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INSTITUTO SUPERIOR DE TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES

Tema Sinais e Sistemas Aula-3


Niveis de Sinal. Unidades logarítmicas
• O Dicibel;
• Nivel Absoluto; 50min
• Nivel relativo;
Sumário • O Neper.
Sistemas
• Definição, Representação de um sistema;
50min
• Tipos de sistemas;
• Classificação dos sistemas;
Objectivos Identificar os principais tipos de Sinais e Sistemas

Bibliografia LOURTE, Isabel M. G. Sinais e Sistemas. Editora Escolar

PAS_2022 Doutor Engº VbN 1


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1. Niveis de Sinal. Unidades logarítmicas


O Dicibel.
Nivel Absoluto.
Nivel relativo.
O Neper.

Em telecomunicações se usam de forma generalizada algumas unidades logarítmicas


para indicar níveis de sinal. Estas unidades logarítmicas, que são relativas e
adimensionais, se usam por certas razões de ordem prática:
• Convertem os produtos e cocientes em adições e subtracções.
• Simplificam notações numéricas.

O dicibel
Vamos supor que em um dispositivo, sistema de comunicações ou em um dos blocos
de um sistema de comunicações teremos:
P1 = potência de entrada.
P2 = potencia de saída.

Podemos definir a atenuação A:

P2
A = 10 log
P1 , (dB)

Onde o termo log é a abreviatura da palavra logaritmo e neste caso vamos usa-lo para
representar logaritmos de base 10, que poderia escrever-se log10, mas, por
simplicidade omitiremos o subindice 10. Existem outras bases de logaritmos usadas,
como os de base neperiana que se representam por ln ou loge.
• Quando A é positiva indica ganho do sistema.
• Si A for negativa se denomina de atenuação ou perda.

Se P1 e P2 são duas potencias desenvolvidas sobre a mesma impedância resistiva R,


por duas tensões de valores eficazes, V1 e V2 ou duas correntes de valores eficazes I1
ou I2, se obtêm as seguintes relações dadas em decibeis (dB):

2 2
P2 V /R I R
A = 10 log = 10 log 2 2 = 10 log 22
P1 V1 / R I1 R

V2 I
= 20 log = 20 log 2
V1 I1 dB.
Se comparamos potencias e determinados pontos (1) e (2) do sistema, com diferentes
impedâncias resistivas de valores R1 e R2, teremos:

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2
P
2
V /R V  R1 V R
A = 10 log 2 = 10 log 2 2 2 = 10 log  2  = 20 log 2 + 10 log 1
P1 V1 / R1  V1  R2 V1 R2
, dB
V2 R
A = 20 log + 10 log 1
V1 R2 , dB

Níveis Absolutos
Se x2 é o valor de uma magnitude num ponto e x1 é um valor de referência dessa
magnitude, ambas expressadas nas mesmas unidades físicas, a relação:

x2
L = K log
x1 (dBx)

é denominada nivel absoluto de x2, e se representa com a notação (dBx).

Assim, o dBm se usa muito em telefonia como indicação do nível absoluto de potência,
onde a potência de referência é:
P1 = 1 mW, logo
L (dBm) = 10 log P(mW )

Este nível se aplica muito em transmissões em linha, já que o mW é uma ordem de


magnitude acordada com os valores de potência de sinais manejados nesta aplicação.
A tabela abaixo mostra alguns níveis absolutos utilizados nos sistemas de
telecomunicações.

Níveis absolutos usados em telecomunicações.


Magnitude Referencia. Nivel Absoluto. Expressão
Potencia Eléctrica, P 1 mW L (dBm) L = 10 log P (mW )
Potencia Eléctrica, P 1W L (dBw) L =10 log P (W )
Potencia Eléctrica, P 1 kW L (dBkw) L = 10 log P (kW )
Tensão Eléctrica, V 0.775 V L (dBV) L = 10 log 0.V775( volt )
( volt )

Tensão Eléctrica, V 1 mV L (dBj) L = 20 log V (mV )


Tensão Eléctrica, V 1 V L (dB) L = 20 log V ( V )
Campo Eléctrico, E 1 V/m L (dB) L = 20 log E ( V / m)
Intensidade Sonora, I 10-12 W/m2 NI (dB) NI = 10 log I (W / m2 )
10−12 (W / m2 )

Pressão Acústica, P. 2.10-5 Pa NI (dB) P ( Pa )


NP = 10 log
2.10−5 ( Pa )

A escolha do número 0,775 V como referência para o dBV poderia resultar pouco
familiar, mas explica se da seguinte forma:

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O valor nominal de impedância terminal mais usado em telefonia é 600 . A potência


que desenvolve uma tensão de 0.775 V sobre essa impedância é:

V 2 (0,775) 2 V2
P= = = 1 mW = 10 −3 W
R 600 
calculado
P (mW )
L (dBm) = 10 log
P0 (mW )
Donde
V2 0,7752
P0 = 1 mW = =
R 600
Substituindo na expressão de L (dBm)

V 2 / 600 V
L (dBm) = 10 log 2
= 20 log = 1 dBV
0,775 / 600 0,775

Ou seja, quando se trabalha sobre impedâncias resistivas de 600 , o nível em dBm


coincide numericamente com o nível dbV, e podem medir-se níveis de potencia com
voltímetros em vez de Wattímetros, o que simplifica a medida, já que não é necessário
‘abrir’ o circuito para intercalar o instrumento. Por esta razão, muitos voltímetros têm
una escala auxiliar calibrada em dBm para 600 .

Se a resistência não é de 600  já os valores numéricos de L (dBm) e L (dBV) não


coincidem
V2 /R V 600
L(dBm) = 10 log 2
= 20 log + 10 log
0,775 / 600 0,775 R

Assim, nos casos em que a resistência não seja de 600  mas se conheça a
resistência num ponto (R), pode se ler com um voltímetro o nível em dBV e se obtém o
nível em dBm somando ao anterior, o termo corrector 10 log (600/R).

Exemplo: Para sistemas de transmissão telefónica de 150 ohm, o termo corrector é:

600
= 10 log = 10 log 4 = 6 dB.
150

Se num ponto se tiver lido - 13 dBV, o nível absoluto de potência no dito ponto será -
7 dBm.

Assim, os termos de correcção para os valores de resistência (R) mais frequentes nas
linhas de uso prático são:

Termo de correcção (dB) para passar de 1 (dBV) a L (dBm)


para valores de R usados em telecomunicações:
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R (ohm) 600
10 log (dB)
Correcção:= R
50 10,8
75 9
150 6
300 3
600 0

O nível absoluto de tensão só tem aplicação na medida em que permite determinar o


nível absoluto de potência.

Nível relativo num ponto:

O valor dado pela expressão seguinte


x
L = K log 2
x1 (dBr)
Denomina-se nível relativo do ponto 2 com relação ao ponto 1 e se representa por dBr.
Geralmente os x são potencias, pelo que K = 10
Assim,
P
L = 10 log 2
P1 (dBr)

O nível relativo do ponto de referência é 0 dBr e é comumente chamado de ponto de


nível relativo zero, o qual é definido em todo sistema de transmissão para poder
caracterizá-lo desde o ponto de vista de níveis de sinais.

Outras notações:

Lr (dBr): Nível relativo.


L (dBm0): Expressa o nível do sinal em L dBm o ponto de nível relativo zero.
LA (dBm): Nível absoluto num ponto A.

Demonstra-se que:

LA (dBm) = L (dBm0) + Lr (dBr)

Ou simbolicamente

dBm = dBm0 + dBr

ou seja, o nível absoluto de potência de um sinal num ponto qualquer de um circuito,


expresso em dBm, é igual ao nível absoluto do dito sinal na origem, mais o ganho ou
atenuação que o sinal experimenta entre ambos pontos.

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Outra expressão útil obtêm-se muito facilmente:


P P / 1 mW P P
Lr = = 10 log 2 = 10 log 2 = 10 log 2 − 10 log 1
P1 P1 / 1 mW 1 mW 1 mW
Lr = L2 (dBm) − L1 (dBm)

O Neper (N)
O Neper é a outra medida relativa logarítmica, muito menos usada que o dB.
A vantagem desta medida é que a mesma aparece de forma natural ao se calcular a
atenuação de propagação por unidade de comprimento nas linhas de transmissão.

Como se verá, a mesma equivale simplesmente à um mudança de escala com relação


à medida dada em dB, que resulta de usar outra base nos logaritmos, neste caso
Neperianos ou de base ‘e’.

Por definição:

V2 1 P
A = ln Neper ( N ), A= ln 2 Neper ( N )
V1 ou 2 P1

(Supondo resistências iguais nos pontos 1 e 2 )

Como
V 
log  2 
V   V1 
ln  2  =
 V1  log e

V  V  V 
20 log  2  = (20 log e ) ln  2  = 8,7 ln  2 
 V1   V1   V1 

donde se deduz que:

A (dB) = 8,7 A (N)

Logo, se A (N) = 1 N neste caso, A (dB) = 8,7 dB

E
1 N =8,7 dB ó 1 dB = 0,115 N.

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2. Sistemas
Um sistema é uma combinação ou interconexão de elementos que actuam em conjunto
a fim de atingir um dado objectivo.

Exemplos
• Um circuito eléctrico contendo resistências, condensadores, bobinas, etc.
• Um motor de automóvel;

O comportamento de um elemento dentro de um sistema é especificado através da sua


relação de transformação entrada / saída. Deste ponto resulta que um sistema pode
ter:
• Uma entrada e uma só saída:

• Múltiplas entradas e múltiplas saídas:

Um sinal de entrada é uma causa e um sinal de saída é um efeito provocado pelo sinal
de entrada, portanto a relação entrada / saída, exprime o comportamento causa / efeito
de um elemento.

Exemplo
Uma tensão U aplicada aos terminais de uma resistência R (resistor) produz um fluxo
U
de corrente I , portanto entrada / saída do sistema será dada por I =
R

As relações entrada / saída para cada elemento providenciam um meio e especificar as


interligações entre os elementos. Quando se ligam diversos blocos que constituem um
sistema, as entradas de alguns elementos são as saídas de outros blocos.

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Uma forma de representar as interligações entre diversos blocos (subsistemas) que


compõe um dado sistema é o diagrama de blocos desse sistema. Este indica o fluxo
dos sinais no interior do sistema global portanto um diagrama de blocos tem como
elementos básicos:
• Blocos;
• Ramos;
• Pontos de derivação ou nós;
• Pontos de soma.

Definem-se três tipos de ligações básicas:


a) Ligação série ou em cascata - o sinal de saída do primeiro sistema é o que
se apresenta a entrada do segundo sistema.

b) Ligação paralela - o sinal de entrada de cada subsistema é o mesmo sendo


o sinal de saída do sistema global, o resultado da soma dos sinais de saída
de cada um dos subsistemas.

c) Forma canónica de ré – alimentação - o sinal de saída do sistema global


depende não só do sinal de entrada mas também do próprio sinal de saída.

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1.1. Tipos de sistemas


Os sistemas podem ser contínuos no tempo ou discretos no tempo.
Um sistema contínuo ou discreto é aquele que transforma sinais de entrada contínuos
ou discretos em sinais de saída contínuos ou discretos.

Exemplo
Um microfone transforma um sinal de fala (sinal contínuo) num sinal eléctrico.

Os sistemas quanto amplitude podem ser analógicos ou digitais.


• São analógicos, quando não há quantificação do nível do sinal.
• Digitais, quando há quantificação dos sinais de entrada.

1.2. Classificação de sistemas

a) Quanto a variação no tempo os sistemas podem ser:

• Fixos ou invariantes - são aqueles cujos parâmetros são fixos no


tempo, isto é sobre o mesmo conjunto de parâmetros de entrada o
sistema observa a mesma reacção.

x(t )  H = y(t ) x(n )  H = y(n )


ou
x(t + t 0 ) H = y(t + t 0 ) x(n + n0 )  H = y(n + n0 )

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• Variantes - são aqueles cujos parâmetros variam no tempo.

x(t )  H = y (t + t 0 ) ou x(n )  H = y (n + n0 )

b) Sistemas instantâneos e dinâmicos:

• Instantâneos - são aqueles que têm uma relação momentânea, isto é


aqueles cujo vector de saída depende somente do vector de entrada.

y(t ) = f x(t )

• Dinâmicos - são aqueles cujo vector de saída depende não só do


vector de entrada como também de um instante de tempo não definido.

c) Sistemas lineares e não lineares:

• Sistemas lineares são aqueles que satisfazem o princípio de


sobreposição, isto é a relação do sistema para um conjunto de vectores
de entrada e de saída é definido como sendo, somatório dos sinais de
entrada deve ser igual ao somatório dos de saída.

n n

 xi =  yi
i =1 i =1

d) Sistemas concentrados ou distribuídos:

• Concentrados são aqueles cujos parâmetros estão concentrados num


único ponto.

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• Sistemas distribuídos são aqueles que apresentam parâmetros


distribuídos ao longo do sistema.

1.3. Propriedades básicas dos sistemas

a) Invertibilidade e sistemas inversos


Um sistema diz-se invertível quando sinais de entrada distintos conduzem a
sinais de saída distintos, isto é um sistema é invertível quando por
observação de sua saída é possível determinar o sinal à sua entrada. Ao
sistema que permite reproduzir a entrada do sistema original a partir da sua
saída chama-se sistema inverso.

Exemplo
Um sistema contínuo cuja relação entrada / saída é dada por y(t ) = 2  x(t ) , em
que y (t ) representa o sinal de saída e x(t ) o sinal de entrada. O sinal de
entrada é invertível sendo o sistema descrito pela relação entrada / saída
z (t ) =  y (t ) .
1
2

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b) Causalidade
Um sistema causal (não antecipatório) é aquele para o qual o sinal de saída
depende apenas do presente ou do passado do sinal de entrada.

c) Invariância no tempo:
A noção de invariância no tempo está intimamente relacionada ao facto de
que as características de um sistema não variam com o tempo.

Um sistema diz-se invariante no tempo quando numa translação no tempo do


sinal de entrada conduz a mesma translação do tempo do sinal de saída.

x(t )  H = y(t ) x(n )  H = y(n )


ou
x(t + t 0 ) H = y(t + t 0 ) x(n + n0 )  H = y(n + n0 )

d) Linearidade
• Sistemas lineares são aqueles que satisfazem os princípios adictividade
e homogeneidade:
i. Homogeneidade - quando sistema é submetido a uma entrada
ax(t ) , onde a é um número real, o sistema fornece como
resposta uma saída do tipo ay(t ) .
Se:

Entao

ii. Adictividade – se o sistema é submetido a uma entrada


x1 (t ) + x2 (t ) ou x1 (n) + x2 (n) , este deve fornecer como resposta
uma saída do tipo y1 (t ) + y2 (t ) ou y1 (n) + y2 (n) ;
Se:

ou
e

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ou
Então:

ou

Um sistema é dito linear se ele atende o princípio da linearidade


E
(homogeneidade e adictividade). Caso contrário é dito não-linear.

Exemplo
Verifique se o sistema H = t 2 é linear.

Vamos aplicar ao sistema uma entrada x1 (t ) . Assim a saída do sistema será:


y1 (t ) = t 2 x1 (t )

E se a entrada for x2 (t ) , a saída será:


y 2 (t ) = t 2 x2 (t )

Para uma entrada k1 x1 (t ) + k2 x2 (t ) , a saída do sistema será:


y = t 2 k1 x1 (t ) + k 2 x2 (t ) = t 2 k1 x1 (t ) + t 2 k 2 x2 (t )

Portanto, o sistema é linear


e) Estabilidade
Um sistema diz-se estável de entrada limitada, saída limitada, quando
qualquer entrada limitada dá origem a uma saída também limitada.

1.4. Sistemas lineares e invariantes no tempo


Seja dado um sistema com entrada x(t ) e saída y (t ) . Se:
x(t ) = a  x1 (t ) + b  x2 (t ) , y1 (t ) é a resposta a x1 (t ) e y2 (t ) é a resposta a x2 (t ) , então:

y(t ) = a  y1 (t ) + b  y2 (t )

Portanto o sistema obedece o princípio de homogeneidade e de adictividade, dai que o


sistema é linear.

Se y (t ) é a resposta a x(t ) e que o sistema é invariante no tempo, então:


y(t − t 0 ) é a resposta a x(t − t0 )

Exemplo:

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Considere um slit para o qual a resposta ao sinal x(t ) é y (t ) . Encontre as respostas do


sistema aos sinais x1 (t ) e x2 (t ) :

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