You are on page 1of 27
1 COLONIA, CULTO E CULTURA 0 novo & pas nis, coniradltoriament, a iberdade € 4 bmi Ferris Gulla COLO-CULTUS. CULTURA ‘Comecar plas palavrastavez no sea coisa v2. As relagdes entre ‘os fendmenos deisam marcas no corpo da linguagem. As palaves cul ‘ura, culto © colonizazao detvarn do mesmo verbo latino colo, exjo paricipio pasado € cultus e 0 patiipio futuro € cuturus Colo sgaificou, na lingua de Roma, eu moro oeupo a tera, por exensio, trabalho, ew cultivo 0 campo.' Um herdeiro an tigo de colo €incol,o habicante outro € inguslinas, aquele que re: side em tera alheia. Quanto a agricala,jé pertence a um segundo plano semantico vinculado a ida de trabalho. ‘A acto express neste colo, no chamado sisterna verbal do pre sente, denota sempre alguma coisa de incompleto e eansitivo, E 0 ‘movimento que passa, ou passava, de um agente para um objeto. Colo, €a matiz de colomia enquanto espago que se esté ocupando, terra ou povo que se pode trabalhar e sueiat ‘Golonus € o que cultiva uma propriedade rural em vex do seu dono, 0 seu feitor no sentido téenco¢ legal da palava. Esté em Plau- to. Catto, como colonia. 0 habitante de colina, em grego m, Spoikor, que vem esabelecerse em lugar dos incolae”* [Nilo por acaso, sempre que se quer clasifiar os tips de coloni- ago, distinguem se dovs process: 0 que se atém ao simples powoa- mento, € 0 que conduz a exploragio do sola. Colo esté em ambos ‘eu moro; eu cutive, Na expressio verbal do ato de colonizar opera ainda o eédigo dos velhos romanos.E, a rigor, o que diferencia 0 habitare o cukivat ddocolonizar? Em principio, o deslocamento que os agentes sciisf- 2zem do seu mundo de vida para outo onde ito exerceracapacidade lavtar ou fazer lara o slo alheio, O incole que emigratoxnase colons, Como se fssem verdadeirosuniversais das sociedades humanas, 2 produclo dos meios de vida ¢ as relagoes de poder, a exfera econd- ‘mica ea esfera politica, reprodurem-se e potenciam se toda ver que se ple em marcha um ciclo de colonizacio Mas 0 naw processo ndo se exgora na reiterasio dos esquemas otignais: hum plus esrutual de dominio, ha um acréscimo de fr 2s que se inyestem no desigaio do conquistador emprestando-Ihe is vezes um «Sis épico de rsco ¢ aventura. A colonizasio di um ar de recomeyo e de arrangue a culeuras seculares. (Otago grosso da dominagdo €inerente as diversas formas de co lonizar e, quase sempre, a sobredetermina. Tomar conta de, sentido bisico de colo, imporea nio 6 em cuider, mas também em mandar [Nem sempre, éverdade, ocolonizador se veri asi mesmo como a um simples conquistador, entio buscaré passar aos descendentes 2 ima: ‘gem do descobridor edo povoador, tculos a que, enquanto pionciro, faria jus. Sabe-se que, em 1556, quando jf se difundia pela Europa crise a leyeni'negra da colonivagio ibética, decteta-se na Espanha proibicio oficial do uso das palavras comquiita ecomguiitadorer, que sto substituidas por descubrimiento e pobladores, isto, colons. ( surto de poderosis estruruas politica ox Antiguidade foi coe- tinco daqueles verdadeiros complexos imperiais que se seguiram 2 ucts de conquista. Os impérios do Oriente Médio, de Alexandre «Romano contam-se entre as mas velhas concentragbes de poder es- tatal que conhecernos. No caso particular de Roma, a orpanizastocen- ‘ral resistin até que as invasbes dos bizbarosatomizacam a Europa € abriram a via de sua feudalizagzo, (Quanto a génese dos sistemas, hd mais de uma hipstese. As ten- sbes iacetnas que se dio em uma determinada formacio social resol ‘ems, quando possvel, em movimentos para fora dela enquanco de- RB _sjo, busca econquista de tertas povos colonizdveis. Assim, o dese- ‘quillbrio demogrifico tera sido uma das causas da colonizacio rege ‘no Meditertineo entre os séculosoitav e sexto anes de Cristo. Ea necessidade de uma sada para o comércio, durante o érduo ascenso dda burguesia,entzou como fator dindmico do expansionismo porcu: tuts no sul x Em amboro expos, loins ofo pode fer tratada como ua simples corre migratoria la &a resoluclo Scena cofios du uma ert de mab ‘noras condigdes, o dominio sobre a natureza eo semelhante que tem acompanhado Univeralmente o chamado proceso civlizattio. Se passo agora do presente, colo, com toda a sua gara de aiv- dade ¢ poder imediato, para as formas nominais do verbo, cultus © ‘altura, ceaho que me deslocar do aqui-e-agora para os regimes me- diatizadas do passado ¢ do futuro, ara o passa. Como adjetivo devrbal, caus asus a cam> po que jf fora arroeado e plantado por geragSes sucessvas de lavea- ddores. Cu/tur taz em si nfo s a agio sempre reproposta de colo, 0 cultivar através dos sécalos, mas principalmence a qualidade resul- tante dese trabalho e jf incorporada 2 terra que se lavrou. Quando ‘os camponeses do Licio chamavam cults 3s suas plantagbes, queriam dizer algo de cumulative: o ao em side cultivar o efeio de inconté- seis tatefis, 0 que torna o partcipio cults, esse nome que € verbo, ‘uma forma significante mais densa e vvida que a simples nomeaca0 do labor presente. O ager ewltus, a lava, © nosso ropado (também ‘um deverbal), junta a denotacto de trabalho sitemético 3 qualidade ‘obtida, e funde-ve com esta no sentimento de quem fla. Cultus € sinal de que a sociedade que produziu o seu alimento jd tem mem6- fia, A luta que se travou ente 0 sueito e o objeto do suor coletivo contém-se dentso do paricipio, 0 toma apto a designar a ineréncia de tudo quanto fi no que se passa agora, Proceso e produto convém ‘80 mesmo signo, Quanto a exit, us, substantive, quesia dizer alo x6 0 trato da terra como também o cilto dor mortor, forma primeira de religizo ‘como lembranca, chamamento 04 esconjuto dos Gue jparciram. A “Antropologia parece no tet mais dividas sobre a procedéncia do en: testo sagrado em relacio a0 amanho do slo; enquano este data ape- ‘as do Neoiticoe da Revolusdo Agricola (a partir de 7000 a, C., apro- B imadamente), a inumasio dos mortos js fzia nos tempos do Ho- mem de Neanderthal héoitenta mil anos ats. Diz Gordon Childe: Quanto 3s nodes min tlio consevadas pels comunidades neo licas em getal,podemos aventura algumas conjecurs. A assén. «ia 208 mottos, cjaoxgem temoata dade palolitia, deve ter ad- {quiido uma sigifcao mais pofunda na idade neolitica, No aso de vicios grupos neoltios, aa teaidade nose descosiu enter a frum, Mas, em geal, of moras eram sepukados cuidadosemente tumbasedifadas ou ecaradas, quer aprapadas em cemiteis peta: ‘mos as povodos, quer caradas perco das csi indivi. Normal mente prviase 0 moro de uteasios ow armas, vaslhas com comida e bebida e artigos de roucador No Egto pr€-hisrico, os ass fune ‘cos eram pntados com figuras de animaise objets. Ede presume que tiaham o mesmo sigaificado magico das incurs, figuras ealhz as nas cavernas dos casadores da dade paeoitia, Napoca hist a, e595 figuras foram cansadadas para os murs das tambo, sctesentando-se-es legendas, as quais moscam que tnham por ob: ero aseguat a0 moro o gozo continuo dos serrigosrepresentadoe pot las. Tal asistnciadenota uma aude para com os espiitos dos an ‘epassados que temonta acs priodoe mae antigo. Mas, ago 1 qual repousam os antepassados € considerada como oslo d boa cada ano, magicamene,osustento alimenticio de comunidade Osespitits dos anepasados deve ter sido considers, seguramente, oro cooperadotes oa germina das plantas cultvadas. O cult 3 ferlidade, oritoe migioepatcador par ajudat ow obrigat as fons pordneasaiu & procura da gncamnagio¢ da socalizaszo no desejo de superar o jd velho projetoilustrado,salvando-o do riseo de involuit pata aquela lorfia etéics da Razdo, de que se queirava o insuspei- {fo Mannheim, ou de pérse iresponsavelmente a servgo do capital, fda maquina burocetia. A inteligéncia dos powosex-colonias tem, ‘motivs de sobra e expetitncia acumulada para desconfiar de uma Tinguagem ostenivamente neo-lustrada que se teproduz complacente ‘em meio 3s mazelas¢ aos escombros deixados por uma pseudomo- ddemidade racional sem outzo hotizonte além dos pr6prios lutos, "No entanto, quando as Luzes se iluminam a si mesmas recone: ‘endo sua fonte e seus limites, o retorno que podem empreender junto tos homens e is cosas traz 0 beneficio da modéstia que sé diz 0 que sabe e nada prometealém do que pode cumpri. A daléica da lus. Irapdo, porque se move e eaquanto se move, nio se exaute nos efeios, perversos que nela apontaram os leitores apocalipticos da reenocracia, eda indGstia cultural quando se puseram a desmisificar a imagem, actitica do neocapitaismo que 0s inegrados nio cesam de pinta € difundit. De qualquer modo, 2 cultura encarnada e socializada tem, ‘um papel cada vex mais central a desempeahar na constugio de um faruro para as nagOes pobres. ‘Convémn recapitularas cas ventas da dade colo-cultus, lem: brando que cada elemento podia, conforme o contexto,atualizatsig- sifcados materiais ou simblicos: 1) Os aspects econdmicosfigurados em colo representam 0 mo- mento ativo e energético de uma socedade em transplant, A explo- ragio da terra, pot exemplo, ea a pritica fundamental de sobrevi- véncia na velha Roma e na Eutopa medieval O latim, lingua entra ‘nhadamente campesina,forju a locucto colere stam, 0 pé da letra, Jlesrara vida, que aparece ex uma das coméidias de Plauto com o sig: nificado puro e simples de viver. Egomet vi vitam colo: 0 mesmo mal vou lavrando a vida (Radews, 1, 5,28). Vow gramando, como se dria em gia brasileira, E quem sabetia deslindat, nesta expresso, social da saa metéfora natural? A vida se faz aqui objeto de uma w se comin, un area com gue vad, enguat ab, 2) Quanto 20 momento rligiso, relia a lembranc, apr senta 3 origens, prope o nex do individu com uma totalidade spiritual ot cGumica’O culo dé sentido a0 tempo tedimindo-o da etopiactidana e da more que cada novo minuto dcteta sobre fo anteior, Mort, onde end tua rita. exe desatio que Paul faz 4 prande inimiga em sua fala a0sconios,€0 sumo e a sama de todas a renga. O culto no se confunde com 2 manipulast diera dos objeto e do outro com fins pritics (vale aqui a distingto univer Salete magia e deo): o culo, em sna soa pureza, eenquanto alco as instincas de poder que dele se aproptim, significa o ts ‘eit pela aleidade das cratas, pela sua tanscendéncia,o dsejo de ultapanao= confine do prdprio ego, vencer com a8 foras da alma as angie da exindaci carnal e fists, Hé um veto de despo- jamento eoblagto que atavessa todo cult, €o cult em espiito © ‘erdade em primeiro liga \ Merece ua palava 8 pare a devogto aos anepassaos, que & comum ao afticano, a0 indigena © 0 eatlco popular sob 2 forma de culo 208 santos ‘0 mort é, a um s6 tempo, 0 ovtto absoluro feehado no seu si- leacio imatvel, posto fora da lua econdmica, €aquela imagem fa- riliar que ronda casa dos vv: charmada, poder dar oconslo bem- vindo nas ageuras do present. Para cnjurara sua fc, acomunida- de abre um ciculo de reais eoragbes que nao subsituem (antes, conmgram) a ténicas do cotidiano, Trabalho manual e culo io se ‘xclvem nem scontapem nos estos de vida tadicionas comple tam-se mutwament_JOrzer labors ema da Ordem de Sto Beno, toma das primeirs comunidades mondstics da Idade Média. REFLEXO AMPLIADO E CONTRADIGAO NO PROCESO COLONIZADOR ‘A asio colonizadora reinstaura edialetia a uts ordens: do cul tive, do eulto e da cultura, ‘A ordem do cultvo, em primeiro lugar. As migragbes¢ 0 powoa- mento reforcam o principio basic do dominio sobre nacuteza, pe 19 ‘uliae a todas as socedades humanas, Novas tetas, novos bens abrem se {Lcobiga dos ivasores, Reaviva-se oimpeto predatério e mescantil que lev 2 aceleragio econbmica da matriz em termos de uma acumola ‘io de rqueza em geralripida e gravida de consequéncias para 0 sis- tema de troca internacional. Pode-se calcula 0 que sigificou para 1 burguesia europea, em pleno mercantilismo, 2 maciga explorasio, asueateta ¢ mineica da América Latina. Se 0 aumento na circulaglo ‘de mercadorias se taduz em progreso, nao tesa divida de que a colonizasio do Novo Mundo aruou como um agente modernizador dda tede comercial européia durante os éculos x1, xvi xv. Nesse contexto, a economia colonial foi efeito eestimulo dos mescados me- ‘ropoltanos na longa fase que medeia entre 2 agonia do feudalismo 0 surto da Revolusio Industria, ‘Duas citagdes de Karl Marx parecem-me aqui obrigatias: (0 descobrimento das jaidas de outa e rata da Amica, x erusada sasse a rebeldia dos mineiros que o Reino jugulou. Naquele mesmo final de século Virgilio e Hordcio matizavam de lores silvestes ave: zea topical do rbeirto do Carmo que os nossos drcades cantavam em sa lita. E na ingreme Vila Rica as sombras calm longas dos montes lavados de oure. ‘A fantasia € meméria ou dilatada ou composta. Quem procura ‘entender 2 condi colonial interpelando os process simbslicos deve cenftentar a coexisténcia de uma cultura 20 r&-do-ehlo,nascida e cres- «ida em meio 3s priticas do migrante e do natvo,e uma outra culeu- 1, que opbe 2 maquina das rocinas presentes as faces mutantes do pasado edo fururo,olhares que se superpSem ou se convertem uns ‘A censura que Vieira movia is cruczas da escravidio nos enge- ‘thos do Nordestearimava-se em um discuso universilista de cadén- clas proféticas ou evangélicas, soando anacténieo fala, nessa altura, de principios lberas ou, menos ainda, democriticos. A mensagem «risa de base, pela qual todos os homens sio chamadosflhos do mes- ‘mo Deus, logo irmios, contraria, em tes, as pseudo-razbes do parti- cularismo colonial: est fabrica ume linguagem wii, fatalita, no limite racist, cujos azgumentos interesseizos calsam 0 discurso do lopressor. Ou seja, as azbes orginicas da conquista, que, com poucas ‘vatlantes, se reproporia em escala pluncitia a a Glkima fase do im petialismo colonial a partir dos fins do século xD." Entre nés, os louores aos donos de engenho, aos bandeirantes, aos capities e governadores geais,enfim, 4 Coroa com seu séquito de fimulos e burocraas io 0 argumemt pifio mas inesgotivel das academias baianas dos Exquecidos ¢ dos Renascidos, além de tema dileto dos inhagistas de Sio Paulo ede Pernambuco, focos de nossa rosipia desde o século xv, Esto 6 motivo condutor de textos Epi «05 tedigidos em tempos diversos: a Prosopopéiz, de Bento Teixeira, pastiche camoniano oferecido a Jorge de Albuquerque Coelho, dona: tlsio de Pernambuco, no romper dos Sescentos; O valoroso Lucide ‘no, de fr. Manuel Calado, que canta em pros e verso os fitos de Jozo Feandes Vieir, © magnata portugués senhor de cinco engenhos imoentete crentes eum dos chefs da tesisténcia contr os holande: ses do Nordeste; 0 Caramura, de fr. José de Santa Rita Dutto, com: ‘posto em honra do patsarca lusitano da Bahia, Diogo Alvares Cor- 36 reia; enfim, Vila Rica, de Claudio Manuel da Costa, 0 poema que celebra a ordem civil imposta 20 artaial minciro de Ancénio Dias. Os dois ltimos percencem 3 literatura neoclassicaluso-brasileira que fo lida e, em parte, tresida pelos nossos rominticos do Segundo Impé- rio cata de precursores para 0 seu nacionalismo oficial. Era uma in terpretarlo equivocada: epas setecentista ainda nio se despregara de situaczo colonial sem prejuizo dos seus louvores 3 paisagem ¢ is tradigbes da crénica provinciana. A sua costela locaista, bem visivel fem Pernambuco depois da expulsto dos holandeses e na Sio Paulo pés-bandeisista,tinka a ver com a ideologia autonobiltadora das es- tratos familiares que, em suas respectias dreas de ifluénci, itiam constituir a classe ditigente do fururo Estado nacional. ‘Recapitulande: duas reaSrcas correram paralelas, mas as vezes tangenciaram-se nas letras coloniais, a retrica humanista-cisa ¢ a dos intelectuais porta-vozes do sistema agromercantil. Se a primeira aproxima cultura e cult, utopia e tradico, a segunda amare firme mente a escrta 3 eficiéncia da miquina econémica aniculando culeu- 12 colo, Postas em rgido confronto, 2 linguagem humanist € a lin- ‘uagem dos interesses acordam sentimentos de contradido; mas exa- ‘minadas de perto, no deseaho de cada conteto, debam entrever mais de uma linha eruzada. Vox POPULI VS. EPOS COLONIAL: ‘UM PARENTESE CAMONIANO ‘Modern eoloiasm sarted withthe fifteenth centary 0jges ofthe Portuese along the wert cont of Af, tubich in 1498 broaghs Vanco da Gama to India Inseratonal encyclopedia ofthe soil encen, 1968, vl. 3, vesbece "Colonialism" Ezra Pound aficmava que os poetas slo antenas. Em um texto aria ona (108 : (© momento nega pats depress, pom, 20 menos as pf do fats As pliers do Velo clam n alma dos oa oxunes, mas nave € pret as sete ts tho boride Vranas et. qando aris 4s re Yen we prt omadh cari Etomo i ny marco a 4 rl desfalandn ot frie, Dino "Boe rgem! Lge eo Nov mono fo tado movimento. wo sono alepsco ed. Manvel preparo aicamenta wage dosconusae tage ina past % ‘mado pelos portuguese. Quanto 20s que ficam na matgem, rene- ‘gam chorando 0 andamenio brutal das cosas ¢, pel vor do Velho, [embram os mitos da primeira idade, afetando com um sinal de me. ‘05 a figuras dos herbis que trouxeram o progresso material aos ho- ‘mens. Mas a HistGra na qual se defroncam vencidos e vencedores se ‘Bue 0 seu curso, 0 “usado movimento" SOB O LIMIAR DA ESCRITA © Velho do Reso € «gente do poo que assim 3 paride de Vasco da Gama seram promvelmente. meio scl deport oni frames sem ia em Beit que demand ver al a dia, na Aca e no Brasil Es uns vues j ago encontstians un oct da altura de Lats de Camoes pata ouv-las¢ aes pina impr Sob o linia da esta tem vivid, desde oseuo xv, uma cl ‘ura que se gestou em meio au pow pobre e dominad Ent wn ‘pug de raga eruadasepopulages de dives orges asin suagem acaboufcandorambem mest, ata poato que hoje bela © anactonismo flat de cultura nega ou de alee indigens pa ae to de cultura rsa em ead pura No comes naturalmente, ogra de dsiogto nia eta ako. Oscronistas do primi silo sida presenciaram as ceridniae is dos habtates da cows: Jean de Ley, Hans Stade Fe Cat dim iformem por todos. Eos tts affo-batanos. qu on etions do seul ax documenta, cerament emontamn seek ae tite. Mas com o tempo a simbiose eabocl, tulsa cas prenlecendo em rods scams david material ¢ snbolc na Sima opal fem f 8 acularasao€ sem dvida, o ema por ecelenia da antopolopa co sat Pe repolg ‘Um prineiodesbate concisual camp faze ese teena Hi xpress acentuadamente pimitias ou aracas,ato€ fonas de cultura materal e epi poculiaces ao homer qu septe es Sob olla da esta Eb expres de front occ pluses Belo comato da vida popular com os ios leas purse ta os zo longo de rodeo proceso colonizaar Uma ceria de as 4% cropofagia ener por Hans Staden quando cto dos upinan- diem cidenonme, domaine ee qu sces de uae fu posta en um auto esto em up por Anche e canta e dang to pelos mesmor tupinumbis, jf expos 1 catequese eventual nett, apteadacs do alfabet latino, Outo pat desemebant: um to aican de sas ouvido com hort pot Nuno Nargues Pet {2 no comes do sco Xi, or ele chamado de clan c et Gita no sea Peregrino da Ames, no € 4 mesma cis que wna pcs de eat promovia pela Contain de Noss Senora do onrio dos Homens rte de Vila Rica pouctn anos depos. Ainda ta imagem de xu uo deseno geomtiotiado por umawece In gua n € evdentrent us imager ata imitate de wots portopuca por algum stl molato de cael de engenho. nfm um ows canada 0 candomblé agh de Saador no €« Iadainhe 2 Vigem entouda pelos conde: da Imandade de So Jo S€ dos Homens Pardes em slguma vila encrvada nas Gens So ods pon cae ue pode, om gud ser ha smadas popula indcpendentemente dasa rai tia ou das as ages remota, mesno pong orgem nao €determinada. O ct to éque‘e homem pobre edominado fio porada, quando nto agente dicen des expt, ato Primiina como as de fom te tanto as pars ant 3 a, tanto a proibias quant as toleadas ou eimuladas oda s quia antopalogiaent E papel da anilise formal discernit os componentes (chamados em fet pa) deesilo que eta em cada fia, nara ow figs ECeabalbo da itepetaso histrcosocalcolber or gaicados © Gs vows que oranzstam exas cigdssimbsheas ‘Damar prt das express da cultura no lewad se poder dizer questo um complex de formas sigan xo seid o- tum € cll, deo Sion egradas deal modo que 2 eomunidade poss stalzat em 0 seaimento da propia xen Gite da propria end Th ogee acon ncn em. ‘Arepetsi das formulas, oer dos umos,o ico abso doesent inden, aexpesiniade fa rea a mara tosis em oa pane cwamente dios ests, a ‘tle teulr de cada parcpe no croc na danga —~ tod teflete ta vutade de conju com frmulas poucaepegrane,atemi a dda adorada transcendéncia (dos mortos, dos deuses, do Outro) que segura nas mios o destino da pessoa e do grupo A medida, porém, que o proceso de acultutasio ai recebendo ‘novos estimulos da matiz colonizadora, dscoa-se do fundo teligioso popular comum uma vontade de estilo jf afetada pela cultura erudi ‘a, O barroco mineiro dos Setecentosesilia-see aligeita-se, se com: parado@arquiterurareligisa baiana do século anterior, grasa a uma verdadeitarecolonizasio urbana que ews levas de pottugueses pro ‘moveram na zona do ouro recém-descobert. As formagBes artistic ‘das Minas aparecem como tadias ou defasadas quando posta em con- fronto linear com a histria dos estiloseuropeus rexpectvos; no €n- ‘ano, ado se tratava de uma arte de simples imitadores nena de urna

You might also like