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SP4 -Neurologia

VISÃO Eles são inervados pelos nervos oculomotor (NC III),


troclear (NC IV) ou abducente (NC VI)
OBJETIVOS

1. Descrever as vias da visão e o mecanismo de


formação e interpretação da imagem;
2. Explicar as alterações visuais relatadas no
caso: glaucoma renovascular, catarata,
retinopatia diabética, amaurose, rubeose e
HAS;
3. Definir os vícios de refração (miopia,
hipermetropia e astigmatismo);
4. Discutir a legislação específica para
portadores de perdas visuais;
5. Discutir os aspectos psicossociais na perda
visual;
Anatomia interna do olho → bulbo do olho
Descrever as vias da visão e o mecanismo de
formação e interpretação da imagem É composto por uma parede constituída por 3
membranas:
VISÃO→ é o ato de ver, extremamente importante
para a sobrevivência humana, mais da metade dos • Camada mais externa→ fibrosa
receptores sensitivos estão localizados nos olhos e • Camada média→ vascular
grande parte do córtex cerebral é dedicada ao • Camada interna → retina
processamento da informação visual. Camada externa ou fibrosa
- O sistema visual capta os estímulos luminosos e os Consiste em: esclera + córnea
integra, permitindo o reconhecimento dos objetos
• Esclera→ parte posterior – “branco do olho “

Anatomia • Córnea → parte anterior – transparente,


avascular da camada fibrosa
Estruturas acessórias: A transparência dessa camada se dá devido alguns
→ Pálpebras → protege os olhos contra luz fatores anatômicos: epitélio não queratinizado,
excessiva, objetos estranhos e espalham ausência de vasos sanguíneos e pigmento
secreções lubrificantes pelos bulbos dos olhos Os raios de luz são desviados pela córnea → principal
→ Cílios estrutura refrativa do olho
→ Sobrancelhas
→ Aparelho lacrimal → produzem as lágrimas Camada média ou vascular (COROIDE)
→ Músculos extrínsecos do bulbo do olho → se Função: focalização e regulação da intensidade da luz
estendem das paredes da orbita até a esclera
ocular, são capazes de mover os olhos em • Consiste em 3 partes:
quase todas as direções sendo eles um • Coroide → membrana bastante vascularizada
conjunto de 6 músculos em cada olho: e pigmentada que reveste 5/6 posteriores da
• M. reto inferior parte profunda do olho constituída pela
• M. reto superior esclera
• M. reto lateral • Corpo ciliar → está envolvido na produção do
• M. reto medial humor aquoso e de alguns constituintes do
humor vítreo, bem como acomodação da
• M. oblíquo superior
lente e do cristalino
• M. oblíquo inferior
Íris→ está disposta logo atrás da córnea e que tem
uma abertura central – pupila. O tamanho da pupila é
regulado pelos músculos lisos esfíncter e dilatador da
pupila localizados na íris

Camada interna – RETINA

Está localizada entre a coroide e o corpo vítreo. É a


parte do olho onde se formam as imagens daquilo que
é visto. É na retina que também estão localizados os
fotorreceptores:

• Cones → determinam uma visão precisa, de


grande acuidade visual, sendo responsáveis
pela visão em cores
• Bastonetes→ determinam uma visão menos
precisa, com a função da visão em preto e
branco.

Via óptica
→ Os receptores dessa via, assim como, os 1°, 2° visão com luz de maior intensidade e para a visão de
e 3° neurônios se localizam na retina → cores.
neuroepitélio que reveste internamente a
→ O nervo óptico é formado então, pelos
cavidade do bulbo ocular, posterior a íris;
axônios das células ganglionares que
→ A camada mais externa do cálice óptico da
inicialmente são amielínicos e percorrem a
origem a camada nervosa da retina onde se
superfície interna da retina convergindo para
diferencia os três primeiros neurônios (1°, 2° e
a papila óptica→ está localizada na parte
3°) da via óptica;
posterior da retina medialmente à mácula –
→ Na parte posterior da retina em linha com o
ao nível dessa papila os axônios das células
centro da pupila, ou seja, com o eixo visual de
ganglionares atravessam as túnicas média e
cada olho existe a mácula densa → área
externa do olho e se tornam mielínicos
ligeiramente amarelada e que no seu centro
constituindo o nervo óptico. Pela a ausência
tem uma depressão chamada fóvea central e
de fotorreceptores a papila é chamada de
essa mácula corresponde a área da retina
ponto cego da retina – penetram os vasos que
onde a visão é mais distinta. Os movimentos
nutrem a retina
reflexos do bulbo ocular fixam sobre as
máculas a imagem dos objetos que nos TRAJETO DAS FIBRAS NAS VIAS ÓPTICAS
interessam no campo visual;
Conceitos importantes:
→ A visão nas partes periféricas da retina que
não possuem a mácula são pouco nítidas e a • Campo visual →porção do espaço que pode
percepção de cores é precária ser vista por esse olho estando ele fixa
→ A estrutura da retina é complexa, distinguindo • Campo temporal→porção lateral em que os
– se nela 10 camadas, uma das quais é a raios luminosos se projetam pelos sobre a
pigmentar situada externamente. As outras 9 retina nasal
camadas podem ser simplificadas levando em • Campo nasal→ porção medial em que os
consideração somente a disposição dos 3 raios luminosos se projetam sobre a retina
neurônios retinianos principais tendo assim o temporal
território dos 1°, 2° e 3° neurônios da via • Campo binocular→ superposição de parte
óptica, ou seja, as camadas de fora para dos campos visuais do dois olhos – a luz do
dentro: extremo lateral do hemicampo projeta-se
• Camada das células fotorreceptoras apenas para a retina nasal do mesmo lado .
ou fotossensíveis → Os nervos ópticos dos dois lados convergem
• Camada das células bipolares para formar o quiasma óptico, do qual se
• Camada das células ganglionares destacam posteriormente os dois tractos
→ As células fotossensíveis fazem sinapses com ópticos, que terminam nos respectivos corpos
as células bipolares, que por sua vez fazem geniculados laterais.
sinapses com as células ganglionares cujo os → Ao nível do quiasma óptico, as fibras dos dois
axônios constituem o nervo óptico. nervos ópticos sofrem uma decussação
→ Receptores →cones e bastonetes – são parcial: apenas as fibras da retina nasal→
prolongamentos periféricos das células (localizada na metade medial de cada olho e
fotossensíveis que capta o campo visual chamado de
→ Fototransdução→ processo em que consiste temporal) cruzam, enquanto que as fibras da
a excitação dos raios luminosos que incidem retina temporal →(localizada da metade
sobre a retina pela luz e da origem aos lateral de cada olho e que capta o campo
impulsos nervosos; visual chamado de nasal) não cruzam, mas
→ Os impulsos nervosos caminham em direção seguem um trajeto lateralmente a decussação
oposta do trajeto do raio luminoso. das fibras da retina nasal no quiasma,
localizando-se perifericamente nesta
Obs: Os bastonetes são adaptados para visão com
estrutura.
pouca luz, enquanto os cones são adaptados para a
→ Assim, cada tracto óptico contém fibras • Fibras retino-pré-tectais→ ganham a área
temporais da retina de seu próprio lado e pré-tectal através do braço do colículo
fibras nasais da retina do lado oposto. superior e estão relacionadas com os
→ Como consequência disso, os impulsos reflexos fotomotor direto e consensual. Do
nervosos originados em metades homônimas núcleo pré-tectal, fibras partem para o
das retinas dos dois olhos (por exemplo, na núcleo de Edinger-Westphal (parassimpático
metade direita dos olhos) serão conduzidos do oculomotor) do mesmo lado e do lado
aos corpos geniculados e ao córtex do mesmo oposto (cruzam na comissura posterior) para
lado. integrar o componente eferente de ambos
→ Assim é perceptível que as metades direitas os reflexos. Essas conexões que o nervo
da retina dos dois olhos (ou seja, a retina óptico estabelece com a área pré-tectal
nasal do olho esquerdo e a temporal do olho explicam alguns casos de pacientes com
direito) recebem os raios luminosos cegueira cortical, mas que são capazes de
provenientes do lado esquerdo. Assim como desviar de alguns objetos, mesmo sem
as metades esquerdas da retina dos dois olhos enxergá-los.
recebem os raios luminosos provenientes do • Fibras retino-geniculadas→ são as mais
lado direito. importantes, pois somente elas se
→ Dessa forma, como consequência da relacionam com o sentido da visão.
decussação parcial das fibras visuais no Terminam fazendo sinapse com os neurônios
quiasma, o córtex visual direito percebe IV da via óptica localizados no corpo
objetos situados à esquerda de uma linha geniculado lateral que possui a mesma
vertical mediana que divide os campos representação retinóptica da metade
visuais. contralateral do campo visual.

Conforme seu destino, pode-se distinguir 4 tipos de - Os axônios dos neurônios do corpo geniculado
fibras nas vias ópticas: lateral (neurônios IV) constituem a radiação óptica
(tracto geniculo- calcarino) e terminam na área 17 de
• Fibras retino-hipotalâmicas→ destacam-se Brodmann, situada nos lábios do sulco calcarino. Nem
do quiasma óptico e ganham o núcleo todas as fibras da radiação óptica atingem o córtex
supraquiasmático do hipotálamo, sendo essa pelo mesmo trajeto.
conexão de fundamental importância para a
regulação dos ritmos circadianos biológicos. OBS: Existe correspondência entre partes da retina e
• Fibras retino-tectais→através do braço do partes do corpo geniculado lateral, da radiação óptica
colículo superior, saem do corpo geniculado e da área 17. Na radiação óptica, as fibras
lateral e ganham o colículo superior. Esta via correspondentes às partes superiores da retina
está relacionada com certos reflexos de (campo visual inferior) ocupam posição mais alta e se
movimentos dos olhos ou das pálpebras projetam no lábio superior do sulco calcarino; as
desencadeados por impulsos visuais (como fibras correspondentes às partes inferiores da retina
por exemplo, o reflexo de piscar) e reflexos (campo visual superior) ocupam posição mais baixa e
de retirada da cabeça por estímulos visuais projetam-se no lábio inferior do sulco calcarino; as
súbitos (por meio das fibras tecto-espinhais fibras que levam impulsos da mácula lútea ocupam
que se encerram nos segmentos cervicais posição intermediária da radiação e se projetam na
superiores)- as camadas profundas do parte posterior do sulco calcarino (pólo occipital).
colículo superior possuem um mapa do Existe, assim, uma somatotopia perfeita em toda a via
campo visual, o que permite direcionar de óptica, fato este de grande importância clínica, pois
forma rápida os olhos em resposta a outros permite localizar com bastante precisão certas lesões
estímulos sensoriais do ambiente esses. Os da via óptica com base no estudo das alterações dos
movimentos oculares coordenados por esse campos visuais.
colículo permitem mudar rapidamente o
Mecanismo de formação e interpretação da imagem
ponto de fixação de uma cena visual para
outra. O olho de certa forma é uma câmera → seus
elementos ópticos focam uma imagem de algum
objeto em um “filme” sensível à luz – a retina –
enquanto garante que a quantidade correta de luz
faça a “exposição” adequada.

O olho forma a imagem através de 3 processos:

1. Refração→ ou desvio da lente pela córnea


2. Acomodação→mudança no formato da lente
3. Constrição→ ou estreitamento da pupila ACOMODAÇÃO

REFRAÇÃO → É o aumento da curvatura da lente para a


visão próxima.
→ É o desvio dos raios de luz na junção entre → ponto próximo de visão→ é a distância
duas substâncias: uma substância mínima do olho a partir da qual um objeto
transparente (como o ar) e outra substância pode ser focalizado, com nitidez, com
transparente com uma densidade diferente acomodação máxima. Essa distância é de
(como a água). cerca de 10 cm em um adulto jovem.
→ De acordo com que os raios entram no olho, → Quando o olho está focando um objeto
eles são refratados nas faces anterior e próximo, a lente fica mais curva, causando
posterior da córnea. Ambas as faces da lente uma refração maior dos raios de luz
refratam ainda mais os raios de luz de modo → a lente é convexa em ambas as suas faces, a
que eles cheguem com o foco exato na retina anterior e a posterior, e a sua capacidade de
→ As imagens focadas na retina são invertidas foco aumenta conforme sua curvatura
(de cabeça para baixo) e também sofrem uma aumenta.
versão da direita para a esquerda – a luz • Obs 1 :Quando a superfície da lente é
proveniente do lado direito de um objeto convexa, ou seja, forma uma curva pra fora a
alcança o lado esquerdo da retina e vice- lente refratará os raios de luz que chegam um
versa. em direção ao outro, de modo que,
→ 75% da refração total da luz ocorre na córnea eventualmente, eles sofram uma interseção
os outros, a lente fornece os outros 25% de • Obs 2:Quando a superfície da lente é côncava,
capacidade de foco e também modula o foco ou seja, que forma uma curva para dentro faz
p/ a observação d objeto próximos ou com que os raios de luz sejam refratados um
distantes. para longe do outro
→ Quando um objeto está a 6 metros ou mais do
observador, os raios de luz refletidos pelo Existe uma sequência de eventos que ocorre na
objeto são praticamente paralelos uns aos acomodação caracterizada como:
outros. A lente deve curvar esses raios
→ Quando se observa objetos distantes, o
paralelos apenas o bastante para que eles
músculo ciliar do corpo ciliar está relaxado e a
sejam focados exatamente sobre a fóvea
lente se encontra mais achatada porque ela é
central, onde a visão é mais nítida.
alongada em todas as direções pelas fibras
Os raios de luz que são refletidos a partir de distâncias zonulares.
menores do que 6 metros são divergentes e não → Quando se observa um objeto próximo, o
paralelos, assim esses raios devem ser refratados para músculo ciliar se contrai, o que puxa o
que sejam focados na retina. Essa refração adicional é processo ciliar e a coroide na direção da lente.
realizada pelo processo de acomodação. → Assim essa ação libera a tensão sobre a lente
e as fibras zonulares. Como é elástica, a lente
fica mais esférica (mais convexa),
aumentando sua capacidade de foco e
causando maior convergência dos raios de luz.
→ As fibras parassimpáticas do nervo
oculomotor (III) inervam o músculo ciliar do
corpo ciliar e, portanto, controlam esse Miopia – “dificuldade pra ver de longe”
processo de acomodação.
→ Ocorre quando o bulbo do olho é muito longo
Presbiopia→ condição clinica relacionada com o em relação à capacidade de foco da córnea e
envelhecimento – a lente perde a sua elasticidade, e da lente ou quando a lente é mais espessa do
consequentemente sua capacidade de se curvar para que o normal, de modo que a imagem
focar objetos próximos converge na frente da retina.
→ Indivíduos míopes podem enxergar objetos
próximos adequadamente, mas não os
objetos distantes.
→ Correção→é feita pelo uso de lentes côncavas
que divergem os raios luminosos de modo
que eles sejam focados diretamente sobre a
retina;

CONSTRIÇÃO DA PUPILA
Hipermetropia ou hiperopia – “dificuldade pra ver de
→ É uma diminuição no diâmetro da perto
circunferência através da qual a luz entra no
→ o comprimento do bulbo do olho é curto em
olho e que é causada pela contração dos
relação à capacidade de foco da córnea e da
músculos circulares da íris.
lente ou a lente é mais fina do que o normal,
→ É reflexo autônomo ocorre simultaneamente
de modo que a imagem converge atrás da
com a acomodação e evita que os raios de luz
retina.
entrem no olho através da periferia da lente.
→ Indivíduos hipermetropes podem observar
→ Sem esse processo os raios de luz que
objetos distantes com clareza, mas não os
entrariam pela periferia não seriam focados
objetos próximos
na retina, o que poderia resultar em uma
→ Correção→ é feita pelo uso de lentes
visão borrada
convexas que convergem os raios luminosos
→ A pupila também tem a característica de
de modo que eles sejam focados diretamente
sofrer constrição em uma luz forte.
sobre a retina.
Definir os vícios de refração (miopia, hipermetropia e
astigmatismo)

→ Olho emétrope→ “olho normal” - pode


refratar suficientemente raios de luz
provenientes de um objeto a 6 m de distância
de modo que uma imagem clara seja focada
na retina

Astigmatismo – “distorção do foco – imagem


borrada”

→ Anomalia de refração, em que a córnea ou a


lente possuem uma curvatura irregular.
→ Como resultado, partes da imagem ficam fora
de foco e a visão se apresenta distorcida ou
“borrada
→ Olho de quem possui astigmatismo cria → Essa membrana fibrovascular inicialmente
diversos pontos focais prejudica a drenagem do humor aquoso na
→ Correção→ Em muitos casos, o astigmatismo presença de seio camerular aberto, mas
é acompanhado de miopia ou hipermetropia. posteriormente se contrai, produzindo um
Então, além do grau esférico, que indica a glaucoma secundário de ângulo fechado, que
miopia ou hipermetropia, sua lente irá geralmente é grave e persistente.
requerer um grau adicional que é o grau → Assim, a principal causa de perda visual em
cilíndrico pacientes com aumento de PIO secundário a
GNV é a isquemia do nervo óptico e/ou da
retina

Etiologia→ causa mais comum – retinopatia


diabética, oclusão da veia central da retina e síndrome
ocular isquêmica.

Caso clínico – retinopatia diabética: na maioria dos


pacientes com retinopatia diabética o GNV se
apresenta de forma proliferativa; pct que possuem
essa patologia em um olho apresenta um risco médio
de 33% de desenvolver a doença no olho
contralateral.
Explicar as alterações visuais relatadas no caso:
glaucoma renovascular, catarata, retinopatia
diabética, amaurose, rubeose e HAS;

Glaucoma neovascular

Fonte: diretriz SBG

→ Doença de manejo complexo associado a alto


risco de perda visual.
→ GNV é um glaucoma secundário associado a Catarata
prognóstico reservado, em razão do dano do
nervo óptico causado pela PIO (pressão Definição (CRO)→ Catarata é a denominação dada a
intraocular) elevada e também das qualquer opacidade do cristalino, que não
complicações associadas à doença vascular necessariamente afete a visão.
retiniana de base como aparecimento de → É a maior causa de cegueira tratável nos
vasos anômalos (neo vasos) na superfície da países em desenvolvimento. Segundo a OMS,
íris. Os neo vasos são formados pelos há 45 milhões de cegos no mundo, dos quais
aparecimentos de fatores de crescimento 40% são devidos à catarata.
vascular endotelial (VEGF) provenientes da
retina onde também teremos neo vasos, Podemos classificar as cataratas em:
hemorragia vítrea, edema macular e em
• Congênitas
quadros avançados descolamento de retina
• de aparecimento precoce ou tardio
tipo tracional.
• Adquiridas - incluí todas as demais formas de
→ O GNV está relacionado à isquemia ou falta de
catarata inclusive a relacionada à idade.
oxigenação intensa, difusa e crônica da retina.
• De acordo com a sua localização: pode ser
→ Esses tecidos produzem fatores de
nuclear, cortical ou subcapsular
crescimento na tentativa de revascularizar as
• De acordo com grau de opacidade: que pode
áreas hipóxias que também se difundem no
ser incipiente, madura ou hipermadura.
segmento anterior do olho e desencadeiam a
rubeosis iridis e neovascularização no seio
camerular.
→ Portanto, é opacidade da lente natural do → Retinopatia background ou não
olho, o cristalino, que cursa com borramento proliferativa→as imagens que vemos são
da visão, geralmente de maneira progressiva. respostas cerebrais aos estímulos enviados
→ Inicia-se com pequena diminuição da visão, pela retina. Para que haja qualidade na
que piora gradativamente até causar captação das imagens, a retina e seus
deficiência mais grave. capilares têm que estar íntegros. Na
→ É confundida com pterígio → “pelinha” que retinopatia diabética, os capilares retinianos
recobre a córnea – alteração na conjuntiva se tornam permeáveis e extravasam
→ A catarata pode der observada na pupila que lipoproteínas, que formam os exsudatos
se torna esbranquiçada duros. Alguns vasos adjacentes podem
→ Além de causar diminuição da visão, as apresentar proliferação endotelial e formação
pessoas também podem perceber imagem de micro aneurismas. Nessa fase, ainda pode
dupla, diminuição da definição de cores, ocorrer edema macular que é um importante
mudança frequente no grau dos óculos, causa de perda visual.
dificuldade para a leitura e piora da visão ao → Retinopatia proliferativa→com a progressão
ar livre (claridade do sol). da doença ocorrerá franca obstrução vascular
→ É um processo normal de envelhecimento no e, em resposta à isquemia do tecido, haverá
ser humano. Existem fatores que aumentam a liberação de fatores de crescimento que
predisposição para a doença, tais como desencadearão o processo de
hereditariedade, diabetes, exposição solar, neovascularização. Porém, os novos vasos
doenças oculares, tabagismo e hábito formados têm estrutura frágil, se rompem
alimentares inadequados facilmente, causando hemorragias e são
acompanhados de fibroses que, se ocorrerem
Retinopatia diabética no vítreo, podem levar ao descolamento da
→ A retinopatia diabética é uma das desordens retina. A hemorragia vítrea profusa e o
microvasculares mais comuns causada pelo descolamento da retina, frequentemente,
diabetes mellitus; levam à cegueira.
→ A diabetes mellitus (DM) é uma alteração Amaurose
metabólica caracterizada por hiperglicemia
crônica, cujas complicações são → Também conhecida como Gota Serena
primariamente microvasculares, apesar de → É a perda total da visão, sem lesão no olho em
acometer vasos maiores. si, mas com afecção do nervo óptico ou dos
→ É uma das complicações mais comuns e está centros nervosos, podendo afetar a visão de
presente tanto no diabetes tipo 1 quanto no um ou ambos os olhos.
tipo 2, especialmente em pacientes com longo → Amaurose também ocorre no deslocamento
tempo de doença e mau controle glicêmico da retina, na região da mácula, decorrente de
→ Fisiopatologia→ alterações neovasos originados secundariamente
microvasculares do tecido retiniano que a doença diabética.
estão relacionadas à hiperglicemia Na retinopatia diabética, há três condições que
crônica, que leva a alterações circulatórias causam amaurose:
como a perda do tônus vascular, alteração
do fluxo sanguíneo, aumento da • deslocamento retiniano
permeabilidade vascular e • hemorragia vítrea
consequentemente extravasamentos e • glaucoma agudo
edemas e, por fim, obstrução vascular que
Doenças como a esclerose múltipla também podem
leva à neovascularização, com vasos
gerar amaurose nos pacientes.
frágeis que se rompem, levando a
hemorragias e descolamento da retina. Amaurose fugaz →perda visual transitória, tendo
como fatores de risco pacientes como HAS, DM,
Pode ser classificada em:
tabagismo e hipercolesterolemia; em grande parte
dos casos, a amaurose é resultado de uma oclusão ou de hemorragias subretinianas ocorra a
estenose na circulação da artéria carótida interna. cegueira.

Rubeose Discutir a legislação específica para portadores de


perdas visuais
Também chamada de Rubeosis iridis
Decreto 3.298, de 20/12/1999
→ É a proliferação anterior de neovasos,
alcançando a íris; → Pessoa portadora de deficiência →é aquela
→ Com a RD a retina, pode tornar carente de que apresenta, em caráter permanente, perda
oxigênio (isquemia). A retina isquêmica libera ou anormalidade de uma estrutura ou função
uma variedade de fatores, o mais importante psicológica, fisiológica ou anatômica que gere
dos quais é VEGF. Esses fatores estimulam a incapacidade para o desempenho de
formação de novos vasos sanguíneos atividade, dentro do padrão considerado
(angiogênese). normal.
→ Estes novos vasos, contudo, não têm as → É considerada portadora de deficiência visual
mesmas características que os vasos quando apresenta acuidade visual igual ou
sanguíneos que originalmente formava o menor que 20/200 no melhor olho, após a
olho. melhor correção, ou campo visual inferior a
→ Além disso, novos vasos sanguíneos podem se 20º (tabela de Snellen), ou ocorrência
formar em áreas que não os tinha. simultânea de ambas as situações.
→ Especificamente, novos vasos sanguíneos → Direitos sociais:
podem ser observados na íris. Além dos vasos • proíbe-se qualquer discriminação no tocante a
sanguíneos na íris, eles podem crescer no salário e critérios de admissão do trabalhador
ângulo do olho. Estes vasos sanguíneos em portador de deficiência visual; Postos de
seguida, bloqueiam o fluido que sai do olho e trabalho são assegurados no serviço público
resultam em um aumento na pressão intra- • habilitação e reabilitação das pessoas
ocular→GNV portadoras de deficiência e a promoção de
sua integração à vida comunitária, e a
HAS- retinopatia hipertensiva
garantia de um salário mínimo mensal àquelas
→ O aumento da PA pode levar ao edema do que comprovem não possuir meios de prover
nervo óptico uma vez que esse aumento cursa à própria manutenção ou de tê-la provida por
com edema hemorragia e descolamento da sua família
retina levando ao aumento da pressão
Direitos civis:
intraocular e ao glaucoma secundário.
→ Na retina, a HAS pode conferir alterações nas • Não podem ser admitidos como testemunhas
arteríolas, cursando com hemorragias e os cegos e surdos, quando a ciência do fato
exsudatos uma vez que, o fluxo sanguíneo na que se quer provar dependa dos sentidos que
retina, na coroide e no nervo óptico são lhes faltam;
mantidos por mecanismo de autorregulação
ACESSIBILIDADE
da resistência vascular nas arteríolas
retinianas casos de retinopatia hipertensiva, • Lei 10.098, de 19/12/2000
os aumentos da PA sistêmica dessa forma, • Impõe a possibilidade e condição de alcance
provoca a falha desta autorregulação, para utilização, com segurança e autonomia,
propiciando a formação transudatos dos espaços, mobiliários e equipamentos
retinianos, notadamente em regiões próximas urbanos, das edificações, dos transportes e
às arteríolas. dos sistemas e meios de comunicação, por
→ Assim, a HAS causa danos vasculares e pessoa portadora de deficiência ou com
aumenta o RVP- resistência vascular mobilidade reduzida.
periférica, fazendo com que vários órgãos • determina a eliminação de barreiras e
sejam acometidos, de forma que, na presença obstáculos que, seja nas vias e espaços
públicos, seja nas edificações, seja nos meios
de transporte e de comunicação, limitem o tato, olfato, memória, capacidade motora
acesso, a liberdade de movimento e a etc.);
circulação com segurança das pessoas; • Perda do contato real com o meio ambiente
• Os semáforos para pedestres instalados nas (como se morresse para o mundo das coisas,
vias públicas deverão estar equipados com perdendo assim um importante vínculo com a
mecanismo que emita sinal sonoro suave, realidade);
intermitente e sem • Perda do “campo visual” (olha para algo que
estridência, ou com mecanismo alternativo, não se encontra mais ali – silêncio visual);
que sirva de guia ou orientação para a • Perda das habilidades básicas (capacidade de
travessia de pessoas portadoras de deficiência andar; estando só é observado, e estando
visual, se a intensidade do fluxo de veículos e a com outras pessoas sente-se isolado);
periculosidade da via assim determinarem. • Perda das técnicas da vida diária
Braile • perda da facilidade de comunicação escrita
(livros, jornais, fotografias, não pode ler a
Lei 10.753, de 30/10/2003 (Política Nacional do Livro) própria correspondência, perdendo a reserva
pessoal, e impossibilitado também de assinar
• Essa Lei incumbe o Poder Executivo de
o próprio nome); perda da facilidade da
implementar programas anuais para
comunicação corporal (postura, gestos,
manutenção e atualização do acervo de
mímica e expressões faciais, não pode ver as
bibliotecas públicas, universitárias e escolares,
reações da pessoa com quem fala);
incluídas obras em sistema braile
• perda da visão dos rostos familiares, artes etc;
Isenções fiscais restrições em sua recreação (que poderia
ajudá-lo na superação da crise);
• O portador de deficiência visual goza da
• perda da obscuridade (não passa mais
isenção de dois impostos federais: do Imposto
despercebido na sua rua, por isso muitas
sobre Produtos Industrializados (IPI) na
vezes rejeita a bengala e qualquer objeto que
aquisição de veículo novo, e de Imposto de
possa identificá-lo como cego);
Renda sobre os proventos de aposentadoria
• perda da profissão (perde a capacidade de
ou reforma.
produzir e de sentir-se útil). Perdendo muitas
• Usufrui ainda de desoneração do IPI na
vezes sua segurança financeira, numa fase em
compra de lentes para
que necessita gastar mais com sua
óculos e artigos de prótese ocular.
reabilitação;
Discutir os aspectos psicossociais na perda visual

Pode -se apresentar esses aspectos em fases :

1ª Fase – fase de choque – o paciente apresenta


imobilidade psicológica, descrito como “proteção
emocional anestésica”

2ª fase - a depressão reativa envolvendo sentimentos


e desejos de autopiedade, necessidade de
confidências, pensamentos suicidas e retardamento
psicomotor

Outros aspectos

• Luto pela perda da visão – “dead eyes”.


• Perda da integridade física (o indivíduo sente-
se mutilado, está diferente do que era
anteriormente e diferente dos que o cercam);
• Perda dos sentidos remanescentes (há uma
desorientação inicial, causando diminuição do

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