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Homem, 62a, comparece à Unidade de Emergência com queixa de palpitação torácica durante
a última semana. Nega dor torácica, falta de ar, náusea ou vômito. Conta episódios
semelhantes há um mês que melhoraram espontaneamente. Antecedentes pessoais:
hipertensão arterial essencial há 20 anos. Exame físico: PA= 120x80 mmHg; FC= 139 bpm; FR=
17 irpm e saturação de oxigênio (ar ambiente)= 97%. O ECG: A CONDUTA É:
» Paciente de 62 anos com quadro de palpitações motivado por fibrilação atrial – observar
eletrocardiograma: ritmo acelerado, ausência de onda P, QRS estreito e RR irregular. Em casos
de taquiarritmia que se apresentam à emergência, o primeiro e crucial passo é checar a
presença de instabilidade hemodinâmica, ausente no paciente em tela. Como o paciente tem
sintomas há uma semana e se encontra estável, seria imprudente cardiovertê-lo agora, sob
pena de embolizar trombos atriais para a circulação sistêmica (B e D erradas). Fibrilação atrial
não é revertida com adenosina – no máximo, este fármaco lentificaria a resposta ventricular,
por bloquear o nodo atrioventricular (C errada). Assim, a conduta nesse momento é iniciar
controle da frequência cardíaca e anticoagulação. Resposta: A.
Homem, 43a, encontrado em sua casa pelos familiares, desacordado e ao lado de embalagens
vazias e de comprimidos. Tem antecedente de uso de drogas ilícitas e etilismo. Exame físico:
letárgico, abertura ocular à estimulo doloroso; balbucia palavras quando estimulado; localiza
a dor; olhos: miose bilateral. O TRATAMENTO É:
A) Flumazenil.
B) Fisostigmina.
C) Glicose e tiamina.
D) Naloxona.
Homem, 63a, procura o Pronto Socorro queixando-se de dor no peito em aperto com
irradiação para face medial de ambos os braços, sudorese e cansaço. No eletrocardiograma
de entrada foi detectado supradesnivelamento do segmento ST em derivações antero-laterais.
Após abordagem inicial o monitor mostrou o traçado a seguir: A CONDUTA IMEDIATA É:
A) Desfibrilação.
B) Checar pulso.
C) Amiodarona 300 mg endovenosa.
D) Cardioversão elétrica sincronizada.
»
Quadro de síndrome coronariana aguda com supradesnível do segmento ST evolui com
taquicardia ventricular (TV) monomórfica. O que fazer? Depende... Se o paciente está com
pulso e instável, deve-se realizar cardioversão elétrica. Se o paciente tem pulso e se encontra
estável, pode-se tentar amiodarona. Se o paciente está sem pulso, a conduta é a
desfibrilação. O problema é que a questão não menciona o estado do paciente após o
surgimento da taquiarritmia em tela, o que pode ter te causado dúvida em alguns... Porém,
perceba: o grande divisor de águas aqui é a presença ou não de pulso... Resposta: B.
A) RESPOSTA
A) BRD + HBAE.
B) BRD + BAVT.
C) BAVT + BRE.
D) BRE + HBAE.
» Questão clássica de prova! O bloqueio de ramo direito (BRD) é o distúrbio de condução mais
comum da miocardiopatia chagásica (40 a 60% dos casos) e cerca de 50% destes pacientes
também apresentam acometimento do fascículo anterossuperior (hemibloqueio
anterossuperior - HBAE). Estes distúrbios de condução podem surgir ainda na fase
assintomática da doença, mesmo sem cardiopatia estrutural detectável. A fisiopatologia
envolve a fibrose do sistema de condução. Resposta: A.
» Em uma paciente com diagnóstico prévio de insuficiência cardíaca com fração de ejeção
reduzida, que vinha em tratamento regular e apresenta descompensação por fibrilação atrial
de início recente, não há indicação de suspensão do betabloqueador, visto que o aumento da
frequência cardíaca da paciente tende a piorar o quadro clínico. Assim, o uso de diuréticos e
controle da frequência cardíaca são às principais medidas a serem instituídas.
» Temos uma paciente com diagnóstico prévio de insuficiência cardíaca com fração de ejeção
reduzida, que vinha em tratamento regular e apresenta descompensação por fibrilação atrial
de início recente, não havendo indicação de suspensão do betabloqueador, visto que o
aumento da frequência cardíaca da paciente tende a piorar o quadro clínico. Assim, o uso de
diuréticos e controle da frequência cardíaca são as principais medidas a serem instituídas,
além de anticoagulação para prevenção de evento tromboembólico associado à fibrilação
atrial.
» Questão difícil, mas que faz todo sentido... De acordo com os guidelines direcionados ao
atendimento de parada cardiorrespiratória (PCR), pacientes com ritmos cardíacos refratários
à desfibrilação devem ser tratados com medicação - adrenalina e antiarrítimicos. Dentre estes
últimos, pode-se optar por amiodarona ou lidocaína. Ao contrário do que muitos de nós
pensamos, não há diferença significativa nas taxas de sobrevida e alta hospitalar pós-PCR em
pacientes que fazem uso de amiodarona ou lidocaína durante a parada. Tanto é assim que,
nas atualizações de 2018, o documento do Advanced Cardiac Life Support - ACLS - deixa claro
que tanto a lidocaína quanto a amiodarona podem ser utilizados em pacientes com
taquicardia ventricular sem pulso (TVSP)/fibrilação ventricular refratárias à desfibrilação e
adrenalina. Ambas são feitas em dois momentos, de acordo com o algoritmo, alternadas com
adrenalina. Amiodarona - primeira dose: 300mg; segunda dose: 150mg. Lidocaína - primeira
dose: 1-1,5 mg/kg; segunda dose: 0,5-0,75 mg/kg. Resposta: E.
A) sinusal.
B) supraventricular.
C) juncional.
D) ventricular.
10 - 2020 HSJC - SP
A) Rivaroxabana.
B) Clopidogrel.
C) Cilostazol.
D) Anticoagulante inibidor de vitamina K.
A) BAV total.
B) Bradicardia sinusal.
C) BAV de segundo grau.
D) BAV de primeiro grau.
Mulher, 30 anos de idade, com estenose mitral sintomática procura o pronto socorro devido a
fibrilação atrial de alta resposta ventricular. Você deve indicar a reversão imediata da arritmia
porque a paciente pode desenvolver rapidamente:
»
A fibrilação atrial é uma condição que tipicamente precipita ou piora os sintomas da estenose
mitral (ex.: dispneia, hemoptise), levando à descompensação clínica por dois mecanismos: (1)
perda da contração atrial, que desempenha um papel importante na geração de pressão
atrial esquerda adequada para manter o fluxo sanguíneo através da válvula estenótica; (2) e a
rápida resposta ventricular, que diminui o tempo disponível para enchimento do ventrículo
esquerdo durante a diástole. O problema mais imediato da FA de alta resposta, portanto, é o
aumento da pressão de enchimento do átrio esquerdo, que é transmitido retrogradamente
para a circulação pulmonar, levando a risco de edema agudo de pulmão - letra D correta. Isso
justifica a cardioversão elétrica da arritmia. O choque cardiogênico seria uma condição mais
extrema tardia nesse cenário. Resposta: D.
» A prevenção de evento tromboembólico em pacientes com fibrilação atrial e flutter deve ser
empregada sempre que o paciente tiver risco elevado, determinado pelo escore
CHA2DS2VASc, sem risco de sangramento que seja proibitivo. Tratando-se de um paciente de
66 anos, hipertenso e diabético, temos pelo menos três pontos no escore, estando indicado o
uso de um anticoagulante oral, como a varfarina ou uma droga de ação direta (rivaroxabana,
dabigatrana, apixabana ou edoxabana). A cardioversão, apesar de indicada neste paciente, só
deve ser realizada após a evidência de ausência de trombo em átrio esquerdo, vista por
ecocardiograma transesofágico, ou após pelo menos três semanas de anticoagulação.
Gabarito: Alternativa D.
Homem, 63 anos de idade, internado, foi encontrado inconsciente. Após verificação de pulso
central foi observado no monitor cardíaco o ritmo abaixo. Além de chamar por ajuda e
solicitar desfibrilador imediatamente, você deve:
A) Iniciar compressões torácicas, com desfibrilação o mais precoce possível para retorno a
circulação espontânea
B) Iniciar compressões torácicas, realizar epinefrina na dose de 1 mg IV em bolus e identificar
as causas da parada cardiorrespiratória
C) Aplicar desfibrilação na carga máxima do aparelho e providenciar marca-passo
transcutâneo
D) Instalar marca-passo transcutâneo e providenciar marca-passo transvenoso, caso não haja
retorno do ritmo
E) Aplicar desfibrilação na carga máxima do aparelho e iniciar compressões torácicas após o
choque
» Cuidado com a falsa assistolia... Eventualmente, ondas de fibrilação ventricular não aparecem
em alguns eixos ou derivações da monitoração cardíaca, seja por estarem em amplitude
reduzida, seja por não "serem visíveis" naquela derivação. Por isso, ao e observar traçado
sugestivo de assistolia, é sempre indicado realizar o protocolo da linha reta ou da "cagada":
deve-se checar, para evitar a falsa assistolia, os cabos, o ganho e trocar a derivação. Como
nessa questão não há opção citando o referido protocolo, é porque a banca considerou
realizado o protocolo da cagada e que o traçado reflete, de fato, assistolia. Tal ritmo, assim
como a atividade elétrica sem pulso, não é passível de choque (A, C e E erradas). No
tratamento da assistolia, deve-se realizar reanimação cardiopulmonar manobras do suporte
avançado: (1) adrenalina, 1 mg a cada 3-5 minutos; (2) considerar via aérea artificial - o
posicionamento de via aérea artificial não é obrigatório na parada cardiorrespiratória e (3)
pensar nas causas reversíveis (5H e 5T). Não está indicado o uso de marca-passo em PCR (D
errada)... Resposta: B.
Mulher de 25 anos de idade, previamente hígida, sem comorbidades, apresenta quadro súbito
de perda da consciência. Relata que estava em ortostase e, de repente, começou a sentir
sudorese, mal-estar, tontura e desmaiou em seguida. Recobrou a consciência rapidamente,
cerca de 1 minuto após. Glicemia capilar: 72 mg/dL. Exame físico: corada, hidratada, afebril;
Glasgow: 15, pressão arterial: 100 x 60 mmHg, pulso: 68 bpm, SatO₂: 95%; ausculta cardíaca,
pulmonar e exame neurológico: normais. Eletrocardiograma: normal. Em relação à principal
hipótese diagnóstica, é correto afirmar:
» Bom, temos uma mulher de 25 anos, sem comorbidades, que apresentou episódio de
síncope. É fundamental ressaltar alguns aspectos importantes: ela estava em ortostase, ou
seja, não há relato de mudança de posição (ex: ato de levantar), recuperação rápida da
consciência, exame neurológico normal e presença de pródromos (sudorese, tontura e mal-
estar). Juntando esses dados, podemos concluir que a principal hipótese é de uma síncope
reflexa, condição marcada por uma espécie de desregulação neurológica que leva à
bradicardia e/ou à hipotensão transitórias (a vasovagal é um subtipo de síncope reflexa).
Vamos analisar as alternativas agora:
(A) Incorreta. AIT e AVE são causas incomuns de síncope. Inclusive, é possível encontrar na
literatura frases do tipo: “Doença aterosclerótica das artérias cerebrais quase nunca é causa
de síncope”.
(B) Correta. Movimentos clônicos ou tônico-clônicos breves, além do desvio do olhar para
cima podem estar presentes na síncope reflexa e podem confundir com epilepsia. Outro
achado, no mínimo, curioso é o relato de fadiga após o evento.
(C) Incorreta. A síncope reflexa não costuma ser acompanhada de manifestações
eletrocardiográficas. Quando presentes, devemos nos preocupar com possível síncope
cardíaca.
(D) Incorreta. Como o diagnóstico é muito claro nesse caso, não há necessidade de
solicitarmos exames adicionais. Poderíamos considerar o tilt test para tirar a dúvida, mas ele
não é obrigatório. Ecocardiograma e teste ergométrico devem ser solicitados na suspeita de
causa cardíaca.
(E) Incorreta. Os exames laboratoriais são normais na síncope reflexa e, portanto, não nos
ajudam a definir a etiologia.
Resposta: (B).
» Temos uma paciente com bloqueio atrioventricular total (embora seja praticamente
impossível visualizar ondas P em DII, elas são facilmente identificadas em DI, DIII e aVR por
exemplo) e instabilidade hemodinâmica associados a um infarto agudo do miocárdio com
supradesnivelamento do segmento ST de parede inferior, ou seja, provável acometimento de
coronária direita. A paciente apresenta escape com QRS estreito, como ocorre em cerca de ⅔
dos casos, devendo-se ser empregada estimulação cardíaca artificial por marcapasso
transcutâneo ou transvenoso, visto que com a reperfusão coronariana o quadro tende a
reverter-se nos primeiros 2 a 3 dias. Quanto a disfunção do músculo papilar (alternativa D),
apesar de poder ocasionar sopro, como o descrito, não está relacionada a obstrução de
coronária direita.
Gabarito: Alternativa A.
» Questão bem difícil! A banca escolheu esse quesito como o primeiro da prova, o que assustou
muita gente... Mas calma! Vamos relembrar como funciona o potencial de ação dos miócitos
contráteis do coração. Quando a fibra miocárdica recebe um estímulo elétrico, surge
“perturbação” da sua polaridade. Esta “perturbação elétrica” é o potencial de ação. Ela é
transmitida como uma onda de fibra para fibra, propagando-se pelo miocárdio. A figura
mostra o que acontece com a polaridade da fibra miocárdica, quando ela recebe um
“potencial de ação”. Como observamos, ela primeiramente se despolariza, em seguida
permanece num estado despolarizado (platô) e depois se repolariza. No seu estado de
repouso elétrico (diástole) a fibra mantém-se polarizada (a – 70 mV). Repare o que acontece
em cada fase:
Fase 0 (despolarização) – abertura dos canais de sódio, com entrada (influxo) intenso desse
íon (B certa).
Fase 1 (repolarização transitória) – abertura transitória dos canais de potássio, permitindo sua
saída transitória.
Fase 2 (platô) – abertura dos canais de cálcio. Aqui, há equilíbrio entre a saída de potássio e a
entrada de cálcio (D errada).
Fase 3 (repolarização final) – abertura dos canais de potássio, com saída desse íon sem o
contrabalanço do cálcio.
Fase 4 (diástole elétrica) – repouso, em que não há correntes intensas, mas "vazamento" de
pequena quantidade de potássio, que mantem o potencial de repouso da membrana
negativo (C errada).
Resposta: B.
Uma paciente de 38 anos, internada para tratamento cirúrgico de litíase biliar sintomática,
relata início súbito de palpitações e dispneia leve. Ao exame físico, encontra-se taquicárdica
(170bpm) e sem congestão pulmonar. O ritmo cardíaco é regular, em dois tempos e sem
sopros. O eletrocardiograma revela taquicardia regular de complexos QRS estreitos, sem onda
P visível, com a frequência de disparos anteriormente assinalada. A conduta indicada, nesse
momento, é realizar:
» Questão típica dessa banca da UERJ que, em vez de colocar o traçado eletrocardiográfico na
prova, o descreve... Nada que impeça nosso raciocínio: taquicardia sem onda P, com QRS <
0,12 s - ou seja, de origem "alta" - e RR regular é, com toda a certeza, "taqui supra". A
conduta, em pacientes estáveis com tal arritmia, é infundir adenosina, na dose de 6 mg em
flush rápido. Caso haja refratariedade, pode-se complementar com mais 12 mg daquele
fármaco. Outra opção seria empregar manobra vagal. Lembre, porém, que cardioversão
elétrica fica reservada para os casos com instabilidade (A errada). Amiodarona teria utilidade
em taquiarritmias com QRS > 0,12 s (B errada). Por fim, marca-passo é utilizado nas
bradiarritmias (D errada). Resposta: C.
Idosa, 92 anos, é trazida por familiares com descrição de quadro compatível com síncope ao
levantar-se da cama. Na sala de emergência, encontra-se assintomática no leito. Ao exame,
apresentava-se lúcida, orientada, com PA = 136x82mmHg; FC = 30bpm; FR = 22irpm. O ritmo
cardíaco era regular com bulhas normofonéticas, sem sopros. Presença de onda “a em
canhão” no pulso venoso. O primeiro exame complementar a ser solicitado e a alteração
esperada são, respectivamente,
» Em geral, a avaliação complementar de pacientes com relato de síncope deve se iniciar pelo
eletrocardiograma, dividindo as causas entre cardíacas e não cardíacas. Nessa mulher não
será diferente, ainda mais pela presença de marcada bradicardia (ficamos entre B e C). Em
alguns casos de infarto agudo do miocárdio, o paciente não tem sintomas álgicos torácicos,
manifestando outros sinais e sintomas, os chamados equivalentes anginosos - a síncope é
exemplo. Além disso, infarto de parede inferior ou do ventrículo direito podem causar
bradicardia. Ao mesmo tempo, os bloqueios atrioventriculares totais (BAVT) são causa de
síncope, tendo em vista que a bradicardia reduz o débito cardíaco, ocasionando queda do
fluxo sanguíneo cerebral... E agora? O "pulo do gato" aqui é a chamada onda "a em canhão".
Lembre, primeiramente, que a onda "a" do pulso venoso representa a contração atrial. Nos
casos de BAVT, ocorre dissociação completa entre as contrações atrial e ventricular: não há
qualquer relação temporal entre elas. Porém, em alguns momentos, as contrações de átrio e
ventrículo ocorrem ao mesmo tempo, de tal maneira que o átrio se contrai contra a valva
tricúspide, fechada pela contração ventricular. Assim, a pressão dentro do átrio aumenta
muito, o que resulta em maior transmissão pressórica para as veias centrais, gerando onda
de pulsação venosa mais ampla, a onda "a em canhão". Neste caso, pneumotórax
hipertensivo é totalmente improvável, tendo em vista a normalidade da pressão arterial e
ausência de achados do exame respiratório (A errada). Essa paciente certamente tem alcalose
respiratória, pela frequência de 22 irpm, mas alcalose metabólica não causa síncope ou
bradicardia (D errada). Por fim, tamponamento cardíaco geraria bulhas hipofonéticas (E
errada). Resposta: C.
A) antipsicóticos atípicos
B) anticonvulsivantes
C) benzodiazepínicos
D) antidepressivos tricíclicos
Uma mulher de 31 anos que trabalha como auxiliar de serviços gerais em um hospital foi
trazida para a emergência com suspeita de intoxicação exógena. Ela tem acesso a todos os
setores do hospital; os funcionários da farmácia estão levantando os estoques para definir a
falta de algum medicamento, mas essa informação ainda não está disponível. Ao exame, ela
se apresenta agitada, em aparente delirium, com flushing facial, pele seca, hipertermia,
midríase e taquicardia. O exame do abdome demonstra ausência de ruídos hidroaéreos e
globo vesical palpável. Eletrocardiograma mostrou alargamento do complexo QRS. Com base
nos dados do exame físico, qual o provável agente ingerido?
A) Amitriptilina
B) Morfina
C) Diazepam
D) Metanol
E) Neostigmine
» Ainda não identificamos qual droga a paciente pegou do estoque hospitalar, se é que ela
realmente adquiriu as medicações na farmácia do hospital... Seja como for, assim como
acontece na prática do atendimento ao paciente intoxicado, com frequência teremos que
trabalhar sem o conhecimento exato da toxina envolvida, levando em conta apenas os sinais
e sintomas que compõem a síndrome clínica apresentada! Então vamos lá... A paciente está
em delirium, apresenta pele seca por perda do tônus sudomotor e consequente hipotermia
com flushing cutâneo reativo. Tais manifestações sugerem que a toxina exerce importante
ação ANTICOLINÉRGICA (falta de acetilcolina no SNC causa delirium; bloqueio da ACh no SNP
reduz a sudorese e o controle da temperatura corporal). Além disso, observa-se sinais de
HIPERADRENERGISMO, como taquicardia e midríase. O ECG revela também alterações na
eletrofisiologica cardíaca, como alargamento do QRS (fator de risco iminente para uma
taquiarritmia maligna por reentrada, como a taquicardia ventricular)... Das drogas citadas,
qual a mais provável de causar tudo isso? O neostigmine é um anticolinesterásico, e causaria
uma síndrome HIPERCOLINÉRGICA (E errada). O metanol causa um estado de sedação
semelhante à intoxicação alcóolica habitual (embriaguez). Devido à grave acidose metabólica
que se instala (metabolização do metanol em ácido fórmico), o paciente apresenta coma,
crise convulsiva e respiração de Kussmaul. Não é o caso aqui (D errada). O diazepam é um
benzodiazepínico, e sua intoxicação é basicamente caracterizada pelo chamado "coma vigil"
(o paciente mantém os olhos abertos, mas não interage e não responde aos estímulo
provenientes do meio externo - está em coma) - C errada. Na intoxicação por morfina
(opioide), há depressão do sensório, do centro respiratório (bradipneia/hipopneia) e pupilas
intensamente mióticas ("cabeça de alfinete"). - B errada. Enfim, a amitriptilina, um
antidepressivo tricíclico, inibe a recaptação de noradrenalina, justificando as manifestações
hiperadrenérgicas. Tal droga também exerce um forte componente anticolinérgico no SNC,
explicando as demais manifestações... Resposta: A.
Todas as alternativas abaixo são efeitos colaterais do uso prolongado de amiodarona por via
oral, EXCETO
A) Hipotensão.
B) Pneumonite intersticial.
C) Hipertiroidismo.
D) Prolongamento do intervalo QT.
E) Neuropatia óptica.
» A banca deu como gabarito a letra A, mas a letra A também é um efeito colateral possível da
amiodarona, como todas as demais assertivas... A amiodarona pode causar tanto bradicardia
sinusal quanto bloqueio atrioventricular, devido as suas propriedades bloqueadoras de canais
de cálcio. A incidência de bradicardia, com o uso crônico, beira os 3-5%, mas em geral é
assintomática. No entanto, mesmo o uso crônico em baixas doses pode cursar com bloqueios
AV de segundo ou mesmo terceiro grau e, nestes casos, os pacientes costumam ser
SINTOMÁTICOS, apresentando manifestações decorrentes da redução do débito cardíaco,
que inclui hipotensão arterial no mínimo episódica, já que nestes pacientes ocorre síncope.
Ao nosso ver, questão sem resposta certa, que merecia ter sido anulada. A banca manteve a
letra A como gabarito.
A) Existe nítida variação na amplitude de pulso, sendo essa menor quanto mais próxima
estiverem as ondas de pulso.
B) Com um reforço pré-sistólico aumentado, a ausculta de uma quarta bulha em borda
esternal inferior esquerda é perceptível, principalmente, em frequências cardíacas mais
elevadas.
C) Invariavelmente, há irregularidade da frequência cardíaca.
D) O traçado de pulso jugular apresenta abolição da onda A.
Qual alternativa NÃO apresenta causa de parada cardíaca em atividade elétrica sem pulso?
A) A anticoagulação oral está indicada em todo paciente com fibrilação atrial associada a
miocardiopatia hipertrófica septal assimétrica.
B) O escore de risco de sangramento, has-bled, aumentado não é uma contraindicação
absoluta ao uso de anticoagulante oral na fibrilação atrial.
C) Idade, sexo, frequência cardíaca são fatores a serem considerados para se anticoagular um
paciente com fibrilação atrial.
D) Os novos anticoagulantes orais, inibidores diretos da trombina, podem ser indicados a
pacientes com fibrilação atrial associada a insuficiência leve da válvula mitral nativa.
» Vejamos cada uma das assertivas acerca da anticoagulação em pacientes com fibrilação
atrial:
A - Polêmica! Deve ter sido o motivo da anulação da questão. Vamos entender... A
miocardiopatia hipertrófica é um fator de risco adicional para a ocorrência de fenômeno
tromboembólico, assim como a estenose mitral. Por esta razão, nessas condições a
anticoagulação é SUGERIDA em pacientes com fibrilação atrial independente de escores de
risco, mas repare que o autor usa o termo "todo paciente". Ora, indivíduos com
contraindicações à anticoagulação não podem receber anticoagulantes, não concorda?
B - Correta. O HAS-BLED é o escore que permite a avaliação quanto ao risco de sangramento,
considerando hipertensão, idade, uso de drogas que aumentem o risco de sangramento e
disfunções orgânicas. No entanto, valores elevados não constituem contraindicação absoluta
à anticoagulação.
C - Incorreta. O CHA2DS2VASc, escore utilizado internacionalmente para predizer risco de
evento tromboembólico, considera a presença de insuficiência cardíaca, hipertensão, idade,
diabetes, história de AVC, doença vascular e sexo, não sendo a frequência cardíaca um fator
determinante.
D - Correta. O uso dos anticoagulantes de ação direta está contraindicado na fibrilação atrial
de etiologia valvar, que corresponde a estenose mitral moderada a importante, mas não
insuficiência leve.
Conforme discutimos, a questão foi anulada provavelmente por causa do "todo paciente", na
letra A.
Questão ANULADA.
» Vamos de baixo para cima... A anticoagulação diminui o risco de AVE JUSTAMENTE por reduzir
a formação de trombos intracavitários cardíacos (D errada). O risco de eventos
tromboembólicos AUMENTA em função da idade, principalmente acima de 75 anos (C errada).
A FA é a taquiarritmia mais comum do mundo, e sua incidência aumenta na presença de
cardiopatia subjacente (B errada). No paciente que usa marca-passo por bloqueio
atrioventricular total, os estímulos provenientes da fibrilação dos átrios não passam para os
ventrículos. Neste caso, a frequência ventricular é totalmente controlada pelo marca-passo,
que assim pode manter um ritmo cardíaco regular... Resposta: A.
31 - 2020 HCG
A) Aspirina.
B) Warfarina.
C) Rivaroxabana.
D) Mudanças do estilo de vida.
São drogas que podem ser usadas para controle de frequência cardíaca em pacientes
hemodinamicamente estáveis com fibrilação atrial de alta resposta ventricular, exceto:
A) Verapamil.
B) Metoprolol.
C) Atropina.
D) Diltiazem.
Paciente 80 anos, sexo masculino, procura seu médico cardiologista devido a queixa de
palpitação. Ausculta cardíaca revela bulhas cardíacas normofonéticas e ritmo cardíaco
irregular. Solicitado ECG (ilustrado abaixo). O diagnóstico e a etiologia da arritmia são,
respectivamente,
» O primeiro passo para resolver esta questão é olhar o eletrocardiograma: nele, observa-se
taquicardia sem onda P, sem onda F de flutter, com QRS estreito e RR irregular, o que traduz
fibrilação atrial (A, C e E erradas — os ritmos elencados nessas alternativas são, via de regra,
regulares). Uma das principais etiologias da arritmia apresentada é a tireotoxicose, isto é, os
efeitos dos nívels elevados de hormônios tireoidianos na circulação, que podem ser
encontrados nos portadores de hipertireoidismo (B errada). Resposta: D.
Paciente de 35 anos de idade chega ao pronto-socorro com dor torácica em aperto, irradiada
para membro superior esquerdo há duas horas. Foi realizado um eletrocardiograma de
repouso. Acerca desse caso clínico e tendo em vista os conhecimentos médicos correlatos,
considerando o traçado eletrocardiográfico apresentado, julgue o item a seguir. No traçado
eletrocardiográfico, o paciente apresenta bloqueio atrioventricular de segundo grau.
A) CERTO
B) ERRADO
A) Paciente com síndrome de baixo débito devido à hipercalemia. A conduta é realizar um ECG
e administrar Gluconato de cálcio a 10% e furosemida, ambos via endovenosa.
B) Paciente seve ser transferido para a UTI para iniciar terapia dialítica, (hemodiálise),
imediatamente.
C) A melhor terapêutica para este caso é passar um marca-passo trans-venoso após a infusão
de solução polarizante de glicose com insulina.
D) Deve ser administrado bicarbonato de sódio 10%, como solução polarizante e devido à
insuficiência renal.
E) Paciente deverá ser encaminhado para UTI, devendo melhorar com suspensão do captopril,
aldactone e prescrever sulfona poliestireno de cálcio.
Paciente de 35 anos teve uma pré-síncope ao realizar um triatlo. O quadro ocorreu após a
passagem da primeira fase, de natação, para a segunda, de ciclismo. E aconteceu após 10km
de ciclismo. O paciente se apresentou pálido, bradicárdico e hipotenso com recuperação após
cerca de 60 minutos do início do quadro.O paciente fazia corridas há cerca de 3 anos, de até
5.000m, mas optou por iniciar o treinamento para Triatlo há cerca de 2 meses. Não tinha
passado de elevações de pressão arterial. Não apresentava história familiar de cardiopatia ou
morte súbita e seus pais tinham cerca de 60 anos, normotensos. Seu eletrocardiograma era
normal. Após dois dias, foi realizada uma ecocardiografia que mostrou função sistólica
preservada, câmaras direitas e esquerdas com dimensões normais e sem alterações valvares.
Apresentava grau leve de disfunção diastólica e aumento das dimensões do septo
interventricular (20mm) e parede ventricular posterior (16mm). Uma monitorização
eletrocardiográfica de 24h (Holter) surpreendeu três episódios de taquicardia ventricular sem
relação com sintomas, com duração entre um minuto e dois minutos cada. Baseado neste
quadro considere as afirmações abaixo. I – Não é prudente que este paciente faça atividade
física intensa, pelo risco de morte por arritmias complexas. II –Este paciente tem indicação
para cardioversor implantável (CDI). III – Com a finalidade de diminuição do risco de morte
súbita, este paciente tem indicação de uso de beta bloqueadores adrenérgicos, independendo
do grau de sintomas que apresente. Qual a alternativa abaixo que contém todas as
afirmações acima corretas.
A) I.
B) I, II.
C) I, III.
D) II, III.
E) I, II, III.
» O quadro clínico de um adulto jovem atleta, sem comorbidades, com pré-sincope deve nos
alertar para a presença de alguma alteração cardíaca estrutural que aumente o risco de
arritmias. De fato, esse paciente apresenta espessamento septal e da parede ventricular
posterior (> 15 mm), caracterizando um quadro de cardiomiopatia hipertrófica. Seu holter-
ECG detectou a presença de taquicardia ventricular sustentada (“maior ou igual que” 30
segundos), o que o torna um paciente de alto risco para morte súbita. Nesse sentido, vamos
analisar as assertivas:
I) Está contraindicada atividade física extenuante, pelo risco de precipitar arritmias e morte
súbita - CORRETA.
II) Está indicada a colocação de cardiodesfibrilador implantável (CDI), para abortamento dos
episódios de taquicardias ventriculares sustentadas - CORRETA.
III) O uso de betabloqueadores pode até ser considerado em casos de múltiplos choques pelo
CDI, ou seja, para redução do desconforto do paciente. No entanto, não há evidências de que
a terapia farmacológica reduza o risco de morte súbita nesse cenário.
Estão corretas apenas I e II. Resposta: B.
A) CERTO
B) ERRADO
41 - 2020 SES - DF
A) CERTO
B) ERRADO
A) CERTO
B) ERRADO
43 - 2020 UFES
Paciente feminina, 06 anos, será submetida à cirurgia eletiva e ao ser examinada notou-se
ritmo cardíaco irregular, sem outros sinais ou sintomas. Feito ECG que demonstrou: Baseado
na história e ECG, o diagnóstico provável é:
A) Arritmia sinusal.
B) Bloqueio AV de segundo grau.
C) Bloqueio AV de primeiro grau.
D) Escape juncional por provável distúrbio eletrolítico.
» Questão puramente eletrocardiográfica... Veja que há ondas P precedendo todos os QRS mas
que, em certos momentos, a condução da onda P é bloqueada, traduzindo bloqueio
atrioventricular do segundo grau - isso quebra a ritmicidade dos batimentos, justificando o
ritmo cardíaco irregular. Ademais, o intervalo PR sobre alargamento progressivo, sinalizando
BAV de 2o grau Mobitz I. Resposta: B.
Criança de 7 meses de vida, apresenta febre baixa há 5 dias associada à tosse, evoluindo com
respiração ofegante e mais choroso que o habitual. Levada em atendimento, apresentava
taquipneia e estertoração em base de hemitórax à esquerda. Durante a internação para
tratamento da pneumonia, o médico foi acionado para avaliar a paciente, que evoluiu de
forma súbita com palidez e agitação. Ao exame, observada taquicardia e extremidades frias.
Realizado o eletrocardiograma, visto abaixo. Sobre o caso clínico, é correto afirmar:
» O traçado eletrocardiográfico ilustra taquicardia sem onda P (A e E erradas), com QRS estreito
(D errada) e RR regular - até prova contrária, o diagnóstico é de taquicardia supraventricular
paroxística ("taqui supra"). Para definir a conduta, deve-se buscar sinais de instabilidade,
como má perfusão periférica, hipotensão, rebaixamento de consciência e congestão
pulmonar. Neste paciente, a estertoração pulmonar, por ser unilateral, deve estar associada à
doença subjacente (pneumonia), mas a presença de extremidades frias indica instabilidade...
Em casos como esse (taqui supra + instabilidade), pode-se realizar cardioversão elétrica ou
infundir adenosina (sim, até nos instáveis!) - a desfibrilação só está indicada quando o
indivíduo está "parado" (C errada). Nos casos com estabilidade, pode-se realizar tanto
manobra vagal, quanto infundir adenosina intravenosa como tentativa de reverter a arritmia.
Alguns lembretes: (1) a ausência de onda P exclui ritmo sinusal; (2) nas taquicardias
ventriculares, o QRS é alargado (> 0,12 s). Resposta: B.
A) Bradicardia sinusal
B) Bloqueio atrioventricular de primeiro grau
C) Bloqueio atrioventricular de segundo grau Tipo I
D) Bloqueio atrioventricular de terceiro grau
E) Bloqueio atrioventricular de segundo grau Tipo II
Apesar dos Novos Anticoagulantes NOACs serem não inferiores aos antagonistas de vitamina
K na prevenção de acidente vascular encefálico isquêmico (AVEi), podemos concordar com o
item:
48 - 2020 IGESP
» Apesar dos dados da literatura acerca das paradas cardiorrespiratórias em ambiente extra
hospitalar serem pobres, sabemos que os ritmos de parada mais frequentes são a
taquicardia ventricular e a fibrilação ventricular, alcançando 80% dos eventos. Por se tratarem
de ritmos chocáveis, há um grande índice de reversão em pacientes prontamente tratados,
tendo o desfibrilador externo automático (DEA) um papel essencial nesse contexto,
resultando em uma sobrevida superior a 50%. Gabarito: Alternativa A.
49 - 2020 SCO
Caso a FA tenha duração menor de 48 horas, e o paciente não seja de alto risco para o
tromboembolismo com doença valvar, disfunção ventricular, próteses ou história prévia de
tromboembolismo, apresenta um risco de tromboembolismo é muito baixo e pode-se realizar
a cardioversão em anticoagulação plena prévia, NÃO podemos assim aceitar que:
» Caso a FA tenha duração menor de 48 horas, facilmente determinada pelo inquérito dos
sintomas, e o paciente não seja de alto risco para o tromboembolismo (doença valvar,
disfunção ventricular, próteses, história prévia de tromboembolismo), o risco de
tromboembolismo é muito baixo e pode-se realizar a cardioversão sem anticoagulação plena
prévia. A manutenção de anticoagulação por 4 semanas após o procedimento é controversa e
não há estudos comparando diferentes heparinas ou heparina aos novos anticoagulantes na
FA com duração menor que 48 horas.
Já no caso de FA com duração menor de 48 horas em pacientes de risco moderado a alto de
eventos tromboembólicos (CHA2DS2-VASC > 1), recomenda-se a realização de heparina não
fracionada ou de baixo peso molecular antes da cardioversão e sua manutenção em longo
prazo.
A única assertiva errada, correspondendo ao gabarito, é a opção C.
50 - 2020 HOG - SP
A) Caso o tórax da vítima estiver molhado, secar por completo; se ela estiver sobre uma poça
d’água há problema em todas as situações.
B) Caso o tórax da vítima estiver molhado, secar por completo; se ela estiver sobre uma poça
d’água não há problema, porém se essa poça também envolver o socorrista, não remover a
vítima para outro local.
C) Caso o tórax da vítima estiver molhado, não é necessário secar; se ela estiver sobre uma
poça d’água não há problema, porém se essa poça também envolver o socorrista, remover a
vítima para outro local, o mais rápido possível.
D) Caso o tórax da vítima estiver molhado, secar por completo; se ela estiver sobre uma poça
d’água não há problema, porém se essa poça também envolver o socorrista, remover a vítima
para outro local, o mais rápido possível.
Em relação a pressionar o botão do DEA indicado pelo aparelho para aplicar o choque, no qual
produz uma contração repentina dos músculos do paciente, podemos considerar adequado
que:
A) Mesmo se a vítima retomar a consciência, o aparelho deve ser desligado e as pás não
devem ser removidas ou desconectadas até que o serviço médico de emergência assuma o
caso.
B) Mesmo se a vítima retomar a consciência, o aparelho não deve ser desligado e as pás
devem ser removidas e desconectadas até que o serviço médico de emergência assuma o
caso.
C) Mesmo se a vítima retomar a consciência, o aparelho não deve ser desligado e as pás não
devem ser removidas ou desconectadas até que o serviço médico de emergência não assuma
o caso.
D) Mesmo se a vítima retomar a consciência, o aparelho não deve ser desligado e as pás não
devem ser removidas ou desconectadas até que o serviço médico de emergência assuma o
caso.
Homem, 86 anos, dá entrada no pronto-socorro por síncope. Assinale a alternativa que indica
corretamente o exame de maior acurácia para o diagnóstico nesse momento.
A) ECG
B) TC de crânio
C) D-dímero
D) hemograma completo
E) Doppler de carótidas
» Questão bem direta sobre SÍNCOPE. Quais são as duas principais causas de síncope?
Vasovagal (neurocardiogênica)
IdiopáticaPor isso a ESC recomenda que o primeiro exame complementar a ser realizado é o
eletrocardiograma.
53 - 2020 SCMV
55 - 2020 SCMA - SP
Mulher de 78 anos vem em consulta ambulatorial para consulta de rotina. Tem antecedentes
de hipertensão arterial sistêmica e diabetes. Usa regularmente Sinvastatina 40mg,
Metformina 875mg, Enalapril 10mg 2x ao dia e hidroclorotiazida 25mg. Pressão arterial:
126x84mmHg, FC: 86bpm. Não tem queixas específicas. Traz exames sanguíneos e um
eletrocardiograma realizado na última consulta. Uréia: 40ng/dl, creatinina 0.8 ng/dl, glicemia
106mg/dl, hemoglobina 13, LDL 120, HDL 42, trigrlicérides: 148. Nesse momento, qual seria a
melhor conduta a ser tomada a fim de garantir um envelhecimento com preservação de
funcionalidade e de independência?
» Questão boa da prática clínica diária. Temos uma paciente que se apresenta para consulta de
rotina e no ECG identificamos: FIBRILAÇÃO ATRIAL. Qual a conduta agora?
Paciente estável e assintomática. Tem algum risco? SIM! Lembre-se que nosso medo aqui são
os eventos cardioembólicos como AVE,TEP e outras embolias. Devemos colocar na "balança"
ou risco de eventos x risco de sangramento. Na prática calculamos os escores CHA2DS2VASc
X HAS-BLED.
Escore CHA2DS2VASc:
Hipertensão - 1 ponto
Diabetes - 1 ponto
QUAL ANTICOGULANTE?
Os preferidos devem ser os novos anticoagulantes orais ou NOACS.
Dessa forma a resposta é LETRA B.
58 - 2020 SCO
Qual das seguintes afirmações descreve corretamente as ventilações que devem ser aplicadas
no paciente em PCR após a inserção do tubo endotraqueal, insuflação do balão e verificação
do posicionamento do tubo?
Qual seria o diagnóstico e a melhor conduta para um paciente sem pulsos palpáveis e com a
imagem, abaixo, no monitor:
Mulher, 19 anos, admitida com episódio de taquicardia regular de início súbito, de duração de
cerca de 30 minutos, sem outros sintomas associados. Ao exame físico: PA 120x70 mmHg; FC
140 bpm; AC: bulhas cardíacas regulares em 2 T sem sopros; AR: MV + sem RA. ECG revela
taquicardia de QRS estreito. Qual das opções terapêuticas abaixo NÃO está indicada?
A) Manobra vagal
B) Cardioversão sincronizada
C) Adenosina EV
D) Verapamil EV
E) Beta-bloqueador EV
» Temos uma paciente jovem, do sexo feminino, com uma taquiarritmia regular de QRS
estreito; até se prove o contrário, trata-se de uma taquicardia supraventricular paroxística!
Como nossa doente está assintomática e estável hemodinamicamente, a primeira medida é
tentar reversão com manobra vagal, através da compressão do seio carotídeo ou da manobra
de Valsava (A correta). Se a taqui supra não for extinta pela manobra vagal, a conduta é tentar
reversão farmacológica. E qual a droga de escolha? É a adenosina venosa, na dose inicial, em
bolus, de 6 mg (C correta). Se não houver reversão, faremos uma nova dose de 12 mg. Outras
opções são verapamil/diltiazem venosos (D correta) ou betabloqueadores venosos (E correta).
Todas essas drogas agem inibindo o nódulo AV, parte obrigatória do circuito de reentrada da
taquicardia, tanto na taqui AV nodal como na taqui AV com via acessória. A cardioversão
elétrica sincronizada estaria indicada apenas em caso de instabilidade hemodinâmica.
Portanto, resposta: B.
» Uma questão que mescla o tema PARADA CARDIORESPIRATÓRIA(PCR) com conceitos sobre
infraestrutura básica de um PRONTO ATENDIMENTO ou SALA DE EMERGÊNCIA. Vamos
analisar juntos:
A- ERRADA. Atropina e vasopressina não fazem mais parte do algoritmo de PCR da American
Heart Association.
B- CORRETO. O material necessário para uma via aérea avançada é necessário, assim como
suplementação de oxigênio.
C- ERRADO. É exatamente o contrário da afirmação. O desfibrilador e cardioversor automático
é superior ao DEA e por isso é a primeira opção em sala de emergência. Em locais públicos o
uso do DEA é melhor pois visa a utilização por leigos e não profissionais de saúde, o foco é
material fácil de usar para dar o choque em FV e TVSP.
D- ERRADO. Durante um atendimento de PCR o essencial é material para acesso periférico ou
acesso intraósseo apenas.
Resposta LETRA B.
A) Desfibrilação Ventricular
B) Adenosina 12mg EV bolus
C) Amiodarona 300mg EV bolus
D) Cardioversão Elétrica Sincronizada
E) Amiodarona 150mg EV em 10 min
A) doença do nó sinusal.
B) flutter atrial.
C) pré-excitação (Wolf-Parkinson-White).
D) ritmo atrial ectópico.
» O ritmo atrial ectópico corresponde a ritmo de origem atrial em localização diversa da região
anatômica do nó sinusal.
A localização mais frequente é ritmo atrial baixo em átrio direito podendo ocorrer em átrio
esquerdo apresentando ondas Ps invertidas.
É exatamente o que vemos neste ECG. Gabarito correto, portanto.
A) A atividade elétrica sem pulso deve ser tratada imediatamente com choque elétrico.
B) Após o diagnóstico de pcr, devem ser imediatamente realizadas 30 ventilações seguidas de
2 compressões torácicas.
C) Atualmente recomenda-se choques sucessivos com energias progressivamente maiores ao
invés de choque isolado de alta energia.
D) Após a recuperação da circulação espontânea pelas manobras de ressuscitação, a
hipotermia induzida melhora o prognóstico neurológico e reduz a mortalidade global.
Nos primeiros 3 a 5 minutos de uma PCR em FV, o coração se encontra altamente propício ao
choque. O tempo ideal para a aplicação do primeiro choque compreende os primeiros 3 a 5
minutos da PCR. Está correto o item:
»
Nos primeiros 3 a 5 minutos de uma parada cardiorrespiratória (PCR) em fibrilação
ventricular (FV), o coração encontra-se em ritmo de FV grosseira e é o momento “perfeito”
para o choque. Após um período de 5 minutos, a amplitude da FV diminui por redução de
força energética (menos energia no músculo) - C correta. Por esse motivo, considera-se o
tempo ideal para a aplicação do primeiro choque os primeiros 3 a 5 minutos da PCR.
Resposta: C.
A) Endocardite bacteriana
B) Fenômenos tromboembólicos
C) Hipertensão pulmonar
D) Infarto agudo do miocárdio
O uso da Cânula nasofaríngea pode ser indicado em pacientes despertos ou com reflexo de
tosse presente. O item correto é:
A) O tamanho adequado não é obtido pela distância entre a parte distal da asa do nariz e a
proximal no trago da orelha. Na suspeita de fratura de base de crânio ou uma coagulopatia
severa, está contraindicada.
B) O tamanho adequado é obtido pela distância entre a parte distal da asa do nariz e a
proximal no trago da orelha. Na suspeita de fratura de base de crânio ou uma coagulopatia
severa, está contraindicada.
C) O tamanho adequado é obtido pela distância entre a parte distal da asa do nariz e a distal
no trago da orelha. Na suspeita de fratura de base de crânio ou uma coagulopatia severa, está
contraindicada.
D) O tamanho adequado é obtido pela distância entre a parte distal da asa do nariz e a
proximal no trago da orelha. Na suspeita de fratura de base de crânio ou uma coagulopatia
severa, não está contraindicada.
» Questão tranquila sobre uso de dispositivos para manejo da via aérea. O enunciado já dá o
conceito da cânula nasofaríngea, mas vamos organizar. Para abertura ATIVA das vias aéreas
podemos usar dois dispositivos:
Cânula Orofaríngea (Guedel): indicada para pacientes inconscientes e sem reflexo de tosse.
Medida da rima labial ao ângulo da mandíbula;
Cânula Nasofaríngea: pode ser indicada para pacientes semi-conscientes e com reflexo de
tosse. Medida da parte distal da asa nasal até o lóbulo da orelha(ou parte proximal do trago).
Contraindicada em casos de suspeita de fratura de base de crânio.
Agora ficou fácil: Resposta LETRA B.
A Pressão cricoide pode prevenir o refluxo gástrico durante a IOT, mas deve ser realizada com
cautela, podendo dificultar o procedimento. Podemos aceitar quanto à manobra que:
A) O papel da pressão cricoide, durante a PCR, não foi estudado, e seu uso rotineiro, portanto,
não é recomendado.
B) O papel da pressão cricoide, durante a PCR, não foi estudado, e seu uso rotineiro, portanto,
é recomendado.
C) O papel da pressão cricoide, durante a PCR, foi estudado, e seu uso rotineiro sempre é
recomendado.
D) O papel da descompressão cricoide, durante a PCR, não foi estudado, e seu uso rotineiro,
portanto, não é recomendado.
Via Aérea Avançada através da IOT é a obtenção de via aérea avançada e que permite melhor
oxigenação, sendo correto que:
A) Diminui as interrupções das compressões durante a RCP, pois estas passam a ser
descontínuas.
B) Diminui as interrupções das compressões durante a RCP, pois estas passam a ser
contínuas.
C) Aumenta as interrupções das compressões durante a RCP, pois estas passam a ser
contínuas.
D) Diminui as interrupções das compressões antes da RCP, pois estas passam a ser contínuas.
Intubação orotraqueal: também chamada via aérea DEFINITIVA, pois tem um cuff insuflado
na traqueia; essa é a melhor escolha para profissionais que sejam bem treinados, pois pode
ser monitorizada através da capnografia em forma de onda.
Após a obtenção de uma VAA as ventilações passam a ser assíncronas com as compressões,
sendo preconizado 10 ventilações a cada 1 minuto(1 ventilação cada 5-6 segundos) com
compressões torácicas contínuas, reduzindo dessa maneira as interrupções nas
compressões.
Por esse motivo a resposta é LETRA B.
» Questão rápida e rasteira sobre PCR/ACLS. Quais as duas regras que regem todos os
algoritmos do ACLS:
A) Seu tamanho não é indicado conforme o peso do paciente. Após insuflar o cuff, checar a
ausculta pulmonar, para confirmar posicionamento e funcionamento correto da máscara,
afastando possibilidade de complicações, como dobras na máscara.
B) Seu tamanho é indicado conforme o peso do paciente. Após insuflar o cuff, checar a
ausculta pulmonar, para confirmar posicionamento e funcionamento correto da máscara,
afastando possibilidade de complicações, como dobras na máscara.
C) Seu tamanho é indicado conforme a altura do paciente. Após insuflar o cuff, checar a
ausculta pulmonar, para confirmar posicionamento e funcionamento correto da máscara,
afastando possibilidade de complicações, como dobras na máscara.
D) Seu tamanho é indicado conforme o peso do paciente. Antes insuflar o cuff, checar a
ausculta pulmonar, para confirmar posicionamento e funcionamento correto da máscara,
proporcionando possibilidade de complicações, como dobras na máscara.
» Questão retirada na íntegra do clássico livro de preventiva intitulado Duncan " Condutas de
Atenção Primária Baseadas em Evidências". Vamos analisar as assertivas:
A) Incorreta. Quando se opta pela cauterização nos casos de falha do tamponamento, se
utiliza anestésicos sim! De preferência lidocaína spray a 4%.
B) Incorreta. O tamponamento nasal ANTERIOR é o mais simples de ser realizado, pois pode-
se acessar diretamente os vasos sanguíneos da mucosa.
C) Incorreta. Quando se opta pelo uso do tamponamento, ele NÃO deve ser retirado tão logo
cesse o sangramento.
D) Correta. Realmente, a pressão digital é bastante efetiva, pois a maioria dos sangramentos
origina-se na parte anterior do septo nasal.
Portanto, o nosso gabarito é a letra D. Não cabe recurso.
78 - 2020 HOS
» Vamos relembrar:
Estudos epidemiológicos demonstram que o risco associado à Hipertensão Arterial Sistêmica
(HAS) aumenta progressivamente a partir de níveis tão baixos como 110/75 mmHg e, devido
ao maior risco de eventos cardiovasculares em pacientes com Diabetes Melitus (DM) e HAS
associada, a maior parte das diretrizes recomenda que o ponto de corte para o diagnóstico e
o objetivo do tratamento seja 130/80 mmHg e não 140/90 mmHg como no restante da
população.
Ou seja, a pressão alvo no tratamento anti-hipertensivo deve ser inferior à 140/90mmhg na
população geral e 130/80mmhg para pacientes diabéticos.
Portanto, o nosso gabarito é a letra C.
Paciente de 10 anos vem ao pronto-socorro com queixa de mal-estar súbito. Ao exame físico,
paciente corado, sem desconforto respiratório, pressão arterial no percentil 50 para a idade,
com taquicardia importante. Realizada monitorização cardíaca, com frequência de 223 bpm e
identificado o traçado abaixo: Qual o diagnóstico do quadro acima?
A) Fibrilação Ventricular
B) Taquicardia sinusal
C) Taquicardia supraventricular estável
D) Torsades de Pointes
» O traçado mostra frequência cardíaca bastante aumentada, sem onda P, com QRS < 0,12 s e
ritmo regular, trazendo-nos o diagnóstico de taquicardia supraventricular. Pela ausência de
hipotensão arterial, rebaixamento do sensório, dor torácica ou congestão pulmonar, o
quadro é classificado como estável. O ritmo de fibrilação ventricular apareceria como caos
eletrocardiográfico, sem qualquer organização (A errada). A ausência de onda P exclui
taquicardia sinusal (B errada). A torsades des pointes é um exemplo de taquicardia
ventricular polimórfica (D errada). Resposta: C.
Paciente de 10 anos vem ao pronto-socorro com queixa de mal-estar súbito. Ao exame físico,
paciente corado, sem desconforto respiratório, pressão arterial no percentil 50 para a idade,
com taquicardia importante. Realizada monitorização cardíaca, com frequência de 223 bpm e
identificado o traçado abaixo: A conduta inicial para o caso deve ser:
A) Sulfato de magnésio
B) Manobra vagal
C) Atropina
D) Epinefrina
» O traçado mostra frequência cardíaca bastante aumentada, sem onda P, com QRS < 0,12 s e
ritmo regular, trazendo-nos o diagnóstico de taquicardia supraventricular. Pela ausência de
hipotensão arterial, rebaixamento do sensório, dor torácica ou congestão pulmonar, o
quadro é classificado como estável. Assim, o tratamento pode ser feito com manobra vagal
ou adenosina intravenosa. Sulfato de magnésio seria utilizado, por exemplo, na torsades des
pointes. (A errada). Atropina é tratamento para algumas bradiarritmias (C errada). Epinefrina
não faria sentido aqui também, já que aumentaria ainda mais a frequência cardíaca (B
errada). Resposta: C.
A) Na TSV refratária pode estar indicado o uso combinado ou seriado de bloqueadores dos
canais de cálcio, betabloqueadores ou demais antiarrítmicos endovenosos.
B) Adenosina deve ser administrada lentamente, sob risco de causar bradicardia.
C) Após a dose de ataque de adenosina, deixar contínuo 10mg/Kg/dia.
D) Nos pacientes com função ventricular comprometida ou no pós-operatório de cirurgia
cardíaca a amiodarona é uma boa opção.
A) Hidratação venosa.
B) Cardioversão elétrica.
C) Infusão de amiodarona por via intra-venosa.
D) Manobra vagal.
E) Infusão de atropina por via intra-venosa.
» O ECG revela uma fibrilação atrial (FA): (1) ausência de onda P; (2) ausência de onda f de
flutter; (3) QRS estreito; (4) RR irregularmente irregular. A resposta ventricular não está
aumentada (ausência de taquicardia), mas isso não exclui o diagnóstico de FA. Pois bem, qual
a provável etiologia? Ora, a paciente é uma mulher relativamente jovem com história de
amigdalites de repetição. Ao exame físico, apresenta sopro apical DIASTÓLICO, sugestivo de
estenose mitral. Logo, é mais do que razoável supor o diagnóstico de FA "valvar", isto é, FA
decorrente de sobrecarga atrial esquerda por estenose mitral moderada a grave originária de
sequelas de cardite reumática... Sabemos que neste caso não é preciso calcular o CHADS-
VASC: a paciente já é considerada de alto risco cardioembólico automaticamente! E sabemos
também que na FA "valvar" apenas o warfarin foi validado como anticoagulante (as demais
drogas orais aumentaram morbimortalidade). Obs.: cuidado para não marcar a letra A... A
questão dá a entender que demanda a conduta definitiva de longo prazo (isto é, é aceitável
iniciar a anticoagulação com heparina e depois passar para warfarin, mas a resposta certa
aqui é ter como objetivo usar warfarin indefinidamente). Resposta: C.
Dos anticoagulantes abaixo, qual NÃO deve ser indicado para uso em pacientes com fibrilação
atrial e prótese valvar metálica?
85 - 2020 HSL - RJ
Paciente masculino, 63 anos, com sobrepeso (IMC = 30), tabagista de longa data, portador de
diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica e dislipidemia é acordado às 3h da manhã
com forte dor torácica à esquerda que irradia para o pescoço. Em uso de losartana 25mg/dia,
metformina 850mg/dia e sinvastatina 20mg/dia. Ele é admitido no hospital de refrência com
PA =86x45mmHg, FC = 42bpm, SpO2 = 90% em ar ambiente, com FR = 42 irpm, turgência
jugular visível a 45º, sonolento e com diaforese. Paciente evoluiu com parada
cardiorrespiratória. Imediatamente após o diagnóstico, qual a conduta?
A) taquicardia sinusal
B) Taquicardia supraventricular
C) taquicardia ventricular monomórfica
D) síndrome de Wolff-Parkinson-White
E) Fibrilação atrial
» Vamos começar a analisar o eletrocardiograma... Temos uma FC bem próxima a 100 bpm
(inclusive, o próprio enunciado cita isso), o ritmo é aparentemente sinusal, o eixo não pode
ser calculado com uma única derivação, onda P normal, onda T normal, QRS “esquisito”...
Repare que a fase inicial do complexo QRS tem uma angulação diferente. Esse achado
eletrocardiográfico, conhecido como onda delta, é típico da síndrome de Wolff-Parkinson-
White, lembra dela?
Indivíduos com WPW possuem uma via acessória que conecta um átrio a um ventrículo. Veja
o que acontece... O estímulo elétrico proveniente do nó sinoatrial chega ao nó
atrioventricular (caminho normal) e à via acessória ao mesmo tempo, praticamente.
Entretanto, o estímulo que alcança o primeiro percurso sofre um processo de lentificação
(fisiológica) até iniciar sua descida pelo feixe de Hiss. Na via acessória, isso não ocorre! Sendo
assim, o potencial de ação desce até os ventrículos através dela. Mas acontece que a
despolarização ventricular a partir da via acessória ocorre de célula a célula e não conta com
um sistema especializado, como o de Hiss-Purkinje. Por isso, a fase inicial da despolarização é
mais lenta (justificando a onda delta). A partir do momento em que o estímulo “parado” no nó
AV começa a descer (lembre-se que ele sofreu uma lentificação quando chegou nesta região),
a despolarização ocorre normalmente, o que explica o fato de o restante do QRS ser
morfologicamente normal.
Essa via acessória faz com que o indivíduo seja predisposto a desenvolver algumas arritmias,
como flutter, FA, taquicardia ventricular. Certamente, foi isso que aconteceu com esse
adolescente...
Resposta: (D).
A) Hipocalemia;
B) Hipercalemia;
C) Hemorragia intracerebral;
D) Toxicidade digital;
E) Tetania hipocalcêmica;
» Temos um paciente com história de perda de consciência na rua onde foram realizadas
manobras de ressuscitação. Ok… Só com essa história não saímos do lugar! Agora, vamos ao
ECG que, inclusive, apresenta péssima qualidade. O que “salta aos olhos”?
Bem é bem possível evidenciar ondas T invertidas e de grande amplitude difusamente, as
chamadas ondas T cerebrais, comuns na ocorrência de hemorragia cerebral.
Melhor opção: alternativa C.
89 - 2020 FESO
90 - 2020 FUBOG
Apesar de os Novos Anticoagulantes Orais (NOACs) serem não inferiores aos antagonistas de
vitamina K na prevenção de Acidente Vascular Encefálico isquêmico (AVEi) em pacientes com
fibrilação atrial e tratamento de trombose venosa profunda, podemos APENAS concordar que:
» Pessoal, as assertivas estão muito mal escritas... decerto essa questão não passou por
revisão. Segundo a Diretriz da SBC "Prevenção do Acidente Vascular Cerebral na Fibrilação
Atrial: Foco na América Latina" (2016), página 1, os NOACs estão associados a MENOR risco de
sangramento:
"Os novos anticoagulantes orais não AVK (NOACs) representam um meio potencial de superar
muitas limitações associadas ao uso dos AVKs e do AAS, incluindo uma redução na
necessidade de monitoramento e risco reduzido de eventos hemorrágicos"
Dessa forma, solicitamos a anulação da questão, pois nenhuma das opções faz sentido.
Infelizmente, a banca manteve o gabarito como a opção B.
91 - 2020 FUBOG
Para os pacientes estáveis, com FA (Fibrilação Atrial) persistente, que vão se submeter à
cardioversão elétrica ou química, recomenda-se a ACO (Anticoagulante Oral) por pelo menos 3
semanas antes e 4 semanas após cardioversão na faixa terapêutica (RNI entre 2 a 3). Somente
está ERRADO o item:
A) Após 2 semanas, a manutenção da ACO deve ser de acordo com score de risco de CHA2
DS2 VASC.
B) O uso de ACO está indicado para os pacientes com flutter atrial nas mesmas considerações
que na FA.
C) A dose preferencial de rivaroxabana deve ser de 20 mg/dia, desde que tenham baixo risco
de sangramento.
D) A dose preferencial de dabigatrana deve ser de 150 mg 2x/dia, desde que tenham baixo
risco de sangramento.
» Segundo a diretriz da FA da SBC, a manutenção da ACO deve ser decidida de acordo com o
escore de risco de CHA2 DS2 VASC, mas após 4 semanas. Por essa razão a assertiva A está
errada e corresponde ao gabarito. As demais opções são corretas de acordo com a referida
diretriz.
92 - 2020 CEOQ
» Apesar dos dados da literatura acerca das paradas cardiorrespiratórias em ambiente extra
hospitalar serem pobres, sabemos que os ritmos de parada mais frequentes são a
taquicardia ventricular e a fibrilação ventricular, alcançando 80% dos eventos. Por se tratarem
de ritmos chocáveis, há um grande índice de reversão em pacientes prontamente tratados,
tendo o desfibrilador externo automático (DEA) um papel essencial nesse contexto,
resultando em uma sobrevida superior a 50%. Gabarito: Alternativa A.
93 - 2020 HMO - SA
» Pessoal, questão direta e tranquila. Frente a um paciente em PCR (o padrão "gasping" não
significa que o paciente está respirando, pois pode ocorrer ainda durante a fase elétrica da
parada), as primeiras condutas são chamar ajuda e checar o pulso carotídeo (considerando
que um médico, e não um leigo, está fazendo o atendimento). Resposta: C.
Homem de 77 anos se queixa de palpitação em repouso. Sem outras queixas. Nega doenças
conhecidas ou uso de medicamentos. Ao exame físico, PA: 140 X 90mmHg, FC 116bpm, FR
15ipm, SpO₂ 98%. O ritmo cardíaco é irregular, a primeira bulha é hiperfonética e há sopro
mesodiastólico em ruflar no apex do coração. Sem outras alterações ao exame físico.
Ecocardiograma: ventrículo esquerdo de dimensões levemente aumentadas, sem déficits
segmentares da contratilidade e fração de ejeção de 40%. Átrio esquerdo de volume muito
aumentado. Estenose mitral moderada e insuficiência mitral moderada de morfologia
reumática. Não se visualizam trombos. Eletrocardiograma; Considerando o caso descrito,
assinale a alternativa que apresenta a prescrição CORRETA para esse paciente.
A) Bisoprolol e varfarina.
B) Digoxina e enoxaparina.
C) Diltiazem e rivaroxabana.
D) Metoprolol e apixabana.
» Temos um paciente com exame físico compatível com fibrilação atrial (palpitação e ritmo
cardíaco irregular). Neste caso, está exposto o conceito de fibrilação atrial (FA) de etiologia
valvar, ou seja, secundária a um quadro de estenose aórtica, além de insuficiência mitral, o
que resultou em crescimento também de ventrículo esquerdo, visto que a estenose mitral
caracteristicamente poupa o ventrículo esquerdo, ocasionando crescimento atrial importante.
Assim, o tratamento consiste em controle da frequência cardíaca ou do ritmo, associado a
anticoagulação, uma vez que o paciente possui dois pontos no escore de CHA2DS2VASc
apenas pela idade. Quanto às drogas a serem utilizadas para este fim, sabemos que os
anticoagulantes de ação direta, como a rivaroxabana e a apixabana, não devem ser utilizadas
na FA valvar e que o controle de frequência cardíaca em pacientes com disfunção ventricular
esquerda não deve ser realizado com bloqueadores do canal de cálcio.
Gabarito: Alternativa A.
Homem de 35 anos, com queixa de dor torácica e palpitações aos esforços moderados, sem
relato de fadiga ou síncope. À ausculta apresenta sopro sistólico ejetivo melhor ouvido na
borda esternal esquerda, 3º espaço intercostal, e intensificado por manobra de Valsalva.
História familiar de morte súbita paterna. O exame mais indicado na investigação etiológica é:
A) eletrocardiograma.
B) teste ergométrico.
C) ressonância magnética cardíaca.
D) angiografia coronária.
E) teste genético.
» O sopro sistólico em foco aórtico acessório que se intensifica com manobra de Valsalva é
altamente sugestiva de miocardiopatia hipertrófica. Assim, devemos proceder a avaliação
estrutural do coração por ecocardiograma ou ressonância magnética, exames capazes de
evidenciar hipertrofia assimétrica não dilatada do coração.
Gabarito: Alternativa C.
96 - 2020 UFAL
Para que ocorra uma melhoria nas estruturas e nos sistemas de saúde, que é um dos pontos
essenciais no sucesso do atendimento da parada cardiorrespiratória (PCR), sendo inadequado
apenas:
A) Se estiver na região onde é indicado o local para aplicação das pás, afaste-as ou opte por
outro posicionamento das pás (anteroposterior, por exemplo).
B) Se estiver na região onde é indicado o local para aplicação das pás, não é necessário
afastar.
C) Se estiver na região onde é indicado o local para aplicação das pás, afaste-as, mas nunca
opte por outro posicionamento das pás (anteroposterior, por exemplo).
D) Se estiver na região onde é indicado o local para aplicação das pás, mantenha o
posicionamento das pás (anteroposterior, por exemplo).
Para paciente submetidos à cardioversão elétrica guiada por ECOTE e sem trombos,
recomenda-se a HNF EV (bolus seguido de infusão contínua) antes da cardioversão e deve-se
mantê-la até que a ACO plena seja atingida. Somente devemos indicar como ERRADO:
» Como é típico das provas da FUBOG, as assertivas foram retiradas na íntegra de Diretrizes da
Sociedade Brasileira de Cardiologia. Nesse caso, as de “Posicionamento sobre Antiagregantes
Plaquetários e Anticoagulantes em Cardiologia – 2019”. Em pacientes com fibrilação atrial (FA)
que necessitam de cardioversão de emergência (ex.: devido à instabilidade hemodinâmica),
pode-se utilizar a heparina não-fracionada (HNF) ou heparina de baixo peso molecular
(HBPM) em dose plena antes do procedimento (letra C correta), mantendo-as por pelo menos
quatro semanas. O erro na alternativa A é que a HNF endovenosa é realizada em bolus e
depois continuamente, em bomba infusora. Após o período de quatro semanas, a
necessidade de continuação do anticoagulante oral irá depender do risco CHA 2DS 2VASc.
Quando o paciente é submetido a uma ECOTE para avaliar trombos intracavitários e esse
exame dá “positivo”, deve-se aguardar para realizar a cardioversão por pelo menos três
semanas de anticoagulação e nova reavaliação após com novo exame (letra D correta). Se o
ECOTE não apontar trombos, a cardioversão pode ser feita, desde que o anticoagulante seja
imediatamente prescrito (letra B correta). Resposta: A.
A) Uma vez que o conteúdo arterial de oxigênio reduz, à medida que a PCR se prolonga.
B) Uma vez que o conteúdo arterial de oxigênio aumenta, à medida que a PCR se prolonga.
C) Uma vez que o conteúdo venoso de oxigênio reduz, à medida que a PCR se prolonga.
D) Uma vez que o conteúdo arterial de oxigênio reduz, não se altera medida que a PCR se
prolonga.
Assim que o DEA estiver disponível, o socorrista, se estiver sozinho, deve parar a RCP para
conectar o aparelho à vítima. Porém, caso ocorra outra situação, a alternativa correta é a
alternativa:
Paciente de 62 anos admitido no pronto socorro com história de há 3 horas evoluindo com
dor torácica de forte intensidade seguida de torpor. Ao exame físico: Mal estado geral com
Glasgow 12 e extremidades frias e pegajosas. Frequência cardíaca de 36 btm/min. PA:
70x30mmHg. Ausculta pulmonar: MV+ bilateralmente, com crepitações bibasais com
frequência respiratória de 25iRPM. Abdome: inocente. ECG realizado na urgência mostra o
seguinte traçado. Esse ECG indica um:
A) infarto agudo do miocárdio, com supra de ST, com indicação de cateterismo de urgência.
B) bloqueio átrio ventricular total, com indicação de implantação de marcapasso
transcutânea.
C) infarto agudo do miocárdio, sem supra de ST, com indicação de dupla agregação e CATE
eletivo.
D) bloqueio átrio ventricular, MOBITZ II, secundário a infarto agudo do miocárdio, indicado
fazer atropina.
» Esse homem de 62 anos abriu quadro de dor torácica há 3 horas e, agora, está chocado, com
vários sinais de baixo débito: hipotensão arterial, rebaixamento de consciência, extremidades
frias... O eletrocardiograma mostra:
(1) supradesnível do segmento ST em parede inferior, traduzindo possível infarto agudo do
miocárdio "com supra" (C errada) e
(2) ondas P e complexos QRS com ritmos totalmente dissociados, isto é, bloqueio
atrioventricular total (BAVT - D errada).
Diante dessa combinação de diagnósticos, quais seria sua conduta? É claro que o infarto com
supra que instabiliza o paciente deve ser abordado através de cateterismo cardíaco, e com
urgência! Mas atenção: o motivo mais provável para a instabilidade apresentada não é falha
de bomba resultante do infarto, mas baixo débito cardíaco por conta da marcada bradicardia
secundária ao BAVT. Assim, antes de pensar em levar o paciente para a mesa de angiografia,
deve-se estabilizá-lo através da colocação de marca-passo transcutâneo, isto é, o de mais
rápida e instalação (A errada). Com a frequência cardíaca normalizada por ação do marca-
passo, o paciente pode então ser submetido ao cateterismo com muito mais segurança...
Resposta: B.
Para que ocorra uma melhoria nas estruturas e nos sistemas de saúde, que é um dos pontos
essenciais no sucesso do atendimento da parada cardiorrespiratória (PCR), sendo inadequado
apenas:
Melhoria nas estruturas e nos sistemas de saúde: criação de um sistema integrado com
treinamento de pessoas, auxílio de materiais e transportes para um atendimento unificado,
além da disponibilidade de DEA em locais públicos com alta movimentação de pessoas”.
Resposta: letra D.
» Apesar dos dados da literatura acerca das paradas cardiorrespiratórias em ambiente extra
hospitalar serem pobres, sabemos que os ritmos de parada mais frequentes são a
taquicardia ventricular e a fibrilação ventricular, alcançando 80% dos eventos. Por se tratarem
de ritmos chocáveis, há um grande índice de reversão em pacientes prontamente tratados,
tendo o desfibrilador externo automático (DEA) um papel essencial nesse contexto,
resultando em uma sobrevida superior a 50%. Gabarito: Alternativa A.
Se a vítima não estiver respirando ou apresentar somente gasping e pulso, aplique uma
ventilação a cada 5 a 6 segundos, mantendo frequência de 10 a 12 ventilações por minuto.
Podemos apenas indicar que:
A) Cheque o pulso a cada 5 minutos. Se não detectar pulso na vítima ou estiver em dúvida,
inicie os ciclos de compressões e ventilações.
B) Cheque o pulso a cada 2 minutos. Se não detectar pulso na vítima ou estiver em dúvida,
inicie os ciclos de compressões e ventilações.
C) Cheque o pulso a cada 2 minutos. Se detectar pulso na vítima ou estiver em dúvida, inicie
os ciclos de compressões e ventilações.
D) Cheque o pulso a cada 2 minutos. Se não detectar pulso na vítima ou estiver em dúvida,
inicie os ciclos de compressões sem ventilações.
» Em pacientes com parada respiratória, isto é, apneia ou gasping + pulso central presente, o
suporte à vida consiste em realizar ventilações. A frequência é de uma ventilação a cada 5-6
segundos, ou seja, cerca de 10 a 12 ventilações por minuto. A cada 2 minutos de ventilação,
deve-se proceder à checagem de pulso, pois o paciente em parada respiratória pode evoluir
com parada cardíaca (A errada). Na eventualidade de o pulso central desaparecer ou se sua
presença tornar-se duvidosa, deve-se dar início às compressões torácicas em alternância com
as ventilações (C e D erradas). Resposta: B.
Vigilância e prevenção;
Reconhecimento e acionamento do serviço médico de emergência;
RCP imediata de alta qualidade;
Rápida desfibrilação, Suporte Avançado de Vida e cuidados pós-PCR, ou uma PCR extra-
hospitalar, Reconhecimento e acionamento do serviço médico de emergência;
RCP imediata de alta qualidade e rápida desfibrilação;
Serviços médicos básicos e avançados de emergência;
Suporte Avançado de Vida e cuidados pós-PCR.
Resposta: letra C.
108 - 2020 SMS - PR
A) Os DOACs (anticoagulantes orais diretos) podem ser utilizados em pacientes com estenose
aórtica importante e síncope.
B) Os DOACs estão contraindicados em pacientes com válvula mecânica.
C) Os DOACs estão contraindicados em pacientes com Clearance Creatinina - ClCr < 15 ml/min.
D) Os DOACs podem ser utilizados em pacientes com Estenose Mitral moderada à importante
e assintomáticos.
» Vejamos cada uma das assertivas acerca do uso do uso dos anticoagulantes orais de ação
direta (DOACs) no contexto da fibrilação atrial:
A - Correta. A estenose aórtica não é uma contraindicação ao uso dos DOACs.
B - Correta. A presença de válvula mecânica resultou em maior risco de trombose com uso
dos DOACs quando comparado ao uso de varfarina.
C - Correta. Os estudos que comprovaram a eficácia dos DOACs não contemplaram pacientes
com doença renal crônica em estágio V.
D - Incorreta. Os DOACs são contra indicados na fibrilação atrial de etiologia valvar, ou seja
secundária a estenose mitral moderada a importante.
Gabarito: Alternativa D.
» No manejo do paciente pós PCR que retoma ritmo próprio, devemos considerar a presença
de hipoperfusão orgânica, com hipofluxo cerebral. Por essa razão, existem medidas que
reduzem o impacto sobre o sistema nervoso central, como prevenção de febre, manutenção
de metas hemodinâmicas e controle da temperatura corporal
Gabarito: Alternativa B.
A) Deve ser evitado em pacientes com mais de 75 anos, pelo risco de sangramento.
B) Pacientes de alto risco de trombose devem usar aspirina e/ou clopidogrel.
C) Os novos anticoagulantes são melhores para portadores de válvula mecânica.
D) Pode causar hemorragia intracraniana.
» Questão simples, mas que traz conceito valiosíssimo sobre o atendimento à parada
cardiorrespiratória (PCR)... O suporte avançado de vida se baseia no tratamento, com
medicação, da arritmia responsável pela PCR. Qualquer que seja o ritmo (fibrilação
ventricular, taquicardia ventricular sem pulso, atividade elétrica sem pulso ou assistolia),
assim que iniciado o suporte avançado, devem ser investigadas as causas reversíveis de
parada (5H e 5T). Resposta: A.
Mulher, 67 anos, com hipertensão arterial controlada, sem alterações de exames laboratoriais.
Ecocardiograma (há um ano): aumento do átrio esquerdo. Vem à consulta de rotina
assintomática, apresentando o seguinte eletrocardiograma:
A) Adenosina e rivaroxabana.
B) Amiodarona e AAS.
C) Metoprolol e rivaroxabana.
D) Digoxina e AAS.
» O ECG revela uma fibrilação atrial (FA) com alta resposta ventricular: (1) taquicardia (FC > 100
bpm); (2) ausência de onda p; (3) ausência de onda f de flutter; (4) QRS estreito; (5) RR
irregularmente irregular... Pelo escore CHADS-VASC, trata-se de paciente com alto risco
cardioembólico (mulher = 1 ponto; idade entre 65-74 anos = 1 ponto; HAS = 1 ponto; soma
total = 3). Lembre-se que, em mulheres, um escore maior ou igual a 3 indica anticoagulação.
Os anticoagulantes de primeira linha na atualidade são os inibidores diretos de trombina ou
inibidores diretos do fator Xa, como a rivaroxabana. Para controle da frequência cardíaca
(visando evitar a taquicardiomiopatia), a droga de escolha na ausência de contraindicações é
um betabloqueador inibidor do nódulo AV, como o metoprolol. Logo, melho resposta letra C...
Ué, por que a questão foi anulada? Por um motivo simples... O enunciado descreve o caso,
mas não faz nenhuma pergunta objetiva. Logo, isso dá margem para interpretações
ambíguas e respostas divergentes. Questão mal-feita e merecidamente aniquilada...
A) Menos metade dos pacientes não são adequadamente tratados, por motivos que variam
desde a dificuldade de controle frequente de RNI até alto risco de sangramento.
B) Pacientes em uso de varfarina nem sempre se encontram na faixa terapêutica adequada
(em geral RNI entre 5 e 6).
C) Ocorre interação medicamentosa, principalmente antibióticos e anti-inflamatórios.
D) Ocorre interação com alimentos, uso irregular da medicação, intercorrências clínicas
agudas, entre outros.
» Questão sem muita dificuldade. Os algoritmos de atendimento no cenário de uma PCR são
pautados em condutas bem estabelecidas e simplificadas, para otimizar o atendimento
emergencial deste cenário extremo, com objetivo de reduzir a mortalidade e reverter o
quadro clínico inicial, levando à sobrevivência do paciente. Resposta: A.
» Vamos de baixo pra cima... Intubar o paciente não é uma prioridade nas manobras de RCP. A
prioridade número 1 é realizar RCP de alta qualidade e desfibrilar o mais precocemente
possível quando indicado (E errada)... A atropina saiu do protocolo na última atualização (D
errada)... PCR é contraindicação ABSOLUTA à VNI (C errada)... Determinar a etiologia da PCR é
essencial, e faz parte da avaliação secundária do paciente, isto é, após iniciadas as manobras
de reanimação em paciente com PCR constatada. As principais etiologias são lembradas pelo
mnemônico 5 H's e 5 T's: o tratamento específico de uma etiologia identificada deve ser
prontamente instituído, pois sem isso a PCR dificilmente é revertida (B errada). A
vasopressina deixou de ser recomendada como vasopressor durante as manobras de RCP!
Tem alto custo, baixa disponibilidade e não se mostrou efetivamente superior à tradicional (e
mais barata) adrenalina 1 mg IV em bolus. Resposta: A.
» Questão interessante... Como você sabe, a fibrilação atrial traz risco de fenômenos
tromboembólicos. Por que mesmo? Simples: o sangue fica "paradão" dentro do átrio, já que
essa cavidade cardíaca apenas fibrila, sem contrair de maneira adequada. Assim, há que se
ter muito cuidado com portadores dessa arritmia: a maioria deles é candidata ao uso de
anticoagulantes para prevenir tromboembolia. A indicação de iniciar anticoagulantes pode
ser definida através do CHA2DS2VASc:
(C)ongestive Heart Failure => 1 ponto (nossa paciente pontua);
(H)ipertensão => 1 ponto (nossa paciente pontua);
(A)ge>= 75 anos => 2 pontos (nossa paciente pontua);
(A)ge entre 65-74 anos => 2 pontos (já pontou para o critério idade);
(D)iabetes tipo II => 1 ponto (nossa paciente pontua);
(S)troke - AVE ou AIT ou fenômeno cardioembólico prévio => 2 pontos (nossa paciente
pontua);
História de doença (Vasc)ular => 1 ponto (não pontua);
(S)ex (c)ategory (feminino) => 1 ponto (nossa paciente pontua).
Nossa paciente tem 8 pontos! Todo paciente com 2 pontos ou mais tem indicação
de anticoagulante por tempo indeterminado, à exceção daqueles com risco muito elevado de
sangramento. Resposta: C.
122 - 2020 UEVA
»
O ECG mostra uma taquicardia com complexos QRS alargados, com ritmo regular. A principal
hipótese diagnóstica nesse caso torna-se a taquicardia ventricular, neste caso “monomórfica”.
Como o paciente apresenta desconforto torácico isquêmico (sinal de instabilidade
hemodinâmica), existe indicação imediata de cardioversão elétrica, que neste caso deve ser
sincronizada com o QRS, iniciando-se com 100 J. Resposta: A.
A) Cateterismo de urgência.
B) Manobra vagal com compressão do seio carotídeo.
C) Adenosina.
D) Atenolol.
E) Ablação por cateter.
Qual das opções abaixo contém o antidoto adequado para o tratamento de uma intoxicação
grave por atenolol?
A) Adrenalina
B) Digoxina
C) Amiodarona
D) Glucagon
E) Insulina NPH
» O autor questiona especificamente acerca da intoxicação por atenolol, uma vez que, apesar
de todos os betabloqueadores poderem ocasionar intoxicação, o atenolol é o mais
lipossolúvel, o que aumenta o seu tempo de permanência no organismo e aumenta o risco
de intoxicação. Pois bem, uma vez que essa complicação pode cursar com instabilidade
hemodinâmica, encontra-se recomendado o uso de glucagon, que através do aumento da
concentração de AMP cíclico intracelular promove o aumento do inotropismo cardíaco.
Gabarito: Alternativa D.
Um paciente é admitido no pronto atendimento trazido por colegas após cair durante um
jogo de futebol há 10 minutos. Você percebe que o paciente encontra-se sem pulso e inicia
manobras de ressuscitação cardiopulmonar. Após 30 segundos o desfibrilador chega e você
utiliza as pás para obter o traçado abaixo: Qual o ritmo encontrado?
A) Fibrilação Ventricular
B) Taquicardia SupraVentricular
C) Taquicardia Ventricular
D) Fibrilação Atrial
E) Torsades des Pointes
» A cateterização cardíaca, procedimento que requer equipe especializada para sua realização
dada a complexidade (afirmativa A incorreta) pode ser necessária como complementação
diagnóstica na hipertensão pulmonar, para determinar a classificação hemodinâmica
(précapilar, pós-capilar, mista), avaliar e quantificar a severidade da hipertensão pulmonar,
avaliar a resistência vascular pulmonar e suas modificações frente a intervenções
farmacológicas. O exame deve ser realizado sob sedação, principalmente na faixa etária
pediátrica, em que procedimentos mais invasivos são difíceis de ser realizados pela não
cooperação do paciente (B e C incorretas). Deve ser realizado idealmente antes do início do
tratamento, no momento do diagnóstico. Resposta: letra D.
129 - 2020 UFGD
A) É a arritmia sustentada mais comum na prática clínica, sendo 1/3 dos casos assintomáticos,
mais comum em paciente acima de 80 anos, e está relacionada a aproximadamente 20% dos
acidentes vasculares cerebrais.
B) Existem scores que podem predizer eventos cardioembólicos em pacientes com FA como,
por exemplo, o CHADS2 que significa: C-insuficiência cardíaca; H-HAS; A-nível de albumina; D-
doença renal; S-sedentarismo.
C) Os anticoagulantes orais não antagonistas da vitamina K são: varfarina, marcoumar,
apixabana e fondaparinux.
D) Controle de frequência cardíaca é uma opção no tratamento de FA crônica, sendo que a
amiodarona não é uma opção em casos de pacientes com cardiopatia estrutural com
remodelamento atrial importante.
E) A digoxina está contraindicada para controle de frequência cardíaca no contexto de FA.
Qual a sua conduta para esse paciente, considerando que o desfibrilador que você está
utilizando é monofásico?
Síncope é um sintoma muito comum em pacientes nos consultórios médicos. Com relação ao
tema, assinale a alternativa correta.
» Logo após o choque desfibrilatório, está proibido checar o ritmo e o pulso do paciente; deve-
se retomar as compressões torácicas de imediato (B e E erradas)! O motivo é simples: ainda
que o choque tenha sido suficiente para devolver o paciente à circulação espontânea, o
coração precisa de mais dois minutos "de ajuda" antes de poder reassumir total controle do
sistema circulatório - o órgão fica meio "baqueado" após a parada cardiorrespiratória... Dois
minutos após o choque, deve ser checado novamente o ritmo. Se o paciente permanecer com
ritmo chocável, trata-se de ritmo refratário a choque - a partir daí é que podem ser iniciadas
as manobras do suporte avançado: adrenalina (B e C erradas), considerar via aérea e buscar
causas reversíveis de parada. Resposta: A.
A) Fibrilação atrial.
B) Taquicardia sinusal.
C) Taquicardia atrial unifocal.
D) Taquicardia atrial multifocal.
E) Taquicardia atrial incessante.
Quais os parâmetros do ECG devem se conhecidos ao se avaliar uma criança com alteração do
ritmo?
» Questão conceitual. Os principais parâmetros do ECG que devem ser avaliados diante de uma
criança com alteração do ritmo são:
a) Análise do ritmo de base e quantificação da frequência cardíaca;
b) Análise da duração, amplitude e morfologia da onda P e duração do intervalo PR;
c) Determinação do eixo elétrico de P, QRS e T;
d) Análise da duração, amplitude e morfologia do QRS;
e) Análise da repolarização ventricular e descrição das alterações do ST-T, QT e U quando
presentes.
A avaliação do débito cardíaco não está contemplada nesses parâmetros (letras A, B, e C
erradas).
Resposta: letra D.
A) existem três fases distintas da PCR, sendo que na fase elétrica, que ocorre entre 5-10
minutos da parada, a depleção dos substratos para o adequado metabolismo é o fator
etiológico principal dessa fase.
B) na fase metabólica, período que sucede 10 minutos de PCR, geralmente encontra-se a
fibrilação ventricular como principal complicador desse período.
C) atualmente, a AHA (American Heart Association) preconiza compressões torácicas acima de
120 bpm com profundidade acima de 6 cm no tórax.
D) mesmo após décadas de estudos, nenhuma droga administrada durante a PCR se mostrou
benéfica no aumento da sobrevida de pacientes neurologicamente intactos. Apesar da
letalidade e da alta frequência dessa condição, ainda se vive o desconhecido, visto que apenas
25% das recomendações da AHA são classe I e apenas 1% é nível de evidência A.
E) à luz das melhores evidências, o estabelecimento de uma via aérea avançada, durante a
PCR, deve ser uma prioridade na fase inicial da parada cardiorrespiratória.
» A fase elétrica (arritmia) é o momento da PCR em si, isto é, a PCR começa assim que esta fase
começa (A errada). A fase metabólica antecede a PCR geralmente no ambiente intra-
hospitalar, tendo como principais ritmos a AESP e a assistolia. É causada por degeneração do
estado clínico do paciente em função de uma doença de base grave, como a sepse e as
insuficiências orgânicas (B errada). Na RCP de qualidade o tórax é comprimido entre 5-6 cm.
Uma profundidade de compressão > 6 cm não melhora a eficácia, apenas aumenta o risco de
traumatismo. A frequência de compressões deve ficar entre 100-120 por minuto (C errada).
Apesar de algumas drogas serem indicadas no ACLS (ex.: adrenalina para todos os ritmos e
amiodarona para ritmos chocáveis refratários), não há evidências consistentes de benefício
sobre a mortalidade, somente aumento na chance de retorno da circulação espontânea (o
que não necessariamente significa que o paciente vai sobreviver à internação, já que o
retorno da circulação espontânea é apenas um dos elos na "cadeia de sobrevivência à PCR").
A falta de estudos é inerente às próprias dificuldades de realizar estudos com este tipo de
paciente - D correta. O estabelecimento de uma via aérea definitiva (ex.: entubação traqueal)
não é considerado prioritário nas manobras de reanimação, podendo ser protelado,
principalmente quando não se tem expertise ou segurança em realizar o procedimento e a
ventilação consegue ser adequadamente mantida com dispositivo de bolsa-válvula-máscara.
As prioridades máximas são não atrasar e interromper o mínimo possível as compressões
torácicas, bem como realizar desfibrilação o mais rápido possível quando indicado (E errada).
Resposta: D.
Segundo o livro-texto do curso ACLs (Advanced Cardiology Life Support), assinale a alternativa
correta.
» A capnografia de onda contínua é um método que só deve ser usado quando o paciente
estiver com via aérea definitiva (isto é, entubado) - A errada... Trata-se de método
considerado obrigatório após intubação - B errada... As manobras só devem ser
interrompidas para checagem de pulso após terminado um ciclo de RCP, mesmo que o CO2
exalado (PETCO2 aumente de forma significativa, o que é um indício indireto de retorno da
circulação espontânea) - C errada. Compressões torácicas eficientes produzem PETCO2 > 10
mmHg na capnografia de onda contínua - D errada. Valores < 10 mmHg dão o feedback de
que as compressões estão sendo ineficientes... Resposta: E.
Aloísio, 72 anos, portador de Hipertensão Arterial, diabetes, gota e doença renal crônica
(Clearence de Creatinina de 25ml/min) em uso de Enalapril 10mg a cada 12 horas, procura
consulta médica, pois nos últimos meses vem apresentando palpitações. Ao exame físico,
apresenta-se com PA 160x70mmHg, FC: 64bpm, FR: 18 rpm, com bulhas cardíacas arrítmicas
na ausculta e com pulso irregular, sem outras alterações no exame. Você realizou um
eletrocardiograma que revelou o diagnóstico de Fibrilação Atrial. Das escolhas a seguir sobre
a estratégia para prevenção de fenômenos embólicos, a mais adequada é
A) iniciar Varfarina imediatamente, realizar o ajuste da dose periodicamente com alvo de TAP
com RNI entre 2 e 3.
B) não indicar terapia anticoagulante devido à idade e à disfunção renal.
C) iniciar com AAS na dose de 100mg como droga de escolha devido ao seu perfil de
segurança.
D) iniciar Varfarina obrigatoriamente em ambiente hospitalar acompanhado de infusão
parenteral de heparina e posterior ajuste de TAP.
E) iniciar AAS associado a Clopidogrel.
» Para definirmos a melhor estratégia para prevenir eventos embólicos na FA, é preciso calcular
o CHA2DS2VASc do paciente. De acordo com a diretriz mais recente da AHA, existem três
tipos de recomendações com base no valor do escore:
- Mulher: 1 / Homem: 0 – Não anticoagular.
- Mulher: 2 / Homem: 1 – Considerar anticoagulação.
- Mulher: 3 ou mais / Homem: 2 ou mais – Anticoagular.
Perceba que ele tem 3 pontos (idade 65-74 anos, hipertensão e diabetes), ou seja, ele merece
ser anticoagulado – opções (B), (C) e (E) incorretas. Embora haja uma certa “tendência
trombótica” nos primeiros dias de uso da varfarina, não é necessário prescreve-la junto com a
heparina na FA. A medicação pode ser iniciada no ambulatório, sem a necessidade de
internação – opção (D) incorreta. Resposta: (A).
A) Flutter Atrial.
B) Taquicardia Sinusal.
C) Taquicardia Supraventricular.
D) Taquicardia Ventricular.
» O enunciado é gigantesco, mas o que realmente importa para esta questão é o traçado
eletrocardiográfico... Estamos vendo criança com importante taquicardia — 174 bpm — ou
seja, vamos analisar o eletrocardiograma sob a óptica das taquiarritmias. Grosseriamente,
esse grupo de arritmias pode ser dividido entre taquicardias supraventriculares e
ventriculares. Nos ritmos supraventriculares, o estímulo responsável pelo batimento segue
pelas "vias expressas" de condução, na sequência nodo sinusal, nodo atrioventricular, feixe
de His e daí para os miócitos ventriculares; assim, a condução é rápida e o QRS dura menos
que 0,12 segundos — é considerado "estreito". Nos ritmos ventriculares, o estímulo para
os batimentos surge dentro dos ventrículos e sai disparando miócito a miócito — desse
modo, a condução é lenta e o QRS dura pelo menos 0,12 segundos, sendo considerado
"alargado". Pronto! Com esses conceitos, fica mais fácil: o eletrocardiograma mostra QRS
alargado, compatível com taquicardia ventricular (A, B e C teriam QRS estreito). Resposta: D.
A) Realizar cardioversão.
B) Realizar Manobra Vagal.
C) Administrar Atropina.
D) Administrar Adenosina.
» Estamos vendo criança com importante taquicardia — 174 bpm — e sinais de instabilidade:
tempo de enchimento capilar alargado, pulsos finos e síncope. Para decidirmos a conduta
imediata, precisamos primeiro entender o ritmo elétrico do paciente: veja, o batimento
apresentado é "alargado", isto é, dura mais que 0,12 s, traduzindo ritmo ventricular. Está
feito, pois, o diagnóstico de taquicardia ventricular instável. A conduta em taquiarritmias
instáveis, via de regra, é cardioversão elétrica (B, C e D erradas). Resposta: A.
Paciente feminina, 35 anos, sem comorbidades, admitida em leito de terapia intensiva após
laparotomia exploradora por cisto de ovário roto. Após 12 horas de observação clínica,
apresenta dor torácica de forte intensidade, palpitações, associada à dispneia súbita. Nega
vômitos. Permanece estável hemodinamicamente, sem alterações neurológicas. Realizado
eletrocardiograma abaixo. A conduta mais adequada neste caso é:
A) Amiodarona e Magnésio.
B) Amiodarona e Lidocaína.
C) Magnésio e Procainamida.
D) Procainamida e Lidocaína.
» O traçado mostra complexos QRS largos e idênticos, sem linha de base entre eles. Como o
paciente evolui com ausência de pulso, podemos afirmar que se trata de taquicardia
ventricular sem pulso. Se o quadro for revertido com sucesso, é praxe utilizar um
antiarrítmico com intuito profilático, isto é, visando evitar a recidiva. As drogas validadas são
a amiodarona e, na sua ausência ou contraindicação, a lidocaína. Resposta: B.
A) Fibrilação ventricular
B) Fibrilação atrial
C) Torsaides des pointes
D) Flutter atrial
» O ritmo cardíaco definido pela ausências de ondas P, com QRS estreito e irregular, é a
fibrilação atrial. Nesse ritmo cardíaco há ausência de contração atrial organizada e efetiva. Na
fibrilação atrial e no Torsades de pointes esperamos complexos QRS largos, por serem
arritmias ventriculares, e no flutter atrial espera-se um ritmo regular em função do
mecanismo de reentrada.
Gabarito: Alternativa B.
A) Procainamida
B) Amiodarona
C) Quinidina
D) Beta bloqueador
» A questão se refere ao caso de um paciente que desenvole fibrilação atrial aguda com alta
resposta ventricular (taquicardia) no pós-operatório. Ora, se o paciente está
hemodinamicamente estável, a primeira droga a ser ministrada, na ausência de
contraindicações, é um bloqueador do nódulo AV para controle da frequência cardíaca, como
um betabloqueador. A amiodarona (antiarrítmico) pode ser usada em casos de taquicardia
refratária a outros inibidores do NAV, bem como na cardioversão química e profilaxia
secundária da recidiva da FA após cardioversão. A banca deu como gabarito a letra B, mas, ao
nosso ver, a melhor resposta seria a letra D.
J.C.S, mulher, estudante, 22 anos, vem ao pronto socorro por tentativa de suicídio após
ingestão oral proposital de 400 mg de amitriptilina, um antidepressivo tricíclico com atividade
anticolinérgica, há mais de 03 horas a sua chegada ao PS. Ao exame físico: confusa, em
letargia e com midríase bilateral. Seu eletrocardiograma no monitor mostra prolongamento
do QRS, distúrbios de condução A-V e bradicardia. Neste caso, a melhor opção de tratamento
seria:
» Paciente com tentativa de autoextermínio com uso de tricíclicos, que desenvolve alterações
eletrocardiográficas compatíveis com intoxicação pela droga. Considerando o risco de
instabilidade hemodinâmica, duas medidas são recomendadas: A alcalinização plasmática,
visando inibição da ação da droga, e a estimulação cardíaca artificial temporária com
marcapasso, até que haja clearance da droga e reversão do quadro. A massagem do seio
carotídeo é útil nas taquiarritmias supraventriculares, assim como a amiodarona. O gluconato
de cálcio é uma opção terapêutica aos pacientes que desenvolvem alteração
eletrocardiográfica secundária à hipercalemia.
Gabarito: Alternativa A.
Paciente feminina, 35 anos, sem comorbidades, admitida em leito de terapia intensiva após
laparotomia exploradora por cisto de ovário roto. Após 12 horas de observação clínica,
apresenta dor torácica de forte intensidade, palpitações, associada a dispneia súbita. Nega
vômitos. Permanece estável hemodinamicamente, sem alterações neurológicas. Realizado
eletrocardiograma abaixo. A conduta MAIS adequada neste caso é:
3 - Tem onda f de flutter?
Sim: flutter atrial.
Não: próxima pergunta.
4 - O QRS é alargado?
Sim: taquicardia ventricular.
Não: próxima pergunta.
5 - O intervalo RR é regular?
Sim: taquicardia supraventricular paroxística ("taqui supra").
Não: fibrilação atrial.
Em casos de "taqui supra" com sinais de instabilidade - qualquer um dentre dor torácica,
hipotensão, rebaixamenteo de consciência e congestão pulmonar - a conduta admite duas
possibilidades: ou cardioversão elétrica ou adenosina via intravenosa, na dose de 6mg.
Amiodarona seria utilizada para taquicardia ventricular estável (A e B erradas). O metoprolol
poderia ser utilizado em "taqui supra" estável, para lentificar a frequência cardíaca e permitir
melhor análise do traçado (C errada).
Resposta: D.
Resposta: letra E.
» Antiarrítmicos podem ser usados nos ritmos chocáveis quando os mesmos se mostram
"refratários", isto é, a arritmia não cessa após o segundo choque. A droga de escolha é a
amiodarona, sendo a lidocaína uma opção somente na indisponibilidade da amiodarona.
Logo, B errada... Apesar de atropina ter sido retirada do protocolo ACLS, ela pode ser
ministrada por via endotraqueal através do tubo (A correta). Para a vasopressina não há
evidências de benefício em crianças (B correta). O cálcio pode ser útil nos casos descritos na
letra D (correta): na hipocalcemia estamos repondo o cálcio que falta, na hipercalemia
estamos protegendo eletricamente o miocárdio, na hipermagnesemia o cálcio compete com
o magnésio pelos mesmos sítios de ação, bloqueando seus efeitos tóxicos, na intoxicação por
antagonistas de canal de cálcio a reposição se contrapõe ao bloqueio dos referidos canais.
Resposta: B.
Você está tratando um indivíduo que apresentou uma fibrilação ventricular. Após reanimação
cardiopulmonar e uma tentativa de desfibrilação, seu novo ritmo é um bloqueio
atrioventricular de 3º grau. O próximo passo no manejo é
A) repetir desfibrilação.
B) vasopressina.
C) marca-passo transcutâneo.
D) epinefrina alta dose.
» Na sequência do algoritmo ACLS, após o choque a RCP é retomada por 5 ciclos (2 minutos),
após o que o ritmo é novamente checado. Havendo ritmo que não FV ou assistolia, avalia-se a
presença de pulso. Se houver pulso, entraremos no próximo elo da cadeia de sobrevivência:
os cuidados pós-parada. Neste caso, se o paciente estiver hipotenso com um bloqueio
atrioventricular completo (3º grau), a conduta é instalar uma marcapasso transcutâneo até
que um marcapasso transvenoso e, eventualmente, definitivo, sejam impantados. No
entanto, o paciente pode estar em AESP (atividade elétrica sem pulso), isto é, o ECG pode
mostrar um ritmo qualquer que não seja FV, TV ou assistolia, e não haver circulação
espontânea. Neste caso, a conduta consiste em administrar epinefrina 1 mg IV a cada 3-5
minutos (dose "padrão", diferente do conceito de "alta dose"), mantendo RCP contínua e
investigando e tratando possíveis etiologias dentro do mnemônico 5 H's e 5 T's... O problema
dessa questão é que ela não deixa claro que o BAV de 3º grau que o paciente apresenta é ou
não acompanhado de pulso. Esta informação é essencial, pois muda completamente a
conduta (ex.: marca-passo não tem benefício se o paciente estiver em AESP)... Questão
merecidamente anulada pela banca.
» Essa criança tem taquicardia ventricular (TV) — veja a alta frequência cardíaca com QRS
alargado no "eletro" — e critério de instabilidade (rebaixamento do nível de consciência).
Assim, a conduta imediata é a realização de cardioversão elétrica, na dose de 1 Joule/kg de
peso. Amiodarona poderia ser utilizada em portadores da mesma arritmia sem instabilidade
(A e B erradas), enquanto a desfibrilação estaria indicada na TV sem pulso. Resposta: D.
Das combinações abaixo, a opção terapêutica que tem como objetivo a redução da
mortalidade de pacientes com insuficiência cardíaca crônica são:
» No curso da insuficiência cardíaca (IC), existem mediadores químicos que dirigem a instalação
e a progressão da doença… Os mais estudados são: noradrenalina, angiotensina II e
aldosterona. Grandes trabalhos já comprovaram que, inibindo a ação ou a produção dessas
moléculas, conseguimos aumentar a sobrevida de pacientes com IC de baixo débito (ou
sistólica). Os fármacos utilizados para este fim são os (1) iECA ou "pril" (inibidores da enzima
conversora de angiotensina), os (2) bloqueadores da angiotensina II ou “sartans" (BRA), os (3)
betabloqueadores e (4) inibidores diretos da aldosterona, como a espironolactona. Dentre os
betabloqueadores, pode-se citar o bisoprolol, o carvedilol e o succinato de metoprolol. Em
doentes intolerantes e/ou contraindicados aos iECA ou aos BRA, a dupla hidralazina-
dinitrato pode substitui-los, trazendo também melhora do curso clínico da insuficiência
cardíaca, com aumento da sobrevida. A ivabradina, inibidor específico e seletivo da corrente
“If” do nó sinoatrial, também tem sido relacionada, por alguns trabalhos, ao aumento de
sobrevida desses pacientes... Já para a melhora dos sintomas, sem modificação de sobrevida,
podemos empregar remédios para reduzir a volemia e, portanto, as pressões de enchimento
ventricular - caso da furosemida; e medicamentos para aumentar a força contrátil do
miocárdio, como é o caso da digoxina (A errada). Os tiazídicos, os bloqueadores de canal de
cálcio, o varfarin e a amiodarona não influem na sobrevida de pacientes com IC (B, D e E
erradas). Resposta: C.