fazer
(dirigido para a redução das discrepâncias
entre o estado actual e o estado desejado)
para o “modo de ser” (caracterizado por uma
experiência directa e íntima do momento
presente)
Evitamento: “orientação” para as
 Anti - Evitamento
dificuldades
Segal, Williams & Teasdale, 2002
 Mindfulness – Based Stress Reduction (Kabat –Zin,
1990)
 Terapia Cognitiva Baseada no Mindfulness
(Segal, Williams e Teasdale, 2001).
 Dialectical Behavior Therapy – DBT (Linehan,
1993)
 Aceptance and Commitment Therapy – ACT
(Hayes, 1994)
 Compassionate Mind Therapy (Gilbert, 2004)
 Relapse prevention for substance abuse - RP
(Marlatt e Gordon, 1985)
 The Four Step Program for OCD (Schwartz, 1997)
ACT
Contextualismo Funcional

 Vê os acontecimentos psicológicos como acções


contínuas de um organismo interagindo em contextos
que são histórica e situacionalmente definidos.
 As suas análises causais são limitadas aos
acontecimentos que podem ser directamente
manipuladas, tendo assim um foco contextualista.
 Nesta perspectiva os pensamentos e emoções não
causam outras acções, excepto em função da sua
regulação pelo contexto.
 Deste modo é possível ir além da tentativa de controlar
pensamentos e acções para mudar o comportamento,
mudando o contexto que liga causalmente estes
domínios psicológicos
 A linguagem é uma competência fantástica
para lidar com o meio ambiente. Ela é
responsável pelo sucesso da espécie humana
em muitas áreas.
 Contudo é também responsável por uma parte
importante do sofrimento psicológico como
resultado da transferência da função de
estímulo dos referentes para a linguagem
utilizada para descrever os referentes.
 Devido á linguagem emoções positivas podem
originar emoções negativas
 A cognição permite que ocorram no presente
pensamentos que nos recordam ansiedade
experimentada no nosso passado. Podemos
também antecipar ansiedade que poderá ocorrer
no futuro
 Se tomarmos estes pensamentos literalmente,
mais que os observarmos COMO pensamentos …..
 …e se não estivermos disponíveis para
experimentar ansiedade ou qualquer outra emoção
que nos desperte ansiedade…….
 Então de certeza que vamos ter Ansiedade
Domínio de um Passado Conceptualizado
e Futuro Receado: Auto-conhecimento Fraco

Ausência de Clareza de Valores


Evitamento
Experencial

Inflexibilidade
Psicológica

Fusão Inacção, Impulsividade


Cognitiva ou Persistência
do Evitamento

Apego ao EU
Conceptualizado
 Está a viver a vida que quer?
 Está a sua vida focada naquilo que tem
mais significado ou sentido para si.
Quando estamos enredados com os nossos
problemas psicológicos colocamos
frequentemente a nossa vida em espera,
acreditando que a nossa dor deve diminuir ou
desaparecer antes de podermos voltar a viver
realmente de novo.
 Uma fonte primária da Psicopatologia (assim
como dos processos que a exacerbam) é a forma
como a linguagem e a cognição interagem com as
contingências directas para produzir uma
incapacidade para persistir ou mudar o
comportamento ao serviço de objectivos ou fins
valorizados

 Este tipo de inflexibilidade psicológica emerge


de um fraco controlo contextual sobre os próprios
processos de linguagem.
 As rotinas disfuncionais e inúteis persistem
porque a pessoa se mantém num modo
cognitivo caracterizado por:
1. Piloto Automático
2. Desejo de se libertar do humor negativo e com
uma forte ligação ao objectivo de se sentir feliz.
3. Um constante monitorização e comparação do seu
estado mental actual e o estado mental desejado.
4. Dependência de técnicas verbais de solução de
problemas.
 Os Modelos Experienciais, tais como o
Mindfulness, a Terapia Dialéctica e a
Terapia da Aceitação e do Compromisso
(e.g. Linehan, 1993; Hayes, Strosahl & Wilson,
1999), defendem que a mudança individual
envolve a capacidade de tolerar (aceitar) as
experiências desagradáveis (pensamentos,
emoções e sensações
 Uma segunda abordagem, consistente com estes novos
desenvolvimentos, aponta para a importância das
“crenças” ou “filosofias” subjacentes à experiência
emocional individual.
 O modelo da Terapia dos Esquemas Emocionais
propõe que os indivíduos diferem quanto ao modo
como conceptualizam as suas emoções e quanto às
estratégias de processamento emocional que são
activadas assim que uma emoção “desagradável” é
experimentada (Leahy, 2002, 2003).
 O modo como as emoções são
conceptualizadas e as estratégias que os
indivíduos utilizam em resposta à sua
experimentação é que determinam o grau de
dificuldade no processamento e na regulação
emocional (Gottman et al., 1996; Leahy, 2002).
 Emoções desagradáveis– tristeza, ansiedade,
vergonha, raiva – constituem um fenómeno universal;

 Os indivíduos diferem nas suas interpretações acerca


do significado das suas emoções;

 Estas interpretações reflectem crenças acerca da


duração, controlabilidade, complexidade, patologia,
expressão e qualidade moral das suas emoções e da
pessoa que as experiencia;
 Os esquemas emocionais negativos consistem na
permanência destas interpretações, que em
consequência, exacerbam a intensidade, negatividade
e duração das emoções negativas;

 Estas interpretações negativas inibem a expressão, a


validação e o processamento emocional.
 “Se se preocupasse comigo, compreendia o que estou a
sentir e não teria que lhe estar a contar vezes e vezes
sem conta o que me acontece nessa situação”.
 “Se realmente se preocupasse comigo, concordaria com
tudo o que lhe digo”.
 “Se quisesse saber de mim, protegia-me do que sinto e
não me dizia que tenho que aceitar/ tolerar as minhas
emoções”.
 “Se realmente compreendesse o que se passa comigo,
não tentaria mudar o modo como me sinto”.
 “Eu sentir-me-ia melhor se lhe pudesse contar mais
uma vez o que se passou”.
 “Se quisesse saber de mim, dava-me mais consultas
para me ajudar a sentir melhor”
 “Só você (o terapeuta) é que me compreende, com as
outras pessoas não é a mesma coisa”.
1. Validar significa reconhecer e aceitar que o doente possa ter
um estilo de validação patológico
patológico.. Se o terapeuta não aceitar
as necessidades de validação do doente, então o doente não
sentirá a terapia como útil e eficaz
eficaz..

 Por exemplo:

“É absolutamente importante para mim que se sinta compreendido


e aceite. Essa é uma necessidade humana básica. Quando se sente
magoado, desesperado, revoltado, é importante que eu como
terapeuta possa perceber o que isso significa para si”.
“É importante para mim eu perceber porque rejeita ou desvaloriza
a sua necessidade de validação emocional”.
“Por vezes o terapeuta tem que primeiro validar a necessidade/
direito do doente em ter um problema (e.g. sentir-se egoísta por ter
necessidades) para que se possa começar a intervir no”problema”.
2. Validar significa o total acordo comportamental, verbal e
mesmo na postura corporal e expressão facial do terapeuta
para com as necessidades, emoções e ponto de vista do
doente..
doente

Por exemplo:
“Compreendo que sinta raiva, eu no seu lugar se fosse tratada assim
pelo meu patrão sentiria o mesmo, não existe outra emoção que faça
mais sentido do que a raiva nesse contexto”.
3. Validar significa que o terapeuta escuta atentamente, e
que está atento à sua comunicação verbal e não verbal
(para que não fique apenas ao nível do conteúdo das
suas afirmações)
afirmações).. É importante que faça comentários
sumários e focados nas emoções
emoções..
Por exemplo:
“Vejo que falar sobre a ansiedade que sente nas diversas
situações sociais que tem que enfrentar deixa-o
envergonhado e receoso. Era importante que percebêssemos
o que sente e pensa acerca de si por sentir vergonha e
ansiedade em situações sociais. Quero que saiba que percebo
o seu desconforto em falar-me sobre isso, vamos por isso
devagar, como se fossemos ambos detectives, a trabalhar em
colaboração, que tentam desvendar um enigma”.
 Validar não significa aceitar passivamente que
o doente utilize comportamentos auto-
destrutivos de regulação emocional, ou de que
nada se deve fazer perante a perturbação
emocional do doente.
 Validar não significa que não se ensine ao
doente a regular as suas emoções, a diminuir a
resposta emocional indesejável, os
comportamentos impulsivos disfuncionais, a
não evitar/ controlar/ suprimir as emoções
negativas, e como aumentar a ocorrência de
emoções positivas (Foertsch, Manning &
Dimeff, 2003).
 Validar não significa que os comportamentos
impulsivos de auto -dano são aceitáveis,
podemos até compreender mas não aceitar:
“eu compreendo que estava desesperado
quando o fez (consumo de droga, álcool,
tentativa de suicídio ou outro comportamento
de auto-dano) mas não posso aceitar que o
faça”; “tem que se comprometer de que não fará
mal a si mesmo, posso até compreender a sua
vontade de morrer mas é contra os meus
princípios aceitar que alguém se esteja a
destruir e assistir a isso passivamente”.
 Gilbert, P. & Procter, S. (2006). Compassionate Mind Training for
People with High Shame and Self-Criticism: Overview and Pilot
Study of a Group Therapy Approach. Clinical Psychology and
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