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= GENERO E SOCIEDADE NAS RELACOES SOCIAIS Renato Veloso Vanessa Bezerra ReSuya Eiteadose que optneco ath rete coidane ‘este a setae. a gue cbeeoramene € 4 ‘uaprotlmatingiotoroe-se ibs ara asdier- 1 formas iteevn osetia. Oat de oént= ‘Fer uneet ebmentsconstintivsdet ages ALAVRAS-CHAVE: neo ater slags soca stl secat me 1a = Jaretea suo de 208 UMA BREVE INTRODUGAO A DIMENSAO OE GENERO ‘oti nok edocaa demande de avetinento no uetangesoseucsadoeseuenternesto Oque & prcfonde nese 1606 apontiecomotstacate Bora pole Ser ti pars a eee sobre as rele: ‘itz sodale. p05. ‘cenesio BANOS QUE As RELAGOES SOCIAS So constitufdas por vérias dimenstes © caforas, englobendo processos que, sem prescindir das relagbes e mediagbes de classe social, nfio podem ser exclusivamente a elas reduzidas (o que nao signifi- cq, também, que estas tenhham perdido seu Potencial explicativo dus varias pto- cessualidades existentes em nossa formaGio Soctl). Ocorre que a8 Felasbes Soci ais sip compostas pot uma pluralidade de processos e fenémenos socials nos quais dimnensig de ganero encontra um lugar televante, © objetivo deste artigo @ apresentat, de maneita introdutéria, o debate sobre a importincia da eatego- ria “gGnero” para a comPTeensio das relagbes socials. Iso nfo significa, om hi- pétese alguma, propor uma andlise das relagées sociais exclusivamente pelo eixo Go Beneto. Antes, o qué se busea ¢ apresentar seu potencial analitico, a ser ati- cculado as outras categorias socais bésioas que auxiliam a adequada compreen- siio das relagGes sotias. Para tanto, tamamos por referéncia um pequeno grupo de antores(as) que tem se dedicado & problematizagio deste fenémeno, € que, ‘no nosso entendimenta, apresentam, em seu conjunto, conteddos importantes pata uma apzeensio bisica eintrodutbria do fendmeno. Desta forma, foge aos cbjetivos deste texto apresentar uma abordagem inovadora ou ainda uma revi- ‘io de maior folego da literatura atual sobre o tema das relagbes de género. An- tes, optamos por oferecer ao(a)letor(a) uma breve exposigao dos pontos princi- pais que fundamentam o debate, salientando sua importncia para a critica das relagies socias. ‘Temos, portanio, em vista, oferecer alguns elementos para uma apropriaglo basica da problematiea das relagoes de género, enfatizando algumas expresses: do debate tedrico a Seu respeito, notadamente aquelas que se referem ao género como um fenémeno sociale histérico, consituinte das relagZes sociais ¢ em am pla articulagio com o desenvolvimento ¢ reprodugio: da sociedade. Entendemos {9920 género como uma “categoria”, pois expressa “modos de ser”, ou sea, ex~ ‘pressa o pao de organizacio de determinada sociedade, ou, se assim se prefe- tir, do"ser socal’. A partir deste entendimento, 6 possivel inferir que as rlagBes de género sfo parte da estrutura eda organizacio da sociedade, tendo conseqién- 107 i ae ipa da reprodi ue Sociedade, sendo, em divetsas vezes, utilizado para a turalizacio" de diversos fenémenos sociais, Justificagao ow ELAGOES DE GENERO: uwa BREVE INTRCDUCAD Cabe, de inicio, apresentar algumas caract ‘tais inteligivel 9 seu significac imeira 7ace Ges degénero. Em segundo lugar, falarem géncro significa pens Teena Weessos que, "arr slis paroftodeque ad epee ce mene mulher, medias elo gtr cede manera dst een recer os primeiros, Isso significa que a te iiseonai ss ‘as relages de género sao uma constru- fossa ocean sont drmiser ences Se \cia de se perceber i ia ean : A rigs saci dm determina par relies de gterorethc ncn de qu sestommas dog Sociais, também o sao as. i eae pad io ae = "do as suas possibilidades de transformagio, ou seja, nao. i Se ek nos ds sis psa sient ds dager omens Iheres seja encontrada no. ‘plano dos fatores nat Hersamento ms comenader oa Essas caracteristicas de Steristieasdemonstram ocaréer socal eistrie do género, apre- ato que nem 0 tribuigéo teérica dos feminismos analisaro rigor teérico empregado na 108 i : : e ‘ : ximidade com o movimento, teve, em termos gerais, uma dupla motivagio: “reestruturar a tradigao das Cincias Socias, terando eonceitose metodologias consagradas, formalar um projeto de emancipagio das mulheres’ (Sorj 1992: 16). Eno bojo deste processo que se esta a categoria género, que, de acoro com | Louro, “ests liga detamente a histéria do movimento feminista contempora- | neo” (Louro 1997: 14). ‘eater ier inmodurao debate edn norte amerano a | década de setenta, enquanto que no Brasil, data da virada da década de noventa 0 \ aparecimento de etuidassobreo tema (Almelda 1997). Quand ta categoria pass | ser ultilizada nos metas académicos ela disputa espago com 05 chamados “estu- dos sobre muthet”, que, Segundo Louro (1996), etam tributérigs dos movimentos sociais dos anos 60 € 70, Considerados como uma resultante da “segunda onda” | do feminismo. As iniciadoras deste trabalho de reflexZo € de producio académica ‘como agente social € histarico, como Suj visivel aquela qué fora ocultada” (Louro 1997: 17) ‘Senum primeiro momento as produgdes acacémicas se detinham basicamente Sobre a deniicia da opress0, portando, desta forma, um earater mais deserit do que propriamente analitico, aos Poutos foram Sendo exigidas explicagbes mal contundentes, ao invés de deserigdes, ainda que minutiosas, sobre as vidas f nas. As tentativas de ensaiar explicagées € articulagdes com of grandes quadros ricos fol se tarmando cada vez mais recorrente, Sendo produidas andlises con sistentes no campo de varias disciplinas, como a Sociologia, a Historia, a Literatu ra, a Edueagio ete. (Louro 1996: 9). ‘No entanto, as polémicas envolvendo a eategoria género foram muitas. A re-| sisténcia presente em algumas feministas consistia, da acordo com Louzo (op. " Um dos spectospersbidos por Scot (1995), em sua reflex sabe a categoria glnero,fol0 ‘atétertransforrmdor desta extegri,stuando-o np apenas na esfara especifica das reli- es entre homens e mulheres, mas também articlando- & produgio de conhecimentos De corde com a autora um das principsis poms levantados peas feminists €0 de quea pesquisa sobre as mulheres trnsformaria fundanentalmente os paradigmas no interior de ‘ada dissiplina” (0, mpondo um “reavalago erties das premissa ¢eitrios do taba- ho cientitzoexistente” (02). FfefD € SOIEDARE Ranato Veloso e Vonese Beerre 109 nim” idem), o que ia de encontro com o abjetivos dos “est | ther que crajustamente dar vsibilidade as mulheres. Como se sabe, gé ‘made numa acepgio relacional,refere-se aos processos de formagio da ma nidae e da feminilidade, o que significa dizer que a atenglo nio se volta ex ‘vamente para a mulher em i, mas sim para as rlagSes sociais nas quis ¢ mulheres estioinseridos.O outro ponto polémico diz respeito a fato de que “na gua inglesa a palavra gender trazi j dicionarizado ura sentido relacionado b | difereng sexual (.)enquanto que na lingua portuguesa 0 dicionério ni tras esea | 222pedo" (Louro 1996: 9) As feministas norte-amerieanas optaram por utilizar {ero género para enfatizar o carter social da apropriagdo e hierarquizagio das

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