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Objetivos
Estudo dos espectros de ruído e análise de sinais pequenos, com auxílio de um amplificador.
Introdução
Teoria
Este ruído foi descoberto por John B. Johnson, em 1928, que observou a existência de uma
força eletromotriz (fem) espontânea entre os terminais de um corpo condutor. A origem deste ruído
foi atribuída por ele à agitação térmica dos portadores de carga os quais se encontram em equilíbrio
térmico com os átomos do condutor. Considere-se um detector que é uma fonte de tensão com saída
de impedância RS, ligado a um amplificador com um ganho AO como mostrado na Figura 1. O ruído
Johnson está associado com o movimento aleatório dos elétrons no RS. Seu valor quadrático médio
(em inglês, RMS, root mean square) durante um largura de banda de freqüência Δf ( em Hz) é
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Figura 1: Fonte de tensão vS com saída de impedância RS conectada a um amplificador de ganho AO.
A densidade de espectro de potência (em inglês, PSD, power spectrum desnsity), dada pela
transformada de Fourier da função de autocorrelação do sinal elétrico, para o ruído Johnson na
voltagem, é dada por
(2)
Figura 2: Espectro de ruído típico em freqüência medido com um amplificador. Os picos bem definidos
aparecem por conta da não blindagem do sistema.
Ruído shot
O ruído shot é devido à natureza discreta do transporte de cargas. Esta componente aparece
sempre que uma corrente contínua atravessa o dispositivo, isto é, se não houver corrente DC, não
haverá o ruído shot.
A passagem da corrente elétrica não é um processo contínuo, desde que resulta do movimento
de portadores de cargas os quais são discretos e independentes. Portanto, a carga chegada de um
“pouco” mais ou menos portadores num intervalo de tempo em contraste com um intervalo seguinte
ao atravessar uma barreira, gera flutuações na corrente. É impossível prever o movimento individual
de portadores, mas é possível calcular a velocidade de um conjunto de portadores, ou o número
médio de portadores ao fluir de um ponto a outro num intervalo de tempo fixo. O valor RMS da
corrente de ruído shot, para uma corrente Idc que atravessa o dispositivo é dado por
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onde e é a carga elementar do elétron e Δf a largura de banda. O PSD do ruído shot é dado por
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Ruído 1/f
Este tipo de ruído é também conhecido como ruído flicker e domina o espectro de potência
para baixas freqüências. Flutuações com lei de potências 1/f têm sido observadas em praticamente
todos os materiais e dispositivos eletrônicos. Apesar de ainda não se saber ao certo sua origem, há
consenso geral a respeito do fato de que este ruído depende da concentração de defeitos e impurezas
na rede cristalina do material. Esses defeitos agem como armadilhas, aprisionando e libertando
portadores de cargas, cada defeito caracterizado por uma constante de tempo própria.
Para quantificar a soma de ruído 1/f, usamos a formula de Hooge
(5)
As duas primeiras igualdades são válidas, em geral, para amostras ôhmicas. Onde f é a
freqüência, γ é uma constante (entre 0,7 e 1,3), N é o número total de portadores e α é um parâmetro
que depende da concentração de defeitos na amostra.
Ruído de fundo
Modelo Drude
O modelo Drude de condução elétrica foi proposto em 1900, por Paul Drude, para explicar as
propriedades de transporte dos elétrons em materiais (especialmente em metais). O modelo, que é
uma aplicação da teoria cinética dos gases ao metal, assume que o comportamento microscópico dos
elétrons em um sólido pode ser tratado classicamente como um gás de elétrons livres, que se movem
através de uma rede de íons positivos relativamente fixos. O modelo do elétron livre, como é
conhecido, prediz com bastante sucesso a lei de Ohm.
Figura 3: Os elétrons modelo de Drude (pequenos círculos) saltam constantemente entre uns íons de cristal
mais pesados, estacionários (círculos maiores).
Procedimentos experimentais
Equipamentos
Resistores diversos
Potenciômetro
Fios de conexão
Osciloscópio
Protoboard Figura 4: Pinagem do
Amplificador operacional modelo 351 Amplificador operacional 351
Multímetro digital
Procedimento
Para análise de baixos sinais, foi montado o circuito da Figura 5, utilizando um amplificador
operacional de modelo 351.
(6)
Para conhecimento do ruído de fundo do amplificador, foi dado um curto nas entradas (Figura
6) e ruído de fundo foi observado no osciloscópio (ou no multímetro digital).
Para “zerar” o ruído de fundo, foi feito o ajuste com um potenciômetro ligados em suas
extremidades no offset (pinos 1 e 5 da Figura 4) e o fio central conectado na entrada do amplificador.
Com o ruído de fundo ajustado substituiu-se o curto por diversos resistores e observado o sinal no
osciloscópio.
Resultados
Com a substituição do curto nas entradas por um resistor, o resultado esperado seria observar
ruído Johnson de resistores de diversas resistências, onde flutuações da tensão são amplificadas. Com
isso, seria computada a elevação do ruído na troca de um resistor por outro de maior resistência. Na
Figura 8 podemos observar o PSD para voltagem de medidas utilizando o circuito com amplificar de
baixo ruído.
Figura 8: PSD de voltagem para 3 elementos diferentes, um resistor de 10kΩ, um resistor de 1kΩ e um curto.
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Relação se encontra de acordo com o modelo de Drude, que descreve, em detalhe, o processo
da condução elétrica nos materiais, dando conta da relação estabelecida pela lei de Ohm, aplicando a
teoria cinética dos gases em um resistor, assumiu que seu comportamento microscópico (clássico), é
tratado como um gás de elétrons que se movem através de uma rede de íons positivos relativamente
fixos, portanto a mobilidade elétrica é afetada (diminui) com o aumento da resistência do material.
Pelo modelo é consistente falar que a frequência de colisões elétrons-íons e elétrons-elétrons é
incrementada, por conseguinte o aumento de ruído Johnson, pois existe um acréscimo no grau de
agitação térmica do material.
Bibliografia
Dissertação de Mestrado
Construção de um sistema para medidas de transporte in situ em uma câmara de irradiação iônica
Sérgio Luís de Abreu Mello
Instituto de Física – Universidade Federal do Rio de Janeiro
Colaboradores