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Psic. Social e Da Comun, Jor
Psic. Social e Da Comun, Jor
Maputo, 2022
1
Psicologia Hoje
O Conceito de Psicologia
Linguagem e Pensamento
Funções da Linguagem
Definição da Comunicação
Comunicação e Cultura
Comportamento Social
2
O Comportamento Social do Individuo
Mudanças de Atitudes
Definição de Atitudes
Mudanças de Comportamento
Propaganda e Comunicação
Tipos de Comunicação
Publicidade
Comportamento do Grupo
Bibliografia
3
APRESENTAÇÃO
4
I. Psicologia como Ciência do Comportamento
1. Algumas palavras de advertência
“Psicologia” é uma palavra que tem, para o leigo, um sentido bem pouco
definido. Ela pode sugerir muitas coisas para uma mesma pessoa e também
coisas diferentes para pessoas diferentes.
Não se trata, pois, de uma colecção de “palpites” sobre o ser humano, sua
conduta e seus processos mentais.
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Outro problema se acrescenta: muitos pseudopsicólogos escrevem livros, dão
conferências, atuam em “clínicas”, montam “testes” em revistas populares e,
assim, contribuem bastante para fornecer uma falsa imagem da Psicologia e
podem até vir a ser altamente prejudiciais, tanto por iludirem os incautos como
por desmoralizarem a ciência.
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1.1. Desenvolvimento Histórico da Psicologia
Tales de Mileto, um filósofo grego do século VI aC, tem sido apontado como
quem, primeiro, procurou explicar os eventos naturais em função de outros
eventos naturais.
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Sócrates (470-395 aC) e Platão (427-347 aC), os dois grandes filósofos gregos,
com seus ensinamentos, fizeram com que despertasse o interesse pela natureza
do homem, o que trouxe ao centro do questionamento filosófico da época
inúmeras questões psicológicas.
Não existe aqui, ainda, a intenção de explicação científica, tal como hoje a
concebe, mas, sim, a de uma explicação moralista, ética.
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1.1.1. Principais Posições Actuais em Psicologia
Behaviorismo
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Coerente com a ênfase dada à aprendizagem, atribuiu-se papel primordial ao
ambiente na formação da personalidade, em contraste com a quase descrença
na influência da hereditariedade. A aprendizagem é a responsável principal,
inclusive, pelas mudanças observáveis no comportamento com o aumento da
idade. A noção de instinto foi abandonada.
Hoje, o “behaviorismo clássico” não existe mais, porém é possível afirmar que
grande parte, se não a maior, da Psicologia americana tem orientação
behaviorista, O próprio conceito de Psicologia como “ciência do
comportamento”, amplamente aceito, parece indicar isto. O behaviorismo
propõe uma Psicologia basicamente experimental, e os temas da aprendizagem
e da motivação devem a ele o seu grande desenvolvimento.
Gestalt
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“registador” passivo dos estímulos do ambiente. Opunha-se também à
decomposição feita pelos estruturalistas dos fenómenos mentais em elementos
simples e àquela feita pelos behavioristas, do comportamento complexo em
pequenas unidades de reflexos ou respostas. Estas decomposições, afirmavam
eles, destituíam de sentido o fenómeno estudado.
Psicanálise
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desenvolvimento inicial bastante independente da Psicologia como tal. Freud
desenvolveu a sua teoria numa época em que a Psicologia se preocupava com a
experiência consciente, estudada pela introspecção.
Humanismo
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O homem tem características próprias, é singular e complexo e, por isso, não
pode ser investigado com os mesmos procedimentos aplicados ao estudo de
ratos ou outros animais em laboratórios. Advoga o estudo de processos mentais
tipicamente humanos, como: pensar, sentir, etc., apesar de não serem
directamente observáveis.
Outro autor, Bleger (1979), também sugere uma distinção entre o que chama
de áreas da conduta. Um tipo de conduta se daria na área dos fenómenos
mentais, tais como raciocinar, planificar, imaginar, etc.; outra área seria a do
corpo, onde estariam incluídos os movimentos como caminhar, falar, chorar e
também as modificações orgânicas internas; e, finalmente, a área do mundo
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externo onde estariam as acções do organismo que produzem efeitos sobre o
meio social, meio físico ou sobre si mesmo. Seriam exemplos: esbofetear
alguém, conduzir automóvel, vestir-se.
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conclusões deverão ser baseadas em dados passíveis de mensuração, que as
tornem independentes de inclinações pessoais ou tendenciosidades por parte de
quem investiga.
Apenas o que alguém faz, isto é, o seu comportamento, pode ser medido
objectivamente, mas isto não significa que sentimentos, pensamentos e outros
fenómenos deixem de existir ou de ser estudados por não serem observáveis.
Eles são inferidos através do comportamento. A partir da conduta das pessoas é
que se inferem motivos como a fome, a necessidade de prestígio; estados
emocionais como o medo, a frustração; atribui-se-lhe certas capacidades como
níveis de inteligência e certas características como a introversão.
A Psicologia estuda tudo isso e muito mais, mas, como pretende ser uma
ciência, baseia suas conclusões em dados objectivos, e estes só podem vir do
comportamento. Assim, como toda a ciência, a Psicologia usa métodos
científicos rigorosos e também como qualquer outra ciência, procura entender,
predizer e controlar os fenómenos que estuda, neste caso, os comportamentos.
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Dentre os seres vivos, é sem dúvida o homem que apresenta o comportamento
mais variado e complexo. Por isso, e também porque é mais difícil estudar um
objecto que somos nós mesmos, o objectivo de compreender o comportamento,
não é nada fácil de ser alcançado. Os psicólogos admitem que ainda não
conhecem todas as respostas dos problemas relacionados ao comportamento
humano. Apesar disto, não desejam apenas compreender, mas também predizer
os fenómenos. Se já estiverem estabelecidas as condições sob as quais um
determinado evento ocorre, é possível antecipar que ele ocorrerá se tais
condições estiverem presentes.
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o desejo de utilizar as descobertas nas situações da vida cotidiana deu origem à
psicologia “aplicada”.
A distinção que se costuma fazer entre ciência “pura” e “aplicada” é dizer que
a primeira busca o conhecimento desinteressado, sem vistas à sua aplicação, e
que a segunda investiga os temas com o objectivo antecipado de usá-lo em
alguma área de actividade humana.
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também, por buscar a compreensão do comportamento animal em si; a
Psicologia Social, que investiga todas as situações, e suas variáveis, em que a
conduta humana é influenciada e influencia a de outras pessoas e grupos; a
Psicologia Diferencial, que busca estabelecer as diferenças entre os indivíduos
em termos de idade, classe social, raças, capacidades, sexo, etc., suas causas é
efeitos sobre o comportamento, além de procurar criar e aperfeiçoar técnicas
de mensuração das variáveis consideradas; a Psicopatologia, que é o ramo da
Psicologia interessado no comportamento anormal, como: as neuroses e
psicoses; a Psicologia da Personalidade, que é a denominação da área que
busca a integração ampla e compreensiva dos dados obtidos por todos os
sectores da investigação psicológica.
Alguns dos principais ramos da Psicologia aplicada serão descritos
brevemente, a seguir, para que o estudante tenha uma visão inicial da
amplitude e utilidade desta ciência.
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Além disso, os conhecimentos psicológicos sobre relações humanas na
empresa, no comércio, as descobertas sobre a psicologia do consumidor, sobre
liderança e dinâmica de grupo e outros têm também contribuído grandemente
para estas finalidades.
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1.3.1. Profissionais em Psicologia
Sem dúvida, o principal deles é o psicólogo, que pode actuar em áreas diversas,
como sugere a lista de subcampos e aplicações da Psicologia.
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aquelas que investigam as actividades sociais dos indivíduos como as da
Psicologia Social, Educacional, do Trabalho.
Para concluir este capítulo, que procurou mostrar em linhas gerais o que é a
Psicologia contemporânea, repete-se, com Marx e Hillix (1974) que “a
Psicologia de hoje nega-se a ser limitada a um estreito objecto de estudo por
definições formais ou prescrições sistemáticas”. BRAGHIROLLI e Elaine
Maria, (2002).
QUESTÕES
II
2. Linguagem e Pensamento
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linguagem e objectos de forma simultânea, logo em seguida esse se modifica
devido à linguagem que sofre algumas influências de outras aquisições.
Fala e actividade linguistica que se realiza por meio de sons produzidos pelo
aparelho fonador humano a fim de veicular significados.
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Não se pode perder de vista, ao falar da linguagem na constituição da autoria
do pensamento, que estas podem atender a diversas funções, em especial a
linguagem verbal, oral ou escrita. A função mais comum da linguagem é
a referencial, que visa uma comunicação o mais possível exacta e despida de
ambiguidade. A função fática visa o contacto entre os seres humanos, seu
objectivo é diminuir o nível de ameaça diante da presença de outro ser humano
e manifesta-se através das fórmulas de cortesia comuns no dia-a-dia da
convivência social. Mas, a linguagem também pode servir à função emotiva,
centrada na expressão da emoção da fonte da mensagem. A
função conectiva ou imperativa visa persuadir o receptor e influir no seu
comportamento. Finalmente, cabe mencionar a função estética, que no caso da
linguagem verbal pode ser chamada de função poética, e a
função metalinguística, que permite a elaboração do discurso a respeito da
própria linguagem.
A função poética (no caso da linguagem escrita) ou função estética (no caso
das demais linguagens) está centrada na própria mensagem, no tratamento
desta e no uso inusitado do código. Ela tem como uma de suas características a
multivocidade do sentido.
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constitui a conotação enquanto o tal é o fato de que ela se instituiu
parasitariamente". (Eco, 1991b, p.46)
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comenta outro texto, dicionários que usam da língua para explicar e falar dela
mesma. Geralmente é utilizada em análises e críticas literárias diversas, em
filmes, linguagem teatral, musical e em textos científicos (citações,
referências).
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2.1.1.1. A Linguagem como Determinante do Pensamento
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"Somente uma pequena parte das experiências humanas são retidas na consciência. As
experiências que ficam assim retidas são sedimentadas, isto é, consolidam-se na lembrança
como entidades reconhecíveis e capazes de serem lembradas. Se não houvesse essa
sedimentação o indivíduo não poderia dar sentido à sua biografia. A sedimentação
intersubjectiva também ocorre quando vários indivíduos participam de uma biografia
comum, cujas experiências se incorporam em um acervo comum de conhecimento. A
sedimentação intersubjectiva só pode ser verdadeiramente chamada social quando se
objectivou em um sistema de sinais desta ou daquela espécie, isto é, quando surge a
possibilidade de repetir-se a objectivação das experiências compartilhadas. Só então
provavelmente estas experiências serão transmitidas de uma geração à seguinte e de uma
colectividade à outra." (Berger, Luckmann, 1976. pp. 95-96).
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formas, as funções, os espaços e tempos necessários à sua sobrevivência.
(Blikstein, 1983, p. 60).
“Bakhtin sugere, assim, que a distorção que o sujeito opera na compreensão da realidade
não pode ser explicada exclusivamente pela história individual de um psiquismo, como
pretende a psicanálise e busca as conexões esclarecedoras da verdade do sujeito nos
sistemas ideológicos sedimentados no contexto social e que este se encontra submetido”
(Souza, 1997, p. 62).
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Mesmo quando se trata da manifestação artística como um caminho
terapêutico, existe uma influência do meio cultural. Os afectos que se
manifestam através do fazer artístico de crianças e adultos em situação de arte-
terapia não estão totalmente desvinculados da influência do seu meio cultural.
Assim como a linguagem (que só existe numa determinada cultura e grupo
social) possibilita, limita e conduz o pensamento, também o código simbólico
iconográfico é influenciado pela cultura.
Tudo está por fazer, porque o ser humano em sua complexidade é ainda para
nós um mistério. A contribuição da Semiótica, em estudos interdisciplinares
com a Psicopedagogia poderá ajudar a levantar um pouco mais a ponta desse
véu, desvelando aspectos inesperados da cognição e da afectividade.
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objecto desse comportamento. Sendo assim, a linguagem tanto expresso o
pensamento da criança, quanto age como organizadora desse pensamento.
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2.1.3. Importância da linguagem
Tendo em vista a função social da linguagem que, por meio dos signos,
estabelece a comunicação e viabiliza o ato de interacção entre os homens, faz-
se necessário que os professores tenham conhecimentos sobre seu
desenvolvimento e sua relação com o pensamento a fim de organizarem o
trabalho educativo. A linguagem verbal é instrumento que opera o pensamento
e desempenha papel fundamental no processo do desenvolvimento humano, o
qual começa no seio da família e se estende para outros espaços sociais, como
a escola. É a educação formal que viabiliza as condições socioeducativas
necessárias para a realização da apropriação dos conhecimentos historicamente
produzidos pela humanidade, entre eles, os conceitos científicos. O professor
usa a linguagem para ensinar, o aluno aprende por meio da linguagem e o
pensamento se materializa nas palavras, sejam elas ditas ou escritas. Assim, a
linguagem, em suas modalidades oral e escrita é o elemento central do
desenvolvimento da consciência humana e da relação entre o homem e o
mundo que o circunda.
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O PEA é concebido como um processo global de relação interpessoal, e que
para desenvolver de forma efectiva esta ralação é indispensável a comunicação
que só é possível graças à linguagem.
2. 2. Linguagem e Comunicação
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Coloca o ser humano em sintonia com a família, amigos, com o mundo
em redor;
É um instrumento que serve para informar, dar ordens, suplicar,
prometer, maldizer, persuadir, enganar, rezar, meditar;
Ajuda a pensar, sonhar, criar, calcular.
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alguma maneira é traduzido numa oração e expressado através de sons.
Compreender parte da audição de sons, atrelar significado a estes sons na
forma de palavras que consistem na criação de uma oração para posteriormente
extrairmos significados dela. Ambos aspectos compõem o processo de
aquisição da linguagem e apresentam os níveis da sintaxe, da semântica e da
fonologia, que envolvem, respectivamente, as unidades de oração, a
transmissão de significados e os sons da fala.
Contudo, é importante salientar que a linguagem não consiste apenas na
comunicação e transmissão de ideias pelas palavras, que são cruciais no
desenvolvimento cognitivo, mas também na comunicação não-verbal, isto é,
em gestos e as acções, movimentos que expressam emoções sociais.
A linguagem é o que permite ao homem a comunicação com outros e também
é a forma de elaborar seus pensamentos, idéias, fazer planeamentos, entre
tantas outras funções. A linguagem é um instrumento de comunicação e de
conhecimento, é social e individual e nasce da necessidade que temos de nos
comunicar. Na psicologia se torna fundamental observar a comunicação verbal
e a não-verbal que nos dá outras informações a respeito do que esta
acontecendo com o paciente.
a) Tipos de linguagem
Linguagem verbal é aquela que faz uso das palavras para comunicar algo,
expressas oralmente ou através da escrita.
Linguagem não-verbal é aquela que utiliza outros métodos de comunicação,
que não são as palavras. Dentre elas estão a linguagem de sinais, as placas,
sinais de transito, a linguagem corporal, uma figura, a expressão facial, (gestos,
mímica, atitudes, objectos); sinais sonoros e sinais tácteis.
b) Características da linguagem
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Linguagem pode se referir tanto a capacidade especificamente humana
para aquisição e utilização de sistemas complexos de comunicação,
quando a uma instância específica de um sistema de comunicação
complexo;
Universalidade ou seja, é uma faculdade humana universal;
Função de comunicação entre os membros de uma determinada
comunidade social;
Carácter abstracto, a linguagem é uma abstracção, pois consiste numa
operação mental através da qual os seres humanos se comunicam entre si
e promovem a análise do real.
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(objecto, acontecimento) por meio de um significante diferenciado que só
servirá para essa representação: linguagem, gesto simbólico, imagem mental.
O principal progresso desse período em relação ao sensório-motor é o
desenvolvimento da capacidade simbólica. Nesta fase a criança já não depende
unicamente das suas sensações, de seus movimentos, mas já distingue um
significador (imagem, palavra ou símbolo) daquilo que ele significa (objecto,
ausente), o significado.
Nesse período caracteriza-se com o aparecimento da linguagem, a criança vai
ter contacto com as outras crianças. Exemplos: na escola, onde vai permitir o
desenvolvimento da inteligência e do pensamento. A criança cria imagem do
objecto que lhe traga prazer. Quando ela entra dentro da coisa e imagina que é
carro.
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Desequilíbrio, o período pré-operacional é um estágio em que há um
desequilíbrio, e as acomodações predominam marcadamente sobre as
assimilações. Irreversibilidade, refere-se a incapacidade da criança entender
que certos fenómenos são reversíveis, isto é, que quando fazemos uma
transformação, podemos também desfaze-la e reinstaurar o estado original.
Raciocino transidutivo, a criança usa um tipo de raciocínio que Piaget chama
de transdutivo, isto é, ela chega as conclusões partindo do particular e
chegando ao particular, enquanto que o adolescente ou adulto usa o raciocínio
dedutivo (do geral para o particular) ou indutivo (do particular para o geral).
Contribuição de Piaget
A base da inteligência e para o exercício da actividade da função simbólica, o
período do estágio sensório-motor é de suma importância visto que nesse
momento um indivíduo executa acções sobre o meio que traduzem motivo em
necessidade, a qual é expressa através de novas acções num constante processo
de reajustamento e equilibração que se torna cada vez mais complexo. Isso é o
que vai possibilitar o aparecimento da linguagem e tornar as estruturas de
pensamento cada vez mais refinadas.
Contribuição de Vygotsky
Ainda que tenha feito claras críticas às construções de Piaget acerca do
processo em análise nesse trabalho, sobretudo no que concerne ao método de
investigação, também aponta a importância das acções no curso do
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desenvolvimento da linguagem, porque, segundo ele, o uso de instrumentos
(acção, percepção tátil e visual) está directamente relacionado (ou
condicionado) ao funcionamento da fala, os quais se associam e dão origem a
novos e complexos comportamentos.
Contribuição de Maturana
A aquisição e desenvolvimento da linguagem ocorrem através da actividade
recursiva ( repeticao) e consensual entre integrantes de comunidades que
mantém um histórico recorrente de interacções, nas quais têm origem
referentes, significados, a capacidade de fazer distinções, a cognição. Em
outros termos, são as actividades colectivas com que um indivíduo se envolve
que os possibilita adquirir e desenvolver linguagem por meio de gestos, sons e
coordenações consensuais de acções, que por sua vez, se passam a ser
recorrentes e recursivas, viabilizam a existência dos processos e eventos
mentais.
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Quando a criança começa a desenvolver a linguagem, ela aprende a falar sem obter
símbolos, transformando-se no interior do ambiente de convivência constituído por suas
interacções com os cuidadores (a mãe e o pai) e com os demais adultos e crianças que
compõem seu mundo. Este ambiente de convivência culmina numa história que promove
mudanças no corpo da criança, seguindo um percurso contingente com esta história. É
interessante salientar que a emoção além da ênfase dada à linguagem, nesta perspectiva, é
destacada porque a realização humana acontece pela emoção. Essa emoção é demonstrada
pelo bem-estar do indivíduo em conversar com outro, o que faz com que a emoção esteja
entrelaçada com a linguagem. (COSTAS, 2002).
Desta forma, diante do que foi exposto nessa breve discussão das perspectivas
de cada autor, é interessante considerar e enfatizar que para Piaget, Vygotsky e
Maturana as acções possuem papel essencial para aquisição e desenvolvimento
da linguagem, sobretudo por elas constituírem-se fundamentalmente por
emoções e afectividade decorrentes ou proporcionadas pelas e desde as
primeiras interacções e experiências de um indivíduo com outros indivíduos
(geralmente por seus cuidadores) e com o mundo em que vive ao longo de todo
seu desenvolvimento, já que é pela emoção (identificada em si mesmo, em
outros indivíduos e até em animais), que o homem constrói sua história, a qual
promove mudanças no próprio corpo e no curso das acções desempenhadas, e
cuja expressão se dá na e através da linguagem, o recurso psíquico tipicamente
humano por meio do qual as experiências das relações estabelecidas são
organizadas.
Referências
45
COSTAS. F, et al, o processo de construção da linguagem a partir dos aportes de Piaget e
Maturana, centro de Educação, santa, 2002.
III
46
processo comunicativo se realiza, também chamados de componentes da
comunicação. Portanto, a comunicação humana é um processo que envolve a
troca de informações, e utiliza os sistemas simbólicos como suporte para este
fim. E toda comunicação humana tem uma fonte, uma pessoa ou um grupo de
pessoas com um objectivo. Por conta disso o ser humano se comunica e,
jamais deixou de comunicar. O ser humano se comunica consigo mesmo, o ser
humano se comunica com os outros seres humanos, o ser humano se comunica
com os outros animais. O ser humano, em dado momento, aprendeu a falar.
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Como ato humano carregado de significados, a linguagem liga os indivíduos
entre si. Por ela se expressam sentimentos, dores, raciocínios e ideias,
esperanças, desejos; por ela a alma se expressa e se mostra pela arte, sinais e
signos. Ela, é pela sua alta complexidade o grande milagre que fez passar o ser
animal do homem ao ser social consciente e civilizado que ele quer se tornar
sempre e sempre.
O homem não vive sem comunicar-se. A linguagem para ele é o meio mais
eficaz de conquistar o saber, seja através da escrita, seja das expressões
corporais mudas, na dança, na música, na mímica, expressões faciais, na
gestualidade de um corpo que pode falar sem boca, e que traz na boca o poder
em forma de palavra, de verbo, de desejo e de paixão. Deve ficar claro, por
isto, que a linguagem não precisa ser somente linguagem falada, mas também
a linguagem visual. Dentro da Escrita pode ser verbal e não-verbal.
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Vale lembrar: aquele que fala bem tem maior chance de escrever bem. Quem
escreve bem, fala melhor. Quem mais se comunica interpreta melhor. A
recíproca também é verdadeira. (www.Stanislaw Azir).
Felizmente, não consideramos cada objecto como único, mas o vemos como
um caso especial de um determinado conceito. Assim, muitos objectos
diferentes são considerados como exemplos do conceito de "gato", muitos
outros - como exemplos do conceito de "cadeira" e assim por diante.
Considerando vários objectos como representantes do mesmo conceito,
reduzimos a complexidade do mundo que precisamos imaginar em nossas
mentes.
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Você pode aprender um conceito de duas maneiras: ou somos especialmente
ensinados sobre algo em particular, ou aprendemos isso através de nossa
própria experiência. A maneira como a assimilação ocorrerá depende do que
aprendemos. O treinamento especial serve como um meio de ensinar os
núcleos de conceitos, enquanto na experiência pessoal adquirimos protótipos.
Então, alguém diz a uma criança que um "ladrão" é alguém que toma a
propriedade de outra pessoa e não a devolve (o núcleo do conceito), enquanto
que, por sua própria experiência, a criança pode aprender que os ladrões são
preguiçosos, desarrumados e perigosos (protótipo).
“O miserável homem fétido, com uma arma no bolso, que veio a sua casa e leva sua TV
porque seus pais não precisam mais dele e disseram que ele pode levá-la.”
Outra descrição do "ladrão" correspondia ao núcleo, não ao protótipo:
"Uma mulher muito amigável e alegre que o abraçou, mas depois desconectou o vaso
sanitário e o levou embora sem permissão e sem a intenção de devolvê-lo."
As crianças pequenas eram mais propensas a considerar uma descrição do
protótipo como um exemplo desse conceito do que uma descrição
correspondente ao núcleo. Somente aos 10 anos de idade, as crianças
mostraram uma mudança do protótipo para o núcleo como critério final nas
decisões conceituais keil &Batterman, (1984).
51
Os pais podem ensinar as crianças a nomear e classificar objectos. Mais tarde,
a criança, vendo outro objecto, pode determinar se é da classificação como a
instância memorizada anteriormente.
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de “móveis” estão localizados em instalações residenciais) e levantamos a
hipótese de que esses sinais gerais caracterizam esse conceito. Em seguida,
analisamos novos objectos, procurando esses sinais críticos neles, e mantemos
a hipótese apresentada se levar à categorização correta de um novo objecto, ou
substituí-lo se ele nos desviar. Essa estratégia, portanto, é baseada em
abstracções - características que caracterizam vários exemplos, e não apenas
um exemplo separado - e visa à busca de características nucleares, uma vez
que são comuns à maioria dos exemplos Bruner, Goodenow & Austin, (1956).
55
uma das quais serve para se comunicar sobre o que ele viu pessoalmente, e a
outra - sobre o que se tornou conhecido por uma conclusão lógica ou pelas
palavras de outras pessoas. Assim, se você fosse exposto à chuva na noite
passada, diria: “Choveu na noite passada” usando o formulário que mostra que
você testemunhou a chuva. E se, ao acordar de manhã, você viu calçadas e
folhagens molhadas, deve usar uma forma diferente do passado, o que implica
que você não viu a própria chuva.
Referência
56
MARTINS, L. M. O ensino e o desenvolvimento de crianças de zero a três anos. In:
ARCE, A.; MARTINS, L. M. (orgs) Ensinando aos pequenos de zero a três anos.
Campinas-SP: Alínea, 2009. p. 1-25.
VYGOTSKY, L. S. Historia del desarrolo de las funciones psíquicas superiores. In: Obras
Escogidas, Tomo III. Madri: 1931. Disponível em:
<http://es.scribd.com/doc/28804811/Vygotsky-Obras-Escogidas-TOMO-3>. Acesso em:
20 set. 2012.
57
Lima, Gercina Ângela Borém de Oliveira (16 de junho de 2010). «MODELOS DE
CATEGORIZAÇÃO: Apresentando o modelo clássico e o modelo de
protótipos». Perspectivas em Ciência da Informação. 15 (2): 108–122
IV
58
um sôco, um abraço, uma expressão facial, ou podem ser palavras proferidas
oralmente ou escritas.
59
Para concluir, o comportamento humano se dá num ambiente social, é
decorrência dele, ao mesmo tempo que o determina.
60
Socialização
61
É a mãe, em geral, que satisfaz as necessidades básicas da criança,
alimentando-a, aquecendo-a, livrando-a de dores, etc. No caso das primeiras
interações com a mãe serem gratificantes, a criança passará a confiar nela e,
por generalização, a confiar nos outros; se ocorrer o contrário, isto é, se a
criança não puder contar com a mãe sempre que houver uma necessidade a ser
satisfeita ou se a mãe não suprir satisfatoriamente suas necessidades,
desenvolver-se-á um sentimento de desconfiança que será generalizado aos
outros.
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Percepção Social
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Solicitações a avaliar o palestrante, os alunos que receberam a descrição
do professor como “frio” diziam que ele era egocêntrico, cerimonioso, pouco
sociável e sem graça. Os outros que receberam a descrição do professor como
“afetuoso” tenderam a avaliá-lo como atencioso, sem cerimônia, sociável,
benquisto e engraçado.
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Atitudes
65
artigos sobre os Beatles, compra todos os seus discos e procura assistir a todos
os seus filmes, é razoável acreditar que também gosta deles e que pensa a seu
respeito coisas muito positivas.
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chance de ser alterada do que uma atitude pouco extrema (ser moderadamente
contra ou a favor).
68
Interesses, crenças, tarefas, características pessoais e outras coisas podem ser
este “algo em comum”.
69
instrumento útil para que estes fins sejam atingidos, ele se dissolverá. O grupo
secundário pode ser pequeno ou grande.
70
nas sociedades animais. Um escritório mais espaçoso, com ar condicionado em
geral simboliza a maior importância atribuída à posição de diretor geral, numa
empresa. As medalhas e os galões são símbolos de status na hierarquia militar.
A própria linguagem que usamos nos dirigir às pessoas indica o status que
atribuí mos a elas (“Sr.”, “Excelência”, “você”, etc.}.
O meio social pode ser comparado com um teatro onde a “peça” a ser
representada muda, quando estamos fazendo parte de um ou de outro grupo.
Neste sentido, somos todos bons artistas porque passa mos a “representar”
papéis bem diferentes de um momento para o outro. Uma universitária, por
71
exemplo, assume o papel de aluna na sala de aula (senta, escreve, pergunta), ao
chegar em casa, passa a desempenhar o papel de mãe (prepara o almoço,
atende aos filhos) e ao chegar no escritório onde trabalha, passa a desempenhar
o papel de secretária-executiva (decide, dá ordens, controla o trabalho dos
demais).
72
Comparações entre culturas ou épocas diferentes mostram que os papéis
sexuais são arbitrários e o comportamento julgado adequado para cada sexo é
bastante diferente.
Liderança
Hoje esta questão não tem mais sentido, já que ninguém é líder, mas
apenas atua como líder em determinadas situações. Em outras palavras, só
existe um líder, se existir um grupo e uma pessoa será líder de um grupo,
apenas enquanto o grupo assim o quiser enquanto ela auxiliar o grupo a atingir
os seus objetivos.
73
com a liderança informal, exercida pela pessoa com grande in fluência sobre os
membros do grupo sem ter sido formalmente designa da para isso.
74
lideradas democraticamente integram-se no trabalho livremente, com
otimismo, confiança e o rendimento é, em geral, elevado.
QUESTÕES
1. Por que é importante o estudo das influências sociais para se Compreender
o comportamento?
2. O que estuda a Psicologia Social?
3. O que é “interação social”? E “comportamento interpessoal”? Exemplificar a
resposta.
4. Por que alguns estudiosos consideram toda a Psicologia como Psicologia
Social?
5. Como se costuma dividir os estudos da Psicologia Social? Explicar a
resposta.
6. O que se entende por “socialização”? Dar exemplos que envolvem a cultura
e a família como agentes socializantes.
7. O que é “percepção social”? E “primeira impressão”? Qual a importância
destes conceitos na compreendo comportamento?
8. Explicar o que é “atitude” e oferecer exemplos que destaquem os
componentes da atitude.
75
9. Atitude é sinônimo de comportamento? Por que?
10. Quais s os objetos a respeito dos quais n temos atitudes? Exemplificar a
resposta.
11. Onde e como, principalmente, adquirimos nossas atitudes mais básicas?
12. As atitudes podem ser mudadas? Explicar a resposta.
13. Por que é tão importante a compreensão do tópico “atitudes” para se
entender o Comportamento?
14. O que se entende, em Psicologia, por “grupo”, “grupo primário e
secundário”, “Posição”, “status” e “papel”? Ilustrar a resposta com exemplos.
15. Explicar o que é e como se desenvolve o papel sexual.
16. Justificar a importância atribuída ao conceito de “papel” em Psicologia.
17. O que é “liderança”? O que significa liderança “emergencial” e “situacional”?
18. Qual a diferença entre os conceitos de líder formal e informal?
19. Caracterizar liderança autocrática, “laissez-faire” e democrática e descrever
as conseqüências de cada estilo de liderança sobre as relações interpessoais e
produtividade.
76
mentais, que passam pela sensação, emoção, percepção, aprendizagem,
inteligência. O Behaviorismo é a parte específica que tem
o comportamento como objecto de estudo.
Uma regra que hoje todos aplicam sem questionamentos é a do uso do tabaco.
Em 1989 entrou em vigor a lei que proibia o fumo em locais fechados. Na
77
época, essa foi uma lei que impactou o comportamento de muitas pessoas.
Hoje, esse princípio já está implícito no comportamento: qualquer pessoa sabe
que fumar em ambientes fechados é inadequado e desrespeitoso com o
próximo.
Por isso, quando penso em uma análise histórica, reparo que a sociedade
sempre buscou criar normas para guiar e organizar as relações interpessoais, e
esses princípios estavam ligados à ética, à moral e ao valor interno de cada
pessoa. Antigamente, antes mesmo, da imprensa surgir na Europa, não se
usava o termo “comportamento social” ou “etiqueta”: falava-se em “cortesia” e
já existiam manuscritos latinos, franceses, ingleses e outros que descreviam as
regras para uma boa convivência.
78
A ideia de cortesia provém da cultura antiga, em que as pessoas que
frequentavam ou se apresentavam à corte deveriam demonstrar uma atitude
delicada e respeitável, e para isso, cumpriam certas formalidades essenciais
para a comunicação.
Mesmo que o local de trabalho seja um lugar sério, é possível modificá-lo para
um ambiente agradável. Muitos colaboradores constrõem relações duradouras
e frutíferas, mas é preciso reconhecer que, para obtermos um convívio
79
saudável, são necessárias regras que objectivam manter um clima
organizacional positivo produtivo.
Saiba que, se o seu trabalho técnico é capaz de abrir portas para o trabalho e a
empregabilidade, será a sua habilidade comportamental que ditará a
velocidade do seu crescimento e do sucesso da sua carreira. Há algumas
pontuações individuais que gosto sempre de destacar, pois preservam a sua
saúde emocional e mental em meio a tantas exigências do mundo empresarial.
Assim, gosto de lembrar que não é possível construir boas relações caso você
não tenha uma boa relação consigo mesmo. Siga as dicas listadas a seguir:
Respeite-se
Nunca deixe de observar o que faz com que você se sinta bem e o que é
prejudicial. Há ambientes onde nos sentimos bem e valorizados, e há outros
que devemos ser mais objectivos, não que esse segundo lugar seja negativo, ele
apenas não está de acordo com o nosso perfil. Saiba observar esses aspectos.
Cuide da privacidade
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compreender o quão importante é a sua privacidade e exponha apenas o
necessário.
Durante a nossa vida passamos por situações que testam a nossa segurança. Por
mais que tenhamos sido aprovados, o que fica na memória é o medo de errar.
Além disso, sempre vemos a grama do vizinho mais verde. Sendo assim,
comece um trabalho de valorização da sua própria história. Se você chegou
onde chegou é porque é merecedor do cargo que ocupa, da menção que recebe,
do conhecimento e das oportunidades atribuídas a si.
É importante nos sentirmos bem com nosso corpo e com a nossa mente. Há
estudos que indicam o quanto trabalhar essa conexão é importante para a nossa
saúde. Então, não falte às actividades físicas. Mesmo que a exaustão chegue,
não dê ouvidos a ela, só siga seu caminho e vá.
81
4.4. Principais Comportamentos Sociais e as Regras de Etiqueta
1. Cumprimento e apresentações
Busque ser amável e sorrir, mas sem exageros! Utilize o bom senso. É isso que
determina se você vai cumprimentar a pessoa com beijo no rosto ou aperto de
mão. O equilíbrio é sempre uma boa medida. Se for dar um aperto de mão, por
exemplo, não o faça com a mão flácida, mas também não tão firme a ponto de
machucar a outra pessoa. Já na hora da apresentação existem diferentes
situações, que vão exigir diferentes comportamentos.
Se você for se apresentar a uma pessoa muito importante ou que esteja sendo
homenageada, não é de bom-tom perguntar o nome dela. Acene com a cabeça
em sinal de respeito e diga algo como: “Prazer, sr. Fulano, me chamo ….
Como vai?”.
O segredo para ser um bom anfitrião é fazer com que os seus convidados
fiquem confortáveis. Para tanto, receba-os na porta e apresente-os aos demais
convidados. Deixe sempre as comidas e bebidas acessíveis, caso não haja
garçons.
3. Etiqueta à mesa
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Use cada talher para sua função específica. Existem facas destinadas ao corte
de carne vermelha e aves e outra específica para peixe, por exemplo. Macarrão
não deve ser cortado: utilize o garfo para enrolá-lo e, assim, levá-lo à boca. Ao
terminar a sua refeição, alinhe a faca e o garfo do lado esquerdo do prato isso
indicará ao garçom que você está satisfeito.
4. Pontualidade
Quantas vezes já ouvimos as pessoas dizendo: “Se o evento está marcado para
20h, eu chegarei às 21h”. Como já comentado aqui sobre os comportamentos
de um bom anfitrião, não ser pontual é um sinal de desrespeito a todo o
trabalho e carinho investido por ele.
Essa regra, muitas vezes esquecida pelos brasileiros, deve ser seguida em
outras situações também, como reuniões de trabalho, aulas e eventos maiores.
Para tudo existe uma hora para começar e acabar além disso, as pessoas têm
outros compromissos. A falta de pontualidade transmite uma imagem de
irresponsabilidade. Pode significar o insucesso em um negócio ou o não
crescimento profissional na sua empresa.
5. Dress code
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Do mesmo modo que, em um ambiente executivo, não é recomendado você
utilizar camisas com cores extravagantes, gravatas temáticas ou decotes e
transparências, no caso das mulheres.
Boa parte das nossas interacções sociais hoje ocorre no ambiente virtual.
Apesar da internet ser um local livre, onde há o predomínio de certa
informalidade, isso não quer dizer que a netiqueta não seja fundamental para
um bom convívio online.
Essa dica vale tanto para responder um e-mail quanto na hora de escrever um
texto para um blog ou um post em uma rede social. Por falar nisso, use as redes
sociais com discrição. Você tem que saber que o domínio online é público, e
nem todos os aspectos da sua vida privada devem ser expostos principalmente
quando pessoas do seu trabalho têm acesso a esses conteúdos.
7. Postura
85
O comportamento pode gerar consequências muito agradáveis para o seu
desempenho no trabalho. Quando sabemos manter uma postura adequada
usando os gestos, movimentos e a linguagem corporal a nosso favor,
podemos influenciar, ganhar visibilidade e inspirar confiança para as pessoas
ao nosso redor.
Ao ficar de pé, cuide da sua coluna. Mantenha uma postura erecta, com
ombros para trás e a cabeça sutilmente erguida. Quando conversar com as
pessoas, mantenha o contacto visual. Caso não se sinta muito confortável
fazendo isso, olhe para o ponto da testa entre as duas sobrancelhas. Ao falar,
não gesticule tanto, pois movimentos em excesso podem transmitir a ideia de
nervosismo. Busque equilíbrio entre corpo e fala. Quando gesticulamos bem, o
nosso discurso pode ficar mais claro para que vê e escuta.
8. Comportamento em sociedade
Além disso, elas funcionam como um orientador para que você consiga
transmitir uma boa imagem pessoal e profissional, tão importante nos dias de
hoje. Estamos vivendo em uma época em que cada um quer impor o seu modo
se comportar, de viver em sociedade. Estamos esquecendo de princípios
básicos, que representam a base dos bons comportamentos sociais, como
respeito, cordialidade, saber ouvir etc. detalhes simples que permitem um
melhor convívio em sociedade.
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Saber como fazer dos comportamentos sociais algo positivo para a sua imagem
é de extrema importância, especialmente para quem deseja alçar voos maiores
na vida. (www.somostodosum.com.br). Portanto, Uma grande parte do
comportamento social é comunicação, que é a base da sobrevivência
e reprodução.
V
Cognição social e Afecto
5.1. Evolução da cognição social
87
motivação, Lewin (1951) efectua pesquisas ao nível do desenvolvimento da
personalidade, conflito, nível de aspiração e interesse intrínseco, formulando a
teoria de campo que coloca a construção do self e do seu ambiente como
fenómeno psicológico central.
Contudo, esta ideia de que o mundo social percebido pelo indivíduo não é independente das
suas características, conhecimentos, atitudes e motivações não foi imediatamente
incorporada nos primeiros esforços da abordagem sócio-cognitiva. No entanto, a
consideração destas variáveis constitui, actualmente, um dos pressupostos fundamentais da
teoria e investigação em cognição social.
88
as tradições cognitivas mais recentes com estas duas perspectivas mais
tradicionais: a sua vertente da psicologia social, influenciada
pela gestalt social, e a sua área da personalidade pela aprendizagem social,
Barone et al.,( 1997).
89
A teoria do processamento de informação, associada à revolução cognitiva
na psicologia, recorre à utilização do computador como metáfora teórica e
ferramenta metodológica para simular processos cognitivos. A inteligência
artificial é simulada em programas de computador que reproduzem as
diferentes fases de processamento da informação, desde o estímulo inicial que
é codificado, ao modo como é representado e posteriormente recuperado.
Note-se ainda que estas simulações exploram o modo como a informação é
processada não só através da aplicação das regras formais da lógica e da
matemática, mas também pela aplicação de estraté.gias heurísticas (Newell &
Simon, 1961). É neste contexto que Simon (1997) desenvolve a teoria da
racionalidade limitada, chamando a atenção para as limitações dos
processadores humanos de informação e dos constrangimentos que a
quantidade e diversidade da informação e as capacidades de computação
limitadas impõem à tomada de decisão. Note-se que esta proposta veio
estabelecer determinados limites às concepções sócio-cognitivas sobre os
processadores humanos de informação, supostamente dotados de racionalidade
e de infinitas capacidades de processamento.
90
A Cognição Social constituiu-se com base na vasta tradição teórica e de
investigação da Psicologia Social, e integra ideias e metodologias da
Psicologia Cognitiva na exploração dos fundamentos cognitivos dos
fenómenos sociais. Inicialmente, apoiada no paradigma do processamento da
informação, a abordagem sócio-cognitiva procurou explorar as estruturas e os
processos cognitivos subjacentes à percepção e comportamento social. Mais
recentemente, a disciplina tem vindo a integrar novos contributos, que
enfatizam os constrangimentos emocionais, motivacionais, corporais e os
efeitos situacionais na cognição e comportamento humanos, e a beneficiar dos
desenvolvimentos teóricos e tecnológicos das neurociências sócio-cognitivas.
Por isso a cognição social surgiu como uma abordagem conceptual genérica
com o objectivo de compreender e explicar como é que as pessoas se percebem
a si próprias e aos outros, e como é que essas percepções permitem explicar,
prever e orientar o comportamento social.
Referências
Barone, D. F., Maddux, J. F., & Snyder, C. R. (1997). Social cognitive psychology: History
and current domains. New York: Plenum Publishing Corporation.
Dollard, J., Doob, L., Miller, N., Mower, O., & Sears, R. (1939). Frustration and
aggression. New Haven; CT: Yale University Press.
Heider, F. (1958). The psychology of interpersonal relations. New York: Wiley & Sons.
Lewin, K. (1951). Field theory in social science: Selected theoretical papers. New York:
Harper &
91
Luria, A. R. (1976). Cognitive development: Its cultural and social foundations. Cambridge,
MA: Harvard University Press.
Newell, A., & Simon, H. A. (1961). Computer simulation in human thinking. Science, 134,
2011-2017.
Newell, A., & Simon, H. A. (1972). Human problem solving. Englewood Cliffs, NJ:
Prentice-Hall.
92
premissa de que afecto e cognição são separados e independentes, conforme
citam Fiske e Taylor (1991).
Forgas (2001) afirmou que “o afecto não é uma parte incidental, mas sim é
parte inseparável de como nós vemos e representamos o mundo em volta de
nós” (p. 11). Concordamos com esse autor e também com Cicchetti e Pogge-
Hesse (1981) quando alertaram que para o estudo das emoções é importante
que os teóricos do desenvolvimento assumam algumas posições, com relação a
determinar o papel da criança na construção da realidade, no sentido de
considerá-la como um construtor activo ou receptor passivo do ambiente e
considerar como a criança representa a informação que capta nele.
93
Por essas razões, Cicchetti e Pogge-Hesse (1981) destacam que os
pesquisadores deveriam se movimentar de um nível microscópico de análise
para um nível mais integrativo, que possibilitasse a formulação de uma teoria
mais compreensiva da relação entre o desenvolvimento emocional e o
cognitivo. As teorias que têm sido formuladas são complementares em vários
aspectos, os quais podem ser frutíferos como guias para novas investigações.
94
As demandas actuais no campo da construção do conhecimento científico
apontam cada vez mais para a necessidade de se pensar a partir de uma
perspectiva transdisciplinar. Reflexão e Crítica (2003).
Referencias
Bee, H. (1996). A criança em desenvolvimento (7ª ed.). Porto Alegre: Artes Médicas.
Cicchetti, D. & Pogge-Hesse, P. (1981). The relation between emotion and cognition in
infant development. Em M. Lamb & L. Sherrod (Orgs.), Infant social cognition: Empirical
and theoretical considerations (pp. 205-272). Hillsdale, New Jersey: Lawerence Erlbaum.
Fiske, S. T. & Taylor, S. E. (1991). Social cognition (2ª ed). Nova York: McGraw- Hill.
Flavell, J. H., Miller, P. H. & Miller, S. A. (1999). Desenvolvimento cognitivo (3ª ed.).
Forgas, J. P. (2001). Feeling and thinking: The role of affect in social cognition. United
Kingdom: Cambridge University Press.
Lamb, M. E. & Sherrod, L. R. (1981). Infant social cognition: Empirical and
theoretical considerations. Hillsdale, New Jersey: Lawerence Erlbaum.
95
VI
Para Piaget, o ser humano (ser social), é influenciado pelas relações sociais que
desenvolve durante sua vida. É a partir dessas relações que são desenvolvidos
os comportamentos sociais. Conforme observa Piaget, o processo de
socialização é desenvolvido em vários estágios: criança, adolescente, adultos.
96
Em psicologia interacção social se refere à comportamento sociais ou
episódios interactivos em um comportamento social (onde há pelo menos duas
pessoas). São comportamentos de curto prazo, por exemplo: conversar.
A interacção social tem sido um dos temas mais discutidos da actualidade nas
áreas da sociologia, antropologia e filosofia. Isso porque, na sociedade
contemporânea, dominada pelos meios de comunicação e as novas tecnologias,
a interacção social adquire uma nova aparência, ou seja, é também
desenvolvida pela internet, de maneira virtual. O fenômeno e expansão da
internet tem proporcionado novas formas de dinâmica social e interacções, ao
97
mesmo tempo que pode gerar problemas de ordem social (exclusão e
isolamento social), ou mesmo outros tipos de preconceitos via rede
(cyberbullying).
A influência social foi definida por Secord Backman (1964) como ocorrendo
quando “as acções de uma pessoa são condição para as acções de outra”. Ou
seja, podemos dizer que o comportamento de alguém foi influenciado
socialmente quando ele se modifica na presença de outrém. É preciso notar
que, para que esta definição se adeqúe ao campo da psicologia social onde se
98
originou, é necessário acrescentar que esta “presença de outrém” não é
necessariamente real. Esse outrém pode ser apenas imaginado, pressuposto ou
antecipado sem que os fenômenos provenientes dessa influência cessem de
ocorrer.
99
comportamento que lhe seja considerado como agradável e desejável e ficando
com raiva e criticando comportamentos que ele considere desagradável e
indesejável.
VII
Conceito de Personalidade
O que estas pessoas estariam querendo significar com esta palavra? Pode ser
que o pai esteja dizendo que seu filho exerce uma influência marcante sobre os
amiguinhos dele e a outra pessoa, quem sabe, está afirmando que o colega não
sustenta suas opiniões em todas as situações.
100
Personalidade se origina da palavra latina “persona”, nome dado à máscara que
os atores do teatro antigo usavam para representar seus papéis (“per-sona”
significa “soar através”).
101
características do indivíduo, de tal maneira que há um grau de coerência no
comportamento. Apesar da coerência e estabilidade, a personalidade é sempre
capaz de receber novas influências, adaptar-se a novas circunstâncias.
102
Os fatores genéticos exercem sua influência através da estrutura orgânica e do
processo de maturação. Os fatores ambientais incluem tanto o meio físico
como social e começam a influenciar a formação da personalidade já na vida
intrauterina.
103
não apenas para a integração do indivíduo na sua sociedade, mas também, para
a continuidade dos sistemas sociais.
É o processo de integração do indivíduo numa sociedade, apropriando
comportamentos e atitudes, modelando -os por valores, crenças, normas dessa
mesma cultura em que o indivíduo se insere.
104
atribuídos ou conquistados, surgem da interacção social, sendo sempre
resultado de um processo de socialização.
Ao ocuparem posições sociais, as pessoas vêem o seu comportamento
determinado não tanto pelas suas características individuais, mas em maior
medida, pelas expectativas face à posição que ocupam. Assim, o papel social
vem caracterizar modelos de comportamento que, ultrapassando as diferenças
e as adaptações individuais, orientam a acção dos sujeitos que ocupam uma
determinada posição. Em cada grupo em que o indivíduo participa, ele
desempenha um papel de acordo com o estatuto que lhe é atribuído. A
sociologia serve-se do papel social para demonstrar que a actividade dos
sujeitos é socialmente influenciada e segue padrões de regularidade.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Socializa%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Papel_social
VIII
106
como queremos. Ou ainda apresentar o que é conhecido como comunicação
geradora de medo: uma mensagem persuasiva que tente, através do medo,
mudar as atitudes. Um outro modo de mudar as atitudes das pessoas é através
da mensagem que enfatiza ou os ganhos ou as perdas. Através da mensagem
que enfatiza os ganhos, é mostrado para a pessoa o que ela tem a ganhar ao
adoptar o comportamento que está sendo proposto e a mensagem que enfatiza
as perdas destaca o que ela tem a perder ao evitar o comportamento mostrado.
107
Ao contrário da busca de imparcialidade na comunicação, a propaganda
apresenta informações com o objectivo principal de influenciar uma audiência.
Para tal, frequentemente apresenta os fatos selectivamente (possibilitando
a mentira por omissão) para encorajar determinadas conclusões, ou usa
mensagens exageradas para produzir uma resposta emocional e não racional à
informação apresentada. O resultado desejado é uma mudança de atitude em
relação ao assunto no público-alvo para promover uma agenda política. A
propaganda pode ser usada como uma forma de luta política.
108
É a premissa sobre o qual essas actividades estão estabelecidas. Esse é o
motivo pelo qual um futuro publicitário estuda na faculdade matérias como:
teorias da comunicação, filosofia, sociologia, cultura, pesquisa e não apenas
planeamento, mídia, design, criação.
Antes de pensar em propaganda, é preciso entender que ela existe desde muito
antes dos Classificados serem inventados (onde a publicidade surgiu
oficialmente); que antes do branding, senhores feudais marcavam suas
mercadorias para não perdê-las no meio da concorrência; e que social
networking já era algo vital para o sucesso desde a época de Benjamin
Franklin. De novidade mesmo, apenas os processos e as opções, mas em teoria,
tudo já existia muito antes do seu avô chutar a primeira bola. Isso é algo que
merece ainda mais atenção na era das redes sociais, que têm sido vistas como a
nova galinha dos ovos de ouro da publicidade. Por estar em alta, todos falam
nela, querem usá-la e descobrir a fórmula mágica da viralização. O problema é
que enquanto novas métricas e metodologias surgem, profissionais
despreparados e campanhas sem sentido pipocam no mercado.
109
Entender de comunicação envolve saber que canal utilizar de acordo com a
necessidade, o público e o objectivo. Significa saber que rede social é rede
social e mídia tradicional é mídia tradicional, todas possuem pontos fortes e
fracos e nenhuma faz milagre. É realmente preciso um bom planeamento,
criatividade, conhecimento e execução impecável. Saber comunicar não é
tagarelar, mas usar as palavras certas, no tom certo, com elementos visuais que
reforcem ou complementem a mensagem, através do canal certo, com um
objectivo em mente e sempre deixando espaço para o outro. Reveja seu
conceito de comunicação e não confunda falar com comunicar.
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comunicação persuasiva é parte essencial do sucesso nas vendas". Publicidade,
então, é um termo que pode englobar diversas áreas de conhecimento que
envolvam esta difusão comercial de produtos, em especial actividades como
o planeamento, criação, produção e veiculação de peças publicitárias. Pode-se
traçar a história da publicidade desde a antiguidade. Foi, porém, após
a Revolução Francesa (1789), que a publicidade iniciou a trajectória que a
levaria até o seu estágio actual de importância e desenvolvimento.
Bibliografia
ARRUDA, Aranha Maria Lúcia. (1993). Introdução a Psicologia. ed. Moderna, SP. Pp. 24-
29.
BERGER, P. I., & Luckmann, T. (1976). A construção social da realidade. 4a. ed.
Petrópolis, Vozes.
111
BRAGHIROLLI, Elaine Maria at all.(2002). Psicologia Geral. ed. 22. Ed. Voz.
Petrópolis.
Païn, S., & Jarreau, G. (1996). Teoria e técnica da arteterapia: A compreensão do sujeito.
Porto Alegre: Artes Médicas.
SaraAfonso3 › atitudes-psicologia
www.somostodosum.com.br
112