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Ambientes de Aprendizagem e a Nova Educação

Novas Teorias de Aprendizagem e o Design E-learning

Carolina Savioli Martins, Pedagoga, Especialista em Gestão de Ead

Abstract

Considering the changes that the technological development provides in the


world, both in social and human issues, conceives the fact that we have passed a historical
period of rupture and transformation, where it is necessary to review educational methods
and learning developments appropriate to the use of resources young people of school age
already do this daily (BECKER, 1993). Creating methodologies that follow the learning
formats manifested by this new type of student, will shape in experimental ways in what is
already common to them. To do so, it is necessary for educational communities to update
themselves on innovative concepts and learning theories, which engage, motivate, develop
experimental skills and go beyond the application of disciplinary contents. Mindset change
is the main tool against resistance in the professional environment of education. Therefore,
sharing information, content, and knowledge that can guide educators through the
foundations of New Education is the best way to demonstrate against old and inefficient
methods of teaching that disempower students and do not prepare for life.

Keywords

E-Learning. Learning Environments. New Education. Models of Teaching and Learning.


Educational Mindset. Educational Technologies.
Resumo

Considerando as mudanças que o desenvolvimento tecnológico propicia no


mundo, tanto em questões sociais quanto humanas, concebe o fato de que passamos por
um período histórico de ruptura e transformação, onde se faz necessário rever métodos
educativos e de desenvolvimentos de aprendizagem adequados ao uso de recursos
tecnológicos, uma vez que jovens em idade escolar já fazem isso cotidianamente
(BECKER, 1993) . Criar metodologias que sigam os formatos de aprendizagem
manifestados por esse novo tipo de aluno, se moldará de formas experimental no que já
lhes é habitual. Para tanto, é preciso que comunidades educacionais se atualizem quanto
conceitos e teorias de aprendizagem inovadoras, que engajam, motivam, desenvolvem
habilidades experimentais e vão além da aplicação de conteúdos disciplinares. A mudança
de mindset é a principal ferramenta contra a resistência existente no meio profissional da
educação. Portanto, compartilhar informações, conteúdos e conhecimentos que possam
guiar educadores pelos fundamentos da Nova Educação é a maior forma de manifestar-se
contra métodos antigos e ineficientes de ensino que desempoderam alunos e não preparam
para a vida.

Palavras-chaves

E-Learning. Ambientes de Aprendizagem. Nova Educação. Modelos de Ensino e


Aprendizagem. Mindset Educacional. Tecnologias Educacionais.

Introdução

O mundo mudou. As novas tecnologias influenciaram de forma muito


significativa as sociedades do planeta. Além do desenvolvimento tecnológico que auxilia
na saúde, engenharia, educação e muitos outros, esses recursos tecnológicos têm sido
responsáveis pelas crescentes transformações do futuro. Aparatos, recursos e dispositivos
com funcionalidades variadas demonstram desempenho efetivo na vida humana e dessa
forma transformam a maneira de como populações inteiras se comunicam, buscam por
informações, alteram o ritmo do tempo, pensam e manifestam opiniões. Viver no mundo de
hoje significa ser inserido tecnologicamente, utilizar sistemas via web e acima de tudo
desenvolver-se experimentalmente através da virtualidade. Essas mudanças
transcendentais criam novas forma de aprendizagem e transmissão do conhecimento
(BECKER, 1993). Alunos de hoje, dedicam atenção e foco aos conteúdos compartilhados
na web, se comunicam com maior rapidez e através do uso de recursos tecnológicos,
buscam conhecimento pesquisando de forma autônoma na internet, se interessam por
recursos e mídias que motivam, engajam e tornam a aprendizagem emocional. Em outras
palavras, continuar ensinando o aluno de hoje com métodos educacionais aplicados ao
aluno de ontem, é permitir que a educação não acompanhe o ritmo de desenvolvimento do
mundo, e aceitar tornar-se obsoleto em um mundo digitalizado. Portanto, criar formas de
ensino e mediação, que pensem nos novos formatos de aprendizagem do aluno que
adequam à educação ao uso de tecnologia, permitam a criação de trilhas de aprendizagem
que conduzam o aluno de forma autônoma pela busca de sabedoria, tornado-o autor do
próprio conhecimento, portador de habilidades que o estimulem a continuar a busca pela
aprendizagem de forma empreendedora na vida (MORAN.2017) No entanto, devemos
considerar que os processos de mudança que a revolução tecnológica promoveu ainda está
em processo de transição. Os Millennials ainda compartilham espaço com a geração
analógica, que em termos proporcionais ainda demonstram resistência na utilização de
recursos tecnológicos, ou, mais profundamente, não acreditam que os impactos desse
desenvolvimento altere a forma como a educação deva ser aplicada. E nesse sentido, é
preciso formar e orientar equipes disciplinares inteiras para os novos acontecimentos no
mundo, as mudanças na educação, os impactos da transformação digital e a ruptura para
um novo mundo, os das tecnologias.

Método
O método de estudo realizado para este trabalho de pesquisa se deu através de
análises bibliográficas e estudos de casos escolares, dispostos por meio de materiais
escritos publicados na rede de navegação virtual e elaboração de síntese de idéias teóricas
acerca da interpretação de descobertas pertinentes ao tema definido.

Desenvolvimento

Foi no início da década de 80 que os recursos tecnológico despontaram em


termos de funcionalidades pessoais e domésticas como precursores da mudança do mundo.
Em verdade foram visionários importantes da revolução tecnológica, como Bill Gates,
Parisa Tabriz, Steve Jobs e vários outros que transformaram a forma como as pessoas
enxergavam o mundo e transformaram seus comportamentos em um nova forma de levar a
vida. Esses líderes significativamente deixaram um forte legado de sistemas e novas
concepções tecnológicas que desenvolvem a ciência, a filosofia e o contexto mundial como
um todo. A transformação ocasionada por conta da ascensão tecnológica, e,
principalmente devido ao surgimento da rede mundial de computadores, a web,
transformou o comportamento mundial de forma tão profunda que permitiu a condução de
níveis distintos de comunicação e interação social (BECKER, 1993). A mudança social que
ocorre de forma muito rápida no desenvolvimento de novos hábitos e comportamentos de
reflete diretamente na nova forma como as pessoas buscam por informações, compartilham
conhecimentos, interagem socialmente, trabalham e conduzem a vida. Hoje somos
exigentes na busca por informações, manifestamos nossas opiniões em poucos segundos,
escolhemos o que gostaríamos de ver e acompanhar e controlamos nosso tempo de forma
muito criteriosa, não nos permitimos perder segundos em algo que não nos cause
curiosidade ou interesse. Nunca foi tão fácil conseguir informações em formatos variados
de exposição (BECKER, 1993). Áudios, vídeos, imagens, textos… uma variedade de
recursos tecnológicos que informam e promovem aprendizagem de forma muito
significativa, em formatos autônomos que permitem aos alunos de hoje desenvolver
habilidades de forma independente. E é justamente essa transformação de comportamento
que aponta a necessidade de adequação da educação não só ao uso de recursos
tecnológicos, mas em toda as formas do desenvolvimento humano da nova geração de
alunos, conectados, rápidos e exigentes. Mas não só o educando é novo. O papel da nova
educação, vai além de formar alunos mas preparar educadores para uma nova atuação
pedagógica, que guia, encaminha e orienta a aprendizagem autônoma, ou seja, professor é
mediador de ensino e aluno é protagonista na busca de aprendizagem. O que significa
repensar os processos educacionais que até hoje utilizam formatos tradicionais para
promover o ensino de conteúdos disciplinares (DOMINGUES, 1991).
Inovar, motivar e engajar são termos utilizados nas concepções do que definimos
como Nova Educação, pautada na promoção de experimentações, desafios, busca pela
autonomia e desenvolvimento de habilidades macro que vão além dos conteúdos
abordados. No entanto, para aplicação de todos esses pressupostos que têm como
finalidade formar alunos que resolvam problemas, aprendam de forma experimental,
aplicar métodos de ensino tradicionais não estimulem a aprendizagem ou que não falem a
linguagem do aluno de hoje é fatalmente não desenvolver aprendizagem e sim desestimular
e afastar o aluno do ambiente de aprendizagem escolar.
Planejar ambientes de ensino pautados em teorias inovadores de aprendizagem é,
definitivamente, a garantia de que alunos serão motivados e se tornaram ávidos para o
desenvolvimento da aprendizagem. E para tanto, utilizar os recursos tecnológicos como
ferramenta na oferta de instruções que promovam o desenvolvimento de tais habilidades,
de caráter macro, é uma forma inovadora de desenvolvimento da aprendizagem. Diferente
das tradicionais salas de aula em que o professor transmite o conteúdo para um fila de
alunos ouvintes, adequar instrução à tecnologia permite que a instrução tenha fácil acesso
ao aluno, sem impeditivo de tempo e espaço podendo ser aplicada em todos os lugares e a
todos os momentos (DOMINGUES, 1991). É possível entender a dificuldade existente em
ver esses fundamentos aplicados de na prática, é inclusive compreensível o fato de que
ainda há muita dificuldade em utilizar recursos tecnológicos na educação enquanto muitos
educadores encontram-se com dificuldades em inserir-se tecnologicamente. No entanto, de
forma prática, se pegarmos como exemplo a criação de aulas mobile, através de recursos de
áudio e vídeo, com interações gamificadas que de forma lúdica guiam o aluno por uma
trilha de aprendizagem que o desafie quanto a resolução de problemas e tomada de
decisões que exigem foco e concentração, é possível compreender como será desenvolvida
aprendizagem de forma autônoma e efetiva, permitindo ao aluno ser protagonista na
obtenção de conhecimento. E quando, na educação tradicional, um game, um celular e um
desafio seria tão construtivo e inovador à ponto de considerarem suas formas educacionais
sem que antes a tecnologia desenvolve papel importante nesse processo (MIZUKAMI,
1991). É justamente por este fato que a utilização de recursos tecnológicos na educação
tem manifestado a produção de argumentações e contextos teóricos que fundamentam essa
aplicação. Novos métodos de ensino estão sendo desenvolvidos com o apoio do uso de
celulares, aplicativos, gadget, ferramentas de edição, sistemas virtuais, realidade
aumentada, games, mídias e diversos outros recursos, a maioria de caráter virtual, tem se
destacado quando planejamentos inovadores de ensino são criados atualmente. As
metodologias ativas, que tem sido objeto de discussão e aplicação muito atual na educação,
trazem métodos inovadores que determina a forma como a instrução deve ser passada ao
aluno. Em estratégias que visam a mistura, o blended de modalidades de ensino presencial
e virtual, o fundamento principal é engajar o aluno através da utilização da tecnologia
como parte integrante do processo de ensino. O aluno recebe informações da instrução,
parte presencialmente em sala de aula e parte virtualmente através de recursos midiático e
ferramentas virtuais de aprendizagem que alcançam o discente onde quer que esteja e
permitem interações virtualizada que falam a linguagem dessa geração. Definitivamente, a
metodologia híbrida é uma grande estratégia de inserção tecnológica para professores
muito mais que alunos (MORAN, 2017). Ela permite que a aprendizagem seja
desenvolvida ainda que em formato tradicional, presencialmente em sala, mas
principalmente indo de encontro com o comportamento digital do novo aluno. Quando
planejada de forma motivacional, permite participação e engajamento. Demonstra caráter
experimental, traz o aluno para dentro da instrução o torna participativo e curioso. Permite
ao aluno lidar com o conteúdo em novos ambientes de aprendizagem, que não
necessariamente estejam dentro do contexto escolar, mas podem estar presentes na
comunidade ou local em que reside. Se dúvida nenhuma essa é uma forma de dar “pernas”
aos processos de aprendizagem, utilizar recursos tecnológicos como impulsionadores de
ensino que levam a construção do conhecimento diretamente até o aluno, desmistificando
um dos principais contextos educacionais, em que, o aluno deveria ir até a escola
(MORAN, 2017). Agora, com o apoio tecnológico, é a educação que vai até o aluno e
precisa dessa forma transformar diversos ambientes em locais para aprendizagem
significativa. Quando lá em meados dos anos 90, o Sociólogo Professor Paulo Sérgio
Martins, disse que “Liceu dava aulas embaixo de árvores” já havia ali o sentimento de
ambientações de aprendizagem, que não necessariamente deveriam ser exclusividade de
salas de aula. (MARTINS, 1992). E seguindo nesta mesma linha dos fundamentos da nova
educação, a metodologia flipped se apresenta como mais uma forma inovadora de
desenvolvimento de aprendizagem que utiliza recursos tecnológicos como ponte de apoio.
Antecede os conteúdos para que o aluno tenha acesso às informações que lhe serão
passadas de forma preliminar, permitindo ao discente, que se prepare quanto a formulação
de questões que tenham gerado dúvidas ou que este formule contextualizações sobre o que
lhe foi apresentado. De forma muito simples, pode gerar expectativa e interesse do aluno
quando aplicada de forma lúdica, através de ferramentas de aprendizagem que promovam
curiosidade e engajamento. A verdade, é que esses são exemplos práticos de aplicação de
métodos de aprendizagem que se utilizam do uso de ferramentas tecnológicas para geral
alcance além de guiar no desenvolvimento de novas habilidades e competências
(DOMINGUES, 1991). No entanto, existem questões aprofundadas que denotam a
importância dessas ações inovadoras e educativas. Desde contextos motivacionais e
midiáticos ao desenvolvimento de habilidades vivênciais. Uma série de técnicas e
estratégias inovadoras de ensino têm sido criadas como forma de inserção tecnológica e
incentivo à aprendizagem, que procura dirimir questões relacionadas à evasão escolar e
ineficiência do ensino além do processo de formação em si. Para tanto, é preciso
aprofundar nas questões que contextualizam as teorias da educação moderna e inovadora,
que define novos papéis para alunos e professores, fornecem novas ferramentas de
desenvolvimento de aprendizagem, exige a aplicação de estratégias de engajamento e
participação e se adequa à novos contextos comunicacionais. Tais circunstâncias exige, da
comunidade educacional manter-se atualizada quanto essas novas teorias educativas. A
criação de novos mindsets que permitam uma mudança de cultura funcional da educação e
amplie a visão de professores quanto à necessidade de adequação às mudanças e rupturas
ocorridas no mundo nas últimas décadas (MIZUKAMI. 1991). Cabe aos líderes escolares
formarem comunidades educacionais que compartilhem conhecimento, desenvolvam
pesquisa e criem novas teorias educacionais embasadas nas mudanças que o mundo sofre
sob influência do desenvolvimento tecnológico. A escola deve rever a forma como olha
para si mesmo, deve adotar políticas de formação de professores inseridos
tecnologicamente e preparados para lidar com os novos comportamentos estudantis,
principalmente quanto a forma como se comunicam e buscam por informações.
Provavelmente com o surgimento das novas gerações essas questões serão dirimidas ao
passo que quanto mais o tempo passa, maior é a inserção tecnológica das pessoas. Portanto
considera-se questão de tempo para que possamos olhar para educação completamente
transformada, desenvolvendo métodos e sistemas de ensino totalmente inovadores e
adequados ao uso da tecnologia (MORAN. 2017) Uma mudança da qual não se pode fugir
ou impedir, é muito maior que nós e tem modificado a humanidade sob diversos aspectos,
não só educacionais como científicos, lógicos, sociais, políticos, biológicos e muito mais.
A influência tecnológica está nos moldando biologicamente, transformando nossas
sinapses e influenciando nossa forma de se comportar no mundo, portanto quanto mais
pesquisarmos e aprendermos a lidar com esses recursos, usá-los como ferramentas à nosso
favor, maior será o proveito que tiramos de todo esse impacto, que definitivamente já
chegou.

Conclusão

É preciso repensar nas questões educacionais, levar em consideração a mudança


comportamental ocorrida no mundo sob forte influência do uso das tecnologias. dequar
instruções à recursos tecnológicos e permitir que a educação se expressa na linguagem do
aluno, que é inserido tecnologicamente, aponta formatos de aprendizagem autônomos e
acima de tudo não se encaixa mais nos métodos tradicionais de ensino (BECKER, 1993).
Ou seja, alunos de hoje não aprende mais com aulas de ontem. Ressignificar esse
pensamento é empoderar ruptura e construir novos contextos mentais que propciam a
aplicação de aprendizagem vivencial, que vai além da exposição de conteúdos disciplinares
mas prepara o aluno para lidar com as adversidades da vida por meio da construção macro
de habilidades (MIZUKAMI, 1991). Para tanto, fazer uso e construção de métodos
inovadores de ensino, que de forma ativa permitam ao aluno se tornar protagonista no
processo de aprendizagem mediado através de orientação guiada por trilhas de
aprendizagem determinadas pelo educador, pautadas por contextos que motivem, engajam,
promovam reflexão e autonomia (MORAN, 2017). De forma geral, devemos nos
aproveitarmos das funcionalidades ofertada pela tecnologia como base para integração do
aluno nos processos de aprendizagem aplicados de forma interacional e construtiva.

Referências Bibliográficas

BECKER, F. O que é construtivismo de idéias . São Paulo: FDE, n.20, p.87-93, 1993.

DOMINGUES, I. O Grau zero do conhecimento: o problema da fundamentação teórica das


ciências humanas. São Paulo: Loyola, 1991.
(
FIDENE, 1987. FRANCO, S.R.F. O Construtivismo e a educação. Porto Velho: GAP,
1991.
GADOTTI, M. Histórias das idéias pedagógicas. São Paulo: £tica, 1995.

MIZUKAMI, M. G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986.

SAVIANI, D. Escola e democracia. 24. ed. São Paulo: Cortez, 1991.

MORAN, J Metodologias Ativas para uma Educação Inovadora: Uma Abordagem


Teórico-Prática. ed. Penso: 2017

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