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UL Unidede 5 Gove p+ Caste Fic be lature & hae 1. Fichas de leitura As fichas so um instrumento importantissimo na vida estudantil, uma vez que permitem identificar as obras. conhecer © seu conteudo, fazer citagdes € criticar © conteido da obra. Deves, no entanto, e, antes de mais, distinguir uma ficha de Ieitura de uma sintese, de um resumo, de um sumario e de uma recensio critica. Distincao entre ficha de leitura, resumo, sintese, sumario e recensGo critica tipo de ficha de letura a que nos referimas no é um resumo de uma obra,nem uma recensio critica, embora possa partihar com estes géneros texcuais as formas de trabalhar 05 textas ou o propésito de condensar as ideias contidas no documento em causa. ‘A grande diferenca é que a ficha de leitura procura fazer essa condensacio a partir de uma orientagio exterior ao texto ou, melhor, visando © objectivo de quem a produz Com efeito, num dado texto, e para determinado fim, pode nao nos interessar ler toda a informagao, mas apenas ler e condensar o que é pertinente para os nossos objectives. Fica claro, pois, que as fichas de leitura, nesta acepcao, ndo sic resumos das obras, mas resumos das ideias nelas contidas, que nos interessam porque server 0 nossos propésitos. Como se fazem fichas de leitura? Toda a pesquisa envolve uma consulta de materiais bibliograficos, documentos © outras fontes escritas, Diante de tantas informagdes, & necessirio organizi-las para facilitar a sua utlizagio no momento da redac¢io do texto. A producio de fichas nada mais é do que o registo de informagdes e/ou a colecta de dados, tendo ‘como fungae primordia! auxiliar no processo de pesquisa e na escrita do texto, Nelas anotamos as referéncias bibliograficas das obras consultadas, registamos, resumidamente, as principals ideias do autor © transcrevemos citagdes-chave. Também servem para anotar as nossas observacdes pessoais, opinides ¢ ideias que decorrem da leitura do material pesquisado. A aprendizagem do processo de elaboracéo de uma ficha de leitura Por vezes,no processo de aprendizagem das técnicas de elaboracio de uma ficha | de leitura, solicita-se a0s alunos que realizem um exercicio que remete para o primeiro tipo de fichas de leituras referenciado, as que dizem respeito a0 texto integral. Neste caso. os procedimentos sio os mesmos que os descritos neste documento, com uma tinica excepgio: no existem objectivos exteriores que orientem e comandem a leitura, A ficha de leitura ndo € um resumo; porem, assume o papel de resumo do texto em causa, ganhando expressao a identificacao das ideias principais do autor. das suas arviculagdes e das respectivas hierarquizagSes. Principais tipos de fichas de leitura * Bibliografica — segundo Rei (Op. cit, 2000, pag. 68), consiste numa pequena cartolina, contendo os elementos identificadores de documentos. entre os quais, se encontram:apelido do autor (em maitisculas), nome do autor, titulo da obra (Sublinhado ou em italico), subtitulo (se houver), local onde foi editada a obra, nome da editora, coleccio, ano da edicao. nimero da edic3o, nimero do volume, indicagao do niimero de paginas. + Citacdo~é elaborada coma transcrigao textual de trechos da obra (incluindo erros, que devem ser seguidos pelo termo sic, colocado entre parénteses rectos {sic)) e reproduz frases consideradas relevantes num trabalho. As frases citadas slo colocadas entre aspas, referindo a pagina: para indicar a supressio de pala- vras, recorre-se também a parénteses rectos [..J. + Resumo ou contetido ~ é uma sinopse das principais ideias do autor. + Comentario ou analitica — contém a interpretacio das ideias do autor, © valor critico-reflexivo do leitor. Pode incidir sobre © contetido, a forma, a clareza ow a obscuridade do texto, uma perspectiva comparativa com outros textos e/ou a importincia da obra. Elementos que devem constar de uma ficha de leitura completa * Identificagéo do autor da ficha. * Indicagdes sobre o tema da ficha. * Cabegalho com as referéncias bibliograficas. + Informacdes sobre 0 autor, * Corpo ou texto com 0 resumo das ideias do autor, ou citacdes literais dos trechos que serio utilizados na redaccao final. + Comentirios pessoais (se for uma ficha-comentirio). * Identificaco do local (acervo ou biblioteca) em que a obra consultada pode ser encontrada. Principais Fungées das fichas de leitura + Permitir o registo da referéncia bibliogrifica complesa, para uso posterior na redaccao do relatério final. * Referenciar elementos do texto, de forma que, posteriormente, e sempre que Necessario, seja possivel, de um modo facil e rapido, localizar essa informacio. + Registar a informacao de modo que esta possa ser faciimente localizada quando necessitarmos dela (através de temas ou palavras-chave, por exemplo). * Sintetizar o trabalho,de modo a podermos utilizar essa informagio na redaccio. do nosso texto. Unidede 5 Para que a situacdo de pligio se verifique, & apenas necessirio que uma ideia, retirada de um autor. no apareca referenciada como sendo desse autor, mesmo que seja apresentada pelas nossas préprias palavras! (© pligio é uma forma de roubo e uma fraude, mesmo quando é involuntirio. Exemplificacao de fichas de leitura Ficha bibliografica Produzida por: Isabel Arnaldo Fernio (Obra encontrada no Centro de Lingua Portuguesa — Instituto Camées ~ Universidade Pedagogica Informagées sobre autor: Mia Couto ¢ um escricor mocambicano. Nasceu na cidade da Beira, provincia de Sofala (Centro de Mogambique), em 1955. Em 1971, saiu da Beira efoi para Maputo estudar Medicina, na Universidade Eduardo Mondlane (UEM). Em 1974, interrompeu o curso e dedicou-se a0 jornalismo. ji foi director da Agéncia de Informacao de Mocambique, da revista Tempo, do jornal Noticias ¢ membro do Secretariado Executivo da Organizacéo Nacional de Jornalistas. Tem ‘muitos trabalhos publicados em jornais, revistas e diversas obras publicadas dentro «fora do pais, das quais se citam: Raiz de Orvatho, Cronicando, Vozes Anoitecidas, Terra ‘Sondmbula, Cada Homem é uma Raso, A Varanda do Frangibani, entre outras. Couto, além de escritor, é docente na UEM. Sublinhe-se que este autor jé recebeu varios, prémios literarios, numa dimensio internacional Ficha bibliografica: COUTO, Mia, Terra Sondmbulo, 7 Edi ‘Caminho, 2002 (pags. 20-25) . Lisboa, Editorial Ficha-resumo ou de conteddo Produzida por: Nélio Sansio José Manjate Romance encontrado no Centro de Lingua Portuguesa ~ Instituto Camées ~ Universidade Pedagogica ~ Maputo Autor do romance: COUTO. Mia, Terra Sonémbula, 7." Edicio. Lisboa, Editorial Caminho, 2002 Informagies sobre 0 autor: Mia Couto é um escritor mogambicano. Nasceu na cidade da Beira, provincia de Sofala (Centro de Mogambique), em 1955. Em 1971 saiu da Beira e foi para Maputo estudar Medicina, na UEM. Em 1974, interrompeu o curso @ dedicou-se a0 jornalismo. Ja foi director da Agéncia de Informacio de Mocambique, da revista Tempo, do jornal Noticias e membro de Secretariado Executive dda Organizagio Nacional de jornalistas. Tem muitos trabalhos publicados em jornais, revistas e diversas obras integrais publicadas dentro e fora do pais, das quais se citam: Roiz de Orvalho, Cronicando, Vozes Anoitecidas, Terra Sonémbula, Cada Homem é uma Raga, A Varanda do Frangipani, entre outros. Couto, além de escritor, é docente na UEM, Sublinhe-se que ji recebeu varios prémios litersrios internacion Ficha-conteddo da obra Terra Sondmbula: A obra Terra Sondmbula, de Mia ‘Couto, conta duas histérias separadas pela guerra e unidas por um diério. (OS dias sio de fuge, dos guerrilheiros e de fome; as noites sio de busca de uma historia de aventuras, Neste romance.o sonho faz andar a estrada, numa situa¢o em que o protagonismo dh acto ¢ liderado por uma dupla de personagens, nomeadamente Muindinga eTuahir. Aplicaséo |. Que relacdo existe entre a ficha de leitura.a sintese e 0 sumério? 2. Como se comportam os alunos/estudantes de hoje relstivamente a consulta de obras nas bibliotecas para, a posteriori, produzirem fichas de leitura? 3. Explicta a tua opinido acerca da relevancia das fichas de leitura para a vida de um aluno/estudante ou investigador. 4. Explica o modo como um aluno pode convencer 0s seus colegas a ler dife- rentes obras e a produzir diferentes fichas de leitura, 2. Oragées relativas: os pronomes eujo e onde No nosso dia-a-dia, usamos com frequéncia, algumas vezes com correc¢io, outras incorrectamente, pronomes que desempenham determinadas funcSes. Uso do pronome cujo Borregana (Gromética Universal da Lingua Portuguesa, 7 Edicio, Lisboa, Texto Editores, 2000, pig. 159) advoga que cyjo é um pronome relative que se usa como determinant. concordando este com o nome a que se ligs na oracio subordinada, do qual € complemento determinativo. Ex.:A pessoa cujas ideias politicas tanto admiras detesta a vida piblica. Neste caso, cys equivale a de quol. Na percepcio de Mateus et ali (Gramética da Lingua Portuguesa, 6* Edicio, Lisboa, ‘Caminho, 2003, pig. 664), cujo marca o genitivo, ocorrendo no SN em inicio da rela- tiva, tem flexio em nimero e em género. Ex.: Estd ali o homem cujo nome perguntaste. Portanto, os dois autores convergem na medida em que ambos consideram cujo oma pronome relativo que introduz uma ora¢do relatva.

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