You are on page 1of 211

Medidas e Avaliação em

Educação Física
Profa. Beatriz Dittrich Schimitt
Profa. Giandra Anceski Bataglion

2017
Copyright © UNIASSELVI 2017

Elaboração:
Profa. Beatriz Dittrich Schimitt
Profa. Giandra Anceski Bataglion

Revisão, Diagramação e Produção:


Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri


UNIASSELVI – Indaial.

613.707
S335m Schimitt; Beatriz Dittrich
Medidas e avaliação em educação física / Beatriz Dittrich
Schimitt; Bataglion, Giandra Anceski: UNIASSELVI, 2017.
201 p. : il.

ISBN 978-85-515-0069-9

1.Educação Física – Estudo e Ensino.


I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
Apresentação
Prezado acadêmico!

Este livro didático foi desenvolvido pelas professoras Beatriz Dittrich


Schmitt e Giandra Anceski Bataglion. A professora Beatriz possui graduação
no curso de Licenciatura em Educação Física, obtida pela Universidade Federal
de Santa Catarina, mestrado na área da Educação Física, pela Universidade
Federal do Triângulo Mineiro e atualmente cursa doutorado em Ciências do
Movimento Humano pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A
professora Giandra possui graduação no curso de Licenciatura em Educação
Física e mestrado em Educação Física, ambos pela Universidade Federal de
Santa Catarina.

Didaticamente, este livro será organizado em três unidades que


atendem à ementa da disciplina, que preconiza que sejam apresentados
conceitos básicos sobre fundamentos antropométricos e morfológicos para
avaliação visando à melhoria do condicionamento físico, do rendimento e da
qualidade de vida.

Ao término dos estudos, espera-se que o acadêmico compreenda a


importância das medidas e avaliações para a Educação Física, reconheça quais
são as principais técnicas, instrumentos e testes físicos que são frequentemente
utilizados pelos profissionais da área e estejam aptos a aplicá-las em sua
atuação profissional.

Para tanto, na Unidade 1, você aprenderá aspectos históricos e


conceitos essenciais relacionados às medidas e avaliações, bem como sua
aplicação prática.

Na Unidade 2, o enfoque serão as técnicas e instrumentos utilizados


no âmbito das medidas e avaliações na Educação Física, sobretudo, acerca das
medidas antropométricas e medidas de composição corporal.

Por fim, a Unidade 3 contempla assuntos relacionados aos testes de


aptidão física relacionadas à saúde e ao desempenho atlético. Para tanto, serão
abordados componentes como a força, a resistência, a velocidade, a potência,
a flexibilidade, a agilidade, o equilíbrio e a coordenação.

Bons estudos!
Profa. Beatriz Dittrich Schimitt
Profa. Giandra Anceski Bataglion

III
UNI

Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades
em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o


material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato
mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação
no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.

Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente,


apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.

Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto
em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de


Desempenho de Estudantes – ENADE.

Bons estudos!

UNI

Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos


materiais ofertados a você e dinamizar ainda
mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza
materiais que possuem o código QR Code, que
é um código que permite que você acesse um
conteúdo interativo relacionado ao tema que
você está estudando. Para utilizar essa ferramenta,
acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor
de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa
facilidade para aprimorar seus estudos!

IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 - CINEANTROPOMETRIA............................................................................................ 1

TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÕES....................................................... 3


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 3
2 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA............................................................................................. 3
3 DEFINIÇÕES: ANTROPOMETRIA E CINEANTROPOMETRIA.............................................. 5
4 APLICAÇÕES PRÁTICAS................................................................................................................... 7
4.1 APLICAÇÕES PRÁTICAS ANTIGAS........................................................................................... 7
4.2 APLICAÇÕES PRÁTICAS MODERNAS...................................................................................... 8
5 OBJETIVOS DAS MEDIDAS E AVALIAÇÕES NA EDUCAÇÃO FÍSICA............................... 12
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 15
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 17

TÓPICO 2 – CONCEITOS BÁSICOS: TESTAR, MEDIR E AVALIAR.......................................... 21


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 21
2 CONCEITOS BÁSICOS: TESTAR, MEDIR E AVALIAR.............................................................. 21
2.1 TESTAR.............................................................................................................................................. 22
2.2 MEDIR................................................................................................................................................ 22
2.3 AVALIAR............................................................................................................................................ 23
3 TIPOS DE TESTES................................................................................................................................ 25
4 TIPOS DE MEDIDAS........................................................................................................................... 26
5 TIPOS DE AVALIAÇÃO...................................................................................................................... 27
5.1 VALORES DE REFERÊNCIA PARA AVALIAÇÃO..................................................................... 28
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 31
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 33

TÓPICO 3 – SELEÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO.............................................. 37


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 37
2 QUALIDADE DO TESTE.................................................................................................................... 38
2.1 PRINCIPAIS TIPOS DE VALIDADE.............................................................................................. 40
2.1.1 Validade face ou lógica........................................................................................................... 42
2.1.2 Validade de conteúdo.............................................................................................................. 42
2.1.3 Validade de constructo............................................................................................................ 43
2.1.4 Validade concorrente............................................................................................................... 43
2.1.5 Validade preditiva................................................................................................................... 43
2.1.6 Recursos estatísticos................................................................................................................ 43
2.2 PRINCIPAIS TIPOS DE REPRODUTIBILIDADE: CONSISTÊNCIA DAS MEDIDAS.......... 44
2.2.1 Teste-reteste.............................................................................................................................. 44
2.2.2 Instrumentos paralelos........................................................................................................... 44
2.2.3 Divisão do instrumento.......................................................................................................... 45
2.3 Erros de medida................................................................................................................................ 45
3 ASPECTOS PRÁTICOS........................................................................................................................ 48
4 ASPECTOS PEDAGÓGICOS............................................................................................................. 49
5 UTILIZAÇÃO DOS RESULTADOS.................................................................................................. 50

VII
6 OUTROS ASPECTOS RELEVANTES............................................................................................... 50
7 VISÃO GERAL....................................................................................................................................... 51
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 53
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 54

UNIDADE 2 - TÉCNICAS E INSTRUMENTOS................................................................................ 63

TÓPICO 1 – ALTURAS E MASSA CORPORAL................................................................................ 65


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 65
2 ALTURAS................................................................................................................................................ 67
2.1 INSTRUMENTO............................................................................................................................... 69
2.2 ESTATURA........................................................................................................................................ 69
2.3 ALTURA TRONCO-CEFÁLICA............................................................................................. 71
3 MASSA CORPORAL............................................................................................................................ 72
3.1 INSTRUMENTO............................................................................................................................... 72
3.2 TÉCNICAS DE MENSURAÇÃO.................................................................................................... 73
3.3 PROCEDIMENTO............................................................................................................................ 74
4 ÍNDICE DE MASSA CORPORAL..................................................................................................... 74
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 76
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 77

TÓPICO 2 – DIÂMETROS, COMPRIMENTOS, PERÍMETROS


E DOBRAS CUTÂNEAS.................................................................................................. 79
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 79
2 DIÂMETROS.......................................................................................................................................... 80
2.1 INSTRUMENTO............................................................................................................................... 81
2.2 BIACROMIAL................................................................................................................................... 83
2.3 BICRISTA-ILÍACA............................................................................................................................ 84
2.4 BIEPICONDILAR DO FÊMUR....................................................................................................... 85
2.5 BIMALEOLAR.................................................................................................................................. 85
2.6 BIEPICONDILAR DO ÚMERO...................................................................................................... 86
2.7 BIESTILOIDE..................................................................................................................................... 87
3 COMPRIMENTOS................................................................................................................................ 88
3.1 INSTRUMENTOS............................................................................................................................. 89
3.2 MEMBROS INFERIORES................................................................................................................ 90
3.3 COXA.................................................................................................................................................. 91
3.4 PERNA............................................................................................................................................... 92
3.5 MEMBROS SUPERIORES................................................................................................................ 92
3.6 BRAÇO............................................................................................................................................... 93
3.7 ANTEBRAÇO.................................................................................................................................... 94
4 PERÍMETROS ....................................................................................................................................... 95
4.1 INSTRUMENTOS............................................................................................................................. 97
4.2 COXA.................................................................................................................................................. 97
4.3 PERNA............................................................................................................................................... 98
4.4 BRAÇO............................................................................................................................................... 99
4.5 ANTEBRAÇO.................................................................................................................................... 100
4.6 CINTURA........................................................................................................................................... 101
4.7 QUADRIL.......................................................................................................................................... 102
5 DOBRAS CUTÂNEAS.......................................................................................................................... 103
5.1 INSTRUMENTOS............................................................................................................................. 105
5.2 DOBRA TRICIPITAL........................................................................................................................ 105
5.3 DOBRA SUBESCAPULAR.............................................................................................................. 106
5.4 DOBRA SUPRAILÍACA.................................................................................................................. 107

VIII
5.5 DOBRA ABDOMINAL.................................................................................................................... 108
5.6 AXILAR MÉDIA............................................................................................................................... 109
5.7 COXA MÉDIA................................................................................................................................... 110
5.8 PANTURRILHA MEDIAL.............................................................................................................. 111
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 112
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 114

TÓPICO 3 – COMPOSIÇÃO CORPORAL.......................................................................................... 117


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 117
2 MODELOS DE ANÁLISE.................................................................................................................... 118
3 FRACIONAMENTO DO PESO CORPORAL.................................................................................. 119
4 TÉCNICAS DE MEDIDA DA COMPOSIÇÃO CORPORAL....................................................... 121
4.1 TÉCNICAS INDIRETAS.................................................................................................................. 122
4.2 TÉCNICAS DUPLAMENTE INDIRETAS..................................................................................... 124
4.3 APLICAÇÃO DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS................................................................. 125
4.3.1 Análise do perímetro da cintura............................................................................................ 125
4.3.2 Razão cintura/quadril............................................................................................................. 126
4.3.3 Índice de conicidade................................................................................................................ 127
5 EQUAÇÕES PREDITIVAS.................................................................................................................. 127
5.1 DENSIDADE CORPORAL.............................................................................................................. 128
5.2 GORDURA RELATIVA.................................................................................................................... 129
5.3 GORDURA ABSOLUTA.................................................................................................................. 130
5.4 MASSA MAGRA.............................................................................................................................. 130
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 131
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 133

UNIDADE 3 - TESTES FÍSICOS........................................................................................................... 141

TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO À APTIDÃO FÍSICA.......................................................................... 143


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 143
2 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DOS TESTES FÍSICOS.................................................. 146
3 A IMPORTÂNCIA E OS OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA................... 149
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 151
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 153

TÓPICO 2 – DEFINIÇÃO DAS CAPACIDADES MOTORAS RELACIONA DAS AOS


COMPONENTES DA APTIDÃO FÍSICA........................................................................................... 157
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 157
2 CONCEITOS BÁSICOS....................................................................................................................... 159
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 164
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 165

TÓPICO 3 – DESCRIÇÃO DOS TESTES FÍSICOS........................................................................... 169


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 169
2 DESCRIÇÃO DE TESTES FÍSICOS.................................................................................................. 171
2.1 TESTES DE RESISTÊNCIA CARDIORRESPIRATÓRIA ........................................................... 171
2.2 TESTES DE FORÇA/RESISTÊNCIA.............................................................................................. 173
2.3 TESTES DE FLEXIBILIDADE......................................................................................................... 177
2.4 TESTES DE VELOCIDADE............................................................................................................. 182
2.5 TESTES DE POTÊNCIA................................................................................................................... 185
2.6 TESTES DE AGILIDADE................................................................................................................. 187
2.7 TESTES DE EQUILÍBRIO................................................................................................................ 188

IX
3 RESULTADOS DOS TESTES FÍSICOS............................................................................................ 190
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 193
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 195

REFERÊNCIAS.......................................................................................................................................... 199

X
UNIDADE 1

CINEANTROPOMETRIA

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo dessa unidade, você será capaz de:

• conhecer aspectos históricos sobre as medidas e avaliações;


• conceituar o que é antropometria e cineantropometria;
• reconhecer a importância do planejamento;
• compreender as principais fases do planejamento;
• conhecer os objetivos das medidas e avaliações na educação física;
• definir o que é testar, medir e avaliar;
• diferenciar e conceituar os diferentes tipos de avaliação (diagnóstica, for-
mativa, somativa);
• estudar os valores de referência para avaliação (baseado por norma ou por
critério);
• aprender como selecionar os instrumentos de avaliação;
• reconhecer a qualidade do teste (validade, reprodutibilidade e objetivida-
de), aspectos práticos (viabilidade e a economia), aspectos pedagógicos
(facilidade de entendimento e motivação) e a utilização dos resultados (es-
pecificidade e prescrição);
• estudar os tipos de validade: validade face ou de lógica, validade de con-
teúdo, validade de constructo, validade concorrente e validade preditiva;
• estudar a consistência das medidas: teste-reteste, instrumentos paralelos,
divisão do instrumento.
• estudar os diferentes tipos de erros de medida.

PLANO DE ESTUDOS
Essa unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um
deles você encontrará atividades que reforçarão o seu aprendizado.

TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÕES

TÓPICO 2 – CONCEITOS BÁSICOS: TESTAR, MEDIR E AVALIAR

TÓPICO 3 – SELEÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO

1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1

INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÕES

1 INTRODUÇÃO
Na área da Educação Física, os professores podem atuar em diferentes
campos, sendo alguns deles na educação física escolar, no treinamento esportivo,
nas academias e nos clubes com as mais variadas modalidades esportivas (DANTAS,
2009; OLIVEIRA, 2011). Além dessas modalidades, ainda há a possibilidade
de atuação como personal trainer, com arbitragem e com pesquisas científicas.
Independentemente do contexto em que o profissional opte por trabalhar, há
especificidades que são comuns a todos.

Em todos esses contextos de atuação, os profissionais da área devem se valer


de estratégias para averiguar se a proposta de trabalho está atingindo os objetivos
a que se propõem. Neste sentido, para auxiliar os profissionais em sua atuação
profissional, surgem as técnicas de medidas e avaliações. Essas técnicas de medir
e avaliar são historicamente antigas e, cada vez mais, têm sofrido aperfeiçoamento
teórico. Esse aprofundamento teórico deu origem a dois termos distintos
relacionados às medidas e avaliações: a antropometria e a cineantropometria. Essa
prática tão antiga continua sendo frequentemente utilizada pelos profissionais.

Ao longo do Tópico 1 será apresentada uma breve contextualização histórica


sobre as medidas e avaliações, em seguida, a definição de dois termos essenciais
para o estudo das medidas e avaliações: antropometria e cineantropometria. E,
além disso, serão enfatizadas as diversas possibilidades de atuação prática em
medidas e avaliações, tanto nas sociedades antigas como nas sociedades modernas,
e também serão identificados os objetivos relacionados às medidas e avaliações de
forma generalizada.

2 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA

Aspectos relacionados às medidas e avaliações são historicamente antigos,


ainda que com o passar dos anos as formas e os critérios de avaliação tenham
se modernizado. Os registros históricos indicam que é antiga a preocupação do
homem em mensurar seu corpo (FRANÇA; VÍVOLO, 1998). Essa necessidade
surgiu desde os primórdios da humanidade, quando o ser humano lutava por sua
sobrevivência.

3
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA

Para Velho et al. (1993), na Pré-história os homens primitivos apresentavam


características corporais que os auxiliavam na sobrevivência, sobretudo baseadas
no ataque e na defesa. Apesar disso, não há evidências que indiquem a existência
de métodos de treinamento ou indícios de que o homem percebia “proporções” ou
características corporais que lhe garantiam a sobrevivência.

Na Antiguidade, na Grécia, a educação da juventude se relacionava com a


preparação física e, assim, a robustez e o endurecimento do corpo eram o propósito
de preparação para guerras e conquistas (MARTINS; WALTORTT, 2009). Para os
autores Martins e Waltortt (2009), já é possível perceber que nesse período havia
uma preocupação com as formas e as proporções corporais a fim de possibilitar
vencer guerras e conquistas.

Os egípcios, por exemplo, forneceram dados antropométricos curiosos,


relacionados à proporção entre a parte e todo o corpo. Na antiguidade clássica
há referências que ressaltavam qual era o tipo ideal para o atleta olímpico. E, com
o passar dos anos, novos estudos foram desenvolvidos e deixaram em evidência
a importância da antropométrica para a atividade humana (FRANÇA; VÍVOLO,
1998).

Para Martins e Waltortt (2009), inicialmente, os seres humanos elaboram


formas de atribuir medidas aos segmentos corporais a fim de estabelecer padrões
de proporcionalidade necessários às manifestações da arte em esculturas, desenhos
e pinturas. As medidas dos segmentos corporais passaram a ser vistas como um
meio importante e necessário ao entendimento das diferentes características do
homem, em suas diversas apresentações raciais. Foi-se percebendo que o homem
realmente se diferencia entre si, enquanto indivíduo e enquanto agrupamento
humano (raças, etnias, culturas), a partir da instituição da necessidade científica
de mensurar e estudar os segmentos corporais (MARTINS; WALTORTT, 2009).

As antigas civilizações da Índia, Grécia e Egito foram as pioneiras no uso


das dimensões corporais como primeiro padrão de medida, quando então se
tentava estabelecer o perfil das proporções do corpo humano (PETROSKI, 1995
apud MARTINS; WALTORTT, 2009). De acordo com Michels (2000), nos livros
sagrados do Velho Testamento, no Talmude Babilônico e no Midrashin já havia
referências à forma, proporções e estaturas do corpo humano.

Existem alguns registros históricos que sugerem alguns períodos iniciais


que impulsionaram as medidas e avaliações.

QUADRO 1 – MARCOS HISTÓRICOS RELACIONADOS ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Tipo de medida Período


Medidas antropométricas 1860 a 1890
Medidas de força 1880 a 1910
Medidas cardiovasculares 1900 a 1925

4
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Medidas de habilidade motora 1900 a 1920


Medidas sociais 1920
Medidas de habilidade esportiva específica 1920
Período da avaliação 1920
Período do conhecimento 1940
Conceito de aptidão física 1940
FONTE: As autoras

Como foi visto, a preocupação dos homens mensurarem o corpo é


antiga. Contudo, pode-se dizer que a antropometria e a cineantropometria
foram sistematizadas há pouco tempo. E desde as utilizações iniciais de formas
e proporcionalidades do corpo humano, ocorreram inúmeros avanços não só nas
técnicas utilizadas para mensurar, mas também nos instrumentos criados para
efetuar as mensurações do corpo humano.

3 DEFINIÇÕES: ANTROPOMETRIA E CINEANTROPOMETRIA

Nesse cenário, nos deparamos com duas terminologias distintas. Há


a antropometria e há a cineantropometria. A palavra “antropometria” possui
origem grega. Assim, anthropo identifica “homem” e metry significa “medida”.
A antropometria consiste na avaliação das dimensões físicas e da composição
global do corpo humano. Velho et al. (1993) complementam que a antropometria
serve para determinação objetiva dos aspectos referentes ao desenvolvimento do
corpo humano, assim como para determinar as relações existentes entre físico e
performance. Há outras definições da palavra, que serão apresentadas a seguir para
melhor compreensão do que é antropometria. Para Michels (2000), a antropometria
pode ser definida como a parte da antropologia que estuda as proporções e medidas
do corpo humano. E para Martins e Waltortt (2009), a antropometria destina-se à
medição dos segmentos corporais (MARTINS; WALTORTT, 2009).

E a palavra “cineantropometria”, também de origem grega, deriva de kines,


que significa “movimento”, anthropo, que significa homem, e metry, que significa
“medida”. Esse termo possui maior amplitude conceitual e, por isso, sugere o uso
da medida no estudo do tamanho, da forma, da proporcionalidade, da composição,
da maturação e da função geral do corpo humano. A cineantropometria nos auxilia
a entender o movimento humano no contexto de crescimento, de atividade física,
exercício físico, desempenho e nutrição.

5
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA

UNI

A antropometria detém importância nos estudos do homem, e a partir dela é que


se pode diversificar e complementar os estudos através da história. Os estudos da composição
corporal são possíveis a partir de técnicas de medidas advindas da antropometria (MARTINS;
WALTORTT, 2009).

Salienta-se que a antropometria é fundamental, mas a cineantropometria


é mais abrangente e atual (MARTINS; WALTORTT, 2009). Assim, apresenta-se
no Quadro 3 a importância dessas duas áreas de estudos. No referido quadro, as
palavras grifadas em negrito representam a contribuição da antropometria para a
cineantropometria.

QUADRO 2 – A IMPORTÂNCIA DA ANTROPOMETRIA E DA CINEANTROPOMETRIA

Identificação Especificação Aplicação Relevância


Para o estudo do Para ajudar o Com aplicações
Cineantropometria
homem: entendimento: para:
Tamanho *
Educação
Forma * Crescimento
Mensuração Medicina
Proporção * Exercício
do movimento Governo
Composição * Performance
humano Trabalho
Maturação Estado nutricional
Esportes
Função
LEGENDA: * – representam a contribuição da antropometria para a cineantropometria.
FONTE: Roos e Marfell-Jones (1991) apud Martins e Waltortt (2009)

Os estudos dos aspectos físicos e morfológicos dos seres humanos são


conteúdos de interesse da Educação Física, das ciências do esporte, da antropologia
física, da biologia humana, da gerontologia, da ergonometria (MARTINS;
WALTORTT, 2009). Então, pode-se dizer que todas essas áreas contribuíram para
o aperfeiçoamento da antropometria e cineantropometria.

UNI

Atualmente, a cineantropometria é uma disciplina que compõe a grade curricular


de muitos cursos de Educação Física no Brasil. Essa disciplina surgiu com o intuito de substituir
as disciplinas denominadas de “antropometria” e “biometria”.

6
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÕES

4 APLICAÇÕES PRÁTICAS
Em razão de as medidas e avaliações serem um recurso utilizado desde
as sociedades mais antigas, é possível compreender que com o passar dos anos
ocorreram diversos aperfeiçoamentos no que concerne às técnicas de medidas e suas
aplicações práticas até as sociedades modernas. Por essa razão, serão apresentados
alguns exemplos que ilustram aplicações práticas das medidas e avaliações tanto nas
sociedades antigas como nas sociedades modernas.

4.1 APLICAÇÕES PRÁTICAS ANTIGAS


Nas sociedades antigas, os dados antropométricos foram muito utilizados.
Como já foi mencionado anteriormente, as proporções humanas eram utilizadas nas
obras de arte (esculturas, desenhos e pinturas). Além disso, também eram utilizadas
para a confecção de ferramentas e outros utensílios que auxiliassem na realização
das atividades dos trabalhadores.

Outro exemplo que revela o uso das medidas e avaliações foi durante a
escravidão. Os compradores de escravos poderiam avaliar a estatura, o peso, entre
outras características para definir qual escravo seria comprado. Essa mesma lógica
poderia ser aplicada aos gladiadores, que, muitas vezes, eram comprados como
escravos.

Contudo, a forma de utilização mais importante relacionada às medidas


e avaliações é a utilização do corpo humano como referência de medidas.
Frequentemente, as sociedades antigas mediam distâncias utilizando os dedos
polegares, ou a palma da mão ou as plantas dos pés. Essas unidades de medida eram
denominadas de polegadas, de palmos e de pés, respectivamente.

Faz-se necessário explicar que a medida denominada polegada se refere ao


comprimento do dedo médio. A medida denominada palmos se refere à distância
da extremidade do polegar até a extremidade do dedo mínimo com a palma da mão
aberta. E a medida denominada pés se refere ao comprimento da palma do pé.

Para a realização dessas três medidas mencionadas (polegadas, palmos e


pés) não era necessário instrumento específico, bastava o indivíduo fazer uso de
seus segmentos corporais.

Um exemplo: a unidade de medida polegadas foi frequentemente utilizada


pelos egípcios, entre os séculos XXXV e XXII a.C. Estimava-se que a estatura de
um ser humano “ideal” deveria corresponder a 19 vezes a medida da polegada.
Já para os gregos, estimava-se que a estatura de um ser humano “ideal” deveria
corresponder a oito vezes a altura da cabeça do indivíduo. Essas estimativas foram
elaboradas a partir de métodos de observação.

7
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA

Outro exemplo da utilização da unidade de medida com base em segmentos


corporais foi para efetuar as medidas de um terreno. Para estabelecer as medidas de
largura e de comprimento de um terreno era possível contabilizar a quantidade de
pés necessários para percorrer as extremas do terreno. Assim, um terreno poderia
medir 405 pés de largura por 300 pés de comprimento.

Essas medidas eram muito utilizadas e, de certa forma, é possível utilizá-


las ainda na atualidade, apesar de não ser uma prática comum no Brasil. É sabido
que as unidades de medida evoluíram ao longo dos anos e, por conseguinte,
instrumentos de medida foram criados para auxiliar nas medições. Na atualidade,
os brasileiros utilizam unidades de medidas baseadas em centímetros (cm), metros
(m) e quilômetros (km). As medidas em centímetros, metros e quilômetros podem
facilmente ser transformadas em polegadas, palmos e pés, por meio do uso de um
sistema equivalente. Apresentam-se na Figura 1 as unidades de medidas polegada,
palmo e pé com os valores atribuídos em centímetros.

FIGURA 1 – SISTEMA DE UNIDADE DE MEDIDAS: POLEGADA, PALMO E PÉ EM


CENTÍMETROS

Unidade de medida Centímetros (cm)


1 polegada 1,54
1 palmo 22,86
1 pé 30,48
FONTE: As autoras

Nos dias atuais, o tamanho da tela de uma televisão, por exemplo, continua
sendo medido com base nas polegadas. Assim, há aparelhos televisores com
tamanhos diversificados, sendo: 14, 32, 49 ou 85 polegadas.

UNI

Alguns países continuam utilizando as unidades de medida polegadas e pés. As


polegadas ainda são utilizadas pelas nações anglófonas. E os pés são medidas utilizadas pelo
Reino Unido e Estados Unidos da América.

4.2 APLICAÇÕES PRÁTICAS MODERNAS

Nas sociedades modernas, os dados antropométricos continuam sendo


muito utilizados. Às vezes, pode lhe parecer que os termos antropometria ou
cineantropometria designam um conteúdo novo, com o qual você talvez não se
tenha deparado antes. Contudo, vale ressaltar que possivelmente o termo lhe seja
uma novidade, mas certamente você conhece muitos contextos que fazem uso
frequente do conhecimento da antropometria ou cineantropometria.
8
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Na sequência, veremos alguns exemplos onde são aplicadas as medidas


e avaliações. Na Figura 2 apresenta-se o panorama geral dos exemplos que serão
abordados neste subtópico.

FIGURA 2 – PANORAMA GERAL DAS APLICAÇÕES PRÁTICAS MODERNAS DAS


MEDIDAS E AVALIAÇÕES

FONTE: As autoras

→ Indústria automobilística:

As empresas que planejam o design interno dos automóveis fazem uso das
medidas. Muitos dos automóveis são idealizados por uma empresa e posteriormente
são fabricados em lojas localizadas em diferentes países. Ou seja, os automóveis são
vendidos em países distintos e, assim, os compradores dos automóveis possuem
diversas nacionalidades e características corporais diferentes.
Por exemplo, atualmente os carros possuem ajustes de elevação de bancos,
de volantes, dos cintos de segurança; além de inclinação dos espelhos e retrovisores.
Todos esses aspectos foram pensados em proporcionar que os motoristas e
passageiros estejam confortáveis e seguros no momento da condução do veículo.

→ Indústria da beleza:

A indústria da beleza também se utiliza das medidas com a finalidade de


lançar e definir padrões. Para ilustrar, recorre-se ao caso dos tradicionais concursos de
beleza, que medem altura, peso, circunferência de quadril e de cintura das candidatas
a Miss Universo ou Miss Brasil. Outra vertente dos concursos de beleza, essa tendo
sua prática mais atual, são os concursos de beleza Plus Size, que privilegiam corpos
de candidatas que não atendem à “ditadura” da beleza, são, portanto, corpos com
características corporais contrárias à magreza. Os estereótipos das candidatas nos
dois contextos de concursos de beleza são diferentes. No primeiro, de forma geral
são contempladas candidatas preferencialmente com pernas longas, cintura fina e
reduzido peso corporal e percentual de gordura. Já no segundo, são candidatas que
apresentam cintura não tão fina e peso corporal e percentual de gordura aumentado.

Atenta-se ao fato de que ao longo dos anos os padrões de beleza se modificam


com as alterações da sociedade. Na Grécia antiga, devido aos ideais heroicos da época
e ao culto aos deuses, os padrões de beleza cultuavam o corpo belo, forte e esbelto
(inspirado nos atletas olímpicos). Já na Idade Média era considerada bela e saudável

9
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA

a mulher que possuía quadris largos, em sinal de que apresentaria facilidade durante
o parto de seus filhos.

→ Indústria da moda:

Frequentemente, as indústrias de roupas fazem uso dessas medidas


antropométricas da população. Afinal, na confecção de roupas e calçados é necessário
reconhecer os tamanhos (peso, altura, comprimentos dos segmentos corporais) dos
possíveis consumidores desses produtos, de modo que lhes sirvam ao corpo. Por
exemplo, a média de estatura da população chinesa é diferente da média brasileira e,
por isso, quando as roupas dos brasileiros são importadas da China, é comum haver
alterações no tamanho. Assim, se o indivíduo utiliza roupas de tamanho “Médio”
fabricadas no Brasil, é possível que utilize tamanho “Grande” das roupas fabricadas
na China. Mas é importante mencionar que no próprio Brasil pode haver diferenças
no tamanho das roupas, a depender dos valores de referência adotados pela empresa
fabricante.

Isso ocorre porque, geralmente, os valores de referência utilizados são


a média da população geral. É possível exemplificar esse fato ilustrando que a
média da população chinesa apresenta manequins menores do que a população
americana ou alemã. Isso explica porque, quando algumas pessoas viajam do Brasil
para os Estados Unidos da América, percebem que há diferenças nos tamanhos das
roupas e dos calçados. Para exemplificar essa questão dos valores de referências, na
Figura 3 são apresentados dados sobre o estado nutricional relacionado ao perfil
antropométrico da população brasileira de mulheres idosas em cada região do país.

FIGURA 3 – PERFIL DO ESTADO NUTRICIONAL DE MULHERES IDOSAS BRASILEIRAS EM CADA


REGIÃO DO PAÍS

Regiões Número Estado Nutricional (%)**


Magreza Adequado Sobrepeso I Sobrepeso II e III
Norte 266 9,6 43,9 33,4 13,1
Nordeste 654 11,9 50,7 26,5 10,9
Urbano 373 8,4 48,7 28,5 14,4
Rural 281 17,6 54 23,1 5,3
Sudeste 550 6,5 37,3 34,3 21,9
Urbano 292 5,7 35,2 35,8 23,3
Rural 258 11,2 50,8 24,5 13,5
Sul 488 6,1 35,5 35,1 23,3
Urbano 273 6,4 34,4 36,0 23,2
Rural 215 5,3 38,7 32,3 23,7
Centro-Oeste 291 11,6 42,6 34,4 11,4
Urbano 169 9,3 41,7 37 12,0
Rural 122 18,6 45,6 26,4 9,4
Brasil 2.249 8,4 41,4 32,0 18,2
Urbano 1.373 6,8 38,9 34,0 20,3

10
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Rural 876 13,7 50,0 25,3 11,0


* IMC - Kg/m²
** Magreza (todas as formas - IMC < 18,5); adequado (18,5 < IMC < 25,0); sobrepeso
I (25,0 < IMC < 30,0); sobrepeso II e III (IMC > 30,0)
FONTE: Tavares; Anjos (1999)

As profissões de alfaiate e costureira mostram com reverência a aplicação


prática das medidas. Para confeccionar uma roupa para um indivíduo é preciso
mensurar seus segmentos corporais. No caso da confecção de ternos, é necessário
mensurar o comprimento e o diâmetro dos membros superiores, bem como aferir
a circunferência da cintura, o comprimento e o diâmetro dos membros inferiores.

→ Produção de móveis:

A mesma lógica se repete na indústria dos móveis. Em móveis comprados


em lojas populares que não confeccionam a mobília sob medida, é comum
constatar que pessoas com estatura elevada sofrem prejuízos posturais com a
altura das pias de cozinha, que tendem a ser baixas. Assim, para realizar tarefas
básicas para limpeza da residência, esses indivíduos se sujeitam à má postura
para se ajustarem à altura da pia. Ou ainda, no caso de indivíduos com nanismo,
eles precisam adaptar a residência para atender às suas necessidades diárias com
base na estatura. Neste caso, os móveis prontos, muitas vezes, adotam valores de
referência que não lhes atenderão.

→ Equipamentos eletrônicos:

As aplicações práticas das medidas em equipamentos eletrônicos também


são evidentes. As empresas que planejam o design externo dos telefones celulares
e tablets os fabricam com opções de tamanho e teclados diferentes. Com isso, além
de atender aos interesses estéticos dos compradores desses produtos, permitam
que tenham opções de tamanhos menores ou maiores, que melhor se ajustem ao
tamanho de suas mãos e dedos.

→ Ciências da saúde:

É notável a aplicação prática das medidas e das avaliações na área de


conhecimento das ciências da saúde. Em especial, na medicina e na educação física.

Rotineiramente, os médicos utilizam as medidas e as avaliações para


acompanhar o crescimento da barriga das gestantes, para acompanhar o
desenvolvimento do bebê desde a barriga da mãe até os primeiros anos de vida.

Já a educação física, foco de interesse principal para nós, ao longo dos anos
tem se apropriado das medidas e avaliações de modo que sua aplicação se tornou
fundamental não só no contexto escolar, mas também no esporte de participação
e esporte de alto rendimento, portanto, é fundamental aos profissionais da área
reunir informações sobre medidas e avaliações.
11
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA

Nota-se que a aplicação prática das medidas e das avaliações na educação


física é abrangente. Assim, na educação física escolar utilizam-se as medidas e
as avaliações para acompanhar os processos de crescimento e desenvolvimento
dos alunos. Tanto nas escolas como nos clubes é possível utilizar as medidas e
as avaliações para identificar possíveis talentos em determinadas modalidades
esportivas, como o atletismo e a natação, pois há um ideal de corpo atlético de
forma geral.

Já no atletismo almejam-se atletas com pernas longas para corredores e, na


natação, atletas de estatura alta e envergadura elevada são requisitos desejáveis
para a otimização do desempenho na água. Já para os atletas de rugby, as exigências
são diversificadas, pois procuram-se atletas velozes e outros atletas fortes de modo
a cumprir as diferentes funções da modalidade. Destaca-se que essa lógica não se
repete nas modalidades esportivas adaptadas para pessoas com deficiências.

Nas academias, muitos aparelhos possuem regulagens que podem ser


ajustadas conforme a altura, a envergadura, o comprimento de membros superiores
e inferiores dos alunos matriculados. Esses ajustes são feitos para garantir maior
conforto e segurança durante a execução do exercício físico realizado nos aparelhos.

Em alguns esportes, como no caso das lutas, é possível utilizar características


antropométricas (peso) para inserir os lutadores nas categorias da modalidade
(exemplos de algumas categorias: mosca, galo, pena, leve, médio, meio pesado,
pesado, entre outras).

Além desses, há equipamentos esportivos que podem melhorar a


performance do atleta. Isso é observado nas modalidades esportivas convencionais
e nas modalidades de esportes adaptados para pessoas com deficiência. Para
ilustrar exemplos de equipamentos esportivos que podem melhorar o desempenho
esportivo, citam-se os ajustes possíveis às bicicletas (como a altura do banco), o
tamanho da vara utilizada nos saltos do atletismo (salto com vara), a evolução das
roupas utilizadas na natação. Além dessas, ressaltam-se as chuteiras e tênis, que
tendem a efetuar ajustes conforme o tipo de pisada do indivíduo (pisada pronada,
supinada ou normal), e o tamanho e o peso da bola que, em algumas modalidades,
se diferenciam para homens e mulheres. No que se refere às diferenciações entre
homens e mulheres no esporte, destaca-se que há outros, como o tamanho da
quadra, o tamanho do gol e a altura da rede.

5 OBJETIVOS DAS MEDIDAS E AVALIAÇÕES NA EDUCAÇÃO


FÍSICA

O planejamento é uma exigência que, no dia a dia, se impõe em todas as


atividades humanas. Consiste na previsão inteligente e bem calculada de todas as
etapas do trabalho, de modo a tornar as medidas e avaliações seguras, econômicas
e eficientes (CARVALHO, 1984; NÉRECI, 1989; NÉRECI, 1993).

12
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Existem algumas questões gerais que podem ser inseridas no planejamento,


a saber:

→ O que deve ser verificado e avaliado?


→ Para que serão utilizadas essas informações?
→ Quais meios de avaliação estão à disposição?
→ Quais são os meios mais econômicos?
→ Será necessário auxílio externo?
→ Como será feita a análise dos resultados?

Todas essas questões são válidas para reforçar a importância de um bom


planejamento. Além disso, os objetivos também se relacionam diretamente com
o planejamento. Entre eles destaca-se o interesse em conduzir os alunos para os
objetivos desejados e planejar as atividades conforme as características dos alunos
(NÉRECI, 1993).

Há duas fases iniciais importantes para a realização do planejamento, a


saber: conhecer o público-alvo e estabelecer os objetivos (Figura 4).

FIGURA 4 – FASES INICIAIS IMPORTANTES PARA A REALIZAÇÃO DO


PLANEJAMENTO

FASES DO PLANEJAMENTO

CONHECER O ESTABELECER
PÚBLICO-ALVO OBJETIVOS

FONTE: As autoras

Para a elaboração do planejamento, primeiramente deve-se conhecer o


público-alvo com quem se trabalhará. É sabido que a educação física é uma ampla
área de atuação e, assim, os alunos podem estar inseridos na escola, nas academias,
nos clubes, nos locais de trabalho (ginástica laboral), nos ginásios, nas colônias
de férias, nos hotéis, entre outros. O atendimento poderá ser individualizado ou
coletivo. Essas informações serão necessárias para o planejamento do plano de
trabalho na educação física.

Para estabelecer os objetivos das medidas e avaliação na educação física,


deve-se considerar os seguintes elementos:

→ Acompanhar o processo de crescimento e desenvolvimento dos alunos.


→ Avaliar o estado dos indivíduos ao iniciar um programa de exercícios.
→ Detectar limitações físicas, fraquezas ou deficiências.
→ Auxiliar o indivíduo na escolha de uma atividade física que, além de motivá-lo,
possa desenvolver aptidões.
13
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA

→ Acompanhar o progresso do indivíduo.


→ Desenvolver programas de promoção da saúde na escola.
→ Selecionar talentos para integrar equipes de competição.
→ Estabelecer e reajustar programa de treinamento.
→ Desenvolver pesquisas na área da educação física.

UNI

Ter clareza dos objetivos é extremamente importante durante todo o processo


de medidas e avaliações. Se os profissionais têm claro quais são seus objetivos, torna-se
possível elaborar estratégias para alcançá-los de fato.

Além disso, os objetivos das medidas e avaliação permitem ao profissional


unir os estudantes em grupos de instrução ou de treinamentos de acordo com suas
habilidades, a fim de localizar e nivelar a turma. Também servem para estimular
e motivar os alunos que podem receber a avaliação de seu desempenho. E, ainda,
justificar as ações realizadas durante o programa de treinamento. Os objetivos das
medidas e da avaliação também são importantes para evitar lesões do aluno/atleta,
ao escolher corretamente qual será a atividade a ser executada, bem como ajustar
corretamente os aparelhos utilizados, evitando prejuízos à saúde do indivíduo.
Um exemplo fácil de perceber é ajustar a altura do banco da bicicleta de modo que
se vise evitar a lesão no joelho.

14
RESUMO DO TÓPICO 1
Nesse tópico você viu que:

• O interesse dos seres humanos por medidas antropométricas é antigo, mas ao


longo dos anos se modernizou.

• O termo “antropometria” (origem grega) quer dizer: anthropo identifica


“homem” e metry significa “medida”.

• O termo “cineantropometria” (origem grega) quer dizer: kines significa


“movimento”, anthropo significa homem e metry significa “medida”.

• Inicialmente, as medidas antropométricas eram utilizadas em esculturas,


desenhos e pinturas, de modo a representar as características dos seres humanos.

• A partir dos dados antropométricos foi possível constatar que as características


de um indivíduo variam quando comparadas com ele mesmo ou com indivíduos
de outros sexos, raças, etnias e culturas.

• Percebeu-se que há inúmeras possibilidades de aplicações práticas relacionadas


às medidas e avaliações.

• Atualmente, os dados antropométricos são muito utilizados pelas sociedades


modernas, por exemplo, a indústria da moda na produção de roupas e calçados.

• Geralmente, os valores de referência utilizados pela indústria da moda


são a média da população geral. Acrescenta-se que cada população (etnia,
nacionalidade etc) possui suas próprias medidas.

• Assimilar a aplicação prática das medidas e das avaliações.

• A educação física utiliza as medidas e avaliações nos seus variados contextos


(esporte na escola, esporte de participação e esporte de alto rendimento) e nas
atividades físicas em geral.

• Os profissionais devem se valer de planejamento a fim de tornar as medidas e


avaliações seguras, econômicas e eficientes.

• As duas fases iniciais importantes para a realização do planejamento são:


conhecer o público-alvo e estabelecer os objetivos desejados.

• Conhecer o público-alvo com quem se trabalhará implica identificar o contexto


em que se atua (escola, academia etc.) e reconhecer as características peculiares
dos alunos.

15
● Os objetivos das medidas e avaliação são: acompanhar o processo de
crescimento e desenvolvimento dos alunos; avaliar o estado do indivíduo
ao iniciar um programa de exercícios; detectar limitações físicas; auxiliar o
indivíduo na escolha de uma atividade física que, além de motivá-lo, possa
desenvolver aptidões; acompanhar o progresso do indivíduo; desenvolver
programas de promoção da saúde na escola; selecionar talentos para integrar
equipes de competição; estabelecer e reajustar programa de treinamento;
desenvolver pesquisas na educação física.

16
AUTOATIVIDADE

1 A educação física é uma área com ampla possibilidade de atuação


profissional. Isso quer dizer que há inúmeros campos de atuação que podem
ser ocupados. Neste sentido, cite três campos:
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________.

2 Considerando o papel das técnicas de medidas e avaliações no campo


profissional da educação física, explique com suas palavras qual é a importância
das técnicas de medidas e avaliações para os profissionais.
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

3 Leia atentamente as frases a seguir e marque V para aquelas que forem


Verdadeiras e F para as Falsas.

( ) As técnicas de medidas e avaliação iniciaram somente durante a Primeira


Guerra Mundial, a fim de fornecer melhorias e ajustes nos equipamentos dos
soldados. Assim, todas as técnicas de medidas e avaliação são recentes.
( ) Ao longo de muitos anos, as técnicas de medidas e avaliação foram
aperfeiçoadas.
( ) Há dois conceitos fortemente atrelados às medidas e avaliações, que são:
antropometria e cineantropometria.
( ) As técnicas de medidas e avaliações auxiliam os profissionais da educação
física a verificar se o plano de trabalho está atingindo os resultados esperados
pelos alunos.

Na sequência, assinale a alternativa correta:

a) ( ) F – V – V – V.
b) ( ) V – V – F – F.
c) ( ) V – F – V – F.
d) ( ) F – V – F – V.
e) ( ) F – F – F – V.

4 No que se refere à história das medidas e avaliações, reconhece-se que são


historicamente antigas, apesar de terem se modernizado ao longo dos anos.
Leia atentamente as assertivas a seguir e assinale a alternativa correta.

17
a) ( ) Os registros históricos não revelam a preocupação do homem em
mensurar seu corpo.
b) ( ) Os gregos forneceram dados antropométricos curiosos sobre a
proporcionalidade entre o corpo todo e suas partes.
c) ( ) Há registros que revelam que as medidas e avaliações eram usadas para
caracterizar qual era o tipo ideal para o atleta olímpico.
d) ( ) Atualmente, ainda não se tem certezas sobre a importância da
antropometria para a atividade humana.
e) ( ) As medidas e avaliações foram utilizadas pelas sociedades antigas,
apesar de não serem mais utilizadas pelas sociedades modernas.

5 O planejamento é uma prática presente em todas as atividades humanas. A


definição de objetivos se insere no planejamento do plano de trabalho. No que
concerne ao planejamento e aos objetivos, assinale a alternativa correta:

a) ( ) Cabe aos objetivos do planejamento detectar limitações físicas e


selecionar talentos para integrar equipes de competição.
b) ( ) O planejamento não almeja conduzir os alunos para os objetivos
desejados e planejar as atividades conforme as características dos alunos.
c) ( ) As fases iniciais importantes para o planejamento são: conhecer o público-
alvo e conhecer os materiais disponíveis.
d) ( ) Avaliar o estado dos indivíduos ao iniciar um programa de exercícios
e acompanhar o processo de crescimento e desenvolvimento dos alunos
deixaram de ser objetivos das medidas e avaliações na Educação Física.
e) ( ) O planejamento é insuficiente para tornar as medidas e avaliações
seguras, econômicas e eficientes.

6 Tendo em vista as diversas aplicações práticas das medidas e avaliações,


cite pelo menos um exemplo onde as medidas e avaliações são utilizadas nas
sociedades modernas, e explique-as.
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

7 A educação física se apropria das medidas e avaliações de modo que sua


aplicação se tornou fundamental nas escolas, nos clubes e nas academias.
No que tange às aplicações práticas das medidas e das avaliações na área
de conhecimento da educação física, assinale a alternativa representa uma
aplicação prática incabível para os professores e profissionais da educação
física.

a) ( ) Acompanhar o crescimento da barriga de gestantes durante as aulas de


educação física.
b) ( ) Acompanhar os processos de crescimento e desenvolvimento dos
alunos durante as aulas de educação física.

18
c) ( ) Diagnosticar possíveis talentos esportivos a partir do desempenho e
características que alguns alunos expressam nas aulas de educação física.
d) ( ) Regular a altura do banco de um aparelho disponível na academia
para obter maior conforto e segurança durante a execução do exercício físico
sistematizado.
e) ( ) Desenvolver e aperfeiçoar equipamentos esportivos que otimizem a
performance do atleta.

19
20
UNIDADE 1
TÓPICO 2

CONCEITOS BÁSICOS:
TESTAR, MEDIR E AVALIAR

1 INTRODUÇÃO
A educação física é uma área do conhecimento que se preocupa em avaliar
os indivíduos de modo a auxiliá-los na prática de atividades físicas. Durante um
programa de intervenções ocorrerão modificações no corpo do aluno e caberá
aos professores acompanhar esse processo por meio de medidas e avaliações.
Portanto, os profissionais precisam tomar inúmeras decisões sobre a prescrição e
orientação da prática de exercícios físicos, contudo, decidir o que e como avaliar
exige conhecimentos e habilidades específicas cada vez mais complexas (GUEDES;
GUEDES, 2006).

Torna-se necessário, inicialmente, esclarecer alguns conceitos elementares


relacionados às medidas e às avaliações. Assim, ao longo deste tópico serão
explicados os significados dos termos: testar, medir e avaliar. E, ainda, apresenta-se
a diferença entre esses conceitos, que, muitas vezes, são erroneamente entendidos
como sinônimos. Todas essas são terminologias importantes para a compreensão
dos conteúdos de medidas e avaliações na área da educação física.

Além de testar, medir e avaliar, também cabe aos professores de educação


física classificar os escores obtidos pelos alunos durante o processo de avaliação.
Esse sistema de classificação é útil para verificar se o avaliado atinge os resultados
esperados “normais”. A ideia de normalidade é ambígua e se relaciona com
parâmetros de avaliação por norma ou critérios. Normalidade pode significar se o
indivíduo obtém os resultados considerados desejados ou ideais (ou se está abaixo
desse nível) e pode significar que “normal” são os resultados apresentados pela
maioria da população. De qualquer forma, o profissional deverá considerar qual
tipo de avaliação (norma ou critérios) utilizará durante o programa de intervenções
que coordena.

2 CONCEITOS BÁSICOS: TESTAR, MEDIR E AVALIAR


Após o entendimento em torno das possibilidades que emergem com as
medidas e as avaliações, é válido adentrar em conceitos essenciais. É imprescindível
estudar os termos: testar, medir e avaliar.

21
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA

FIGURA 5 - CONCEITOS ESSENCIAIS PARA OS ESTUDOS DAS MEDIDAS E AVALIAÇÕES

FONTE: Adaptado de Guedes e Guedes (2006)

Na sequência, vamos entender o significado de cada um desses termos.

2.1 TESTAR
Significa verificar o desempenho do indivíduo mediante situações
previamente organizadas e padronizadas. Essas situações padronizadas são
denominadas de testes (GUEDES; GUEDES, 2006).

O teste é um instrumento, procedimento ou técnica usada para se obter


uma informação (medidas). É por meio dos testes que são determinados os valores
numéricos das medidas. Os testes podem ocorrer por meio de escrita, observação
ou performance. Alguns exemplos de testes são: teste de estatura, prova para
verificar o conhecimento, teste de Cooper, testes de sentar e alcançar, entre outros
de não menor importância.

2.2 MEDIR

Significa descrever fenômenos do ponto de vista quantitativo (GUEDES;
GUEDES, 2006). Assim, é o processo utilizado para coletar informações obtidas
por um teste tomando-se por referência um sistema convencional de unidades.

As medidas são o resultado obtido através da coleta realizada por um


instrumento, procedimento ou técnica atribuindo-se a ela um valor numérico,
e devem ser precisas e objetivas. Alguns exemplos de medidas são: a medida
em centímetros da estatura do indivíduo, a nota da prova usada para medir o
conhecimento ou o percurso realizado pelo aluno no teste de Cooper.

22
TÓPICO 2 | CONCEITOS BÁSICOS: TESTAR, MEDIR E AVALIAR

2.3 AVALIAR
Significa interpretar dados quantitativos e qualitativos a fim de obter
parecer ou julgamento de valores com bases em referenciais previamente definidos
(GUEDES; GUEDES, 2006). Acrescenta-se que a avaliação determina a importância
ou o valor da informação coletada. Refere-se a um processo pelo qual se pode
interpretar os valores de um grupo ou do próprio sujeito (GUEDES; GUEDES,
2006).

A avaliação é o ponto de partida para saber o que deve ser trabalhado e,


além disso, julga quanto foi eficiente o sistema de trabalho usado, classifica os
testados, reflete o progresso, indica se os objetivos são ou não atingidos, indica se
o sistema de ensino está sendo satisfatório. Por essa razão, diz-se que a avaliação
deve refletir as metas e os objetivos do profissional e geralmente faz comparação
com algum padrão (GUEDES; GUEDES, 2006). Destaca-se que a avaliação é um
processo essencial na prática docente, pois fornece elementos fundamentais para o
desenvolvimento de uma ação pedagógica qualificada, que permite uma reflexão
contínua de suas ações, no que se refere à escolha de competências, objetivos,
conteúdos e procedimentos (DARIDO; SOUZA JÚNIOR, 2007).

E
IMPORTANT

Esses três termos (testar, medir e avaliar) se diferem, embora às vezes, sejam
erroneamente tratados como sinônimos. Fique atento para não confundi-los!

ATENCAO

A principal diferença entre medida e avaliação é que a medida abrange o aspecto


quantitativo e a avaliação abrange o aspecto qualitativo.

Para exemplificar de maneira visual a aplicação desses exemplos, apresenta-


se o Quadro 3. Foi criada uma situação hipotética de testes de flexibilidade
aplicados a dois indivíduos (sexo masculino) diferentes que se matricularam
em uma mesma academia. Assim, cuidadosamente instruídos, os professores de
educação física que atuam na academia realizaram o pré-teste no primeiro dia que
os alunos compareceram e, após dois meses, executaram o pós-teste. Em seguida,
fez-se uma avaliação observacional comparativa entre as medidas obtidas no pré-
teste e no pós-teste.

23
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA

QUADRO 3 – APLICAÇÃO PRÁTICA DOS CONCEITOS: TESTAR, MEDIR E AVALIAR

Medida
Avaliados Avaliação
Pré-teste Pós-teste
Indivíduo A 21 cm 24 cm Pré-teste < Pós-teste
Indivíduo B 15 cm 13 cm Pré-teste > Pós-teste
Indivíduo C 17 cm 19 cm Pré-teste < Pós-teste
Indivíduo D 19 cm 18 cm Pré-teste > Pós-teste
Legenda: cm – centímetros
FONTE: Elaborado pelas autoras

Com base no Quadro 3, acima representado, é possível identificar qual


desses indivíduos possui o melhor e o pior escore obtido no teste de flexibilidade no
pré-teste e no pós-teste. Assim, agora, vamos exercitar a habilidade de observação
dos resultados a fim de executar uma avaliação observacional comparativa entre
os indivíduos A, B, C e D.

→ Pré-teste – Melhor escore obtido no teste de flexibilidade: Indivíduo A = 21


centímetros.
→ Pré-teste – Pior escore obtido no teste de flexibilidade: Indivíduo B = 15
centímetros.
→ Pós-teste – Melhor escore obtido no teste de flexibilidade: Indivíduo A = 24
centímetros.
→ Pós-teste – Pior escore obtido no teste de flexibilidade: Indivíduo B = 13
centímetros.

Outra comparação possível de realizar é avaliar os escores do mesmo


indivíduo obtidos na situação de pré-teste e de pós-teste. Assim, será possível
identificar qual dos indivíduos conseguiu expressivas melhoras no teste de
flexibilidade durante os dois meses de academia. E, ainda, qual dos indivíduos
apresentou piora no resultado do teste de flexibilidade durante os dois meses de
academia.

→ Indivíduo A: 21 centímetros (pré-teste) → 24 centímetros (pós-teste) → Melhorou 3


centímetros.
→ Indivíduo B: 15 centímetros (pré-teste) → 13 centímetros (pós-teste) → Piorou 2
centímetros.
→ Indivíduo C: 17 centímetros (pré-teste) → 19 centímetros (pós-teste) → Melhorou 2
centímetros.
→ Indivíduo D: 19 centímetros (pré-teste) → 18 centímetros (pós-teste) → Piorou 1
centímetro.

Aquele que apresentou mais melhoras expressivas no teste de flexibilidade


durante os dois meses de academia foi o Indivíduo A.

Aquele que apresentou acentuada piora no resultado do teste de


flexibilidade durante os dois meses de academia foi o Indivíduo B.

24
TÓPICO 2 | CONCEITOS BÁSICOS: TESTAR, MEDIR E AVALIAR

E
IMPORTANT

Ao longo do livro Medidas e avaliação em educação física, além da realização da


avaliação observacional, os acadêmicos receberão os recursos necessários para classificarem
os resultados obtidos nos testes em: bom, excelente, médio, regular, fraco. A depender do teste
aplicado e dos valores de referência existentes para o teste em questão.

3 TIPOS DE TESTES

Entre os tipos de testes diferentes, enquadram-se os testes de campo e os


testes de laboratório, conforme se apresenta na Figura 6.

FIGURA 6 – TIPOS DE TESTES

FONTE: Elaborado pelas autoras

De maneira geral, os testes de laboratório utilizam não só equipamentos


especializados, mas também avaliadores especializados. Geralmente, são testes
com custo mais elevado e avaliam menor quantidade de indivíduos por vez.

Em contrapartida, os testes de campo se caracterizam pela fácil aplicação,


bem como os equipamentos e avaliadores não carecem de elevado grau de
especialização. Logo, tornam-se testes com custo reduzido. Frequentemente, os
testes de campo podem ser aplicados simultaneamente em grupos de indivíduos.

A depender dos objetivos, dos equipamentos, dos atributos e das variáveis


a serem testados, dos locais e do valor financeiro disponível para aplicação dos
testes, os profissionais poderão optar pelo uso de testes de campo ou testes de
laboratório.

Para melhor compreensão, apresenta-se na Figura 7 um exemplo de um


teste sendo realizado no contexto laboratorial.

25
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA

FIGURA 7 – EXEMPLO DE UM TESTE DE LABORATÓRIO

Fonte: Guedes e Guedes (2006, p. 372).

E
IMPORTANT

Tanto os testes de campo como os testes de laboratório possuem suas


vantagens e desvantagens.

4 TIPOS DE MEDIDAS

Há diferentes tipos de medidas em educação física, que podem ser
divididas em dois grandes grupos. No primeiro grupo enquadram-se as medidas
antropométricas: massa, estatura, perímetros corporais, diâmetros ósseos e
dobras cutâneas. No segundo, enquadram-se as medidas de composição corporal:
utilização da espessura de dobras cutâneas, somatória de dobras cutâneas e
equações preditivas de gordura corporal. Apresenta-se na Figura 8 o panorama
geral sobre os tipos de medidas.

26
TÓPICO 2 | CONCEITOS BÁSICOS: TESTAR, MEDIR E AVALIAR

FIGURA 8 – PANORAMA GERAL DOS TIPOS DE MEDIDAS

FONTE: As autoras

É válido esclarecer que os tipos de medidas serão abordados com maior


aprofundamento no decorrer do Livro Didático da disciplina de Medidas e
Avaliações na Educação Física.

5 TIPOS DE AVALIAÇÃO
Na educação física, avaliar a condição física do indivíduo é fundamental.
Por exemplo, pode ser útil para avaliar a evolução das capacidades físicas após um
programa de intervenção. Nessa perspectiva, há três diferentes tipos de avaliação,
conforme apresentado no Quadro 4. Cada um desses tipos de avaliação possui suas
particularidades. E caberá ao professor escolher qual tipo de avaliação utilizará. É
válido ressaltar que, caso seja do interesse do professor, é possível utilizar os tipos
de avaliação de forma combinada, sem ter que escolher entre uma avaliação ou
outra.

QUADRO 4 – TIPOS DE AVALIAÇÃO: DIAGNÓSTICA, FORMATIVA E SOMATIVA

Tipo de Avaliação Descrição

É a análise dos pontos fortes e fracos do indivíduo ou grupo de


Diagnóstica indivíduos, em relação a uma determinada característica (geralmente
utilizada para avaliar as condições iniciais do indivíduo).
É o tipo de avaliação feito continuamente ao longo do processo de
Formativa ensino-aprendizagem (avalia o progresso). A partir da avaliação
formativa é possível redirecionar as estratégias e as ações.

27
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA

É a soma de todas as avaliações realizadas no fim de cada unidade do


Somativa planejamento, com o objetivo de obter um quadro geral da evolução
do indivíduo.
FONTE: Adaptado de Rojas e Barros (2003)

5.1 VALORES DE REFERÊNCIA PARA AVALIAÇÃO


Na rotina dos profissionais da educação física, os processos de avaliação
estão presentes. Com frequência, os profissionais enfrentam inúmeros dilemas
que se fazem presentes diariamente, sobretudo nos programas de avaliação. Por
isso, precisam tomar decisões de modo a verificar se o aluno avaliado apresenta
os ‘resultados’ considerados “normais”. Contudo, determinar o que é “normal”
ou não é uma tarefa difícil. A palavra “normal” pode possuir dois significados,
distintos:

→ O termo “normal” pode significar a associação dos resultados obtidos com


escores de corte considerados desejados ou ideais. Acrescenta-se que os escores
de corte devem ser previamente estabelecidos e devem ser considerados como
meta a ser alcançada. Neste sentido, o termo oposto de “normal” é rotulado
como “subnormal”.

→ E o termo “normal” também pode ser equivalente ao que comumente ocorre.


Assim, para se definir o que é “normal” se utilizam parâmetros baseados no que
ocorre na maioria dos indivíduos de determinado grupo. Neste caso, o termo
oposto de “normal” é rotulado como “anormal”.

De qualquer forma, o processo de avaliação consiste em comparar o


resultado da medida obtida com um valor de referência previamente estabelecido.
Esses valores podem ser obtidos por meio de avaliação por norma ou avaliação
por critério. A Figura 9 apresenta a explicação acerca de avaliação de acordo com
norma ou critério.

FIGURA 9 – REFERÊNCIAS DE AVALIAÇÃO DE ACORDO COM NORMA OU CRITÉRIO

Avaliação por Referência de avaliação que expressa o comportamento


norma (distribuição) normal da variável sob análise na população.

Avaliação por Geralmente é um valor arbitrário que representa um padrão


critério mínimo de desempenho.

FONTE: Adaptado de Rojas e Barros (2003)

28
TÓPICO 2 | CONCEITOS BÁSICOS: TESTAR, MEDIR E AVALIAR

E
IMPORTANT

A avaliação por norma se relaciona com o conceito de normalidade oriundo


da associação entre os resultados obtidos e os escores de corte considerados desejados ou
ideais (classifica os indivíduos em “normal” e “subnormal”).
A avaliação por critério se relaciona com o conceito de normalidade oriundo daquilo que
ocorre na maioria dos indivíduos (classifica os indivíduos em “normal” e “anormal”).
FONTE: Guedes e Guedes (2006)

Em outras palavras, pode-se dizer que na avaliação referenciada por norma,


os escores são interpretados mediante comparações com certa norma, modelo
recomendado quando se deseja comparar os resultados obtidos pelos indivíduos
avaliados com grupos normativos (essas normas podem ser regionais, nacionais ou
internacionais). Um exemplo clássico da avaliação por norma é comparar medidas
de massa e estatura corporal de uma criança com base nos valores constantes nas
curvas de crescimento Assim, é possível indicar qual é a situação da criança em
relação ao crescimento esperado para sua idade e sexo (classificar se a criança
atinge valores de referência “normal” ou “subnormal”).

Enquanto na avaliação referenciada por critério, os escores apresentados


pelos avaliados são julgados comparativamente em níveis de corte explicitamente
definidos (GUEDES; GUEDES, 2006). Além disso, pode-se extrair um julgamento
baseado no “sucesso” ou “fracasso” no desempenho do indivíduo. Esse
pressuposto se baseia na comparação da medida observada em relação a um
valor que representa um limite mínimo de desempenho. Por exemplo, comparar
o desempenho de um atleta de salto em altura como índice para participar em um
campeonato. Se o atleta saltar maior ou igual ao critério do índice, então está apto
a ir para o campeonato.

ATENCAO

O professor deve planejar previamente qual o tipo de avaliação deseja utilizar em


seu programa de intervenções. Geralmente, as avaliações com referência a normas são utilizadas
para estimar a posição dos indivíduos avaliados em relação a outros sujeitos de idênticas
características. E as avaliações com referência a critérios geralmente são utilizadas para verificar
se os indivíduos avaliados alcançam níveis específicos de competência sem consideração que
outros tenham atingido o mesmo nível de proficiência (GUEDES; GUEDES, 2006).

29
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA

Apresentam-se no Quadro 5 as peculiaridades da avaliação referenciada


por norma e por critério.

QUADRO 5 – CARACTERÍSTICAS DA AVALIAÇÃO REFERENCIADA POR NORMA E POR CRITÉRIO

Avaliação por Norma Avaliação por Critério


Verificar a posição dos
Situar os avaliados em relação
Objetivo avaliados em relação aos níveis
a grupos específicos.
específicos de proficiência.
Comparação de escores
Comparação dos escores com
Análise das com características ou
os apresentados por outros
informações comportamentos previamente
avaliados.
definidos.
Tabelas estatísticas (percentis,
média, desvio-padrão)
Pontos de corte que
Sistemas de idealizadas com base em
traduzem características ou
referência escores apresentados por
comportamentos específicos.
sujeitos pertencentes a grupos
específicos.
Posição favorável em relação Pontos de corte que
a um grupo não garante níveis traduzem características ou
Desvantagens adequados de um atributo e comportamentos específicos.
necessidade de averiguar a Falta de motivação e perda de
origem das tabelas normativas. interesse.
FONTE: Adaptado de Guedes e Guedes (2006)

UNI

A tomada de decisão a ser feita pelos professores depende da perspectiva de


referência.

30
RESUMO DO TÓPICO 2
Nesse tópico você viu que:

• Há três termos frequentemente utilizados pelos professores de Educação Física,


que são: testar, medir e avaliar. É imprescindível compreender cada um deles
individualmente.

• Os termos testar, medir e avaliar não são sinônimos e constantemente são


confundidos.

• Testar significa verificar o desempenho do indivíduo mediante “testes”


organizados previamente. Esses testes fornecem valores numéricos das medidas
aos profissionais.

• Medir significa descrever os valores numéricos (quantitativos) obtidos por meio


dos “testes”. Esses valores (medidas) devem ser precisos e objetivos.

• Avaliar significa interpretar os dados quantitativos e/ou qualitativos obtidos


por meio dos “testes” baseados em sistemas de referenciais previamente definidos.

• Há testes de campo e testes de laboratório, cada um com suas especificidades.

• Há três diferentes tipos de avaliação, sendo: avaliação diagnóstica, formativa e


somativa.

• A avaliação diagnóstica avalia condições iniciais do indivíduo.

• A avaliação formativa avalia o progresso do indivíduo.

• Cabe ao profissional optar por qual ou quais tipos de avaliação desejará utilizar.

• A avaliação somativa é o conjunto de todas as avaliações realizadas ao fim de


cada unidade do planejamento.

• A ideia de normalidade pode possuir significados diferentes. Pode se relacionar


com os pontos de corte (classifica o avaliado em “normal” ou “subnormal”) ou se
relacionar com valores que ocorrem na maioria dos avaliados (classifica o avaliado
em “normal” ou “anormal”).

• As avaliações podem ser referenciadas por normas ou por critérios e cada uma
possui suas características próprias. É importante os professores de educação
física conhecê-las e, assim, escolher qual tipo de avaliação desejarão utilizar em
seus programas de intervenção.

31
• A avaliação por norma é referência de avaliação que expressa o comportamento
(distribuição) normal da variável sob a análise na população.

• Avaliação por critério geralmente é um valor arbitrário que representa um


padrão mínimo de desempenho.

32
AUTOATIVIDADE
1 Há três termos essenciais para a compreensão das medidas e para as avaliações.
Cite quais são esses três termos. Na sequência, explique cada um deles.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

2 A compreensão de conceitos é importante para entender de forma clara as


diferenças entre testar, medir e avaliar. Apesar de essas palavras possuírem
significados diferentes, muitas vezes são utilizadas como sinônimos umas
das outras. A partir dos conceitos de testar, medir e avaliar, correlacione as
informações da Coluna 1 com aquelas da Coluna 2.

Coluna 1 Coluna 2
( ) Descrever fenômenos do ponto de vista
(a) Testar
quantitativo.
( ) Interpretar dados quantitativos e qualitativos
(b) Medir para obter parecer ou julgamento de valores com
boas referências previamente definidas.
( ) Verificar desempenho mediante situações
(c) Avaliar previamente organizadas e padronizadas,
denominadas “testes”.

Na sequência, assinale a alternativa que exprime a sequência correta.

a) ( ) a, c, b.
b) ( ) b, a, c.
c) ( ) c, a, b.
d) ( ) c, b, a.
e) ( ) b, c, a.

3 No que concerne às definições de TESTAR, leia atentamente as frases a


seguir e marque V para aquelas que forem Verdadeiras e F para aquelas que
forem Falsas.

( ) É possível, por meio do teste, verificar o desempenho do indivíduo mediante


situações previamente organizadas e padronizadas.
( ) Essas situações padronizadas são denominadas de medidas.
( ) O teste é um instrumento, procedimento ou técnica usada para se obter uma
medida.
( ) Os testes não viabilizam determinar os valores numéricos das medidas.
( ) Há diferentes tipos de testes, por meio de escrita, de observação ou de
performance.
33
Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) V – F – V – F – V.
b) ( ) F – F – F – V – V.
c) ( ) F – V – V – F – F.
d) ( ) V – F – V – F – F.
e) ( ) V – F – F – V – V.

4 No que concerne às definições de MEDIR, leia atentamente as frases a seguir


e marque V para aquelas que forem Verdadeiras e F para aquelas que forem
Falsas.

( ) Significa descrever fenômenos do ponto de vista qualitativo.


( ) Significa descrever fenômenos do ponto de vista quantitativo.
( ) É útil para obter informações por um teste tomando-se por referência um
sistema convencional de unidades.
( ) Medidas são o resultado obtido através da coleta realizada por um
instrumento, procedimento ou técnica atribuindo-se a ela um valor numérico, e
devem ser precisas e objetivas.

Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) V – F – V – V.
b) ( ) F – V – V – V.
c) ( ) F – V – F – F.
d) ( ) V – F – V – F.
e) ( ) V – F – F – V.

5 No que concerne às definições de AVALIAR, leia atentamente as frases a


seguir e marque V para aquelas que forem Verdadeiras e F para aquelas que
forem Falsas.

( ) Significa interpretar dados quantitativos e qualitativos a fim de obter parecer


ou julgamento de valores com bases em referenciais previamente definidos.
( ) A avaliação julga quanto foi eficiente o sistema de trabalho usado, classifica
os testados, reflete o progresso, indica se os objetivos são ou não atingidos,
indica se o sistema de ensino é satisfatório.
( ) Não cabe à avaliação possibilitar a reflexão acerca das metas e os objetivos
do profissional.
( ) Determina a importância ou o valor da informação coletada.
( ) A avaliação não viabiliza a comparação com algum padrão predefinido.

Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) V – V – V – F – V.
b) ( ) F – F – V – V – V.
c) ( ) F – V – V – F – F.
d) ( ) V – V – F – V – F.
e) ( ) V – F – F – V – F.
34
6 No que se refere aos diferentes tipos de avaliação (diagnóstica, formativa e
somativa), correlacione os itens I, II e III de acordo com o tipo de avaliação a
que se referem.

I - Consiste no tipo de avaliação feito continuamente ao longo do processo de


ensino-aprendizagem. Com este tipo de avaliação é possível redirecionar as
estratégias e as ações.
II - Representa o conjunto de todas as avaliações realizadas no fim de cada
unidade do planejamento, com o objetivo de obter um quadro geral da evolução
do indivíduo.
III - Refere-se à análise dos pontos fortes e fracos do indivíduo ou grupo de
indivíduos, em relação a uma determinada característica.

( ) Avaliação diagnóstica.
( ) Avaliação formativa.
( ) Avaliação somativa.

7 Os valores de referência para avaliação são frequentemente utilizados para


comparar o resultado da medida obtida com um valor de referência previamente
estabelecido. Cite as duas referências de avaliação e explique-as.
_____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

8 Os valores de referência comumente utilizados fazem menção a normas ou


a critérios. Para organizar as diferenças entre essas avaliações com referências
distintas, leia atentamente as frases. Posteriormente, insira I para a avaliação
referenciada por norma e II para a avaliação referenciada por critério.

( ) Possui o objetivo de verificar a posição dos avaliados em relação aos níveis


específicos de proeficiência.
( ) Possui o objetivo de situar os avaliados em relação a grupos específicos.
( ) Analisa as informações a partir da comparação dos escores com os
apresentados por outros avaliados.
( ) Analisa as informações a partir da comparação de escores com características
ou comportamentos previamente definidos.
( ) Como sistema de referência, utiliza pontos de corte que traduzem
características ou comportamentos específicos.
( ) Possui a desvantagem da falta de motivação e perda de interesse.
( ) Como sistema de referência, utiliza tabelas estatísticas (percentis, média,
desvio-padrão) idealizadas com base em escores apresentados por sujeitos
pertencentes a grupos específicos.

35
36
UNIDADE 1
TÓPICO 3

SELEÇÃO DOS INSTRUMENTOS


DE AVALIAÇÃO

1 INTRODUÇÃO
Para que seja possível avaliar os indivíduos (alunos, clientes, atletas) que
participam do programa de intervenção deve-se aplicar testes para verificar se o
programa tem proporcionado os resultados esperados ou não. E, ainda, a partir
dos resultados obtidos nos testes, é possível efetuar ajustes no programa de
intervenção.

Para tanto, há uma dúvida central: como selecionar os instrumentos de


avaliação? A fim de responder ao questionamento, deve-se considerar que há
diferentes modalidades para os critérios de seleção: qualidade do teste, aspectos
práticos, aspectos pedagógicos e a utilização dos resultados.

A qualidade do teste se refere à validade, reprodutibilidade e objetividade.


Os aspectos práticos contemplam a viabilidade e a economia do teste. Os aspectos
pedagógicos se referem à facilidade de entendimento e à motivação. E a utilização
de recursos engloba a especificidade e a prescrição. Para melhor visualização
dessas informações, apresenta-se a Figura 10.

FIGURA 10 – CRITÉRIOS PARA A SELEÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO

FONTE: As autoras

37
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA

Acrescenta-se que o ideal é selecionar bons testes, de modo que os


resultados obtidos sejam precisos e confiáveis. De forma geral, bons testes possuem
três características essenciais relacionadas à qualidade, sendo: a validade, a
reprodutibilidade e a objetividade. Esses conceitos básicos são essenciais para que
as avaliações sejam feitas com o mínimo de erro possível. É importante mencionar
que há diferentes tipos de validade: validade face ou de lógica, validade de
conteúdo, validade de constructo, validade concorrente e validade preditiva. Cada
uma dessas validades será explicada separadamente.

No que concerne à consistência das medidas, item relacionado à


reprodutibilidade e validade dos testes, pode-se recorrer a diferentes estratégias,
entre elas o teste-reteste, o uso de instrumentos paralelos e a divisão do instrumento.
Ademais, por mais que os critérios de validade almejem minimizar ao máximo
os erros de medida, causados pelas alterações que podem surgir com relação aos
avaliadores, aos avaliados e aos instrumentos utilizados na avaliação, eles sempre
estão presentes. Os erros de medidas são classificados em sistemáticos e aleatórios.

Quanto aos aspectos práticos, enfatiza-se a viabilidade (equipamentos,


as instalações, a equipe técnica, o tempo disponível, o número de avaliados) e a
economia (custo-benefício). Por fim, nos aspectos pedagógicos enquadram-se a
facilidade de entendimento e a motivação, e na utilização de resultados destacam-
se a especificidade e a prescrição.

Cada um dos elementos mencionados anteriormente será detalhadamente


desenvolvido nos subtítulos a seguir.

2 QUALIDADE DO TESTE
A qualidade dos instrumentos utilizados é fundamental para o
desenvolvimento de qualquer programa de intervenção. Logo, pode-se dizer que
a qualidade de um teste é um aspecto decisivo no processo avaliativo como um
todo.

Em linhas gerais, Rojas e Barros (2003) acreditam que testes bons geram
medidas boas e possibilitam a realização de uma avaliação confiável. Enquanto
que testes ruins geram medidas ruins, o que restringe a avaliação, porque fornecem
dados imprecisos e julgamentos equivocados. Para compreender melhor esta
lógica de raciocínio, apresenta-se a Figura 11.

38
TÓPICO 3 | SELEÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO

FIGURA 11 – IMPLICAÇÕES DE TESTES BONS OU RUINS NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO

Testes bons medidas boas Avaliação confiável

Testes ruins medidas ruins Avaliação restrita

FONTE: Adaptado de Rojas e Barros (2003)

Contudo, como os profissionais devem escolher os testes que pretendem


utilizar para auxiliá-los de forma coerente no processo de avaliação? Responder a
esta pergunta não é uma tarefa muito fácil, mas há algumas sugestões para auxiliar
na escolha de bons testes. Primeiramente, deve-se escolher os testes que mais se
adéquem a determinada realidade em que se está inserido, ao contexto, ao local,
aos materiais disponíveis e às variáveis que se deseja medir.

Além disso, acrescenta-se que os bons testes possuem algumas


características específicas, como a validade, a reprodutibilidade e a objetividade
(ROJAS; BARROS, 2003).

FIGURA 12 – CARACTERÍSTICAS DE UM BOM TESTE

CARACTERÍSTICAS DE UM BOM TESTE

VALIDADE REPRODUTIBILIDADE OBJETIVIDADE

FONTE: As autoras

Na sequência, vamos estudar cada uma dessas características.

→ Validade: é o critério que define o grau de precisão e o erro de medida de um


determinado teste (ROJAS; BARROS, 2003). Diz-se que um teste é válido quando
ele mede aquilo que se propõe a medir. Destaca-se que bons testes possuem elevado
grau de precisão e, por conseguinte, pequena margem de erro. Há diferentes tipos
de validade: lógica ou de face, de conteúdo, de constructo, concorrente e preditiva.

→ Reprodutibilidade: reflete a consistência entre as medidas obtidas em duas


aplicações consecutivas do mesmo teste. Para o teste ser considerado reprodutível,
os resultados dessas duas aplicações devem ser aproximados (ROJAS; BARROS,
2003). Pode-se dizer que quanto maior for a reprodutibilidade do teste, mais estáveis
e precisas serão as medidas obtidas. Atenta-se ao fato de que a reprodutibilidade
de um teste pode ferir sua validade.

→ Objetividade: assemelha-se à reprodutibilidade. É um indicador específico


de reprodutibilidade que se refere ao grau de concordância entre diferentes

39
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA

avaliadores durante a administração de um mesmo instrumento de medida.


Um teste é objetivo quando produz medidas/resultados semelhantes quando
administrado por diferentes avaliadores. Há inúmeros fatores que podem
influenciar a objetividade de um teste, por exemplo, a forma como as instruções
foram fornecidas ao avaliado, as condutas ou o estado de humor do avaliador no
ato da aplicação do teste. Ressalta-se que testes objetivos sofrem pouca interferência
da ação/participação do avaliador. Logo, o erro intra-avaliador é pequeno (ROJAS;
BARROS, 2003).

Acerca da tríade validade-reprodutibilidade-objetividade, acrescenta-se


que há inter-relações entre eles e, às vezes, essas inter-relações são unilaterais. Para
exemplificar essas inter-relações, apresenta-se a Figura 13.

FIGURA 13 – INTER-RELAÇÃO ENTRE OBJETIVIDADE-


REPRESENTATIVIDADE E VALIDADE DE UM TESTE

FONTE: Rojas e Barros (2003)

ATENCAO

Regra 1: Se um teste NÃO for reprodutivo, ele não será válido.


Regra 2: Um teste objetivo precisa obrigatoriamente ser reprodutivo (o inverso não é regra).
Curiosidade 1: Um teste pode ser reprodutivo, mas não ser válido.
Curiosidade 2: Um teste pode ser objetivo, mas não ser válido.

Apresenta-se a Tabela 1 com as referências sobre os níveis de validade,


reprodutibilidade e objetividade proposta por Safrit (1981).

TABELA 1 – NÍVEIS DE VALIDADE, REPRODUTIBILIDADE E OBJETIVIDADE

Nível Validade Reprodutibilidade Objetividade


Excelente 0,80 – 1,00 0,90 – 1,00 0,95 – 1,00
Bom 0,70 – 0,79 0,80 – 0,89 0,85 – 0,94
Regular 0,50 – 0,69 0,60 – 0,79 0,70 – 0,84
Fraco 0,00 – 0,49 0,00 – 0,59 0,00 – 0,69
FONTE: Safrit (1981)

40
TÓPICO 3 | SELEÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO

2.1 PRINCIPAIS TIPOS DE VALIDADE


A validade é um elemento básico para medidas e avaliações. Somente
quando um instrumento é válido é possível considerar as informações obtidas
para a avaliação (GUEDES; GUEDES, 2006). Ressalta-se que não existe um método
único para determinar a validade de um teste. Na realidade, existem inúmeras
estratégias que podem ser utilizadas para estimar a validade de um teste, que
utilizam abordagens qualitativas ou quantitativas. De forma geral, o que se procura
é demonstrar que a margem de erro ou a subjetividade é tão pequena que pode ser
tolerada sem prejudicar a avaliação (ROJAS; BARROS, 2003).

A validade pode ocorrer em diferentes graus. Para definir o grau de validade


de um instrumento deve-se considerar sua finalidade, o tipo de interpretação que
oferece aos seus escores e da sua aplicação. Assim, há diferentes tipos de validade,
sendo: validade face ou de lógica, validade de conteúdo, validade de constructo,
validade concorrente e validade preditiva.

Apresentam-se na Figura 14 as evidências de validade de um teste a partir


de diferentes procedimentos.

FIGURA 14 – SUBJETIVIDADE E ARGUMENTO DE VALIDADE EM DIFERENTES


PROCEDIMENTOS DE VALIDAÇÃO

FONTE: Rojas e Barros (2003)

ATENCAO

A validade do teste deve ser considerada desde o momento em que se


decide avaliar determinada característica do indivíduo e continua ao longo do processo de
planejamento, administração e interpretação do teste (GUEDES; GUEDES, 2006).

Na sequência será explicado cada um dos tipos de validade de acordo com


os conceitos de Rojas e Barros (2003) e Guedes e Guedes (2006). Apresenta-se na
Figura 15 um panorama geral acerca de cada um dos tipos de validade.
41
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA

FIGURA 15 – PANORAMA GERAL SOBRE OS DIFERENTES TIPOS DE VALIDADE


Validade face ou lógica
Análise representativa dos escores ebtidos com o
instrumento de medida em relação à característica
ou ao acompanhamento que se pretende analisar

Validade de conteúdo
Comparação de escores obtidos com a versão longa
do instrumento de medida com a versão curta.
VALIDADE
Grau com que o instrumento Validade de Constructo
de medida oferece Comparação escores obtidos entre dois grupos
diferentes em relação ao atributo que se pretende
informações quanto às
avaliar.
características ou aos
comportamentos associados Validade Corrente
ao atributo que se pretende Relação estatística entre os escores produzidos pelo
avaliar, instrumento de medida e indicadores de mesma
natureza que seguramente oferece indicações
favoráveis quanto à avaliação do mesmo atributo
que se pretende avaliar.

Validade Preditiva
Grau de probabilidade com que os escores
produzidos pelo instrumento de medida podem
predizer estatisticamente o atributo que se pretende
avaliar.

FONTE: Adaptado de Rojas e Barros (2003) e Guedes e Guedes (2006)

Agora, estudaremos separadamente cada um dos tipos de validade:

2.1.1 Validade face ou lógica


É o procedimento mais frágil para estabelecer a validade de um teste,
porque possui natureza empírica e subjetiva (não é determinada por métodos
estatísticos). Parte da premissa de que os instrumentos de medida produzirão
escores representativos de alguma característica ou comportamento, mas deve-se
determinar até que ponto esses escores podem traduzir informações sobre o que
se pretende avaliar (GUEDES; GUEDES, 2006). Um instrumento é válido quando
consegue demonstrar claramente que o teste permite obter bons dados sobre as
variáveis de interesse. Exemplo: qualidade de vida.

2.1.2 Validade de conteúdo


Pode ser obtida por meio da comparação de resultados de duas versões
de um mesmo teste, sendo uma versão curta e outra longa. Acredita-se que se o
conteúdo está presente nas duas versões do teste, então as medidas obtidas na
versão curta deverão se correlacionar satisfatoriamente com as medidas da versão

42
TÓPICO 3 | SELEÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO

longa (ROJAS; BARROS, 2003). Exemplo: questionário de atividade física habitual


(IPAQ).

2.1.3 Validade de constructo


Permite localizar e isolar dois grupos que reconhecidamente são diferentes
em relação à variável que está sendo testada. Assim, deve-se aplicar o teste que
se almeja validar a esses dois grupos distintos para determinar se há diferenças
significativas entre os escores obtidos em cada um dos grupos (ROJAS; BARROS,
2003).

2.1.4 Validade concorrente


Expressa a relação estatística que possa existir entre os escores produzidos
pelo instrumento de medida em questão e pelos indicadores de mesma natureza
oferecidos por outro instrumento de medida já validado que seguramente oferece
indicações favoráveis sobre a avaliação do mesmo atributo que se pretende avaliar
(GUEDES; GUEDES, 2006).

2.1.5 Validade preditiva


É a forma mais rigorosa de estabelecer a validade de um teste e envolve o
uso de um critério (geralmente um comportamento futuro) a ser predito através
de uma equação matemática. Diz-se que um teste tem validade preditiva se as
medidas que ele permite obter são significativamente correlacionados com uma
característica, comportamento ou desempenho apresentados no futuro (ROJAS;
BARROS, 2003).

2.1.6 Recursos estatísticos


Nota-se que alguns desses tipos de validade fazem uso de recursos
estatísticos. Para tanto, calculam o coeficiente de correlação entre os escores
obtidos pelos instrumentos de medida. Posteriormente, os valores do coeficiente
de correlação são analisados a partir de uma tabela de referência predefinida. No
caso da educação física, adota-se a tabela elaborada por Tritschler (2000) (GUEDES;
GUEDES, 2006). Apresenta-se a Tabela 2 com as referências sobre os coeficientes de
correlação para interpretação de validação de instrumentos na área da educação
física.

43
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA

TABELA 2 – COEFICIENTES DE CORRELAÇÃO REFERÊNCIA PARA INTERPRETAÇÃO DE


VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS NA ÁREA DA EDUCAÇÃO FÍSICA

Coeficiente de correlação Validação do instrumento


0,90 – 0,99 Excelente
0,80 – 0,89 Muito boa
0,70 – 0,79 Aceitável
0,60 – 0,69 Questionável
FONTE: Adaptado de Tritschler (2000) apud Guedes e Guedes (2006)

Assim é possível verificar de forma quantitativa a validade do instrumento


de medida.

UNI

O Teste de Correlação – é uma técnica estatística utilizada para determinar o


relacionamento entre duas ou mais variáveis.

2.2 PRINCIPAIS TIPOS DE REPRODUTIBILIDADE: CONSISTÊNCIA


DAS MEDIDAS
A reprodutibilidade designa a consistência entre as medidas obtidas em
duas aplicações consecutivas do mesmo teste (ROJAS; BARROS, 2003). Para aferir
a consistência das medidas, é possível adotar diferentes estratégias, entre elas o
teste-reteste, o uso de instrumentos paralelos e a divisão do instrumento (ROJAS;
BARROS, 2003).

2.2.1 Teste-reteste
A estratégia do teste-reteste contempla duas aplicações do teste para o
mesmo grupo de avaliados. Posteriormente, calcula-se o índice de reprodutibilidade
por meio do coeficiente de correlação (estatística).

2.2.2 Instrumentos paralelos


A estratégia dos instrumentos paralelos consiste na aplicação de dois testes
equivalentes ou paralelos para o mesmo grupo de avaliados. Pode-se efetuar
a aplicação de maneira simultânea ou em duas sessões com pequeno intervalo
de tempo entre elas. Neste caso, a dificuldade é construir dois testes que sejam
equivalentes em termos de conteúdo.
44
TÓPICO 3 | SELEÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO

2.2.3 Divisão do instrumento


A estratégia da divisão do instrumento é a fragmentação do teste em duas
metades e os escores de ambas as partes serão correlacionados a fim de estimar
o índice de consistência entre as medidas. Possui a vantagem de ser uma única
aplicação do teste e não requer a construção de um segundo teste equivalente.

2.3 Erros de medida


Para qualquer programa de avaliação, a coleta de informações é
fundamental. Por isso se tem tanta preocupação com os possíveis erros de medida.
Caso os dados sejam coletados de forma desatenciosa, poderão ser inutilizados
para as análises da avaliação (GUEDES; GUEDES, 2006).

De maneira infortuna, apesar dos esforços na tentativa de obter medidas da


melhor qualidade possível, independentemente de qual teste será adotado, deve-
se considerar que toda medida tem um erro. Cabe à validade do teste verificar se
o erro de medida é pequeno, de modo que não interfira nos resultados obtidos.
Salienta-se que ao longo dos anos ocorreu elevada evolução nos instrumentos de
medida, de modo que o aproximem de zero. Apesar disso, ressalta-se que os erros
de medida se fazem presentes.

Geralmente esses erros de medida são causados pelas constantes alterações


que podem surgir, em especial com relação aos avaliadores, aos avaliados e aos
instrumentos utilizados na avaliação (GUEDES; GUEDES, 2006). Por essa razão,
é importante considerar essas constantes alterações de modo a reduzir para o
mínimo tolerável os erros de medida e, ainda, mensurar a magnitude do erro a fim
de melhor subsidiar, do ponto de vista estatístico, a análise dos escores obtidos.

A fim de exemplificar melhor os exemplos de erros que podem ocorrer,


destacam-se:

• Avaliadores que realizam pegadas diferentes para medir no teste do adipômetro.

• Avaliadores que não priorizam a padronização do teste e o realizam fora do


padrão. Por exemplo, medidas de circunferências às vezes obtidas por cima de
roupa e outras sob a roupa; ou medidas de circunferências às vezes obtidas com
referência às linhas paralelas do solo e outras vezes não;

• Aplicação do teste (para o mesmo indivíduo ou para indivíduos diferentes) em


períodos diferentes dos dias, com temperaturas muito diferentes.

• Aplicação do teste às vezes após alguns dos avaliados ter praticado exercícios
físicos ou alongamento.

• Instrumentos não calibrados, não aferidos ou com desgastes que causem


alteração nas medidas podem provocar erros.

45
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA

UNI

O adipômetro, também chamado de plicômetro, é um equipamento que serve


para medir a espessura do tecido adiposo em diversas partes do corpo. Ao longo do Livro da
disciplina de Medidas e Avaliações, esse instrumento será estudado separadamente.

Para fins de curiosidade, apresenta-se na Figura 16 um adipômetro ou


plicômetro sendo utilizado para mensurar a espessura do tecido adiposo.

FIGURA 16 – UTILIZAÇÃO DO ADIPÔMETRO OU PLICÔMETRO

Fonte: Guedes e Guedes (2006, p. 223).

Existem também os erros estatísticos, os quais podem ser estimados


aplicando-se o mesmo teste várias vezes em um mesmo indivíduo e em condições
idênticas. Posteriormente, deve-se analisar os dados e verificar a dispersão das
medidas em torno do valor médio. Quanto maior for a dispersão, maior será o erro
e menor a precisão. Quanto menor for a dispersão, menor será o erro e maior será
a precisão.

De acordo com a classificação, os erros de medida são sistemáticos e


aleatórios, conforme a Figura 17.

46
TÓPICO 3 | SELEÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO

FIGURA 17 – CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE MEDIDA

Sistemáticos

Erros de Medida

Aleatórios

FONTE: Adaptado de Guedes e Guedes (2006)

A seguir, vejamos cada um dos erros de medida a partir de Guedes e


Guedes (2006).

• Erros de medida sistemáticos: ocorrem em caso de réplicas de medida


quando a probabilidade de as duas aplicações diferirem entre si for igual à de
ocorrerem diferenças entre os escores originais do atributo. Surgem quando
fatores responsáveis pelos erros afetarem igualmente os escores originais e as
réplicas. Neste caso, as diversas medições não estão muito dispersas, então
reconhece-se que a medida tem precisão, mas o seu valor médio difere do
valor verdadeiro da variável medida. Observa-se, ainda, a ausência de erro
estatístico. O erro sistemático é sempre o mesmo e não pode ser identificado por
repetição da medida porque o valor verdadeiro não é conhecido. Os erros de
medida sistemáticos podem ocorrer em razão de problemas: instrumental (erro
na calibração do instrumento), teórico (erro nas fórmulas usadas), ambiental
(temperatura) e observacional (falha dos avaliadores).

• Erros de medida aleatórios: resultam de fatores responsáveis pelos erros que


afetam diferentemente os escores verdadeiros e as réplicas. Atenta-se ao fato
de que, na Educação Física, ocorrem os erros de medida aleatórios com maior
frequência quando mais de um avaliador realizar a coleta das informações e
não houver padronização das medidas.

ATENCAO

Para o teste ser padronizado, deve ter e apresentar a descrição exata das condições
sob as quais deve ser aplicado, de modo que todos os avaliadores possam reproduzi-las de
maneira semelhante, reduzindo os erros de medida.

Além dessa classificação geral apresentada anteriormente, há tentativas de


pesquisadores da área em descrever as várias fontes de erros de medida. Assim, os
diferentes tipos de erros de medida são apresentados na Figura 18.

47
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA

FIGURA 18 – TIPOS DE ERROS DE MEDIDA

FONTE: Guedes e Guedes (2006)

Para reforçar, a exatidão analisa o quanto as medidas obtidas estão em


conformidade com a sua verdadeira medida, sendo insuficiente considerar apenas
a precisão com que as medidas são realizadas, mas também obter medidas com
alto índice de exatidão. A precisão analisa o quão consistente um avaliador está
com ele mesmo na realização das medidas (reprodutibilidade intra-avaliador) ou
com relação a outros avaliadores (reprodutibilidade interavaliadores) (GUEDES;
GUEDES, 2006).

E
IMPORTANT

Guedes e Guedes (2006) indicam que, na área da Educação Física, a maior


dificuldade é determinar qual é a verdadeira medida para um atributo em determinado
avaliado naquele dado momento, visto que o organismo está constantemente em estado de
transformação e, portanto, teoricamente não deverá produzir as mesmas respostas entre uma
medida e outra, mesmo que em curto espaço de tempo.

3 ASPECTOS PRÁTICOS
No que tange aos aspectos práticos, atenta-se para a viabilidade e para
a economia. A viabilidade contempla os equipamentos, as instalações, a equipe
técnica, o tempo disponível, o número de avaliados, entre outros. Essas questões
devem ser consideradas inclusive durante o planejamento das medidas e avaliações,
de modo a tornar exequível a aplicação dos testes e da avaliação em sua totalidade.

Já a economia verifica a relação existente entre os custos e os benefícios.


Uma proposta de trabalho de altíssimo custo e baixo custo-benefício não se torna
viável. Em contrapartida, uma proposta de baixo a médio custo que proporcione
elevados benefícios se torna bastante atrativa para execução.

48
TÓPICO 3 | SELEÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO

4 ASPECTOS PEDAGÓGICOS
Os aspectos pedagógicos, por sua vez, compreendem a facilidade de
entendimento e a motivação. Nos momentos que precedem a aplicação de um
teste, o avaliador deve explicar o teste para o avaliado, questionar o avaliado que
está com alguma dúvida sobre o teste. O avaliado precisa entender como será
feito o teste para poder executá-lo corretamente. Muitas vezes, o avaliador precisa
demonstrar como o avaliado deve realizar a tarefa antes do teste iniciar. Isso
preconiza que toda informação deve ser seguida por uma demonstração, conforme
defendido por Sherril (2004).

Ultimamente, as pesquisas científicas têm exigido padronização nas


instruções que o avaliador fornece aos avaliados. Atenta-se também ao fato de
que a forma com que o avaliador realiza a abordagem é muito importante para
obtenção de medidas confiáveis. Por isso, é imprescindível conhecer muito bem o
público-alvo com que se está trabalhando (crianças, jovens, adultos, idosos, entre
outros).

Outro exemplo de uma situação que pode comprometer a coleta dos


dados é o constrangimento do avaliador por algum motivo específico ou, ainda, a
depender do instrumento utilizado, também é possível constranger o avaliado. Há
questionários que, muitas vezes, são aplicados para coleta de dados em populações
idosas que eventualmente podem gerar o constrangimento. Questões relacionadas
ao poder socioeconômico, aspectos relacionados à saúde, presença de doenças,
avaliação da memória, utilização de substâncias entorpecentes e atividade sexual
são exemplos de perguntas que carecem de cuidado e sensibilidade por parte
do avaliador no momento da aplicação de questionários. Por vezes, os avaliados
podem inclusive não responder às perguntas com sinceridade. Com a experiência,
a prática e a perseverança constante, o avaliador conseguirá perceber todos esses
detalhes durante a aplicação do instrumento de medida.

A motivação, entretanto, representa um desafio para o avaliado. É definida


como um estado emocional capaz de despertar interesse ou desinteresse do
avaliado. Em linhas gerais, trata-se de um aquecimento para que o avaliado aplique
suas energias voluntariamente na execução da tarefa prevista (NÉRECI, 1993).

É relevante especificar que há um termo denominado “incentivo” que


frequentemente se associa à motivação. Para alguns especialistas da área, a
motivação é definida como a vontade ou interesse por algo que brota dentro do
próprio indivíduo, como se fosse uma “força interior”. E o incentivo é definido
como um estímulo externo, visando despertar a vontade/interesse no indivíduo.
Independentemente do termo ou da definição adotada, ambas se fazem importantes
durante a aplicação de instrumentos de medida.

49
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA

5 UTILIZAÇÃO DOS RESULTADOS



Posteriormente a todo processo de avaliação, cabe aos profissionais
utilizarem os resultados obtidos e a interpretação deles para fornecerem retorno ao
avaliado, informá-lo a respeito do seu resultado/desempenho, e também podem
ser utilizados para acompanhar a evolução do aluno. Outra excelente forma de
aplicação dos resultados é utilizá-los como uma ferramenta interessante para
motivar o aluno/atleta para a prática das atividades físicas desenvolvidas ou,
ainda, para correção do treino executado. Além disso, esses resultados também
poderão ser cuidadosamente utilizados pelos profissionais com a finalidade de
prescrição de atividade física e/ou de exercícios físicos.

6 OUTROS ASPECTOS RELEVANTES



Reconhecer as questões éticas acerca das medidas e avaliações é de grande
valia. Afinal, quando os profissionais optam por seguir uma profissão que lida
com pessoas, inegavelmente se deparam com elementos éticos a priori. Nesse
sentido, os avaliados com os quais se trabalha são indivíduos dotados de fatores
psicológicos e físicos.

Cabe aos profissionais explicar aos avaliados os procedimentos que serão


utilizados no teste. O avaliado deverá estar consciente dos intrumentos e dos
protocolos de avaliação que serão aplicados a ele, bem como as possíveis falhas
que o instrumento de medida utilizado venha a possuir. Ao avaliado cabe aceitar
participar da coleta das informações, mas, mesmo após o aceite, poderá solicitar
que a avaliação seja interrompida em qualquer momento. Contudo, para evitar
essa situação de desistência por parte do avaliado, ressalta-se a importância de
explicar corretamente o que será feito e como será feito durante as medidas e
avaliações, sem omitir parte do teste para o avaliado, além de deixar o avaliado à
vontade durante a aplicação do teste.

É recomendável, quando viável, a elaboração de um Termo de Consentimento


Livre e Esclarecido para segurança tanto do avaliado como do avaliador. No
termo deverá constar a identificação do avaliado e do avaliador e informar sobre
os instrumentos e protocolos de avaliação, com ênfase ao respeito ao avaliado,
que poderá interromper. Há inúmeros modelos de Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido, disponíveis gratuitamente na internet, que são fonte de consulta e
poderão ser utilizados como modelo.

No caso de o avaliador perceber que o avaliado está desconfortável ou não


deseja participar da coleta de informação, também pode solicitar a interrupção.
Em avaliações com crianças, por vezes, diante de um cenário ao qual não estão
habituadas, bem como pessoas que não conhecem bem (avaliadores), podem
apresentar choro. Neste momento, o olhar sensível do avaliador deverá estar
atento para reconhecer os sinais que o avaliado indica e interromper a aplicação

50
TÓPICO 3 | SELEÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO

do instrumento de medida, ainda que o desejo em finalizar a avaliação esteja


presente. Mesmo que as avaliações sejam continuadas e, ato contínuo, finalizadas,
face às intercorrências sofridas, é provável que os resultados não sejam confiáveis.

7 VISÃO GERAL
Os conteúdos abordados no Livro Didático de Medidas e Avaliações
em Educação Física apresentam inúmeras particularidades, as quais foram
apresentadas divididas didaticamente em partes. Em contrapartida, torna-se
válido apresentar um panorama geral acerca das etapas que norteiam as medidas
e as avaliações.

Em um primeiro momento, é de grande valia reconhecer os objetivos dos


programas de avaliação, a saber: acompanhar o processo de ensino-aprendizagem;
detectar, selecionar e promover talentos esportivos; prescrever e orientar as
atividades/exercícios físicos; diagnosticar questões relacionadas ao estado de
saúde e elaborar um banco de dados para pesquisas científicas.

Na sequência, deve-se definir com quais atributos se deseja trabalhar,


quais sejam: crescimento físico, maturação biológica, desempenho motor,
proporcionalidade, composição corporal, estado nutricional, atividade física
habitual, sistema de mobilização energética e sistema músculo-articular.

Ato contínuo, deve-se determinar os referenciais de análise que serão


adotados, sendo avaliação referenciada por norma ou avaliação referenciada por
critério. Também é imprescindível selecionar e escolher quais instrumentos de
medida serão utilizados. Pode-se recorrer à testagem, à medição, à observação, a
entrevistas ou, ainda, a questionários.

Posteriormente, atenta-se para a aplicação dos instrumentos de medida


propriamente dita, seguida pela análise das informações obtidas durante a coleta
dos dados. Por fim, os resultados obtidos e devidamente analisados devem ser
disseminados.

Para melhor visualização das informações acima descritas, apresentam-se


na Figura 19 todas as etapas que compõem o delineamento de um programa de
avaliação no campo da educação física.

51
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA

FIGURA 19 – ETAPAS DO DELINEAMENTO DE UM PROGRAMA DE AVALIAÇÃO NO CAMPO DA


EDUCAÇÃO FÍSICA

FONTE: Guedes e Guedes (2006)

52
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico vimos que:

• A seleção de um instrumento é uma tarefa complexa, que contempla diferentes


modalidades para os critérios de seleção: qualidade do teste, aspectos práticos,
aspectos pedagógicos e a utilização dos resultados.

• A qualidade do teste se relaciona com a qualidade das medidas obtidas, que


podem resultar em uma avaliação confiável ou restrita, a depender se o teste for
bom ou ruim.

• Para a realização de uma boa e confiável avaliação é necessário utilizar bons


testes, porque eles geram medidas boas.

• A utilização de testes ruins implica a realização de uma avaliação composta por


julgamentos equivocados e imprecisos, baseados em medidas ruins.

• Para identificar testes bons é importante reconhecer algumas características


específicas, como a validade, a reprodutibilidade e a objetividade.

• A validade é o critério que indica se o teste mede com precisão aquilo que
pretende medir (há pequena margem de erro).

• A reprodutibilidade revela a consistência entre as medidas obtidas em duas


aplicações consecutivas do mesmo teste em condições idênticas.

• A objetividade se refere ao grau de concordância entre diferentes avaliadores


durante a administração de um mesmo instrumento de medida.

• Existem diferentes tipos de validade: validade face ou de lógica, validade de


conteúdo, validade de constructo, validade concorrente e validade preditiva.

• Para aferir a consistência das medidas pode-se usar as estratégias: teste-reteste,


instrumentos paralelos e divisão do instrumento.

• Erros de medida são inevitáveis, podem ser causados pelos avaliadores, pelos
avaliados ou pelos instrumentos utilizados na avaliação.

• Os aspectos práticos envolvem a viabilidade (equipamentos, as instalações,


a equipe técnica, o tempo disponível, o número de avaliados, entre outros) e a
economia do teste (relação custo-benefício).

• Os aspectos pedagógicos contemplam o entendimento e a motivação.

• A utilização de resultados envolve especificidade e prescrição.


53
AUTOATIVIDADE

1 Durante o Tópico 3, você estudou que para a seleção de um instrumento de


avaliação é imprescindível levar em consideração um conjunto de modalidades
que se referem aos critérios de seleção. Cite quais são as quatro diferentes
modalidades para os critérios de seleção de um instrumento de avaliação.
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________.

2 A partir dos critérios de seleção de um instrumento de medida, correlacione


as informações da Coluna 1 com aquelas da Coluna 2.

Coluna 1 Coluna 2
( ) Trata da facilidade de compreensão e da
(a) Qualidade do teste
motivação.
( ) Envolve a especificidade e a prescrição de
(b) Aspectos práticos
exercícios.
(c) Aspectos
( ) Contempla a viabilidade e a economia.
pedagógicos
(d) Aspectos ( ) Refere-se à validade, reprodutibilidade e
pedagógicos objetividade.

Na sequência, assinale a alternativa que exprime a sequência correta.


a) ( ) c, d, b, a.
b) ( ) a, c, b, d.
c) ( ) b, a, d, c.
d) ( ) c, b, a, d.
e) ( ) d, c, a, b.

3 Para a seleção de testes de medidas e avaliações é importante estar atento às


características específicas que bons testes apresentam. Essas características são
a validade, a reprodutibilidade e a objetividade. Explique cada uma dessas três
características.
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________

4 De acordo com Guedes e Guedes (2006), A validade é um elemento básico


para medidas e avaliações. Somente quando um instrumento é válido é possível
considerar as informações obtidas para a avaliação. A afirmação dos autores
54
citados demonstra a importância da validade para a utilização das medidas
obtidas para uma avaliação coerente. No que concerne aos diferentes tipos
de validade, leia atentamente as frases a seguir e marque V para aquelas que
forem Verdadeiras e F para aquelas que forem Falsas.

( ) A validade face, também denominada de validade de conteúdo, é o


procedimento mais seguro para estimar o grau de validade de um teste, porque
faz uso de métodos estatísticos.
( ) A validade de constructo não permite localizar e isolar dois grupos que
reconhecidamente são diferentes em relação à variável que está sendo testada.
( ) A validade lógica possui natureza empírica e subjetiva e, por isso, é o
procedimento mais frágil para estabelecer a validade de um teste.
( ) A validade de conteúdo é estimada a partir da comparação de resultados
de duas versões de um mesmo teste, sendo uma versão curta e outra longa.
( ) A validade preditiva é a forma menos rigorosa de estabelecer a validade de
um teste.

Na sequência, assinale a alternativa correta:

a) ( ) F – F – V – V – F.
b) ( ) V – F – V – F – V.
c) ( ) F – V – V – F – V.
d) ( ) V – V – V – F – F.
e) ( ) F – V – F – V – F.

5 Considerando que a reprodutibilidade reflete a consistência entre as médias


obtidas em duas aplicações consecutivas do mesmo teste, há formas específicas
para aferir a consistência das medidas. Para tanto, utilizam-se a estratégia do
teste-reteste, estratégia do uso de instrumentos paralelos e a estratégia da
divisão do instrumento. A partir disso, correlacione as informações da Coluna
1 com aquelas da Coluna 2.

Coluna 1 Coluna 2
( ) Trata da aplicação de dois testes equivalentes
(a) Teste-reteste
para o mesmo grupo de avaliados.
( ) Representa a fragmentação do teste em duas
(b) Instrumentos metades e os escores de ambas as partes serão
paralelos correlacionados a fim de estimar o índice de
consistência entre as medidas.
(c) Divisão do ( ) Consiste em duas aplicações do teste para o
instrumento mesmo grupo de avaliados.

Na sequência, assinale a alternativa que exprime a sequência correta.

a) ( ) b, c, a.
b) ( ) b, a, c.
c) ( ) a, c, b.

55
d) ( ) c, b, a.
e) ( ) a, b, c.

6 Conforme foi estudado, os erros de medida são inevitáveis durante a coleta


de informações. De acordo com Guedes e Guedes (2006), os erros de medida
são causados pelas constantes alterações que podem surgir durante a coleta de
informações, geralmente se relacionam com os avaliadores, com os avaliados
ou com os instrumentos utilizados na avaliação. Assim, explique com suas
palavras pelo menos uma situação que revela a ocorrência de erros de medida.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

7 No que se refere aos aspectos práticos e pedagógicos relacionados às medidas e


avaliações, correlacione as informações da Coluna 1 com aquelas da Coluna 2.

Coluna 1 Coluna 2
( ) Compreende a facilidade de entendimento
do que será realizado na avaliação.
(a) Aspectos práticos ( ) Preocupa-se com questões financeiras
relacionadas ao instrumento de medida
(economia).
( ) Refere-se à motivação.
( ) Consiste na preocupação com os
(b) Aspectos pedagógicos equipamentos, as instalações, a equipe técnica,
o tempo disponível, o número de avaliados
(viabilidade).

Na sequência, assinale a alternativa que exprime a sequência correta:


a) ( ) b, a, b, a.
b) ( ) b, b, a, a.
c) ( ) a, a, b, b.
d) ( ) a, b, a, b.
e) ( ) a, b, a, b.

56
SUGESTÃO DE ATIVIDADE PRÁTICA

Nome da atividade prática: Desafio Quis: Perguntas e Respostas (Gincana)

a) Introdução

Acadêmicos, nessa atividade prática vamos fazer a junção dos conhecimentos


que vocês adquiriram ao longo dos estudos da Unidade 1 do Livro Didático de
Medidas e Avaliações em Educação Física. Por vezes, didaticamente o conteúdo
lhes é apresentado de forma fragmentada a partir de tópicos e itens separadamente.
Contudo, como informei anteriormente, essa opção fragmentada possui caráter
meramente didático. Também é imprescindível que após a compreensão essencial
de conceitos, você tenha a oportunidade de estudar o conteúdo de forma ampla
e total. Nesse sentido, essa atividade prática almeja efetuar essa visão geral em
torno dos conteúdos aprendidos nesta unidade. Para tanto, convido-o a fazer isso
de forma lúdica e organizada.

b) Objetivo

O objetivo dessa atividade prática é testar os conhecimentos adquiridos a


partir dos estudos da Unidade 1 do Livro Didático de Medidas e Avaliações em
Educação Física.

c) Materiais a serem utilizados

Os materiais a serem utilizados serão: uma folha A4, computadores,


impressora e internet.

EXEMPLO DOS MATERIAIS A SEREM UTILIZADOS NA ATIVIDADE PRÁTICA.

Descrição do material Tipo Quantidade


Folha A4 1
Precisa ter
Computador programa 1
Microsoft Word
Impressora Precisa ter tinta 1
1 computador por grupo de
acadêmicos. A quantidade varia de
Computadores - acordo com o número de acadêmicos
matriculados na disciplina e presentes
na aula.
O ideal é que cada computador
Internet para consulta
- utilizado pelos acadêmicos disponha
de artigos científicos
de conexão com a internet.
d. Procedimento experimental ou metodologia

57
- Pré-atividade prática: o professor/tutor deverá ter em uma folha A4 um
conjunto de perguntas e respostas relacionadas ao conteúdo da Unidade 1.
Nessa folha A4 as perguntas e respostas poderão estar escritas à mão ou terem
sido impressas no computador.

Lista de perguntas e respostas:

1. Antropometria e cineantropometria são a mesma coisa?


Resposta: Não.

2. O que difere a antropometria da cineantropometria?


Resposta: A antropometria é mais restrita, enquanto a cineantropometria é mais
ampla. A antropometria significa medida dos segmentos corporais do homem.
Enquanto que a cineantropometria efetua as medidas dos segmentos corporais
do homem em movimento.

3. Cite cinco aplicações práticas das medidas e avaliações.


Resposta:
- proporções humanas eram utilizadas nas obras de arte (esculturas, desenhos e
pinturas)
- unidades de medidas (palmo, polegadas, pé)
- Indústria automobilística
- Indústria da beleza
- Indústria da moda
- Produção de móveis
- Equipamentos eletrônicos
- Ciências da saúde
- Na educação física.

4. Explique o que é testar.


Resposta: Significa verificar o desempenho do indivíduo mediante situações
previamente organizadas e padronizadas (“testes”). O teste é um instrumento,
procedimento ou técnica usada para se obter uma informação (medidas). É por
meio dos testes que são determinados os valores numéricos das medidas. Os
testes podem ocorrer por meio de escrita, observação ou performance. Alguns
exemplos de testes são: teste de estatura, prova para verificar o conhecimento,
teste de Cooper, testes de sentar e alcançar, entre outros de não menor
importância.

5. Explique o que é medir.


Resposta: Significa descrever fenômenos do ponto de vista quantitativo. Logo,
é o processo utilizado para coletar informações obtidas por um teste tomando-
se por referência um sistema convencional de unidades. As medidas são o
resultado obtido através da coleta realizada por um instrumento, procedimento
ou técnica, atribuindo-se a ela um valor numérico, e devem ser precisas e
objetivas. Alguns exemplos de medidas são: a medida em centímetros da
estatura do indivíduo, a nota da prova usada para medir o conhecimento, o

58
percurso realizado pelo aluno no teste de Cooper, os centímetros alcançados no
teste de sentar e alcançar.

6. Explique o que é avaliar.


Resposta: Significa interpretar dados quantitativos e qualitativos a fim de
obter parecer ou julgamento de valores com bases em referenciais previamente
definidos. Acrescenta-se que a avaliação determina a importância ou o valor da
informação coletada. Refere-se a um processo pelo qual se pode interpretar os
valores de um grupo ou do próprio sujeito. A avaliação é o ponto de partida
para saber o que deve ser trabalhado e, além disso, julga o quanto foi eficiente
o sistema de trabalho usado, classifica os testados, reflete o progresso, indica se
os objetivos são ou não atingidos, indica se o sistema de ensino é satisfatório.
Por essa razão, diz-se que a avaliação deve refletir as metas e os objetivos do
profissional e que geralmente faz comparação com algum padrão.

7. Existem dois tipos de testes. Quais são os dois tipos de testes?


Resposta: Os dois tipos de testes são testes de campo e testes de laboratório.

8. Existem dois tipos de medidas. Quais são os dois tipos de medidas?


Resposta: Os dois tipos de medidas são as medidas antropométricas e as
medidas de composição corporal.

9. Existem três tipos de avaliação. Quais são os três tipos de avaliação?


Resposta: Os três tipos de avaliação são: diagnóstica, formativa e somativa.

10. Quais são os dois tipos de valores de referências utilizados na avaliação?


Resposta: Os dois tipos de valores de referências utilizados na avaliação são:
avaliação de acordo com norma ou avaliação de acordo com critério.

11. Qual é a diferença entre a avaliação de acordo com a norma e a avaliação de


acordo com critério?
Resposta: Avaliação por norma expressa o comportamento (distribuição) normal
da variável sob a análise na população. E a avaliação por critério geralmente é
um valor arbitrário que representa um padrão mínimo de desempenho.

12. Quais são as três características de um bom teste?


Resposta: As três características de um bom teste são: a validade, a
reprodutibilidade e a objetividade.

13. Quais são os cinco diferentes tipos de validade?


Resposta: Os cinco diferentes tipos de validade são: validade face ou de lógica,
validade de conteúdo, validade de constructo, validade concorrente e validade
preditiva.

14. Quais são os três principais tipos de reprodutibilidade de um teste?


Resposta: Os três principais tipos de reprodutibilidade de um teste são: divisão
do instrumento, instrumentos paralelos e teste-reteste.

59
15. Quais são os dois elementos fundamentais a se considerar nos aspectos práticos
na seleção de instrumentos de avaliação?
Resposta: A viabilidade e a economia.

16. Quais são os dois elementos fundamentais a se considerar nos aspectos


pedagógicos na seleção de instrumentos de avaliação?
Resposta: A facilidade de entendimento e a motivação.

17. Desafio 1: cada grupo disporá de 10 minutos para elaborar uma pergunta e uma
resposta que será feita para o grupo adversário. Os grupos poderão consultar o
material para elaborarem a pergunta. Não será permitida consulta ao material
para obtenção da resposta. Deve-se conscientizar o aluno a respeito do grau
de dificuldade da pergunta, pois devem elaborar uma questão interessante e
possível de ser respondida sem necessitar de decoreba do conteúdo.

18. Desafio 2: os grupos serão convidados a utilizarem os computadores do


laboratório de informática para consultarem artigos científicos sobre o conteúdo
da Unidade 1. Cada grupo deverá fornecer ao professor/tutor cinco artigos
científicos publicados em português, ou espanhol, sobre conteúdos relacionados
à Unidade 1. O professor/tutor poderá aceitar os artigos impressos na íntegra ou
uma página que contenha todas as referências completas dos cinco artigos de
acordo com as normas da ABNT. Caso não seja viável a utilização do laboratório
de informática, esse desafio pode ser feito em casa, individualmente.

- Organização da atividade prática:

No dia da aula, em sala, todos os alunos serão divididos em dois grupos


(Grupo A e Grupo B), preferencialmente com o mesmo número de acadêmicos.
Caso no dia da atividade os acadêmicos estejam em número ímpar, então um
grupo ficará com um acadêmico a mais. Ou, pode-se perguntar se algum acadêmico
gostaria de atuar como “juiz”. Assim, auxiliará o tutor a verificar as regras e a
marcar a pontuação de cada equipe no quadro.

Para a formação dos dois grupos, pode-se permitir que os acadêmicos se


dividam em dois grupos ou o tutor será o responsável pela divisão.

Os acadêmicos ficarão sentados em suas carteiras. Contudo, os grupos


ficarão um de frente para o outro, pois a atividade prática consiste em uma gincana
de perguntas e respostas. Os acadêmicos do Grupo A ficarão todos um ao lado
do outro, essa mesma regra se aplica ao Grupo B. Enquanto a turma organiza as
carteiras, o tutor escreverá no quadro: “Grupo A” e “Grupo B”, para futuramente
marcar pontos. Exemplo:

Grupo A Grupo B
Pontos

60
Na sequência, o tutor explicará a atividade para todos. A atividade consiste
em um jogo de perguntas e respostas. O tutor fará uma das perguntas em voz
alta para ambos os grupos. O acadêmico que souber a resposta poderá levantar a
mão. O grupo que levanta a mão possui, no máximo, 30 segundos para fornecer
a resposta. O tempo será contabilizado pelo tutor, pelo juiz ou pelos próprios
acadêmicos da equipe adversária. O tutor deverá ficar atento para o grupo que
levantar a mão primeiro e, se houver juiz, ele também poderá auxiliar nessa tarefa.

Caso uma equipe levante a mão e não saiba a resposta ou forneça a resposta
errada, automaticamente passa-se a vez para o grupo adversário ter a oportunidade
de acertar. Se nenhuma equipe acertar a resposta, ninguém pontuará e passa-se
para a próxima pergunta.

e. Interpretação dos resultados/descrição da atividade

Cada acerto equivale a um ponto que será notificado no quadro pelo tutor
ou pelo acadêmico que atua como juiz (se houver).
Todas as respostas deverão ser coerentes com o conteúdo expresso na
Unidade 1 do Livro Didático de Medidas e Avaliações em Educação Física.

f. Conclusões ou considerações finais

Ao final, o grupo que marcar mais pontos será o vencedor. Ao grupo


vencedor o tutor poderá oferecer bombons, balas ou frutas. Os acadêmicos do
grupo que perdeu poderão receber essa mesma gratificação caso aceitem elaborar
um resumo da Unidade 1 escrito à mão ou no computador e entregar para o tutor
da disciplina. No caso de empate, todos serão vencedores, ou pode-se utilizar os
desafios como critério de desempate.

61
62
UNIDADE 2

TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:

• compreender quais são as principais medidas antropométricas utilizadas


na Educação Física;

• conceituar os principais tipos de medidas antropométricas (alturas, mas-


sa corporal, diâmetros, comprimentos, perímetros e espessura das dobras
cutâneas);

• identificar os instrumentos necessários para a mensuração das medidas


antropométricas;

• assimilar a importância de padronização das técnicas empregadas para a


obtenção das medidas antropométricas;

• compreender as técnicas e procedimentos essenciais para a obtenção das


medidas antropométricas;

• relacionar as medidas de estatura com massa corporal para obtenção do


Índice de Massa Corporal;

• compreender métodos relacionados à avaliação da composição corporal.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos e em cada um deles você
encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados.

TÓPICO 1 – ALTURAS E MASSA CORPORAL

TÓPICO 2 – DIÂMETROS, COMPRIMENTOS, PERÍMETROS E DOBRAS


CUTÂNEAS

TÓPICO 3 – COMPOSIÇÃO CORPORAL

63
64
UNIDADE 2
TÓPICO 1

ALTURAS E MASSA CORPORAL

1 INTRODUÇÃO
No universo complexo das medidas e avaliações, é possível realizar
diferentes tipos de avaliação. Entre esses diferentes tipos de avaliação encontram-
se a avaliação do crescimento físico (GUEDES; GUEDES, 2006).

No que se refere especificamente à avaliação do crescimento físico dos


indivíduos, recorre-se à utilização de medidas antropométricas. As principais
medidas antropométricas, representadas na Tabela 3, são: as alturas, a massa
corporal, os diâmetros, os comprimentos, os perímetros e a espessura das dobras
cutâneas (GUEDES; GUEDES, 2006; ALVAREZ; PAVAN, 2009).

TABELA 3 – PRINCIPAIS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS


Estatura
Alturas
Altura tronco-cefálica
Massa corporal Peso corporal
Biacromial
Bicrista-ilíaca
Biepicondilar do fêmur
Diâmetros
Bimaleolar
Biepicondilar do úmero
Biestiloide
Membros inferiores
Coxa
Perna
Comprimentos
Membros superiores
Braço
Antebraço
Coxa
Perna
Braço
Perímetros
Antebraço
Cintura
Quadril
Espessuras de dobras Tricipital
cutâneas Subescapular

65
UNIDADE 2 | TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

Suprailíaca
Abdominal
Axilar média
Coxa média
Panturrilha medial
Fonte: Adaptado de Guedes e Guedes (2006, p. 37) e Alvarez e Pavan (2009)


Ao longo desta unidade estudaremos cada uma dessas medidas
antropométricas separadamente. Deste modo, faz-se necessário ressaltar que
cada um desses tipos de medidas antropométricas possui suas especificidades.
E é importante os professores e profissionais os utilizarem adequadamente no
decorrer de sua atuação profissional. Assim, ao longo deste tópico estudaremos
cada uma dessas medidas antropométricas, bem como aprenderemos protocolos
de avaliação, de modo que as avaliações possam ser realizadas e que as medidas
obtidas sejam confiáveis.

Acrescenta-se, ainda, que no Tópico 1 aprofundaremos nossos


conhecimentos acerca das principais alturas e da massa corporal, essenciais para os
professores e profissionais da Educação Física. As principais alturas utilizadas nas
medidas e avaliação são a estatura e a altura tronco-cefálica. Já a massa corporal
pode ser expressa a partir do peso (quilogramas) de um indivíduo.

FIGURA 20 – PRINCIPAIS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS RELACIONADAS


A ALTURAS E MASSA CORPORAL

FONTE: Adaptado de Guedes e Guedes (2006, p. 37)

Além disso, é possível correlacionar as medidas da estatura com a massa


corporal a fim de obter um valor numérico que expressa o Índice de Massa Corporal
(IMC). Após a aquisição desse valor numérico é possível classificar se os indivíduos
estão com baixo peso, peso ideal ou acima do peso. Possuir conhecimentos sobre
o IMC daqueles indivíduos com que atuaremos, quer seja nas escolas ou nas
academias, é essencial para orientar o aluno e para traçar metas claras e objetivas
em torno do plano de trabalho.

Para tanto, requer-se o uso de diferentes instrumentos para a obtenção das


medidas antropométricas relacionadas a alturas e massa corporal. Apresentam-
se na Tabela 4 os instrumentos necessários para mensuração das medidas
antropométricas de alturas e de massa corporal.
66
TÓPICO 1 | ALTURAS E MASSA CORPORAL

TABELA 4 – INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA MEDIDAS DE ALTURA E DE MASSA CORPORAL

Medida antropométrica Instrumento(s)


Alturas Estadiômetros, paquímetros ou fita métrica
Massa corporal balança
FONTE: Adaptado de Guedes e Guedes (2006) e Alvarez e Pavan (2009)

Ressalta-se que para a realização das medidas antropométricas deve-se


seguir uma metodologia definida internacionalmente, de modo que os resultados
obtidos sejam claramente entendidos e possam ser utilizados por diferentes
indivíduos, sejam eles acadêmicos, professores ou pesquisadores (ALVAREZ;
PAVAN, 2009).

UNI

As medidas de estatura, comprimentos e alturas são bastante importantes para


o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento dos indivíduos e para a confecção de
utensílios domésticos, ferramentas, carros, ônibus, aviões, salas de controle (ALVAREZ; PAVAN,
2009).

2 ALTURAS
De acordo com Alvarez e Pavan (2009, p. 33), “as alturas são medidas
lineares realizadas no sentido vertical”. Pode-se afirmar que, em teoria, qualquer
ponto do corpo humano pode gerar uma distância em relação ao solo.

As medidas de altura são utilizadas principalmente com a finalidade de


acompanhar o crescimento corporal e o desenvolvimento dos indivíduos. Também
são empregadas em projetos de engenharia para concepção de maquinários,
utensílios e espaços físicos que o homem utiliza (ALVAREZ; PAVAN, 2009).

As principais alturas são a estatura e a altura tronco-cefálica, representadas


na Figura 21. Estudaremos as técnicas de mensuração e os procedimentos de cada
uma delas separadamente.

67
UNIDADE 2 | TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

FIGURA 21 – PRINCIPAIS ALTURAS UTILIZADAS NAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS

Estrutura

Alturas

Tronco-cefálica

Fonte: Elaborado pela autora

Para melhor compreensão acerca dessas principais alturas, apresenta-se a


Figura 22, sendo estatura (a) e altura tronco-cefálica (b).

FIGURA 22 – REPRESENTAÇÃO DAS PRINCIPAIS ALTURAS UTILIZADAS NAS


MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS

a) Estatura b) Altura tronco-cefálica

FONTE: Alvarez e Pavan (2009, p. 34-35)

É oportuno destacar que foi definido que todas as alturas são realizadas
pelo lado direito do avaliado (ALVAREZ; PAVAN, 2009). Além disso, recomenda-se
realizar duas vezes a medida da altura. E, caso os resultados dessas duas medidas
forem diferentes, sugere-se realizar uma terceira medida e considerar a média das
três (ALVAREZ; PAVAN, 2009).

Média das alturas = (Medida 1 + Medida 2 + Medida 3)


3

68
TÓPICO 1 | ALTURAS E MASSA CORPORAL

A cada mensuração das alturas o avaliador deve solicitar ao avaliado


que saia e, em seguida, retorne para a posição exigida no protocolo de avaliação
(ALVAREZ; PAVAN, 2009).

E
IMPORTANT

Deve-se ficar atento ao horário em que se realizam as medidas da estatura e


da altura tronco-cefálica, porque podem variar ao longo do dia, em razão de que a gravidade
comprime os discos vertebrais. Por isso, recomenda-se que o avaliador avalie o avaliado
sempre no mesmo período do dia e tome nota do horário em suas anotações.

2.1 INSTRUMENTO
Para a mensuração das alturas é possível utilizar os seguintes instrumentos:
estadiômetro com cursor, paquímetro ou fita métrica metálica adaptada com hastes
(ALVAREZ; PAVAN, 2009; GUEDES; GUEDES, 2006). Salienta-se que as mesmas
medidas realizadas por esses diferentes instrumentos deverão apresentar valores
semelhantes.

NOTA

A leitura do estadiômetro é feita em resolução de 1 milímetro. A leitura do


paquímetro é feita em resolução de milímetros ou décimos de milímetros. A leitura da fita
métrica metálica adaptada com hastes é feita em resolução de 1 milímetro (ALVAREZ; PAVAN,
2009).

2.2 ESTATURA
A estatura é utilizada como o maior indicador do desenvolvimento corporal
e do comprimento ósseo (ALVAREZ; PAVAN, 2009). De acordo com esses autores,
também é utilizada para a verificação de doenças, avaliação do estado nutricional e
para seleção de atletas. Destaca-se que o desenvolvimento anormal do crescimento
pode estar relacionado a outras doenças.

Trata-se da “distância observada entre dois planos que tangenciam o vértex


(ponto mais alto da cabeça) e a planta dos pés” (GUEDES; GUEDES, 2006, p. 39).

69
UNIDADE 2 | TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

Referência anatômica

As referências anatômicas utilizadas são o vértex e a região plantar.

E
IMPORTANT

O vértex consiste no ponto mais alto do corpo humano, localizada no ponto


mais alto da cabeça.

Técnicas de mensuração

→ Posição do avaliador: Deverá se posicionar em pé, ao lado direito do avaliado


(GUEDES; GUEDES, 2006; ALVAREZ; PAVAN, 2009). Caso seja necessário, o
avaliador pode subir em um banco para mensurar a estatura do avaliado. É
possível que a mão direita do avaliador auxilie o avaliado na manutenção do
plano de Frankfurt e a mão esquerda segura o cursor e pressiona o corte de
modo a comprimir o cabelo (GUEDES; GUEDES, 2006).

→ Posição do avaliado: Deverá estar em posição ortostática, com os pés descalços


e unidos, encostando as porções posteriores de seu corpo (calcanhares, cintura
pélvica, cintura escapular e região occipital) próximo do instrumento de medida,
os braços ao longo do corpo e o peso corporal distribuído igualmente sobre as
pernas e os pés (GUEDES; GUEDES, 2006; ALVAREZ; PAVAN, 2009). Os olhos
do avaliado deverão fitar a linha do horizonte.

NOTA

Posição ortostática: Em pé, na posição ereta, pés afastados à largura do quadril


com o peso dividido em ambos os pés, mantendo a cabeça no plano de Frankfurt, ombros
descontraídos e braços soltos lateralmente (ALVAREZ; PAVAN, 2009).

UNI

Em crianças menores de 2-3 anos ou pessoas com deficiência em qualquer


idade é permitido mensurar a estatura na posição em decúbito dorsal (posição supinada do
corpo), não sendo necessário inseri-los na posição ortostática (GUEDES; GUEDES, 2006).

70
TÓPICO 1 | ALTURAS E MASSA CORPORAL

Procedimento

Para auxiliar na mensuração, utiliza-se um objeto com superfície plana e


rígida, denominado “cursor”, de modo a localizar o vértex do avaliado. Assim,
em um ângulo de 90º em relação à escala de avaliação e paralelo ao peito, toca-se o
cursor no vértex do avaliado ao final de uma inspiração (ALVAREZ; PAVAN, 2009).
Realiza-se três vezes consecutivas a medida da estatura e, ao final, considera-se a
média das três medições.

2.3 ALTURA TRONCO-CEFÁLICA


A medida de altura tronco-cefálica é utilizada no acompanhamento do
crescimento e também em estudos que visam efetuar a caracterização étnica
(ALVAREZ; PAVAN, 2009). Guedes e Guedes (2006, p. 39) descrevem que a altura
tronco-cefálica “equivale à distância em projeção compreendida entre o plano
tangencial ao vértex e as espinhas isquiáticas (apoio das nádegas), estando o
avaliado sentado”.

Referência anatômica

As referências anatômicas utilizadas são o vértex e o plano de apoio da


bacia (espinhas isquiáticas).

Técnicas de mensuração

→ Posição do avaliador: Deverá posicionar-se em pé, ao lado direito do avaliado


(GUEDES; GUEDES, 2006; ALVAREZ; PAVAN, 2009).

→ Posição do avaliado: Deverá estar sentado em um banco com 50 centímetros de


altura e com os quadris formando um ângulo de 90º em relação ao tronco. A
cabeça deverá estar orientada no Plano de Frankfurt (ALVAREZ; PAVAN, 2009).
Os olhos do avaliado deverão fitar a linha do horizonte.

Procedimento

Para auxiliar na mensuração, utiliza-se um “cursor”, de modo a localizar


o vértex do avaliado. Assim, solicita-se que o avaliado permaneça brevemente em
apneia inspiratória para que, nesse momento, seja aferida a altura tronco-cefálica
(ALVAREZ; PAVAN, 2009).

71
UNIDADE 2 | TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

No ato da realização da medida, o avaliador deve ficar atento para que o


avaliado não encolha o corpo quando o cursor tocar em sua cabeça. Realiza-se três
vezes a medida da estatura e, ao final, considera-se a média das três medições.

3 MASSA CORPORAL

A massa corporal refere-se a uma medida antropométrica que representa
a dimensão da massa ou volume corporal (ALVAREZ; PAVAN, 2009; GUEDES;
GUEDES, 2006). Para esses autores, a massa corporal expressa a somatória da
massa orgânica e inorgânica existente nas células, tecidos de sustentação, órgãos,
músculos, ossos, gorduras, água, viscerais, entre outros de não menor importância.

Para França e Vívolo (1998), o principal objetivo de medir a massa corporal


é determinar o peso corporal. O peso “é a resultante do sistema de forças exercidas
pela gravidade sobre a massa do corpo. É possível admitir o peso em valor absoluto
como sendo igual ao valor de massa” (FRANÇA; VÍVOLO, 1998, p. 19).

Frequentemente a medida da massa corporal é utilizada como medida


de crescimento físico e para indicar o estado nutricional. Para tanto, é essencial
relacionar a medida da massa corporal com outras variáveis às quais se relaciona,
como a idade, o sexo e a estatura do indivíduo.

3.1 INSTRUMENTO
Para a mensuração da massa corporal é possível utilizar dois tipos de
balanças, sendo: a) aquelas que exigem ajuste manual, com sistema de alavanca; e,
b) aquelas que oferecem informações por intermédio de componentes eletrônicos
(GUEDES; GUEDES, 2006). Em ambos os casos, vale-se de balanças com resolução
de 100 gramas (FRANÇA; VÍVOLO, 1998; GUEDES; GUEDES, 2006; ALVAREZ;
PAVAN, 2009).

Apresentam-se na Figura 23 diferentes tipos de balanças (tipo a e b).

72
TÓPICO 1 | ALTURAS E MASSA CORPORAL

FIGURA 23 – REPRESENTAÇÃO DOS DIFERENTES TIPOS DE BALANÇAS

a) Balança com ajuste manual b) Balança com componentes eletrônicos

FONTE: Guedes e Guedes (2006, p. 42); Alvarez e Pavan (2009, p. 32)

Destaca-se que para obter medidas confiáveis é importante que a balança


seja aferida a cada seis meses pelo INMETRO. Recomenda-se que seja verificada
não só a calibração da balança a cada dez passagens, mas também que seja
verificado o nivelamento do solo onde está a balança (GUEDES; GUEDES, 2006;
ALVAREZ; PAVAN, 2009).

3.2 TÉCNICAS DE MENSURAÇÃO


As técnicas de mensuração da massa corporal compreendem a posição do
avaliador e a posição do avaliado. Vejamos na sequência cada um desses itens.

→ Posição do avaliador: Deverá se posicionar em pé, em frente à escala de medida


(GUEDES; GUEDES, 2006; ALVAREZ; PAVAN, 2009).

→ Posição do avaliado: Deverá estar em posição ortostática de frente para o


avaliador com afastamento lateral das pernas (GUEDES; GUEDES, 2006;
ALVAREZ; PAVAN, 2009).

NOTA

Posição ortostática: Em pé, na posição ereta, pés afastados à largura do quadril


com o peso dividido em ambos os pés, mantendo a cabeça no plano de Frankfurt, ombros
descontraídos e braços soltos lateralmente (ALVAREZ; PAVAN, 2009).

73
UNIDADE 2 | TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

3.3 PROCEDIMENTO
O procedimento da medida da massa corporal compreende que o avaliado
suba na plataforma, cuidadosamente, colocando um pé de cada vez (GUEDES;
GUEDES, 2006; ALVAREZ; PAVAN, 2009). Além disso, o avaliado deverá se
posicionar ao centro da plataforma (balança), com os pés afastados à largura
do quadril, o peso distribuído igualmente em ambos os pés, braços estendidos
lateralmente ao corpo e com olhar mantido em um ponto fixo à frente a fim de
reduzir oscilações no instrumento de medida (GUEDES; GUEDES, 2006). Para a
mensuração do peso corporal é realizada uma única medida.

Recomenda-se que seja verificado o nivelamento do solo onde está


posicionada a balança (GUEDES; GUEDES, 2006; ALVAREZ; PAVAN, 2009). Para
que as medidas sejam mais confiáveis, seria desejável que o avaliado vista apenas
calção e camiseta durante a aferência da medida, conforme as imagens apresentadas
na Figura 23, acerca da representação dos diferentes tipos de balanças. Caso não
seja viável, solicita-se que o avaliado utilize a menor quantidade de roupas possível
(ALVAREZ; PAVAN, 2009).

4 ÍNDICE DE MASSA CORPORAL


Além disso, é comum utilizar a relação da massa corporal e da estatura
como indicador de Índice de Massa Corporal (IMC). Para calcular o IMC deve-se
aplicar a seguinte fórmula:

IMC = massa corporal (Kg)


(estatura)2 (m)

E
IMPORTANT

Para calcular o IMC a medida da massa corporal deverá ser inserida na fórmula
em quilogramas (kg) e a estatura em metros (m).

O IMC caracteriza o estado nutricional do indivíduo de modo a classificá-lo


em abaixo do peso, peso ideal, sobrepeso e obesidade (ALVAREZ; PAVAN, 2009).
Há valores de referência sugeridos para classificar o IMC, conforme a Tabela 5.

74
TÓPICO 1 | ALTURAS E MASSA CORPORAL

TABELA 5 – VALORES DE REFERÊNCIA PARA CLASSIFICAÇÃO DO ÍNDICE DE MASSA


CORPORAL

Valores de referência Classificação


menor que 18,5 abaixo do peso
entre 18,5 – 24,9 peso ideal
entre 25 – 29,9 sobrepeso
maior que 30 obesidade
FONTE: Adaptado da Biblioteca Virtual da Saúde (s.d.; s.p.)

UNI

No caso de atletas, esta relação entre massa corporal e estatura (IMC) não é
confiável, pois geralmente superestima o seu estado nutricional, caracterizando-os com
sobrepeso (ALVAREZ; PAVAN, 2009).

75
RESUMO DO TÓPICO 1
Nesse tópico você viu que:

● As medidas e avaliações são um importante recurso para monitorar o crescimento


físico.

● As medidas antropométricas compreendem: alturas, massa corporal, diâmetro,


comprimento, perímetro e espessura das dobras cutâneas.

● As principais medidas antropométricas relacionadas às alturas são: estatura e


altura tronco-cefálica.

● A principal medida antropométrica relacionada à massa corporal é o peso.

● A correlação das medidas de estatura com a massa corporal resulta no Índice de


Massa Corporal (IMC).

● A partir do Índice de Massa Corporal (IMC) pode-se classificar se os indivíduos


estão com baixo peso, peso ideal ou acima do peso.

● Os instrumentos necessários para a mensuração das medidas antropométricas


de alturas são: estadiômetros, paquímetros ou fita métrica.

● O instrumento necessário para a mensuração da massa corporal é a balança.

● É importante padronizar as técnicas utilizadas para mensurar as medidas


antropométricas de um indivíduo.

● As alturas referem-se a medidas lineares realizadas no sentido vertical.

● Por convenção, todas as medidas de alturas são realizadas pelo lado direito do
avaliado.

● A estatura consiste na distância observada entre dois planos que tangenciam o


vértex e a planta dos pés.

● A altura tronco-cefálica representa a distância em projeção compreendida entre


o plano tangencial ao vértex e as espinhas isquiáticas com o avaliado na posição
sentada.

● A massa corporal é uma medida antropométrica que revela a dimensão da


massa ou volume corporal.

● De acordo com os valores de referência do Índice de Massa Corporal (IMC), um


indivíduo pode ser classificado em: abaixo do peso (menor que 18,5), peso ideal
(entre 18,5 a 24,9), sobrepeso (entre 25 a 29,9) e obesidade (maior que 30).
76
AUTOATIVIDADE

1 No decorrer do Tópico 1, da Unidade 2 do Livro Didático de Medidas e


Avaliações em Educação Física, foram estudadas as medidas antropométricas
relacionadas às alturas e à massa corporal. Escreva a definição de alturas e de
massa corporal.
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

2 No que se refere às medidas relacionadas a alturas, leia atentamente as


frases a seguir e marque V para aquelas que forem verdadeiras e F para as
falsas.

( ) As alturas são utilizadas para acompanhar somente o crescimento


corporal e o desenvolvimento dos indivíduos.
( ) As principais alturas estudadas no Tópico 1 foram: a estatura e a altura
tronco-cefálica.
( ) Por definição, todas as alturas são realizadas pelo lado esquerdo do
avaliado.
( ) Fazem-se duas mensurações da medida da altura, e se os resultados
forem diferentes, deve-se realizar uma terceira medida e considerar a média
das três.
( ) Os instrumentos que podem ser utilizados para mensurar alturas são:
estadiômetro com cursor, paquímetro ou fita métrica metálica adaptada com
hastes.
( ) A estatura é a distância observada entre dois planos que tangenciam o
vértex até a planta dos pés.
( ) A estatura é utilizada como o maior indicador do desenvolvimento
corporal e do comprimento ósseo.
( ) A altura tronco-cefálica é a distância em projeção compreendida entre
o plano tangencial ao vértex e as espinhas isquiáticas, verificada a partir do
avaliado na posição em pé.
( ) A altura tronco-cefálica é utilizada no acompanhamento do crescimento
e também em estudos que visam efetuar a caracterização étnica.

Na sequência, assinale a alternativa correta:

a) ( ) F, V, F, V, V, V, V, F, V.
b) ( ) F, V, F, F, V, F, V, F, F.
c) ( ) V, F, V, F, V, V, F, F, V.
d) ( ) F, V, V, V, V, F, V, F, F.
e) ( ) F, F, F, V, F, V, F, F, V.

77
3 No que se refere à massa corporal, leia atentamente as frases a seguir e
marque V para aquelas que forem verdadeiras e F para as falsas.
( ) Consiste na dimensão da massa ou volume corporal.
( ) A massa corporal total é a soma da massa orgânica e inorgânica existente
nas células, tecidos de sustentação, órgãos, músculos, ossos, gorduras, água,
viscerais etc.
( ) A massa corporal é importante para acompanhar o crescimento
físico e para indicar o estado nutricional. Para tanto, deve ser considerada
isoladamente, sem associação com outras variáveis.
( ) A massa corporal é mensurada com o propósito de se obter o valor do
peso corporal.
( ) Os instrumentos necessários para mensurar a massa corporal são:
balança e paquímetro.
Na sequência, assinale a alternativa correta:
a) ( ) V, V, F, V, F.
b) ( ) V, F, V, V, F.
c) ( ) F, V, V, V, F.
d) ( ) F, F, V, F, F.
e) ( ) V, V, V, F, F.

4 O Índice de Massa Corporal (IMC) consiste na relação entre a massa


corporal (kg) e a estatura (m). É possível calcular o IMC de um indivíduo por
meio de uma fórmula matemática específica. Assim, considere que um dos
seus alunos solicitou que você calculasse o IMC. Seu aluno, do sexo masculino,
possui 30 anos de idade, pesa 87 kg e sua altura é equivalente a 1,72 metro.
Logo, responda:

I) Qual é o IMC de seu aluno?


____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

II) Como se classifica o IMC de seu aluno com base nos valores de referência?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

78
UNIDADE 2 TÓPICO 2

DIÂMETROS, COMPRIMENTOS, PERÍMETROS E


DOBRAS CUTÂNEAS

1 INTRODUÇÃO
No decorrer do Tópico 2, o enfoque será fornecido para as medidas
antropométricas relacionadas a diâmetros, comprimentos e perímetros, conforme
ilustra a Figura 24.

FIGURA 24 – MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS QUE CONTEMPLAM O TÓPICO


2 DO LIVRO DE MEDIDAS E AVALIAÇÕES NA EDUCAÇÃO FÍSICA

FONTE: As autoras

Vejamos, na sequência, a definição desses quatro tipos de medidas


antropométricas conforme especificações do Quadro 7.

QUADRO 7 – DEFINIÇÃO DE DIÂMETROS, COMPRIMENTOS, PERÍMETROS E DOBRAS


CUTÂNEAS

Medida
Definição
antropométrica
É a distância entre as proeminências ósseas definidas
Diâmetros
através de pontos anatômicos.

79
UNIDADE 2 | TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

É a distância projetada entre dois pontos de referência


Comprimentos anatômica que são estabelecidos paralelamente ao eixo
longitudinal do segmento corporal.
São medidas circulares de segmentos do corpo que são
Perímetros mensuradas a partir do plano horizontal, perpendiculares
ao eixo longitudinal do corpo.
Medem a adiposidade do corpo por meio de medidas
Dobras cutâneas de uma camada dupla de pele e de tecidos subcutâneos
destacados em pontos anatômicos específicos.
FONTE: Adaptado de Guedes e Guedes (2006); Benedetti; Pinho e Ramos (2009); Martins e
Lopes (2009) e Velho e Schwingel (2009)

2 DIÂMETROS
Os diâmetros são definidos como “a distância entre as proeminências
ósseas definidas através de pontos anatômicos” (VELHO; SCHWINGEL, 2009, p.
71). Para Guedes e Guedes (2006, p. 42), são “medidas que procuram estabelecer
distâncias projetadas perpendicularmente ao eixo longitudinal do corpo”. Ou
seja, compreende a menor distância entre duas extremidades ósseas (VELHO;
SCHWINGEL, 2009). Pode-se afirmar que se tratam de medidas transversais
com características lineares que são realizadas no sentido horizontal (VELHO;
SCHWINGEL, 2009).

Esse tipo de medida antropométrica geralmente é utilizado para determinar
a compleição física, para fins ergonômicos, para fins de assimetria aplicada à
área desportiva, para acompanhar o crescimento humano e a proporcionalidade
(VELHO; SCHWINGEL, 2009).

Os principais diâmetros utilizados são: biacromial, bicrista-ilíaca,
biepicondilar do fêmur, bimaleolar, biepicondilar do úmero e biestiloide (Figura 25).

FIGURA 25 – PRINCIPAIS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS RELACIONADAS


A DIÂMETROS

FONTE: Adaptado de Guedes e Guedes (2006, p. 37)

80
TÓPICO 2 | DIÂMETROS, COMPRIMENTOS, PERÍMETROS E DOBRAS CUTÂNEAS

Destaca-se que os diâmetros podem ser mensurados em ambos os lados


do corpo, mas prefere-se que as medições sejam realizadas pelo lado direito do
avaliado (GUEDES; GUEDES, 2006; ALVAREZ; PAVAN, 2009).

Para mensurar os diâmetros, primeiramente o avaliador deve identificar


os pontos anatômicos relacionados com as medidas que se deseja obter (GUEDES;
GUEDES, 2006). E, em seguida, para auxiliar na mensuração, os pontos anatômicos
de referência são marcados por meio de uma caneta hidrográfica ou lápis
dermográfico a fim de facilitar a localização (GUEDES; GUEDES, 2006; VELHO,
SCHWINGEL, 2009). Além disso, salienta-se que as medidas de diâmetros devem
ser realizadas pelo menos três vezes seguidas (GUEDES; GUEDES, 2006; VELHO,
SCHWINGEL, 2009). E o valor mediano das três medidas deve ser considerado
para a avaliação antropométrica do indivíduo (GUEDES; GUEDES, 2006). Para
tanto, deve-se ordenar os três resultados obtidos de forma decrescente ou crescente
e a medida será o valor localizado no meio desse conjunto de dados. Por exemplo,
os números 5, 3, 9 representam um conjunto de dados. Ao ordená-los de forma
crescente temos: 3, 5, 9. A mediana é o valor localizado no centro, neste caso é o
número 5.

UNI

Sugere-se que o avaliador utilize sua mão não dominante para manter a haste
fixa do instrumento de medida sobre um dos pontos de referência anatômica desejado e a mão
dominante ajusta a distância do instrumento por meio da haste móvel (VELHO; SCHWINGEL,
2009).

2.1 INSTRUMENTO
Para a mensuração dos diâmetros são utilizados paquímetros ou
antropômetros e compassos de pontas rombas (GUEDES; GUEDES, 2006;
VELHO; SCHWINGEL, 2009). Apresentam-se paquímetros (a) e antropômetros
e compassos de pontas rombas (b) na Figura 26. Esses instrumentos possuem
diferentes tamanhos, a depender do diâmetro que seja aferido.

81
UNIDADE 2 | TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

FIGURA 26 – REPRESENTAÇÃO DOS INSTRUMENTOS PARA MENSURAR DIÂMETROS


Paquímetro Antropômetros e compassos de pontas rombas

FONTE: Velho; Schwingel (2009, p. 72).

Acrescenta-se que o paquímetro é uma barra de material metálico ou


similar que possibilita a execução de movimentos deslizantes, composto também
por duas projeções, sendo uma fixa e a outra móvel (GUEDES; GUEDES, 2006).
Enquanto o compasso de pontas rombas se refere a duas hastes metálicas finas
com formato oval (GUEDES; GUEDES, 2006) (Figura 26).

Além disso, também podem ser calibrados em centímetros ou milímetros


e possuem precisão de 0,01 centímetro. Recomenda-se que a calibração seja feita
regularmente, sobretudo no compasso de pontas rombas – material leve e de difícil
manutenção.

UNI

Com os avanços tecnológicos foram elaborados paquímetros digitais eletrônicos.


A leitura da medida é disponível em um visor. Para visualização deste tipo de paquímetro
apresenta-se a Figura 27.

FIGURA 27 – REPRESENTAÇÃO DE PAQUÍMETROS DIGITAIS ELETRÔNICOS

Fonte: Adaptado de Google Imagens (2017)

82
TÓPICO 2 | DIÂMETROS, COMPRIMENTOS, PERÍMETROS E DOBRAS CUTÂNEAS

2.2 BIACROMIAL
Referência anatômica

As referências anatômicas utilizadas são os processos acromial direito e


esquerdo, medidos nas bordas laterais superiores dos processos acromiais das
escápulas.

Técnicas de mensuração

→ Posição do avaliador: Deverá se posicionar em pé, atrás do avaliado (GUEDES;


GUEDES, 2006; ALVAREZ; PAVAN, 2009).

→ Posição do avaliado: Deverá estar em posição ortostática, com os braços


estendidos ao longo do corpo (ALVAREZ; PAVAN, 2009). Os pés afastados à
largura do quadril e o peso distribuído igualmente em ambos os pés (GUEDES;
GUEDES, 2006).

Para melhor visualização da posição do avaliado e do avaliador apresenta-


se a Figura 28.

FIGURA 28 – MENSURAÇÃO DO DIÂMETRO BIACROMIAL

FONTE: Alvarez; Pavan (2009, p. 78)

Procedimentos

Identifica-se a localização desses pontos percorrendo os dedos a espinha de
ambas as escápulas até a sua borda externa e lateral (GUEDES; GUEDES, 2006). E a
medida é realizada utilizando as hastes do paquímetro ligeiramente voltadas para
cima ou para baixo em relação ao plano horizontal (ALVAREZ; PAVAN, 2009).

83
UNIDADE 2 | TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

2.3 BICRISTA-ILÍACA
Referência anatômica

As referências anatômicas utilizadas são os pontos da borda superior da


crista ilíaca. Referem-se aos “pontos mais salientes e projetados lateralmente da
crista do ilíaco” (GUEDES; GUEDES, 2006, p. 44).

Técnicas de mensuração

→ Posição do avaliador: Deverá se posicionar em pé, em frente ou atrás do avaliado


(GUEDES; GUEDES, 2006; ALVAREZ; PAVAN, 2009).

→ Posição do avaliado: Deverá estar em posição ortostática, com os braços


estendidos ao longo do corpo (ALVAREZ; PAVAN, 2009). Os pés afastados à
largura do quadril e o peso distribuído igualmente em ambos os pés (GUEDES;
GUEDES, 2006).

Para melhor visualização da posição do avaliado e do avaliador apresenta-


se a Figura 29.

FIGURA 29 – MENSURAÇÃO DO DIÂMETRO BICRISTA-ILÍACA

Fonte: Alvarez; Pavan (2009, p. 78).

Procedimentos

Deve-se localizar as referências anatômicas (porção mais saliente e


projetada lateralmente da crista do ilíaco). Em seguida, as hastes do paquímetro
são inseridas nos pontos de referência, paralelas ao plano horizontal (ALVAREZ;
PAVAN, 2009).

84
TÓPICO 2 | DIÂMETROS, COMPRIMENTOS, PERÍMETROS E DOBRAS CUTÂNEAS

2.4 BIEPICONDILAR DO FÊMUR


Referência anatômica

As referências anatômicas utilizadas são as bordas medial e lateral dos


epicôndilos do fêmur.

Técnicas de mensuração

→ Posição do avaliador: Deverá estar agachado, em frente ao avaliado (GUEDES;


GUEDES, 2006; ALVAREZ; PAVAN, 2009).

→ Posição do avaliado: Deverá se posicionar sentado, com os joelhos flexionados


(ângulo de 90º) e os pés apoiados no chão (GUEDES; GUEDES, 2006; ALVAREZ;
PAVAN, 2009). Para melhor visualização da posição do avaliado e do avaliador
apresenta-se a Figura 30.

FIGURA 30 – MENSURAÇÃO DO DIÂMETRO BIEPICONDILAR DO FÊMUR

FONTE: Alvarez; Pavan (2009, p. 74)

Procedimentos

Identifica-se a localização dos pontos aparentes do côndilo femural (medial


e lateral) por meio dos dedos indicador ou médio. A mão esquerda preocupa-se
em localizar o ponto de referência lateral e a mão direita localiza o ponto medial
do côndilo femural. (GUEDES; GUEDES, 2006; ALVAREZ; PAVAN, 2009). As
hastes do paquímetro são inseridas nos pontos de referência de modo a formar
aproximadamente 45º para baixo (ALVAREZ; PAVAN, 2009).

2.5 BIMALEOLAR
Referência anatômica

As referências anatômicas utilizadas são os maléolos medial e lateral do pé


direito. Referem-se aos pontos aparentes mediais e laterais dos maléolos (GUEDES;
GUEDES, 2006).

85
UNIDADE 2 | TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

Técnicas de mensuração

→ Posição do avaliador: Deverá estar agachado, em frente do avaliado (GUEDES;


GUEDES, 2006; ALVAREZ; PAVAN, 2009).

→ Posição do avaliado: Deverá se posicionar sentado, com os pés apoiados no


chão (GUEDES; GUEDES, 2006; ALVAREZ; PAVAN, 2009). Os pés deverão
estar afastados à largura aproximada dos quadris. Para melhor visualização da
posição do avaliado e do avaliador apresenta-se a Figura 31.
FIGURA 31 – MENSURAÇÃO DO DIÂMETRO BIMALEOLAR

FONTE: Alvarez e Pavan (2009, p. 75)

Procedimentos

Identifica-se a localização dos pontos aparentes dos maléolos (medial e
lateral). As hastes do paquímetro serão posicionadas perpendicularmente ao eixo
longitudinal (ALVAREZ; PAVAN, 2009). Destaca-se que os maléolos se encontram
em planos diferentes, sendo que geralmente o meléolo fibular está em plano
inferior ao maléolo tibial (GUEDES; GUEDES, 2006; ALVAREZ; PAVAN, 2009).

2.6 BIEPICONDILAR DO ÚMERO


Referência anatômica

As referências anatômicas utilizadas são as bordas externas dos epicôndilos


medial e lateral do úmero.

Técnicas de mensuração

→ Posição do avaliador: Deverá se posicionar em pé, de frente para o avaliado


(GUEDES; GUEDES, 2006; ALVAREZ; PAVAN, 2009).

86
TÓPICO 2 | DIÂMETROS, COMPRIMENTOS, PERÍMETROS E DOBRAS CUTÂNEAS

→ Posição do avaliado: Deverá se posicionar em pé, com o braço estendido


horizontalmente para frente do tronco, com o cotovelo e ombro em flexão de
90º (ALVAREZ; PAVAN, 2009). De acordo com o protocolo de Guedes e Guedes
(2006), o avaliado deverá estar sentado nessa mesma posição de braço, com as
mãos supinadas (palma da mão voltada para o rosto).

Para melhor visualização da posição do avaliado e do avaliador apresenta-


se a Figura 32.

FIGURA 32 – MENSURAÇÃO DO DIÂMETRO BIEPICONDILAR DO


ÚMERO

FONTE: Alvarez; Pavan (2009, p. 74)

Procedimentos

Localiza-se os epicôndilos do úmero (medial e lateral) utilizando os dedos


indicador e polegar da mão esquerda. As hastes do paquímetro permanecem
em um ângulo aproximado de 45º em relação ao membro posicionado para a
mensuração (ALVAREZ; PAVAN, 2009).

2.7 BIESTILOIDE
Referência anatômica

As referências anatômicas utilizadas são as apófises do rádio e da ulna.

Técnicas de mensuração

→ Posição do avaliador: Deverá se posicionar em pé, em frente ao avaliado


(GUEDES; GUEDES, 2006; ALVAREZ; PAVAN, 2009).

→ Posição do avaliado: Deverá de posicionar em pé, com o braço direito estendido


à frente do tronco em posição pronada, com a mão flexionada para baixo
87
UNIDADE 2 | TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

(ALVAREZ; PAVAN, 2009). De acordo com o protocolo de Guedes e Guedes


(2006), o avaliado permanece sentado.

Para melhor visualização da posição do avaliado e do avaliador apresenta-


se a Figura 33.

FIGURA 33 – MENSURAÇÃO DO DIÂMETRO BIESTILOIDE

FONTE: Alvarez; Pavan (2009, p. 73)

Procedimentos

Inicialmente o avaliador deverá localizar as bordas mediais do estiloide
ulnar com o dedo médio ou indicador da mão esquerda. E, com a mão direita,
o avaliador segurará o paquímetro na direção do ângulo formado entre a mão
e o antebraço do avaliado de modo que as hastes do paquímetro fiquem para
baixo (aproximadamente de 30º a 45º em relação ao plano horizontal, a depender
do protocolo utilizado) (GUEDES; GUEDES, 2006; ALVAREZ; PAVAN, 2009). O
protocolo de Guedes e Guedes (2006) especifica 30º, enquanto o de Alvarez e Pavan
(2009) especifica 45º.

3 COMPRIMENTOS
Os comprimentos se referem às “distâncias projetadas entre dois pontos
de referência anatômica, estabelecidas paralelamente ao eixo longitudinal do
segmento” (GUEDES; GUEDES, 2006, p. 46). As medidas de comprimento são
utilizadas principalmente com a finalidade de acompanhar o crescimento do corpo,
o desenvolvimento dos indivíduos e a proporcionalidade corporal. Também são
empregadas em projetos de engenharia para concepção de maquinários, utensílios
e espaços físicos que o homem utiliza (ALVAREZ; PAVAN, 2009).

Os principais comprimentos utilizados são: membros inferiores, coxa,


perna, membros superiores, braço e antebraço (Figura 34).

88
TÓPICO 2 | DIÂMETROS, COMPRIMENTOS, PERÍMETROS E DOBRAS CUTÂNEAS

FIGURA 34 – PRINCIPAIS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS RELACIONADAS A


COMPRIMENTOS

FONTE: Adaptado de Guedes; Guedes (2006, p. 37)

É oportuno destacar que foi definido que todos os comprimentos são


realizados pelo lado direito do avaliado (ALVAREZ; PAVAN, 2009). Além disso,
recomenda-se realizar duas vezes a medida da altura. E, caso os resultados
dessas duas medidas forem diferentes, sugere-se realizar uma terceira medida e
considerar a média das três (ALVAREZ; PAVAN, 2009).

Para mensurar os comprimentos recorre-se a métodos semelhantes


aos diâmetros. Assim, primeiramente o avaliador deve identificar os pontos
anatômicos relacionados com as medidas que se deseja obter por meio de palpação
(GUEDES; GUEDES, 2006). E, em seguida, para auxiliar na mensuração, os pontos
anatômicos de referência são marcados por meio de uma caneta hidrográfica ou
lápis dermatográfico a fim de facilitar a localização (GUEDES; GUEDES, 2006;
VELHO, SCHWINGEL, 2009).

UNI

Sugere-se que o avaliador utilize sua mão não dominante para manter a haste
fixa do instrumento de medida sobre um dos pontos de referência anatômica desejado e a
mão dominante ajusta a distância do instrumento por meio da haste móvel (GUEDES; GUEDES,
2006; VELHO, SCHWINGEL, 2009).

3.1 INSTRUMENTOS
Para a mensuração dos comprimentos é possível utilizar os seguintes
instrumentos: antropômetros (resolução de 1 milímetro), paquímetro (resolução de
milímetros ou décimo de milímetros), compassos de barra, fita métrica (resolução
de 1 milímetro) ou pela diferença aritmética entre as alturas dos diferentes
segmentos do corpo (GUEDES; GUEDES, 2006; ALVAREZ; PAVAN, 2009).

89
UNIDADE 2 | TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

3.2 MEMBROS INFERIORES


Referência anatômica

As referências anatômicas utilizadas são o trocânter maior e a planta dos pés.

Técnicas de mensuração

→ Posição do avaliador: Deverá estar agachado, ao lado direito do avaliado se


posicionar em pé, em frente ao avaliado (GUEDES; GUEDES, 2006; ALVAREZ;
PAVAN, 2009).

→ Posição do avaliado: Deverá estar em posição ortostática com o peso distribuído


igualmente entre os pés (GUEDES; GUEDES, 2006; ALVAREZ; PAVAN, 2009).
Os braços deverão estar estendidos ao longo do corpo (GUEDES; GUEDES,
2006) ou cotovelo flexionado à frente do tronco (ALVAREZ; PAVAN, 2009).

Para melhor visualização da posição do avaliado e do avaliador apresenta-


se a Figura 35.

FIGURA 35 – MENSURAÇÃO DO COMPRIMENTO DOS


MEMBROS INFERIORES (TROCÂNTER ATÉ AS PLANTAS DO PÉS)

FONTE: Guedes; Guedes (2006, p. 47)

Procedimentos

A partir dos instrumentos de medida, posiciona-se a haste fixa no trocânter


maior do avaliado e se desloca a haste móvel até as plantas dos pés (equivale
ao solo). O protocolo de Guedes e Guedes (2006) considera o comprimento do
membro inferior do trocânter até o solo.

90
TÓPICO 2 | DIÂMETROS, COMPRIMENTOS, PERÍMETROS E DOBRAS CUTÂNEAS

3.3 COXA
Referência anatômica

As referências anatômicas utilizadas são o trocânter maior e a protuberância


da tíbia.

Técnicas de mensuração

→ Posição do avaliador: Deverá estar agachado, ao lado direito do avaliado


(GUEDES; GUEDES, 2006; ALVAREZ; PAVAN, 2009).

→ Posição do avaliado: Deverá estar em posição ortostática com o peso distribuído


igualmente entre os pés (GUEDES; GUEDES, 2006; ALVAREZ; PAVAN, 2009).
Os braços deverão estar estendidos ao longo do corpo (GUEDES; GUEDES,
2006) ou cotovelo flexionado à frente do tronco (ALVAREZ; PAVAN, 2009).

Para melhor visualização da posição do avaliado e do avaliador apresenta-


se a Figura 36.

FIGURA 36 – MENSURAÇÃO DO COMPRIMENTO DA COXA

FONTE: Alvarez; Pavan (2009, p. 43)

Procedimentos

A partir dos instrumentos de medida, posiciona-se a haste fixa na


protuberância da tíbia e se desloca a haste móvel até o trocânter maior do avaliado
(GUEDES; GUEDES, 2006; ALVAREZ; PAVAN, 2009).

91
UNIDADE 2 | TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

3.4 PERNA
Referência anatômica

As referências anatômicas utilizadas são a protuberância da tíbia e o


maléolo lateral.

Técnicas de mensuração

→ Posição do avaliador: Deverá estar agachado, ao lado direito do avaliado


(GUEDES; GUEDES, 2006; ALVAREZ; PAVAN, 2009).

→ Posição do avaliado: Deverá estar em posição ortostática com o peso distribuído


igualmente entre os pés (GUEDES; GUEDES, 2006; ALVAREZ; PAVAN, 2009).

Para melhor visualização da posição do avaliado e do avaliador apresenta-


se a Figura 37.

FIGURA 37 – MENSURAÇÃO DO COMPRIMENTO DA PERNA

FONTE: Alvarez; Pavan (2009, p. 43)

Procedimentos

A partir dos instrumentos de medida, posiciona-se a haste fixa na


protuberância da tíbia e se desloca a haste móvel até o maléolo lateral do avaliado
(GUEDES; GUEDES, 2006; ALVAREZ; PAVAN, 2009).

3.5 MEMBROS SUPERIORES


Referência anatômica

As referências anatômicas utilizadas são o processo acromial e o ponto dactílio.


92
TÓPICO 2 | DIÂMETROS, COMPRIMENTOS, PERÍMETROS E DOBRAS CUTÂNEAS

Técnicas de mensuração

→ Posição do avaliador: Deverá se posicionar em pé ou agachado, ao lado direito


do avaliado (ALVAREZ; PAVAN, 2009).

→ Posição do avaliado: Deverá estar em posição ortostática com o peso distribuído


igualmente entre os pés (braços estendidos ao longo do corpo com as palmas
das mãos voltadas para a coxa) (GUEDES; GUEDES, 2006; ALVAREZ; PAVAN,
2009).

Para melhor visualização da posição do avaliado e do avaliador apresenta-


se a Figura 38.

FIGURA 38 – MENSURAÇÃO DO COMPRIMENTO DOS MEMBROS


SUPERIORES

FONTE: Alvarez e Pavan (2009, p. 40)

Procedimentos

A partir dos instrumentos de medida, posiciona-se a haste fixa no processo


acromial e se desloca a haste móvel até o dactílio do avaliado (GUEDES; GUEDES,
2006; ALVAREZ; PAVAN, 2009).

3.6 BRAÇO
Referência anatômica

As referências anatômicas utilizadas são o processo acromial e o processo


olecrano.

Técnicas de mensuração

93
UNIDADE 2 | TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

→ Posição do avaliador: Deverá se posicionar em pé, atrás do avaliado (ALVAREZ;


PAVAN, 2009).

→ Posição do avaliado: Deverá estar em posição ortostática com o cotovelo


flexionado lateralmente ao corpo (90º em relação com antebraço) e o peso
distribuído igualmente entre os pés (GUEDES; GUEDES, 2006; ALVAREZ;
PAVAN, 2009).

Para melhor visualização da posição do avaliado e do avaliador apresenta-


se a Figura 39.

FIGURA 39 – MENSURAÇÃO DO COMPRIMENTO DO BRAÇO

FONTE: Alvarez; Pavan (2009, p. 41)

Procedimentos

A partir dos instrumentos de medida, posiciona-se a haste fixa no processo


estiloide do rádio e se desloca a haste móvel até a borda superior do processo
acromial do avaliado (ALVAREZ; PAVAN, 2009).

3.7 ANTEBRAÇO
Referência anatômica

As referências anatômicas utilizadas são a superfície posterior do olecrano


e o processo estiloide do rádio.

Técnicas de mensuração

→ Posição do avaliador: Deverá estar em pé, ao lado direito do avaliado (ALVAREZ;


PAVAN, 2009).

94
TÓPICO 2 | DIÂMETROS, COMPRIMENTOS, PERÍMETROS E DOBRAS CUTÂNEAS

→ Posição do avaliado: Deverá estar em posição ortostática com o peso distribuído


igualmente entre os pés, braço flexionado ao lado do tronco (90º em relação com
o antebraço) e com a palma da mão voltada para dentro (GUEDES; GUEDES,
2006; ALVAREZ; PAVAN, 2009).

Para melhor visualização da posição do avaliado e do avaliador apresenta-


se a Figura 40.

FIGURA 40 – MENSURAÇÃO DO COMPRIMENTO DO ANTEBRAÇO

FONTE: Alvarez; Pavan (2009, p. 42)

Procedimentos

A partir dos instrumentos de medida, posiciona-se a haste fixa no processo


estiloide do rádio e se desloca a haste móvel até o processo estiloide da ulna
maléolo lateral do avaliado (ALVAREZ; PAVAN, 2009).

4 PERÍMETROS
Os perímetros consistem em medidas circulares de segmentos do corpo que
são mensuradas a partir do plano horizontal, perpendiculares ao eixo longitudinal
do corpo (GUEDES; GUEDES, 2006). Trata-se de uma medida antropométrica que
afere o perímetro máximo de um segmento corporal (MARTINS; LOPES, 2009).
Pode-se afirmar que os perímetros correspondem às circunferências dos segmentos
corporais. A medida dos perímetros é obtida por meio de ângulo reto em relação
ao seu maior eixo.

As medidas de perímetros são utilizadas principalmente com a finalidade


de acompanhar o crescimento corporal, informar sobre estado nutricional e níveis
de gordura, composição corporal (MARTINS; LOPES, 2009). Ainda, ressalta-se
que as medidas de perímetros podem ser interpretadas sozinhas ou é possível

95
UNIDADE 2 | TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

combiná-las com medidas de dobras cutâneas do mesmo segmento do corpo a fim


de estimar a densidade corporal de forma indireta (MARTINS; LOPES, 2009).

Os principais perímetros utilizados são: coxa, perna, braço, antebraço,


cintura e quadril (Figura 41).

FIGURA 41– PRINCIPAIS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS RELACIONADAS


A PERÍMETROS

FONTE: Adaptado de Guedes e Guedes (2006, p. 37)

Uma vantagem dos perímetros é que são medidas que possuem fácil
aplicação, em virtude de possuírem baixo custo instrumental e operacional.
Contudo, Martins e Lopes (2009) propõem no Quadro 8 alguns cuidados essenciais,
a saber:

QUADRO 6 – CUIDADOS ESSENCIAIS NA MENSURAÇÃO DE PERÍMETROS

Cuidados essenciais
● Plano da fita deve estar adjacente à pele e as suas bordas devem estar
perpendiculares ao eixo do segmento que esteja sendo medido (exceto perímetros
da cabeça e do pescoço).
● Deve-se mensurar o perímetro em sua extensão máxima.
● Devem-se realizar as medidas aplicando pouca pressão sobre a pele do avaliado.
● Não deixar os dedos entre a fita e a pele.
● Devem-se identificar e marcar os pontos de referências anatômicas com lápis
dermatográfico.
● A leitura deve ser feita com aproximação de milímetros.
● Recomenda-se efetuar a avaliação em dois avaliadores ou contar com um
espelho para garantir que a fita métrica esteja no plano horizontal (porções
anterior e posterior do avaliado).
● Sugere-se realizar a leitura da fita métrica olhando de frente e, preferencialmente,
na mesma altura do valor numérico da fita.
FONTE: Adaptado de Martins e Lopes (2009, p. 58)

96
TÓPICO 2 | DIÂMETROS, COMPRIMENTOS, PERÍMETROS E DOBRAS CUTÂNEAS

Além disso, recomenda-se realizar duas vezes a medida do perímetro. E,


caso os resultados dessas duas medidas forem diferentes, sugere-se realizar uma
terceira medida e considerar a média das três (MARTINS; LOPES, 2009).

4.1 INSTRUMENTOS
Para ferir perímetros deve-se utilizar fita métrica flexível que não seja
elástica (resolução de um milímetro) (GUEDES; GUEDES, 2006; MARTINS; LOPES,
2009). Os referidos autores recomendam que a fita métrica contenha largura entre
cinco a sete milímetros e que a espessura não ultrapasse dois milímetros e, ainda,
que preferencialmente apresente somente uma marcação numérica visível do lado
destinado à leitura.

4.2 COXA
O perímetro da coxa pode ser obtido nas porções proximal, medial ou distal
da coxa do avaliado. Cada uma dessas medidas possui protocolos específicos que
serão apresentados abaixo.

Referência anatômica

As referências anatômicas utilizadas são: abaixo da prega do glúteo


(perímetro proximal), ponto médio entre a prega inguinal e a borda proximal da
patela (perímetro medial) ou três centímetros acima da borda proximal da patela
(perímetro distal).

Técnicas de mensuração

→ Posição do avaliador: Deverá estar agachado, ao lado direito do avaliado


(MARTINS; LOPES, 2009).

→ Posição do avaliado: Deverá estar na posição em pé com o peso distribuído


igualmente entre os pés e com as pernas afastadas, de modo que a fita métrica
possa ser manuseada pela coxa (MARTINS; LOPES, 2009).

Procedimentos

Os procedimentos variam de acordo com a porção da coxa na qual será


realizada a medida. Para a porção proximal, localiza-se a prega do glúteo e coloca-
se a fita métrica imediatamente abaixo da prega glútea e se realiza a leitura na face
lateral da coxa. Na porção medial é solicitado que o avaliado flexione o quadril
de modo a elevar o joelho direito para que seja localizada a prega inguinal e, em
seguida, mede-se o comprimento da perna (prega inguinal até a borda proximal
da patela) para marcação do ponto médio, local onde será realizada a medida.
97
UNIDADE 2 | TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

Para a porção distal, localiza-se a borda proximal da patela e marca-se o ponto de


referência três centímetros acima (MARTINS; LOPES, 2009).

Para melhor visualização acerca dos diferentes protocolos de avaliação do


perímetro da coxa (porções proximal, medial e distal), apresenta-se a Figura 42.

FIGURA 42 – MENSURAÇÃO DOS PERÍMETROS DA COXA (PORÇÕES PROXIMAL, MEDIAL E DISTAL)

a) Perímetro proximal da b) Perímetro medial da c) Perímetro distal da


coxa coxa coxa

FONTE: Martins; Lopes (2009, p. 67)

4.3 PERNA
Referência anatômica

A referência anatômica utilizada é a maior porção da panturrilha.

Técnicas de mensuração

→ Posição do avaliador: Deverá estar agachado, ao lado direito do avaliado


(MARTINS; LOPES, 2009).

→ Posição do avaliado: Deverá estar na posição em pé com o peso distribuído


igualmente entre os pés e com as pernas afastadas de modo que a fita métrica
possa ser manuseada pela coxa ou sentado com os pés apoiados no solo
(MARTINS; LOPES, 2009). Para melhor visualização da posição do avaliado
(em pé ou sentado) e do avaliador apresenta-se a Figura 43.

98
TÓPICO 2 | DIÂMETROS, COMPRIMENTOS, PERÍMETROS E DOBRAS CUTÂNEAS

FIGURA 43 – MENSURAÇÃO DOS PERÍMETROS DA PERNA (AVALIADO EM PÉ OU SENTADO)

a) Perímetro da perna com avaliado em b) Perímetro da perna com avaliado


pé sentado

FONTE: Martins; Lopes (2009, p. 68)

Procedimentos

Localiza-se a maior porção da panturrilha do avaliado e, após identificá-la,


inserir a fita métrica ao redor da perna de modo que a fita permaneça paralela ao
solo (MARTINS; LOPES, 2009).

4.4 BRAÇO
O perímetro do braço pode ser obtido com o braço relaxado ou com o braço
contraído. Cada uma dessas medidas possui protocolos específicos que serão
apresentados a seguir.

Referência anatômica

As referências anatômicas utilizadas são o ponto central entre o acrômio e


a articulação úmero-radial do braço direito (perímetro com braço relaxado) e/ou a
maior porção do braço direito (perímetro com braço contraído).

Técnicas de mensuração

→ Posição do avaliador: Deverá estar em pé ao lado direito do avaliado para o


protocolo de mensuração do perímetro com braço relaxado e poderá estar em
pé na frente ou atrás do avaliado para o protocolo de mensuração do perímetro
com braço contraído (MARTINS; LOPES, 2009).

→ Posição do avaliado: Deverá estar na posição em pé (posição ereta) com braços


estendidos ao longo do corpo e palmas das mãos voltadas para a coxa para
o protocolo de mensuração do perímetro com braço relaxado e deverá estar
na posição em pé (posição ereta) com braço direito abduzido até a altura dos
ombros e realizando contração muscular máxima do bíceps com os punhos

99
UNIDADE 2 | TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

cerrados (MARTINS; LOPES, 2009). Para melhor visualização da posição do


avaliado e do avaliador apresenta-se a Figura 44.

FIGURA 44 – MENSURAÇÃO DOS PERÍMETROS DO BRAÇO (RELAXADO OU CONTRAÍDO)

a) Perímetro do braço relaxado b) Perímetro do braço contraído

FONTE: Martins; Lopes (2009, p. 62-63)

Procedimentos

Para o protocolo de mensuração do perímetro com braço relaxado, deve-


se localizar a referência anatômica, para tanto solicita-se ao avaliado que flexione
o antebraço (90º com a palma da mão supinada) e se calcula a distância absoluta
entre os pontos de referência e se marca o ponto médio. Após identificação do
ponto médio, inserir a fita métrica ao redor do braço de modo que a fita permaneça
paralela ao solo (MARTINS; LOPES, 2009).

Para o protocolo de mensuração do perímetro com braço contraído, solicita-


se que o avaliado abduza o braço direito e flexione o antebraço de modo a realizar
contração muscular máxima do bíceps com os punhos cerrados. Nesta posição,
identifica-se a maior porção do braço direito em contração, inserir a fita métrica ao
redor do braço de modo que a fita permaneça paralela ao solo (MARTINS; LOPES,
2009).

4.5 ANTEBRAÇO
Referência anatômica

A referência anatômica utilizada é o maior perímetro do antebraço direito.

Técnicas de mensuração

→ Posição do avaliador: Deverá estar posicionado ântero-lateralmente ao avaliado


(MARTINS; LOPES, 2009).

100
TÓPICO 2 | DIÂMETROS, COMPRIMENTOS, PERÍMETROS E DOBRAS CUTÂNEAS

→ Posição do avaliado: Deverá estar na posição em pé (posição ereta) com o braço


esquerdo ao longo do corpo e com a palma da mão voltada para a coxa e com o
braço direito estendido e levemente elevado à frente do tronco, com a palma da
mão voltada para cima (MARTINS; LOPES, 2009).

Para melhor visualização da posição do avaliado e do avaliador apresenta-


se a Figura 45.

FIGURA 45 – MENSURAÇÃO DO PERÍMETRO DO ANTEBRAÇO

FONTE: Martins; Lopes (2009, p. 63)

Procedimentos

Identifica-se a maior porção do antebraço direito e, em seguida, deve-se


inserir a fita métrica ao redor do antebraço (MARTINS; LOPES, 2009).

4.6 CINTURA
Referência anatômica

A referência anatômica utilizada é a região abdominal em seu menor


perímetro.

Técnicas de mensuração

→ Posição do avaliador: Deverá estar agachado, em frente ao avaliado (MARTINS;


LOPES, 2009).

→ Posição do avaliado: Deverá estar em posição ortostática (MARTINS; LOPES,


2009).

Para melhor visualização da posição do avaliado e do avaliador apresenta-


se a Figura 46.

101
UNIDADE 2 | TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

FIGURA 46 – MENSURAÇÃO DO PERÍMETRO DA CINTURA

FONTE: Martins; Lopes (2009, p. 65)

Procedimentos

Após a identificação do ponto de referência, deve-se passar a fita em torno


do avaliado de trás para frente, de forma cuidadosa para que a fita seja posicionada
paralela ao chão. Efetua-se a leitura após o avaliado expirar normalmente
(MARTINS; LOPES, 2009).

4.7 QUADRIL
Referência anatômica

A referência anatômica utilizada é a maior porção da região do glúteo


(nádegas), sobre os trocânteres.

Técnicas de mensuração

→ Posição do avaliador: Deverá estar agachado, à direita do avaliado (MARTINS;


LOPES, 2009).

→ Posição do avaliado: Deverá estar na posição em pé (posição ereta), com as


coxas unidas e com os braços ao longo do corpo ou com as mãos apoiadas na
crista ilíaca (MARTINS; LOPES, 2009).

Para melhor visualização da posição do avaliado e do avaliador apresenta-


se a Figura 47.

102
TÓPICO 2 | DIÂMETROS, COMPRIMENTOS, PERÍMETROS E DOBRAS CUTÂNEAS

FIGURA 47 – MENSURAÇÃO DO PERÍMETRO DO QUADRIL

FONTE: Martins e Lopes (2009, p. 66)

Procedimentos

Efetua-se a mensuração no maior perímetro do quadril, considerando-
se a porção mais volumosa das nádegas, observando-se lateralmente a pelve e o
trocânter (MARTINS; LOPES, 2009).

5 DOBRAS CUTÂNEAS
As dobras cutâneas, também chamadas de pregas cutâneas, consistem
em uma forma indireta de medir a adiposidade do corpo (BENEDETTI; PINHO;
RAMOS, 2009). De acordo com Guedes e Guedes (2006, p. 52), “as medidas da
espessura das dobras cutâneas correspondem às medidas de uma camada dupla
de pele e de tecidos subcutâneos destacados em pontos anatômicos específicos”.

As medidas de cobras cutâneas são utilizadas para estimar a composição e


a adiposidade corporal (BENEDETTI; PINHO; RAMOS, 2009). Para esses autores
mencionados, as informações sobre a densidade e a quantidade de gordura
corporal são importantes para identificar riscos de saúde associados com o excesso
ou falta de gordura corporal total, controlar mudanças na composição corporal
relacionadas ao efeito do exercício físico e da nutrição, estimar o peso ideal,
acompanhar o crescimento, desenvolvimento, maturação e idade relacionados
com as alterações na composição corporal e prescrever exercícios e recomendações
dietéticas.

As principais dobras cutâneas são: tricipital, subescapular, suprailíaca,


abdominal, axilar média, coxa média e panturrilha medial, representadas na
Figura 48. Estudaremos as técnicas de mensuração e os procedimentos de cada
uma delas separadamente.

103
UNIDADE 2 | TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

FIGURA 48 – PRINCIPAIS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS RELACIONADAS À


ESPESSURA DAS DOBRAS CUTÂNEAS

FONTE: Adaptado de Guedes e Guedes (2006, p. 37)

Para a mensuração de todas as dobras cutâneas é importante fazer uso de


técnicas específicas. Assim, deve-se efetuar a marcação exata do ponto de referência
anatômico a fim de reduzir diferenças inter e intra-avaliadores (BENEDETTI;
PINHO; RAMOS, 2009).

E
IMPORTANT

A diferença interavaliadores consiste em diferentes avaliadores obterem


resultados diferentes após a mensuração. Enquanto a diferença intra-avaliadores consiste em
um mesmo avaliador obter diferentes resultados após a mensuração.

Para tanto, deve-se seguir as orientações apresentadas no Quadro 9.

QUADRO 7 – ORIENTAÇÕES GERAIS PARA MEDIR A ESPESSURA DAS DOBRAS CUTÂNEAS

Orientações gerais
● Deve-se separar o tecido adiposo ou subcutâneo do tecido muscular por meio
dos dedos polegar e indicador da mão esquerda para avaliadores destros.
● Ajustar as extremidades do equipamento sobre o ponto anatômico.
● Fazer a pegada da dobra cutânea a um centímetro acima do ponto de referência
anatômico.
● Aguardar o instrumento exercer a pressão na dobra por dois segundos e depois
efetuar a leitura do resultado obtido.
● Realizam-se três medidas não consecutivas. Caso existam diferenças entre as
medidas (de 5% a 10%), deve-se realizar uma quarta mensuração.
● Deve-se efetuar a medida no lado direito do avaliado, estando o avaliado em
posição confortável e com os músculos relaxados (geralmente sugere-se posição
ortostática).

104
TÓPICO 2 | DIÂMETROS, COMPRIMENTOS, PERÍMETROS E DOBRAS CUTÂNEAS

● As hastes do compasso devem estar perpendiculares à superfície da pele no


local da medida.
FONTE: Adaptado de Benedetti; Pinho e Ramos (2009, p. 47).

5.1 INSTRUMENTOS
Para a mensuração da espessura das dobras cutâneas é possível utilizar
um equipamento específico denominado de compasso de dobras, espessímetro,
adipômetro ou plicômetro (BENEDETTI; PINHO; RAMOS, 2009). Pode-se observar
que há diversas nomenclaturas para esse instrumento.

Apresentam-se na Figura 49 alguns dos diferentes tipos de instrumentos


necessários para a mensuração das dobras cutâneas balanças (tipo a e b).

FIGURA 49 – REPRESENTAÇÃO DOS DIFERENTES TIPOS DE ADIPÔMETROS

FONTE: Benedetti; Pinho e Ramos (2009, p. 46)

5.2 DOBRA TRICIPITAL


Referência anatômica

A referência anatômica utilizada é a face posterior do braço no ponto médio


entre o processo acromial da escápula e o processo olécrano da ulna.

Técnicas de mensuração

→ Posição do avaliador: Deverá estar em pé, atrás do avaliado (BENEDETTI;


PINHO; RAMOS, 2009).

→ Posição do avaliado: Deverá estar em posição ortostática com o peso distribuído


igualmente entre os pés, braços estendidos ao longo do corpo (músculos
relaxados) (BENEDETTI; PINHO; RAMOS, 2009). Para melhor visualização da
posição do avaliado e do avaliador apresenta-se a Figura 50.

105
UNIDADE 2 | TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

FIGURA 50 – MENSURAÇÃO DA ESPESSURA DA DOBRA


CUTÂNEA DO TRÍCEPS

FONTE: Benedetti; Pinho e Ramos (2009, p. 47)

Procedimentos

Após a identificação da referência anatômica, deve-se traçar uma linha


horizontal e imaginária até a face posterior do braço (tríceps) para efetuar a
marcação do ponto. Na sequência, deve-se pinçar a dobra cutânea verticalmente
ao eixo longitudinal (GUEDES; GUEDES, 2006; BENEDETTI; PINHO; RAMOS,
2009).

5.3 DOBRA SUBESCAPULAR


Referência anatômica

A referência anatômica utilizada será calculada em aproximadamente dois


centímetros abaixo do ângulo inferior da escápula, em ângulo de 45º em relação ao
eixo longitudinal do corpo.

Técnicas de mensuração

→ Posição do avaliador: Deverá estar em pé, atrás do avaliado (BENEDETTI;


PINHO; RAMOS, 2009).

→ Posição do avaliado: Deverá estar em posição ortostática, braços estendidos ao


longo do corpo (músculos relaxados) (BENEDETTI; PINHO; RAMOS, 2009).
Para melhor visualização da posição do avaliado e do avaliador apresenta-se a
Figura 51.

106
TÓPICO 2 | DIÂMETROS, COMPRIMENTOS, PERÍMETROS E DOBRAS CUTÂNEAS

FIGURA 51 – MENSURAÇÃO DA ESPESSURA DA DOBRA CUTÂNEA


SUBESCAPULAR

FONTE: Benedetti; Pinho e Ramos (2009, p. 49)

Procedimentos

Deve-se pinçar a dobra cutânea obliquamente ou diagonalmente a partir


da referência anatômica em ângulo de 45º (BENEDETTI; PINHO; RAMOS, 2009).
Em casos de dificuldade para localização do ponto de referência, como no caso
de avaliados obesos, pode-se solicitar que o avaliado execute abdução e flexão
do braço para trás que obrigatoriamente elevará a escápula (GUEDES; GUEDES,
2006; BENEDETTI; PINHO; RAMOS, 2009).

5.4 DOBRA SUPRAILÍACA


A dobra cutânea suprailíaca também é denominada de dobra cutânea
crista-ilíaca.

Referência anatômica

A referência anatômica utilizada será a linha axilar média, imediatamente


superior à crista ilíaca.

Técnicas de mensuração

→ Posição do avaliador: Deverá estar em pé ou agachado, ao lado do avaliado


(BENEDETTI; PINHO; RAMOS, 2009).

→ Posição do avaliado: Deverá estar em pé com os braços levemente abduzidos


para trás ou com a mão sobre a clavícula esquerda a fim de facilitar a execução
da medida (BENEDETTI; PINHO; RAMOS, 2009). Para melhor visualização da
posição do avaliado e do avaliador apresenta-se a Figura 52.

107
UNIDADE 2 | TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

FIGURA 52 – MENSURAÇÃO DA ESPESSURA DA DOBRA CUTÂNEA


SUPRAILÍACA

FONTE: Benedetti; Pinho e Ramos (2009, p. 49)

Procedimentos

Deve-se pinçar o tecido adiposo um centímetro da referência anatômica de


forma diagonal, vertical ou horizontal (BENEDETTI; PINHO; RAMOS, 2009).

5.5 DOBRA ABDOMINAL


Referência anatômica

A referência anatômica utilizada será calculada em aproximadamente


três centímetros da borda direita da cicatriz umbilical e um centímetro abaixo
paralelamente ao eixo longitudinal.

Técnicas de mensuração

→ Posição do avaliador: Deverá estar em pé ou agachado, em frente ao avaliado


(BENEDETTI; PINHO; RAMOS, 2009).

→ Posição do avaliado: Deverá estar em posição ortostática, com o peso distribuído


igualmente entre os pés (BENEDETTI; PINHO; RAMOS, 2009).

Procedimentos

A partir dos pontos de referência, deve-se pinçar a dobra cutânea


verticalmente ou horizontalmente ao eixo longitudinal (BENEDETTI; PINHO;
RAMOS, 2009). Para melhor visualização da posição do avaliado, do avaliador e
do instrumento de medida, apresenta-se a Figura 53.

108
TÓPICO 2 | DIÂMETROS, COMPRIMENTOS, PERÍMETROS E DOBRAS CUTÂNEAS

FIGURA 53 – MENSURAÇÃO DA ESPESSURA DA DOBRA CUTÂNEA ABDOMINAL

FONTE: Benedetti; Pinho e Ramos (2009, p. 53)

5.6 AXILAR MÉDIA


Referência anatômica

A referência anatômica utilizada será o ponto de intersecção entre a linha


axilar média e uma linha imaginária transversal na altura da junção xifoesternal.

Técnicas de mensuração

→ Posição do avaliador: Deverá estar em pé, ao lado do avaliado (BENEDETTI;


PINHO; RAMOS, 2009).

→ Posição do avaliado: Deverá estar na posição em pé (posição ereta) com o braço


direito ligeiramente abduzido e deslocado para trás (BENEDETTI; PINHO;
RAMOS, 2009). Para melhor visualização da posição do avaliado e do avaliador
apresenta-se a Figura 54.

FIGURA 54 – MENSURAÇÃO DA ESPESSURA DA DOBRA


CUTÂNEA AXILAR MÉDIA

FONTE: Benedetti; Pinho e Ramos (2009, p. 51)

109
UNIDADE 2 | TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

Procedimentos

Deve-se pinçar “a dobra cutânea levemente oblíqua ao eixo longitudinal,


acompanhando o sentido das costelas de acordo com a referência anatômica”
(BENEDETTI; PINHO; RAMOS, 2009, p. 51).

5.7 COXA MÉDIA


Referência anatômica

A referência anatômica utilizada é o ponto médio entre a dobra inguinal e


a borda superior da patela.

Técnicas de mensuração

→ Posição do avaliador: Deverá estar em pé, em frente ao avaliado (BENEDETTI;


PINHO; RAMOS, 2009).

→ Posição do avaliado: Deverá estar na posição em pé, com a perna direita


semiflexionada levemente à frente do corpo e com o peso sobre a perna esquerda
(GUEDES; GUEDES, 2006; BENEDETTI; PINHO; RAMOS, 2009).

Para melhor visualização da posição do avaliado e do avaliador apresenta-


se a Figura 55.

FIGURA 55 – MENSURAÇÃO DA ESPESSURA DA DOBRA CUTÂNEA


COXA MÉDIA

FONTE: Benedetti; Pinho e Ramos (2009, p. 54)

110
TÓPICO 2 | DIÂMETROS, COMPRIMENTOS, PERÍMETROS E DOBRAS CUTÂNEAS

Procedimentos

O ponto médio da coxa deve ser localizado. Em seguida, a dobra cutânea


deve ser pinçada verticalmente ao eixo longitudinal na parte anterior da coxa, sobre
o músculo reto femural com base no ponto de referência anatômica (GUEDES;
GUEDES, 2006; BENEDETTI; PINHO; RAMOS, 2009).

5.8 PANTURRILHA MEDIAL


Referência anatômica

A referência anatômica utilizada é o maior perímetro da perna.

Técnicas de mensuração

→ Posição do avaliador: Deverá estar em pé, em frente ao avaliado (BENEDETTI;


PINHO; RAMOS, 2009).

→ Posição do avaliado: Deverá estar sentado com o quadril e o joelho flexionados


(ângulo de 90º) e com os pés em contato com o solo (BENEDETTI; PINHO;
RAMOS, 2009). Para melhor visualização da posição do avaliado e do avaliador
apresenta-se a Figura 56.

FIGURA 56 – MENSURAÇÃO DA ESPESSURA DA DOBRA CUTÂNEA PANTURRILHA MEDIAL

FONTE: Benedetti; Pinho e Ramos (2009, p. 55)

Procedimentos

Deve-se pinçar a dobra cutânea verticalmente ao eixo longitudinal, na parte
interna da perna em contato com o solo ou apoiada em uma cadeira (BENEDETTI;
PINHO; RAMOS, 2009).
111
RESUMO DO TÓPICO 2
Nesse tópico você viu que:

● Estudamos diâmetros, comprimentos, perímetros e dobras cutâneas.

● Diâmetros são a distância entre as proeminências ósseas definidas através de


pontos anatômicos.

● Comprimentos são a distância projetada entre dois pontos de referência


anatômica que são estabelecidas paralelamente ao eixo longitudinal do segmento
corporal.

● Perímetros são medidas circulares de segmentos do corpo que são mensuradas


a partir do plano horizontal, perpendiculares ao eixo longitudinal do corpo.

● Dobras cutâneas correspondem às medidas de uma camada dupla de pele e de


tecidos subcutâneos destacados em pontos anatômicos específicos.

● A medida de diâmetros geralmente é utilizada para determinar a compleição


física, para fins ergonômicos, para fins de assimetria aplicada à área desportiva,
para acompanhar o crescimento humano e a proporcionalidade.

● Estudamos os principais diâmetros: biacromial, bicrista-ilíaca, biepicondilar do


fêmur, bimaleolar, biepicondilar do úmero e biestiloide

● Sobre diâmetros é importante destacar que: I. podem ser mensurados em ambos


os lados do corpo (prefere-se pelo lado direito do avaliado); II. Utiliza-se caneta
hidrográfica ou lápis dermatográfico para marcar o ponto de referência anatômica;
III. Considera-se para a avaliação o valor mediano de três mensurações.

● Os instrumentos usados para mensurar diâmetros são: paquímetro ou


antropômetros e compassos de pontas rombas.

● A medida de comprimentos geralmente é utilizada para acompanhar o


crescimento do corpo, o desenvolvimento dos indivíduos e a proporcionalidade
corporal. Também é empregada em projetos de engenharia para concepção de
maquinários, utensílios e espaços físicos que o homem utiliza.

● Estudamos os principais comprimentos: membros inferiores, coxa, perna,


membros superiores, braço e antebraço.

● Sobre comprimentos é importante destacar que: I. Medidas realizadas pelo


lado direito do avaliado; II. Realizam-se duas mensurações e, caso os valores se
diferenciem, realiza-se uma terceira mensuração e considera-se a média das três.

112
● Os instrumentos usados para mensurar comprimentos são: antropômetros,
paquímetro, compassos de barra ou fita métrica.

● A medida de perímetros geralmente é utilizada para acompanhar o crescimento


corporal, informar sobre estado nutricional e níveis de gordura, composição
corporal.

● Estudamos os principais perímetros: coxa, perna, braço, antebraço, cintura e


quadril.

● Sobre perímetros é importante destacar que: I. São medidas de fácil aplicação


(baixo custo instrumental e operacional); II. Realizam-se duas mensurações e,
caso os valores se diferenciem, realiza-se uma terceira mensuração e considera-se
a média das três.

● O instrumento usado para mensurar perímetros é fita métrica flexível não


elástica.

● As medidas de dobras cutâneas são utilizadas para estimar a composição e a


adiposidade corporal.

● Estudamos as principais dobras cutâneas: tricipital, subescapular, suprailíaca,


abdominal, axilar média, coxa média e panturrilha medial.

● Sobre dobras cutâneas é importante destacar que: I. Realizam-se três


mensurações e, caso os valores se diferenciem, realiza-se uma quarta mensuração.

● O instrumento usado para mensurar dobras cutâneas é o adipômetro, também


chamado de compasso de dobras, espessímetro ou plicômetro.

113
AUTOATIVIDADE

1 A compreensão acerca das diferenças existentes entre diâmetros,


comprimentos, perímetros e dobras cutâneas é essencial para entender de forma
clara as particularidades de cada um desses tipos de medidas antropométricas.
A partir dos conceitos de diâmetros, comprimentos, perímetros e dobras
cutâneas, correlacione as informações da Coluna 1 com aquelas da Coluna 2.

Coluna 1 Coluna 2
( ) Tratam-se de medidas circulares de segmentos do
(a) Diâmetros corpo que são mensuradas a partir do plano horizontal,
perpendiculares ao eixo longitudinal do corpo.
( ) Medem a adiposidade do corpo por meio de
medidas de uma camada dupla de pele e de tecidos
(b) Comprimentos
subcutâneos destacados em pontos anatômicos
específicos.
( ) Consiste na distância projetada entre dois
pontos de referência anatômica que são estabelecidas
(c) Perímetros
paralelamente ao eixo longitudinal do segmento
corporal.
( ) Refere-se à distância entre as proeminências ósseas
(d) Dobras cutâneas
definidas através de pontos anatômicos.

Na sequência, assinale a alternativa que exprime a sequência correta:


a) ( ) c, d, b, a.
b) ( ) b, a, c, d.
c) ( ) d, c, a, b.
d) ( ) a, c, b, d.
e) ( ) c, b, d, a.

2 No que concerne aos diâmetros, leia atentamente as frases a seguir e marque


V para aquelas que forem Verdadeiras e F para as Falsas.

I. Os diâmetros podem ser mensurados em ambos os lados do corpo, mas é


preferível que sejam realizadas pelo lado esquerdo do avaliado.
II. Os instrumentos utilizados para mensurar diâmetros são: paquímetro ou
antropômetros e compassos de pontas rombas.
III. Os principais diâmetros utilizados são: biacromial, bicrista-ilíaca,
biepicondilar do fêmur, bimaleolar, biepicondilar do úmero e biestiloide.

Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) F, V, V.
b) ( ) F, V, F.
c) ( ) F, F, V.

114
d) ( ) V, F, V.
e) ( ) V, V, F.

3 No que se refere aos comprimentos, leia atentamente as alternativas a seguir


e assinale a correta:

a) ( ) Por definição, todos os comprimentos são realizados pelo lado direito


do avaliado por meio de duas ou três mensurações, a depender dos valores
obtidos.
b) ( ) Os comprimentos se referem à distância entre as proeminências ósseas
definidas através de pontos anatômicos.
c) ( ) Os principais comprimentos utilizados são: biacromial, bicrista-ilíaca,
biepicondilar do fêmur, bimaleolar, biepicondilar do úmero e biestiloide.
d) ( ) O instrumento usado para mensurar comprimentos é fita métrica
flexível não elástica.
e) ( ) Para mensurar os comprimentos recorre-se a métodos antagônicos aos
métodos aplicados aos diâmetros.

4 No que se refere aos perímetros, leia atentamente as alternativas a seguir e


assinale a correta:

a) ( ) Os perímetros devem ser mensurados em sua extensão máxima.


b) ( ) As medidas de perímetros oferecem poucos subsídios para a Educação
Física.
c) ( ) Os principais perímetros utilizados são: tricipital, subescapular e
suprailíaca.
d) ( ) Os perímetros possuem difícil aplicação e por isso deve-se cuidar
durante a mensuração, a fim de minimizar possíveis erros.
e) ( ) O instrumento usado para mensurar perímetros é o paquímetro.

115
116
UNIDADE 2
TÓPICO 3

COMPOSIÇÃO CORPORAL

1 INTRODUÇÃO
O corpo humano é composto por ossos, músculos, gorduras, água, tecidos
e elementos bioquímicos. Todos esses elementos predizem o peso corporal de
um indivíduo. Destaca-se que no decorrer da vida as medidas acerca do peso
corporal variam. Os hábitos alimentares e a prática de atividade física influenciam
as quantidades e proporções dos componentes que constituem o peso corporal
(GUEDES; GUEDES, 2006).

Neste sentido, existe a composição corporal. A composição corporal se refere


ao fracionamento do peso corporal em seus diferentes componentes. Também é
por meio da composição corporal que se pode oferecer valiosas informações sobre
o comportamento de indicadores associados ao crescimento físico e aos programas
de controle de peso corporal (GUEDES; GUEDES, 2006). Por meio da composição
corporal é possível quantificar os principais componentes estruturais do corpo
humano (PETROSKI, 2009).

De acordo com Heyward e Stolarczyk (2000), a avaliação da composição


corporal se mostra relevante para:

→ identificar riscos à saúde associados a níveis altos ou baixos de gordura corporal total;

→ identificar riscos à saúde associados ao excesso de gordura intra-abdominal;

→ possibilitar a compreensão acerca dos riscos à saúde associados ao excesso de


gordura corporal;

→ acompanhar alterações na composição corporal associadas a determinadas doenças;

→ elaborar recomendações dietéticas e prescrição de exercícios físicos;

→ avaliar a eficiência de intervenções nutricionais e de exercícios físicos na


alteração da composição corporal;

→ monitorar mudanças na composição corporal associadas ao crescimento,


desenvolvimento, maturação e idade.

Assim, nas páginas subsequentes o texto abordará os modelos de análise


relacionados à composição corporal e às técnicas de medida da composição corporal.
117
UNIDADE 2 | TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

2 MODELOS DE ANÁLISE
Ao longo dos anos nota-se que há considerável interesse de pesquisadores
de diferentes áreas do conhecimento, incluída a Educação Física, pela avaliação da
composição corporal. É inegável que há muitas técnicas e métodos para analisar
a composição corporal, porém cada uma possui respaldo em modelos teóricos
distintos (GUEDES; GUEDES, 2006). Para os autores citados, esses modelos
possuem “características conceituais e procedimentos metodológicos que lhes
conferem maior ou menor validade” (GUEDES; GUEDES, 2006, p. 192).

O modelo atualmente mais recomendado para analisar a composição


corporal é organizado em cinco níveis, que são: atômico, molecular, celular,
sistema tecidual e corpo inteiro. Apresenta-se na Figura 57 uma representação
deste modelo.

FIGURA 57 – REPRESENTAÇÃO DO MODELO DE ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO CORPORAL


ESTRUTURADO EM CINCO NÍVEIS

Outros
Sólidos
Extracelulares Sangue
Outros Osso
Fluídos
Proteínas Extracelulares Tecido
Outros
adiposo
Hidrogênio Lipídios
Sistema
Carbono músculo-
Massa
celular esquelético Nível 5
(Corpo inteiro)
Água Nível 4
(Sistema tecidular)
Oxigênio Nível 3
(Celular)
Nível 2
(Molecular)
Nível 1
(Atômico)
FONTE: Guedes e Guedes (2006, p. 192)

Apresentam-se no Quadro 10 informações mais detalhadas sobre os cinco


níveis do Modelo de análise da composição corporal.

QUADRO 8 – EXPLICAÇÕES SOBRE OS CINCO NÍVEIS DO MODELO DE ANÁLISE DA


COMPOSIÇÃO CORPORAL

Nível Explicação
É composto por 50 elementos atômicos, sendo que 98% são
1
determinados por combinações de cinco elementos (oxigênio,
Atômico
carbono, hidrogênio, nitrogênio e cálcio) e os outros 2% contemplam

118
TÓPICO 3 | COMPOSIÇÃO CORPORAL

os demais 45 elementos. É utilizado com a finalidade de relacionar


elementos específicos com outros níveis de organização. Exemplo:
verificar a quantidade de cálcio como indicador do nível ósseo.
Engloba os compartimentos moleculares da massa corporal.
Acredita-se que há mais de 100 mil compostos moleculares, mas a
análise da composição corporal enfatiza: água, lipídios, proteínas,
2
carboidratos e minerais. Estima-se que 60% da massa corporal é
Molecular
composta por água (26% extracelular e 34% intracelular), menos de
20% são lipídios (17% essenciais e 2,1% não essenciais), 15% proteínas
e 5,4% minerais.
Divide o corpo em massa celular total (formada por diferentes tipos
3 de células: adipócitos, miócitos e osteócitos), fluidos extracelulares
Celular (predomínio de água e plasma) e sólidos extracelulares (substâncias
orgânicas: colágenos, fibras elastinas, elementos inorgânicos).
Contempla os principais tecidos, órgãos e sistemas orgânicos que
possuem disposição funcional de tecidos, apesar de possuírem
4 diferentes graus de complexidade. Os tipos de tecido são: conectivo,
Sistema epitelial, muscular e nervoso. Os tecidos adiposo e ósseo são formas
tecidual do tecido conectivo especializado. Atenta-se ao fato de que tecidos
adiposo, ósseo e muscular totalizam aproximadamente 75% da
massa corporal total.
5 Considera o corpo humano enquanto unidade única com relação ao
Corpo seu tamanho, forma, área e densidade. Inclui a estatura, a massa e o
inteiro volume corporal.
FONTE: Guedes; Guedes (2006)

3 FRACIONAMENTO DO PESO CORPORAL


A composição corporal é entendida a partir de dois componentes principais,
que são o componente de gordura e o componente não gorduroso (GUEDES;
GUEDES, 2006). Destaca-se que o componente não gorduroso se refere ao peso
corporal que permanece após a gordura ser removida e, portanto, é composto pelos
tecidos muscular e esquelético, pele, órgãos e demais tecidos não gordurosos.

A organização da composição corporal a partir da lógica de dois


componentes é vantajosa, pois possibilita que os valores do componente gorduroso
sejam identificados por meio do conhecimento do componente não gorduroso.

Para melhor compreensão acerca do componente de gordura, deve-se


atentar para os conceitos existentes para os termos “gordura” e “tecido adiposo”.
Esses termos erroneamente são entendidos como sinônimos. A fim de evitar esse
equívoco, veremos seus conceitos a partir de Guedes e Guedes (2006, p. 194).
→ Gordura: Caracteriza-se pelo total de lipídios no organismo. Os li-
pídios são substâncias indissolúveis na água e dissolúveis em soluções

119
UNIDADE 2 | TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

orgânicas (Exemplo: Éter).


→ Tecido Adiposo: É composto por células adiposas (denominadas
adipócitos), por fluidos extracelulares, endotélio vascular, colágeno e
fibras elastinas.
No que concerne aos lipídios especificamente, é válido esclarecer que
o corpo humano possui diferentes tipos de lipídios, sendo que há pre-
domínio do tipo triglicerídeos e 10% da gordura total é composta pelos
lipídios do tipo fosfolipídios, esteroides e colesterol. Pode-se acrescentar
que os lipídios podem ser essenciais ou não essenciais. Os lipídios es-
senciais são aqueles indispensáveis para o adequado funcionamento das
estruturas fisiológicas como o cérebro, a medula óssea, o tecido cardíaco
e a membrana celular. Enquanto os lipídios não essenciais consistem na
gordura acumulada no tecido adiposo.
O tecido adiposo se localiza “abaixo da superfície da pele (gordura sub-
cutânea) e entre os principais órgãos (gordura visceral)”. Sua função é
“produzir energia para o trabalho biológico”.

UNI

Há diferenças entre homens e mulheres. Os lipídios essenciais tendem a ser


quatro vezes maiores em mulheres do que em homens. As mulheres adultas também tendem
a possuir maiores índices de gordura. A quantidade de lipídios não essenciais é semelhante
entre homens e mulheres, apesar de serem maiores nas mulheres (GUEDES; GUEDES, 2006).

Para melhor compreensão acerca do componente não gorduroso, destaca-


se que sua definição varia de acordo com a estratégia que se utiliza para realizar
sua estimativa. Há dois termos importantes relacionados ao componente não
gorduroso: massa magra e massa isenta de gordura. Esses termos também são
erroneamente entendidos como sinônimos. A fim de evitar esse equívoco, veremos
seus conceitos a partir de Guedes e Guedes (2006, p. 195).

→ Massa magra: Os valores estabelecidos na proporção água, minerais e


matéria orgânica, incluídos lipídios essenciais.

→ Massa isenta de gordura: Refere-se ao peso corporal com ausência


de toda gordura do organismo, excluídos inclusive os lipídios essenciais. Essa
estratégia só pode ser aplicada em cadáveres.

E
IMPORTANT

A estimativa da massa isenta de gordura só pode ser aplicada em cadáveres e a


massa magra poder ser aplicada em indivíduos vivos. Por isso, a Educação Física utiliza a massa
magra (GUEDES; GUEDES, 2006).

120
TÓPICO 3 | COMPOSIÇÃO CORPORAL

4 TÉCNICAS DE MEDIDA DA COMPOSIÇÃO CORPORAL


Para análise da composição corporal é possível aplicar técnicas que possuem
processos diretos, indiretos e duplamente indiretos. Na Figura 58 apresentam-se
esses tipos de técnicas utilizadas nas medidas e avaliações.

FIGURA 58 – TIPOS DE TÉCNICAS UTILIZADAS NAS MEDIDAS E AVALIAÇÕES

FONTE: Adaptado de Guedes e Guedes (2006, p. 195-196)

A técnica mais direta para se aferir as medidas de um indivíduo é a


dissecação de cadáveres. Contudo, seriam medidas realizadas após a morte e, por
essa razão, sua aplicação prática para a Educação Física seria restrita. Essa técnica
rotineiramente é utilizada para determinar causas de mortes. As técnicas indiretas
e duplamente indiretas são estimativas e, por essa razão, estão sujeitas ao erro.

E
IMPORTANT

In vitro é uma expressão latina que designa todos os processos biológicos


que têm lugar fora dos sistemas vivos, em ambiente laboratorial controlado e que são feitos
normalmente em recipientes de vidro.

Na sequência, apresentam-se no Quadro 11 informações sobre as técnicas


de medida para análise da composição corporal.

121
UNIDADE 2 | TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

QUADRO 9 – TÉCNICAS DE MEDIDA PARA ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO CORPORAL

TÉCNICAS DIRETAS
Dissecação de cadáveres
Extração lipídica
TÉCNICAS INDIRETAS
P r o c e d i m e n t o s Procedimentos Procedimentos
Bioquímicos de Imagem de Densitometria
Hidrometria Radiologia convencional Pesagem hidrostática
Espectrometria de Ultrassonografia Pletismografia
raios gama
Ativação de nêutrons Tomografia axial computadorizada
Excreção de creatina Ressonância magnética nuclear
Absortometria radiológica de
dupla energia
TÉCNICAS DUPLAMENTE INDIRETAS
Condutividade elétrica corporal
Interactância de raios infravermelhos
Bioimpedância elétrica
Antropometria
FONTE: Adaptado de Guedes e Guedes (2006, p. 196)

Nas páginas subsequentes estudaremos de forma breve cada uma das


técnicas diretas e indiretas.

4.1 TÉCNICAS INDIRETAS


No que se refere às técnicas indiretas, veremos cada uma dessas técnicas a
partir das explicações de Guedes e Guedes (2006).

→ Hidrometria: Ao conhecer a quantidade de água no organismo é possível


estimar o componente de massa isenta de gordura. Para se obter a quantidade
de água corporal, o avaliado deverá ingerir (via oral ou intravenosa) uma água
destilada com substâncias marcadoras que se misturam com a água do corpo.
Após 3 ou 4 horas se recolhem amostras de urina ou de sangue para análise. Por
definição, considera-se que 73,2% da massa isenta de gordura é composta por
água. Em seguida, aplica-se a fórmula:

Massa Isenta de Gordura (Kg) = Água total


0,732

→ Espectrometria de raios gama: É utilizada para determinar a quantidade


de potássio (K) no organismo. É sabido que o potássio existente na massa isenta
de gordura equivale a 60 e 66 mmol/Kg para mulheres e homens, respectivamente.
122
TÓPICO 3 | COMPOSIÇÃO CORPORAL

Assim é possível calcular a quantidade total de potássio e, por conseguinte, estimar


a quantidade de massa isenta de gordura.

→ Ativação de nêutrons: É possível determinar a quantidade de elementos


químicos no organismo (sódio, magnésio, alumínio, cloro, cálcio, nitrogênio,
potássio etc.). Assim, é possível estimar a quantidade de gordura do corpo
assumindo que 64% é composta por carbono. Para estimar a massa corporal se
pode utilizar o potássio e também a quantidade de nitrogênio corporal total.

→ Excreção de creatina: Considera-se que 98% da creatina se localizam no


tecido muscular. Logo, ao identificar a quantidade de creatina no corpo é possível
estimar a massa corporal do indivíduo. É possível identificar a creatina por meio
de exames laboratoriais sucessivos de urina ou de sangue. Destaca-se que o nível
de creatina é influenciado por dietas hiperproteicas e por exercícios físicos com
ênfase na força e na resistência muscular.

→ Radiologia convencional: O raio X permite identificar os tecidos:


subcutâneo, muscular e ósseo. Salienta-se que é importante cuidar com a segurança
ao se expor à radiação. E, por essa razão, o braço é mais utilizado em raio X com
a finalidade de analisar a composição corporal, porque é a região corporal que
recebe menor índice de radiação.

→ Ultrassonografia: É a emissão de ondas sonoras ou vibrações de alta


frequência por medidas ultrassônicas que penetram através da superfície da
pele e visam identificar a espessura dos principais tecidos: gordura subcutânea,
musculares e ósseos. Sua vantagem é que permite estimar componentes de
gordura e de massa isenta de gordura em diferentes regiões do corpo, além do
aparelho ser leve, portátil e de fácil manuseio. Porém, sua desvantagem é o alto
custo econômico.

→ Tomografia axial computadorizada: É um método radiológico que


fornece imagens sequenciadas de todo o corpo ou de segmentos. Passam feixes de
raio X pelo corpo ou segmento corporal.

→ Ressonância magnética nuclear: A imagem dos tecidos é gerada por


radiação eletromagnética. Permite distinguir tecidos duros (ósseos) de tecidos
moles (gordura e músculos). Sua vantagem é que tem baixos índices de radiação,
alta resolução, diferencia tecidos e fornece imagens tridimensionais. Porém, sua
desvantagem é o alto custo econômico.

→ Absortometria radiológica de dupla energia: Estabelece a atenuação


diferencial de fótons emitidos a duas diferentes energias e podem distinguir
diferentes tipos de tecidos. O avaliado permanece em decúbito dorsal sobre a
superfície do aparelho e o braço do scanner desliza sobre todo o corpo, da cabeça
aos pés, a uma distância de 80 centímetros. Sua vantagem é que permite analisar a
composição corporal de todo o corpo ou de segmentos. Porém, sua desvantagem
é o alto custo econômico e a demanda de tempo gasto (aproximadamente 30
minutos).
123
UNIDADE 2 | TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

→ Pesagem hidrostática: Admite-se que a densidade da gordura é menor


do que a densidade de outras estruturas corporais. Assim, o avaliado é submerso
em um tanque com água e seu volume corporal é estimado por meio de uma
equação matemática.

Peso corporal ( g )
Densidade corporal ( g .mL-1 ) =
Volume corporal ( mL )

Volume corporal ( mL ) =
( Peso real – Pesoágua )
Densidadeágua

No momento da pesagem há ar nos pulsões e gases no aparelho


gastrointestinal, portanto são informações que devem ser corrigidas na fórmula.

Densidade corporal ( g .mL−1 ) = Pesoreal ( g )


Pesoreal ( g ) – Pesoágua ( g ) − (Volume Residual + 100 mL )
Densidadeágua −

→ Pletismografia: Utiliza o deslocamento do ar ao invés da perda de peso


na água para medir o volume corporal por meio da Lei de Deslocamento de Ar
proposta por Boyle. Assim, o avaliado permanece em uma câmara fechada e isolada
do meio exterior em condições controladas de pressão e volume. Posteriormente,
aplica-se a fórmula da Lei de Boyle:

Pressão1Volume1 = Pressão2Volume2

4.2 TÉCNICAS DUPLAMENTE INDIRETAS


No que se refere às técnicas duplamente indiretas, veremos cada uma
dessas técnicas a partir das explicações de Guedes e Guedes (2006).

→ Condutividade elétrica corporal: Utiliza os diferentes níveis de


condutibilidade elétrica nos tecidos biológicos. Os tecidos com alta concentração
de água e eletrólitos (massa isenta de gordura) possuem alta capacidade de
conduzir a corrente elétrica, enquanto os tecidos secos (gordura corporal) são
resistentes à passagem da corrente elétrica. O avaliado permanece em um cilindro
com campo eletromagnético capaz de estabelecer uma corrente elétrica entre 2,5 a
5 mega-hertz (MHz). Sua vantagem é que possui procedimentos simples e de fácil
execução. Porém, sua desvantagem é o alto custo econômico e a necessidade de
infraestrutura física específica.

→ Interactância de raios infravermelhos: Os tecidos orgânicos reagem à


absorção de radiação infravermelha. Assim, é possível estimar a quantidade de
124
TÓPICO 3 | COMPOSIÇÃO CORPORAL

gordura e de água em diferentes regiões do corpo. Sua vantagem é que é seguro,


rápido e de fácil manejo. Porém, sua desvantagem se relaciona com os pressupostos
teóricos que adota, pois considera que o local irradiado é fortemente relacionado
com todo o corpo, regra que não se aplica a todos os casos.

→ Bioimpedância elétrica: Essa técnica se assemelha ao de condutividade


elétrica corporal. A impedância se refere à oposição oferecida a um circuito elétrico a
uma corrente alternada. A impedância se relaciona com três elementos: Resistência
(R), Reactância e o ângulo de fase. A equação para calcular a Impedância é:

Impedância
= Resistência 2 + Reactância 2
=MIG Estatura 2 – Resistência + Peso – Idade
Gorduraabsoluta ( Kg ) = Peso corporal – MIG
Gorduraabsoluta x 100
Gordura relativa ao peso corporal ( % ) =
Peso corporal

→ Antropometria: É utilizada para análise da composição corporal para


identificar a gordura corporal e a massa isenta de gordura. Para tanto, pode-se
utilizar a relação entre o peso e a estatura (Índice de Massa Muscular), dobras
cutâneas e perímetros (principalmente cintura e quadril).

4.3 APLICAÇÃO DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS


A técnica de medida duplamente indireta caracterizada pela antropometria
permite realizar algumas interpretações básicas. Para tanto, é possível analisar
os resultados obtidos a partir do perímetro da cintura, ou realizar um cálculo
matemático simples da razão entre o perímetro da cintura com o perímetro do
quadril, ou ainda, calcular o índice de conicidade. Cada uma dessas aplicações
relacionadas às medidas antropométricas será abordada separadamente.

4.3.1 Análise do perímetro da cintura


Quando a medida antropométrica do perímetro de cintura do avaliado é
mensurada, é possível verificar se o valor desse perímetro sugere que o avaliado está
em risco para desenvolver disfunções crônicas degenerativas. Afinal, perímetros
de cintura com medidas elevadas indicam que há aumento da incidência de
disfunções crônicas degenerativas na população. Ao ter conhecimento se está em
risco ou não, o avaliado poderá se prevenir ou procurar tomar as providências
cabíveis para reduzir a sua exposição ao risco. Nesse sentido, torna-se de grande
valia o papel dos profissionais da Educação Física.

125
UNIDADE 2 | TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

De acordo com a literatura, há aumento da incidência de disfunções


crônicas degenerativas se o perímetro de cintura for maior do que 102 centímetros
para homens e maior do que 88 centímetros para mulheres (GUEDES; GUEDES,
2006).

4.3.2 Razão cintura/quadril


O cálculo matemático simples que envolve a razão cintura/quadril é
utilizado para verificar se a gordura corporal é reunida na região central do corpo
(tronco, abdômen) ou nas extremidades do corpo (quadril, glúteo, coxa) (GUEDES;
GUEDES, 2006). Para esses autores, a preocupação acerca da localização da gordura
deriva do fato de que há problemas de saúde relacionados a disfunções metabólicas
e cardiovasculares e do maior acúmulo de gordura na região central do corpo. Para
calcular a razão cintura/quadril deve-se fazer uso da seguinte fórmula matemática:

Perímetro de cintura ( cm )
Razão Cintura / Quadril =
Perímetro do quadril ( cm )

O resultado obtido permite inferir se o avaliado apresenta riscos para


disfunções metabólicas crônicas que podem ser interpretadas associadas às
variáveis de idade e sexo. Na Tabela 6 disponibilizam-se os indicadores de
referência para a razão cintura/quadril.

TABELA 6 – INDICADORES DE REFERÊNCIA PARA A RAZÃO CINTURA/QUADRIL PARA IDENTIFICAR


RISCO PARA SAÚDE SEGUNDO IDADE E SEXO

Idade Magnitude do risco para a saúde


(anos) Baixo Moderado Alto Muito alto
Mulheres
20 – 29 < 0,71 0,71 – 0,77 0,78 – 0,82 > 0,82
30 – 39 < 0,72 0,72 – 0,78 0,79 – 0,84 > 0,84
40 – 49 < 0,73 0,73 – 0,79 0,80 – 0,87 > 0,87
50 – 59 < 0,74 0,74 – 0,81 0,82 – 0,88 > 0,88
60 – 69 < 0,76 0,76 – 0,83 0,84 – 0,90 > 0,90
Homens
20 – 29 < 0,83 0,83 – 0,88 0,89 – 0,94 > 0,94
30 – 39 < 0,84 0,84 – 0,91 0,92 – 0,96 > 0,96
40 – 49 < 0,88 0,88 – 0,95 0,96 – 1,00 > 1,00
50 – 59 < 0,90 0,90 – 0,96 0,97 – 1,02 > 1,02
60 – 69 < 0,91 0,91 – 0,98 0,99 – 1,03 > 1,03
FONTE: Guedes; Guedes (2006, p. 218)

126
TÓPICO 3 | COMPOSIÇÃO CORPORAL

4.3.3 Índice de conicidade



O índice de conicidade também é utilizado para verificar o padrão da
distribuição da gordura corporal. Destaca-se que é ainda mais sensível do que a
relação cintura/quadril (GUEDES; GUEDES, 2006).

Para calcular o índice de conicidade deve-se fazer uso da seguinte fórmula


matemática:

Perímetro de cintura ( m )
Índice de Conicidade =
Peso ( Kg )
0,109
Estatura ( m )

O resultado obtido permite identificar se há riscos ou não para o


desenvolvimento de doenças cardiovasculares e metabólicas. Acrescenta-se que
valores elevados do Índice de Conicidade estão relacionados ao risco de doenças
cardiovasculares e metabólicas.

De acordo com a literatura, os resultados obtidos podem ser interpretados


como de baixo risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e
metabólicas se resultar em valores próximos de 1,00 ou em elevado risco para
valores próximos de 1,73 (GUEDES; GUEDES, 2006).

5 EQUAÇÕES PREDITIVAS
Por meio da técnica de medida duplamente indireta caracterizada pela
antropometria é possível recorrer a equações de regressão a fim de efetuar a análise
da composição corporal. Entre os componentes do corpo que podem ser estimados
por meio dessas equações preditivas destacam-se: a densidade, a gordura relativa,
a gordura absoluta e a massa magra. Vejamos a equação de cada um desses
elementos separadamente.

E
IMPORTANT

Deve-se cuidar, pois os valores de referência podem se modificar a depender da


equação utilizada. Ou seja, um indivíduo pode receber uma classificação de acordo com uma
equação, e receber uma classificação diferente por meio de outra equação. Sendo assim, qual
deve ser a equação a ser utilizada?

127
UNIDADE 2 | TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

5.1 DENSIDADE CORPORAL


Para estimar densidade corporal existem diferentes fórmulas. A fórmula
exposta em Guedes e Guedes (2006) considera o somatório de três dobras cutâneas.
Essas dobras cutâneas são diferentes para homens e para mulheres. Para homens,
as três dobras cutâneas utilizadas na equação são: a tricipital, a suprailíaca
e a abdominal. Para mulheres, as dobras cutâneas utilizadas na equação são: a
tricipital, a subescapular, a suprailíaca e a coxa para mulheres. Apresenta-se abaixo
a fórmula exposta em Guedes e Guedes (2006):

Densidade
Corporal = 1,1714 – 0, 0671 log10 ( ∑ 3DC )
( g / mL )
Legenda: ∑3DC – Somatório de 3 dobras cutâneas.

Uma outra fórmula, mais utilizada, é mais complexa. Logo, requer o


conhecimento da idade em anos do avaliado e os valores de quatro dobras
cutâneas, sendo: tricipital, subescapular, suprailíaca e panturrilha medial. Além
disso, considera as particularidades existentes entre a composição corporal de
homens e mulheres e, por essa razão, há uma fórmula para homens e outra para
mulheres.

Para estimar a densidade corporal de homens com idades entre 18 a 66


anos faz-se uso da seguinte fórmula:

Densidade
Corporal = 1,10726863 – 0, 00081501 ( ∑ 4 DC ) + 0, 00000212 ( ∑ 4 DC ) – 0, 00041761 ( Idade )
2

( g / mL )
Legenda: ∑4DC – Somatório de 4 dobras cutâneas.

Para estimar a densidade corporal de mulheres com idades entre 18 a 51


anos faz-se uso da seguinte fórmula:

Densidade
1, 02902361 – 0, 00067159 ( ∑ 4 DC ) + 0, 00000242 ( ∑ 4 DC ) – 0, 00026073 ( Idade )
2

Corporal =
– 0, 00056009 ( MC ) + 0, 00054649 ( Estatura )
( g / mL )
Legenda: ∑4DC – Somatório de 4 dobras cutâneas; MC – massa corporal (Kg).

Destaca-se que é importante calcular a densidade corporal para que seja


possível estimar a gordura relativa (percentual de gordura) e, por conseguinte,
a gordura absoluta e a massa magra. Contudo, os autores Siri (1961) e Brozek e
colaboradores (1963) sugerem um quadro com valores para estimar a gordura
relativa (percentual de gordura) e, assim, não é obrigatório calcular a Densidade
corporal, uma vez que a partir do conhecimento da medida de gordura relativa
(percentual de gordura) é possível estimar a gordura absoluta e a massa magra,
respectivamente.

128
TÓPICO 3 | COMPOSIÇÃO CORPORAL

5.2 GORDURA RELATIVA


A gordura relativa, também conhecida como o percentual (%) de gordura,
pode ser estimada por meio de duas equações diferentes: Apresenta-se a seguir a
fórmula exposta em Guedes e Guedes (2006):

 4,95  
Percentual de Gordura ( % ) =   – 4,50  100
 Densidade  

UNI

O livro de Guedes e Guedes (2006, p. 225-228) disponibiliza em quadros os


resultados imediatos a partir da equação do percentual de gordura, para homens e para
mulheres. Ou seja, recorrendo-se aos quadros é possível estimar o percentual de gordura
sabendo-se somente o somatório das dobras cutâneas tricipital, suprailíaca, e abdominal para
homens e subescapular, suprailíaca e coxa para mulheres.

E uma segunda fórmula também pode ser utilizada, apresentada a seguir:

495
Percentual de Gordura ( % ) = – 450
Densidade

Destaca-se que a estimativa de valores da composição corporal considera


que o percentual de gordura dentro da normalidade é entre 11% a 16% para homens
adultos jovens e entre 21% a 26% para mulheres adultas jovens.

Para interpretar os resultados obtidos por meio da equação do percentual


de gordura é possível recorrer aos valores de referência sugeridos por Lohman,
citado por Petroski (2009), conforme consta na Tabela 7.

TABELA 7 – VALORES DE REFERÊNCIA PARA PERCENTUAL DE GORDURA DE


HOMENS E MULHERES

Homens Mulheres
Muito baixo ≤ 5% < 8%
Abaixo da média 6 – 14% 9 – 22%
Média 15% 23%
Acima da média 16 – 24% 24 – 31%
Muito alto ≥ 25% > 32%
FONTE: Lohman (apud Petroski, 2009, p. 124)

129
UNIDADE 2 | TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

5.3 GORDURA ABSOLUTA


Para se identificar a gordura absoluta do avaliado é preciso ter conhecimento
sobre o peso corporal (kg) e o valor estimado da gordura relativa (% de gordura).
Assim, é possível estimar a gordura absoluta por meio da seguinte fórmula:

 Gordura relativa ( % ) 
Gordura absoluta ( Kg ) = Peso corporal ( Kg )  
 100 

5.4 MASSA MAGRA


Para se identificar a massa magra do avaliado é preciso ter conhecimento
sobre o peso corporal (kg) e o valor estimado da gordura absoluta. Assim, é possível
estimar a massa magra por meio da seguinte fórmula:

Massa magra ( Kg ) = Peso corporal – Gordura absoluta

130
RESUMO DO TÓPICO 3
Nesse tópico você viu que:

● O corpo humano é composto por ossos, músculos, gorduras, água, tecidos e


elementos bioquímicos etc.

● A composição corporal se refere ao fracionamento do peso corporal em seus


diferentes componentes.

● A composição corporal oferece informações sobre o comportamento de


indicadores associados ao crescimento físico e aos programas de controle de
peso corporal.

● A composição corporal é importante para: identificar riscos à saúde associados


ao excesso de gordura corporal; acompanhar alterações na composição
corporal associadas a determinadas doenças ou aos processos de crescimento,
desenvolvimento e maturação; permite elaborar recomendações dietéticas e
prescrição de exercícios físicos e possibilita avaliar a eficiência de intervenções
nutricionais e de exercícios físicos na alteração da composição corporal.

● O interesse pela análise da composição corporal cresceu ao longo dos anos,


inclusive na área da Educação Física.

● Atualmente, o modelo recomendado para analisar a composição corporal


é organizado em cinco níveis: atômico, molecular, celular, sistema tecidual e
corpo inteiro.

● A composição corporal é entendida a partir de dois componentes principais,


que são o componente de gordura e o componente não gorduroso.

● Os termos “gordura” e “tecido adiposo” designam conceitos diferentes.

● A gordura é a quantidade total de lipídios (substâncias indissolúveis na água e


dissolúveis em soluções orgânicas) no organismo.

● O tecido adiposo é composto por células adiposas, fluidos extracelulares,


endotélio vascular, colágeno e fibras elastinas.

● Os lipídios se dividem em essenciais (indispensáveis para o adequado


funcionamento das estruturas fisiológicas) e não essenciais (gordura acumulada
no tecido adiposo).

● Os termos “massa magra” e “massa isenta de gordura” designam conceitos


diferentes.

131
● A massa magra exprime valores estabelecidos na proporção água, minerais e
matéria orgânica, incluídos lipídios essenciais.

● A massa isenta de gordura se refere ao peso corporal com ausência de toda


gordura do organismo (desconsidera lipídios essenciais).

● Faz-se uso de técnicas com processos diretos, indiretos e duplamente indiretos


para análise da composição corporal.

● As técnicas diretas são realizadas em cadáveres.

● As técnicas indiretas possibilitam que as informações sejam obtidas com base


em pressupostos teóricos que permitem estimar os componentes de gordura,
massa magra e massa isenta de gordura.

● As técnicas duplamente indiretas utilizam equações de regressão para predizer


variáveis associadas aos procedimentos indiretos.

● As técnicas diretas contemplam: dissecação de cadáveres e extração lipídica.

● As técnicas indiretas contemplam: procedimentos bioquímicos (hidrometria,


espectrometria de raios gama, ativação de nêutrons, excreção de creatina);
procedimentos de imagem (radiologia convencional, ultrassonografia,
tomografia axial computadorizada, ressonância magnética nuclear,
absortometria radiológica de dupla energia) e procedimentos de densitometria
(pesagem hidrostática, pletismografia).

● As técnicas duplamente indiretas contemplam: condutividade elétrica corporal,


interactância de raios infravermelhos, bioimpedância elétrica, antropometria.

● Estudamos que algumas medidas antropométricas permitem realizar inferências


como: análise dos resultados do perímetro da cintura, a razão cintura/quadril
ou, ainda, calcular o índice de conicidade.

● As equações preditivas permitem estimar a densidade, a gordura corporal


(relativa e absoluta) e a massa magra.

132
AUTOATIVIDADE

1 Diferentes elementos orgânicos e inorgânicos compõem o corpo humano.


E, nesta perspectiva, existe a composição corporal. Escreva o conceito de
composição corporal.
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

2 A análise da composição corporal se mostra importante para diferentes


finalidades. Assim, cite três aspectos em que a composição corporal é relevante:
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
3 Existem diferentes técnicas e métodos para analisar a composição corporal,
sendo que cada uma delas possui respaldo em modelos teóricos distintos.
Atualmente, o modelo mais recomendado para analisar a composição corporal
é organizado em cinco níveis. Pensando-se nisso, cite quais são esses cinco
níveis.
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

4 No que se refere ao fracionamento da composição corporal, há dois


componentes principais, que são o componente de gordura e o componente
não gorduroso. Acerca desta temática, leia atentamente as frases a seguir e
marque V para aquelas que forem verdadeiras e F para as falsas.

( ) O componente não gorduroso se refere ao peso corporal que permanece


após a gordura ser removida e, portanto, não gordurosos.
( ) O componente de gordura contempla a gordura e o tecido adiposo.
( ) Gordura, também denominada de tecido adiposo, é composta pelos
tecidos muscular e esquelético, pele, órgãos e demais tecidos.
( ) A função dos lipídios é produzir energia para o trabalho biológico.
( ) A quantidade de lipídios presente no organismo de homens e de
mulheres é semelhante.

Na sequência, assinale a alternativa correta:

133
a) ( ) V, V, F, F, F.
b) ( ) V, V, F, F, V.
c) ( ) V, F, V, V, F.
d) ( ) V, V, V, F, F.
e) ( ) F, F, F, F, V.

5 Para análise da composição corporal são utilizadas técnicas diretas,


indiretas e duplamente indiretas. Nas técnicas diretas se obtém as informações
em cadáveres por meio de incisões no corpo. Nas técnicas indiretas se obtém
as informações por meio de variáveis físicas e químicas que permitem estimar
componentes de gordura, massa magra e massa isenta de gordura. Nas
técnicas duplamente indiretas se obtém as informações a partir de equações de
regressão para estimar os componentes da composição corporal. A partir das
técnicas diretas, indiretas e duplamente indiretas, correlacione as informações
da Coluna 1 com aquelas da Coluna 2.

Coluna 1 Coluna 2
( ) Radiologia convencional e ultrassonografia
(a) Técnicas diretas
( ) Antropometria
( ) Extração lipídica
(b) Técnicas indiretas
( ) Bioimpedância elétrica
(c) Técnicas duplamente ( ) Hidrometria e pesagem hidrostática
indiretas ( ) Dissecação de cadáveres

A seguir, assinale a alternativa que exprime a sequência correta:

a) ( ) b, c, a, c, b, a.
b) ( ) a, a, b, c, b, c.
c) ( ) c, b, b, a, c, a.
d) ( ) b, c, a, c, a, b.
e) ( ) a, c, a, b, b, c.

6 Uma mulher com 32 anos de idade cronológica apresenta perímetro


de cintura equivalente a 72,0 centímetros e perímetro de quadril igual a 97
centímetros. Com base nessas informações, responda:

I) Qual é a razão cintura/quadril desta mulher?


____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

II) De acordo com os valores de referência, esta mulher possui riscos para a
saúde?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

134
7 Um indivíduo do sexo masculino, com 48 anos de idade cronológica,
apresenta perímetro de cintura equivalente a 114,0 centímetros. Explique se
este indivíduo apresenta ou não risco para disfunções crônicas degenerativas
e por que motivo.
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

SUGESTÃO DE ATIVIDADE PRÁTICA

Nome da atividade prática: Treinamento dos protocolos de avaliação


antropométrica.

a) Introdução

Acadêmicos, nessa atividade prática faremos a aplicação dos conteúdos


teóricos estudados ao longo dos estudos da Unidade 2 do Livro de Medidas e
Avaliações em Educação Física. É importante treinar a aplicação de protocolos de
avaliações, porque se referem a um importante recurso que poderá ser utilizado
na atuação profissional, quer seja no âmbito da licenciatura ou do bacharelado em
Educação Física. Neste sentido, entre os alunos da turma e com a supervisão de
um professor, vocês efetuarão medidas antropométricas.

b) Objetivo

O objetivo dessa atividade prática é aplicar técnicas referentes às medidas


antropométricas (altura, massa corporal, diâmetros, comprimentos, perímetros e
dobras cutâneas).

c) Materiais a serem utilizados



Os materiais a serem utilizados serão: Uma folha A4, computadores,
impressora, internet, canetas hidrográficas ou lápis dermatográfico, fitas métricas,
balanças, paquímetros, compasso de pontas rombas, compasso de barra e
adipômetro.

QUADRO 12 – EXEMPLO DOS MATERIAIS A SEREM UTILIZADOS NA ATIVIDADE PRÁTICA

Descrição do Tipo Quantidade


material
Folha A4 40 (a depender da
quantidade de acadêmicos
matriculados, sendo uma
por acadêmico).

135
Computador Precisa ter programa 01.
Microsoft Word
Impressora Precisa ter tinta 01.
Caneta hidrográfica - Uma para cada acadêmico
ou lápis ou uma para cada dupla ou
dermatográfico trio de acadêmicos.
Fita métrica Flexível, não elástica Uma para cada acadêmico
ou uma para cada dupla ou
trio de acadêmicos.
Balança Digital ou manual Uma balança ou duas.
* Seria ideal apresentar os
dois tipos de balança para
os acadêmicos aprenderem
a manusear.
Paquímetros - No mínimo dois, sendo de
preferência um grande e
um pequeno.
Compasso de pontas - No mínimo dois, sendo de
rombas preferência um grande e
um pequeno.
Compasso de barra - No mínimo dois, sendo de
preferência um grande e
um pequeno.
Adipômetro - No mínimo dois.

d. Procedimento experimental ou metodologia

O procedimento experimental ou metodologia se divide em dois momentos,


sendo: a organização prévia da atividade e a organização da atividade prática
propriamente dita.

- Organização prévia:

O professor deverá imprimir uma dessas fichas para cada acadêmico e
levar no dia da atividade prática.

136
FICHA DE AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

Nome do acadêmico:
Idade (anos): Sexo: ( ) masculino ( ) feminino

Nome do avaliador:
Data da Avaliação: Hora da avaliação:

Acadêmico:
ALTURAS 1a Medida 2a Medida 3a Medida Média
Estatura (m)
Altura tronco-cefálica
MASSA - - -
CORPORAL
Peso (Kg)
IMC
* Classificação IMC
DIÂMETROS 1a Medida 2a Medida 3a Medida Mediana
Biacromial
Bicrista-ilíaca
Biepicondilar do
fêmur
Bimaleolar
Biepicondilar do
úmero
Biestiloide
COMPRIMENTOS 1a Medida 2a Medida 3a Medida Média
Membros inferiores
Coxa
Perna
Membros superiores
Braço
Antebraço
PERÍMETROS 1a Medida 2a Medida 3a Medida Média
Coxa
Perna
Braço
Antebraço
Cintura
Quadril
DOBRAS 1a Medida 2a Medida 3a Medida 4a Medida
CUTÂNEAS
Tricipital
Subescapular

137
Suprailíaca
Abdominal

Observação: * - Opcional.

- Organização da atividade prática:



A organização da atividade prática será dividida em duas etapas.

PRIMEIRA ETAPA

No dia da aula, em sala, todos os alunos serão divididos em grupos


compostos por DOIS ou TRÊS acadêmicos. É recomendável que sejam duplas ou
trios, mas caso exista um grande número de acadêmicos e um restrito número de
instrumentos antropométricos, será possível reorganizar essa divisão em grupos
de quatro acadêmicos ou superior.

Para a formação dos grupos, pode-se permitir que os acadêmicos se


organizem ou o professor poderá ser o responsável pela organização dos grupos.

Após a organização dos grupos, o professor/tutor apresentará todos os


instrumentos necessários para a realização das medidas antropométricas. E cada
grupo receberá um instrumento e, à medida que o utilizar, deverão trocar entre si.

Recomenda-se que, no caso de duplas e trios, os acadêmicos deverão efetuar


a mensuração das medidas antropométricas entre eles, conforme as ilustrações a
seguir:

Eventualmente, durante a realização das medidas antropométricas,


surgirão dúvidas, que poderão ser respondidas pelo professor/tutor.

Caso o tempo da aula seja insuficiente para o preenchimento de toda a planilha


da avaliação antropométrica, o professor deve informar que prioritariamente cada
acadêmico faça pelo menos dois diâmetros, dois comprimentos, dois perímetros e
duas dobras cutâneas.
138
SEGUNDA ETAPA

Ao final da realização das medidas, cada acadêmico receberá a sua própria


ficha de avaliação. E o acadêmico que desejar poderá estimar o seu Índice de
Massa Corporal (IMC) e classificá-lo de acordo com os valores normativos em:
abaixo do peso (menor que 18,5), peso ideal (entre 18,5 – 24,9), sobrepeso (entre 25
– 29,9) e obesidade (maior que 30). Os acadêmicos serão convidados pelo professor
a calcularem o IMC e classificá-lo e, neste momento, o professor poderá utilizar
um exemplo hipotético no quadro para ensinar a calcular o IMC. O acadêmico que
não desejar estimar o seu IMC poderá se aproveitar do(s) exemplo(s) do professor
para treinar.

Além disso, o professor tutor solicitará que cada acadêmico realize os
seguintes cálculos, referentes às suas próprias medidas antropométricas:

→ Relação cintura quadril;


→Análise do perímetro de cintura;
→Índice de conicidade.

e. Interpretação dos resultados/descrição da atividade

Para a realização das medidas antropométricas as técnicas e os


procedimentos descritos na Unidade 2 deverão ser seguidos. Deve-se enfatizar
que na disciplina será realizada uma única avaliação antropométrica, e por essa
razão não será possível comparar os resultados com mensurações futuras para
verificar o efeito de uma intervenção, por exemplo.

f. Conclusões ou considerações finais

Ao final, os acadêmicos terão exercitado os protocolos de avaliação


antropométrica estudados na Unidade 2 deste Livro. Essa é uma tarefa importante
para que ocorra a aprendizagem do acadêmico, de modo que os processos de
acomodação e de assimilação dos conhecimentos sejam estimulados.

139
140
UNIDADE 3

TESTES FÍSICOS

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:

• compreender e conceituar aptidão física;

• identificar a diferença entre a aptidão física relacionada ao desempenho


atlético e a aptidão física relacionada à saúde;

• entender a relação entre aptidão física, atividade física e saúde;

• conhecer fatos históricos dos testes físicos;

• reconhecer os objetivos e a importância da avaliação da aptidão física;

• aprender o significado dos termos: resistência cardiorrespiratória, força/


resistência muscular, flexibilidade, velocidade, potência, agilidade, coor-
denação e equilíbrio;

• aprender sobre baterias de testes físicos;

• conhecer os objetivos e os procedimentos para a aplicação de testes que


envolvem diferentes capacidades motoras.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos e em cada um
deles você encontrará atividades que o(a) ajudarão a aplicar os
conhecimentos apresentados.

TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO À APTIDÃO FÍSICA

TÓPICO 2 – DEFINIÇÃO DAS CAPACIDADES MOTORAS RELACIONA


DAS AOS COMPONENTES DA APTIDÃO FÍSICA

TÓPICO 3 – DESCRIÇÃO DOS TESTES FÍSICOS

141
142
UNIDADE 3
TÓPICO 1

INTRODUÇÃO À APTIDÃO FÍSICA

1 INTRODUÇÃO
A aptidão física é definida como “um estado dinâmico de energia e
vitalidade que permite a cada um não apenas a realização das tarefas do cotidiano,
as ocupações ativas das horas de lazer e enfrentar emergências imprevistas sem
fadiga excessiva, mas, também, evitar o aparecimento das funções hipocinéticas,
enquanto funcionando no pico da capacidade intelectual e sentindo uma alegria
de viver” (GUEDES, 1995). Houve um longo período de evolução que antecedeu
a formulação deste conceito. Antigamente, as capacidades relacionadas ao
desempenho nos esportes eram privilegiadas em detrimento das capacidades
associadas à saúde. Isto porque se tinha o equivocado entendimento de que, para
apresentar um bom estado de saúde, seria necessário demonstrar um elevado
desempenho atlético. Porém, com o avanço da ciência, o conceito de aptidão física
passou por uma significativa transformação, saindo do campo da conveniência, da
tradição, do senso comum e da orientação exclusivamente esportiva, apresentando
componentes que contemplam, também, a saúde das pessoas (GUEDES, 1995).

Nesta perspectiva, atualmente, os componentes da aptidão física englobam


diferentes dimensões, podendo voltar-se para a saúde e abrangendo um maior
número de pessoas, valorizando as variáveis fisiológicas como a resistência
cardiorrespiratória, a força/resistência muscular, a flexibilidade e alguns
componentes da composição corporal, podendo voltar-se para as habilidades
desportivas em que as variáveis, tais como agilidade, equilíbrio, coordenação,
potência e velocidade, são mais valorizadas, objetivando o desempenho desportivo
(ARAÚJO; ARAÚJO, 2000).

Nesta concepção, faz-se pertinente mencionar que a aptidão física


relacionada à saúde é um estado referente ao ser humano e não, necessariamente,
uma aptidão, uma habilidade ou uma capacidade. Por estar atrelada à saúde, ela
é transitória e não está diretamente relacionada ao desempenho atlético. Porém,
um alto nível de aptidão física relacionada à saúde traz resultados positivos para a
qualidade de vida das pessoas, diminuindo o risco de doenças. O desenvolvimento
e a manutenção dos componentes da aptidão física relacionada à saúde são uma
função da adaptação fisiológica para um aumento gradual da intensidade das
atividades. Neste sentido, destaca-se que esses componentes podem ser modificados
a partir da sua utilização ou da ausência desta (GALLAHUE; DONNELLY, 2008).

Por sua vez, a aptidão física relacionada ao desempenho atlético é


geneticamente dependente em termos de potencial absoluto, e, de certa forma,

143
UNIDADE 3 | TESTES FÍSICOS

estável e extremamente relacionada à habilidade atlética. O desenvolvimento


e a manutenção desta aptidão ocorrem em função da prática, assim como do
desenvolvimento de habilidades dentro de limites mais amplamente definidos
(GALLAHUE; DONNELLY, 2008).

De acordo com as informações supracitadas e embora haja uma forte


tendência quanto ao conceito de aptidão física, mencionado anteriormente, não há
uma definição que seja aceita universalmente. Por outro lado, pode-se dizer que
há unanimidade na literatura quando se fala da extrema relação existente entre
a aptidão física, a atividade física e a saúde. Conforme representa a Figura 58,
a prática de atividade física resulta em índices de aptidão física que certamente
interferem na prática da atividade física. Os índices de saúde também influenciam
os níveis de aptidão física, podendo-se exemplificar isto pelo fato de os atletas
terem o seu desempenho prejudicado quando adoecem ou quando um indivíduo
fisicamente ativo fica em um leito privado de livre movimentação por determinado
período (ARAÚJO; ARAÚJO, 2000).

Nesta direção, Guedes (1995) sugere que o reconhecimento dos benefícios


da prática da atividade física regular na melhoria da qualidade de vida vem
despertando enorme atenção quanto à complexa relação entre os níveis de prática
de atividade física, os índices de aptidão física e o estado de saúde das pessoas, o
que é apresentado de uma maneira simplificada na Figura 59.

FIGURA 59 – RELAÇÃO ENTRE ATIVIDADE FÍSICA, APTIDÃO FÍSICA E SAÚDE

FONTE: Guedes (1995)

Conforme se pode observar na Figura 59, a partir da aderência às atividades


físicas, as pessoas tendem a aumentar os seus índices de aptidão física, com isso,
serão mais ativas. Além disso, percebe-se na figura que os índices de aptidão
física estão relacionados com o estado de saúde de uma maneira recíproca. Dessa
forma, o estado de saúde influencia e é influenciado pelos índices de aptidão física
(GUEDES, 1995).

Inúmeras pesquisas vêm demonstrando que a prática regular de


atividades físicas dificulta o desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas,
representando um fator essencial para o bom funcionamento orgânico. Neste

144
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À APTIDÃO FÍSICA

sentido, acredita-se que níveis apropriados de aptidão física, mantidos durante


toda a vida, por meio de atividades físicas regulares que possam provocar respostas
e adaptações benéficas nos diferentes sistemas do organismo humano, poderão
exercer uma decisiva participação em termos de prevenção e manutenção de uma
boa saúde (GUEDES, 1995).

Em relação aos programas de atividade física, em termos de esforços físicos,


destaca-se que os componentes da aptidão física devem contemplar a aptidão
física relacionada à saúde e a aptidão física relacionada às habilidades esportivas.
A clareza desta distinção poderá auxiliar no estabelecimento de metas e estratégias
a serem adotadas nos programas de atividade física que atuam na promoção da
saúde. Nesta direção, pode-se mencionar que os programas de atividade física
oferecidos à comunidade têm preconizado a abordagem de atividades que levam
as pessoas a vivenciarem experiências das mais variadas possíveis na área motora.
Contudo, em contextos de educação, são oferecidas as aulas de Educação Física,
as quais, infelizmente, ainda dão maior enfoque na prática de esportes e de outras
atividades organizadas, onde existe uma maior solicitação dos componentes
da aptidão física relacionada às habilidades esportivas, em detrimento aos
componentes da aptidão física relacionada à saúde (GUEDES, 1995).

Nesta perspectiva, faz-se importante ressaltar que as habilidades esportivas


se modificam de forma significativa com a prática, no entanto, uma vez alcançados
determinados níveis, eles tendem a permanecer estáveis, não havendo mais
consideráveis progressões. Os níveis de prática das habilidades esportivas possuem
extrema relação com aspectos genéticos, fazendo com que cada indivíduo venha
a apresentar um determinado potencial a ser desenvolvido. Deste modo, ressalta-
se que nem todas as pessoas conseguem atingir níveis de excelência na prática
de esportes, porém, sugere-se que todas devem ser estimuladas a atingir níveis
mínimos de competência no sentido de apresentar condições físico-funcionais
suficientes para atender a aspectos do cotidiano que envolvem a realização de
esforços físicos. Por isso, o desenvolvimento da aptidão física relacionada às
habilidades esportivas poderá ser empregado nos programas de atividade física,
especialmente no período da infância e da adolescência, quando há uma maior
sensibilidade em termos das características motoras, porém, deve-se levar em
conta seus fatores limitantes em termos de atividade física relacionada à promoção
da saúde (GUEDES, 1995).

Nesta concepção, os aspectos da aptidão física relacionados à saúde deverão


apresentar um maior significado nos programas de atividade física oferecidos à
comunidade. Os melhores níveis dos componentes da aptidão física relacionada
à saúde resultam de programas de atividade física especialmente desenvolvidos
para esta finalidade. A prática de esportes também pode promover alguns aspectos
da aptidão física relacionada à saúde, porém, ao contrário do que acontece na
aptidão física relacionada às habilidades esportivas, onde existe um elevado
índice de retenção, a aptidão física relacionada à saúde não pode ser acumulada,
sendo assim, necessita de constante manutenção, a qual deve ocorrer por meio de
programas específicos e regulares de atividade física (GUEDES, 1995).

145
UNIDADE 3 | TESTES FÍSICOS

Por fim, o autor supracitado destaca que os programas voltados a atender às


habilidades esportivas se constituem em um importante veículo para estimular as
pessoas a desenvolverem atividades recreativas. Por sua vez, os programas voltados
à aptidão física relacionada à saúde são imprescindíveis, uma vez que ajudam a
inibir o aparecimento de fatores de risco que venham a favorecer o surgimento
de sintomas relacionados com disfunções de caráter crônico-degenerativo e de
doenças hipocinéticas provenientes da ausência de atividade física.

2 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DOS TESTES FÍSICOS


Em pesquisas realizadas por autores como Rogers, Brace, Cozens,
McCloy, Scott e outros, pode-se notar que no período da década de 1920 até,
aproximadamente, 1940, havia o pensamento de que, assim como há testes para
avaliar as habilidades do aspecto cognitivo, deveriam existir formas para avaliar as
habilidades motoras. Neste sentido, estes autores desenvolveram pesquisas com o
objetivo de discriminar os componentes associados à aptidão física que poderiam
melhorar o desempenho humano (MORROW et al., 2003).

Nesta perspectiva, inicialmente os autores supracitados desenvolveram
índices de classificação para categorizar indivíduos, de acordo com as suas
habilidades motoras, com o intuito de que as aulas de Educação Física fossem
compostas por grupos mais homogêneos e, com isso, surtissem melhores
resultados. Os índices de classificação buscavam identificar estas informações com
base em dados como a idade, o peso e a altura dos indivíduos (MORROW et al.,
2003). O autor explica que o primeiro estudo deste padrão foi desenvolvido por
McCloy em 1932, onde o autor desenvolveu três índices para a classificação dos
alunos, onde a idade era medida em anos, a altura em polegadas e o peso em
libras, a saber:

→ Nível primário: (10 x idade) + peso


→ Nível médio: (20 x idade) + (6 x altura) + peso
→ Nível universitário: (6 x altura) + peso

Contudo, ao analisar estas fórmulas, o autor observou que a idade


dos indivíduos dos níveis primário e universitário não se constituía em um
aspecto relevante para a classificação. Em seguida, os autores Neilson e Cozens
desenvolveram, em 1934, outro índice de classificação com base no mesmo
princípio. No mesmo período, iniciaram as primeiras propostas de classificações
por meio de testes das habilidades motoras. O conceito de “habilidade motora
geral”, que se referia à capacidade do indivíduo em realizar uma gama de tarefas
referentes a diferentes esportes, foi criado. Por sua vez, testes que incluíam
componentes relacionados à força, à potência, à endurance, à velocidade, à agilidade,
à coordenação e ao equilíbrio passaram a ser utilizados em baterias de testes para
avaliar o desempenho motor dos indivíduos (MORROW et al., 2003).

146
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À APTIDÃO FÍSICA

O Teste de Habilidade Motora de Barrow, criado por Barrow em 1954, é


um dos testes mais antigos, pensado para avaliar a “habilidade motora geral”.
Este teste foi criado para homens universitários, mas, posteriormente, foi
estendido para adolescentes do Ensino Médio. Inicialmente, continha 29 itens para
testar a agilidade, a coordenação do ombro-braço, o equilíbrio, a flexibilidade, a
coordenação mão-olho, a potência, a velocidade e a força. O autor elaborou também
uma bateria de testes com oito itens para verificar a validade dos fatores e para
obter um coeficiente de correlação múltipla de 0,92 entre o escore composto para a
bateria de oito itens e outro escore composto baseado em 29 itens. Os coeficientes
de reprodutibilidade do teste-reteste variaram de 0,79 a 0,89. No que diz respeito à
medição, o problema deste procedimento de validação está no fato de se tratar de
um critério composto. Isto porque os testes de predição e de critério, sub-bateria e
bateria completa, respectivamente, consistiam nos mesmos testes. Desta forma, o
autor estava predizendo apenas o total de uma parte, fornecendo a falsa correlação
de 0,92. Em termos estatísticos, pode-se dizer que esta abordagem é impraticável.
Todavia, não se pode negar a importância da bateria de testes criada por Barrow,
pois foi a partir dela que os demais métodos de avaliação dos componentes
associados à aptidão física foram desenvolvidos (MORROW et al., 2003).

Em 1941, Larson propôs uma técnica diferente da de Barrow para a avaliação


das habilidades motoras, analisando os fatores subjacentes de 27 itens de testes e
seis baterias; além disso, reuniu evidências estatísticas em outras baterias de testes
relacionadas à medição das habilidades motoras. Isso representou uma tentativa
de validar a construção dos testes de habilidade motora por meio do uso da técnica
estatística denominada fator de análise. Entretanto, este autor também realizou
este procedimento utilizando a abordagem de critério composta, diminuindo
a efetiva validade de suas descobertas. Este autor identificou coeficientes de
reprodutibilidade em um excesso de 0,86 (MORROW et al., 2003).

Na sequência, foram desenvolvidos os testes para avaliar a educabilidade


motora, isto é, a capacidade de aprender várias habilidades motoras. Tais testes
eram compostos por itens de pista e de campo, assim como por uma série de outros
testes. Um destes testes propunha que os indivíduos pulassem, girassem e caíssem
na mesma posição em que estavam no início do teste. Em 1927, David Brace
desenvolveu o teste de Brace de Iowa, o qual continha 20 testes que eram avaliados
com base no “passou/falhou”. Posteriormente, McCloy utilizou elementos deste
teste para a elaboração de um novo teste de educabilidade motora, utilizando 40
testes, dos quais 20 foram selecionados. Por fim, seis distintas combinações de 10
testes foram elegidas para avaliar a educabilidade motora nas categorias a seguir:
meninos de escola primária avançada, meninas de escola primária avançada,
meninos de escola intermediária, meninas de escola intermediária, meninos do
último ano escolar e meninas do último ano escolar. Porém, estes testes tiveram
problemas quanto à reprodutibilidade das medidas, visto que, por serem todos
baseados em itens de “passou/falhou”, ocorria a avaliação de um ou de outro.
Ademais, os testes de educabilidade motora tinham uma fraca correlação com a
maioria das medidas de desempenho esportivo, o que gerava dúvidas quanto à
sua validade (MORROW et al., 2003).

147
UNIDADE 3 | TESTES FÍSICOS

Um dos primeiros testes criados para avaliar o desempenho motor foi


o Sargent Jump, em 1921. Este consistia na execução de um salto vertical que
objetivava testar a potência da perna. Apesar de simples, este teste foi muito
utilizado, medindo uma importante característica para esportes baseados
na potência. Embora seja um teste reproduzível e validamente associado a
determinados aspectos do desempenho para o esporte, fornece somente uma ideia
limitada sobre a capacidade esportiva global (MORROW et al., 2003).

Entre 1956 e 1958, Franklin Henry formulou o conceito de especificidade


que condiz às habilidades motoras únicas para tarefas psicomotoras individuais.
O autor utilizou a análise correlacional para indicar que as características que
possuíam mais correlações acima de 0,70 eram de natureza geral. Quaisquer dois
testes que possuíssem correlações iguais ou menores que esta eram considerados
específicos. Em decorrência da magnitude destas correlações, a maioria dos
testes de habilidades motoras da época foi considerada de natureza específica.
As implicações disso consistiram no fato de que as características deveriam ser
treinadas especificamente. Além disso, isto permitia que qualquer bom atleta
apresentasse muitos desses traços específicos (MORROW et al., 2003).

Entre 1940 e 1970, autores como Seashore, Fleishman, Cumbee, Meyer,


Peterson e Guilford passaram a defender o conceito de habilidade motora
específica no lugar de habilidade motora geral, abordando aspectos como a
força e a endurance muscular, a velocidade, a potência, a precisão, a endurance
cardiovascular, a flexibilidade, a agilidade e o equilíbrio. Suas teorias baseavam-se
nas correlações entre os fatores físicos. Pode-se dizer que os itens de alta correlação
têm muitas características em comum para serem avaliadas, enquanto os itens de
baixa correlação avaliam aspectos distintos. Assim, a especificidade de tarefas
pode ser visualizada como uma abordagem de validade corrente (MORROW et
al., 2003).

Dentro do período supracitado, Fleishman construiu a teoria intitulada


“teoria das capacidades básicas”. Por meio desta teoria, o autor definiu que
“capacidades esportivas são características aprendidas com base nas capacidades
que a pessoa possui, ao passo que habilidades motoras são mais gerais e inatas
em natureza do que as habilidades esportivas” (MORROW et al., 2003, p. 252). Os
pressupostos de Fleishman se consagraram e serviram como referência para muitas
investigações acerca do desempenho humano, principalmente com a intenção de
avaliar a validade de construção (MORROW et al., 2003).

Resumidamente, pode-se dizer que, no decorrer de muitos anos investigou-


se se os componentes da aptidão física relacionada ao desempenho atlético se
constituíam como gerais ou como específicos, estando, as suas evidências, a favor dos
componentes como sendo específicos. Por muito tempo, acreditou-se na natureza
geral da aptidão física ou no chamado “atleta natural”, isto é, acreditava-se que os
indivíduos que se destacavam em determinados esportes possuíam habilidades
correspondentes que automaticamente os conduziriam a outras atividades. Apesar
de isto, geralmente, não acontecer, muitos pesquisadores compreendem que essa
“condução” é resultado da motivação intrínseca do indivíduo, do engajamento
148
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À APTIDÃO FÍSICA

em inúmeras atividades e das muitas aptidões específicas do esporte, além de


habilidades motoras transferidas de uma atividade para outra. Em suma, os
componentes da aptidão física relacionada à performance são características e não
habilidades. Ademais, a ideia de capacidade motora geral, isto é, da natureza geral
da aptidão física, não é apoiada pela maioria dos autores de referência sobre essa
temática (GALLAHUE; DONNELLY, 2008).

Nos últimos anos, estudiosos da área têm concentrado suas pesquisas na


temática do domínio do desempenho humano, focando nos componentes deste,
tais quais a força muscular, a velocidade, a agilidade, a potência, a flexibilidade
e o equilíbrio, a fim de melhor entender as qualidades necessárias para o
desenvolvimento de inúmeras tarefas. Ademais, a validade de construção destes
componentes tem sido examinada (MORROW et al., 2003).

3 A IMPORTÂNCIA E OS OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO DA


APTIDÃO FÍSICA
Os principais objetivos da avaliação do desempenho humano consistem na
seleção, na classificação e no diagnóstico. Morrow et al. (2003) explicam que estas
questões não são importantes apenas para o desempenho esportivo, mas, também,
para o desempenho no trabalho. Isto porque a seleção diz respeito à capacidade que
um teste possui para discriminar os níveis de capacidade, permitindo que sejam
feitas escolhas. Em termos esportivos, isto permite que jogadores sejam escolhidos
ou não para as equipes. Em relação ao desempenho no trabalho, esta seleção é
utilizada para a contratação. A classificação, por sua vez, serve para agrupar os
indivíduos de acordo com as suas características. No esporte, a classificação serve
para designar a posição ou o evento em que cada jogador estará e, no trabalho,
serve para discriminar uma tarefa, por exemplo. O último objetivo refere-se ao
diagnóstico e possui a função de determinar as deficiências do indivíduo a partir de
testes que são validamente relacionados ao seu desempenho em áreas específicas.
Em contexto esportivo, o diagnóstico é utilizado para planejar programas de
treinamento que ajudem a melhorar o desempenho (MORROW et al., 2003). Neste
sentido, os autores elencaram os principais objetivos da aplicação de testes físicos,
a saber:

→ Indicar as forças e fraquezas do indivíduo para o esporte.


→ Obter dados para o treinamento individualizado.
→ Disponibilizar feedback para o atleta e para o treinador sobre a efetividade do
treinamento.
→ Descrever o desempenho atual do atleta, possibilitando, ao treinador e ao atleta,
o acompanhamento do desempenho.

Os autores acrescentam que, para que estes objetivos sejam alcançados, é


necessário seguir rigorosamente os seguintes procedimentos:

149
UNIDADE 3 | TESTES FÍSICOS

→ Estabelecer variáveis relevantes ao esporte.


→ Elencar testes reproduzíveis e válidos.
→ Desenvolver protocolos de teste específicos para o esporte.
→ Controlar rigidamente a aplicação do teste.
→ Respeitar os direitos do atleta.
→ Repetir o teste periodicamente.
→ Interpretar os resultados diretamente para o treinador e para o atleta.

No que condiz aos testes que envolvem os componentes da aptidão física


relacionada à saúde, aponta-se que eles representam um importante papel na
prevenção, na conservação e na melhoria da capacidade funcional das pessoas.
No contexto escolar, por exemplo, a avaliação possibilita o acompanhamento
do desenvolvimento motor da criança e do adolescente; permite a identificação
de possíveis distúrbios de ordem motora, postural e metabólica, bem como,
a classificação dos indivíduos ou grupos de risco; fornece informações para a
elaboração de programas preventivos ou até mesmo interventivos no contexto
escolar. Entretanto, alguns cuidados devem ser tomados quando se trata da
utilização de testes motores em ambientes educacionais, tal qual a aplicação
sistematizada e científica de técnicas de mensuração que permitam analisar, de
forma qualitativa, os aspectos físicos e as adaptações em função do tempo. Além
disso, antes de escolher o teste motor, deve-se definir a capacidade a ser avaliada
para que sejam obtidos os resultados necessários.

E
IMPORTANT

Inúmeros fatores, tais como a idade, o tipo corporal, o estado nutricional, o peso
corporal, o estado de saúde, bem como, o nível de motivação, influenciam no nível de aptidão
física de cada pessoa. Cada pessoa responde de acordo com as suas próprias circunstâncias
ambientais e características hereditárias (GALLAHUE; DONNELLY, 2008).

ATENCAO

Um dos primeiros objetivos para o desenvolvimento da aptidão física consiste em


melhorar os comportamentos de aptidão e alcançar padões pessoais de aptidão (GALLAHUE;
DONNELLY, 2008).

150
RESUMO DO TÓPICO 1

Nesse tópico você viu que:

● O conceito de aptidão física passou por uma grande evolução até chegar à
definição atual, que completa, além de elementos da aptidão física relacionada
ao desempenho atlético, a aptidão física relacionada à saúde.

● A aptidão física, a atividade física e a saúde possuem íntima relação.

● A prática regular de atividade física resulta em índices de aptidão física


que interferem na prática da atividade física. Os índices de saúde também
influenciam os níveis de aptidão física.

● A realização frequente de atividades físicas dificulta o aparecimento de doenças.

● A prática regular de atividade física ajuda o indivíduo a manter os níveis


apropriados de aptidão física, resultando em benefícios para a saúde e,
consequentemente, para a qualidade de vida.

● Nos programas de atividade física oferecidos à população em geral, a aptidão


física relacionada à saúde deve ser mais trabalhada em detrimento dos aspectos
relacionados ao esporte.

● Na aptidão física relacionada ao desempenho atlético existe um alto nível de


retenção.

● Na aptidão física relacionada à saúde, os índices não podem ser acumulados.


Por isso, necessitam de constante manutenção.

● As investigações acerca dos testes de aptidão física iniciaram na década de


1920, a partir do desenvolvimento de índices de classificação para categorizar
os alunos nas aulas de Educação Física, de acordo com as suas habilidades
motoras. Estas informações eram verificadas com base em dados como a idade,
o peso e a altura dos indivíduos.

● Por volta de 1934 surgiu o conceito de habilidade motora geral, e os testes que
incluíam componentes relacionados à força, à potência, à endurance, à velocidade,
à agilidade, à coordenação e ao equilíbrio passaram a ser utilizados em baterias
de testes para avaliar o desempenho motor dos indivíduos.

● Entre as décadas de 1940 e 1970, muitos autores passaram a defender o conceito


de habilidade motora específica no lugar de habilidade motora geral. Neste
mesmo período foi criada a teoria intitulada “Teoria das capacidades básicas”,

151
a qual, posteriormente, serviu como referência para muitas investigações acerca
do desempenho humano.

● Atualmente, a ideia de que os componentes da aptidão física relacionada ao


desempenho atlético se constituem como específicos é a mais aceita pela maioria
dos autores que se dedicam a pesquisar sobre este tema.

● Há três palavras que são utilizadas na literatura para explicar os objetivos da


avaliação do desempenho humano por meio dos testes de aptidão física, são
elas: seleção, classificação e diagnóstico.

● Em termos do desempenho atlético, a aplicação de testes físicos permite: a


identificação das forças e das fraquezas do indivíduo para o esporte, a obtenção
de informações para se traçar um treinamento individualizado, o oferecimento
de feedback para o atleta quanto à efetividade do seu treinamento, bem como, o
acompanhamento do desempenho.

● Em relação à aptidão física relacionada à saúde, os objetivos e a importância


da aplicação dos testes físicos estão atrelados a aspectos como a prevenção, a
conservação e a melhoria da capacidade funcional das pessoas.

152
AUTOATIVIDADE

1 A definição de aptidão física passou por um amplo período de evolução até


chegar ao conceito que, atualmente, tem sido aceito por muitos pesquisadores
da área. Nesta direção, defina aptidão física:
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

2 Descreva qual foi a principal mudança que ocorreu no conceito de aptidão


física após anos de investigação acerca do tema:
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

3 Os componentes da aptidão física englobam diferentes dimensões, descreva


quais são essas diferenças:
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

4 Leia atentamente as frases a seguir, referentes à aptidão física relacionada


à saúde, e marque V para aquelas que forem verdadeiras e F para as falsas.

( ) A aptidão física relacionada à saúde é um estado referente ao ser humano


e não, necessariamente, uma aptidão, uma habilidade ou uma capacidade.
( ) Um alto nível de aptidão física relacionada à saúde traz resultados
positivos para a qualidade de vida das pessoas, diminuindo o risco de doenças.
( ) O desenvolvimento e a manutenção dos componentes da aptidão
física relacionada à saúde são uma função da adaptação fisiológica para um
aumento gradual da intensidade das atividades.
( ) A agilidade, o equilíbrio, a coordenação, a potência e a velocidade
são componentes da aptidão física relacionada à saúde, os quais podem ser
modificados a partir da sua utilização ou da ausência desta.

Na sequência, assinale a alternativa correta:

a) ( ) V, V, V, F.
b) ( ) V, V, F, F.
c) ( ) V, F, V, F.
d) ( ) F, V, F, V.
e) ( ) F, F, F, V.

153
5 Leia atentamente as frases a seguir, referentes à aptidão física relacionada
ao desempenho atlético, e marque V para aquelas que forem verdadeiras e F
para as falsas.

( ) A aptidão física relacionada ao desempenho atlético é transitória e não


está diretamente relacionada ao desempenho atlético.
( ) A aptidão física relacionada ao desempenho atlético engloba
componentes como a agilidade, o equilíbrio, a coordenação, a potência e a
velocidade.
( ) A aptidão física relacionada ao desempenho atlético é geneticamente
dependente em termos de potencial absoluto, e, de certa forma, estável e
extremamente relacionada à habilidade atlética.
( ) O desenvolvimento e a manutenção da aptidão física relacionada
ao desempenho atlético ocorrem em função da prática, assim como, do
desenvolvimento de habilidades dentro de limites mais amplamente definidos.

Na sequência, assinale a alternativa correta:

a) ( ) F, F, F, V.
b) ( ) V, V, F, F.
c) ( ) V, F, V, F.
d) ( ) F, V, F, V.
e) ( ) F, V, V, V.

6 Explique a relação existente entre a aptidão física, a atividade física e a


saúde:
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

7 Sobre a importância da prática de atividades físicas para a aptidão física e a


saúde, assinale a alternativa correta:

a) ( ) A prática regular de atividades físicas representa um fator essencial


para o bom funcionamento orgânico. Neste sentido, a manutenção de níveis
apropriados de aptidão física poderá exercer uma decisiva participação em
termos de prevenção e manutenção de uma boa saúde.
b) ( ) Nos programas de atividade física, os componentes da aptidão física
devem contemplar apenas a aptidão física relacionada à saúde.
c) ( ) Nos contextos de educação, as aulas de Educação Física têm
contemplado, prioritariamente, os componentes da aptidão física relacionada
à saúde, em detrimento aos componentes de aptidão física relacionada ao
desempenho nos esportes.
d) ( ) Atualmente, pode-se dizer que os programas de atividade física
oferecidos à comunidade têm considerado, exclusivamente, os componentes
de aptidão física relacionada ao desempenho nos esportes.

154
e) ( ) Os índices de saúde das pessoas não possuem qualquer relação com
os seus níveis de aptidão física.

8 Leia atentamente as frases a seguir, referentes à história dos testes de


aptidão física, e marque V para aquelas que forem verdadeiras e F para as
falsas.

( ) As primeiras investigações envolvendo testes de aptidão física


aconteceram no período da década de 1920 até, aproximadamente, 1940, com
o objetivo de discriminar os componentes associados à aptidão física que
poderiam melhorar o desempenho humano.
( ) As primeiras pesquisas envolvendo testes de aptidão física utilizaram
informações como a idade, o peso e a altura, para categorizar os indivíduos,
de acordo com as suas habilidades motoras.
( ) O Teste de Habilidade Motora de Barrow, criado por Barrow em 1954,
é um dos testes mais antigos, proposto para avaliar a “habilidade motora
geral”.
( ) Por muitos anos investigou-se se os componentes da aptidão física
relacionada ao desempenho atlético se constituíam como gerais ou como
específicos, estando, as suas evidências, a favor dos componentes como sendo
específicos, uma vez que a ideia de capacidade motora geral não é apoiada
pela maioria dos autores de referência na área.

Na sequência, assinale a alternativa correta:

a) ( ) F, F, F, V.
b) ( ) V, V, F, F.
c) ( ) V, F, V, F.
d) ( ) F, V, F, V.
e) ( ) V, V, V, V.

9 De acordo com a literatura, os principais objetivos da avaliação do


desempenho humano consistem na seleção, na classificação e no diagnóstico.
Considerando os conceitos dos termos seleção, classificação e diagnóstico no
campo da aptidão física, correlacione as informações da Coluna 1 com aquelas
da Coluna 2.

Coluna 1 Coluna 2
( ) É a capacidade que um teste possui para discriminar
os níveis de capacidade, permitindo que sejam feitas
(a) Seleção
escolhas. Em termos esportivos, isto permite que jogadores
sejam escolhidos ou não para as equipes.
( ) Possui a função de determinar as deficiências
do indivíduo a partir de testes que são validamente
(b) Classificação relacionados ao seu desempenho em áreas específicas. Em
contexto esportivo, é utilizado para planejar programas de
treinamento que ajudem a melhorar o desempenho.

155
( ) Serve para agrupar os indivíduos de acordo com as
(c) Diagnóstico suas características. No esporte, serve para designar a
posição ou o evento em que cada jogador estará.

Na sequência, assinale a alternativa que exprime a sequência correta.

a) ( ) a, c, b.
b) ( ) b, a, c.
c) ( ) c, a, b.
d) ( ) c, b, a.
e) ( ) b, c, a.

10 Considerando os objetivos da aplicação de testes físicos, leia atentamente


as frases a seguir e marque V para aquelas que forem verdadeiras e F para as
falsas.

( ) No que diz respeito à aptidão física relacionada ao desempenho atlético,


a aplicação de testes possui as seguintes funções: indicar as forças e fraquezas
do indivíduo para o esporte, obter dados para o treinamento individualizado,
disponibilizar feedback para o atleta e para o treinador sobre a efetividade
do treinamento, descrever o desempenho atual do atleta, possibilitando, ao
treinador e ao atleta, o acompanhamento do desempenho.
( ) Em termos da aptidão física relacionada à saúde, a aplicação dos testes
representa um importante papel na prevenção, na conservação e na melhoria
da capacidade funcional das pessoas.
( ) No contexto escolar, a avaliação, por meio dos testes físicos, possibilita
o acompanhamento do desenvolvimento motor da criança e do adolescente;
permite a identificação de possíveis distúrbios de ordem motora, postural
e metabólica, bem como, a classificação dos indivíduos ou grupos de risco;
fornece informações para a elaboração de programas preventivos ou até
mesmo interventivos.
( ) Algumas regras devem ser respeitadas para a aplicação dos testes
físicos, por exemplo, a presença de um médico no momento da aplicação.
( ) Antes de escolher o teste a ser utilizado, deve-se definir a capacidade a
ser avaliada para que sejam obtidos os resultados necessários.

Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) V, V, V, F, V.
b) ( ) F, F, V, V, V.
c) ( ) F, V, V, F, F.
d) ( ) V, V, F, V, F.
e) ( ) V, F, F, V, F.

156
UNIDADE 3
TÓPICO 2

DEFINIÇÃO DAS CAPACIDADES MOTORAS RELACIONADAS


AOS COMPONENTES DA APTIDÃO FÍSICA

1 INTRODUÇÃO
Ao longo de anos, inúmeras classificações e terminologias foram utilizadas
para se referir às diferentes capacidades motoras relacionadas aos componentes da
aptidão física. No quadro a seguir são apresentadas algumas das nomenclaturas
que podem ser encontradas na literatura acerca do tema.

QUADRO 10 – TERMINOLOGIAS REFERENTES ÀS CAPACIDADES MOTORAS RELACIONADAS


AOS COMPONENTES DA APTIDÃO FÍSICA

Autor Denominação Conteúdo


Clarke (1967) Componentes da Coordenação óculo-manual,
capacidade geral potência muscular, agilidade, força
motriz muscular, resistência muscular,
flexibilidade, velocidade e
coordenação olho-pé.
Kock (1967) Bases físicas do Força, rapidez (velocidade),
Dassel-Haag (1969) rendimento resistência, destreza, habilidade
Peycher (1972) para mover-se, agilidade motriz,
mobilidade articular e elasticidade.
Fetz (1972 e 1974) Qualidades motoras Força, velocidade, resistência,
de base equilíbrio motor, mobilidade,
destreza, habilidade de
movimentos, agilidade motriz.
Safrit (1973) Componentes do Força, resistência muscular,
rendimento capacidade cardiorrespiratória,
atitude, agilidade, flexibilidade,
equilíbrio e velocidade.
Frey (1977) Capacidade motriz e Força, velocidade, resistência,
fatores de rendimento agilidade motriz, destreza,
capacidade de coordenação.
Kemper (1979) Componentes do Potência muscular, agilidade,
rendimento motor força muscular, funcionalidade
cardiorrespiratória, flexibilidade e
velocidade.
Sabral (1985) Capacidades físicas Força, resistência, agilidade,
flexibilidade e velocidade.
157
UNIDADE 3 | TESTES FÍSICOS

Barrow (1977) Elementos ou fatores Velocidade, força explosiva


de performance física (potência), força, coordenação,
flexibilidade, endurance, agilidade
e outros.
Zaichkowsky et al. Componentes Força, agilidade, equilíbrio e
(1980) básicos ou fatores de flexibilidade.
performance motora
FONTE: Marins; Giannichi (1998)

Pode-se observar, de acordo com as informações supracitadas, que há


diversas formas de classificação e de ordenamento das capacidades motoras
associadas aos componentes da aptidão física. Todavia, todos os autores se baseiam
em princípios fisiológicos, por isso não apresentam diferenças consideráveis nas
conceituações, uma vez que as capacidades motoras se inter-relacionam. Ademais,
as avaliações dependem basicamente do modelo de classificação das capacidades
motoras utilizado (GUEDES; GUEDES, 2006).

Em geral, os modelos de classificação dividem as capacidades motoras em


dois grupos, isto é, as capacidades motoras condicionantes, que são constituídas
por características da ação muscular, pela disponibilidade de energia biológica
e pelas condições orgânicas do avaliado. Neste grupo estão as capacidades
motoras relacionadas à resistência, à força, à velocidade e às suas combinações.
No segundo grupo, por sua vez, estão as capacidades motoras coordenativas,
onde estão presentes os processos de controle motor, permitindo a organização
e a formação de movimentos. Para tanto, as capacidades motoras coordenativas
se fundamentam na assunção, na elaboração, no processamento de informações e
no controle da execução dos movimentos, utilizando para isto analisadores táteis,
visuais, acústicos, estático-dinâmicos e cinestésicos (GUEDES; GUEDES, 2006).
De acordo com os autores, e conforme já pôde ser observado, em determinados
casos, a velocidade e a flexibilidade podem estar presentes em ambos os grupos
de capacidade motoras, passando a ser entendidas como capacidades motoras
intermediárias. Isto porque, ao serem solicitadas, pode haver maior demanda dos
aspectos relacionados à capacidade condicionante em detrimento da capacidade
coordenativa, ou vice-versa.

Atualmente, a literatura vem apresentando a classificação das capacidades
motoras a partir da associação aos componentes da aptidão física, por entender
que cada indivíduo possui um desempenho singular na utilização das capacidades
motoras isoladamente.

Neste sentido, Gallahue e Donnelly (2008) defendem que há componentes


de aptidão física relacionados à saúde, sendo eles a força muscular, a resistência
muscular, a resistência cardiovascular, a flexibilidade das articulações e a composição
corporal dos indivíduos; e os componentes de aptidão física relacionados à
performance ou, mais frequentemente, nomeados como componentes de aptidão
física relacionados à habilidade ou, simplesmente, aptidão motora, a saber:
equilíbrio, coordenação, agilidade, velocidade e energia, estando esta última
atrelada à força explosiva.
158
TÓPICO 2 | DEFINIÇÃO DAS CAPACIDADES MOTORAS RELACIONADAS AOS COMPONENTES DA APTIDÃO FÍSICA

Guedes e Guedes (2006), por sua vez, também defendem que as


capacidades motoras associadas aos componentes de aptidão física são distintas
em termos do desempenho atlético e da saúde. Neste sentido, para os autores,
os componentes que caracterizam a aptidão física relacionada à saúde são a
resistência cardiorrespiratória, a força/resistência muscular e a flexibilidade e,
quanto à aptidão física relacionada ao desempenho atlético, os componentes que a
caracterizam são a velocidade, a potência, a agilidade, a coordenação e o equilíbrio.
Para fins deste texto será adotada esta classificação, bem como estes termos para a
realização das abordagens subsequentes.

UNI

Para aumentar a aptidão física, o indivíduo deve realizar mais trabalho do que
comumente realiza. É necessário que aumente o volume de trabalho produzido,
assim como, que haja redução do tempo no qual o mesmo volume de trabalho é realizado. Isto
porque, manter a mesma quantidade de atividade física regularmente permite que o indivíduo
mantenha um certo nível de aptidão. Entretanto, apenas quando o nível de prática for elevado,
fazendo com que os músculos sejam sobrecarregados, é que a força, a resistência (muscular
e cardiovascular) e a flexibilidade dos ligamentos poderão ser aumentadas (GALLAHUE;
DONNELY, 2008).

2 CONCEITOS BÁSICOS
→ Resistência cardiorrespiratória: É a capacidade do organismo para
suprir de nutrientes essenciais, principalmente o oxigênio, o trabalho muscular
prolongado e em remover produtos residuais induzidos pela sustentação do
esforço físico (GUEDES; GUEDES, 2006).

Fisiologicamente, pode-se dizer que a capacidade cardiorrespiratória


depende, basicamente, da capacidade química de os tecidos musculares utilizarem
o oxigênio como fonte principal de energia, o que se intitula como componente
periférico, e da capacidade combinada de os mecanismos pulmonar, cardíaco,
sanguíneo, vascular e celular transportarem o oxigênio até o mecanismo aeróbio
dos músculos, também conhecido como componente central. Neste sentido, a
resistência cardiorrespiratória deve fornecer informações sobre a capacidade que
o indivíduo possui para liberar energia, por meio dos processos oxidativos, para a
manutenção do trabalho muscular por longas distâncias. O consumo máximo de
oxigênio (VO2máx.) representa o indicador fisiológico mundialmente aceito como
o principal componente associado à resistência cardiorrespiratória (GUEDES;
GUEDES, 2006).

Todos os testes motores que solicitem energia, progressivamente, exigindo
esforço físico por tempo suficientemente elevado, devem resultar em informações
sobre a resistência cardiorrespiratória dos indivíduos. Todavia, pelo fato de que
esta deve oferecer informações quanto à capacidade do avaliado para captar e
159
UNIDADE 3 | TESTES FÍSICOS

transportar oxigênio, associada à sua utilização no tecido muscular, deve-se levar


em conta que seus índices deverão variar em relação ao tipo de tarefa motora e aos
grupos musculares envolvidos no esforço físico. Nesta perspectiva, os testes mais
indicados para realizar e avaliar a resistência cardiorrespiratória são os testes de
caminhada e corrida de longa distância. Porém, estes testes devem exigir esforço
máximo dos avaliados (GUEDES; GUEDES, 2006).

→ Força: Refere-se à força máxima (expressa em N, mas Kg também é


muito utilizado), gerada por um músculo ou grupo muscular específico. Pode-se
dizer também que a força é a capacidade de o indivíduo utilizar sua musculatura
para vencer as oposições criadas pela ação das leis que regem o universo, isto é,
a utilização da tensão muscular para vencer resistências externas (BERGAMO;
DANIEL; MORAES, 2016).

A força é um pré-requisito para qualquer atividade física e participa, em


diferentes proporções, de todos os demais fatores. Ela pode ser expressa por meio
de movimentos como a marcha, a corrida, a tração, o arremesso, o salto e, inclusive,
nas atividades de vida diária, como comer ou vestir-se, ou seja, a força constitui-
se em um elemento imprescindível para a realização de qualquer ato necessário à
manutenção da vida (BERGAMO; DANIEL; MORAES, 2016).

Em termos da análise da força, os tipos de força devem ser considerados.


Nesta direção, a força estática ou isométrica é aquela desenvolvida sem o
encurtamento do músculo, isto é, sem produzir movimento aparente. Neste
particular, a resistência é superior à força. Por sua vez, a força dinâmica ou isotônica
é aquela desenvolvida tendo como resultante final o encurtamento muscular, isto
é, o movimento. A resistência é inferior, força resultando trabalho, da contração
(BERGAMO; DANIEL; MORAES, 2016). Os autores destacam que o trabalho
isocinético acontece quando é desenvolvida força máxima em todos os ângulos do
movimento de uma articulação. Ademais, lembram que uma contração muscular,
da qual resulta um movimento, é sempre composta de duas fases distintas, sendo
uma isométrica e uma isotônica. Quanto à quantidade de força produzida por um
músculo, deve-se observar o número de unidades motoras colocadas em ação e a
área de secção transversa do músculo. Quanto maior for o número de unidades
motoras em funcionamento, maior será a força gerada. Por outro lado, quanto mais
espesso for o músculo, maior será esta força. Devido à sua atuação, em proporções
variadas desde a postura até o mais fino ato motor, desde um movimento simples
até um bem complexo, a força é considerada, por muitos estudiosos da atividade
física, como o mais relevante fator do desempenho motor.

→ Resistência: É a capacidade de um grupo muscular realizar contrações


repetidas sem causar fadiga. Para a avaliação da resistência pode-se utilizar testes
de campo como o teste de sentar (60 segundos) e os testes de impulsões verticais.

→ Força/Resistência: As tarefas motoras para a avaliação da força e da
resistência muscular podem ser semelhantes, contudo devem apresentar ênfases
diferentes. Neste sentido, os testes associados à força muscular devem exigir
quantidade de sobrecarga máxima a ser removida com um único movimento,
160
TÓPICO 2 | DEFINIÇÃO DAS CAPACIDADES MOTORAS RELACIONADAS AOS COMPONENTES DA APTIDÃO FÍSICA

enquanto os testes que solicitam repetições contínuas, do mesmo movimento,


devem fornecer informações sobre a resistência muscular (GUEDES; GUEDES,
2006).

Os testes comumente utilizados para avaliar as capacidades motoras


relacionadas à força e à resistência são: abdominal, abdominal modificado, puxada
em suspensão na barra, suspensão na barra, puxada em suspensão na barra
modificada e flexão/extensão dos braços (GUEDES; GUEDES, 2006).

→ Flexibilidade: É a aptidão máxima de mover uma articulação por uma


variação de movimentos, como de uma posição de extensão para flexão ou vice-
versa (GUEDES; GUEDES, 2006). Esta amplitude máxima depende, especialmente,
do tecido muscular, dos tendões, dos ligamentos e da cápsula articular, sendo
trabalhada por meio do método do alongamento músculo-articular (CADERNO
DE REFERÊNCIA DO ESPORTE, 2013).

Para avaliação da flexibilidade, podem ser realizadas das seguintes


maneiras:

a) por meio do flexímetro, que consiste em um aparelho utilizado para a medição


dos ângulos articulares;
b) por meio do goniômetro, um aparelho utilizado para a medição dos ângulos
articulares, o qual possui o manuseio e a obtenção de resultados mais simples
em relação ao flexímetro;
c) por meio do teste de sentar-e-alcançar, utilizando o banco de Wells ou a medida
linear;
d) por meio do flexiteste, que é um protocolo que não possui unidade de medida
definida, deste modo, se obtém uma determinada pontuação a partir da
averiguação das amplitudes articulares alcançadas pelo avaliado.

Destas quatro formas de avaliação da flexibilidade, os testes de sentar-e-


alcançar, utilizando o banco de Wells, e o flexiteste são as mais práticas e menos
custosas, apesar de apresentarem limitações metodológicas, por isso são as mais
utilizadas na prática (CADERNO DE REFERÊNCIA DO ESPORTE, 2013). Destaca-
se a necessidade da utilização de diferentes testes para avaliar a flexibilidade
corporal total.

O teste de sentar-e-alcançar é muito utilizado para avaliar a flexibilidade


de atletas e não atletas, mais especificamente das regiões posteriores da coxa, do
quadril e da lombar (BERGAMO; DANIEL; MORAES, 2016). O nível de flexibilidade
é de grande importância para as modalidades de força, além de estar associado
à prevenção de lesões e à velocidade, pois para que o atleta obtenha um nível
adequado de velocidade, necessita possuir amplitude adequada de movimentos
nos ombros, quadris e tornozelos (BERGAMO; DANIEL; MORAES, 2016).

Uma boa flexibilidade atua positivamente sobre fatores físicos do


desempenho esportivo e sobre a técnica esportiva. Neste sentido, a flexibilidade
também é importante para a performance motora geral, sendo a única capacidade
161
UNIDADE 3 | TESTES FÍSICOS

motora que tem sua fase sensível entre os nove e os 14 anos de idade. Dos 15 aos 17
anos considera-se a idade mais tardia para o desenvolvimento desta capacidade.
Todavia, os maiores níveis de flexibilidade ocorrem entre os 12 e os 17 anos de
idade (BERGAMO; DANIEL; MORAES, 2016).

→ Equilíbrio: É a capacidade da manutenção da posição corporal. O


equilíbrio pode ser estático ou dinâmico. Os órgãos responsáveis pelo equilíbrio
são os olhos, o sistema vestibular, os proprioceptores (articulações e músculos).
Os testes geralmente utilizados para avaliar o equilíbrio estático são os testes do
avião, do quatro e do flamingo. Em relação aos testes para a avaliação do equilíbrio
dinâmico, pode-se utilizar o teste de passeio na trave e a amarelinha.

→ Agilidade: É uma variável neuromotora caracterizada pela capacidade


de realizar trocas rápidas de direção, sentido e deslocamento da altura do centro
de gravidade de todo corpo ou parte dele (BERGAMO; DANIEL; MORAES, 2016).
Em outras palavras, é a capacidade de mudar de posição do corpo no espaço,
movendo-se de um ponto a outro o mais rapidamente possível. É uma habilidade
física que está relacionada com várias outras, como a velocidade, a força e o
equilíbrio. Assim, alguns fatores intrínsecos ao desenvolvimento da agilidade
devem ser considerados, como a tomada de decisão, por exemplo. A técnica do
movimento, a força, a potência muscular e a amplitude articular também podem
interferir no desenvolvimento da agilidade (CADERNO DE REFERÊNCIA DO
ESPORTE, 2013).

A agilidade é um componente de aptidão física de esportistas e não


esportistas, sendo muito importante em modalidades como o voleibol, basquetebol
e ginástica olímpica, assim como em situações do dia a dia, como desviar de um
obstáculo, por exemplo (BERGAMO; DANIEL; MORAES, 2016). É um componente
mais efetivo quando está associado a altos níveis de força, resistência e velocidade
e, embora dependa basicamente da carga hereditária, da constituição física, pode
ser melhorada com o treinamento (coordenação e flexibilidade).

A agilidade possui maturação precoce, pois o seu maior crescimento ocorre


dos sete aos 13 anos de idade, apresentando valores de maturação próximo de
100% a partir dos 13 anos, tendo como consequência sua estabilidade até a idade
adulta, mostrando pouca sensibilidade ao treinamento após os 13 anos. Assim, a
melhor fase de sensibilidade ao treinamento da agilidade é a infância (BERGAMO;
DANIEL; MORAES, 2016).

Para todos os testes de agilidade são necessários apenas cronômetro, cones


e fitas métricas. Porém, se for possível a utilização de um conjunto de células
fotoelétricas, os resultados medidos poderão ser ainda mais confiáveis. Além disso,
sugere-se a realização de três tentativas e a utilização do melhor resultado entre
elas (CADERNO DE REFERÊNCIA DO ESPORTE, 2013). Além disso, ao selecionar
um teste de agilidade deve-se levar em consideração a dificuldade para medi-la,
pois ela apresenta relação com outras variáveis neuromotoras, por exemplo, a
velocidade, o equilíbrio e a coordenação (BERGAMO; DANIEL; MORAES, 2016).

162
TÓPICO 2 | DEFINIÇÃO DAS CAPACIDADES MOTORAS RELACIONADAS AOS COMPONENTES DA APTIDÃO FÍSICA

Para medir a agilidade pode-se utilizar exercícios que requeiram rápida


mudança de direção, como a corrida em zigue-zague ou a corrida com obstáculos.
Geralmente utiliza-se o teste de ida-e-volta denominado shuttle-run. O índice de
correlação dos resultados entre os testes de velocidade (50m) e os de agilidade
(ida-e-volta) tem sido próximo a 0,99.

→ Potência: Também conhecida como força explosiva, potência é a


capacidade de realizar um esforço máximo em um curto espaço de tempo e
representa a relação entre força muscular apresentada pelo indivíduo avaliado e
a velocidade com que o mesmo consegue realizar os movimentos. Neste sentido,
é um componente que se relaciona diretamente com a força e com a velocidade,
podendo ser explicado pela fórmula de potência da física (P = F x V, onde P =
potência; F = Força e V = Velocidade) (BERGAMO; DANIEL; MORAES, 2016). Por
este motivo, de acordo com os autores, a potência é uma das características básicas
dos atletas de qualidade superior para obter uma resposta motora mais eficiente
nas atividades dinâmicas. Pode-se dizer que ela consiste em um componente
imprescindível para os saltadores em distância ou altura, para os atacantes de
futebol, para os arremessadores de basquete, bem como para os arremessadores
de disco, de dardo, de peso e martelo e para os lutadores, no deslocamento dos
opositores.

Testes de campo como os saltos horizontal, sem corrida de impulsão, e


vertical ou os testes de arremesso, oferecem apenas uma medida superficial da
potência (BERGAMO; DANIEL; MORAES, 2016).

→ Coordenação: É a aquisição, a consolidação e o aperfeiçoamento de um


movimento. Um bom índice de coordenação é quando um indivíduo consegue
realizar um determinado tipo de movimento com facilidade, e a sequência e o timing
de seus movimentos são bem controlados. Não há testes específicos que avaliem
a coordenação motora. Entretanto, a capacidade motora “coordenação” apresenta
grande influência no desenvolvimento de movimentos complexos, considerando a
sua estruturação e elaboração. Isto indica que há a participação do sistema nervoso
central. Talvez este seja o motivo pelo qual existe a dificuldade para se conceber e
administrar testes motores que possam exprimir o seu comportamento, atendendo
aos limites de validade e de reprodutibilidade (GUEDES; GUEDES, 2006).

→ Velocidade: É o tempo gasto para um corpo percorrer um determinado


espaço. O tempo de reação e o tempo de movimento são atributos que podem
influenciar a velocidade. A distância percorrida para avaliar a velocidade em
meninos (11 a 18 anos) é de 50m, e para meninas é de 40m.

Nos testes de velocidade é comum a utilização de três tentativas, de forma a


desconsiderar eventuais erros na sua execução. Além disso, sugere-se a utilização
do melhor resultado dentre as três tentativas, uma vez que a utilização da média
pode considerar os erros ocorridos na execução (CADERNO DE REFERÊNCIA
DO ESPORTE, 2013).

163
RESUMO DO TÓPICO 2
Nesse tópico você viu que:

● Os termos envolvendo as capacidades motoras associadas aos componentes da


aptidão física sofreram modificações a partir do avanço da ciência.

● Ainda hoje há diversas formas de classificação e de ordenamento das capacidades


motoras associadas aos componentes da aptidão física. Contudo, não há diferenças
consideráveis nas conceituações, uma vez que as capacidades motoras se inter-
relacionam.

● As capacidades motoras associadas aos componentes de aptidão física são distintas


em termos do desempenho atlético e da saúde.

● A resistência cardiorrespiratória, a força/resistência muscular e a flexibilidade são


componentes da aptidão física relacionada à saúde.

● A velocidade, a potência, a agilidade, a coordenação e o equilíbrio são componentes


da aptidão física relacionada ao desempenho atlético.

● A resistência cardiorrespiratória é a capacidade do organismo para suprir de


nutrientes essenciais, principalmente o oxigênio, o trabalho muscular prolongado e
em remover produtos residuais induzidos pela sustentação do esforço físico.

● A força condiz à força máxima gerada por um músculo ou grupo muscular


específico.

● Resistência é a capacidade de um grupo muscular realizar contrações repetidas sem


causar fadiga.

● Flexibilidade é a aptidão máxima de mover uma articulação por uma variação de


movimentos, como de uma posição de extensão para flexão ou vice-versa.

● Equilíbrio é a capacidade de manutenção da posição corporal.

● Agilidade é uma variável neuromotora caracterizada pela capacidade de realizar


trocas rápidas de direção, sentido e deslocamento da altura do centro de gravidade
de todo corpo ou parte dele.

● Potência é a capacidade de realizar um esforço máximo em um curto espaço de


tempo e representa a relação entre força muscular apresentada pelo indivíduo
avaliado e a velocidade com que o mesmo consegue realizar os movimentos.

● Coordenação é a aquisição, a consolidação e o aperfeiçoamento de um movimento.

● Velocidade é o tempo gasto para um corpo percorrer um determinado espaço.


164
AUTOATIVIDADE

1 Na trajetória das pesquisas referentes aos testes motores, inúmeras


classificações e terminologias foram utilizadas para se referir ao tema. Aponte
algumas das nomenclaturas que podem ser encontradas na literatura no lugar
de “capacidades motoras relacionadas aos componentes da aptidão física”:
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

2 Descreva quais são os componentes que caracterizam a aptidão física


relacionada à saúde.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

3 Descreva quais são os componentes que caracterizam a aptidão física


relacionada ao desempenho atlético.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

4 Leia atentamente as frases a seguir, referentes à resistência cardiorrespiratória,


e marque V para aquelas que forem verdadeiras e F para as falsas.

( ) A capacidade cardiorrespiratória depende, basicamente, da capacidade


química de os tecidos musculares utilizarem o oxigênio como fonte principal
de energia.
( ) A resistência cardiorrespiratória deve fornecer informações sobre a
capacidade que o indivíduo possui para conservar energia para a manutenção
do trabalho muscular de longas distâncias.
( ) O consumo máximo de oxigênio (VO2máx.) representa o indicador
fisiológico mundialmente aceito como o principal componente associado à
resistência cardiorrespiratória.
( ) Os testes mais indicados para realizar e avaliar a resistência
cardiorrespiratória são os testes de caminhada e corrida de longa distância.

Na sequência, assinale a alternativa correta:


a) ( ) V, F, V, V.
b) ( ) V, V, F, F.
c) ( ) V, F, V, F.
d) ( ) F, V, F, V.
e) ( ) F, F, F, V.
165
5 Leia atentamente as frases a seguir, referentes à força, e marque V para
aquelas que forem verdadeiras e F para as falsas.

( ) A força, geralmente, é expressa em N, mas Kg também é muito utilizado.


( ) A força condiz na utilização da tensão muscular para vencer resistências
externas.
( ) Além de ser expressa por meio de movimentos como a marcha, a corrida,
a tração, o arremesso e o salto, a força pode ser evidenciada nas atividades de
vida diária.
( ) Há mais de um tipo de “força”, a saber: força estática (isométrica) e força
dinâmica (isotônica).

Na sequência, assinale a alternativa correta:


a) ( ) V, V, V, V.
b) ( ) V, V, F, F.
c) ( ) V, F, V, F.
d) ( ) F, V, F, V.
e) ( ) F, F, F, V.

6 Explique a diferença entre força estática e força dinâmica.


_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

7 Leia atentamente as frases a seguir, referentes à flexibilidade, e marque V


para aquelas que forem verdadeiras e F para as falsas.

( ) A amplitude máxima de flexibilidade depende do tecido muscular, dos


tendões, dos ligamentos e da cápsula articular.
( ) Os testes de sentar-e-alcançar, utilizando o banco de Wells, e o flamingo
são os testes mais utilizados para avaliar a flexibilidade.
( ) O nível de flexibilidade é de grande importância para as modalidades
de força, além de estar associado à prevenção de lesões e à velocidade, pois
para que o atleta obtenha um nível adequado de velocidade, necessita possuir
amplitude adequada de movimentos nos ombros, quadris e tornozelos.
( ) A flexibilidade é única capacidade motora que tem sua fase sensível entre
os 15 e os 17 anos de idade.

Na sequência, assinale a alternativa correta:

a) ( ) V, F, V, F.
b) ( ) V, V, F, F.
c) ( ) V, F, F, F.
d) ( ) F, V, F, V.
e) ( ) F, F, F, V.

166
8 Leia atentamente as frases a seguir, referentes à potência, e marque V para
aquelas que forem verdadeiras e F para as falsas.

( ) Força explosiva é um termo muito utilizado para se referir à potência.


( ) A potência é um componente que se relaciona diretamente com a força e
com a agilidade.
( ) A potência é uma das características básicas para atletas como os saltadores
em distância ou altura, para os atacantes de futebol, para os arremessadores
de basquete, bem como para os arremessadores de disco, de dardo, de peso e
martelo e para os lutadores, no deslocamento dos opositores.
( ) A potência possui relação direta com a força e com a velocidade.

Na sequência, assinale a alternativa correta:

a) ( ) V, F, V, V.
b) ( ) V, V, F, F.
c) ( ) V, F, F, F.
d) ( ) F, V, F, V.
e) ( ) F, F, F, V.

9 Leia atentamente as frases a seguir, referentes à agilidade, e marque V para


aquelas que forem verdadeiras e F para as falsas.

( ) Agilidade é a capacidade de mudar de posição do corpo no espaço,


movendo-se de um ponto a outro o mais rapidamente possível.
( ) A agilidade possui relação com outras capacidades, como a velocidade, a
força e o equilíbrio.
( ) A técnica do movimento, a força, a potência muscular e a amplitude
articular podem interferir no desenvolvimento da agilidade.
( ) O teste de ida-e-volta, também conhecido como shuttle-run, é um dos
mais utilizados para avaliar a agilidade.

Na sequência, assinale a alternativa correta:

a) ( ) V, F, F, F.
b) ( ) V, V, F, F.
c) ( ) V, V, V, V.
d) ( ) F, V, F, V.
e) ( ) F, F, F, V.

10 A partir dos conceitos de resistência cardiorrespiratória, força, resistência,


flexibilidade, equilíbrio, agilidade, potência, coordenação e velocidade,
correlacione as informações da Coluna 1 com aquelas da Coluna 2.

167
Coluna 1 Coluna 2
(a) Resistência ( ) É a capacidade da manutenção da posição corporal.
cardiorrespiratória
( ) É a capacidade de realizar um esforço máximo em
um curto espaço de tempo e representa a relação entre
(b) Força força muscular apresentada pelo indivíduo avaliado e
a velocidade com que o mesmo consegue realizar os
movimentos.
( ) É a aquisição, a consolidação e o aperfeiçoamento
(c) Resistência
de um movimento.
( ) É uma variável neuromotora caracterizada pela
capacidade de realizar trocas rápidas de direção, sentido
(d) Flexibilidade
e deslocamento da altura do centro de gravidade de
todo corpo ou parte dele.
( ) É a capacidade do organismo para suprir de
nutrientes essenciais, principalmente o oxigênio, o
(e) Equilíbrio
trabalho muscular prolongado e em remover produtos
residuais induzidos pela sustentação do esforço físico.
( ) É a capacidade de um grupo muscular realizar
(f) Agilidade
contrações repetidas sem causar fadiga.
( ) É a aptidão máxima de mover uma articulação por
(g) Potência uma variação de movimentos com o de uma posição de
extensão para flexão ou vice-versa.
( ) É o tempo gasto para um corpo percorrer um
(h) Coordenação
determinado espaço.
( ) Refere-se à força máxima gerada por um músculo
(i) Velocidade
ou grupo muscular específico.
Na sequência, assinale a alternativa que exprime a sequência correta:

a) ( ) e, g, h, f, a, c, d, i, b.
b) ( ) b, a, c, e, g, h, d, f, i.
c) ( ) c, a, b, d, h, g, i, f, e.
d) ( ) c, b, a, e, f, i, g, h, d.
e) ( ) b, c, a, i, d, e, h, f, g.

168
UNIDADE 3
TÓPICO 3

DESCRIÇÃO DOS TESTES FÍSICOS

1 INTRODUÇÃO
Teste é um procedimento, técnica ou método que pode ser aplicado e
utilizado para coletar peculiaridades de uma variável (habilidade, conhecimento
etc.) da pessoa avaliada. Os testes físicos precisam contemplar aspectos relacionados
a um grupo específico de fatores pertinentes a cada solicitação motora, por isso,
são independentes dentro do rol das capacidades motoras. O desempenho motor,
por sua vez, condiz em um constructo multifatorial resultante do comportamento
apresentado pelo grupo das capacidades motoras. Por isso, não é possível aplicar
apenas um tipo de teste para avaliar o desempenho motor de um indivíduo, sendo
apropriada a utilização de baterias de testes, as quais abrangem aspectos que
avaliam desde capacidades motoras específicas até o desempenho motor em geral
(GUEDES; GUEDES, 2006).

A literatura, nacional e internacional, acerca da temática de avaliação em


educação física apresenta inúmeras baterias de testes para a avaliação da aptidão
física relacionada à saúde e também ao desempenho atlético (Quadro 2). Diferentes
autores corroboram ao indicar que as baterias de testes devem ser compostas por,
no mínimo, três ou quatro itens quando se tratar de componentes associados à
aptidão física relacionada à saúde, e de seis a oito quando envolver componentes
em termos do desempenho atlético.

Em relação à aplicação das baterias de testes, a orientação é de que os testes


sejam aplicados em um ou em dois dias. No primeiro caso, os testes de flexibilidade
devem ser os primeiros a serem aplicados, seguidos pelos testes de potência, de
velocidade, de agilidade e de força/resistência muscular e, por fim, deve-se aplicar
os testes que contemplam elementos da resistência cardiorrespiratória. Caso a
bateria de testes seja planejada para ser realizada em dois dias, no primeiro dia
devem ser desenvolvidos os testes relacionados à flexibilidade, à potência e à força/
resistência muscular e, no segundo dia, deve-se aplicar os testes de resistência
cardiorrespiratória. A sequência descrita, seja para a realização da bateria de testes
em um ou em dois dias, possui íntima relação com as capacidades motoras que são
exigidas em cada um dos testes, visto que os testes que causam maiores implicações
fisiológicas sempre devem ser realizados ao final da bateria de testes. Pode-se
citar os testes de caminhada/corrida de longa distância como um exemplo disto,
pois, após a sua execução, sugere-se que haja um amplo período de recuperação
(GUEDES; GUEDES, 2006).

169
UNIDADE 3 | TESTES FÍSICOS

QUADRO 11 - BATERIAS DE TESTES MOTORES SOBRE CAPACIDADES MOTORAS DIRECIONADAS


À APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE E AO DESEMPENHO ATLÉTICO

Referência Componente motor Teste motor


Flexibilidade Sentar-e-alcançar
Força-resistência Abdominal
Physical Best
muscular Puxada em suspensão de barra
Cardiorrespiratório Caminhada-corrida de 1.600 m
Sentar-e-alcançar
Flexibilidade Abdominal
National Chidren Força-resistência Puxada em suspensão de barra
and Youth Fitness muscular Puxada em suspensão de barra
Study (NCYFS) modificada
Cardiorrespiratório Caminhada-corrida de 800 ou
1.600 m
Sentar-e-alcançar alternado
Mobilidade dos ombros
Abdominal modificado
Flexibilidade Elevação do tronco
Flexão/extensão dos braços à
Força-resistência frente do solo
Fitnessgram
muscular Puxada em suspensão na barra
Puxada em suspensão na barra
Cardiorrespiratório modificada
Suspensão na barra
Caminhada/corrida de 1.600 m
Caminhada/corrida de vai-e-vem
Flexibilidade Sentar-e-alcançar
American
Potência muscular Salto em distância “parado”
Alliance for
Agilidade Corrida de ida-e-volta
Health, Physical
Velocidade Corrida de 50 m
Education,
Força-resistência Puxada em suspensão na barra
Recreation
muscular Suspensão na barra
and Dance
Abdominal
(AAHPERD)
Cardiorrespiratório Caminhada/corrida de 9-12 min
Flexibilidade Sentar-e-alcançar
Canadian
Potência muscular Salto em distância “parado”
Association for
Agilidade Corrida de ida-e-volta
Health, Physical
Velocidade Corrida de 50 m
Education,
Força-resistência Puxada em suspensão na barra
Recreation and
muscular Suspensão na barra
Dance
Abdominal
(CAHPERD)
Cardiorrespiratório Corrida de 800, 1.600 ou 2.400 m
Equilíbrio Posição Flamingo
Velocidade Batimento em placas
Eurofit Flexibilidade Sentar-e-alcançar
Potência muscular Salto em distância “parado”
Velocidade Corrida de 10 x 5 m

170
TÓPICO 3 | DESCRIÇÃO DOS TESTES FÍSICOS

Força/resistência Abdominal
muscular Suspensão na barra
Cardiorrespiratório Caminhada/corrida de vai-e-vem
Flexibilidade Sentar-e-alcançar
Potência muscular Salto em distância “parado”
Força/resistência Puxada em suspensão na barra,
Guedes & Guedes muscular modificado
Abdominal
Velocidade Corrida de 50 m
Cardiorrespiratório Caminhada/corrida de 9-12 min
FONTE: Guedes e Guedes (2006)

2 DESCRIÇÃO DE TESTES FÍSICOS


As baterias de testes físicos são utilizadas para medir e avaliar a aptidão
física (MORROW et al., 2003). Neste sentido, a análise bem-sucedida da aptidão
física depende, basicamente, da qualidade das informações adquiridas por meio
da aplicação dos testes, isto é, da correta administração dos testes. Por este motivo,
destaca-se a importância de que sejam rigorosamente seguidos os procedimentos,
os quais foram padronizados pelos idealizadores dos referenciais acerca do tema
com o objetivo de evitar a interferência de fatores externos nos resultados dos
testes físicos (GUEDES; GUEDES, 2006). Nesta direção, as baterias de testes físicos
e sua documentação capacitam o profissional a administrar testes de aptidão física
válidos e reproduzíveis, interpretar os resultados e transferir informações relativas
à aptidão física aos participantes dos programas de atividade física (MORROW et
al., 2003).

Os resultados, obtidos por intermédio da aplicação dos testes físicos,


devem ser confrontados com indicadores referenciais estabelecidos a partir de
estudos desenvolvidos com base em procedimentos previamente determinados.
Em termos da reprodutibilidade dos resultados, a literatura aponta que os valores
dos coeficientes de correlação e de desvio padrão das diferenças variam conforme
a idade e o sexo dos avaliados (GUEDES; GUEDES, 2006).

2.1 TESTES DE RESISTÊNCIA CARDIORRESPIRATÓRIA


→ Teste de caminhada/corrida de longa distância

O objetivo do teste de caminha/corrida de longa distância é avaliar o


componente motor associado à resistência cardiorrespiratória por meio da
caminhada/corrida contínua em longas distâncias (GUEDES; GUEDES, 2006).

171
UNIDADE 3 | TESTES FÍSICOS

Para a aplicação deste teste é necessária a presença de dois avaliadores,


visto que um deles precisa permanecer no ponto de partida para registrar o
número de voltas do avaliado e, o outro, deve localizar-se próximo à metade de
cada volta do percurso, tendo como função anunciar o tempo e a distância que
faltam para o término do teste, a cada passagem dos avaliados. Este procedimento
tem por objetivo orientar os avaliados quanto ao ritmo da realização da corrida/
caminhada. Neste teste, o avaliado deve tentar percorrer, por meio da caminhada
e/ou da corrida, a maior distância possível no espaço de tempo de nove ou 12
minutos, conforme o protocolo do teste que estiver sendo utilizado, percorrer
800, 1.200 ou 1.600 m no menor tempo possível. Quando o teste for realizado por
tempo fixo, um dos avaliadores deverá emitir um sinal sonoro ao seu término.
Os avaliados param de se locomover, aguardando os avaliadores no local para o
registro da distância percorrida (GUEDES; GUEDES, 2006). Os autores sugerem
que, durante o desenvolvimento deste teste, os avaliadores estimulem os avaliados
a se esforçarem para atingir o melhor rendimento possível. Para tanto, indicam
que sejam utilizadas palavras de motivação.

→ Teste de caminhada/corrida de vai-e-vem

O teste de caminhada/corrida de vai-e-vem possui o objetivo de avaliar


o componente motor associado à resistência cardiorrespiratória em caminhada/
corrida com mudanças de direção em ritmo progressivamente mais elevado
(GUEDES; GUEDES, 2006).

Para a realização deste teste, o avaliado deve deslocar-se de uma linha a


outra, as quais são separadas por uma distância de 20 m, invertendo o sentido
do percurso e retornando à linha oposta. O ritmo de deslocamento deve estar de
acordo com os sinais sonoros que são emitidos por um compact disc, o qual é pré-
gravado para ser utilizado neste teste. O sinal sonoro aumenta progressivamente
a sua frequência, iniciando no estágio um a cada 9.000 s e encerrando-se no
estágio 22 a cada 3,892 s. Neste sentido, o avaliado deve aumentar o seu ritmo de
deslocamento no decorrer do teste. Este ritmo deve ser adequado de modo que
um dos pés do avaliado esteja sobre a linha demarcada dos 20 m no momento em
que cada sinal sonoro for emitido. Caso o avaliado alcance a linha demarcatória
antes do sinal soar, deverá permanecer no local até o momento em que o sinal for
emitido para, então, continuar o teste (GUEDES; GUEDES, 2006).

Inicialmente, o avaliado se deslocará caminhando e/ou correndo a uma
velocidade de 8 km/h. Posteriormente aumenta-se a velocidade, na mudança de
cada estágio, em 0,5 km/h até chegar ao estágio final com a velocidade de 18,5
km/h. O teste propõe que o avaliado acompanhe o ritmo crescente do teste pelo
maior tempo possível. O teste é finalizado quando o avaliado optar por parar
voluntariamente devido à exaustão ou quando houver mais de um atraso para
a distância maior que 2m pela segunda vez, mesmo não sendo consecutivas, em
relação ao sincronismo da emissão do sinal sonoro e do toque de um dos pés sobre
as linhas demarcatórias (GUEDES; GUEDES, 2006).

172
TÓPICO 3 | DESCRIÇÃO DOS TESTES FÍSICOS

FIGURA 60 – EXEMPLO DO TESTE DE CAMINHADA/CORRIDA DE VAI-E-VEM

FONTE: Guedes; Guedes (2006)

2.2 TESTES DE FORÇA/RESISTÊNCIA


→ Teste de abdominal

O objetivo do teste de abdominal é avaliar o componente motor associado


à força/resistência dos músculos da região abdominal em movimentos de flexão e
de extensão do quadril (GUEDES; GUEDES, 2006).

Para a realização deste teste, o avaliado deve estar na seguinte posição:


em decúbito dorsal; com os joelhos flexionados e a planta dos pés voltadas para
o solo; com os braços cruzados sobre a face anterior do tórax, a palma da mão
voltada para o mesmo tórax na altura dos ombros opostos e com o terceiro dedo
em direção ao acrômio. Os pés devem ser seguros pelo avaliador com o intuito de
que eles sejam mantidos em contato com o solo. A distância entre os pés deve ser
idêntica à largura dos quadris. A distância entre a região glútea e os calcanhares
deve ser de 30 a 45 cm, aproximadamente. Partindo desta posição, o avaliado deve
elevar o tronco até a altura em que ocorrer o contato da face anterior dos antebraços
com a coxa, mantendo o queixo encostado ao peito à altura do esterno, retornando
em seguida à posição inicial com o toque de, pelo menos, a metade anterior das
escápulas no solo. O teste consiste na repetição destes movimentos durante o
período de 60 segundos, sendo possível haver um certo tempo de descanso entre
as repetições. Porém, o número de repetições realizadas durante os 60 segundos
determina o resultado do teste (GUEDES; GUEDES, 2006).

173
UNIDADE 3 | TESTES FÍSICOS

FIGURA 61 – EXEMPLO DA REALIZAÇÃO DO TESTE DE ABDOMINAL

FONTE: Bergamo; Daniel; Moraes (2016)

→ Teste de puxada em suspensão de barra

O objetivo do teste de puxada em suspensão de barra condiz em avaliar


o componente motor associado à força/resistência dos músculos dos membros
superiores e da cintura escapular com movimento de elevação do corpo em
suspensão em uma barra fixa por meio da flexão dos cotovelos (GUEDES; GUEDES,
2006).

Para executar este teste, o avaliado deve estar posicionado em suspensão


vertical, com os braços e as pernas em extensão total, sem haver contato dos pés
com o solo; as mãos devem estar fixas na barra com o dorso das mãos voltado
para o seu rosto. A distância entre as mãos deve ser idêntica à largura dos ombros.
Nesta posição, o indivíduo deve elevar o seu corpo, em posição ereta, com flexão
dos cotovelos, até a altura em que o seu queixo ultrapassar o nível da barra, em
seguida, retorna-se à posição inicial. O avaliado deve repetir este movimento o
máximo de vezes que conseguir, não havendo tempo máximo para isto. Durante
a realização do teste não é permitido colocar os pés no solo, tampouco fazer o
movimento de balanceio ou flexionar as pernas (GUEDES; GUEDES, 2006).

174
TÓPICO 3 | DESCRIÇÃO DOS TESTES FÍSICOS

FIGURA 62 – EXEMPLO DO TESTE DE PUXADA EM SUSPENSÃO DE BARRA

FONTE: Marins; Giannichi (1998)

→ Teste de suspensão em barra

O teste de suspensão em barra tem como objetivo avaliar o componente


motor associado à força/resistência dos músculos dos membros superiores e
cintura escapular por meio do desempenho do avaliado na manutenção do corpo
suspenso (GUEDES; GUEDES, 2006).

Neste teste, a altura da barra deve ser ajustada, conforme a estatura do


avaliado. Em seguida, o avaliado deve segurar a barra com o dorso das mãos
voltado para o seu rosto. A distância entre as mãos deve acompanhar a largura dos
ombros. Posicionada atrás do avaliado, uma pessoa apoia seus quadris, auxiliando
o avaliado a elevar-se até a altura em que o seu queixo ultrapasse o nível da barra.
Adicionalmente, os cotovelos devem estar flexionados próximos ao tronco e os
ombros junto à barra. Nesta posição, o avaliado deve manter-se suspenso pelo
maior tempo que conseguir, o qual é registrado por meio de um cronômetro
(GUEDES; GUEDES, 2006).

175
UNIDADE 3 | TESTES FÍSICOS

FIGURA 63 – EXEMPLO DO TESTE DE SUSPENSÃO EM BARRA

FONTE: Marins; Giannichi (1998)

→ Teste de flexão/extensão dos braços sobre o solo

O objetivo do teste de flexão/extensão dos braços sobre o solo é avaliar


o componente motor associado à força/resistência dos músculos dos membros
superiores e da cintura escapular com o movimento de flexão e extensão dos
cotovelos com o corpo posicionado em quatro apoios sobre o solo (GUEDES;
GUEDES, 2006).

Este teste é realizado da seguinte maneira: o avaliado deve estar na posição


“em decúbito ventral”, com as mãos e os pés no solo; os membros superiores
estendidos e perpendiculares ao solo; as mãos posicionadas na mesma distância
dos ombros com os dedos estendidos e direcionados para a frente; os membros
inferiores estendidos na linha do tronco, estando ligeiramente afastados; a ponta
dos pés em contato com o solo e a cabeça seguindo a linha do tronco. Partindo desta
posição, o avaliado deve flexionar os membros superiores até que os cotovelos
formem um ângulo de 90o e os braços fiquem posicionados paralelamente ao solo,
em correto alinhamento entre a cabeça, o tronco e os membros inferiores. Em
seguida, deve retomar a posição inicial por meio da extensão dos cotovelos. O
avaliado deve manter um ritmo de realização deste movimento, sendo este ritmo
de uma repetição completa do movimento a cada três segundos ou de 20 repetições
completas do movimento a cada minuto. Não há limite de tempo para a execução
deste teste, sendo concluído quando o avaliado não estiver mais em condições de
realizar o movimento corretamente (GUEDES; GUEDES, 2006).

176
TÓPICO 3 | DESCRIÇÃO DOS TESTES FÍSICOS

FIGURA 64 – EXEMPLO DE TESTE DE FLEXÃO/EXTENSÃO DOS BRAÇOS SOBRE O SOLO

FONTE: Guedes; Guedes (2006)

2.3 TESTES DE FLEXIBILIDADE


→ Teste de sentar-e-alcançar (banco de Wells)

O teste de sentar-e-alcançar possui como objetivo avaliar o componente


motor associado à flexibilidade com flexão à frente dos quadris com ambas as
pernas estendidas (GUEDES; GUEDES, 2006).

Esse teste consiste na execução de três repetições, separadas por 10 segundos


de descanso entre elas, de movimento de flexão do tronco. O avaliado deve estar
sentado no chão, com os joelhos completamente estendidos, os braços (o esquerdo
sobre o direito) também estendidos, buscando alcançar a maior distância possível
na régua que demarca a medida, sem executar movimento de contrabalanço com
o tronco (também conhecido como “tomada de impulso”). Além disso, o avaliado
deve manter o queixo próximo ao peito (CADERNO DE REFERÊNCIA DO
ESPORTE, 2013).

Dentre as três tentativas, o melhor resultado é considerado válido. Destaca-


se que o avaliado não deve realizar aquecimento ou alongamento muscular antes
do teste, tampouco, qualquer tipo de atividade física.
FIGURA 65 – EXEMPLOS DE BANCOS E DA EXECUÇÃO DO TESTE DE SENTAR-E-ALCANÇAR

177
UNIDADE 3 | TESTES FÍSICOS

FONTES: Bergamo; Daniel; Moraes (2016); Caderno de Referência do Esporte (2013)

Destaca-se a possibilidade de se realizar esse teste sem o banco, utilizando-


se somente uma fita métrica e uma fita adesiva. Para tanto, deve-se estender a
fita métrica no chão e, na marca de 38,1 centímetros, colocar um pedaço de 45
centímetros de fita adesiva, atravessada, para manter a fita métrica no chão. Desta
forma, o avaliado senta-se com a extremidade 0 (zero) da fita métrica entre as
pernas. Seus calcanhares devem estar separados cerca de 30 centímetros e quase
tocar a fita adesiva colocada na marca dos 38,1 centímetros. Com os joelhos
estendidos e as mãos sobrepostas, o avaliado inclina-se lentamente e estende as
mãos o mais distante possível, devendo manter-se nessa posição tempo suficiente
para a distância ser marcada (CADERNO DE REFERÊNCIA DO ESPORTE, 2013).

FIGURA 66 – TESTE DE SENTAR-E-ALCANÇAR COM FITA MÉTRICA

FONTE: Adaptado de Google Imagens (2017)


Guedes e Guedes (2006)

FIGURA 67 - RESULTADOS DO TESTE DE SENTAR-E-ALCANÇAR SEM


BANCO DE WELLS PARA HOMENS E MULHERES DE ACORDO COM
A FAIXA ETÁRIA

Teste de flexibilidade
(sentar-e-alcançar sem banco de wells)
Idade Rapazes Moças
7 29,3 21,4
8 29,3 21,4
9 29,3 21,4
10 29,4 23,5
11 27,8 23,5
12 24,7 23,5
13 23,1 23,5

178
TÓPICO 3 | DESCRIÇÃO DOS TESTES FÍSICOS

14 22,9 24,3
15 24,3 24,3
16 25,7 24,3
17 25,7 24,3
FONTE: Adaptado de Morrow et al. (2003)

→ Teste de mobilidade de ombros

O teste de mobilidade de ombros busca avaliar o componente motor


associado à flexibilidade, com movimentos que exigem a participação das
estruturas articulares dos ombros e dos cotovelos (GUEDES; GUEDES, 2006).

Neste teste, o avaliado deve tentar tocar a ponta do dedo médio de ambas
as mãos por trás das costas, com um dos braços por cima do ombro e outro por
baixo do cotovelo. Para tanto, o avaliado deve posicionar-se em pé, as pernas
devem estar afastadas de modo que acompanhem a linha dos ombros e os
braços estendidos ao longo do corpo. Considerando o lado direito do corpo, o
avaliado deve deslocar o seu braço por cima do ombro, levando a palma da sua
mão até a linha da coluna, próximo ao ponto médio entre ambas as escápulas. Ao
mesmo tempo, a mão esquerda deve ser colocada por trás das costas, mediante
movimento de rotação do cotovelo, e a região dorsal da mão em contato com as
costas com o objetivo de realizar o toque entre a ponta do dedo médio da mão
esquerda e a ponta do dedo médio da mão direita. Posteriormente, retoma-se a
posição inicial e o avaliado executa o mesmo movimento com o braço esquerdo
por cima do ombro e a mão direita por baixo do cotovelo. Caso seja necessário,
pode-se realizar, no máximo, três tentativas, consecutivamente, para cada um dos
lados. Para concretizar o contato efetivo entre as pontas dos dedos, deve-se manter
a posição por 2 s, aproximadamente.

FIGURA 68 – EXEMPLO DO TESTE DE MOBILIDADE DE OMBROS

FONTE: Guedes; Guedes (2006)

179
UNIDADE 3 | TESTES FÍSICOS

→ Teste de elevação do tronco



O objetivo do teste de elevação de tronco é avaliar o componente motor
associado à flexibilidade por meio do movimento de elevação do tronco quando
posicionado em decúbito ventral (GUEDES; GUEDES, 2006).

Este teste consiste na elevação da parte superior do corpo, ou seja, da


cabeça e do tronco, partindo do solo e mantendo essa posição por um determinado
tempo. Para iniciar o teste, o avaliado deve posicionar-se em decúbito ventral, com
os membros inferiores estendidos; os pés em extensão e em contato com o solo; as
mãos embaixo das coxas, em contato com o solo. O queixo do avaliado deverá estar
em contato com o solo de modo que o mesmo visualize um ponto fixo na escala de
medidas que estará à sua frente. Nesta posição, o avaliado deverá elevar a cabeça
e o tronco de maneira lenta e controlada, tentando atingir a elevação máxima, a
qual deverá ser mantida até que o avaliador registre a distância presente entre a
região inferior do queixo do avaliado e o solo. Ao realizar o movimento, o avaliado
não pode deixar de direcionar o olhar para a escala de medida e manter a cabeça
orientada no plano de Frankfurt paralelo ao solo. A escala de medida deve ser
posicionada a uma distância de 25 cm, aproximadamente, do queixo do avaliado.
A distância atingida é registrada por meio de um cursor. Se necessário, pode-se
disponibilizar duas tentativas para o desenvolvimento do movimento, além de um
intervalo entre as tentativas para a recuperação do avaliado.

FIGURA 69 – EXEMPLO DO TESTE DE ELEVAÇÃO DO TRONCO

FONTE: Marins; Giannichi (1998)

→ Flexiteste

O flexiteste é classificado como adimensional, por utilizar a análise e a


graduação de 20 movimentos específicos que visam a investigar a amplitude de
movimentos do avaliado. Cada movimento é graduado por uma nota que varia de
0 (zero) a 4 (quatro), em escala crescente de amplitude de movimento alcançada;
por exemplo, 0 é a nota atribuída à pior, enquanto a nota 4 é atribuída à melhor
180
TÓPICO 3 | DESCRIÇÃO DOS TESTES FÍSICOS

amplitude de movimento (CADERNO DE REFERÊNCIA DO ESPORTE, 2013). É


importante observar que uma adaptação da aplicação desse teste é a redução do
número de movimentos a serem avaliados, ou seja, a escolha de alguns dos 20
movimentos sugeridos no Quadro 15, conforme o objetivo proposto, a critério do
próprio avaliador.

QUADRO 12 - OS 20 MOVIMENTOS DO FLEXITESTE

Número do movimento Descrição


I Flexão dorsal do tornozelo
II Flexão plantar do tornozelo
III Flexão do joelho
IV Extensão do joelho
V Flexão do quadril
VI Extensão do quadril
VII Adução do quadril
VIII Abdução do quadril
IX Flexão do tronco
X Flexão lateral do tronco
XI Extensão do tronco
XII Flexão do punho
XIII Extensão do punho
XIV Flexão do cotovelo
XV Extensão do cotovelo
XVI Adução posterior do ombro a partir de 180º
XVII Adução posterior ou extensão do ombro
XVIII Extensão posterior do ombro
Rotação lateral do ombro a 90º de abdução do
XIX
ombro (com o cotovelo fletido a 90º)
Rotação medial do ombro a 90º de abdução do
XX
ombro (com o cotovelo fletido a 90º)
FONTE: Adaptado de Caderno de Referência do Esporte (2013)

Utilizando-se os resultados, deve-se efetuar uma soma simples de todos


os valores alcançados nos 20 movimentos executados pelo avaliado, o que vai
determinar o chamado flexíndice, que apresenta diferentes referências para os sexos
masculino e feminino (Figura 12). A nota máxima que pode ser alcançada nesse
teste é 80, considerando-se os 20 movimentos com graduação máxima de quatro.
Caso o avaliador escolha não realizar a avaliação de todos os 20 movimentos, sua
referência passa a ser o próprio sujeito avaliado ou comparado dentro de um grupo,
ao longo das avaliações realizadas (CADERNO DE REFERÊNCIA DO ESPORTE,
2013).

181
UNIDADE 3 | TESTES FÍSICOS

FIGURA 70 – RELAÇÃO ENTRE AS DIFERENÇAS INTERQUARTIS/MEDIANAS DOS RESULTADOS


DO FLEXÍNDICE E A IDADE PARA HOMENS E MULHERES

FONTE: Caderno de Referência do Esporte (2013)

2.4 TESTES DE VELOCIDADE


→ Teste de corrida de 50 m

O teste de corrida de 50 metros consiste em avaliar o componente motor


associado à velocidade de deslocamento, com corrida em mesma direção por
percurso de 50 m, iniciando-se na posição parada (GUEDES; GUEDES, 2006).

Para o desenvolvimento deste teste, inicialmente, deve-se explicar ao


avaliado que se trata de um teste de velocidade máxima. Neste sentido, o avaliado
deverá sair na máxima velocidade e passar a faixa de chegada também na máxima
velocidade. A posição de saída é em afastamento ântero-posterior das pernas, com
o pé da frente o mais próximo possível da linha de partida. A partida é sinalizada
por meio de um sinal sonoro emitido pelo avaliador. Desta forma, o avaliador
comanda o teste, acionando um cronômetro no momento da partida e travando-o
no momento em que o avaliado cruzar a faixa de chegada. Caso o teste tenha que
ser repetido por algum motivo, aconselha-se um intervalo de, no mínimo, cinco
minutos (BERGAMO; DANIEL; MORAES, 2016).

182
TÓPICO 3 | DESCRIÇÃO DOS TESTES FÍSICOS

FIGURA 71 – EXEMPLO DA POSIÇÃO DE PARTIDA DE TESTE DE CORRIDA DE 50 METROS

FONTE: Guedes; Guedes (2006)

→ Teste de corrida de 10 x 5 m

O objetivo do teste de corrida de 10 x 5 m é avaliar o componente motor


associado à velocidade de deslocamento por intermédio da corrida com mudanças
de direção por percurso de 50 m, iniciando-se na posição parada (GUEDES;
GUEDES, 2006).

Para a realização deste teste, o avaliado deve posicionar-se em afastamento


ântero-posterior das pernas, com o pé anterior o mais próximo possível da linha
de partida-chegada. Ao sinal sonoro, que será emitido pelo avaliador, o avaliado
deverá correr o mais rápido possível em direção à outra linha, transpondo-a e
retornando à linha de saída, de modo a completar um ciclo. Ambas as linhas devem
ser transpostas com ambos os pés. Estes movimentos devem ser repetidos até
serem finalizados cinco ciclos. O avaliador acionará um cronômetro no momento
da partida, travando-o quando o avaliado completar o quinto ciclo, ultrapassando
a linha de chegada (GUEDES; GUEDES, 2006).

183
UNIDADE 3 | TESTES FÍSICOS

FIGURA 72 – EXEMPLO DO TESTE DE CORRIDA DE 10 X 5 METROS

FONTE: Guedes; Guedes (2006)

→ Teste de batimento em placas

O objetivo do teste de batimento em placas consiste em avaliar o componente


motor associado à velocidade de membros superiores com movimentação de vai-
e-vem das mãos (GUEDES; GUEDES, 2006).

Para a execução deste teste, o avaliado deverá posicionar-se em pé, de frente


para uma mesa, com as pernas em ligeiro afastamento lateral e a mão não dominante
apoiada no retângulo central localizado sobre a mesa. A mão dominante, por sua
vez, deverá ficar apoiada no círculo fixado do lado oposto, resultando em situação
de cruzamento dos braços. A altura da mesa deve ser ajustada de modo que o seu
tampo coincida com uma linha imaginária logo abaixo da região pubiana. Quando
o avaliador emitir um sinal sonoro, o avaliado deverá mover a mão dominante
e tocar no círculo oposto o mais rápido possível, passando por cima da mão não
dominante, a qual estará posicionada no meio e deverá permanecer apoiada
no retângulo central. Em seguida, a mão dominante deverá voltar ao círculo de
origem, completando um ciclo. Devem ser realizados 25 ciclos como este no menor
tempo possível. O avaliador acionará um cronômetro ao sinal de início do teste e o
travará assim que o avaliado finalizar os 25 ciclos (GUEDES; GUEDES, 2006).

184
TÓPICO 3 | DESCRIÇÃO DOS TESTES FÍSICOS

FIGURA 73 – EXEMPLO DO TESTE DE BATIMENTO EM PLACAS

FONTE: Marins; Giannichi (1998)

2.5 TESTES DE POTÊNCIA


→ Teste de salto em distância “parado”

O teste de salto em distância “parado” possui o objetivo de avaliar o


componente motor associado à potência muscular dos membros inferiores por
meio do movimento de salto em distância à frente, sem corrida de aproximação
(GUEDES; GUEDES, 2006).

Neste teste, o avaliado posiciona-se atrás da linha de partida, com os


pés paralelos com afastamento idêntico à largura dos quadris e a ponta dos pés
coincidindo com a marca zero. Partindo desta posição, o avaliado deve saltar à
frente, com impulso simultâneo das pernas, tentando alcançar o ponto mais
distante possível, de preferência com os pés paralelos. Durante o desenvolvimento
do teste, o avaliado pode movimentar os braços e o tronco livremente. O salto
deve ser realizado de forma que a escala de medida se posicione entre os pés do
avaliado, permanecendo nesta posição até que a leitura da medida seja finalizada.
Se necessário, o avaliado poderá realizar três tentativas para o salto (GUEDES;
GUEDES, 2006).

185
UNIDADE 3 | TESTES FÍSICOS

FIGURA 74 – EXEMPLO DO TESTE DE SALTO EM DISTÂNCIA “PARADO”

FONTE: Marins e Giannichi (1998)

→ Teste de arremesso da medicineball

O objetivo do teste de arremesso da medicineball é avaliar a potência dos


membros superiores e da cintura escapular (MARINS; GIANNICHI, 1998).

Para a realização deste teste, uma trena é fixada no solo perpendicularmente


à parede, isto é, o ponto zero da trena é fixado junto à parede. O avaliado senta-se
com os joelhos estendidos, as pernas unidas e as costas completamente apoiadas
à parede, segurando a medicineball junto ao peito com os cotovelos flexionados.
Ao sinal do avaliador, o avaliado deverá lançar a bola a maior distância possível,
mantendo as costas apoiadas na parede. A distância do arremesso será registrada
a partir do ponto zero até o local em que a bola tocou ao solo pela primeira vez.
Serão realizados dois arremessos, registrando-se o melhor resultado. Sugere-se
que a medicineball seja banhada em pó branco para a identificação precisa do local
onde tocou pela primeira vez ao solo. A medida será registrada em centímetros
com uma casa decimal (BERGAMO; DANIEL; MORAES, 2016).

FIGURA 75 – EXEMPLO DO TESTE DE ARREMESSO DA MEDICINEBALL

FONTE: Bergamo; Daniel; Moraes (2016)

186
TÓPICO 3 | DESCRIÇÃO DOS TESTES FÍSICOS

2.6 TESTES DE AGILIDADE


→ Teste de corrida de ida-e-volta

O objetivo da realização do teste de corrida de ida-e-volta é avaliar o


componente motor associado à agilidade através da corrida que envolve mudanças
de direção com alterações de altura do centro de gravidade (GUEDES; GUEDES,
2006).

De acordo com os autores supracitados, para a execução deste teste, o


avaliado deve posicionar-se em afastamento anteroposterior das pernas, com o
pé anterior o mais próximo possível da linha de partida/chegada. Nesta posição,
após o sinal de partida e o acionamento do cronômetro, que são realizados pelo
avaliador, o avaliado inicia o teste, correndo à máxima velocidade até dois blocos
dispostos equidistantes a 9,14 metros da linha de saída. Ao chegar, o avaliado deve
pegar um dos blocos e retornar ao ponto de partida, depositando esse bloco atrás
da linha demarcatória. O bloco não deve ser jogado, mas sim colocado no solo.
Em seguida, sem interromper a corrida, o avaliado parte novamente, em busca do
segundo bloco, procedendo da mesma forma. Ao pegar ou deixar o bloco, o avaliado
terá de transpor pelo menos com um dos pés as linhas que limitam o espaço de
teste. O cronômetro é parado quando o avaliado coloca o último bloco no solo e
transpõe, com pelo menos um dos pés, a linha final (CADERNO DE REFERÊNCIA
DO ESPORTE, 2013). Se necessário, o avaliado pode fazer duas tentativas para
o teste, contando com um intervalo de tempo que não deve ser menor que dois
minutos (GUEDES; GUEDES, 2006). Os autores enfatizam que se deve deixar claro,
ao avaliado, que o teste deve ser desenvolvido com deslocamento em velocidade
máxima, ou seja, a tarefa deve ser finalizada no menor tempo possível.

FIGURA 76 – EXEMPLO DA REALIZAÇÃO DO TESTE DE CORRIDA DE IDA-E-VOLTA

FONTE: Caderno de Referência do Esporte (2013)

→ Teste do quadrado

O objetivo do teste do quadrado é avaliar a agilidades dos indivíduos.

187
UNIDADE 3 | TESTES FÍSICOS

Para o desenvolvimento deste teste, deve-se demarcar, com quatro cones


de 50 centímetros de altura, um quadrado de quatro metros de lado. O avaliado
parte da posição levantada, com um pé à frente, imediatamente atrás da linha
de partida. Ao sinal do avaliador, ele deverá deslocar-se até o próximo cone
em direção diagonal. Na sequência, corre em direção ao cone à sua esquerda e
depois se desloca para o cone em diagonal, atravessando o quadrado em diagonal.
Finalmente, ele corre em direção ao último cone, que corresponde ao ponto de
partida. No decorrer do teste, o avaliado deverá tocar com uma das mãos todos
os cones que demarcam o percurso (CADERNO DE REFERÊNCIA DO ESPORTE,
2013). O cronômetro deverá ser acionado pelo avaliador no momento em que
o avaliado realizar o primeiro passo, tocando com o pé o interior do quadrado.
Serão realizadas duas tentativas, sendo registrado o melhor tempo de execução.
A medida será registrada em segundos e centésimos de segundo (BERGAMO;
DANIEL; MORAES, 2016).

FIGURA 77 – EXEMPLO DO TESTE DO QUADRADO

FONTE: Bergamo; Daniel; Moraes (2016)

2.7 TESTES DE EQUILÍBRIO


→ Teste do flamingo

O objetivo do teste do flamingo consiste em avaliar o componente motor


associado ao equilíbrio por meio da manutenção em um único pé sobre uma trave
com dimensões reduzidas (GUEDES; GUEDES, 2006).

Para a realização do teste do flamingo, o avaliado deve apoiar-se sobre um


dos pés no eixo longitudinal da trave, com o joelho da perna livre flexionado, o
pé mantido à altura dos glúteos com o auxílio da mão do mesmo lado do corpo,
tentando representar a posição do flamingo. Partindo desta posição, o avaliado
deve tentar permanecer em equilíbrio sobre a trave pelo período de um minuto.

188
TÓPICO 3 | DESCRIÇÃO DOS TESTES FÍSICOS

Antes do início do teste, o avaliado recebe o apoio do avaliador, que se posiciona


à sua frente, permitindo ao avaliado apoiar-se em seu antebraço, para assumir
a posição do flamingo. Deste modo, no momento em que o avaliado sentir-se
seguro nesta posição, é iniciado o teste, retirando-se o apoio e acionando-se o
cronômetro para registro do tempo de um minuto. A cada perda de equilíbrio,
o cronômetro é parado e o avaliado recebe uma penalidade. Caracteriza-se como
perda de equilíbrio, por exemplo, o fato de o pé da perna livre do avaliado soltar-
se de sua mão ou quando qualquer parte do corpo do avaliado toca no solo. Cada
vez que ocorre alguma dessas situações, o avaliado precisa assumir novamente a
posição inicial, com o apoio do avaliador e, em seguida, dar continuidade ao teste
até completar o tempo de um minuto. Neste teste, há apenas uma tentativa de
execução. Assim, destaca-se que, se o avaliado cometer 15 perdas de equilíbrio nos
primeiros 30 segundos do teste, o mesmo é finalizado, pois significa que o avaliado
não conseguirá realizá-lo em um minuto (GUEDES; GUEDES, 2006).

FIGURA 78 – EXEMPLO DO TESTE DO FLAMINGO

FONTE: Marins; Giannichi (1998)

UNI

De acordo com Gallahue e Donnelly (2008), o aumento da força e da resistência


muscular gera inúmeros benefícios aos indivíduos, a saber:
→ Estimula o crescimento dos ossos.
→ Aumenta a mineralização dos ossos.
→ Reduz a possibilidade de lesões.
→ Melhora o autoconceito.
→ Melhora a autoimagem.

189
UNIDADE 3 | TESTES FÍSICOS

→ Melhora a aparência física.


→ Aumenta a resistência cardiovascular.
→ Melhora a capacidade dos pulmões.
→ Fortalece os músculos do coração.
→ Melhora a circulação sanguínea.
→ Diminui os níveis de colesterol (baixa densidade de colesterol).
→ Diminui a frequência cardíaca.
→ Aumenta a capacidade de absorção do oxigênio.
→ Reduz o estresse, promovendo relaxamento.
→ É possível que reduza a suscetibilidade ao resfriado.

O aumento da flexibilidade, por sua vez, resulta nos seguintes benefícios, conforme
Gallahue e Donnelly (2008):
→ Atua na prevenção de lesões.
→ Melhora a eficiência no trabalhado e no jogo.
→ Aumenta a amplitude motora.
→ Aumenta a variação de movimento.
→ Promove fluidez do movimento.

3 RESULTADOS DOS TESTES FÍSICOS


De acordo com Guedes e Guedes (2006), os resultados dos testes físicos
têm sido analisados por meio da confrontação com dados normativos, envolvendo
referenciais idealizados com base em distribuição de percentis. Os autores apontam
que este tipo de avaliação é muito útil quando a intenção é desenvolver análises
intra e interavaliados, o que permite a visualização precisa da magnitude de
eventuais modificações que venham a ocorrer. As análises com essas características
trazem inferências sobre localização dos resultados alcançados nos testes frente a
pontos específicos de distribuição de percentis estabelecida com base em amostras
representativas de subgrupos populacionais. Entretanto, devido à alta influência
de aspectos que englobam questões de cultura, de hábitos de atividade física e de
habilidades motoras, a transferência de referenciais normativos de uma realidade
circunscreve algo bastante complicado. Neste sentido, sugere-se a utilização de
referenciais estabelecidos com base em levantamentos que tenham como objetivo
atender às características específicas de cada grupo populacional para que os
resultados dos avaliados venham a apresentar características semelhantes às da
amostra sobre a qual os referenciais normativos foram idealizados (GUEDES;
GUEDES, 2006). Nesta perspectiva, a literatura dispõe de várias opções relativas
às proposições de referenciais normativos, inclusive com informações de
levantamentos realizados no Brasil (figuras 79 e 80).

190
TÓPICO 3 | DESCRIÇÃO DOS TESTES FÍSICOS

FIGURA 79 – REFERENCIAIS NORMATIVOS PARA ANÁLISE DE RESULTADOS DE TESTES FÍSICOS


COM BASE EM ESTUDOS REALIZADOS COM MULHERES BRASILEIRAS

FONTE: Guedes; Guedes (2006)

191
UNIDADE 3 | TESTES FÍSICOS

FIGURA 80 – REFERENCIAIS NORMATIVOS PARA ANÁLISE DE RESULTADOS DE TESTES FÍSICOS


COM BASE EM ESTUDOS REALIZADOS COM HOMENS BRASILEIROS

FONTE: Guedes; Guedes (2006)

192
RESUMO DO TÓPICO 3

Nesse tópico você viu que:

● Teste é um procedimento, técnica ou método que pode ser utilizado para coletar
peculiaridades de uma variável da pessoa avaliada.

● Os testes motores caracterizam-se pela realização de uma tarefa específica e são


divididos conforme a capacidade avaliada.

● Há várias opções de testes para avaliar as diferentes capacidades motoras


associadas aos componentes da aptidão física. Contudo, destaca-se que não é
possível aplicar apenas um tipo de teste para avaliar o desempenho motor de
um indivíduo, por isso indica-se a utilização de baterias de testes.

● Quando se tratar dos componentes associados à aptidão física relacionada à


saúde, as baterias de testes devem ser compostas por, no mínimo, três ou quatro
itens.

● Quando se tratar dos componentes associados à aptidão física relacionada ao


desempenho atlético, as baterias de testes devem conter de seis a oito itens.

● Para a avaliação da resistência cardiorrespiratória pode-se utilizar o teste de


caminhada/corrida de longa distância, bem como, o teste de caminhada/corrida
de vai-e-vem.

● Para a avaliação da força/resistência podem-se utilizar os testes de abdominal,


de puxada em suspensão na barra, de suspensão na barra e de flexão/extensão
dos braços sobre o solo.

● Para a avaliação da flexibilidade pode-se utilizar o teste de sentar-e-alcançar, o


flexiteste, o teste de mobilidade de ombros e o teste de elevação do tronco.

● Para a avaliação da velocidade pode-se utilizar os testes de corrida de 50 m, de


corrida de 10 x 5 e de batimento em placas.

● Para a avaliação da potência pode-se utilizar o teste de salto em distância


“parado” e o teste de arremesso da medicineball.

● Para a avaliação da agilidade pode-se utilizar o teste de corrida de ida-e-volta e


o teste do quadrado.

● Não há testes para avaliar a capacidade de coordenação.

193
● Para a avaliação do equilíbrio pode-se utilizar o teste da posição flamingo.

● Devem-se respeitar os procedimentos para a execução de cada teste, considerando


o espaço, os equipamentos, assim como a posição do avaliado nas diferentes
etapas de cada teste.

● Os resultados dos testes físicos devem ser analisados por meio de referenciais
estabelecidos com base em levantamentos que tenham como objetivo atender às
características específicas de cada grupo populacional, para que os resultados
dos avaliados venham a apresentar características semelhantes às da amostra
sobre a qual os referenciais normativos foram idealizados.

194
AUTOATIVIDADE

1 Explique o que significa o termo “teste”:


_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

2 No que concerne às informações relativas aos testes físicos, leia atentamente


as frases a seguir e marque V para aquelas que forem verdadeiras e F para as
falsas.

( ) Os testes físicos precisam contemplar aspectos relacionados a um grupo


específico de fatores pertinentes a cada solicitação motora, por isso, são
independentes dentro do rol das capacidades motoras.
( ) O desempenho motor condiz em um constructo multifatorial resultante
do comportamento apresentado por um grupo de capacidades motoras.
( ) Pode-se avaliar o desempenho motor de um indivíduo com aplicação de
um único teste.
( ) As baterias de testes devem conter de seis a oito itens quando se tratar de
componentes associados à aptidão física relacionada à saúde.
( ) As baterias de testes devem conter de seis a oito itens quando se tratar de
componentes associados à aptidão física relacionada ao desempenho atlético.

Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) V, V, F, F, V.
b) ( ) F, F, F, V, V.
c) ( ) F, V, V, F, F.
d) ( ) V, F, V, F, F.
e) ( ) V, F, F, V, V.

3 Sobre a aplicação das baterias de testes, leia atentamente as frases a seguir e


marque V para aquelas que forem verdadeiras e F para as falsas.

( ) A literatura sugere que as baterias de testes sejam aplicadas em um ou


em dois dias.
( ) Se o objetivo for aplicar a bateria de testes por completo em um dia,
indica-se que os testes de flexibilidade devem ser os primeiros a serem
aplicados, seguidos pelos testes de potência, de velocidade, de agilidade e de
força/resistência muscular e, por fim, deve-se aplicar os testes que contemplam
elementos da resistência cardiorrespiratória.
( ) Caso a bateria de testes seja planejada para ser realizada em dois dias, no
primeiro dia devem ser desenvolvidos os testes de resistência cardiorrespiratória
e, no segundo dia, deve-se aplicar os testes relacionados à flexibilidade, à
potência e à força/resistência muscular.
195
( ) Os testes que causam maiores implicações fisiológicas sempre devem ser
realizados ao final da bateria de testes.

Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) V, F, F, V.
b) ( ) F, F, V, V.
c) ( ) F, V, V, F.
d) ( ) V, V, V, V.
e) ( ) V, V, F, V.

4 A compreensão dos objetivos de cada teste físico é importante para que se


obtenha os resultados esperados, conforme o teste aplicado. Considerando o
objetivo dos diferentes testes físicos, correlacione as informações da Coluna 1
com aquelas da Coluna 2.

Coluna 1 Coluna 2
( ) Avaliar o componente motor associado
(a) Teste de caminhada/ à resistência cardiorrespiratória por meio
corrida de vai-e-vem. da caminhada/corrida contínua em longas
distâncias.
( ) Avaliar o componente motor associado à
(b) Teste de caminhada/ velocidade de deslocamento, com corrida em
corrida de longa distância. mesma direção por percurso de 50 m, iniciando-
se na posição parada.
( ) Avaliar o componente motor associado
(c) Teste de corrida de ida-
à velocidade de membros superiores com
e-volta.
movimentação de vai-e-vem das mãos.
( ) Avaliar o componente motor associado
(d) Teste de corrida de 50 à agilidade através da corrida que envolve
m. mudanças de direção com alterações de altura
do centro de gravidade.
( ) Avaliar o componente motor associado à
(e) Teste de batimento em resistência cardiorrespiratória em caminhada/
placas. corrida com mudanças de direção em ritmo
progressivamente mais elevado.

Na sequência, assinale a alternativa que exprime a sequência correta:

a) ( ) c, a, b, e, d.
b) ( ) b, a, c, d, e.
c) ( ) b, d, e, c, a.
d) ( ) d, e, c, b, a.
e) ( ) e, b, a, d, c.

196
5 Sobre os diferentes testes físicos e as capacidades a serem avaliadas, leia
atentamente as frases a seguir e marque V para aquelas que forem verdadeiras
e F para as falsas.

( ) Os testes de abdominal, de puxada em suspensão de barra, de suspensão


em barra e de flexão/extensão dos braços sobre o solo são testes utilizados para
a avaliação da força/resistência.
( ) O teste de salto em distância “parado” é um teste muito utilizado para
avaliar a velocidade.
( ) O teste do flamingo é utilizado com a finalidade de avaliar o equilíbrio.
( ) O flexiteste é um teste que busca avaliar a flexibilidade por meio da
verificação da amplitude de movimentos do avaliado.
( ) O teste de elevação do tronco possui o objetivo de avaliar a potência
muscular dos indivíduos.

Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) V, F, V, V, F.
b) ( ) F, F, F, V, V.
c) ( ) F, V, V, F, F.
d) ( ) V, F, V, F, F.
e) ( ) V, F, F, V, V.

6 Sobre a aplicação das baterias de testes, leia atentamente as frases a seguir e


marque V para aquelas que forem verdadeiras e F para as falsas.

( ) No teste de corrida de ida-e-volta, com o qual busca-se avaliar a agilidade,


o avaliado inicia o teste correndo à máxima velocidade até dois blocos dispostos
equidistantes a 9,14 metros da linha de saída. Ao chegar, o avaliado deve pegar
um dos blocos e retornar ao ponto de partida, depositando esse bloco atrás da
linha demarcatória.
( ) No teste de salto em distância “parado”, aplicado para avaliar a potência
muscular, o avaliado deve saltar à frente, com impulso simultâneo das pernas,
tentando alcançar o ponto mais distante possível.
( ) No teste de mobilidade de ombros, o qual avalia a flexibilidade, o avaliado
deve tentar tocar a ponta do dedo médio de ambas as mãos por trás das costas,
com um dos braços por cima do ombro e outro por baixo do cotovelo.
( ) No teste de flexão/extensão dos braços sobre o solo, caracterizado como
um teste de força/resistência, em decúbito ventral, o avaliado deve flexionar os
membros superiores até que os cotovelos formem um ângulo de 90º e os braços
fiquem posicionados paralelamente ao solo, em correto alinhamento entre a
cabeça, o tronco e os membros inferiores.

Em seguida, assinale a alternativa correta:

a) ( ) F, F, V, V.
b) ( ) V, V, V, V.
c) ( ) F, V, V, F.
197
d) ( ) V, F, V, V.
e) ( ) V, F, F, V.

7 O flexiteste é um teste de flexibilidade que utiliza a análise e a graduação de


20 movimentos específicos que buscam investigar a amplitude de movimentos
do avaliado. Nesta direção, cite quais são os 20 movimentos do flexiteste:
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

8 Explique sob qual referencial os testes físicos devem ser analisados:


_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

9 Explique a finalidade e a forma de aplicação do teste de sentar-e-alcançar.


_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

10 Descreva qual é o objetivo da utilização do teste de arremesso da medicineball


e de que forma ele é desenvolvido:
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

198
REFERÊNCIAS
ALVAREZ, B. R.; PAVAN, A. L. Alturas e comprimentos. IN: PETROSKI, E (Org.).
Técnicas e Padronizações. 4. ed. Pallotti, Porto Alegre, 2009, p. 31-44.

ARAÚJO, D. S. M. S. de; ARAÚJO, C. G. S. de. (2000). Aptidão física, saúde


e qualidade de vida relacionada à saúde em adultos. Revista Brasileira de
Medicina do Esporte. v. 6, n. 5, p. 194-203.

AVALIAÇÃO FÍSICA. Caderno de referência de esporte. Brasília: Fundação Vale,


UNESCO, 2013, 70 p.

BENEDETTI, T. R. B.; PINHO, R. A.; RAMOS, V. M. Dobras cutâneas. In:


PETROSKI, E (Org.). Técnicas e padronizações. 4. ed. Pallotti, Porto Alegre, 2009,
p. 45-56.

BERGAMO, V. R.; DANIEL, J. F.; MORAES, A. M. Avaliação em educação física


e esportes. Pontifícia Universidade Católica, Campinas, 2016.

BIBLIOTECA VIRTUAL DA SAÚDE – Atenção primária à saúde. Disponível em:


<http://aps.bvs.br/apps/calculadoras/?page=6>. Acesso em: 12 mar. 2017.

CARVALHO, I. M. O processo didático. 5. ed.: Fundação Getúlio Vargas, 1984,


400p.

CATÁLOGO. Imagem de balança com ajuste manual. Disponível em: <http://


cirurgicapassos.com.br/media/catalog/product/cache/1/small_image/300x/040ec0
9b1e35df139433887a97daa66f/b/a/balanca-adulto-110ch-welmy.jpg>. Acesso em:
12 mar. 2017.

DANTAS, E. R. Os campos de atuação profissional da educação física: um olhar


sobre o mercado de trabalho no interior da Paraíba. Revista Holos, ano 25, vol. 1,
2009.

DARIDO, S. C.; SOUZA JÚNIOR, O. M. Para ensinar educação física:


possibilidades de intervenção na escola. Campinas: Papirus, 2007.

FRANÇA, N. M; VÍVOLO, M. A. Medidas antropométricas. In: V. K. R. Matsudo


(editor). Testes em ciências do esporte (p. 19-31). Buriti, São Caetano do Sul, SP.
1998.

GALLAHUE, D.; DONNELLY, F. C. Educação física desenvolvimentista para


todas as crianças. São Paulo: Phorte, 2008.

GOOGLE IMAGENS. Imagens de paquímetro digital eletrônico. Disponível em:


< h t t p s : / / w w w . g o o g l e . c o m . b r / h ? q = PA Q U % C 3 % 8 D M E T R O S + D I G
199
I TA I S + E + E L E T R % C 3 % 9 4 N I C O S & e s p v = 2 & s o u r c e = l n m s & t b m = i s c
h&sa=X&ved=0ahUKEwj4tNDw_dbSAhUMkZAKHZqYCPEQ_
AUIBygC&biw=1024&bih=530#imgrc=FrunU0rUtwRNOM>. Acesso em: 14 mar.
2017.

GUEDES, D. P. Atividade física, aptidão física e saúde. In: CARVALHO, T.


GUEDES, D. P.; SILVA, J. G. (Orgs.). Orientações básicas sobre atividade física
e saúde para profissionais das áreas de educação e saúde. Brasília: Ministério da
Saúde e Ministério da Educação e do Desporto, 1995.

GUEDES, D. P.; GUEDES, J. E. R. P. Manual prático para avaliação em Educação


Física. Barueri, São Paulo: Manole, 2006, 484 p.

HEYWARD, V. H.; STOLARCZYK, L. M. Avaliação da composição corporal


aplicada. São Paulo: Manole, 2000. 242 p.

LOURENÇO, T. F.; SILVA, F. O. C. da; CARMO, C. L. do; DIAS, R. Avaliação


física. Brasília: Fundação Vale, UNESCO, 2013.

MARINS, J. C. B.; GIANNICHI, R. S. Avaliação e prescrição de atividade física:


guia prático. Rio de Janeiro: Shape, 1998, 287 p.

MARTINS, de O.; LOPES, M. A. Perímetros. In: PETROSKI, E (Org.). Técnicas e


padronizações. 4. ed. Pallotti, Porto Alegre, 2009, p. 57-69.

MARTINS, M. O.; WALTORTT, L. C. B. Antropometria: uma revisão histórica.


In: E. L. Petroski (Org.). Antropometria: técnicas e padronizações. Porto Alegre:
Pallotti, 2009.

MICHELS, G. Aspectos históricos da cineantropometria - Do Mundo antigo


ao renascimento. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho
Humano, v. 2, n. 1, p. 106-110, 2000.

MORROW Jr, J. R. M.; JACKSON, A. W.; DISCH, J. G.; MOOD, D. P. Medidas e


avaliação do desempenho humano. Porto Alegre: Artmed, 2003, 303 p.

NÉRECI, I. G. Didática geral dinâmica. 10. ed. São Paulo: Atlas S. A, 1989, 404p.

NÉRECI, I. G. Didática: uma introdução. 2. ed: Atlas, 1993, 310p.

OLIVEIRA, José Eduardo Costa de. O campo de atuação do profissional de


educação física e do esporte. Revista digital EFDeportes, ano 16, n. 161, outubro
2011.

PETROSKI, E. L. Equações antropométricas: subsídios para uso no estudo da


composição corporal. In: PETROSKI, E. L. (Org.). Técnicas e padronizações. 4.
ed. Pallotti, Porto Alegre, 2009, p. 121-139.

200
ROJAS, P. N. C.; BARROS, M. V. G. Medidas, testes e avaliação: conceitos
fundamentais. In: BARROS, M. V. G.; NAHAS, M. V (editores). Medidas da
atividade física. (pp. 17-27). Midiograf, Londrina, PR. 2003.

SAFRIT, M. J. Evaluation in physical education. Englewood Cliffs, N.J: Prentice-


Hall. Chicago, 15a Edição, 1981.

SHERRILL, C. Adapted physical activity, recreation and sport – crossdisciplinary


and lifespan. Boston, MA: William C. Brown/McGraw Hill; 2004.

TAVARES, E. L.; ANJOS, L. A. dos. Perfil antropométrico da população idosa


brasileira. Resultados da Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição. Cad. Saúde
Pública, Rio de Janeiro, v. 15, n. 4, 759-768, out-dez, 1999.

TRITSCHLER, K. A.; Barrow & Mcgee’s Practical measurement and assessment.


5. ed., Baltimore, Lippincott Williams & Wilmins, 2000, 758 p.

VELHO, N. M.; LOUREIRO, M. B. S.; PERES L. S.; PIRES NETO, C. S. (1993).


Antropometria: uma revisão histórica do período antigo ao contemporâneo.
Comunicação. Movimento e Mídia na Educação Física. Santa Maria: UFSM.
Centro de Educação física e Desportos. pp. 29-39.

VELHO, N. M.; SCHWINGEL, A. C. Diâmetros ósseos. In: PETROSKI, E. L.


(Org.). Técnicas e padronizações. 4. ed. Pallotti, Porto Alegre, 2009, p. 71-82.

201

You might also like