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@©ffiIPI3l1IDU(I)

DE

GRAMJIATIC! PHILOSOPHIC!
POR

.llACII.\R FOTIMAl>O EM SCIENCIAS S0'1IAES E JIJl\lDIC.AS;


PROC1J
i · ADfR FISCAL E D()S FEITOS DA FAZENDA, LENTE
SU ITtJTO DE GEOMETRIA E MEMBRO DO COSELBO
DU\JC'tOR PA INSTRUCÇÃO PUBLICA NO J..Y�U l>O
CEARÁ.

lliiiiiiiiiki:191 ;u

Á. VENDA.
NA TYPOGRAPIIIA SOClA L
Publicando este Compendio de Crammatica philosopl1ica tão
extranho e excentrico de quantos ha ahi sobre esta materia �orno
se vê, estou tão longe de presumir ser um trabalho bem ac�bado
que pelo contrario o julgo tão imperfeito, <1ue <1uasi tenl:o po;
('erto o descredito, em vez de applauso, assim por seus defeitos
como por suas novidades. l\las, sem embargos disto , tendo es:
tudado e meditado mui attentamente os que tew merecido mais
::ipprovação e nomeada no ensino publico, não julgo esle meu in­
digno de entrar em juizo e medir-se com elles.
Digo isto, por que parece-me-incontestavel que , quanto se ha
escripto sobre Grammatica em nossa lingua, não passa de modi-
1icações mais ou menos bem assombradas e il111sorias de dous gran­
des erros, que por sem critica e sem reflexão tem passado desa­
percebidos até hoje. Fallo da philosophia sensualista, que occu­
pou o vasto imperio do mundo , e da imitação servil da lingua
latina, que tem dominado a nosi-a.
Aphilosophia sensualista tem materiali1.ado a idealogia e logica
da nossa língua , e a imitação servil da lingua latina a tem escra­
'Tizado de tal sorte , que lhe não tem deixado mostrar a sua índole
o genio natural e proprio.
Quer-se por força que por ser a lingua portugueza oriunda da la­
tina teuha o mesmo genio e natureza , e seja sujeita ás mesmas
leis de classificação, de conjugação e de construcção e regencia ,
esquecendo-se que a latina, filha de uma philosophia barbara e
caduca, não pode acompanhar a philosophia moderna em seus
progressos, e modificar-se por elles por ser lingua morta, para ter
direito de submetter ás suas leis uma lingua viva, que no correr
dos seculos se tem vindo transformando e aperfeiçoando 11or estes
mesmos progressos.
Não se desnega a nossa lingua dessa filiação ; mas tão outra
,;e acha, não só por seu caracter proprio, corno por suas trans­
formações, que todo o seu parentesco com a latina sa reduz ao
etymologico e orthographico , de que o uso pela pronuncia a tem
em muita parte dispensado.
Os artigos e as prepc,sições da nossa, substituindo os casos da
latina , a tem constituido com feições e caracter tão proprio nas
suas conbinações logicas e gràmmaticaes. que é força cousideral-a
corno emancipada, vivendo vida propria na sua independencia
e soberania.
Pelo que escrevi , se deixa ao menos entrever, creio eu , <1uc
procurei libertai· a nossa lingua dessa servidão que nos l�garam
os antigos classicos , os quaes,. como disse o grande Fr_e1 Fra�­
cisco de S.Luis no seu Glossar10, por falta de estudo p�Ilosoph1-
co da lingua, cahiram em muitos defeitos no que respeita � 01·­
ganiza<;ãe da phrase e discurso, que hoje seriam erros gt•aycs, e
ialvez indesculpaveis.
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Co11Lo, 1,01·em, <·.om muita cxLr:rnheza o c1·i1ic:1 pela innova�·�o �
í111.roducçao de urna Etymologia idt.mlngica, e Jc uma S)'ul:1.u! lo­
�ica� mas ê preciso saber- se que primeiro tractou da idealogia
Soares f
ilarbosa ua sua G1·ammaLica pliilo,ophica, somente com a
dif e1·cnça de lhe nào dar o 111H11c ., como lhe dei; e delle mesmo,
�tem ••r Charma na sna Lingu,4gcm, tirei auctorização para ad­
rnittit· uma Syntaxe logica , por c111c eu. tendo _que uma suppõe a
outra. De mais, o uso da Analyse log1ca exige, em meu pare­
cer, uma Syutaxe logica, ale111 ele que, se a Elymolo�ia idealo­
f;l'tCa funda-se na id,--a que :1 µalavra encerra , a Syntaxe logica
deve fundar-se no juizo 111w e11ct.�1·ra a pa·oposição.
:\it0 1lu,;iíio ,111� t.•11 1.c!uh:. anal comprehendido e mal harmoni­
z:ul11 o ,,ue i11tl'01ln1.i do uovo com o ,,ue adoptei de velho ; mas
uao sel'ei o primeiro a •1uem isto tenha succeJido ; e mesmo ,
qu-al é a obra, ainda de grandes homens, que não tenha sido
arguida destes e dê outros tlel'eítos?
'necouheço o meu atrevimento por emprehender o que na ver•
dade é superwr à minha capa<'idade; mas entendi que sem esse
att·evimento não pode haver progresso no que domina a rotina.
Quiz tirar delia a nossa lin3ua, chamando á attenção dos sabios
so11n� as iu111,va�.•i�s ,111e fiz, e creio que obrei bem; por que dahi
pode nascl'r uma discussão luminosa, t(UC lhe avroveite muito : o
11111• me 11ao sucfetlcria , se me limilass•� como os outros aos Tra­
ctadiuhos de r,alavras, que estam em moda com as novidades.de
algumas subttlezas e argucias.
Não me 1w•·•luar:'1111 us criticos, estou c.�erto; mas a quem per-­
.:e
do�ra rn elles 1 Não espero ser a e.xce-11çào: ucm possivel; por.que
Deus deu ao homem a v.,rietlade no pensar pava convencer a
ca ila um da fallii>il1dade da razão ind1vitlual , e suj;eital--o á r.aião
isOcial ou universal. Mas deslingo os 11uc criticam com bom seq�,
r, civilidade por amor so111�ule da sci�ncia, ctos que criti-cam, de
1u1fo por dh·t!rLir :t sua 111alig11icla1le habitual ; dos que tudo cri-
11cam, por •tt1í! !!e presumem os uDÍC'OS cap:,ws de fazer cousa ir­
refJl'f!heusivei ; e tJns c1uc· criticam de tudo, por que não pod<tm
,-1111 sul iuve.ia soffrer que outrem faça o que etles não pode.lfl
f:izel' :\ ,\slcs só esta resposta: Censurae os erros; mas,eusinac
a Nnenda; por •(t&e do co11tr;1rio, nào salJeis o que dizeis.
0-i J1riuwim�, .•1 U•! c11.usuram so111e11to 110 i11tercsse da seieu eia ,
11�,) •;iwro 111-rn 11m per,tuem; 111.1r ct•te nâl} desejo introdu:tir Ui1
,:,rcul.u;:�o 111uella fai.s�, µor \"Cfdadcit:a;·1•do coutr�u·io ·lltHt1jo o seu
, ,mcm·so para a11et1e1çoa1• es1e meu trabalho por ao:wr da no�sa
motid.1111!, a ,11wm o 1JtJicu no intuito. de libertai-a .do la1iui1nu,
que Ut;;S m1z at1·asados.
fortaleza 2., ,fo Des,e��bro 'de.t.861-1
.8ftHtnt,· 'Soof'etda ,sa,,;a;,11,ae,·nd·�

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DA
LINGUA NACIONAL.
l)efính;-ão .e dl'1·i8ão.
A Grammatica é a arte que en�ina as leis da expres- \
são _d? pensainento por palavras.
D1v1de...se em geral e particubr.
A Grammatica geral ou universal ensina as bases es­
scnciaes da linguagem cm to las as linirm1s.
A Grammatica particular ensina as bases essenciaes
da linguagem com as modificavóes particulares de uma
lingua qualquer..
O vehiculo do pensamento ou da idea é a pa1avra na
Grammntica universal, e o vocabulo na Grammalica par­
ticular.
A palavra é a expressaõ .. geral do pensamento por sons
articulados.
O vocabulo é a expressão parlicLtlar da idéa lambem
por sons articulados.
Desta synonymia vem confundirem-se a palavra e ovo­
cabulo no uso commum.
O som simples ou articulado que não é vehiculo de
alguma idea uão é palavra nem vocabulo; porque o
pensamento, querendo fazer-se ,conhecer, procura um
vehiculo no som da voz, une-se a voz, encarna de algu-
1na sorte na voz, faz-se voz, sam ;nseparaveis.
As palavras ou os vocabulos se po1em considerar ou
cm suã unidade absoluta, ou em suas combioa�ões ordi­
narias; por isso dividimos a Grammatica, segundo esta
consideração natural, em Etymólogia e Syntaxe.
A Etymologia, pois, é a parte da G_rammalica que
tracta da palavra considerada em sua unidade, n10stran�
do sua idea e· cspccie, segunJo sua origem natural, qua­
lidades e caracteres.
Por ser a i!ea inseparaYcl íh palavra, como vimosr
..-w: \i."1d1'r,,-.;;;:" 17 1Y.lll') 1 0:rº
l 1,l Clll \-\:11lo ·i,,,
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2
A Etymologia ldcalogic� tracta das id{�as, <le sua forma-­
e.ão, de suas cspecies ç de �uas distincçõcs.
A Etymologia Verbal ou Matcríal mostra as palavras que
sam vehiculos das ideas, e distingue-as por sua naturcsa. por
suas propriedades, por seus genm·r��, e por seus numeros.
A Elymologia Verba� ou Material,. por que tract-a da
palavra separada da idea ,· pode considerar-se como fa 1 Q

lada ou como escripla; e por isso divide-so cm Proso-


dia e Orthoepia ou Orthograpbia. .
A Prosodia ensina os sons propríos e variados da voi,
com que as palavras se devem pronunciar.
A Orthographia diz as letras e signacs com que as
palavras se devem escrever.
A SyntaJke é a parte da Grarnmalica que tracta das pa...
lavras consideradas em suas t-ornbinações,. formando pro M

posições expressivas de nossos juízos e raciocínios,


A combinação de palavras que não exprime um juizo
naõ é proposiçaõ recebida na Syntaxe.
A Syntaxe, por que trata das proposições inseparaveis do
juizo e raciocinio, dívUe-se em Logica e Coordenativa
. A Syntaxe Logica trac�a do j uizo e racfocfnfo em suns
diversas formas e ligações.
A Syntaxe Coordenativa occupa-se das proposições ex•
pressivas do iuizo. e raciocini..o y segundo a concordancia e
regencia de saas partes.
A.Syntaxe Coord-0nalíva dívide-se em Syntaxe Natu-
ral e 1iigurada. _ . .
A Syntaxe Natural ensina a combinar as palavras se­
gundo as Leis g.eraes da Linguagem.
A Syntaxe :Figurada ensina a c0mbínar as palavras se­
gundo as LeiS: excepcionaes da Linguagem.
Pelo ensioo da; Grammatiea ,.. accrescen-la- se-lhe a A­
Balyse ,. operaçaõ 'inversa da Syntaxc.
A .A.nalyse, pois, é a arte que ensina a decompor as
proposições para examinar, se se-observaram as Lcís da
Etymologia e da Syntaxe, e se sam bem conhecidas as
ideas e as propriedades das palayras na sua unidade, e·
as suas relações nas suas combinações:

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A Analyse divide-se em Grammalical ou de Etymoloo-ia
0
e Lôgiça ou de Syntaxe , de que tractaremos no fim (t)

PARTE 1.
Da ECynaoloala .
. A Etymologia tracta, como vimos,. da palavra consi.­
derada ·em sua unidade, e éo.mo velücmlo da ide.a.
Nada mais f�lso, diz o padr� Vent:ura, do que est:! pro­
posição eusinada em certas escolas: <cA palavra é o signal
do pensamento. ,, O signal é o indicio da cousa, mas
não a cousa mesma. O frnno é o indicio do· fogo, mas
não é o fogo mesmo. Entretanto a palavra é o pensamento
encerrado no vocabulo,· t<u-nado sensivel pela voz, e
passando elo· espirito de quem falla ao de quem ouve ..
Por isso foi que dividimos a Etymol-Ogia em ldealogica e
Verbal.
TlTUlO 1
Da Etymolo,;IN Idealoalea.
CAPITULO L
Da formaf íio da1s ldeas.-
Depois de haver creado uma multidão infinda de dif--
( 1 ) En1endemo1 com o Sv G:1rret qu� a_ G,,ammat1ca, p�r
mais rudimentari;1 qu:, s- j 1, nâo pode prese10d1r de&l'as diYI•
fões P. partes; porque •J?z elle: .
1 CJrn a boa e bi'm ent.end1da Grammahca eslá connexa
{ P. talvez mais exachmente, á Grammatica está inherente)
a I lealogia e a L,jwa. ou- iiS artes de formar as 1deas de qut
sam signaes as J,itlavras ,,
As que temos, �am mais um brt'Ve tractado c!e p�lavras s�­
raradas de toJa a 1dea, do que propraamrnte u,ua Grammata­
c-a; e por isso e, be-Jhes o 4Ue disse Soares Bar bus a ne,tes­
termos:

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ferentes seres cspcciaes: uns corporcos, outros incorpll­
reos, de que povoara o ccu e a terra, ercon DcLfs o
homem, composto de alma e corpo substancialmente uni­
dos na unidade de seu ser, e revelou-lhe pelos scnli 4

dos a existcncia dos seres corporcos, suas qualidades,


suas modificações e sua� relaçücs; e pela sua palavra a
tlos incorporeos, suas faculdades, suas modificações, seus
deveres e seu destino.
Saido das mftos de D.cus, nfío podia o homem sem nc-•
nhuma idea, sem nenhum conhe· imento delle, perecbcl-o,
conccbel-o, e conhrcel-o, nem couheeer-se a si� a lei, o de­
Yer, o bem e o mal moral, senão p('lo ensino dr seu Crca­
dor, pela palavra divina, que devia receber e transmit­
tir á sua dcscendcncia, sob pena f!c perpt�Lm ignorancia
do que mais lhe importava saber.
Por esla revelação tanto do 111undo tisico como d o
mundo moral, dotou Dem, o homem tle" .. ,.,. 1 l•I H d-ade,
i111a,;inn�àu e c·n1endi111t•111u, formando-o as­
simque pela irnprcssüo dos objcclos corporcos sobre seus
orgãos, seus sentidos recebem a forma destes mesmos
corpos sem a sua materia, bem como a cera a do sinete
de prata ou cobre sem a maleria êlc�te, e a lransmiltem á
imaginação en1 estado ele imagem ou fantasma. A i­
n1aginação ou fantasia, faculdade spnsiliva, que não
excede o particular, não representa senão as imagens
ou fantasmas nas condições individuaes de tempo
.e logar, con�o os sentidos lhe transmilliram e lhe im­
primiram. E o entendimento que , refleclindo sobre
estas imagens ou fantasmas a sua luz intellectual, ou a
sua ,·irtude_ �e uni�er�a�izar . o singu�a_r, _despoja--os
destas condtçocs de mdtv1duahdade, esp1nluahza-os ain-
e P rem de1x-1da ( a G amuutic, ) p los Piulo�;ophos nas
mãos de homrn� ou 1g 1or, ntPs, ou i,our,o h �b 1s, se-r�duziu
0

a um sys��·ma rnform-� e_ rninucw�o d"' ex,·ró plos t! regras, fun •


dadas mau sobre ana!o�us apjHr :nt�s, que sr,bre a r»z2õ a
quem fÓ compet� 1nqu1rir e a��1gn�r a l v rda it:'ira� c;iu1.as da
l:ngu�gem, e se�undo ellas ordtnar a Gr�uumatica de qualquer
lrnsu1�

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da mais do que os sentidos os haviam espiritualizado ' ge-
neraliza-os, e forma a ldett,
A idea é., pois., a concepção do particular de um modo
universal. �lia é 6}ha do entendimento sem o menor
concurso do corpo.
O entendimento a gerou de si mesmo em si mesmo,
eonhece-a, entretem-se com ella, e tende a manifestal-a
fora de si por signaes, e realizal-a por acções. Este co­
-I;lhedmento é o que se chama o wc1•ho,.
Assim, o sentido da vista, por exemplo,, ,o olho, formando
a especie intencional, ou a imagem d_e uma \_'li•�,, do
uma 111esn, de uma ..adeira-, sem a sua materia,
não a dispo_ja de suas condiçõts mat eriaes de logar e de
tempo. Elle vê sempre 14;lita casa, fiMta rneza, Esta
cadeira, '11estc momento, e '11este logar; entretan•
to o entendimento , despojando as imagens ou fantasmas
dest�s objectos destas condições materiaes, generaliza o
que o olho não tinha feito senão espiritualizar, e vê ahi
A casa, :�. meza, � cadeira. Assim, os sentidos nos
mostram o ser, o individuo; e o entendimento a idéa, a
esp_ecic delle.
E por est maneira ou economia que, não transmiltin-­
i

do os senfülos á imaginação senão a imagetn ou fantasma


de um ser singular, de um ser tendo es _as qualidarles,
estas relações com os outros, a intelligencia ou o enten...
dimen to forma a idea das qualida·-Jes e das relações ge­
raes dos seres, isto é, as idéas de cor, de grandeza, de
acção e de paixão, de cauza e de effeito, de bem e de mal,
•de verdadeiro e de falso, de passado e de futuro, da
substancia e de a,:cidentes, de individuo e de especie:
de concreto e de abstracto., de todo e de parte, de prin­
;cipio e de consequencia.
Esta é a ordem do desenvolvimento do espirito huma­
no na formacão das ideas dos objectos ou seres cor­
poreos ; mas' não é a mesma na dos incorporeog
ou insensiveis; porque , como não sam realizados em
alguma matcria ou corro, nã? formam !magem o�
fantasma de si mesmo e po1· Sl mesmo. Com tudo o

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ecrlo que o entendimento r.Fo po<lo formar a r.oncepç.aõ
geral, ·a idea destas mesmas cou�ris immalcriacs, nem
tornar i.utelligivel a nal.ureza dcllas sera o i'.iCU parUr11lar;
porque tudo quanto cxisle, mesmo no mun.:o tspirilual
o moral, nfío é senão pm l!<'ular.
Em Deus m(•smo. que nfw tem gcncl'o, ro:!em�lS
clistinguir o que lhe-eon-H'lli ser , ! o que_ re:llrnu.tc _l· ·;
poclemos consh�crar a sua nah1l'�_zrt separaua ;:a SH(: ·•,1s­
tencia, e formar a idea dtl:t-. Qilanlo ;io n·sto :ts __--,•u­
sas da mrsma orctcm espiritual e mor�-l, {, necc� sa­
rio que qmiiqncr clic1� s,ja rcpresentw•n pi_ r Uill
fantasma üU imagem ;_a mesqm naltfftlzi,, pctra o '. u:.t�n­
dimenlo forma,· idea <lellà. E, pois, a :J;ii\i,:n,. ou1·t ar­
ticulada pela voz. quer expressa _Pela est:riptcr�. que,
passando pelos olhos tu pell)s ouvr'os, se coHoc�,. cc,mo
fantasma na irnaginaç.fo. Eulfo o cnknrlimento, oi:�a, ido
ao mesmo tempo o objecto particular 1 1ue a palav;·:1 in­
dica, e o fantasma ou a mesmi; péiL1v1·a cm c1 t: '- clle
está encerrado, torm� ..o intelligivel, esse ohjcclo irnma•
teria 1, enlrelern-se com elle, olha-o em Sllas condições
un1versaes, t!iscorre e raciocina.
Assim, o l10men1 a quem �e revelou (1 verdadeiro Deus,
os anjos, as almas, bem pode formar idea rlc Deus, do
anjo e d,alma; mas nP:o JJoderá formar idca da virtu­
de e. do vicio, se lhe faltar neste ponto a instrucção, se
não lhe foi revelado o particular da virluiie e do vicio,
ou não se lhe disse que tal acto é virtuoso e tal outro
é vicioso. Mas cumpre notar que. ne!s as revela(·ccs das
cou�as imrnateriaes, o entendimento não procede ror
•subtracção, como quando opel'a sol.,re os fünl<.:SJVi:s das
cousas materiacs, mas por addiçfio; porque C'�bs ten­
sas immateriaes não cream de si fantasmas 1,ropriô.mcn­
te ditos.
EHo tem já em si as M/·as rlc cauza e c!e t fl�ilo, da
grande e de pequeno. i <· ( 1�;,rntidadc liniitrida e ·!e QUPn­
1

tiüt�Je :!!imitada; applka. r••:i�, tslas iil::·iis :w Ueus ,lc (; u6


sc-lhe-faaa, e torna ln !e 1 :igi vd a ! ;; n•-:,., <ir Duas
I

quanto é posslvel colllpreheudel-a. ;hlle lelll tü1ubell1 en\

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si as idens de certas cousas invisiveis, occullas Rns cou-­
sas visiveh;, :;<:rvindo-1110 <lc apoio e de cauza de movi­
mento, a�sim corno de outras cousas que se· sentem sem
1wdcr Ycl-as, nem apprchende1 (�s, como o ar e luz:
applica, poJs, cst�s id('aS _ú alma, e lornn intelligivr,i a
11atui'cza d c11a. hlic tem 1•leas do hem e do mal i}".l i�:o;
porque procura um e foge do outj•o: appliea, p,)is. estas
ideas aos actos que se-lhe-representam conw boas ou
nnus, e torna intelligive; a virtude ou o vicio, a obriga­
ç�u r o dever. Assim, a respeito 1as co,1sas immaloriaes,
não s� formam idens propriamente ditas, ilhstrahindo o
geral do particular; mas ·formtun--so cunheeimonlos mais
ou menos cxados daci cousas p:;,rtieulares da or·,e.a im­
tnaterial, addiúionan lo-lhes as concepções geraes, qt1e se
tem formado por occasião dos fanlasmas das cousas da
ordem material.
Revela, porem, saber que, quer os ohjertos mnteriaes do
quo se forma i!ca, quer os immateriat-�s de qae se
forma o conhecimento naõ existem na abst:-acç00 e
no geral, mas no concret,> e no particalar. Assim, na
ordem incorporea, não existe anjo, mas sim a11jos; não
f;t/.

existe n alma, mns sim ;_1.lmas: na ordem corpon;a,não


existe ,� homem, mas sim hom�ns; n�o existe <1.J bru­
to, mas sim lJrul.os; não existe a cor, o som, 1i sa­
bor, mas sim corpos coloraios, corpos . sonoros, cor­
pos saborosos: na ·odern moral e scientifica, não exis•
te a virt.udo, o vicio, �- sdencia, _,. arte, .,, industria,
mas sln1 actos o'.l homens ,,irtuosos ou viciosos, sabios,
artistas, induslriosof;. Tudo isto: �• anjo, ti alma, O
h01pcm } lt brulo, � cor. \'.il�, sorn, tJ sabor, VW·
tude. ;.. vicio, .. , scicncia, arte, iwlustria só
existe em nosso entendimento, no esta, 0 logico, uu es-
1
tado d� conccpçüo mental, no est:1· ;o d�idea.
Cabe a qui dizer que, co'lW o eutend1mcntü n�o pe�­
r.elw dir ec amcnto as cousas scn:10 nesta co11cep!_:êi 11 �HH ..
VCl'sal, scgur_-sc larnbc:.n T1c cll� n[)�) pm:c�:),� .�ri_\n�i­
rameulJ sefü;o a esp:\·w .ia t�o • - e -Fie :1 .. :?pois ,_. , e-
1.:.

Ucxlvan1cnle que percebe a cousa, de ql!c se forma a

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especic; e segue-se tamhem qne o entendimento não
percebe nnm pode pPre-eber direclamcntc as consas �in­
gulares, mas sim iudirectamente e de uma maneira re-­
flexa.
Assin1 s) operou e opera a 1·evelaçfl.o do mun(lo fisi­
to pelos sentidos, e a do mundo moral pela palavra 011
ensino, que tem passado na tradição c9mo um fi:lei­
commisso de geração em geração, aLravcs dos scculos,
em todos os povos do mundo; mas é preciso reconhecer
no homem uma faculdade indlspensavel para recebei-a.
Esta faculdade é a fé natural, assim no testemunho dos
sentido� como na palavra de Deus, e na dos nossos paes
peJa tradição; fé indispensavel, como o meio para o fim,
corno a condição essencial da vida indivirlual e social,
da vida tisica e moral; porque, som ella, o homem não
poderia confiar-se e julgar-se seguro no commercio e
communicação diaria com os outros, nem aceitaria por
pevcres os que é obrigado a cumprir. ( 2 )

CAPITULO li.
lias tllfferentes especles de ldeas.
Considerando, de preferencia para a vida, o ser ma­
terial, por ser o de que o homem forma primeiro e
mais facilmente suas irleas, notemos, em relação á Gram­
rnatica, quaes as que elle nos offercce , assim na
sua unidade, como na sua multiplicidade.
Considerado na sua unidade, na sua vida intima o
·�soluta, o ser corporeo nos offerece dous differcntes
aspectos ao entendimento: o seu exterior senshel '
e o seu interior insensivel, involto nesse exterior.
Deste exterior abstrahe e forma o nosso entenrlimen­
to ilmumeras e variadas idéas de suas diversas qualida­
des, patentes aos sentidos na sua natureza, como: ir-o li­
do, ffutdo, �u"'uz�i; na sua forma, como: tlel-

{ 2) Extraido do imcomparavel i'adre Ventura.


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;:,1,lct 9 fino, ;;;•o�Mo, n,;ui!o_; na sna cslalura_.,
romo: g1•antl�, IH�quenu, ·11lto, baixo; na sua
figura , como: r••dnudo . 1111atl.u1do , hellct ,
,·eh•; na sua snpcrficie , como : liso , us11e1·n .,
ennc.,vn , convexo ; na sua dimcnsaõ, como :
•·c,nann·ltln. lnr;;u, e�••·t�ito; na sua consis­
tcncia ou organisaçaü, como: foa•tt-, •·•·tt••o, •Du•·o,
111oltª ; no seu peso , como : g1·a,�e, le�e; na sua
côr , como : b1•anco, I.eI·eto, a111à111·.ela; no seu
gosto, como : dn.-e... ann11•:,;.tt, azedo; no som
e no cheiro, cujas cliffcrcntcs qualidades , c1n falta de
termos proprios , sc-cxpr:im�m por termos mcla­
phoricos , · cpmo _: o �nau g1·a=,re , o. s1,11t 0;;11-
clo, ct.c. : e finalmente nas n1odificacõcs de seu es­
tado quer� no lempo , como : HliC.�·o : Te!ho , 110-
wo, antigo ; quer po espaço, co�10 _: 111•e!!iell­
Ce, n1uu-11io_, aaea•to, hu11gt·.
Do inlerior ., porem, abslrahe e forma somcnlc a ideµ.
de essencia, de substancia _, <le pirncipio , a que s"­
grupam e aclhcrcm todas cslas qualiflad_es , que a revclar�1
e com elia cm uniaõ inl.irna conslilucm o ser.
.t\_ssim , pois., temos a ide.a · do ser., de substancia e
!lo qualidade ; a idca do scnsi.vcl e do ifü:cnsivcl.
Mas convcm notar que o entendimento, na sua con•
ccp<;aü dircda, formá á idea geral_, e na sua ref..ex::t\
a idca parlicu,lay da ser, isl.o é; a i�!ca do sct· é com­
plexa ; por que ín,:o)ve ao mesmo tempo a do indivi­
duo e a da espeeic ; e por isso ó nN'(•�saria a idca de
dislinc::aõ ou de dclcrmin�tçaõ , cxprc�sa por uma forma
ouc 0·cucralizc ou fara tomar o sL)t• no se;1lido de cs-
_pccic\ e por outra ·que parlieubrize e L11;a tomal-o
ilO scnlirlo de inJiYiduo; pois, sendo iniinilo o numero
dos seres, naõ era possivcl dar e cun�crvar de memoria
a c:idJ um in(livicluo um dislinetivo , isto é , um no­
n1e proprio, como: Pedro, Uoma, Cearú, etc.
ConsidcraJo, porem. na sua rnulliplicidadc, na s:�ª
,·ida de rel.:H:ões , o sPr corporeo, alem da l-'-nhstancia_,
.
(;a c:;'.l,-li:lar!c r da dislinccaü nuc l.cm cm commum , o1-,
1 '" .. ' ., J.

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10
ú.•rccc .mais ao nosso cntcndimcn to ns stws rcl;L:Ci(�:-- •
as suas modificações de aer,.aõ e de paixaü e as sw., tir'­
curnslancias.
As rela(:õcs snm corlos Yinculns ii1tdkcluncs , que
lirram
;:, os seres, ,.uns aos oui:rns.
- Ella:.; ��;u:i innun1t!ril-
,,eis , e para excmplHicarmol-as , notamos as. de nume-
ro como : urn <t e/les; as de tempo d dernnnado , to­
mo': em u,n instante; e as ele 1ea1po indeterminado.
como : eni brn-'e; as de lugar , como : em no,na ;
de França, por I-f espanha, a J >urtugal;as rlc cornpa­
nl11a • eomo : - um con;. o ,)utro; as de posiçaõ ,·crlical
como : sobre ,-/le, svb rlfr; ns de posi(�Jõ orison tal,
como : ante elle, aprn. e/le: as de posi(,aõ media ,
como : entre elle.,; as de c;1ma, como: por y,lf,,,· as
(!e modo, como : coni geilu. D:.:qui se-Ye que a rcla­
çaõ, expres�o 11111 dos seus tonnos,., chuma pelo outro.
As modifica<;ües de ncçaõ e de paixaõ dos seres sam
t�mbcm innun1: 1 raveis � eomo as rclat;ões ·; -por q11e as in­
'tolvern debilixo de outra forma. Exemplifieandu-•as, no­
tamos as de acç.aü corno : a11u1ruto aborrrcrndo len•
do eJcref,,ndo, dtrigirulu etc : e t!Stle pJix;iõ, como:
an1ado, aborreci.do· /1du escrip'o 'tii, igido Cum­
pre notar que dislinguirnos as rnoüitkações de aeçaõ
das de pabaõ, cxprimin 1o aqudlas pcks parliciplos
aclives, cestas pelos 11eutros.
As circumstandas dos seres sam innumcravcis corno
as relaç.ücs; por que lam1 cm as i11Yolveru debaixo de
outra forma , o podem cxcn:plificar-s;c ;:s de Lcmpo,
como : hoje !wnt,· rn, amanhã �:s ,!e. lugar , como;
aqui, ai/,,. acolá as do cp1antidadc, 1·unw : mais D
meflO, aJ.!az-; as de modo , como: siln, riaõ, so�
mente
Assim, lemos ·as if1 rns c1c relacélfi, de modificacaõ de
acçaõ e de . paixaõ e de cin.·u rn;taneias.
lleleva, porem, obs(•rv�r que assim, corno a substancia
as qualidades -- e a distinctaõ se corn'ljilam e reunem n�
ser, assi111 tambcm i:iS n la.!,'.ôcs , as mod ifiençõcs de a1•­
çaõ e de paixaô e as circumslancias se comlJ inam o rcu �
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1l

nrm no Yerbl> , romo: ama. ar.zou, amara', cm
qun se no:a um dos lerluos da rclacf•o chamando
pelo Oll tro' a m oJHicaf)àL> elo aer;,Ctü e a circnmst;uncia de
lempo.
Ua Lima onl:-a cspeci(� de rrh1çõcs, que sarnf nrnis pro­
Jl!'iitS do discurso que do pcrisaniento, ouf ncrtenccm
mais ú raenldado de l"allar que de pensar;· e p·or isso se-•
di�ting·uem umas tias outras por ful'mas diffürcntes; e
sam de müfío, como:· ua,a ,� u141•◄•; de scparaç3o, co­
rno:... UH! ou out.:-,!; de oppos1çüo, con10 :- util,
nut§ detiii,��u•'l"'t'n1endc; de cauza, como: §n,t1e,
JtOi!ii a1n·cndcn; do comparaçaõ, comó : a��hu.
Hn. Ce1·1·a t•ouu11· no ct,o ;- de condição, como:
le,·a �1� ,. U("ll"C.� ele,
Assim, pois, alem das idcas das relacõcs··· naturacs, te­
mos lambem as desta.., rclacões artifieiaes.·
Corn estas di·vcn,i:ts cspcéics do idcas, hem ou mal
descriminadas e demonstradas, se forma o mecanismo
da iia b0 ua orcrn ' do c1uc {Jassamoia tradar, começando !)ela
1

TITULO !I:,\
oa·· li�tynao!o�iai· '11 c1·J1ar­
CAPITULO 1.
llJa ori�een' da IJi ...#;;••••1.e111.
Da necessidade ela fé natural para vida social c'mo­
ràl, s�-c·!wg1 (1 coffsoq 10ncia nccmsaria de que, dan­
do Dt)lts ao homem, alem da faculdad1., do pensar, a
de fillhr, nfto lhe' po !cria fazer conhecer aif' cousas cs­
piritLrncs e mnnic- sem lho ensinar primeiramente �s ba­
ses essent'iacs da Ung,,:1gcrn, pela qdal o co_mrnut�tcasse
ensina11d )-lh-c a com nu nlcar com os oatros;· e rnstrurndo-o
de suas perl'ci1)ôes, de sua sobora1liá 9 -_de sm� lei, e elos
deveres· e dcslinus delle; pois que Ol"il 1mpos�1vcl �o ho­
men.1 inve11lal-a 1 por uão poder elevar-se a subhme e

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inromprclwnshcl ,Hra de 11oclcr cnccrr:-ir e, pensarne:ilo
na ,,oz, q uasi c9car!_wl-o nclla, e passai-o aos ou lros.
Não ó mesmo pos�ivcl crer que o homcn� lenha, por um
feliz acaso, pôdirfo encontrar n_as profundezas de s�ia
alma essa parte misleriosa do discurso, que se chi1ma
0
_,.. ,�.1·bo < Ycrbo Lrmporario, que ó todo o di�:ctll'··
1

-· )

so da ilÍtc}ligc�wia crcada, e c1n c1uc ella .se rcflcdc leda


inteira e 1úanil'csla.
l)emais�- a ex pcricncia tem �oslrado que o homem que
não tiver c1prcndido a fallar, sepdo rncnipo, nf10 apn1 n­
dcrú jamais quando for homem; porque �s t)rgãos da
valavra que sc-lcm deixado de pxercitar, , cm quan lo
_na infancia por sua f,lcxib�liclaclc s:.im aplos para sc-do­
:brarcm a todas as inflexões d.a Yoz, _conJrahcrn com o
tempo urna rigidez i.ndomaYcl_, que os torna incapazes de
arlicular os differenles sons;· donde rcsulla ri diffl1 1':1 nca
das palavras e o mecanismo (_h\ l!ngungcm. l� }Hil' iss'o
que os que aprendem já homens, nflo thcgam a pronun­
:.ciar pc,:fcilmncnlc as .-ling!,as e�l.rangciras.
Daqui vem que, se o primeiro l1ome111 nno aprendc�­
sc o foliar, o genero �rnma!10 �1fto foliaria; porque · ho­
mens quasi cmbrulecjdos, .cm estado de bar\J;Jria, tomo
sc-suppõem ��qucllcs a quem se-allrilrnc a in, PIHJ:o da
11alavra, lt:,·ados pdo ergo inslindo, nüo .poderL1m in­
,,cniar a nrlc incornprehe11sivcl de formar sons �rlicu.
lados, fixos por urn certo numoro (lo eonsoanlcs n '"ºt! �Ws,
e contendo cada uma um pcnsamcnJo, urna id<;a. Aí1ir-
111ar L1linvcnçfw é aUirmar que os in, enlorcs Lh-crarn ú
sua disposi�fio a palavra antes de lei-a inYcnlado: rior
que, dizia llousseau que (( a [&a.H,'1·a t"D ;. u�t·c�­
sairin J!H·1u·a t. n ,·cu.daiº :.i IH� la,, a·u:)).
O certo é que nem ·a historia, nem a fabula falI.im do
uome, da palria e do seculu do seu inventor, como lltls
outras arlcs; e pelo contrario cstú rscripto no mo1n111w11to
da maior antiguidade conhceida, que trouxe Deus a Ach.1ü
lodos os animacs para csle ver corno os haYia de chamar,
<: quo o nome �tue Adf10 poz de Locla alma viYcn!e, csf_;e
n o seu propno nome.
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T.-ft'l m -- �• rn 1u n�r ladn que .tbm inveritrm e�tes no•
rrc:;; ma:� tunhe n t·t�vcln a cxi,{lPncia de uma lingna­
p.:em, •1�1:rn lo m,:��rnw hre\e e resmui Li, tu1Livi ê.r f.li•tf•j.
t.1 e iL\1hatla, em r111e n Seaho1· coinrnun; l:ava co11�, cl P,.
P,�rcelie·n-se uin la \'ü:.ligL,s da eti��, ,-ncia d 1 ��s:1 lin­
f .l:l pr;m,Livn, r.111 qne :st� c.·ntronr:,1111 1od;_;s as outras do
1

n:nndn, 11a f''! f �i,:1 idw1tidad 1\ cbs r,uh�J1�s dei la, id,)nti-
cn� no e ..;:,;en,·1,,• 1 , ego, , 1 1111�ri..mks nu <l ·c,d. n'.al. No pl'I)•
• l'f'

p.:n �$11 chs co11'1i.\LiH1f�!ltns hnm:..ioos, nin�.nwm r,lietf"U ê1in­


1
da a d,•� ·ohr·,. ratli::.ae3 dif1�1·entes Ha:i <li\él'::.a;;' linguus
CvrúwduiiS. ( j)
CAr'lTt ·to I I.

"
Todo o mflc:1ni�mo da lingna;r,em compõe-se dP drz es-
r,, .:,_,s d,• 111 1 :.,�T s de qne li�i.l n ih, l 11µ;1.ws sem tH�.,:--,
a \·n. [itle,·j,,,_r.-·o, Snb, 1nnl1ro, Pro,wme, Atl-1g,,_,
.d J/111 1 0, Prepo�i_ rrio, Pw t1.,:,:p io, Aave,hio, Verbo
e l'o11 i 1uurrio, n.1t'.'e�p-, n dc'nlt•� ou 1�x1n·e�f.i 1 :-ts UliS :�en·•
timcr:Ls e d;is jdeas de � r, de qu li.lide • de ,ru.-rn·i•
ciadt�, de il;stinc�·:1J, ,lt' ,.,,iacfw, de UlJd:fi��.çàJ e <le Csi'­
(Un!s:;111cia, d,� q··e já t a t i�1111s.
A I .il1'l'.IPirüo é a expres� ào • a palavra da s.:- nsaç1.o
ou 1hl �c) niimento, mndif ic:1da pel,l ge�to com �<-'u . c­
fl'nt., !nn:eo, quP varia ('rn s·rns esr,Pcies, como: Ah I
e�i � rl' �:"111 de p1-;1zC!' : ..4, .' 1·xpre�:--ào de dor ek.
O :-;uL�ti.lr.f i'n • loma,io de rwr si só, é uma expres­
f;1,, indis! iw ia, é a pa'.:n, êt ai1 mrsn�o t.w, podo ser e da
id:.•tt, d.; ser n'rd 1.� do -�f'1• lo,1ico. d, 1 inAimrl/1,> e 1fo ( SJJC• J

e ,". como; ílo•nem, Cri.:·,,' M,· �,,. l 1e.,fr1�i;ue-i:W 1) s�r


� tal do ser to,1ito, o 1,ir[,"tJiduo dJ P'ifH'Úe, (IH �:t'Il"I a­
j ll .11 O sul1s!a11 ivo co i1 O .,1•;;10 par:1 l'X,.rimir il i,'ra,
(, �'.er 1 '!-(:n, a C:\ e :ie, .-o 111�: O hnmen,, 1' ct�Z•l. A Wi'·
�o • qa 1•L:ll'�:tu;a,·:za 111"-n. '1iá l'.í.hP qu:-l·1,w1\ dcs. dni o�;.\'•
1· . '
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1 l' ff·•a fl ,[I d\l! tj:4)
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, ...,. \.. 't

/wmem. l:. ssa c,,M1, Aqu;l/,i


i

I' sne', r11·:·,o:E.,ltJ ------------•· ·------· ...


•• ( V J -��->.lf,,.�.JJ .... �►- V �HlU!',1, t.ic 1,11. �µH;..\à l: u ... A, r,,Lda

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·me.,rt: já com :tlgnrn <1os ronjunrli\'C19 rara tixpr,mir •
r, r�:i n, o ser r,•:il, o indi,iduo :m;;r111<·, corno: O /lo�
""""' ,!e quem /últd, A cflsu. cujo dono l:,.., A m,•.�a 'iUlJ
c•1111p1·ou; C iú C,H!l :, prcro�irao-dl'- Sl'lll d s:u11 r�·w
(!p 1 1 r,·H.�::çn r�u �iU�t•r1ria , cu1110: F,//w dt: .l >�.. lro, L'CJm-
rcn,//o tle r1r11nunolica. ele.
. ,.
· P tl1•111 1 itrlil'.uli-J'iz;,r-�r. j,l'lr.� ,!1•nwnl-i:r:11:"'1s M; ll'lll·
11

v1d11os 1aud1 m :=ti.srn:cs; m;1s �, wio nJ(IJ\,111 c11l.e ln•­


seuln�, na itragin:,ção ,·,l pois de l:� ler n·c·ordado, cGB:O
nrfle excn:p!o. Os aft,·odos lou,·m t.J 1'11 �"·"'," fo1,ool, l' t,i
0

furtaleza ficou arraso da. O ,!e111ousl1 at:\o r�L=a. n.o�­


tra corno prci·ente a /01 tale:,, au�en'c.
Cumj.re noLH' que ,,s sul.ist�1llli,1 s pPrlic11!a1 iz�11 1c s
pelos d,�mnn�-trali\i.is nàn lcrntii o l,rl i;10, f'U· firn·111 d.t
westr.a naltlri·7a qnc c!h�:• o qn,! 1 fw ' �.ll, r•d,· , ,1111 •••
parl1ru1<.H' zriw1 s pelos c1111JU1H l Yu5 , 1,e .. 1 J•l �p,,s.• ra... • ,.' , ..
.. ,
1

Q. Pn.-norPe nà,, exprin:e idé,1 alguwJ �u:1, 11:a:-; i,ll.1�. ;


txprirne a idéa un o sc�r, ex prrsso I clu su h-:;ii: nti, o;.i q �
suli�t:.uc; é umn espL1 C1r (.e c1•pia u, de ,-�1 ,'.iL 11 l'l�J
que se fl'j)fl''zcn1a o oriµinili, qEe d, rode SL'l' �1ili�L n­
Jivo; a�srn1 tpu·, �e f:c-ig11ora u que t•>;prin.e ,, f.:·!.:;l;,1di\'u
{lth:! o prono;1 e �ubslitt;e, e�le o n:w d z. li, \C-H', pn-
rcrn, aderwer a p_nira e e1eganc1a qt:c d:c lia ,10 m::;n.at·-
• 1 • ,.
' J f 1

so, (l \':tanrlo o en:ôo ° da repeCd10 d, seu ::ilJ:isL:tuido-


0 Ar!ivu com 0 S <lemo11S!l'lil;IÍVOS St,lll, (ORIO \'inics,
1 expr$:.:àí), a palavra de ílistincçjn cu d ◄� lcrmiuaçüu.
O Artiizc, é cerno uma cLai:c (iUC aLrc o sutnantl\o !Jo:.·
V I

t.m l:ido· p:ira foz.�r slihir delle a idéa , a espe(;ie, o gcnero


nelle encerrad0: os ,:(•nwnsiralivos sam COiilO uu1ras
d1;:ircs qi:e al:rnn o tricsmo substcrnti,·o fh>r out.Io lado
r1ara fozc�t s;.dlir de;Je o Eer re·1l, p:ntii.:ul::ir, indi,iúu­
al.Todcis garn, pnif, nns (1istinrf\·os.
O A,;e�ect:vo é a 1:xpres�ã.o, n r,nl: ivr:1 da iilé:i, ou de
�1wi1(fade es�c)-;Cittl, corno: flaáonal, J.llo1 tal, tlc; ou de
qu:.:lH.idr• :tt(·.i\:;;rd:d, c,11nn: /Ji,,,,u;r•, Prelo, ele ou de
qu ,ntid (!:! dd, rminad:1, come: U,11, l),,z, CP.m, Md. rtc;
úu <!e \;. ;,1ntid;11it;: 1wtt.·!i m:na, a, c,rn o: Certo Al uvt
, g '
,Q. uar;ucr, Oalro .. et;:,. iJi:ií.,lUI \jj--b� liUe e;;; UUHvlJ..:,ll'u.tütf;ci.
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1 ..i)
i' conj_mrnli\'os, porrpw n�o exprinrnm nr.m qt1alidadc nem
'!!1.1,1luLtde, _corno estes adjoetivos, dcvnm pertenr1)r ú
rtasse do arl1go, e, segundo Moracs, dwmar-sc articu­
lares.
A Prnpn�L;.;:o ó a cxpt\�ssfío, a palavra da i;li.1a fr rc­
li1f.'f;o, que lip:a os seres entre si, ou com a5 su;is csne­
cies e ;�·encrn�, e:\. preS:\dS por dous termo� ,·omo n.'·s.lc
e�emplo: 1 'at-: dt: /can lia. A prepoçsiiio-r/e--mcs�
�l_'a a rl'la ·f;o de dc,cr qí:c lig:1 os te.mos pae e /amt!ia .
.l'•1t•sU ou lro nxcmplo :. O rn-rst re collt o d isc pulo. A
prc1)í)siçf1U-fom-mo�J.ra- a relaçf:o de un ifw e cem pmh: a
que liga o le:raio- rnenn, C()IH o termo di/.ci p rtlo. '1\:m­
lv�m neslc ou!ro C"\cmplo: Clza pfo para a cabeça. A
pn·pt\S i1.:üo-para� nrnslrn a rdat;fio de fL1 que liga o
phmciro termo rka peo ao segundo ca/Hça. E' pelo
verbo que aflh·rniunos a cxistcncia de:.;Lis l'da('.ÔC'S; ,;s­
s1 m nas pahwra�: l;edro em Roma, só ha a n�frlçfio de
localidade, expressa pela prcposirão-Ern-quc liga Pe­
dro a lloma; mas na propo,;içflo: PerJro está ,;m lwma,
o Ycrh:> ej/á aflirma a cxistcncia: dcs�a rclcwão, e assim
HGS ma 1s eas;.os.
O i'c1rtidpio é a exprc:--sf:o , a palavra da idca de­
modiHc�1çfto de cslado ou de accão, como jú vimos, as­
sim por exemplo: Vagante, AnrfantF, 'Vin-do, Es,
tando, Ido, Chegado etc. sam mo,lificaçücs d'cstado prn­
scnlc e_ lo passado; Anzanu, Amando, An,ado, Tole.
ranLP, Tofr,rando, l'o!eradoelc. sam modíficações de ac­
(:Jo, e de paixfw: as de aC('.âo, expressas pelos parlicipios
do presolltc; as de paixüo, expressas pel-0s parlicipios do
r assado.
1

O Advnrbio é a cxpres3ú0 9 a p:ilavra de circumstan­


·

eia do ohjecto de que sc-tra:cro, como já vimos; assim:


Aqui, li �/e, Sumen ie, A-isàz;', ele. s�m circumstan?ia-. de
logar, dü tempo, de modo e de qua�ttdadc, qu� ordrnarta­ _
mc11lc sc-mcneiomun para dclermmar e explicar rnethor
o estado, a ac�:ão 1 a qualidade, Ol� guantidade do SCI\_
1

ou seres dcquo se falla, eomo:_fot holltem, 'bste�ei �


aqui} Q1te r isso som ente, Da uso ao me nos.
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16
A coninnc0ão é a cxpressf,o, a palan·a ela i(lea de re·
l�c�o artificial, mais pt·opria do discurso que do p e nsa,
mcnto, como ,�1 vlmos. Estas rcla(�ões ligam ou as pa­
lavra�, ou as "proposições. Na expressão , Eu .. e tu, a 1

coni i rncçto-e-liga as duas palaN"ras-Eu nnt es e '"•


rl� "n. ,is della. mostrando a relação. de união, como
•.• -

vimos nas prcposiçõe5'. com que as conJ ttncçúps se con-


1 ,. •

... fnndem de ce rto modo. Nesta oulra expre�são: Eu ou


·_tu.a con_junçfío:ou-liga da me�ma s�rte ·l{u antes,
e tu dep·,is .�lçll�, rooslr!,ndo a re1a�ão de, s���ra�ão d e u_m
cio outrn. N c•�l uul1\� U ..u:,urpar.(o:, ,,nr,r e cu;·nien.tt'�
a coninncção-.rna.r�liga a proposição E; usurpador
anl.ecédC'nle, com a outra-e cl11 mP;nte subsequente, mos­
tr:1nrlo }i r.elnção de opposiçâo ,.que reina entre e:la s .
'Nesta finalinenic: SP ,quer�,,_ ".1�, a con,iuncção-se-liga
a proposi�ão ou verbo queres com a proposição, ou
verbo· vae, mostr,md.o ·á relação de ·dependencia condi-
cionDI que entt·e elJas _r�ina.' ·
Deixbm,,s de propos1:to o verbo por ultimo; porque,
em s;:a essenci�, 11ão exprime idea alguma determi­
na(hl, é a p·Javra "intima d'aima. é a e�r,ressão do seu
�im. a sua affirmação vaga do ser indeterminado, sem
ou con1 as e�rns n)oclificaç.ões. Só nas suas diver�as o
variadas for.m1s aecidcntacs é que involve e exprime
..uma idca çomp\eta do ser real �u logico, de. relação, de
modifica:;ões üo tempo e no cs1laço, combinadas com
a sua ,·atilrmação. s: r, Y erbo un"ic.o, substantivo, C()m:-,
se rbnma, verbo por excnllcncia, segnlldo Lamennais
é ��.,m ,1uvHa muito ditf�rento dC-"E'. •·Foi, Serà. '
E peh vcrb,• que se afli ·m1 a idcntída�c do mes-
1

1no se,-. como: D u.r e Df ui; a -ntw i'dcnti<lade d e dous


seres; como: liu nãp sou IU; o ser particular cnccr­
ra,1o no ser gcr::11, como: f>ed,o - e hom,cm dt! bem·
1:::·ri<l idca inclui�la n'outl'a, ou a especíc no o-c11eró'
cunw: 1 J hom�m e mor tal ' 0 '

Ef->tas 11 rz. palavra� se podem r_e:luzir somente as que


sam essenctaes ao 11scurso; e, pois, excluida a Interjci­
ç,ão por não exprimir o ser logico ou real, na<la de
'

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17
í,1rlicul::.1r. ou �cral, nc!fl o individuo nem a idéa, mas
S'Jmente os movuncntos d alma, as suas sensa,.�ões, as novú
outra� palavras que rcslarn se-reduzem a cinco: Substanti­
vo, Artigo, Adjectb;o, Verbo, JJrepoJiçr;(>, ou somente
a trcz: Nome, Verbo, e Prepoiição, comprchendendo no
voeabulo -Nome- os lrcz: .",ubstaraivo Artiao Ad..
jPclifo, como fi.�z Soares B�rbosa; porque o ser expres-
t,• •

so pelo sub�laullvo, a de�tmc<:�o expressa pelo artigo


e dcm�nst!·ativos, a qua.hdade e quantidade expres�a
pelo adJecl1 vo sarn, 11a vcraacte, cousas de que o li,ulJstan•
tivn, o 4.rtigo e. o Adjectwo sam nomes. Outros redu­
zem a Sub.rtantivo e Adj�ciivo somente; porque dizem
que não ha na natureza senão substancia o qualidades.
Nós lambem poderiamo� reduzir ainda a Nome e Ytrbo
somente; pl>rque corn elles podemos exprimir um pcn­
s:imenlo perfeitamente, come: IJeu<J é c,,,ador: O /uJ.-
1neni é creatura; mas nflo poderiamos exprimir as re­
lações entre os seres, quando não fo�sem nef·essarias Go­
mo entre crcador e creatura. Assim podiamrs dizer:
J>ed,o e pai, e Ànloniué filhu; mas. como a relação aqui
não é neecssaria. porque não ha um só pae, como l1a
um so ereador. não•sc pode exprimir a que existe entre
Perlro e Antonio, senfw pela preposição nestes lermos:
.Pedro d paP. de Antonio. ou Antonio é filho de Ptd o
Em nossa rcducção, omiUinws o Pronome; porque,
-como-o está-àizeRdo -a p,�opt'-i-a--palavra, é um no1nõ
que se-põe cm logat· do substantivo, e como elle só pode
por-se cm logar do substantivo, e o substituto deve ser
1.la natureza do substitu,iJo; por isso o consideramos
como tal.
Om illimos lambem a Conjuncção; porque, exprimiu�
do clla i<lea de relaçã9 como a -preposiç[,o, com clla se
confunde, sem embargos de exprimir, uma, relações de
um:1 r.spccic, e, outra_, rela<;ões de outra especie; porquo
lí1mbcm os adjcclivos de qualidarl e se confundem con1
os de qnanlidadc. sendo aliás differenles.
Omiti.imos Lambem e, Participio e o Advtrbto: 0 Par•
fieipio; porque é uma _paJavn1 c_omposla de dhas outras
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18
elementar<·�, islo ó, de um verbo o um adjedivo, ou t:\
simple!imente um adjeclivo de modificaliflo como: f:.s,ia ndo,
Amanáo_ Eslado, Arnado &; o Ailverhio: porque tam 1

bem é uma palavra composta de duas out, as cicmcu la­


res, isto é, de nm substantivo o um adjectivo ou partkipiu,
ou <le nm substantivo e uma prcposiçf10. Assim: II cj,· vem
do latim Hoc díe, supprimindo o e eo d, e mudando
o i em .i, significando neste d a: llonttrn vem do
latim-H une an t dfrm- que quor dizer: anlfiJ' deste
dia, supprimindo de H une o n."', e mudando o u cm
ri, e tirando de ante. o a co e, de düm o di, e
depnis juntando -IL.>-nt- cm-- que fazem liº" te rn
como a palavra-cadave.r-sc forma das primeiras sy lia:
bas das tres palavras latinas, caru data vermibu,. (5
)
• CAPITULO til.
D� Proprie,1adt, dAs palawra11.
Das palavras umas sam variaveis e o\ltras invariaveis
om sllas formas. As invariavcis sam: a / nterJ,-:ição, Pre­
po1iç:ãa, Conjuncçiio, Ad'1Prbio, Pari c1pio, ou Ge­
rundio e Su.pin.o; as variaveis sam: o Subs1an1i,.•o. Ad­
jPcl iço, Pronorne, Artic.;.o, 'f' erba.
Esta variação tem por fim unir á idea principal da
palavra uma idea accessoria de numero, de tempo, de
modo, de pes�oa, como� Que1 o Q•1er�s Queremo,,
Eu, Mim, Migo; ou serve p1ra exprimir as idcas dif­
feotes de sexo e de numero, como: Elle, Elia. Elles &.
Tractemos de cada uma em particular, para melhor des­
envolvermos suas propriedades, ou modificações pro�
prias.
SECÇÃO 1.
Da lnte.-Jelf ão e s11as espeele&
A alrea, diz Mr. Bonald, é sensibilidade, ou facul-
( 5) Extrahído de Chorma, Linguagem
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da Je de rc�i.�l.ir a do r e ao prazer nas sensações que os
corpos e-xtcriores produzem sobre o corpo, a que ella es­
tú unida.
A sonsai;ão que minha s�n;;ibili�dc experimentou, eu
a transporto furã, ou cxpnmo por movimentos indet�r­
m inaJos, laes como os ehtiros ou os risos, e por grilos
involautarios. Esta ó a linguagem ! ou a expressão na­
tirai da sensihiliJadc. Esta expressão da scnsibilidad�
é o que se chama Interjeição.
C;lmo sam pouras, aqui as -cnumm·amos.
A:1 ! E' cxpressJo de prazer, o as vezes de desgosto.
Ai ! E' de dor, e as vezes de praí�e r.
Oh ! E' de tlcscjo, e as vezes de lastima e de indi ..
gnaçâo.
Jf;1 ! ha ! E' de riso ás gatga\hadas.
Eirt ! E' de cxhortai;Uo e de encorajamento ...
Chilnn ! E' de imposição de silencio.
O' E' de chamamento.
Ui! E' de espanto.
Oxalá ! E' cfc dese_jo ancioso.
Irra ! E' de aversão.
Sus ! E' de animacão.
Alem destas ha outras da linguagem vulgar, como
por exemplo:
Heim? para pergunta r
Bravo ! para admirar
Olé ! para approvar. etc.

SECCÃO
.. li .
Do S11ht11tantlvo e de &1101 espeeles.
O substantivo é a palavra que exprím� u�_ s� r, ou
uma idea de um ou de muitos se res, e e f�c1� d� co­
nhecer iuntando-se-lhe qualquer de seus d1stmcttvoIs,
geral oÚ particular, como; o _C?�1, a Terra, a Luz, e.� �
Alma, esta Razão, esta Opmmo,, a Ordem, a Amiza
do, esta Questão, esta Sentença.
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J..i:·lle sc-di vide cm lrcs espr.cics: pro pr io, con1 n1 um,
e abstracto.
O proprio exprime um só individuo, ou a idea de um só
individuo de qualr�r cspccic, como: Ped 1 o, J> aulo.
Joiio �·, que sam proprios de homem; líorna, Frnnço,
B ra.rll & , que sam proprios de llcino ou lmperiu; B u Ilia.
(;'earà ,Jl aranhão�, que sarr proprios . d o cidades;
Arrlajonas Jaguariúe /Jtbuibf &, que sam propl'ios
do rios;/ biap, ba, Borburerna Arata11ha &, que Bílin
pr'oprios ue serras; e assim os de golfos, de lagos, etc.
O commum exprime uma espccic cio individuos da
mesma natureza, ou um genero de espedes do indivi­
duos diffc·rcnles, corno: Arara, JJlarr,-ca, J>,·iuca, /Ja­
leia, J'ainha, Cor à, Cedro Ra!J·amo, Jucà &, que
exprimem, cada um, sua cspccie de individuos da mes­
ma uatui·eza; e Passar u Peixr·, A rrort- & • tine ex pri-
1ncm , cada �11n, muilas cspcci JS de individuos ,do dilTc­
rcnics formas; porque An•vre, por ex., exprime ftdro
r1ue ó uma especic dos mesmos individuos desta forma;
_{,1vxprlme Bal.\amo que é outra cspecic de individuos
differcntcs da fl'Ímoirn: exprime lucà, que tambC'm ó
,outra cspecie d,c incli:viduos diiferentes das duas primei­
ras; e finalmente exprime outras muitas·.
Por esta distinc(.�âo devemos chamar espcciaes aos
.primeiros e seus semelhantes, e gcraes aos segundos e
oulros taes.
Cumpro, porem, notar que podem ser mais ou rncno�
geram,, isto é, uns contem mais, outros menos.
O abslracto 11ão exprime mais do que a qualidade, a quan
tidade, a rcfaç�ão. numero, e a modifieaçf!o do ser. Assim:
J null,gencia, VirludP, Scitncia &, exprimem f)Ualid:1-
dcs do homem. Amizade, Sociedade Ordem o.. exprimem
relaç·õcs;Jlu/1idão Cura"ana. l•orçào Somma &. ex­
primem nnrncro; V,da 1'1 nrte Lei, ura E c,,i pi ura,
,co,nbatf/? Batalha, lnrtrucçã:>, Explicação& cxpri­
,rncm rnochficatões, uns do estado, outros de aceão .
. Os absll'actos dcquafüladcsam tamhcmcspeciacs e geraes
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21
crnno; Fé, E.r prrança, e Caridade. & que snm gora ..
lidad('S da csp�cic htl!lli.llla; SPn.r1bilütad�, / mauina­
çao, AJ1,rno,.ia, &, que sai.n qualidades do hornc�, do
h1 u lo; Ji egeta!J;, idade, & , que ú quali,lad n do homem,
da ÍL\l':t, da a e, do peixe, . e da arvore; Alvura ' & '
quo e' qua 1·111 aqc am. d a mais extensa.
Daqui se-vê que estes substantivos abstn1cto s sam
comprchcnsivos de cspccics e de generos menores e
maiores.
Os substantivos nhslractos de numero, por ser este
divisivel, �m se-vê que tem gradua<;ào, como: Patrulha,
,Companhia, /Ja1,of hão, Exercito, e outros muitos
Exercito é m:1is que B itall1ão , Batalhão mais que
t:ompanhia, Companhia mais que Patrulha.
Na classe dos substantivos communs, costumi-11 com­
prehcnder os chama ies aqrrmentativos e diminutivos,
como: 1:ay llinhn, l,'avallao, \; m s bem sc-vô que sam
compostos do substantivo cavallo e íla qualidade grande
ou pequena, e por ísso sam ao rnegmo tempo cornmuns
e abst1·atos. E' que temos palavras que exprim8m o ser,
ou simplesmente como: Caza, ou logo qualHicadJ como;
Carão, Caztnha.
Esta composi(�ão de palavras é a forma dos abstractos
d'csta<lo de acc:io. Elles se-comnõcm, ou :e dous substmti­
vos. como: Alanob.'a, que se compõe do-,.obra, e mãQ;
Artemanha, que se coL11põe de-arte, e manha, etc; or1
de um substanlivo e um participio, como;- A, IF/actn que so
compõe de-a,,,, e ft1c10, participio latino; ou de um
substantivo e um adjectivo como: Felicidade, que com­
põe-se -de feliz e idade; ou de um substantivo e um
verbo, como: Obrerração, que se compõe de---acção e
obserçar; ou de µm substantivo e- umn preposição, como:
lncuria, que se compõe de-in e cu, a, latinos, etc.
SECÇÃ.J Ili.
l)o -�r l'fUIOttHe.

O Pronome é uma palavra que subsUluc o substantivo

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.....
11))

p a n1 eYilar a rrrr li(•fio drllc; e por i�fo jú H'-, (1 qtre


n�o c:xprirne, 11cm rode c•,rr:rnir n1lrn i, l'a qtw a do
s bslantho subslilu do. 'l\l-hcz fo�sc rnrllwr di;'.er que
(lle nüo c:q,rirnc Úma. idca, rnê1 s siFnifica urna p«d:i\'nt;
e corno esta palavra é um suhst:.rnliH;i. o 11rono1ne de,e
ser considerado como lal� por que o subslilulo deve ser
da nal1ircza do subf)l.il.uido.
l\ão ohsta que Biir�, Elia, E//Ps, Elias, fcnham for­
nrns de a('jccliros; porqur e11cs nflo c·m1conli1m ('Cm o
Sl,bslanlh:o como estes. Ningucm diz, por ('Xt'lllf'lo: Elle
hüm m, E:/a ,nulhfr como, se-diz: ll°!flem. b(irn,
JJi ui Iler b, /la. Dtmais tr1mLem ha subslm1l1Y(\S qne lc1n
forma (lc adjccti, o, como por cxrrnplo: Gato Gaia.
Ga,.o.r, Goias, o:.
( s ironnmes s11rn s, menlo lru�: Eu. Tu, Elle ou Elia.
Eu ó :: primcirn pt•s:-oa que falla; Tu, a seg:unda a <1ucm se
falla; Ellr ou Elh1, a lerceira (1 e f)ULm �(�-falia.
o� Grrm1m,:tieos chan��m1 t<· mbrm pronomes: 1. 0 aos
c}cnonslraliYos E.,·1r. l!,�tr',1utro, Esse, E.,·/outro, A­
quf //r-.Aquel 'oulro;2. 0 aos11o�sessiYus 1l/f't1 l'n1.,
5 u, JVo.f o J;'os.�·o; 1. 0 aos conjunlivos Qu�, Qual,
fujo. ou ( ufa; L.º a /tiO, Js.�o A q ,nllu; Ü.º a (J,1rm,
;,\l1?ue1n, OutrPni. N1np,u,,;n; 6. 0 ao arligo-0-
CJtWndo rarece concordar com os nnmcs mascdinos ,
e femininos; mas julgamos isso lím erro.
Os drm,,nstralivos sam adjcclivos; porque exprimem
distiricçto do se1\ e nf!ü o mesmo ser: e alem disto con­
cordam. C()mo os a r! jrcth'OS, com o subst.an livo ela ro ou oc­
eullo. Tem Vea propria e concordmwia, como 11Do tem o
pronome. Dizenri�: Este hom,, m, Esfa n1 ulher, o não
EllP homPm Ef a mulher; e qmmdo o dizemos, é como
cprnndo nppomos um subslanlivo a ou t.ro, como: O Paa re
João, Dom ./oH\ S nhor IH arouez.
Os possessivos �mm lambem afljcclivos pela mcsm (1 razfio:
exprimem a idca de dominfh e posse que !:iam relações
da cousa, e nf o a mesma cousa; e tem concorclm1cia com
o substí�ntivo. Ileu 1,u, Sn, é o mesmo que De mim,
De 1i 1 Desi, assim Cúmo DiYlno, Angellco 1 Humano
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1
t\ o mc�mn qnc De fJPus, DP. A nj(), De ltorru.m.
Osco:1jnndivos Qu,'., Q,uif Cujo ou Cuja Lambem sam
ndjedivos e nfto pronomes; pon1uc exprimem idea de dis­
li11C(.',flo, econl�nrdam ou ligam os sub:;;Lrnlivos, como: O ho-
1lFtn o q 11al hornem; A mullu:rcuja virtude. Daqui se
vô (f 'JO o!lcs sarn cornn os adjccti vos: Qual de uma só
lt)rlllilla('.fiocomo: Grande, E'gual &;Cujo do duas como:
11nm, /Joa, IJello, Bdla; Que ó invariavel, para aistin­
g air-se de Qual. e do Cujo por terem origens difi"crcri­
le.í,. Todos tres tem origem latina: Que do adjcrtivo
Quis oa cgli: Q11al do adjcctivo Qlli, qum, quod; e Cnjo
do adjedivo Cujus; e por ifso sam da n1esn1a natureza.
I j'Lo, iJSo. Aquillo nüo snm adjcclivos, porque não
tem concordancia nem plural; e não sam pronomes, pot·
que não substituem c1 substantivo algum, mas amua propo­
sição ou phrasc, como por exemplo: Pedro é. um lfo­
nwrn sabi e honrado: irlo é inegavel. Aqui Isto
1,

não sub�litue nem concorda com Pedro, nem com


hur?zem sabi > e. honrado: mas suhstiluc ou comprehen­
1

do toda a phraso-Pedro é um homeni sabio e hon­


rado. Portanto é preciso, ou considoral-os como sub­
slanti vos, ou dal'-lhes uma denominação ou qnaliücação
nova, chamando-os, á semelhança dos pronomes, pro�
phrasc. .
Quem, AlguP-m, Ninguem, Outre.m devem se
considerar eomo substantivos, e não como pronomes; por
fJUC sam palavras compostas: Qutm, de que e homem;
AlguFm, de algurn e hom: m; Ningrum, d". ne­
nhurn e homem; Outrem, de outro e homem. Nellcs
predomina sempre a idca do substantivo homem; por
q,w Quem vale tanto quanto: QuP honwm; Alguem
como: Algum homem; .Ninguµm como Nenhum ho­
mem; Outrem como Outro homem; palavras que
se contrahem e tomam essa forma de um i;;ó nome.
l◄inalmentc o artigo-O-, mesmo nas phrases c!TI
que parece neulro ou conter ambos os sexos. mascul� -
110 e fcmcnino, não é pronome mas sim artigo, deyencto
se neste caso considerar occulto por Ellipse o SUIJstan-

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1ivo com que concorda cômo adjccliro, s;rp:un,�o a npí­
pifto de Moraes� porque ó absurdo d!-1r- lhe o c;ll';it'lí'r
de Prolhcu da linguagem, fazcudo-o orri ilrlig·o, e ora
pronome. Assim na phrasc por exemplo: ll a 'lerrt,,tJr·s
qu a ,,o.� o Ti{i,o pnrr ce,n, rsle�o-u:!o t! pronome,
1

como quércm, mas artigo com o suhslantiYo ser occul­


to por Ellipsc. Sem a Ellirse é: Ha çerdades que â nqs
não pai"tce,n o ser que é çerdade.

SECCÃO IV .
.:,

• O A1:.tigo-0-� um àistinctivg ou dclcrrninntivo


grral, que exprime uma idca de distinrç.vo ou de de ...
lerminaçfio. Não ó, pois, como disse Soares llaruos�,
uma pequena palavra que nJo tem significaç�o; porquJ
a�sim não seria palan·a, e o mesmo se poderia dizer d,is
preposições--A e /Je-c das conjuneçôes-E e Se-que
lho sam semelhantes.
Segundo os nossos Gramrnaticos ha cm nossa Ling·na
rlous artigos: O, chamado dcfinito, e Um, chamado indc­
finito: muitos porem entendem que Um não é mais do
que afljectivo numeral,
�ela _nossa parte somcnlo notamos que ser U,n, ora
arllgo ora adjectivo, o Prothcu da Linguagem, destroc
a� inesmo tcmp� o prine ipio log:ico de qu? l!n�a cousa
_
nao�podc ser e nao ser a _mesma coisa, e o pnnc1p10 gram­
� ahcal do que a pa_ l avra, que uma vei exprimiu uma
�dea, não pode exprimir outl'a, em quanto o uso lhe nfw a­
bole a primeira: ou bem uma, .ou bem outra cousa, se não
se quer confessar ingenuamente a ignorancia das pt·o­
prieJades do' numet\). ( 6)

( 6). O numero com effeito por sua natureza, diz �'Ir. La•
mennais, n�o corresponde a nada actualrnentc detcrmin:ido pot·
propi·iedades, ou positivo nest.c sentido, bem que correspon(Á:.1
a slgum� cous1 de real.
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O certo é q·w a expr�ssãu-n hn1>u�m-generaliza o
ser, indica a ospeo.ie; e a expressão-O rn homem-sin..
gulariza o ser, ind!ca o individuo· Assim a expressão
-Um liomem-mw S;Jbemos que outi-a cousa faça senão
singularizar sem universali zar nem generalizar, senão
distinguir o singular do plural. Um é contraposto
a To ,os, assim como EaP, Esse, Aquel/e ao  ligo-O:
por onde se-vê que Um se-aproxima mais dos deter-
1ninatívos ou disti11ctivus particulares que do geral,
é mais semelhante· a E)·te, Esje, Aquelle, do quo ao
Artigo-O.
Como o Artigo determina a especie, e o nome proprio
exprime o indivi,Juo, não se-juntam; e por isso escrevemos:
Pedro, Anlonio, Pará, Cetz, à sem Artigo. Quawlo
porem os juntamos, é porque, ha\'cndo muitos individnos
do mesmo nome, o consideramos neste caso como com ..
1num: e por isso dizemos, o Pedro, o Antero, 01 Ca­
mõe.1, os Jt' irg iIios.
O Artigo nf1a substantiva o adjectivo, o verbo, o ad­
verbio, a preposição e a conjuncção, como ensinam nos­
sos Grammaticos, fazendo-o cabeça de Meduza da lin•
guagem, por não quererem . admitlir uma Ellipse. (7)
Não substantiva o adjcctivo; po.,-que quando dizem os,
por exemplo:-0 justo não teme a-mo�te,-just,o não
é um subgtantivo por graça especial, ou por virtnrle
magica do Artigo, mas sempre um a:!jecti,o, concor­
danrlo com-hrnnem-que está occulto por Ellinse. Sílm
a Ellinse
. diriamos:-0 homPm jusro g � Nestas expres•
sões: O doce, O bello, O ma ,-avühow sempre se -eu ...
tentle um suhst�ntivo apropriado para concordar com
estes adje,�tivos: porque não tfoam substantivados pelo
Artigo. Assim dôver iam•),; rlizer: O ,ja!Jo.r doce, O ser
br-l/o . O ponto mara"dh.Jso.

( 7) A principa1 belleza da nossa li�gu I é ser PtsenciaJmen•


te elliptica; e por nà sP atten�er a 1st .' é que se-tem mtro•
duzido Lntos erros sobre o offictu do Artigo�

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2G
Nao filUhstanliva tambcm t> advei•bio; porque na phra­
se por cxemplo:-0 como, e o qua{ldo as cousas ca
bem,-o-como e o quando não ficam substantivos, mas
advcrbios. subentendendo-se modo e tempo, occultos
por Ellipse; de sorte que sem clla fica: O modo con20,
e & tfmpü quando �-
Tambem na phrasc:-Não é o mas, porem o se que
mP. v1 xa,-estc mas e éste se não ficam substantivados
pelo Arligo, mas conjuncçõcs, como sam, exprimindo
a relação rf e phrases occultas, a que cada uma se-refere.
Consirle1·an rJo esta phrase, como resposta desta outra,
por exemplo: ---Estas p,:rdido; mas, se /11gires, te
.salvaràr,-vê-se <J uc o mas exprime a relação das duas
phrases-B.r tá, perdido, ,nas te sa/çará.�; e que o se
exprime a relação destas outras duas:-Se /agirei, te
sal()a às.
Assim pois o Artigo não subslantiva cousa alguma.
e muito me nos o verbo no infinito. ( 8)
Sam Ellipses proprias <la nossa lingua, que não é,
como a Franceza , cheia de repetições fastidiosas, como
se-vê neste trecho:
( 8) Mrraes considera os verb,,s no infinito como sub ..
st ntivo, e pare1•e-no5 que tem r;-izao: t. 0, porque elles exnri.
mem H idea v. g-•do-ser simples ou qualificado éomo: Ser, \·i.
v,·r, Amcr com sua affir,m·1çw; 2 °, porque elles tem singular
e plur.tl, como: Ser, SP.r-cs, Havf.r, Hav, res, Cn,ita r, Can111res;
S O porque admittem concordancia dos adjectivos, como:
Gran,fe 1 1 r, Grandestere.s, Muuo h,1ver Muii,>s h1Jr,e,e,, Divi�io
,:nrtfar. ni11ino� ,·a-1t,,rt1 , 0 por que lambem sam comple-
.�;

mentos dos verbos do modo fin1 Lo� como: ()w rn df1rm ir, I ,,,xa
pa1ç11r, Fai"- v,r; �. 0, porque s;.1m tambem regidos rle. prepo­
sições, como: -1ca/J1111 d,i ("!lar, Ha de tr Vau fl di:P.-r; 6 °, em
fim por que admitlem distinctivos1 rorno: Esie pen,ar, Aqu,llt
du r, Un, poa-;ar, V,n ,fiz r. O d,�,,,·, U p,ns,.r.
S n:\o s:11n pois substanti\'os de existencia distinclo e de
acção vaga e indeterminada, .. nt�o lambem n verbo do m d-1 fi.
ni to, o ad ecti v '• a preposiç:w e os dastinclivos substantivaru
comu o Artigo� Nao é só este que tem esta virtude.

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27
e,Pode qualquer chegar a ser um grande bomem,
sendo. dotado de um grande espirito, e de um genio
sttpenor, com tanto que lenha valor, um juito são·' e
uma cabeça bem organizada.»

SECCÃO V.
,)

llo &dJuetivo.
O Adjoctivo é uma palavra, que exprime uma idea
de distincçfto: ou de qualidade quer essencial. quer ac­
oldental; ou de qnantidarle quer determinada, quer in•
dcterrninada; ou de relação e rle morlificação.
Assim pois se <levem divi<lir em Dis1incttço1. Qua-­
liflcativos, Determinativos, Relativos e Modifica­
tivos.
ARTIGO I.
Dos ltlsfl11,�f,lwot111
Os Distinctivoi sam: ou geral, como o Artigo-O,
ou particular, como os chamados demonstrativos.Este,
Esl'outro, Esse, E,1'ou1ro, Aquf1te, Aquell'out,,o,
os Conjunctivos Qu�, Qual. rujo, e o numeral Um.
Dos demonstralivos, Este mostra o objecto janto de
quem falia; Eue junto, de a quem se-falia, e Aquelle, a­
fastado de um e d' outro. As �ezes no discurso usamos
de E.fte e Aquelle para nãu repetir os nomes das pes­
soas ou cousas de quem temos fallado , exprimindo
• oiais proximo por ErtP, e o mais remoto por Aquel­
le, como nesta phrase: O pae manda e o fi,lllo obe­
dece: eslP cumpre ô seu dever, e aque/le ubt.a como
magi1trado áornestico.
o� Conjunctivos --Q ,e, Qual, Cujo-sam Distin­
ctivos, que mostram o particular encerrado no uoive�­
sal, juntando ou ligando o suhstantivo antecedente, un1-
''ersalizado pelo artigo, ao verbo seguinte, que o deter•

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mina pelos seus nunrnros, f.empos, modos e cirrum­
stancias, como: O lU..-po que VPm. Sem j u ntíll' o snb­
st11nlivo B ts po t'- o verbo vt: m, nüo se-distinguiria este
bispo de outr1) qualquer.
QU,e exprime o mesmo que Qual; porque por um
se-\ri,rluz o outro. Juntawto o mesm:, noaw antece·lente e
consequente, como:-0 lio,nf-' :n qu� _.:. ou-O /tr,me,11,
o qual h·Jm�rn --mostram relação ·�e id;�nf.idade na sua
oonjuncçfio. Cujo porem, juntando um antel.'.edenf.e a ou­
tro consequente diverso, como:-0 cava/lo. cujo dono &
-mostra relação de posse ou donlinio. Só Qual é que
tem artigo; e por isso não parece tão dbtiucttvo como
Que e Cujo.
Cujo nunca concor�a r.om o antece·tcnte; e poii é er•
ro dizer: O hom m, cufo homr.1rn. T,nnhem é erro
usar delle, em geral, com a pn p,lsL;fiü ,Je. como: O ca
va lo, de cujo dono, 1>,l1�. ; porqae c,,j:, jú t�m cm si
a preposição de. Daqui vem entender Mr. Charma
que os conjunclivos sam cm1j,111cçõ(\S com forina de
adjectivo. exccpto Qu • que p0r ser 1nvarhJVPl, se to1ua
as vezes por conjuncçiío ,.como ne"ta phrasc: D:.ke que
ia. E' um outro Prothcu da Linguagem, q Je ora ç
conjunctivo, e ora conjuncção pelo ut lalino.
ARTIGO II.
Dos 9,u,li8eatlyos
Os Qur11ificativos exprimem qualHadcs: ou de espirito,
oomo: ··"1bfo, .lu iO Prudtntr, de.; ou do corpo como:
ExtPnso, Ou 10, Bra!lco, etc.
A�sim as r1uallda·lcs csnirituaes cn 111 () as corporae 8
sam: ou essenciaes, romo: / n 1 e·/ig,,n fl. Raciona./, qu ª
lidades do espirito; JI (l reria/, Divi,,-lv l, 1 ualidacles d 8
corpo; ou acci-ientaes '·Hno: Vinuo}o, Vicioso, qualt
1

dados do espirito; Branco, Preto, q aalidades do corpo·

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Us q�11lifii'�!iros accidcnt;,es�'-�m 1_1lcno� csiwc.iacs, po­
rcn1 11lil!S ger;ws que os qua!tl:caltvos csse11tiaes; oor
que 11üo comprch,�ndcm lodil a cspccio a que �c-ap1\1i­
ca ni; 11ias tlpplic:t1n:-sc a mu ii.as o.,pecles. Assim, por
exemplo: /Jranco, nf10 comprchcudc toda a cs1wdc
lrnm:w i, p:irqae ha homens hrnncos, pretos, pardos,&;
rn:.is ('ompruiwn lo lamlH_irn. alem do homem, os JPssa-­
rus, as foras, e todas; 11s o,;tras cousas bl'ancas. hacio.
naes sam todos os homens, f.oda a cspccic h111nana;
rn:is .Jurtoi só sam alguns: don<Jo se vê que estes acft
cidcntacs tem natureza de di�tincliros, comparaJos com
os csscnciacs. liacional comprehende todos os homens;
J u.r to só parte ddles.
Estes adjcetivos divi:lom-sc cm posilivos, compar[!ti­
vos e superlativos, conftH'lllO. se•l:acLt de um só in;ii�
viJuo, ou de dous, ou ·lc nrnit;1s, Cl> 1 p:ll'an·lo-o,, oJ não.
L) Positivo ó o q uo nwstra a quali la de d a rwí.;soa mL
Ci)nsa S(�m relac;ao algama com oatr(1. co·no: llor.ern
born ili agistrado 1-flerglco, Caua lo cas'anho.
O Compal'c1tivo ó o que mostra a pesso:, OJ cousa
co111narada com outl'a. como Et4 ua 1, !Jiv,-no, Dl.rtifu:10,
D /l'r nre, 1l1aú. 1'1:'no�· & 9 \ t·Ó duas cousas que
sc-romparam ó que se poJcm dizer eg11aes, dhcrsas,
disti11etas, d1ff Tentes, mais, menos: logo exprimem corn­
pan-1ljão; e por isso se devem chamar coin1-.arati vos.
o� positivos só exprimem comparação juntos com
ntlis ou ;,Ienns. aJvcl'bLllm:.·nto toml'io�. c•imn: Ma,s
justo , Jiais pruriente, �lr->nos ju.r10, .U no p, u­ 1

(ü?nfe. Chamam lhes, ni�sle caso, corrq•an1tivos; mas


Cl'radamenlc; pol'q ue não é o adjecti vo .I u to ou /> n1, •
dtnlf', {! uc ex priille comparaçJo, nHs a express�o--1Jl ais
---- -·- ---·-
(9 l Reconhecemos a nossa temer dade e arroio nr,sta no­
Yidade de considerar e mo c11rnp:1r t1vn o que nint;uern c11nsi­
clenm t,om t;1l; _m s a novidade, cum diz Beat rn � i° é
raz o par r«-pellir o que a r ,z o :-:1ppr�va. >em 1•ss k.mcr1a de
de dizer e d. um "' qw·· ('rlit'nde, mmbs v,�rchdcs arnd::i ho:e
se ignor:uiarn, eou1;; .. tlu movimento da tt1'ra, a y_ll;.i r.lntes se
jul�av .. io1Jmovel.
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ju,,o, Mait prurJ,�nte. Alem dislo o;; c,ompar:üivo.•.
exprimem comparaçfio de mn só modo, atlirrnaliva ou
1wgalivclmu1te, e ufio de ambos os nu,rlos, co11w: J/ ais
ju to, MP,,o•· jus10: clondc se-vê· que a comparaçfto
está e1n illai1 ou em ,JJeno,, e não cm 1us,o. �Jais
e Menos é que sam adjcclivos comparativos, lomados
advcrbialmenle por ellipse.
Os c0mparaLivos, Melhor fle.ior Maior Menor
sam alatinados, e não liio naturacs, como os primeiros.
Os superlativos expri.m.cm a qualidade na sua abso­
luta integridade e perfeição, sem a minima falta. For-
1nam-sc do positivo, accrescentanrlo• se a parlicula iss, mo
como: dé Braro. Bravisi·imu: dP Douto ,. D,,utissillto;
d,, .Me.1">º• i\l,-:smiisill10. & Exceplílam-se uns, que
aci1bados cm t como na sua origem latina, fazem o su pcr­
lalivo, com a particula illima, como: f< ac /, Par:1/i­
mo &; o c,nlros, que acabado em r no lalim o formam com a
particula ,,,rimo, como: de As pero, Asp, r."imo, de fo­
bre l'aupe', üno. Mas estes mesmc�--� seguem lambem a
regra; e J'Ol' isso <fizemos: Faci/Jiuirr , i.lspri5simo l'u­
b··tni mo, com menos graça e derivação.
Tambem chamamos. superlativo o positlvo junto com
mull-o adverbialm�nte tomado, como: Muito ama1,1 l.
l\luifo rico &; mas não é Amavr-1 P Rfro, que sam su­
perlativos, como err;rlamente se diz; porem sim a ex­
press�o: Mu l<> amav�I M•i.iro rtl'o.
Os Superlativos Uptimo, Pe.uimo, Ma,rimo, Mi­
nimn sam lambem alalinados, e não proprios Ja lingua�
como: Rtquissimo, Carissimo Mesmissillto.
ARTIGO III.
DnM lteCe1-01l11aClw"os.
O A�jectivo. ,Jelílrmi�ativo exprime a qu�ntiiade de ..
_
termrnada ou 1ndetermnrnrfa; e por isso melhor se cha­
IDllrlam, talvez, quantitt.1livos.
Sam Determinativos de quantidade d,�tcrminada toJos
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º;. num,er, acs,
c:irdiacs ou ordimles, como: Um, Dez.
l t�tt:, 111n a&. cardeaes: l'rimeiro, �egunao, l'er­
ctuo, Quano. Qninto &; ordi.iacs.
Sam udcrminativos de quantidade ind�terminada Um,
Alg,,rn, Qu,,/q uer }>ouco, Muito, Outro 1 udu,
� t nhurn �-.
U,n exprime quantir]ade determinada e inr]etermina­
da: porque exprime .a unidade certa, pelo que não tem
11cm pode t:�r ph,ral; ·e a unidade incerta, pelo quo
tem o plurar Uns. Quando, pois, não tem plural ex­
prime a quantidade determinada,· quando porem o tem, ex,
prime a indeterminada. E' quando exprime a qmmtiJa ..
de indeterminada quc lhe chamam artigo inJitiuilo
ARTIGO IV.
Dos Ht9 lotlwos.
O Relativo é o que exprime a idea de relação, con­
cordando com um dos termos della, e determinando
logo o outro pelo qual chama, ou deixando-o indeter­
minado.
Sam Relativos, que concordam com um dos termos da
relação, e determiuam logo o outro pe\o qual chamam,
os dominicJes ou possessivos, que mostram relação en­
tre o possuidor e a cousa possuida, como: iJleu ll"'º•
l'ua cana SFu p nsamento. lV.orsa patria J' ossa
obra E-.1a1o portlifi,cio, J1nperio /rancez, Orde­
nação a/lon ina, Palo"'ª D {)ina. Todos estes ad_je­
ctivos M., u, Tua, Seu Nossa, Voua, Pontificio, F.ran­
c,·z Af!onsina Divtna sam relativos; porque nestes
exemplos exprimem tanto como: l�wro de mim . Obra
dP \.Of PFnsamen10 delle. Patria de nós; Obra de
vó.r, Estado do pon •ifice, I mpf"io da França, Or­
denação de A llonso, Pala",,.ª de Deui. Ahi estan1
determinados os dous termos de cada relação, expressa
pela preposição- de-que �e-inclue em cada um <lcllei.
Sam Relativos, que concordam com um dos termos

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da relaçflo\ e deixam inrletcrmin:l'. lo o outro pelo qnal c1in­
rnam, os que não incluem cm Hi a prep()Sit.:üo, mas a e·d­
gcm exprm;�a depois de si, como: llomern util a, Nr-,
gv io dtfflcd de, Eftabe/ecimenio p op1io para&.
Porlc,se determinar o outro termo da rela<,•,flo dedu modo:
Homem ulll a patria, N,-gocio d1f!i tl dP. (.onre­
goir-se, EHaúeiwciln1 nto pto,"rio pata LJ cto. As-•
sim d0s mais.
ARTIGO V.
J.)o§ 1'.V. ntl iO�ati-vos.
Os Arjectivos modificativog exprimem modificações,
ou de estado ou de acrão.
Sam Modificath os de estado todos os participios dos
Yeróos uculros", quer do presente como: Ardente, Bri­
lhante, Constante&; quer do pass,.do, como: Ar:or­
dado, V indo, t/ugado i\. Por eJle exprimi.mos estas
1nodifict1çõrs. dizendo: /)es jo arde,11P, -< >lho,1, brilhan­
tes, Amizadeconstan1e, 110 presente; Hornem acordú­
do, fartas vindos, Correio chc:-·gado, no passado. Diffe ..
rcm no tempo que cada um invohe.
Sam, porem, Modificativos de acção todos os parti­
cipios dos verbos aclivos, quer do presente, como: A·
mante, 1'r1mente. Ouvinu &; quer do passado, como:
E.fcripto, FPito, Alani/a,Jo &. Por ell �s exprimimos
esl11s modificações, í)izendo: Jf ulher o mante, Filho
lemt-n1e, l)b·ripulo ouvlnle, 110 presl'llte : larta
el·tr ip 1 a, Ubra /eüa, Servo ll1t1ndndo, no p�ssado.
Differern no tempo, e na actividade ou passividade
que cada um involve. ( 1 O )
------------- •
( 1 O\ P:irec que.se devPm considerar e mo ad ectivos e
n o c mo substantiv s os nunws acah:ld s em or- (,U ·em -
1

o, a-temo: 11 ,. dor, im d ra, C 1t or Cn1, r:1; 1 ° porque


11

s m uns p rtic1pios d p ss d1, a que se �1ccrescenh Üm · r


- , u um-1'a - d greg - ro ; -i O porque tem variação
OP f rrrws, romo: ; "", Bdla; 5. 0 , <1rque cone rd rn com
suLstantiv, s t:omu: Galú miador, Cava,io rmt:11(,/do,, ,.rv0rn
fi1 (!«Uuura�
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SECCÃO
" VI.
Considerados os pn rticipío_s uns a<ijectivr.,�; Yerlv?t:fi ....
t'orquc prirticipam alguma COH:'1,a da. natureza do� ;'tTt:c•.•
;; dell<1 s rie dirivam, devemt:,s 1 depois de tractai-c�, 12,ort:l'

·''iria,·c;s tr·wt·1l-os como inv!·Ti·1v.o:.;,: 0·11 CUJ 'i !'(trrr··., e'�-


0
,� C• . ._, L .. � ./ .. :. tJI l- �••-� ! · , -:L4•� �-\ ..•
,l

:.Jn>.mam gerundios· e supinos .


Os participios g-errmdios s�m sr.mpre invar:ar0i:;, e :;K
primem nm estado ou arção prcseí1te com rc!riç�n de·r·o-n
díção, ou de cauza ., ou de modo, como: Acordanó·\ Vt' �
..,. ! 1 "
·r;tn ..rlO, 1D 011n1 .'•
. ,l d,O, et,_,, (i u$ \ et b ÜS neutros , � .4li· ;;-nJ.,::;,iv;
f • .... . �
. · •1
-, 'I &
'.l, . "·" � "'N,: "', f" ,,

t)uerendo
r1 1 � . • ..._...
PedindtJ� etc, dos- verbos aclivr•s.,
. . ·5 ;
ldttrnc.11,1-s(, P◄'.n tíC1p,us, qt... :rnüo �e conrn,n,.,.1t:.. �;.;_:•iJA t..�,
D. 1"- : : :- , i i -1"" • . '""lt. •• ,.. ..., •• ,.,

v·erbos Estar, A ndat, Ir; Vit, fazendo En�i;uagem (�mn


nosta de csL1do ün accào com essas reL:cões; e !,�cruHthü?., 1
;-pv-1ndo �:ie comhinnn:1v com outros Yerbc,s t CY. p1i·c�rmdn O es
'·hh.· ,1n.' \,,),1 •,rr ;-.. o lD'\" clie·· c"pre" s··
e e.., ,;'a Vl ' ' � ,'\ , - ·,!,

.t-'.:, par.1c1p.c-, .::,l!(Jrn.;,,, pore .. ,, .,0 ,.•,.HJ,. .tie,) . i e 1n.,.i.1,,·


�).-, ., i; " � ,,.., Q • ., ln.,. ,..,/ e�·. :"P"'('ll�
tn C· .. -::r.r�y.:fl I 't,


H'rn com os verlJCS t1aver r.r e 1,.,,er, exprm:rnu.!;.o uiri. Ct; 2
"lo {'ll '1•"'(''10 p�1��s't··d �, e r r1::,j1j'l·•
1 - •·• C•)I'Pu··· rn 11'11 / ,,;r,.•n '�''!'!
J_,t ,J ( L_.-C. i.,., l t
., l.•t . .,___ ,{l.] \ ... 1 ... ,,rtl .l,1,..>
0

â, côrle, !lavemos dilo a vc.rdad1J. �)•! eu t;n�r ido


_.. cor � ·· t .- � 'J p.

.., . , ee··,1.1,a, ..,o vtZ, nao I Vi.,.,.u •H.:A::.i- t-1,.,rW {W,1 n.,,t,s
1 t .., � , •• ' -l-1
:- "'. ' l1 .. ) . ,-! : ,, } • , m r.' r, ,. ,.,
il, '1

.fi UJ, a, .,OTf.i] ..


Esta singulaPidade de ser a part:ci pio són:ientc supinf;
irrnariavel com estes do!ls -verbos da mrnmrn. sirrni-
. �
·fkarrto, cm ·qne se confundem corno 9C fossem nrnbos
um so, deYe conve11c?r-nos Je ·que isto procede de urna
dlipse., pda qu./:\l �e de-rc entender occtdto o mesrt1 1• 1

verbo flo p:wlicipio no infini!o, como um snt)sbntivc


de estado eu d·e nc.çào, ctn1cordimdo com el!e_, e f.Jnnando
·!mhos o crnnnlcrnen i.o do .,,e.rlio JJt.wct ·on Ter A ss•Ei
-:l ptopo:1iç:tio ·_. Ten.lw�U1t:. feito unúlüs fat'(WC,r; deye
,)er
.J ·
n}l;l)�C\. T1•1-.,i},·1 o /'o.--..>-p muit os taro,•p� ,�•tl,'f•
1:j .l.''·11
., • ..-! 1,. iJ .4.,VV . ..•r1..t..r;..' t ..•.,-.,.:t:•I "·'!. / 1- ... �:
-'

1 .. �., Irentn df' /'e/to 0'HC.


�-�

--·Tr ,.Jl,; · "fT ,ur.


t.. '(l�-t... , l 1 {a,1 cre•' PIV' é cor1nh
,., .J 1 '1,.I l J ,. ) ·) ·"" .,j .a ...
1
i , .. .... l .. .,. . } � .

ó pa.s-sino, nem contorda com P-lle, co;no neste caso: '1',a:


' .
I' •..�' f� - O·liP, 1\\�l nr.i.; n ., \1"•.r-,.�
·1$f,N). ,n.ff'I,·1.OS Ir.aVflTe/t /Jtf:. ··t :v, •, • • 1'! ;/r
5;'.
.
·1 . ·· ·,s,,.
,,,,

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,J0mmendado os liv1'os, deve ser sem eJlipse : 'l'cmo�,
o enconunendar os livros encommenclado, pelas mrs-­
,mas razões <le não ser lfrros complemento nem concordar
com encornmendado , nem encommendado com o sujeito
llO verbo CH)
Estes partidpios com os verbos Ser e Estar não sam
supinos e invt1riaveis, mas exprimem um estado ou ac­
ção propria , sendo de verbo neulr0 : e a.1hêa, senJo
de verbo activo. Assim a proposição: Elle é chegado , ex­
prime acçiio propria <lo sujeito ; e esl' outra ; Elle estâ·
ferido, exprime acção alhêa sobre o sujeito.
Estes participius com os verbos Ser e Estar formam
o que se chalJla ! i ngn:igcm de estado ou acçàn passiva;
e com os ver:hos Ter e Ha1Jer, o que se cíwma linguagem
composta. E nestas comiJinações que estes verl,os se cha -
mam impropriamente auxiJiares; porque auxiliares s�
devem chamar us participios a elk�s j ,rntos, por srr 9
verlJo a palavra rei, a 4ue por sua nobreza e excellcn-
0ia toda� as outras fozem cortêjo.

SECÇÃO VII.
Das 111•01,1·iedltdes dos 1101ne8.
Chamamos propriedadüs dos nomes as suas diffetentet
variedades de genero, oe forma e de numero_, de que
t,ractaremos em separado.
ARTIGO I.

Do geu.ero tios 1101nes.


Não ha �ome que e�prima un1a idea pura e simples:
todos exprimem uma 1dea complexa.

(H) Na Syntaxe, teremos occazião de tractar de novo destes


participios gerundios e supinos, combinados com �stcs ,er:hos
�..,eut.ão lhe daremo.s mais desenvolvimento.

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35
t) substanli \�exprime o se� indeterminado juntamerite
iwm sua cspec1c e gcnero dctcrmmado, assim: Homem;
exprinie um ser ela cspccie humana do genero masculino:
1llullwr exprime um ser da especie humana do gener@
feminino. Ha alguns que determinam a especie, mas
não o genero, corno por exemplü: Crocodilo, Javalí, etc.
Os gencros só sam propr.us dos ani111aes ; rnas por
semelhança o concordaacia se incluiram nwtaphorica­
n1cntc na mesma divisão dellcs todris as outras cous::is,
como Ouro, a que se deu o gene o ma::;culi no , Prata
a qne se deu o genero feminino, sem tudavia terem se­
xo�.. A��i m os mais.
Os pronomes não tem nem podem ter gencro pro·
prio ; pnrquc não exprimem idea sua, mas a du suhstan�
Li vo a que sulisliluem ; e p•)r isso só p9tlem ter o gene­
ro destes. Assim : En é masculino on feminino, con­
forme o !!·cnero da pessoa que folla. Tu é bmliem o
mesmo. Nós, porem , püde ser do u11 e oatr0 gen�rQ>
como Eu; mas tami1em pvde ser de ambos ao m1:•smo
tempo, se sam hJmem e mulher as rvssoas que fal­
Ltm, e que se exprimem por Nós. Vós é tambe,u 0
mesmo.
O Artigo, o Acljectivo e o Participio sam como o sub•
:�LaniÍ\'O, mas cüm a differenra de LJrem formas diver­
sas para nxprimir os difü_,rcrnes sexos, como: O, A, Ju:s­
to, J-usta. Feito, Fetla, etc.
ARTIGO II.
Das for111as e variaçles dos no111es.
Dos substantivos uns tem forma especial para ex..
primir sómente os individuos de um genero como: H0-
mem, M·ulher, Cavallo ,. Egua , etc ; e por isso sam
invariaveis no smgular; outro�, porem,· tem sua forma
commum ou generica para exprimir osindiviJw,s de dous
gcneros, como : Gato, Gnla, Rato, Rata, Porco, Pór­
_ Ha entr9 @stas dua;; uma.
�a, etc: e por isso sam var1ave1s.

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·itel'Ct�ira espêcie 1 que i.ern forma singufar p�tta C:1:pnmu·
os índivtduos rle ainhos os gcneros s(r.m v:1riaçào atp:u•.
m,,, corno: Cobr,t, Clwréo Cana.r�o, Ru1.u;inól, eh·.
Os pronomes, excepto o <Ll tcrP-eira pesso�,, lem� í,
mo vimos, uma só forma para exprimi!' todos os gene
ros, porem muitas vari�ções, V::iriari1
No s;n_�ular Eu em Me, Min1, Migc
- e, _ 1,, 'l,.1go ;
·T u em rr r·
EHc ou El!a cm Lhe, Se, Si, Sigo
Eu em Nós, Nos, Nosco
No plural :
rrU ell'.1 ~ '\T ·'
V OS, ' .
,r QS, ,, OSCU,
Ene ou Ella em Elles, Elias, ºLhes, Se, Si, Sigo, ( '! ':! i
. � '"' e,· e,. .
l'
As ·varrnçoes �e, ..:,1 , 0Jgo exprimem nt1 sun iornrn
invariavd, não só toílos. os gcneros, corno tambcrn to··
dos os numeros, sendo sempre complemento o mmc;1_
�ujet�o, exepto a forma--Se-.- 7 quant.lo Pº!' eU�a :se traduz
f!n'adamente o On francez, que s,!mpre e Sl\je!UJ, con1i;
ae-ste exemplo: Procedeu-se d (L?vassa, devendo sem ;w ..
Hcismo ou iueotisrno Sflr: o iu.i°,,:; procefhu â devassa
O Se junto �ws verhos activos • .•
· diz-se qnc e'.lqirín'it!
' rt\ f�-
1
nnguflgem inxu, quanúo o soje.tiü e uma nes:=�oa o:i
f

·1 •
('.on·sa '1Krsoni Geada, ubran ,Jo sobre si 1 c,omo · Pedro /1:�
.,,. i111 -s'>
1.v, A ,,,;dfl de) 1�01.1r. 1 t,J· q.r r"c;li['·
'-"'.-se •· 11· n:r-ui)t1'(·'1·rt .-\..
1
r. t··r,,. , .·-:i {'l' · 1 r"
' .a . 'vt '.. , .,l.,t.v11 () º e, ·
,
;)
fi,W 1,
,_,.•u� Z \4•�-'

d o o STI]Clü) e m.íHS ue umapessua ou consJ per;:;ornik:HL.t


1 . ,

obrar�dv rrtTprocarncnte uma sobre á outra, conH.1, Pedro


�Pa,u!o encontraram-se e ·sc.nuiaram-se: linguagem paiss:

( ·!2) Hnvig t;nnucm n vanaçaü Ello tfo E!le, como .lsto de


:��,te., Isso de E���e J Aqnillo de AqueHe. Alguns Jütda o ;14..!mit-•
tem contrahido_,. juntn ao infüüto dos vertos 9 comn; Ama!-io
Aborrece-lo : mas �w -0- algum.a vez é ptunome eonfr:-,
(I.Ue diz Moraes, bynt.axe figura ti:!, H}t::a í g-), i'.Uláo é coui. r:H ç3,.
de Eito, corno ne�te exemplo: Por veniura accuzar,nnos u. D Ar
fr!nso de 11lbuq·uerque, porqite depois de so/frer ta:11.,tas lw,c,,t/iidud�.,;
e-mi.garws dos rm,;. e gmwrnadores de Orm·us o nrln d,eixou abra.:Jlh l
A(tui o sojeüo de de.ixm� é elle_, Ajfouso de A!huqtH';I'(JHü ,
.est<• ---o p;u·1)ce que esta por uliot,smo em fogar de ��r! ._t,.,.
·,·,õnoo. neste ·cruio ser.c·ontracção cte ·E!!1.} <' IHH' 1Ú·ti!P)

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•H , �uando ô �njeito �offre a acção de outro , como:
Mandaram-se- dous correio<:, Fez-8e ttma ponte.
O Artigo, o Adjectivo e o Particípio tem formas differen ..
tcs para cada g�nero e para cada numero. O Ar ligo tem iJ.
forma·- o-para o genero masculino, e a forma-a-para
o feminino, ambas do singu1ar; a forma-os-para ma,­
culino, e a forma-os-para feminino, ambns do plurd.
Tal qual é a variação das formas do Ad,jectivo e do
- Paricipio. Ha, porem, Adjectivos e Participios de uma
.só forma para exprimir ambos os generos, como: Grande,
Feliz, Facil, etc. adjectivos; Amante, Constante., Bri­
hanle, etc., participios, os quae só \lariam do singular·
para o plural.
ARTIGO III.
Do 1Y11n1ero dos Nome8.
ô Numero mostra a quantidade, e a quantidade repre­
senta-se pela unidade ou pela multiplicidade: por isso
divid�-se o numero em singular para exprimir a uni­
dade, e plural para exprimir a multiplicidade. Como o
1ome pode exprimir o ser, as suas qualidarles, suas re­
JarõJs e suai:. modifl cacões em unidade cu em multi-
plicidade, tem singular ..e plural. O singular do Sub­
�tantivo, do Pronome, do Artigo, do Adjecti-vo e do Par­
ticipio é como se acha nos Diccionarius; o seu plurül,
porem, teu1 as seguintes formas.

Forma-se o plural <los nomes accrescentando-se-lhes


um-s-sómente, ou tambem mudando, tirando e an­
gmentando alguma lettra, excepto o dos acabados em s.
E�ta regra se div11Je em lrez partes princi paes.
I. Accre;;rent - e m-s -no plural aos nome-; a:•a­
bados cm vorral no s:no·ular, cnmo: ..4ta, Coité. Oití, Côc, o
Cajú, que f�cm Atas: Cuilés, Oitís, Cóc,s, Cajús.
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ff Acrrf'.�r-cnta .. sc t:1m 1 ,ern n�n--.t-n1 r,1nr:�! aqs no..
rr:11� tr:tbr1do-:; mu ron�i:;:n'ü i\>l s:n;�nl:.ir, a �cl�ie:·� ! .� :L,:t
(t('i!hil'lliS em 11, ::eai .:1 :k!'ti!,'àO, ('1_·111;n: Jovl'n fl ::e f Z Ju--
v •'il '' . v) o•,n� ·11"•1l"1 !1,-:· ()l'l('trJ rr·l ()l l "ti
'· 0 .,, . .... l, 1.• t 1 1
.,,.,_ ,, h 'l1ICO Íf''.'l
,. • • . ' , ., ,
111
.. V .,
1
A y, ..

e, com,, C!n·h:l<d. !i'unJl, Poúl, q:i1-L:�e:n C/,rhlt.11.'i, Fa,­


'Ú,:,, Furâes; c·u em cm, im, t1Jll. um, r:r.1:! .. n.l-) n m;
e n n, c11mn: D_nn, flim, Soni, J,jwn, qui� r z,:m !Jew.,·,
. • ., .
1· u1s, ,::,cns, .l(:Jirn.,·; ou L'lll e l , mu.tl �lllLtO
('
l o t• cm i.• ,{)mo.
Paru!l que foz Popüs: 3. :.ins a('�lwtlus ot em il af,.'.údn,
0

tir,rndo són;cnle o l, corno: Fuzil, qne foz 11uzís; cu (�e�U


grave, t'rando o l e wuli.lú<lo-o -i cm ci. comu : Decil
q ui• f..i z Doce is,
Exceflhwm-se o� seguintes n que fn �1crr��-ce:1_l� cs,.
'I • O ,\ c)s •t.-•"''a,l >,.., e·n ,., e,,., C'1'�"1) ilr,t··1· �-.cJJ'J 1 ,., ,.
e
, ua.z,
,� ...,ez, ..
�a1z· 1-,·uz. " n e
,J,, l ·� .
f.l L l \., ( t • , ( { � j , . \ .1 t , l...1 � • 1�
�.. ' �

F'tM', olur, r· ruz, <jiii� ,azc:n �


Sl'rc1:, Vizires, Flores, Catútcs, Gazes, Vezes, Bu.izci
' ' 1.. '1)\To'-
n(!ll",)s•
,f..a. t " ,J�
/1 '
,. c�•1 • �·;><•
J I .1 "' • 11,J.

2. A Mal t'. t.'ousul , <pw fazem 1l!alcs e Consulcs.


0

1!1 AcrrescenL-ie tanüen1 finalmente uru--s--no


p1und ��ns nomes acobados em ào no s:n�rnlar, a Raber: ou
s,-nn mudanç:1, como: Cidadüo, que foz Cidadaos; ou mu­
darnlo �ômente o-o-· cm-e,-c(•nw: Taúellitw, une faz
1'obflll,ttes; cn nrn lando o à em õ. e laaJ:em o-o­ I

ern ---e,- o mo .Bfel,to que faz 11/ciurs.


Por txcepçüo Oil n,-•gra iwral �am os nomes acnba:los
em s no p!ura!, corno no i'ing·t1Lr, excep1o Dius I Sim­
Jh'e:;, l Ji:ples·, q1w fozt)m IJeu1sts , Simpl;c,,�, ])uplicr:-,•,
tL, PI"uuo.wes Eu e Tu nàu l.ern re�ri:.l. O pJ. nd d( Eu
s;Hu �;� ,�nas variações, Nós, Nvs, lYusto; e o d� Tu, �is
SlWS, Vos, Vos. rosco.
q ·• 11 on�
Lã(( º'"'
l"'-J,- - ... r- '' :-l'' tnm ·ri l'ºII f'l
·•11-� C 1-.( -.1 , I., C" ;..,. !TIO'
\.,.11.il. . • 1 • o on- :'!' 1·•- ,.ia, •(iI 1·1 ,.,: - '
, �(;S,
Ic,;t fr·,.'t
· f: {,- ,
J•, 1 ··ce •1 n'' ( Ir
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f , ;--.. l-' , ·i 1 ,..:tP•t1 ·!ns
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.._ ' Cl" ) •1· · n,-.
� 11. t. J •
'"'I f,/,;f..1
I

Caridade, Fome, SJdc: :J. 0 Isto, 1�.:.u, Aa'wt!to,


4 Outrem ,
A /
'l ue:n, H71.TlUfJUfm , r•:
,é,._ • • .
1 u do, no d:1.
n.1

. il • ou ir; 1s que nào tBrn s:ngular. corno: A.lr1emas


" .
.P;éccs, Trétus, Viveres,;
/!.,\!IJ •·ar- .!;.: ;..,��ª
Í "'e.,o\(\.,,...., �1·., ,_�1· -v..o
u ., ..,;
S"'.(.AL&,.t ,...o 1·-.-,� .. ,..b,,,&. \.,"C''º'{.'
TYI Ã.» .• ,..
y •u - ' '-lAa J..Li•_� .. �lu
..

c1•·....1:r-1l•,1·
"' �. �u •

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SECÇJO VIU.

As Preposições sam palavras qne exprimem as ideas


de n1lac.�aõ d:1s cousas.
Ha preposições simples, como: A, AntP, Apoz, Att!,
Com, Cuntra, Oe, Desde, Em, Enlre, /'ara, Per,
Por. Sem, �ob, Sobre: e compostas, como: Diante, Pc·
rante, l)'antc, &.
Todo o ohjcclo tem na!ural e essencialmente um .to­
gar no espaço e no tempo, e pode ser considerado cm
relação com este logar, oU' com sigo, ou com outro ohje­
cto, ou em repo'uso, ou em movimento.
A relaçfw do ohjecto com o seu logar sem conside­
ra·ção de só ou acompanhado úXprime-se pela preposi­
ção-Em-quer no espaço, como: Em casa, Na rua,
Em terra, No nlnr; quer no tempo, como: Em um
mez, Em um anno No primave,0,-No verão. Des,
tas expressões naturaes das relações fisicas nasceram.
por semelhança, as expressões metaphoricas das relaçõês
moraes, como: Em si, Em mente, Em regra, Em
geral, &. Estas relações presuppõem o repouso do objeclo
só ou com outro,
O logar pode considerar....se ou n'uma linha vertical
supposta como do ceu a trrra, ou ·numa linha orison­
fül corno de um a outro polo. A relação do objecto com
o seu logar, em qualquer ponto destas linhas, SP expri­
me, na consideração de movimento, pela preposição De,
que mostra o ponto de parti�a, e pebs preposições A
e />ara, que moslram o ponto de chegada em ambas as
linh�s, como: Da tPsta qo , mbigo, JJt., um homb y o
a outro, f>e cá para !à. Tarnbem se exprime pela
Jweposiçaõ Desde, que mof-lra o principio, e pela pre­
posição A .rt!, que mostra o fim, co;uo: Desde o Cear d
ate o ra,à.
Estas expressões das relações do objeclo com o sett

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"O
u
og:w nn cspriço sam as nrnsnns ,Ias suas rcla��õcs eotM.
o '-CU logal' no lca1po:- como: De Ja-n.Piro a .Ptvereiro,
De ,,1arço pa,a Abril, Desae �laio atf! Junho.
Ct1m1H·e. ptH·em, notar que a preposição A involvc a
idca de vollar; a preposição Para a do ficar; mas a pt·e­
pusii;fio A é Jeixc1 ineerto o voltar Oll ficar.
D�stas cxpresst1tis n,.llt\l'acs nasceram lambem as me{
Llphorieas nas !,Cmclhanças dos objc'ctos fisicos com os
murao�. co:no: D.> a::lo a pnrse não va l e a cnnsequen­
cia. De pa1-: para fl!lio vae um grau. De1de o prifi­
cipio até o /i-•n, da conversa.
A relação, porem, do objccto com o seu logar, con ..
siderado cm repouso. implica_ a relação do 1uesmo lo­
gar on do mesmo. objccto com outro. Assim na linha
vertical, a relação exprime-se pela preposição Sobre, que
mostra superiorhladc, e pela preposição Sob, que mostra
inferioridade. como: Sobre a terra, Sob n sol, fisica­
rnen te: SL b -e posse, Sob condição, moralmente.
Na linha orisonlai, porem, a relação exprime-se pela
prcposiçüo Ante , que indica posição anterior ou adiJ
ank, e pela prcposiçüo Apoz, que indica posição posterior,
ou atraz, como: Ante o exercito Apoz o presuto;tisica­
mcn te, e, A ntP a l�e:, A paz a Pxecução, moralmente.
A rclac;-üo de opposição e resbtcncia exprime se pela pre­
posição Contra, ou reciproca ou só de ·um objecto contra
outro; porque a 1=>1·cp siçDo Arite, que lhe corresponde,
não in volve esLl idea. Assim dizemos na expressão na.
tural: Um cuntra o outru. quer de peitos, quer de
costas; e mcLlphoricam nte: Acçã:1 Contra a lei.
Assim na linin vertical comJ no horisontal se pode
considerar uma posiçiio me lia implicando uma relação
dupla com os dons extremos. e expt essa pela preposi­
<;ão Bnrre, no repouso; e pelas preposições Por e Per,
no movimento. Assim dizemos naturalmente: Enl re o
1nartéllv e a bigorna, no vertical, Entre a espada
e a parede, no orisontal, expressões naluraes; Entre
os perigos, Entre a vida e a morte, Entre alegte
e magoaaa, cxprcssõe3 mctaphoricas. Fot por mar
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ü1
da Capital pa '"a o Aracati; Jloi pelo Tcó Ca.. da
xoeira para o Crato; Foi ptla secca: Foi por S.
Juão; OQ sentido natural. Fez se por si; Cada um
obra de per•si, nu sentido md:1phorico.
Nas preposições compostas, ha accumu1açaõ· de re­
fações em que ou a palavra junta é regida da prepo­
sL;i1o immodiata, exprimindo µma relação, e esta mes­
ma palavra e preposição é regida da outra mcdiata,
expri:niUílo outra relação. ou entro 1stas pri-.,posi(iões
ba um termo occulto pvr Ellipsc. Assim na ,1xpressão:-
Foi perante o rei, ou rei é palavra regida da pre­
posição ante, cxprimin:Jo uma relação; e ante o re
é uma exprcs:i,ãO regiJa da preposição per, exprimin­
do outra relação; ou preposição perante se divide,
entendendo-se o termo se entro ellas occulto , fican­
do a expressão deste modo: Foi per si ante o rei. A
primeira intelligencia nos parece mais conforme a iu-
dole da nossa lingua.
Do que fica dito, é facil de ver quaes as preposições
que exprimem repouso, quacs as que exprimem movi­
m.enlo.
SICÇÃO IX.
Do� Atlverl1lo11..
O Adverbio é um,, palavra invariavel, composta como
já vimos, ou de uma p,·cpo�_içã1! e um sub-;_ta_ntivo,
_ ou
de um substantivo e um ad1eeltvo ou parltelJH qne O;
exprime um-1 i· leJ de circumstancia de logar. de tempo,
de qualidade e de qu 1nlidadu, partieuLuizaudo o estado
ou a acção do sujeito dci que se tr:ac ta.. . , ,
Sam AJverbios de Jogar: Aqui, Ahi, Alli, Ca, la,
Acolà, Aque�, Ab nz, Dentro, Po_ra. Adian_te Atraz.
Destes uns exprimem relações c1rcumstanciaes f_e lo�
gar enh·e duas pessoas ou cousas, �uposto _um o,lJecto
intcrmedio, como: .4qrtem, Alern, Adtanle, A traz, Den­
tro e Fura; ontros exprimem estas relações entre trez pcs-
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so2cs, ou cousas, supposla alguma ílislirncia in lermcdia.
como: Aqui, Ahi, A/li, Ca, /.a Acola.
Aqlurn rnosll'a o logar extremo <h1 pado rla pessoa que
foila. Alem o da parte da pri��oa a quem se falia&.
Aqui se jnnta ú pessoa que frlhi: Ahi. it rwst-oa a quem
se fall�1, Atli ú p('ssoa ou co11sa de quem �r> fidla. Ca l'Xpri­
rne tnnlo como Aqui,· , a tanto cumo i\hi; Acold li\nlo
como A/ li; o por isso S!'guern ü mcE111a rrg-.r<1. Todos
se junl;1m indbtintla1·Henl.c a <Jllalqupr destas ln1z pes-­
soas. Ellcs mo 1ilicarn o c�ta:lo ou acdio destas pes­
�oas de�le modo: Eu (ir-o aqui. 1 u rs.1 era ahi. Elle
foi a/ti. Sem estar circumslmwias ficaria ignorado, on-
de fico cu. onde rspcras tu. aonde f(,i c1le.
Sam Acherbins de lcrnpo: llontem, llojP, Amanliã,
Artles, Já, Ot-·pois, Então� Agora, Logo, Ainda,
Quando, Nunca, �empre, l\. Hon.tem e,primc tempo
passado, l/1 je tempo presento. Amanhã tempo futuro:
o rncsnw fazem Anter-, Ja e Dfpois. Então déirnta
tempo pa�sarlo ou futur'3, conforme o objecto de que se
falia. Quando nr.o mostra tempo algJm r!ctcrminado, Nun­
ca exp·ime ucgaçâo, e S· mpre exprime affirrnação de
lodos úS teni pos.
Todos circumstanciam o cslaf1o ou acção do qualquer
dns trcz pessoa�: Eu, 1'u. E/1,,.
Sam Advcrbios de qualidade: Assim , Como , que
comparam as qualidades do um ou mars sujeito�, con­
siderados entre si; exemplo: E' providente assim co­
mo energico, Um é a.uim amartl co,no o outro.
Os cornposl.os da pal;nra m,,,,ue com qualquer ad•
jeclivo ou participio, como: Rralmente. Falsamente,
Decididamente, Pronuncüuiamente, mostram a
qualid,Hle sem comparaçto. Sim, Tah'ez, Quiçá. !\'ão
oontam-se entre os a<h crbios de modo; porem elles in:
tluem mais sobre a ílffirmação, do que sobre a qualiddde,
a qual nada accrcscenlam como os outros. Sim ('Ollfirma o
allributo, a qua1idr.1de, mostra certeza de sua existenr-ia;
1'a/v, z e Q , cá, nem affirmarn nem ne�am,. mostram
duvida, incerteza desta cxistenda; Não nega tal cxis�

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lcncia. A' pc1·gunfn: J'ais ao theatro? qmll crucr das
respostas: Sirn, l'a/vrz. N1:eo, mostra differenle c::l ido
d'alma dn 1'espondent.-: pelo sim afiirma, pdo ta.vez
duvida, e pelo r:ao nega. �- ·
Sam Adverbios de quantidade: Assá.r. ApF-nas,f (J·1a·
si, Sequer, que mostrnm u quanlitlade em dif erentes
graus Asjár, mostra sufficiencia; Aprnas insuflijene1a,
QuaJi, com pouca diffor.!�nça, Sr-quer, o menos possivet
Estes ad vcl'bios mo:,lram a quanlida;fe de cada indh
vi luo simplesmente, emquanto os dous fam, Qurun, a
mostram comparada, como� E' tãu rico, quãu pub_�e.
Ha certos substantivos . com preposiçfw ou sem ell_a,
qne se tomam por ndve1·bios, como: A··ima. Acerca, A­
travez, Acinle, Bem, Mal, Tarde, e dizemos: Falta bem,
Falla mal, 1'ractou acerca disto.
Ha tambem arljectivos que se lonrnm arlvcrbinlmente
calando-se por El!ipse o substantivo com que concordam,
e a J)reposi��no que os rege, como: Jlais, illfnos, Aluito;
Pouco, Caro, Barata 1 Perto, long,J. Tanto, Qu-,n­
to, 1'1e! hor, l'eior & : os quaes, conforme o sentiio em
que se falla, concordam com togar. ttmpo, nu --nero,.
ou quantidaif, mo-lo ou qulllidarie, ou com Ol!tro
qualquer mais apropriado Assim. qnanrlo dizemos: Pe­
dro é rnuieo r,co é como se dissessernos: Pedro é ri­
co de muito modo ou de muilo <linl1ciru: fo np,et ca,·o,
ó como se di:,sessemos: Comrrei por prnç:J c:trn: E rtàs
perto, é como se disse�semos: Estas cm Lgar perto.
Os Adjectivos: Mais, .Mono�. Melhor. Peíor, se-to·
rn::.m ad verbialmcnte, quando se faz comparação;assim: Tu
és mat1 rico qu,:, elfr: é como sc, uissessemos: Tu és ri­
co em mais quantidade que ellc.
lia tambem finalmente adverbios juntos com prcpo 4
siçõos, como: D'aqui, l)'ahi, A"nde, D'onde D'alli. De
dentro, De fora, Por cima, Por baixo, &; nos quaes
j alga mos haver accumulação de preposições que nno
se podem conciliar senão como na accumulaç;io de
preposi,;ões. Mas em alguns deste adverbios é Je ab­
soluta necessidade admittir logo a Ellipse; porque par

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e-xemplo: Aqu:. qncr <lizcr-:-Ncstc logar ;-logo-D'a­
q1ti quer dizer: 0:) neste lngar. O que ó erro som El­
lipse. Portanto-O aqui,-tirada a Ellipse, quer dizer;
Do principio, ou uo ponto neste logar. Assim os mais.

SECÇÃO X.
Das l:011J uncfões.
As Conjuncçõcs sam palavras invariaveis, fimples e
monosylabas, que exprimem a relaçao de nexo e ordem.
que as palavríis e 3s proposições tem entre si,
Enumeram-se muitas conjuncções; mas pr,•priamcntc
só se devem considerar como taes as seguintes: E, �ias,
Nem, Ou, Pois, Porem, Se.
As palavras compostas do conjunctivo Que, e de ai•
gum suh,tanlivo, ou adjectivo, ou adverbio e preposição,
como: Bem que , Posto que • Ainda que , Pelo que ,
Por que, sam expressões Ellipticas, qJc reprcscnla. m o
papel de conj uncção pelo cunjuncti vo de que se com­
põem.
Usam-se lambem como Conjuncções os adverbios Ora
Logo. Já, Assim, Tambcm, quanJo repetidos&; mas nem
por isso deixam de ser o que sam, quando mesmo repre­
sentam este officio alheio nas repetições.
As conjun0çõcs qualificam se, segundo as suas func­
ções, e assim chamam,sc:
1. ° Copulativas, as que unem as proposições ou os seus
membr�s, como: E, affinnaLiva, Nem, negativa. E templo:
Titulos e riquezas não dam saber nem virL1des.t
2. 0 Disj unlivas, as que ligmn as proposições ou os
membros, c,msiderandocada um a parte, como: Ou, dubi­
tativa. Exemplo:
Escolhe ou um, ou outro pnrtido, e segue quer le
vá bem, quer te vá mal,
3. 0 Advcrsativ"s, as que ligam proposições oppo$�
tas, como: Mas, Porem. Exemplo:

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A amizai/.e verdadeira não na bonança, ma1 na
a_dversidade· se conltece.
4. ° Causaes-, as que ligam proposições, das quaes
uma é principio e a outra consequencia, como: Pois.
Exemplo:
Não o tenho por fraco; poi1 jâ vi obras de seu
es/OT(:O.
5. ° Concricionaes, as qtie ligam proposições depen­
dentes, uma da outra, pela condição, como: Se. Ex­
emplo:
Se /i()ere1 p·rudencia\ vivirá.r em paz com tndos.
Todas cst�s conjuncçôcs· se substituem peh.s expres­
sões con,junclivas, para dar ao discurso a graça da variedade.
Como: não ha conjuncção '3rà ligar as proposições
c�mparativas, usamos dos adverbios, Ãsim, Como,
Não sll, l'omo tombem. ei. "E;"templo:·
Seja /t' lia a vossa �on; ade assim na ttJrra como
no reu.
As conjaneções não influem directamente sobre os lem
pos dos verbos ; e por isso 'é erro dizer que os levam
�o conjunctivo,-, ou aó condicional.

SECÇÃO XI.-
Bow Verbosª
o:verbo é uma palavra quasi indifinivel para os Gra�-­
matico.�, porque ainda não concordaram em uma deh-­
niçâo;- asiiin que, segundo diz Charma, só a sociedade
grammatical estabelecida em França por Domerguo lhe
deu 260. sem que nenhuma satisfizesse.
« O verpo,- diz Mr. Lamennais. que rnanifesla o s�r

na sua unidade infinita, o manifesta lambem na sua tn .
ptcidade essencial· de pessoas. contidas na sua noç�o-
ºª
primeira, absoluta,_ indepe�rtente do te�p.o;-.,.mas coexis­
tem nelle por uma necessidade essencial� EHas sam,

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56
sua generalidade, antes de toda a delcrminae:fio. as trcs
faces debaixo áas quaes o ser apparcce necessarianrnnte.
As ideas que exprimem res,rectivamente as palavras
eu, vós, elle, inherentes a idea que exprime a pa­
lavra ser sam de tal sorte inseparaveis deite, que, no
mesmo momento que se tracta de separai-as, e{fectiva ..
mente a idea de se.r se-desvanece 'numa noite eterna.
Demais as relações que subsistem entre as 11essoas ne,
cessarias do verbo sam identicamente asm1)smas que as que
existem entre as pessoas do ser infinito. Vó1 implica
eu. como seu principio. sem o qual quem jamais teria
podido dizer vó,? Vo1 e eu dizem geralmente elle.
Esta terceira pessoa tem _uma relação semelhante com
as duas primeiras, e as SUJ!põem; porque não se poderia
dizer el/e, senão fallando udl a outro. Elle pois procede
de todos dous. >,
O verbo, quanto a nós. no seu essencial é a affirmação do
ser vaga e (�onfuzamen-te sem distincção do tempo, numero,
e pessoa que m�nifesta no seu accidental: é a palavra ex­
pressiva do juizo.
Ha um verbo unico. quo é o• chamado substantivo, over-­
ho ser. 03 outros sam uma combinação deste verbo com cer­
tas qualidades ou modificações do ser: assim 4m,ir quer
dizer.ser amante&, Por tanto. chamando-se o verbo
ser substantivo. se devem chamar os outros modificali
· vos.·
ou qualificativos.
Chamamos Grammaticosauxiliaresosque aju<lam o verbo
substantivo a exprimh· os diff �rentes modos de existencia
ou começada, ou continuada, ou acabada de qualquer
objecto ou acção: e taes sam, sagundo S,lares Barbo-sa ,
os verbos Ter, Haver, Estar; m:1s parece nos haver nis­
to falta de critica, mais. rotina do '(UC philosophia; por
que nas phrases- Hei de ser. Eestou sendo, Tenho
sido- em que se-a·limltt� tal auxilio, não. vemos ou­
tra cousa que a reunião de duas palavras para exori ..
mir ideas, para as quaes a nossa Lingua não formou uma
palavra propria
Entendemos que estes sam tão auxiliares, como qual-
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57
quer outro que se-junte com o verbJ se."; assim por
ex: Qu.ero ser, D!!VO ser, IJ.,;sejo ser, Prele.r1Ao ser,
Por.,o ser, Vou sen lo, A.rz lo s �ndo, Yiv,, sendo &, se
dcve.m tambem neste caso chamar auxiliares.
1
No mes mo caso se-acham os chamados p,.onomi-
nae1, re/lexfvo1 e pauivo.r; porque es ta s donomi•
nações não lhes competem por sua natureza, nem sam
auctorisadas por aliil_lDª razão logica. M11strem-nos um
verbo pronominal, llftexivo, ou passivo sem a jllncção
do pronome , que aceitarem s a q1.1alilicação; mas em
1

quanto observarmos q ite é a variação de um pronome


que, unido a qualquer verbil, o faz passivo, refl-,xo, Oll
pronominal, a consHcraremos pmwil, e me,mo absurda;
porque não comprehendemos, como possa o bom sen so
attribuir a uma só palavra a significação de duas diversas.

ARTIGO I.

Da Co11J11,ra.:io doii Wea·bos.


A Conjugação é o systema das differentes termina­
ções , que ·toma a forma primitiva de qualqll(.'r verbl),
segundo a ordem dos mo::los, dos tempos , do numero, e
a qualidade das ,esso�s . A Conjugação é regular, Oll
irregular: a Regular e a que segue uma mesma re ...
gra na formação dos tempos dirivados de seus radi­
caes, e nas terminações deHes; a Irregular é a que em
todo ou em parte se des via desta regra.
Ha tres especies de verbo s regulares , forman::lo tres
espec1es de couj ugações diffJrentes: a primeira é a dos
acabados em ar , coma : .Â-'nar, Falar, Cantar&;
a segJn1a dos acabados em er, como: Comer, Beber,
A.prender&; a terceira dos acabados em ir, como: Dtrt­
gtr, Conduzir., Exigir&.
Fora destas conjugagõa� temos a do verbo Por e seus
compostos , que s egt.1em mJJos differentes11

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58'
ARTIGO_JI
Do� 1'lodos dos Ve1"hos.
Chamam se modos dos verbos ns rliffcrcntes manei­
ras de enunciar a coexislencia do nUribnto no sujeito da
pror,osição, isto é, a espccie ou genero a que o sujeito
J)ertence.
Dividil-as hemos scgunrlo S-Q.ilr• Ilarbosi1 em tres:
Infinito, Indicativo e Subjuntivo: o lníini ivo enuncia
pura e simplPsmente a cocxi�tencia do attt·ibulo no su.
jeito sem dderminação alguma, nem de numero, nem
de pessoa; o In<licalivo mostra a coexistcncia do attribu­
to no sujeito de um modo absol ucto e independente; o
subjuntivo münisfesta a coexhitencia do attributo no su­
jeito de um modo relativo e dependente de outro verbo.
No Indicativo vae inrluido o imperativo e o condi'""·
cional; porque ambos formam proposições dircclas, ah-­
solutas- e ·in�ependentes.
AllTIGb UE
Dos Te111pos tios Ve1'lios�
Os modos do tempo sam tres: o Presente, em que se
está fallando;· o Preterilo, que precedeu o Presente: e o
:Futuro, que se bfil de seguir. Mas todoh esteQ mo-dos de
duração se podem c<msiderar: ou romo continuados e
não acabados, uo como continuados e acabados; e dahi
a divisão de per/tiloe tmper/eito, como se Yerá nas
conjugações.
ARTIGO IV.
Dos :N11mt-ros e r.--ssoas dos· 'Ve.-bos.
O Sujeito dag prorosições pode ser um ou muitos; e
daqui a necessidade de tel'fm os tempos dts ,:erbt1s ter­
minações que indiquem o numero destes sujeitos, Os

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uumeros, pois. dos tempos ,fos verbos sam dous: singu.
lar e pi u,·al. O Singular indica qut� o sujeito da pl'opo•
sição é um só: o Plural iudica que sam muitos.
O SujeHo se llividc em Lrc3 pessoas: p:-im,�ira Eu, se.
gunda Ta, e lerccira Blte ou !Ufa no sin;;ular; primei ..
ra 1.Vós, •cgunda Vój', terceira Eiles ou Etla, no
plural.

Af'IGO V.

Jlodo l nfinilivo.

I11111essoal.

Ser, Estar.

Pessoal.

N. S. N. P.

Ser Eu, Estar Eu. Sermos Nós, Est�rmos Nós.


s�rcs Tu, Estal'cs Tu. Se,·des Vós, Estardes Vós
Ser Elle, Estar Elle. Serem Elles, Estar�m Elles.

Partlclttio do 1••·eseute.
Sendo, Estando

Sido, Estado.

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50
1'1o tio l11dl cnti,·n.
Tempo presente..

N. S. N. P.
Eu Sou, Eu Esl.ún i\bs Somos, Nós Estamos.

Tu Es, Tu Estils, Yó� �oi�. Ybs Estrcs.
Ello E' Elle Estit E:les Sa� .Ellcs Eslam.
I•i·erc1·ida i111Je.-feih,
N. S., N- 1> ...,
J. • •

Eu Era, Eu Esl.àva Nús Erames, Nós Estavamos,,


Tu Eras, Tu EsLa\'aS \'ós Ercis. Vós Es:taveis.
:Elle Era,J., :Ellc E�iuYa Ellcb Ertm, Eiles Estavcis.
P1·efe1·ito 11e1�fc ido .
N. S. N. P.
Eu Fui, Eu Estive Nós Fomos, Nós Estivemos.
Tu Poste, Tu Estiveste Vós 17ostcs, Vós Esli\'cstes.
Elle Foi, Elle Esteve Elles Foram, Ellcs Estiveram•

Preterito 1nals que pc,.. :telto.
N. S. N. P.
Eu Fora, Eu Estivera Nós l1 oramos, Nós Esli veramos.
Tu Foras, Tu Estiveras \' ós Foreis, Vós Estivereis.
Elle Fora, ElleEslivcra Ellcs \<oram, Ellcs Estiveramº
Futuro.
N. S. N. P.
Eu Serei, Eu Eslarei Nós Srrrmos, Nó� Estaremos;
Tu Serás, Tu Estai ás Vós �crcis, l ós Estareis�

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51
Elle !erá, Ello Estará Ellcs Scram, • EHcs Estaram.
Condicional.
N. S. N. P.
Eu Seria, Eu Estaria Nbs Seriamos Nós Estariamos.
Tu Serias, Tu Estarias Vós Serieis, Vós Estarieis
Elle Sel'ia, Elle Eslaria, Elles Seriam, Elles Estariam.
Imperativo.

N� S. Sê Tu, Está Tu- N. P. Sede Vós, Estáe Vós-


1'1odo subjt111etiwo.
Tempo presente.

N. S. N. P.
Eu Seja, Eu Esteja Nós Seja mos� Nós Estejamos.
Tu Sejas, Tu Estejas Vós Sejaes, Vós Estejaes.
Elle Seja, Elle Esteja Elles Sejam, Elles Estejam ••

rreteirto pe1•felto.
N. S. N. P.
Eu Fosse, Eu Esli vesse Nós Fossemos, Nós Eslivessemos.
Tu Fosses, Tu Estivesses Vós Fosseis, Vós Eslivcsseis.
EllQFosse, ElleEslivessc Ellesl◄'o:;sem, Elles Estivessem ..
Fututo.
N: s. N. P.
Eu F-0r, Eu Estiver Nós Formos, Nós Estivermos.-

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52
TuFores, TuEstiieres Vós Fordes, Vós E.;;tivldes.
Elle For, Ellc E3tiver Elles Forem, Ellcs Eslivercm.
Vo11J115açãn dos Vc1·hos Hawe1· e Ter.
1'Io1l0 Infinitivo.
Impessoal.

Haver, Ter

�- ---Pessoal.
N. S. N. P.
Haver Ter Eu. Havermos Termos Nós..
Haveres Teres Tu. Haverdes Terdes Vós.
Haver Ter Elle. Haverem Terem Ellcs.

Parlicipio do Presente.

Havendo, Tendo •

Participto do Pas,ado.

Havido, Tid-0.

1'.lo,lo Ind-leauvo.
Tempo presente.
N. S. N.-.P.
Eu Hei, Tenho. Nós Havemos, Temos.
Tn Has, Tens. Vós Haveis, Tendes.
Elle Ba, Tem. Elles Ham, Tecw.
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ü3
•P reter ,to
• .
I mperIezto.
N. S. N. P.

Eu Ih via, Tinh<1, Nós n�n iam os, Ti11hamos.


1';,
.l i.Í''\'
U L·
0

1 "'
<t,',' ')''ln ll�iS, "\'ós lii\\icis, .
'J'·. 111 l )CIS.
Elie Ha, ia, 1 llhhl,
1 I
Elks Havianl', 'finliam.

P reteriio Pe:· /:ito.


N: S. N. P.

E11 H:HlVC, Ti Ye, Nós Hcuvc,ros, TiVCffOS.


T aJ Huuvestc, T, veste, \ ús Hotn estes, Tilcsles.
Elle Hvuve ' Tcrc, Ellt;s Hou,e1 ... m, Ti\eram.

-Preterico mais que Per/eito.

N. S. N. P.
Eu Houvera, Ti vera, Nós Houveramos Tivcramos.
Tu Houveras, Tiveras, Vós Houvereis, Tivereis.
Elle HouYcra, TiYcra, Ellcs Houveram. Tiven,m.

N. S� N. P.

Eu Halcrci, Terei, Nós Haveremos, Teremos.


Tu lfoYcrás, Terás, Vós Havereis, Tereis.
:Elle }:Ia verá, Terá, J;:lles }Iaveram, Teram.

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Condt-cional.
·N. S. N. P.
Tr.ria mos.
1\ ·i,1 is.
11

TerLl m.
11nperatú;o,

'N. S ..

tH:1 Tu, Tem Tn, Havei Vós, Tende Vós.

1'lorio S11hjun ·ic.:o

N. S. N P,
En Hajn., Nó:-. lbjamos, Trm ha n0s.
1

Tu Hajas, Vós H"jacs, Tcn hacs.


'EHu lfoja, E i les Hajam, Tenham·
i eterito l1r,perfeil0.
N. S. N. P..
Eu Honve�se, Tivfsso. Nósllunve�semos� T'vr�scmo�.•
Tu H.1,1\0,:'lt'S .,.,i \ . . ,, '
., 1 ·,.1.,, ,..: Vós lLmvessc•is. Tirr�sris.
E.h.: iluuvcs:;e, ln l'�se ' �!les Hou,csscm Tivessem.
futuro
N. S. N P.
Eu Huuvcr r Tiver ' Nós Houvermos, T1vormos.

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1
Tu HqU\'r,rr,�, Tivrwe-,, _Vóf.. H:rnv0,r,1o�, Tiver rl-e�.
EllelLuver, 'l\ver, Elles JL,u verem, Tiverem.
-e-

l)tt� ·C'o�1.J11garões dos Vca·•bos re�11l11res


-Rt1ftb11d,1,S

�e 111 a·1•, c11 , l r.

'Jl odo 1n.finil Í'lO.

ln pessual.
Amar, ·Comer, Influir.
Pessoal.
N. S.
Am.ar Eu, Come,· En, lnfL1il' Ea.
Amiirti� Tu, ',\_J()l ,,,
ll(:ll'h i U, 1 n n "l res Tu.
Àmar Elle, Comer Eilc, lu1Lür EUo.
N. P.
Amarmos Nós, Cnnwrmo� NAs, ln O 1 1irmos Nós,
A n;ard1•s \ ós, Comerdes Vós, Influirdes Vós.
Amarem -Elles, Comerem Elles, lnfLürem EJles.
J articiplo do resr·nte.
Amando, Comendo, ln fluindo.
l'u1tic1piri do Passado.
Amado, Ctitnitlo-, lntluido,

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5G
!,lodo ln,ticativo.

Te.mp:J Presente .
N. S.

Eu Am-o, Eu Com-o, Eu lnílu o.


Tu-as, Tt1-L'S T U -IS.
:Elle-a, Ellc-c, Elle -e.
---

N. P.
Nó.3-amos, N'os-rmos, ' .1 110s.
Nos-1
' .
Vos-aes, V{,s-cis, Y6s-iis.
Elles-Jm, Ellcs-em, Ellcs-cm.

Preteri!O lmp-"' r/eito.


N. S.
Eu Am-a'la, Eu Com-ia, Eu Iuflu-ia.
Ta -avas, Tu -ias Ta -ias.
Elle --ava, Elle -ia, Ellc -ia.
N. P ..
�ós -avamos,
.
N'os -wmos, Nós-iamos.
Vós -:--aveis, Vós -icis, Vós -iris.
Elles -avam, Ellcs -iam, Ellcs-iam.

Preterito Per/eito.
N. S.
Eu Am-ei iu Com-i, Eu Intlu i_.

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ü7
Tu- astc, Tu- este , · te.
'l� li-IS
Elle-ou , EUc-<:u ,
• Ellc-iu .
N p
, , ,
_,
N,n�-amos, Nos-emos, NrF-Ímos.
Vó�-aslc5, Vós-este�, \'i �-is!cs.
Ellcs-aram, Elles · •-eram, Ellcs-lram.
1-'rclerito mais que p3r/eito •

N. S.--
En Ani• ara , Eu Com-era, Eu lntlu-ira.
Tu - "·as , Tu .._ oras , Tu iras.
EHe-a,.a , Elle-cra , Ellc-il'a,
N P.
Nr�-aramos, Nós-('ramos , Nf,s -irrimns.
l 1��'.- ;i reis , \1- ·(•.is, V s-.n�is.
I:.Hcs-an1m , Ellc., eram , Ellcs iram.
Futuro.

N. S.
Eu i\ m-arei , Eu C:om-erei , Eu Innu-i ·ci.
Tn .... :-nás, Tu - erás, Tu - iras.
Elle-ara, • Elle crá , Wlo irá,

Nó.-- ,ramos, Nó�r.rrmos ,


\ Ú.s ,ll'ei!I V é>, -.. n,is ,
61l9s.-aram , Jl!lt;� --eraw,

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58
Coudicional.
N. S.
Eu Am-aria , Eu Com-eria, Eu l11Hu-�ria.
'{u - arias, Tu rrias , Tu - .lias.
hllc-arja, Elle-cria , Elle-irla.
N. P.
Nos-arii1mos. Nós-eriamos , Nós-iria mos.
\ ó� -arieis , V ói; eriei-, , Vós-iri� is.
--1'.ill.!..'.s-anam
1} !L, •
-----=-. 1 Ellcs-criam , Ellos iriam.
lm7Jeratfoo.

N. s.
Am-a Tu, Com-·e Tu , Influ-e Tu.
N. 1).
Am-ac Vós , Com-oi Vós , Influ-í Vós.
.�lodo su/Jju nt ivo.

N. S.
Eu Am-e, • Eu Corn-ã, Eu lnflu-a .
Tu - es, 'l' u -as, Tu - as.
Elle-e, Eilc-a ' Ellc- a.
N. P.
\Ós-rmos. Nós-amos, Nós-amos.

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.
V,os-mt: s Vós �es , Vós-aes.
lilles-cm, EHes-am, Ellcs-am.
l1 reterito impmfeito.

N. S.
Eu Am-��sc , E,, Com -esse, Eu Influ-i!'es.
'J' u - nsscs , Tu - ()sses , Tu - h;ses.
lillc-assc , Ellc-essc, EJle-isse.
N. P.
N,os- assemos ,
\' ós-as.-;cis ,
Ellcs-�.ssem,
i
' .
N,os-e.s�rmos ,
os-esse1s
, ,
E ll es-essc m ,
Nós-issemos.
Vós-isseis.
Ellcs-issom.
Fut-uro.

N. S.
Eu Am--ar , Eu t:om-er, Eu Ioflu-ir.
·1' U - flrl1S , Tu - rres, Tu - ires.
lille-ar , Elle-cr, Elle-ir.
N. P.
Nós-a nr. os , Nn�-ermos, Nós-irmos.
Vós-ardes, Vós-erde!,, V ós�i rdcs,
li lics-arcm , Elles-ercm , Elles-ire1n.

Pôr.

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60
Morlo lnfinitivo.

lni,:J essoal.

Pôr.
l'cssoal.

N. S. N. P.
Pl)r- Eu. (•nrn:rn� Nós.
Pon•s Tu. p, irrles Vós.
}>or Elle, • Porem �lles.
Particípio do presente.

Poud ,.
Partioipio do passado.

Posto.
Modo lndzcativo.

Tempo presente.
N, S. N. P.
Eu Ponho. Nós Pomos.
1u Púes. Vós Ponrtes.
Elh� Põe. Ell�s Poea1.

N. S. N. P.
Eu !> unha. l\6s Punb,1mos

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til
Tu Punhas. Vós Punheis.
Ello Punha. Elles Punham�
P••cfe11 lto 11erfelto.
N. S. N. P.
Eu PJz. Nós Pozemos.
Tu Puzc�le. Vós Pozes tes.
Elle P oz. Ellcs Pozeram.
Preterlto mais que 11erfelt1t.
N. S. N. P.
Eu Pozcra. Nós Pozcrc1mos.
Tu PLzeras. Vós Pozercis.
Elle Pozcra. Elles Pozoram.
Pnturo,
N. S. N. P.
Eu P,Jrei. Nós Poremos.
Tu Porás. Vós Percis.
Elle Porá. .. Elles Poram.
Condicional.

N. S. N. P.
Eu Poria. Nós Poriamos.
Tu Porias. Vós Porieis •
Ellt:, Poria. Elles Poriam.
lm,perativo.

N. S, N. P.
Põo Tu. Ponde Vós.

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lltulo snbJ1111frvo.
Tempo prezente.

N. S. N. P.
Eu Ponha. Nl,� Ponlrnnrns.
Tu Poohas. ,. ·';� P· uh;:, s.
Ello Ponha. Elles Pouham.
Prets:rlto ln111c1·feifo.
N. S. N. P.
Eu Przesse. Nós Pi1zess1:1mos.
Tu Pozesses.. Vó� Po1(�sseis.
Eile �o�esse. Elle1 Pozessem.

N. S. N. P.
Eu Pozer. Nl)s Pozr.rmos.
Tu í�c zeres. Vós Pozerdes.
Ellc Pozrr. Elles Pozurem.
Ha tambem VPrbos defrctiv1s ;l��im chr1ma,ios • porque
U10 faltam tt mpc s niu.!o.s e J,l'�Soêls , CLruo : Lho,, Tro
vej2 , Relampeya ele.
(;.1 P· .t.
DA ORTHUGRAl-1HIA.
Assim como o homem tinha nece�si.,'a�e �a pahlvra
p�ra communicar suas ideas , sUdb aft'tHvões , suas ne•

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63
cessidadcs , assim lamlwm a sociedade tin 1m prcdsíío da
cscriptura para (•: tabl'lla-cer f.U:is Leis , manter sua 01,,
dem , e desenvoh.er �u ,. dvilização : por tanto se Deos
deu ao homem a palinTa lambem é provavel que desse á
sociedade a cscriptura.
... O certo é que assim corno era impossivcl ao homem
inventar a pala,-ra srm a pala, ra , tamhcm lhe e.ra im•
possível inve_nlar a ese1·ipturn s,·m n escriplura: nfio podia,
corno diz ])udu� , compor de vinte ou 11 inta son� , sei
g·undo o snlplwb< l< 1 s das divrrs;1s linguas. essa.infinita va,
ricdade de palavras • que, não kndo n;)da de seruelhante
em si ao que -,e pas�a "�m w ,sso espirito • e menos ain­
da aos oLjeC"tos que elles exurinwm , descnbre(J) com tu�
do aos outros , lodo o seu segrl.'do, e fazem entender,
.ws que não podem penl'lral-çs, totlos os...m0vimentos da
nossa alma.
A escriplura dos �ons, diz Mr. BonaM, nílo lein re ..
lação alguma com a hir-rnglyfrca • a symbolica e cm­
blf'maUca, com a cscriplura dos Egypci1,s � Chinezes. ih
la, :-:l1gunrio o monumento de maior antiguidade que exis­
te, foi dado rom a Lri ao povo Jwhreu. � quando saído
do estado domestico em que vivia no Egypto se cons••
tituiu em estado .polHico e imfoppn·!ente. E' isto tão" na111
tur;1J q11e o me�mo Duelos, sP111 d,!scnbrir esta origPm,
afiinra, com luto , que a c�criplura nasceu de repente
cumo a luz.
Uma tradiçân diz que ella nasceu rnlre os Phinicios,
outra que foi 1nvoncno de um secretario de um rei '!º
Egvpto, chamado Tiwt, filh,; de llermes • ou Mercuno
Trisine�dsta • á ()ll( 1 m d fab,ila CV�-tuuwva allribu�I' �udo
cujo inventor ignora\.a : ma� b,1sl::,...sah1·1 lflH' .''� �hm1c�_ os
e �gyp.cius en.1111 povos c,j;n11H·1-c1i-mks e v1�mn<!S dos
Hebri:us. para j ul� ar quP d1 1 ll_,,s "r:n•n, !,�rum a e��r1ptura,
inJer.pclre do t" nsamrnln, P. 'o 1,�}jC; lo que êl pdlavra enir
cerra. Parec� que a fabniJ <h.:iS11õUf\lu a v�rdadt� nestf'

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raso , chamJnrlo lllinislro do rei do E 1�·ypto ao ministro
do senhor. q uc tractou com esse l'Cl a sa1da dos lfohrous ,
á quem foi da 1.L.1 a Lf�i cscripLt nas la!.uas conhecidas d�
todas as naçõns do mun lo.
A cscriplura devia , c\)m cffJito • na�r.01· do reponto
como á luz; porque süo scmelhant,Js : clL, enccrrJ o
som ·focompo-t,J , e lu lD;pr Llu pen3 u· • tl iz Mr. Lan
1tmonn tis , que o s:>m o a laz sl, cou 1.\1!l'l8m cm �eu
principio e Hão ditf-rdm se1río co:u:) m) lo d1l sujeitl> a
que atfoctam� Um e ,rnt1·Ll se snpy1J;n cm c,�l'ta medi,:
da , o se ·düC •mpõom cm clunwnto� an;iLtgos � que so
1

eomhi1nm Siigunuo Leis scm:4 1!1Jntes , de sorte que rl


:ingt1a��-m·· om to lJ':l o., lto-;ncn-i c;nprcg.t in lcffcl'ontc ..
mente as. LHla vras., - ver e o:,vir p.ll\l ex pri.tlil' a mesma
i<léa. '
O certo é que a luz tem selo cures , como o som
tem sete vozes , e pot· issJ segundo a opini:10 de �fr. C.ba­
ma. as vogacs , sam sele -a , é , � , i , ó , ó , u -
mas entre nós só se adrniltcm cinco a . e, i , o , u,
não se contando o y por ser uma cornposiçâll de dous
-i .-Aboca , diz elle , é um instrunwnto de cspan•
são e· analyso da voz : atravessando ei,tc orgão ella so
extendo e ,iccompõc , como a luz que alravessa o pris
m<t. A voz torna-se sucl·essivamenlc , segundo a bocca sa
abre mais ou mcn, s a , é , ê , i , ó , ô , u .
Tomando os orgãos da bocca lJl ou tal disposiçam ,
os sons a , é , ê , i , ó , ô , u , . se modifieam • e
tornam por QX : Ba , De , Li , No , Sn , ou �inda Ab ,
Ed , li , On, Ur , ou emfim R1b, DeJ , "Lil , Non ,
� tis. Separada , pela ab8tracção , do som a que está
unida , a articulação que a bocca então imprime a vo,J
g�l , e sôa com clla, é a con�oante. As consoantes
principaes , que achamos em todos os tempos e lugares,
se tiguram pelos caracteres seguintes : 8, P; D, T; G,
K; L; M; N; R; V 1 F; Z, S.

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O nosso alphabelo tem mais C, X, Q, H, J.

SECÇÃO 1�
Das rea1·as- 1108 llUUl�II.

Oi diverso� sy�te·mas de OÚhographia parece que se


acham bem conciliados e compendiados nestes preceitos
do Sr. Garret.
1 Conjervar fi,elmente a Ei;ymologia , qua-ndo
não Je lht:-oppõe a pronuncia.
Assim dtW(\mus, por exemplo, c!!lcrevcr Pozemos, Po­
zc�lcs • Pozeram pela Etymologia Posuimus , Posuistes,
Po�ucrnnt ; Mau , Pau , Gnrn , Ceu • P•, Mãe , Dae,
Meu , Teu , :-;eu,- J\.gua , Egua, Língua, ·rrgreja , Egual,
�rlade, Ren 1feu, ttsti-lllllSciencia, Consciencia, etc. pela
mesma Elymologia Mafllm , Palmo • Gradus. Cmlum ,
Palnr, )fater • Date, Meus, T�us , Seus, Aqua, Equat
Lingna , Eccle�ia, .iEquHlis, AEtas, Reddidit, Vestivit •
Sdentia • Cousr.ientia � etc.
ll C m binar com a pronuncia , quando· étta 1e
0

oppoe à conJerPação daqu.e/Ja.


A8srn1 lambem escn.. vemos, por ex. : Aceitar, Conlição
por Acceitar e Condicção , .em razão de se· não dar na
pronuncia o som dos dous cc. etc.
III Nas palavras de raiz incognita , seguir o u10
geral.
Assim, por ex.-, enlfmdemos que 5e-deve escrever: CoU•
sa e não Coisa, Couro e não Coiro, etc.
IV Nas dtversaçmodifi,cações do, ve.rlio1 con·1-ervar
a figurativa , quandu a pronuncia não obsta.,
Assim entendemo� que se deY'O escrever : Deu, Dera-m,
Viu, Viram , Diz, Fez ele.
V Não pdr accento ,enão ande a palà�ra 1cm
elte 1e•con/undiria com outra.

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66
Assim devemos , por ex. , e�crever E'sta , · Está, Avo,
Avó , Sé, Sê.
Sam estei os preceitos ela Orthographia determinados
pel"os mestres • segundo o principio fundamental , qHo
1

modifica a Etymologia pela pronuncia , como seguem


as mesmas illustradas nações da Euro_pa.
A'. estes preceit()s accrescentamos um partlcular:-Não
procurar em outra Lingua a origem de uma palavra que
a tiver na Latina, d'onde a nossa é oriunda- como de•
monstrou evidentemente o Sr. Alexandre Herr.ulano.

SECÇÃO 2�
-.e,;ras 11.11s letras.
&
i •

O conhecimento das letras , que as pnlavras se­


escrevem , só se-adquiro direLlamente pelo estt1do das
Liaguas , donde ellas se dirivam .: com tudo aqui dare •
mos as regras mais usadas.
1 �ntes de-b-p-m-se-''eve usar de-m-.e arI,
tes das outr�s, se-deve escrever-n-.
Aisint devemos escrevt)r, por ex.: Bomba, Tempo, Com e
modõ, e Contar. Confinar, Banda, etc.
II Usa-se de X e não de Ch:
1. 0 no principio, em poucas palavras, e de origem ara.-•
be, c·omo ; Xacoso, Xadrez , l.arel, Xarifo , Xarope,
Xofre , Xui etc.
, 2. 0 no meio • antes de an , en etc. como :
Enxaqueca, Enxada, Enxó , Enxarcia. Enxertar , En..,
xofre , Enx.oval,ha,· , Enxugar ; e depois dos dipthon­
gos, como : A.meixa, ,.Baixo , Çaix.a , Queixa , Faixa ,
Feixe , Taixa etc.
Os mais escrevem-se com eh.
III Antes de -·e ,· i , - usa-se de -r-g-�•. nas palavras
de origem latina, com:o : Gigaate , GeLlte , Carruagem,
�stalagem ; mas nos tempes dos Virbos aoabados ew sr_,

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,6 7
usa-se do j , como ; Festeja , Pelejo. .Ha excepções co�
nio : .Jejum , Sujeito, etc·.
1 V Usa asa jc z
1. 0 ·no meio das palavras. que e.m latim tem e ou t,
entre vogacs , coAio : Dizer, Fazer , Razão , Amizadadc,
de Diccre , Facero , Ratio , Amicilia.
2. 0 •no fim das palavras que em laclim acabam em
x , como : �,eliz , Catiz , Paz , do l◄'ilix , Calix , Pax.
V Dobram se as letlras. -----�
1. nas palavras compostas das preposiçÕCSTafimrs�
0

ah , ad • oh , in , Com , sub • -corno ; Allegar , Atten­


der , Affirmar , Accuzar , Assento , CommPll.er, Colligir ,
Innocente � lllegal, Occupado ,. Officio , Sufficiente , Sug�
gerir • Suppôr. etc. •
2. 0 nas em que e ou di precede a f, como ; ef­
.feito , EJliciente, Difficil ; Differente , Diffamadq. etc.

SECÇ.ÃO 3�
;Do modo de pa•tlr as pala:vras.
Quando no fim da linha que se vai escrevendo .não
cabe a palavra inteira , deve esta parlir111se de modo , que
Jiquem as syllabas inteiras, para ficar ahi parte , e pas­
sar parle para a outra linha , segundo as 1·egras seguia•
tes praticas.
I Os nomes compostos das ,reposições latinas re, iR,
ah. de, ad. ex , com , per, pre, pro • sub, se-devem
partir nellas assim: -R-e-sponder, In-sculpir, Ob­
star, De-struir, Ad-minislrar, Ex-pôr, Com-mandar,
Per-spicaz • Pre-murik , Pro-star , Sub -stituir.
li Qs diptbongos não se--devem partir , mas _separar
inteiros • asjim ; Que-remos , Qui-tanda , Mai-o •
�Fi-cis.
Ili As letras dobradas separamrse uma para o fi� da
Unha, outra para o principio da seguinte , assim ; Af-

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68
fofls()_, Map-pa, Ao-ç,Ho; etc.
IV As consoantes que não ssm dobradas scp'.lram-se
para a linha seguinte , assim : O-rnnipolenle , lnde -'
mnizar. A-elo, Si-gnal, Di-gno. Exceptua�n·se asque
perlenc•:rn1 a cada syllaba • como ; As-tro Sol-dado ,
Amar - go , Es-paço ( 13 )
Segundo os principios de Mr. Ch;irma, não ha regra
alguma a seguir no partir d<1s palavras ; porque para
elle não ha d_ipthongos , e toda a eons_oanle-_fere UI?ª vo�
gal, por ser rnseparavel deUa como arttculaçao que e, (li}
Parece-nos - muito bein entendido.

SECÇÃO 4�
Dott sl,;naes.
o� signaes recebidos em nossa Lingua sam os s�­
guin les:
-·-·· .. .. ·--·•-�-
( t 5) « A syllaba, isto é, . a vogal articulada , diz C.har­
ma , comprehende uma vogal e uma consoar,te Lm� vo.
gal só póde fa-zer um pé , uma pdavra m is n;lo faz uma.
syllab1. Quando duas consoantes se unem a uma vog�!, duas
syllabas sio r,0nstiluidas ; uma que a pronuncia destroe,
& que rüo se-conta, e, outra que se-evidencia e que so­
mente contamos. » ·
( 14) « O� do_u_s elementos de que se•compõe a syllaba. ·
diz elle, não se dispõe ubitrariamente no systema que sarn
cb�-ad ,s a formar; é neces sariamente a consoante que abre­
a ma1 cha Se a vogal se-mos·ra primeira, fica inarticulad1,
e a, consoante que vem depois sa liga a uma vogal c1ue a
escrmtura marca ou suppriàle arbitrariamente. 1)

• Ih é uma syllaba pura ; Ad,. igual• a Ade. Eu vejo alti a


syllilba-�e - cuja articulação somente é represe�tada na lin-.
sua e�cr1pta. e a vogal-a- que bastand� por s1 mesIM nat�
51, artusula etc�,,,

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69
1. e 9 Ac,:cnto �guuo como em Sé.
2. 0 O Lircumilcxo co.mo em Sê.
3. 0 O Trema con10 cm Guela.
1. 0 A Uisca de união cor.no em Diz•se.
Ji. 0 A Reticencia como: Mas ..••••
*.l. 0 O Parcntheso como: ( )ou -.•.• -
7. 0 O Esp;wo cm branco entre palavra e palavra.
8. : O Ponto final como : (.)
n. O de Interrogação como : (?)
t O. 0 O de Admiração como : (!}
11. 0 O:, DouB__ Jti-UllD_s_c_o.nw : ( :) -
1'2. 0 (? �:mtoe virgula como:(;)
.! 3. 0 A. \ 1rgula como : l ,)
Destes &ignaes uns sam das palavras , Gulros das prc11
posições. O Trema é já pouco usado, e o ac,cento grave
·orno em Se é francez.

ARTIGO 1?

Sam signaes das palavras, conslde1·adas em sua UHi•�


dade, tlS seguintes:
l O j) Aceento aguàú, <le que se usa para abrir a
•:ogal em que ·cae, e abreviar as �egulntes, como : E'11a,
A.potht!o,e, Esdrúxulo.
2. 0 O Accento circumflexo, do que se usa-r>ara feixar
a vogal sobre que cae, como: Arô , Se, Dd.
3. 0 O Trema, Diérese, ou.Apiccs-que sam dous pontos
orisontaes sobre a precedente de duas vogaes, que costu­
mam fazer dipthongos� para m,,slrar quando o não torem,
como em Sa ide; ousobre o udas prolações Gu,e Qu, para
mostrar quando é mudo ou liquido, como em Guerra,
Güela, Quem, Eqüero. Hoje usa-se do accento agudo
�Bmo, em Saida Saúde cm logar do trema.
O Qu seguido de e ou ; as vezes soa Ke, e Ki como,

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70
C'm Quero 1 Qui.nto � que soam Kero, K into; porque o
u é mudo; e as vezes sôa 1( u-e , Jí.u--i . corno Nn
Eioquente, Liquidar, Quiflquagesima, AntiquiHitno,
EqtJilação, que sôam Eloku-ente, l.1ku-i.,Jar, Hu----­
inquagenma, Antiku-ú.,tmo , Eku -i'açüo pu1 •J

tlUC o u � liquido. O mesmo �-.t�ccedc c,)rn lru S!':!?i_:lo


ue e ot1 1, ; porque as Vl'ZCS o u e mud(), corno eín (1a.trl,
Guerra; e as vezes ó liquido, corno cm (iurla, Lingue.
ta, Linguinha, Linguü1a; e por issD cm ut11 e ou­
iro caso se deve usar do trema ou nccenh agudo subro
o u liquido, assim; Liqlii·tar, Gúr-la. ( i ;, )
Sam signaes das palavras, cunsidcraLlits na sua uniã(),
uma com outra, as seguintes:
1. 0 O Espaço em branco que deve mcclear entre uma
outra p:iiavrn, como: JlFu pae • em que se not:., o cspa
ço em branco que separa Meu e pae.
2. 0 .A Uiscrl de união,quc servo para distinguir e juntar
rio mesmo trmpo duas 1rnlavrns que se devem ler como
uma �ó. a�sim : Semi-racionalista, uudoripro/er 1

ta, DLz;11s,,. Da-se,,/he: ou serve para unir as partes de


11ma pJlavra separadas no fim de uma linha, como jú
vimos
3. º O liraccento, ou Apostrofe, que é uma virgula
po�ta no {i!to de uma conslHmle, para mostrar que ,_e supa­
primiu a vogal final, e ferir a da palavra seguinte, assim�
n, a , v ' es lo , l)' esta .
l., ' o , v
• ARTIGO 2?
ltos SIK11aes da P1·oposieão.
De mu!to geraes e abstractas as regras sobre a virgula.�
ponto-e virgula e dous pontos sam tão mal entendidas
·1

o applicüdas, que cada um as observa a seu modo, ou


segundo o seu arbilrio, ou segundo á sua percepção. Qs
lH>) Do Visconde Garrct�

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71
11osso:; mesmos classicos modernos, mais phil()Jogos e phi­
lo:K,vlws que os :::nligos, não sam conforme entre si, nem
-:iinda com s_igo mct•p10: assim que o niullwr :prcceilo, que
n:•.-;:f:i nlíi{ena te püde dar, é o de lcl"os <'.om toda a at,,
l(IH/10 e criterio, rcparnnclu bem a pontuação dclles. Toe
daY1a, p;1ra orientarmos os principiantes, daremos aI•
gumas regras cxcrnplilicadas, definindo primeiro o que en,
tendemos ser uma Proposição_, uma Phraso, um Pcriorlo.
P roposiçfü> é uma s1mplcs combinaçilo do mais ou mc..i
nos pi:davras, que não tem mais do que um verbo do mo
do pe�soal, formando um sentido perfeito, Ex. :
Deus e justo.
Um veado branco /oi immolado á rainha do siler:�
cio.
Phrase é 11ma. combinação complexa de mais ou menos
pala,1 ras. Pm tp1e entram duas on mais combinaçõe�/ sim
pies ou proposiçücs, í:.x.:
1-...\'e 11t,; �mre, entoõ é re:;:pons,roel.
1
E lte.� n1jJr�ti·;1n os males, que 7Jertenciran por herança
aos fil luh d 1 _1 "l'l'rt
Periodo é uma combmação de proposições ou phra�es
cujo todo forma um sentido completo. Cada proposição
ou phrase é membro do. Periodo, Ex.:
A l.dli, a ;,e ;iro,oor,-:wna insen�ivdm,ente aos objectos
q a ocrupr!'ii1; ( L c 1menibro) e sam as !(nmr/es occa­
ue
siõPs qur· rezem Gs grandes lwmens. ( �� num! ro ) .
Ha. Periodos de tres, quatro e cinco m-t�mbros; raras
vezes devem ser mais, longos.
Sam os mrmbros do Periodo que se-dividem e separam
pela virgula, ponto e virgula e.dois pontos; mas cumpre
noklr:
1. 0 que a vir.gula marca a pausa ou suspensão da voz
,1 i> fim de cad;1 respiração ordinaria, maior ou menor, com
� tom com que se deve ler.
� 2. 0 que a pontnaQão mais forte suppõe a mais fraca;

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,slo é, ponto e virgula depois de virgula, e dous pontos dL�•
j)Ois de ponto e virgula.
· Esta regra tem excepções que só a pratica enshn, repa•
rando,so na pontuação de proposições pequenas, rnas d i,:
versas.
§1 o
Oi, "t'l�·;:ula.
-�ª
l
separa!tào tios 111e1nb1•os tia •••·.... o.­
�i�•ão
Separam-se pela virgula:
I ·Todas as palavras que representam sujeito ou pessoa
,Jo verbo , Ex. :
J\z(b a, th,suJ1a: JJ1ert6la, f1rfr: t�airam ll1e nas ,m.áos.
Aj é 1 a esperança e a caridade sam i1 irtudcs t!u:olo-•
:.(u:as.
S6 Orplum, Lino, Htnntro, ou o velho ;rne fle .1saén
)JOrl imn Vf!IICI']"• O!(J_
· II Todos os substantivos appostos, que formam urna pro�
posiçãü incidente elliptica, Ex
(_; 1n subrinho de Ajfonsu i A 11relio, .fillw rle .'?Pll ·ir
1naü Ftu'êla, e primo do 1·ei assas,.: inarlo, subio entaü an
throno.
111 Todos os adjeclivos e parlicipios, qu-0, refirindo�se a,
algum substantivo, po<lem fazer uma proposição iucidtlntl1
elliptica , Ex. :
Do adjectivo.
O povo da Capital, sempre desejoso de nrn,irlarlc.;,•,
nlal contente do severo ref{imento do el •--Hakem, tra
,:;tou de apro1;eitar•se da sua ausenciti para. 1.una rtJvo •
luçaõ.
Do participio.
Portugal, nascido no seculo Xll. em ,um an:nllo da
fJaliza, constituido sem attençaü ás di?Jis&f!s 7JQ[iticas
anteriores, dilatando-se pelo territorio do Al -·- Gl1a,•.11
sarraceno, e õuscando augmentar a, sua 71opulaçao ç()r.�

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73
,1s colomas de alérn dos Pyreneus, é urna naçilo iute:1-�
ra 111 '''il I e 11 r ta
IV Os d()l!S arlje<·tivos ,juntos r,c1a conjtmc(ão- ou-,
indicrndo cll:,i,!a 1w qunlidade da pessoa ou cousa, a que
nllcs se rcflnm. Lx.
b, -liul.lw,. Cldti• ;,rrde:1:to, verdaddro ou falso, de
1n·olrt. ,r ,,s
1
1m o.ru:u(/.1.-. &�
V Torl:::s as palavras qu& sam • f!Uribu tos. ou objcclos,
ou circmm,tancias rla acç;iu de um mesmo sujeito.
Ex. do altributoº
ns /l()mens sa11, urn cordouw, um, '111ar1 u1n grande
1

ruido, lagrimas e grilos, algumas vezes, um, zombar


amargo.
Ex. do ohjccto da acção.
Rrn todos as lin{.[ua.�, os NJcaúulo s exp'lirnr.m substau
das, qualidades, J'( laçõe.-:: ls·�.
Ex. da circumstancia.
E' regra de eloquencia, �-ern e.xcepçnõ, faliar conve•
nieutcrnente as cout,as, ás 1> es�oas, aos te 'l/í pos, aos loga­
re.ct. P às circurn.• trinelas.
VI Todas a� palavras ou proposições, que interrompem
o sentido da em que se entremetlem. Ex.
1. tJ bem,. feito estav,., PJU purte, dtstruido.
2. ° Ca rre,gado, tal vez, ê este retracto.
3. 0
Previa este, por isso, uma guerra corn seu pa­
drasto.
4. 0 }/en-�, porém, soltara a corrente.
5. 0 A.ffmiso Henriqu� herdara, assim, apenas o antigo
emulado de seu pae. . . _
fi. 0 E'ni t,1l presupposto, eis, segundo nossa opmiao,
c01no se 71assou ·o success o. . . _
7. 0 ./:Jsse intuito, diremos, estava na opzn1ão 71opular,
convertido em, facto consumado.
8. o •( 1 estylo, diz B11flhn, é o lwmem 1m esmo.
,·n Todos os
s1).bstantivos ou p1·onomes, juntos com ad,
iectivos ou parlicipios destacodos, e quasi sem relação com

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JS mai� partes rl:i proposição, como se fizcsscrn umü p1·opt:i; ..
si1Jio pur �i -.Ó Ex. . ,.,
J. iJ.1t11rtu f �•1.i 'd,�o e,, pi wa /). 1 hcrc-::a, jollaoa nu-
c!t.: n ,; ,, _,,,;,urrtfi,lw/1• ;1n1 lUS{lff!Z(f,.
VIII To:tl �i palavra. (JIIO representa a pessoa ou cousa
person1lica1ia a quem se falia. Ex.
àJun e •l 1 ,t Lo .-�·l nll•JI', t,/'fun tres irul.
Alt!.,�0 i-usalem,/.;;e ao 'IJW1ws rst i vez ton!tccr-·sscs a tua vi ..
S j I r ff� 1l fi
IX To11n a rahvra ou parte da propo.;!çrio trnn"porln�a
de sl�U l11géll· n,1tural para aqurlle que não ó propriu, nc
principio� nv meio e no fim, Ex.
Da mudança para o principio.
Dnrante um (Jnurto de -seculo, qua..:i iuJ.os os nosso."
cidadãos foram, solda,/,;s.
Da mudança para o meio.
Elle descobre, ao mesmo tempo, um grande numero ár·
ideas,
Da mudança pnra o fimº
.lá graças aos vossos t.:011,..Je,.,/tos e a ·v-ossa cora:.;·em, eu
1111rlA .�r,hJar a F'rr111 ta
X To,J,,s o� membros rle uma r,roposição que exprimem
diversas relt1ções, Jcpendcntes umas das outr,is. como dl'i
curnstamcia� que esclarecem um pensamento liU acção, Ex.
rara o lw.-1wm sacrijicar a lo,,,� w, e atidas i,1.oesti_ga­
ç,·1ts ftequ.entes vezes sem, resultado, to ias as jaculdudes
do espiri!o qnasi todas f. 1 .huras da "'i.da, cmn o intuito
de dar ao seu paiz um/1. historia, se naõ bo1i ao m,enos
siJ,rr>r'1, P- necessario: cr Íl eu. al!.[11.rn n.,.n,H· d.-1, 11f•t,·i11.
XI To·\os membros do uma proposição. prrcedi,fo� elas
Ctllljuncções - e, ou, 1Jnas 1 nem,, st:,wú -ou 1lo, ,1dvt->rbios
- 7ú, ,;ra q1ter , como , bem. comn. &, <· - rxcepto S!'fl'.'G
a proposição tão curt2, que se tome bem em uma respjração
ordinaria.
Ex. da regra com as conjuncções.
1 ° Eu escre'Vu apenas para (JS �tnceros oraig os ·rla

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,•,·1 <fo Ir!, � auula receoso, apezar aa r).'lr eza de 'int 11,.,,
1l esr:jos, ele naü ser e:1:m;to, 011. p.'.:la escaceza dos doeu men­
({Js, ull 1,or m,gwtrJ 7n·o1Jrio n, o p11t'(lf:a<i dos fac.'ns
'J o
1V:w.. rne
- U'. ,t�·on mafoN .
. ; l e11r1a , .
1..1,
. pura com ., estran !ws,
nem, pnrcwlular!e 7,ela frrra nutal.
J. e Ce.zar fm'. u,1., a.in/ii,·i()','r•, ·•1111� mui 1 n clemente.
Ex. da regra com O:, advcrbios.
l. 0 Ora ·utctor1.o;:.u, ora veitvúlo,
1ljju1c o ntOi'f(:.'l mn
!'31.4.'2,
"t!. 0 Negocio taõ i1nj1ortante a ltdigiao, cnmo ao
l.!)stado,
Ex. da Execpçno.
1. � A t:·nerra associar,1,r1,, �e '"' /Jeste e a fome.
2 ,:,j A 1n.anr, o crrmo a (;J/,n,
N. ll. A conjuncção-e-exclutJ lambem a virgula. quan•·
do junta aos nomes proprjos e aos numcraes, como�
.loaô dP. ,Hello e Stlva,
1!1il oitnc,0 utos e dwcne11ta e oito
XH O, membros da proposição em qtrn se faz compara-.
ção entra certas cousc1s. ou qualidades della, Ex.
1'1 ais /acets a confessar os victos na pes�·oa, que na
rnagestade.
II
]\Ta se1,a1·atão dali pro1,osirões.
Separam-se lambem pela virgula:
I As pfoposiçõcs do verbo ser, ou de outl'os vcr1Jos com
nomes q-ue sam objectos de sua acção. senJo o sujeito d"
todos o mesmo, Ex.:
Chama, roga, ameaca. " não é ouvi--/o.
Delti!a�a a todoi, rnuvia a 1nuilus e uutruia a
poucos.
lias o de lusn orn-· z, couraça e malha
lloni nf'. cu· ,a. des/a r;:, abala e talha,.
ll t\.s pl'op11siçô(,s liga,li1s pdas conjunccõcs e polos
conj une ti vos, excepto se furem taes, que se prufiram de

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:1ma rcspirnção ordinaria.
Ex. da regra.
1. ° Cumprf que o talento, em nosta terra, se1a
:orno o rr la,n pa #º� q1u' /u/gf! e passa.
2. e As tPrras < uttivai,am•se na verdade, porque
lslo não podia f/r--ix·ar dt. .,er.
3. 0 E/la havia acab.-,do a tar,.,/a, que a Provi•
dtrtcia lhe destinar a rui cbra do progresso hu1nano.
Ex da excepção.
Fulge e pa11a. Descreviam ou narrap·am
N. B. A conjnncção -mas-só liga proposi\·ões que se
separam pela virgula, quando estas 1:roposi<;ões sam com-­
parativas ou integrantes, Ex. :
i l1ne que iria, 11,a� • que ainda se dcnwraric.
2 A {[Uerra niio só co·nstítuia:c1n «eral, o estr1do ordi­
nario das sociedades naquella épo,:,a-, 1nas lambem, vinha
a ser. em es11ecial, a, r,riuieira necessidarle de um, paiz
as.'-'( 1 ?: vobre e [i-,nitaAo. p'lra 1Ji1Jer da z,irla 7Jropria.
lll A,, p '-->P )�içõ H lig t LB p.elo� ad verbios -quando ,
ona�, ,u,11,1e, pur n,11/(: 7Jflrn onrl,:, como, emquanto, 01'1',
ja, 1.1u:r &e.- ni.lõ sendo cllas curtas.
Ex. da regra ..
1. 0 A cavnllaria dos IJar[{ontl'nlws, 7wuca e mal at­
mada, .como lhe era passivei; fa.zia a vatrulh.a da ca'lrt ·
pauha.
2. A assimilação devia ser tanto mais Jacil, quanto
0

os v r ncirlos fosse1n ou mais barbaras, on de raças 'lnais


'111 isturadas.
3 u Preparava-se fâ lssu 7,ara a batalhai qua1, do t ao
qverer montar a cavallo 9 vacilou e caiu.
4 U novo reformador veiu a JJJarrocos, onde co111eçou
a pregar contra os costumes e erradas opiniões dos mo­
sarebes,
Ex. da excepção.
f.,,n. aqui. onde, dentro em pouco. as duas rezJublicas­
rivaes durputaram ']tial dell,1s devia [ierecer.

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77
Vl A� pruposi!:-ões comparatiras, não sendo tào cur­
tas 'l ue se tome1n Je uma rcspiraçàq.
Ex. da regra.
Elle t1'abalhava nisto com tanto zelo, quanto se podia
exigir delle.
Ex. da cxccpção.
O !tomem tanto lctn quanto vale.
., Y As propusiru�es ligadas pelos conjuntiros_,..Quc,
CtljO e por (.J11ern, nao sendo curlas: Ex,
1.a As náos de 1'!eca, que no amparo do Profeta etc.·
2.a Começando 11a quelle primeiro Gama., a quem os
mares dera·m fatal passagem etc.
3. ª Dando-lhe prinâpios triais illttstres, que averigua­
dos, cuja memoria conservam suas tradiçiies.
N Il Antes ele-Que-não ha ·virgula, quando liga
proposições como comple�ento, uma da outra, assim:
Dizem, que fallou ni uiTo bem,.
VI As proposicões ellipticas, quando se sobentendc na
seguinte o _mesmo verbo e.la antecedente, como:
Foi freio a Rumecão, aos nossos muro.
Separam-se pelo ponto e virgula:
1. As phrases, em que se repete a 1nesma palavra <la
antecedente, fazendo anafora, Ex.
Onde o auctor errou involu,nlariamente, é conde_m1_iavel
o livro; onde pretendeu illudir os que o lêem, a condem1!a­
ciio deve cair sobre o livro e juntamente sobre o auctor.
.. II As phrases que tem sujeitos ditTerentes, fazendo con­
trastes <le suas qualidades, sentimentos, ou acções. Ex.
Elles tractam a 1i1:storia como uma questaõ de partido;
e eu apenas a considero como materia de sciencia.
III A proposição g·eral da particular nella contida, mas
enunciada de um modo independ-0nte. Ex.

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:Fi.rou o rei entaõ o dia cm que deviam sair de Cohnbra
11ara a cmpreza.; foi uma segunda-leira.
IV A proposição principal ausolula da particular ele­
pendente ou subordinada. Ex.
Em geral, os cult01·es das lettras não saem d(ts classes po­
derosas e abastadas; e c1n Portugal, ai1ula hoje, o escriplo1'
mais bemquisto e mais laborioso niio o/Jterá uma fortunc6
úulependente; só a_ custa de sttas vigilias.
V As phrascs comparalivas umas das oulras, com ou
sem anaphora, Ex.
Com effeit@, pede tJbscn:ar-se qtte o lacto, que produz a scn­
saçiio da 1tcsistencia e da ea:lençüo, é relativo á forra: cMno
lt i·is.tn que dá a sensapai'i dte /'orrna, e o lJU'IJÜ/;o que .per­
et·Pc f{; p�davra sam relatit'<JS á i,ltelligencicr; como o ohe1:­
i'o emfini· e ogosto, que dirigem o ser na a limciita.çaõ, sani
�:elalh'os ao principio da. vida:.
VI As :proposições ou phrase� -lig11das pelas conjunções
tnas, pore1n, e pelas exp-res�õeuonjur:livas porque, assim­
qirn, postoquc, ainda que1 bcrn�'ite, por isso ele. E.x.
1. 0 O patriotismo pode avi1:cuta1· o estylo; mas é pessi­
mo conselheiro ao historiador� ,
2. A discussaô e1.1lre nós fô,:-a impossi�el; porque se­
9

g-u:i:mos caminhos diversos.


N B Estas expressões conjuntivas-porque, postoqtu,
:bemqne, ainiloqite, por fsso etc. -rliispcnsam o pffnlo e vir­
guia, quando as proposições a q·u·e se jttnl.tm �am intei­
ramente dependenles da prindpal a·nlccedente, ou a mler­
rompem suspendendo seu se1ftido.. Ex.
4. ° Fosstt porque D. Jualj lfl 'st/ubcs)C t01'leil-i·it,r a be­
i.ievolencin dfJ p,rolouolurio; {ds-st 11�t•q'fil;� ;e'lc.
·2. 0 E?·a cmiio nno1JflÇfJtÕ do elemen·to phénieü>, mue-·'()s.­
,C�r.tr/iag?�iwzes representava•m, porque ·âelle provinham; : naã: 0

(oi parllctthtr 11 u,m,1 outra P1·ovi11eia d11 lf.eS-paijthil,; ·-mhs.­


•1i1lmiyaii o. ce:nlro� a nmri'e; o meio 1dit1, •C -o ocJfdriiilc 'dtllaA
\:ii As pa.r:-03 de uma proposição pr�lflei:pnl., �.eprorett•

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7!J
tadas por adjeclivos, participios, ou verbos no infinito,
como fazendo continuados os incidentes diversos co1n o
mesmo \'Crho suuentcndido. Ex.
1 ·o Porl-ugal, porem,, nascido recentemente; úu;luido no
todo ele 1:arias sociéda.des peninsulares; fundado em fra.­
gtnenlos do solto das antigas divizões territoreaes da Hespa­
nh a cettica, piinica e ro·mana: tronco, em fi,m, da arvore leo­
ne_za, niio ac!wva, iun só parentesco lcgiti1no e exclusfro nos
lcmpos anteriores da conqui'.sta 9oda.
2. 0 1'aes eram estabelecer o processo ordinario só por
Ires annos, e supprimir o e,oiifi,sco sô por dez; estatuir como
fa c·uttalivo o de·ver restricto, que os bispos tinham de in­
tervirem nas cauzas de herisia; conceder que tivessem t
lrin­
la annos os juizes da Inquisição, quando o direio cano­
nico lhes exigia quarenta.
VIU As proposições principaes contrarias, das q11_aes
uma affirma uma tJualidatle,, outra duvída ou nega E�.
Sam excellentes, talvez, Jis su,as intençõts; não sai se o
mesmo se pode dfr.e;• da sua intelligencia.
IV As preposições principaes de sujei-tos e \"tffbo's dif­
ferentes sern contrastes, ligadas sem conjução, mas •pela
repetição ou referencia de alguma palavra contida na a-n..
le';edente Ex.
Sa:hia-se da existencia da concessão; os christãos nov-08
in·voeavam-na; inas seus efl'eitos nãf podiam realizar-se na
pt'atica..
X As proposições comparativas, em que a com,par,,.
�ão se exprit.-ne por -quanto mais., e tanto, rnais, sub­
ententlido na 2. a o mesmo verbo da 1.a Ex.
1. o Bastarict para percle1·-se qiuilq1lC'r delles, ter 11m ini­
rnigo; qiianto 1»ais odiandQ-os a maioria da nação.
2. o A consequencia seria fazer-em os prelltdos ·o -que a�é
alli tinham feito, q•iM e1Yt faUar a se·u dever; e tanto ma,.�
q'lte, sendo irmãos do proprio mona,rcha, ou cr&ituuts suas.
'Hiio se alre·viam a desobcdecl!-t•lhe.

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80
lll
Dos 1l011s 11ou1os.
Separttm-sc por dous pontos:
I As proposi�·-ôes princi paes diversns, ligadas pelo rnc�­
ino sujeito rle verbos differcntes, expresso n'urna e occulla
n' outr:1. Ex.
Nas doutrinos de opin·iaõ tal1 1cz .�,)arn licit,1s as conces­
sões: 1nas nas materias de /áctos serwm ahsurdas.
II As proposições
f
prjncipaes contrarias, de si�j:�itos e
verbos dif ercntcs, e só ligadas pelo olijccto curnrnnrn. Ex.
Queria Marco clella Ruvcre cumprir os mandados pon­
tificios: oppunha-se clrei.
III As proposições principaes contrarins, uma affir­
mativa, outra negativa de alguma cousa. Ex.
Naõ eram,, poreni, a tolerancia c!tristã ou os impulsos
da humanidade, qif.e o moviam: era lt colúra.
IV As proposições principacs semelh:ultc5, em uma
rlas quaes se diz g·eralmente uma cousa, e na outra se
explica essa cousa. Ex.
Adoptou u1n arbitri(): nomeoit os cardeacs Ghhiuceo e Ja ..
cobacio para examinareui etc.
V As proposições principaes semelhantes, em que o mes­
mo sujeito falla ora a uma, ora a outra pess::::oa. Ex.
Aures Vaz começou JJar fazer predicões á rainha D. Ca­
tharina: depois, subindo mais alto, fize1 a predições politicas
aelrei.
VI As proposições principaes semelhantes, em uma das
quaes se diz parte, e, na outra, parte de uma acção do
1nesmo sujeito. Ex.
Não limitava .4yres Vaz os seus estudos á medecina: ti·
nha.-se dedicado lambem á astronmnia.
Vil As proposições principaes semelhantes, em uma
das quaes o sujeito refere o que dizem de outro, e na
outra o que dizem <lclle E:x.

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8t
llogia-sc cm, Lisbôa, que cu 1'ecebia dinheiro dos Judeus
que tinha ele sentenciar: o mesmo jâ se disse de vossa alteza.
VIH As proposicõcs semelhantes, cm que se dislri­
bucm os sujeitos por numeros: Ex.
Os primeiros nifo devimn ser considerados como 11elapsos,
se depois de perdoados reincidissem,: os segundos sel-o-iarn.
IX A proposição que em si nnnuncia a]guma senlenca�
falla, discurso, ou dito, da que o contem Ex.
u •

1. 0 Disse Deus: J:?aça-se a litz, e a luz foi feita.


2. 0 Tresv_ezes clamaram em brados confusos: 1Yazareno �,
3. 0 Mem Rodrigues respondeti coni grüo de guerra:
Santiago e elrei A/J'onso.
X A proposição em que se annuncia uma pergunta,
da em que é feita. Ex.
Estupefactos pergmitai•am ambos com 'VÓZ temerosa:
Quem sois?
XI A proposição em que se annuncia uma accão, cujo
resultado se manifesta n'outra destacadamente. Ex.
Olharam: o pat•oroso estandarte do terrível' ]bit-· Erril
estava la, como espectro de morte.
XII As proposições das quaes uma contem a pergun­
ta, e a oulra a resposta. Ex.
Perguntou-lhe o infante para onde 'ia: respondeu, qu�
para Valhadolid.
XIII As proposições das qtAes uma começa pelas mes-...
mas palavras porque a outra acaba, fazendo anadiplose.
Ex.
Fiae-vos de mim: de mim e1n quem achatels um irmão:
mais que um irmão, uni am1�go.
XIV As proposições destacadas do. mesmo e de di\'er­
so sujeito, ligadas sómente pelas relações com a acrão eonh
m�.rn ou recipr.oca. Ex. .
Elk peroebe:u que eu tornára a num: poz-nw em pe: e:1.t
estendi para el/,e as mãos: deu-m!! uma das swis: ftpcrt�t-

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a entre as 1ninhas, e levei-a á boca, e beijei-a: crct, dl�scar­
uada e n,gosa Cúmo dcvict ser e, de mcn pobre pae.
IV.
Do poni·o.
Quando a proposição, phrase ou pcriotlo conicm uma �f­
firmação ou uma neg·:lçào, termina por um ponto iinal. l:..x.
O espírito é muitas vezes o tolo do coração.
Quando contem uma pergunta 011 duvida, termina por
um ponto de intcrrog·ação. Ex.
1. 0 Tu que dizes de ti 1
2. 0 Que quer tlizcr este apparalo a1neaçador?
Quando contem e��panlo ou surprcza, termina por um
ponto de admiração. Ex.
Bradai·a por Santiago e pela 1:frgem, e ao mesmo te,n­
po dizia aos que estavam, no adarve: Eis-me aqui .' Eis­
,,ne aqui! Afettei-os â espada! nenhum escape ao ferro!
AHTIGO IH.
Do 1,a1•e11tl1esls.
O parenl11csís é o signal �om que se separa a proposi­
ção deslacada, com que se interrompe o discurso. Ex.
Sua Santidade-diziam ellcs- ou ( diziam clles) enten­
de que é melhor referir �cnitamentP, a vercladu., do qite
recorrer â subtilezas.
CAPITULO V.
D-4- P.ROSODIAl.
ARTIGO I.
Das lettras e acccntos.
« A pa1a,Ta na sua maior simplicidade, segundo Lhar­
ma, comprehende e combina em si cinco cleniento� dher­
sos; é uma voz <1ue se lira de sua gencraliuado naliYa, para

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83
11:c d�r toda a i_ndividualidadc que ella comporta; a as­
p1raçao, a qwwttdade, o accento pathetico, e p accento tonico.
« A voz se aspira, segundo o� casos, com mais ou me­
!rns_ doçura ou aspl'(�za; e as linguas tem symbolos que
11H.ltcam este caracter, e precisam esta mudança, como o
CII e o G dos Allcmães, e o II dclles e dos Francezes.
« A voz no mornenlo cm que se forma se penetra tam­
ÍJem de amor ou oJio, de pt·azer ou dór, de esperança
ou desespero; e o accento pathetico marca na alternativa
de suas mnumeraYeis impressões um som, que por toda
a parte não mudu.
<e A vogal contem a quantidade <le som estrictamente
indispensavel para sua produc�ào: quanJo simples, cha­
ma-se breYe, como em-Precipitado-; quando composta
de duas ou mais� chamam-se longas, como cm-Cooperar-
« O acccn to tonico, ah rindo ou feixando o som, allon­
ga a vogal sobre que cae, corno em-Amámos-; e abrevia
o da s�1 Ilaba seguinte, corno em-Pássaro-
« Duas vogacs distinctas, que se pronunciam de uma
emissão de voz, chamam-se dipthongo: sendo de tres vogaes
chamam-se triptlwngo, e sarn nece�sariamente longas,
cerno: Pae, JJfãe, Céu, Seit, Alaio. ele.
A phi"lotophia não 1wde admittir diptlwngos e menos lri­
pthongos; porque é impossivel pr�nnuciar duas ou mais vo­
gaes de um jaclo de voz; mas como estam admittidos na
- practica, tractaremos dos seguTntes

Dlpthongos oraes.
ae, ai, au, como em-pae,. dae, grait, pan, mms.
ej, éi, éo, êo, cu, como em-seis, fiéis, bornéo, a.pogêo, 8e1i.
'
io ) ia ., iu como cm-serio, ball�a, vestiu.
ôa, oi, óe, oi, ou, como em-prôa, foi, d6e, comõoi, ouço.
.

ua, lH\ como cm-pua, quas/, que.

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Dl1,tl1011gos 1I11sae�.
ãe, ai, ão, como em-·mãe, plaina, são.
ec, como em-tcem, leem.
ie, como em-fiem, chiem.
õ�, como em-põ�.
u1, como em-ritun.
As consoantes se distinguem, segundo o orgão e5pccial
que conl.ribue mais energ icame�te para sua fonnação em
linguaes, denlacs, palataes e labiacs.
As Ling·uaes sam: G, C, Gu, Qu
As Dentaes: E, F, T, V
As Palataes: L, N, J, R, S, X, Z, G, C
As Labiaes: B, M, P
Segundo outras consider:1ções, ellas sam lambem doces"
fortes, liquidas e sibilantes.
As doces sam: B, D, G, J, N, V
As fórtes: F, C, Qu, P, T, X, Z
As liquidas: L, M, N, R
As sibilantes: C, S, Z
O-a-em ltfâs conjunção e em Pâra preposição é fei­
xado, para disling·uir-se do a em A/ás adjectivo, e em Pára
,,e1 bo; mas não deve ser feixado de tal modo, que se
confunda JJias com J-lez, e Para com Pera, como alguns
pronunciam.
O-e-no principio e no fim das palavra�, quancto não
é accentuàdo, sôa como i, �or ex. : Edade, Egreja, Egual,
Vale, Cidade, Padre. Daqui veio escrever-se Igreja, Ida­
de, ]gttal, etc. ; porque a pronuncia fez esquecer a ety­
rnolog·ia.
O-o-no principio e no meio de certos nomes é, fei­
xado np singular, e aberto no pluraJ, como: Ovo Ovos,
Ulho Olhos, Corpo Córpos, Miolo ftliólos: etc. Quando não
é accentuado sôa co1no uno fim dos nomes, corno: Falto,
Dono, Somno etc.
0-r-no principio das palavras sôa forte, e no meio

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8 fj

l,rnndo , co:l10 Raro, Bo.�a1·iu, �11,ra, J.llo ra.


0--s-enl.re vogacs sóa como� ·na-; pala,Tas que não
sarn composlas, como Cousa, Uso, Bcsa, etc.
A fiTIGO. IL
Da� 1u1ln.'11·as.
A palavra compôc-sc de sy11abas, e n syBaba supp[rc a
comLmação de uma consoante com uma voga), como Pc,
Tu, ou com um dipthongo como: Pae, ltfãe.
Urna ou d nas ,,ogae� sem consoantes t.ambem podem fa­
zer vocabulo, corno: E, JE,u; e duas ou mais consoantes
se podem unir a uma só vogal para fazer um som, uma
pala',ra, como: Traz, Treni; mas em ambos os casos por
cxrepçfio da regra.
Uma sy]la ba é bastante para exprimir uma idéa, como
nas palan as supra-mencionadas. O vocabulo de uma �ó
syHaba chama-se monos�llabo; o de duas ou mais chama­
se pol ysyllauü.
As palavras a1leram-sc na sua p1 onunci:1ção, ou sós
ou juntas, por accrescen_Lamcnto, diminuição, contracção e
mudança de ]cltras ou s�·llabas; e a isto se chama figura de
dicção. Estas sam as seguintes:
Por accrescentlimento .
Prothese, que accrescenta uma lettra no princip10 dás
palavras sós: assim por ex. Levantar, Jfostrar, fazem Ale-
1)antar, Amostrar.
Epenthese, que accresccnla no meio das palavr3s sós:
assim por ex. j;/arte, Pagão, faz.em Afavorte, Pa1ano ..
Paragoge, que accrescenta no hm das palavras sos: assim
por ex. Feliz, JJJobil, fazem Fetice Jfobile,
Por diminuição
1�phercse, que diminue no principio da� palãvras sós=
assim por ex. _, Ainda , Atra.�, ;Uéqutf., fazem lnda,
T:raz.: Téque.

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86
Syncope, que diminue no meio das palavras-sós: assim
por ex. Ininiigo, !Jfaior, Cuidadoso, fazem, /migo,Jlor,
Cttidoso.
Apócope, que diminue no Hm ,fos pal:l\'ras sós: assirn
por ex. 1.lfarmore, Grande, fazem !Jlannor, Grão: e Da­
mo-nos por Damos-1wf.
Por contracção
Synaleplia, quesupprime nas palavras juntas a vogal fi ..
nal da antecedente para ferir com a sua consoante a vogal
da seguinte: assim, em vez de dizer-�e /Jeaurora, de este, de.
aquelle, de o, de a, diz-se: D'aurora, d'este, d' aquelle,
d'o, d'a.
Ecthlipse, que supprime nas palavras juntas o rn da.
antecedente quando a seguinte começa por loga]; assin1
em, \'ez, de com o duro marte, SI)
. ..... diz co',, duro marte. Entrt\
nos so se usa com a prepos,çao com.
Crase, que nas pala\'ras junlas contráhe em um só o a
preposição corri o a artigo, ou o ,Ia preposição com o do
demonstrativo aqucllc: assim, em vez de Von a a casa,
Váe a a quelle amigo, Apphca-se a as lcttras, diz-se:
Vou á casa, Vae áquelle amigo, Applica-se ás lettras:
Pm· mudança
. A A nlithc5e, muda nas palavras juntas a consoante final
da antecedenle por outra qne fira rriais cufonicamenle a
vogal da seguinte; assim diz-se: Amal•o por A'mar-o; Dil-o
por Diz-o; Nol-o por Nos-o.
A Eufonia accrescenla um n ao artigo depois das
terceiras pesf;oas do plural dos verbos, com0: Dcrani-no
por Deram•o; Fizerani-no por .Fizerarn-o.
A Aphercse e a Antithese se juntam nas expressões
'
no; 'na, ' nos, 'nas, ' nes te, ' nesse, 'naquelle, em vez d. e
em o, em a, em o�, em as , em este, em essf!, em aquelle:
� _ Aphere�e supprime o e da preposição e1n, e a A n ...
t1these muda-lhe o m em n .

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PARTE SEGUNDA.
DA SYNTAXE.
A S�r ntaxe tracta, como vimos, das palavrns considcta,_
dfls em suas con_ib_inaçõcs, f?rn:ia�do pro posições exprr.s­
s1 vas de nossos JUIZ-OS e rac10cm10s; pel-o que se dividl·i
em Syntaxc Logic.a e Coordenativa, das quaes passamos
a traclar.
TITULO l.
D.� SI'N'rAXE :LOGIC ..4.
Assim como a Etymolog·ia idealogicn tracta da idea en­
cerl'ada na palavra tomada na sua unidade, tambcm assim
.t Syntaxe logica tracta do jui:zo contido na proposicào,
ürganizada segundo as leis <la combinação das palavras.
Estas combinações sarn simples ou complexas.
CAPITULO 1.
Da combinaçao do pcnsam,ento.
SECÇÃO I.
Da co111hlna-;ão si111ples.
Quando se não observam as leis da combinação das pa ...
lavras, ellas se juxtapõern, mas não organizam em um
sentido pel'feit0, como: Sobre sobre, Branco negro, Ser ser.
Daqui se vê que :i primeira destas leis é que só se­
combinam pala\'ras de differentes � não da mesma espe..
cie, com0: Por mim'} Mais bello, Ser bom. Estas palarrns
não sam sómente juxtnpostas, mas combinadas; sam já
urna organizaçàn comcçtHla, uma parle que chama a outra
parle para corn plelar-se.
Daqui se entrevê que a segunda tlestas_ Je1s é que > para
ser completa a combinação, sam necessarws dous termo�
e uma relação, que os lig·ue entre si; por que só assirn
podemos ter uma realidade intelligivel, como� O lwmeni
ser 1nortal, O pae amar o filho. Estas palavras contem

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todos os elementos de uma com hinnção pcrfu_i.ta, e for•
mam um corpo inteirJ; m ts falta-ll1') a animaçüo, o
sopro de vida. Este sopro de ,·ida qne ,·cm animar este
corpo é uma affirrna[:ào, que o espírito 1111) junta, e que
penetra-o todo e faz existir no 1 ernpo.
Daqui vê-se que a terceira destas leis 1'1 a afrinnaç.ào,
manifeslada pelo verbo, jú não vaga mas dcíiniliva, e a re-
1ar,ào que liga estes dous termos, corno: O homem é mortal,
O pac ama ao filho
Assim, pois, as ideas dos ter1nos e da relação sam a
materia, e a aJiirmação a forma de j uizo; e cumo a cer­
teza é a alma do juizo, este é o que cila é � e, pois, se elJa
é �n�eiramente positiva ou negativa, assim tambcm o é
o Jmzo, como:
Deus é justo.
O macaco não é homem.
Se porem clla é meio positiva e meio neg·ativa ao mesmo
tempo, se é indicisào ou duvida, o juizo lambem o é ;
e então, para exprimil-a, em vez da forma positiva ou ne­
gati,·a, toma a interrogati "ª, como:
A luz é maleria ?
Deus fa llou a Adão ?
Ilaverá gente na lua ? ( 10)
O \"crbo é, co1no se ,·ê, a pala,Ta de Yida pela r.erlc­
za manifestada na afürmaçào das qualidades e relações
dos seres, ou de suas ideas e conhecimentos, expressos
pelos termos do juizo.
O ser existe no universo; :'lS i,lcas e os conhecimentos
na intellig·encia. Os sentidos nos nlinistra,11, nos phan-
1asmas dos seres corporcos, a maleria das idcas; a instruc­
rã�) ou revelaç.ão domestica e social dos seres incorpore­
os a do� couhcc.111-�ntos; pelo que se não <levem confundir.

( lG) De Cham,a extracto.

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8 !)

Os se11Lidos, 110 q uc ó proprío de cada um como a cor


da Yista, o som do ouvido, a extensão do tadto etc.' sam
�ernpre yerdadciros; a intelligencia, q�ando perceb; sim-­
plcsmen.te, tamhcm é sempre verdadeira; ella só erra
quando compôe ou divide, isto é, qnando julga�
No juizo, os termos exprimem -ou os seres, ou as ideas
e os conhecimentos com suas qualidades, ou modilica­
çücs, ou relaç,ões, ou circumstancias, fazend,0 o \'crho, na
sua affirmação, cophecer o que exprirne o primeiro pelo
q uc exprime o segundo.
O ser é expresso no primeiro termo ou por um substanti­
vo prop1·io, ou por um substantivo commum com quak1ue1·
dos demonstrativos Este, Est' outro, Esse, Ess'oittro�
Aquelle, Aqitell'outro, como: Pedro, Este homem: a idea
e o conhecimento, porem, sarn expressos· pelo substanti­
vo com,mAtm com o artigo, co1no: O homem" O pae, A lef,
O dever.
O segundo termo deve ter uma expressão correspon­
dente á do primeiro, e não mais lata nem 1nais estreita !
como melhor se verá nos exemplos.
Se, pois, o primeiro termo exprime o ser ou indiYidt1.n,
o �cgundo pode ser:
1. Um substantivo propr10 como:
Este homem é Pedro.
Nesta forma, o segundo termo Pedro corresponde bem
ao primeiro Este homem s�m. �ais nem menos extenção;
porque só se falia do ser 1nd1v1dual.
II. Um substantivo commum com o numeral um cla­
ro ou subentendido , para mostrar que ó oc um e nãc,
de todos os individuos da especie que se falla, como:
Este lwniem, ( on Pedro) é assassino.
Nesta.E formas, subentendendo-se o numcr�l um, de sorte
que fique « Este homem on Pedro é urn assassuw_, o �l'.gundo
Lcrmo--um assassino-corresponde hrm ao pnrnc,ro R"::-

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00
te honieni ( o,u, Pedl'o) porque mo$tra 1,un bem que JÜd
�e fall::1 de todos, mas de um só assassino.
III. Um adjectivo claro com um substantivo comnium
o o numeral nm, claros ou occultos, sena.o que este sub­
stantivo mostra o genero, o adjectivo a especie delle , e
o numeral o individuo della, como:
Pedro, ( ou este homem) é brasileiro.
Nesta forma, subentcnLlend1)-se lambem o substantivo
cidadão, e o_ numeral 1tm, de sorte q uc íiq uc >) Pedro, ( ou
este homem) é um cidadão brasileiro, º"'egundo termo uni
cidadão brasileiro, corresponde egualmcnte ao primeiro
Pedro ( on este homeni); porque mostra que se tracta de
um e não de todos os eidadãos, e que este cidadão r, bra­
sileiro, e não francez, inglez, etc.
Se, porem, o primeiro termo exprime, não �n1 ser ou
individuo, mas uma idea ou um conhecimento, o segun-,
do pode ser:
I. Um adjecliro claro com nm suúslcmtivo commum
r o numeral ion occultos como:
O homem é rnorlaL
A alma é imrnorlal
�estas formas, subentendc�se uni ser, ou 'tlnw creatura,
de sorte que ficam assim: O horne,n é um ser niortâl;
A abna é 'U,rn ser im mortal; sendo que só assim corres­
ponde o segundo ao primeiro termo, e faz conhecer que
o hornem., e a alm1a não sam todo o ser; mas que aquelle
é só o ser mortal; e esta é só o ser irnmortal; e ainda
:-.ssim não sam todas, mas urna só especie destes seres.
II. Um substantivo, um ou. dçius adjectivos, e o nume...
ral ion todos claros como:
O horneni é um ser- anim.al racional.
A intelligencia é itma potencia espiritual.
Nest_as f?rmas, os segundo� te�1110s correspondem bom
Jos primeiros; porque, na primeira, o homem não é todo

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n1
o ser, mas o ser animal, e não ainda o ser animal, mas só-
1nentc o ser animal racional: e, na seµunda, a intelligen­
cia não é toda a potencia, mas só a potencia espiritital.
Tambem o segundo termo do j uizo pode ser um sttb­
slantivo co-nmum, ligado com outro pela preposição de,
quer o primeiro exprima o ser, quer exprima a idea ou
conheci1nento, como:
Pedro é fi,lho de Paulo.
O homem é rei da creação.
Quando o segundo termo é um substantivo commum
ligado pela preposição de com outro proprio, o primei­
ro pooc ser ou um individuo só e sem classe, ou um do
numero desta classe.
No primeiro caso, o substantivo commum do s!3gundo
termo leva o artigo claro ou occulto, como:
Christo é o filho, ou filho de Deus.
No segundo o mesmo substantivo leva o numeral iim
tio mesmo modo, como:
Pedro é um filho, O'it filho de Paulo.
Vê-se que as formas sam differentes nestes dous casos;
porque, no primeiro, só Christo é fiU.o de Deus na gera­
ção divina; no seg·unJo, suppõe-se ter Paulo muitos filhos,
dos quaes Pedro é um. Se Paulo não tivesse oul1·0 fi­
lho s1]não a Pedro, então a seg·unda forrna devia ser como
a primeira.
. .
As ,,ez,_�s, no ,1u1zo, se a.ffi1rma a .1uentrnac.
-i • • le co
l ser ou
da idea. ou a sua differect:a.
No primeiro caso, u�'.1--sr::. nü Sr;gundo tenno da n.1e8,-,
ma palavra que no primeirc-; tum,J:
DtYU8 8 lJeiiS,
0 propheta e prophefo.
No sciiundo porem enwre�:i�se., no s(•.1,-;1udo -U:tL(].,
lt..,' i L" • it•.

palavra differcnte, mas de egtwi valor l de pr.üuelfo, c.om:_:.,

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.Eu-não sou tu,.
A ema não é ave.
Ve-se que Qª primeira forma falla-se de um individuo
differente de outro, e no segundo de uma cspecie diversa
d'outra..
SECÇÃO II.
Das co1nlll11ações co1nplexas.
O commercio da vida espiritual não se pode fazer só­
mente com essas combinações simples, porque não po­
demos por ellas discorrer sobre todas as qualidades e
relações das cousas, nem sobre as modificações do es­
pirito. Elias se multiplicnm ao infinito, e por isso se
tornam complexas. O juizo é a combinação mais sim­
ples que ha, e exprime•se pela proposi,ção: dous ou mais
juizos , porem, formam uma combinação complexa, mais
ou menos d�sçriptiva. Assim esta expressão: A alma
é livre, é um juizo; e est'outra: Se a alma é li-ue, ella é
responsavel, sam dous juizos, que formam uma combi­
nação complexa, uma descripção, que se exprime pela
phrase.
Os juizos que formam a combinação complexa, expres­
sa pela phrase, devem ser ligados entre si e dependen­
teR um de outro, corno nos exemplos supra, e nos seguintes:
O pae quer que o filho te ordene.
Quem mui.to abraça, pouco aperta.
Tanto bate agua na pedra até que a fttret.
Com as· combinações simples ou complexas, se forma
o syllogismo dos Log'i'cos e suas diflerentes cspecies. Com
as t.res ideas Homem, Anitnal, e JJ,for·tal, e a affirmação
do ,·erbo se forma o syllogismo, c01no:
O ani)nal é rnortal.
O homem, é animal.
O homem. é mortal.

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t) Ç)
..: ,_)

O sylogismo é a cxpress�o do raciocínio, pelo qual de..


dnzimos um de dous outros juízos.
Aos logicos pertence dar as leis do s�]ogismo, e de
suas espedcs, conhecidas pelos nomes de Enlvmerna, Pro­
sylogismo, Epicherema, Sorites, Dilemma, Exemplo, Jn­
ducr,ão; das quaes umas sam o sylogismo truncado, outras
o sylogismo dobrado, outra5 o �ylogir,mo multiplicado, e
outras uma reunião de sylogismos ( Charma lmguagcm)
Os Logicos confundem a phrase com a propos:ção: os
Grammaticos as uistinguem.
Aqui} pois, na Syntaxe logica, tractaremos da proposi­
ção como os logicos; na Synta�e coordcnati,,a, porem
como o� grarnmaticos.
TITULO II.
Da proposição e tia ph1•ose.
A proposição é a expressão de um juizo simples ; a
phase é a expressão de umjuizo composto: por i�so am­
)Jas sam expressões de juizo.
A proposição ou phrase é directa on inver�a } segundo
a sua construcção.
14� directa quando está : prjmeiro, a palavra que mos�
tra o ser ou a idea que 8e quer fazer conhecer ; segundo,
a pal:nTa porque se affirma ser ou não ser pcrtencenle
a uma c::,pecie ou genero · conhecido ; terceiro, a pal{t­
\Ta que n.ostra esta espeje ou genero porque a primei­
ra se faz c:on hccida, como:
Dei,s é cnnnipotente.
Deus creon o universo.
�� inYrrsa c111ando a ordem é oulrr1, eomo .
Omnipotente é _Deus.
Creou Deus o ttni1.•erro.
EJJ:ls tem pois trez parles stijeitn ,, attr.ibuto e verbu.

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04
O suJeito e a palavra que 1::xprimc um fndividuo ou
?tma idéa , que se affirma ou nega estar incluído 'puma
especie ou genero , expresso por outra palavra.
O attributo é a palavra que exprime o individuo, a es­
pecic ou genero , que se nffirma ou nega ser o sujeito, ou
cm que se affirma ou nega estar o sujeito incluido.
O verbo é a pala\ira que exprime a affirmação da in­
clusão do sujeito na especie ou gP.nero, expresso pelo at­
tributo. Assim nesta proposição :
O as,l;' ucar é doce.
O assttcar é o sujeito ; porque �e affirma que elle per­
tence á especie das cou�as C,oces ; é , o verbo ; porque
por e11e se exprime esta affirmação � doce é o attributo;
porque mostra a especie a que se affirma pertencer o
sujeito.
A proposição ou phrase se pode considerar debaixo de
trez pontos de vis:a : primeiro , na sua forma; segundo ,.
na sua materia; terceiro, nas suas prop'riedades.
SECÇÃO I.
Da fo1•111a �•a _proposl\'ão.
O que constitue a forma da proposição é o verbo; assim
que sem clle claro ou occulto el1a não existe. Exemplos.
Deus é eterno.
i
Aos grandes males grandes remedios.
N1 primeira propos:çào esfá claro o verbo é ; na se­
gunda porem está occulta o verbo convem.
So o verbo ser, substantivo, conlem a form:i essenci­
al da proposicão ; porque os verbos adjectivos , ou qua�
lificati vos e moflificati vos a contem , mas juntamente com
o attributo, como :
Pedro morreu;
proposição que natunaimente se conrerte nesta ;

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Pedro e morlo.
E as vezes contem juntamente a forma com o sujeito
e o attributo , como :
Amas.
Amas contem em si a form,a, o sujeito e o atlributo;
porque equivale a esta proposição.
Tu és amante.
SECÇÃO II.
Da ..-ate1.•la da propos_l,;ão.
O que constitue a m,ateria de uma proposição, sam
os se11s dous termos : o suj�ito e o att.ributo.
Considerada em sua materia, a proposição se divide em
simples, c9m.plexa e composta.
A proposição simples é a que tem sómente um sujeito,
um verbo , nm atlributo , como:
Pedro é magistrado.
A proposição complexa é aquella cujo sujeito ou attri­
huto , ou ambos juntamtmte encerram mnilms ideas , que
concorrem ao mesmo tempo para completar a idea total ,
ou de um ou de outro. Ex.
Ale�and1'e, ftlho de Felippe , venceu os Pérsas,
gente affeminada.
Deus, que é todo .poderoso, creou o 1nundo
que deve aaahar. •
É e orno se dissesse :
Alexandre, qu� era ftlho de Ft!lippe, ·uencett os
Persas , qu� eram gente affeminada.
Deus, que é todo poderoso, creou tl mundo, que
deve acabar.
Estas proposições, assim complexas, é o que chamamos
phrase.

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!) t1

A proposição composta é a que tem muilos sujeitos


aos quaes conve.m o mesmo attribut.o, ou a que tem mui los
attributos que convem ao mesmo sujeito , de sorte que
toda a proposiç.aõ composta encerra muitas directas.
Assim quando dizemos :
O espirito e o corpo sarn substancias,
remos uma proposição composta de dous sujeitos que se
resolve nestas duas:
O esph·ito é uma substancia
O corpo é uma substanda.
Quando dizemos :
O homem, é um ser sensi·ve,l e intelligente,
temos uma proposição de <lous attrihutos que se resolve
nc�tas outras <luas :
O homem é 1tm ser sensivel.
O homem é um ser intelligenle.
A proposição complexa di,,ide-se em principal ou directn,
e incidente ou indirecta. Assim :
Alexandre, fi,llto de Felippe, ·vence1t- f'S Perses.
gente affeminada,
a principal ou directa é :
• Alercandre venceu os Persas;
as incidentes ou indirectas sam :
Que era filho de Fel,ippe
Qut eram gente all'eminada.
A_ proposição incidente se divif!e em determinai i, a e
ex plicatiya.
A_ Incide�te explicativa é a que torna mais clara e mai�
deslmcta a 1dea elo sujeito ; que se pode suppri1nir sem

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97
por isso a proposição principal não 1nuda de natureza.
Assim nesta proposição ou phrasc :
As paixões , que sam doenças d'alma, se re­
voltam contra a razão,
-a principal :---,- As pa1xões se retoltam contra a razão--­
não muda de natureza , supprimindu-se a incidente. cx­
JJlicativa :- qite sarn doenças d' alma.
. A propo�i�ão incid_ente_ determina�iva, porerri restringe a
11l�a _do suJeito da r�n�c1pal _;? por 1ss? não se pode sup·..
prim1r, porque a prmc1pal soe verdadell'a, em quanto eft­
terra esta incidente. Assim nesta proposição ou p·hrase
Os homens , que prehe�1chem fiélmente os dc-
1)Cres que a relig,:ão lhes impõe , seram salvos,
não se podem suppr1mir as incidentes determinativas�-­
que prehenchem fiélmente os deveres que a religião lhes
iJnpõc; porque então a principal : ---- Os homens seram.,
salvos - se torna falsa.
Uma incidente podl�' gerar outra , como :
1:tlexandre, filho de Felippe , 1·ei de Jfactdo-
n ia , venceu os Persas.
Onde a incidente :- Que era filho de Felippc --- gera
a outra:- Que era rei de Macedonia.
Para conhecermos se uma proposiãoé simples ou com­
posta, examinaremos se ella s� _pode d�vi-dir em muitas
oulras, que tenham o mesmo SUJe1toe attn�uto, éomo estas:
Deus nos creou para adoral-f? e servil-o.
Não sejaes nem avarente nem prodigo·.
que se resolve nestas :
Deus nos creou para adôral--o.
Deus nos creou para servil-o.
Não sejaes a1Ja.rento.­
Não sejaes prodigo..

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98
A proposir,ão composla divide-se cru copulaii\ a, l'..OU­
tlicional, e disjunctiva.
É copulai iva, quando os seus 1nembros sarn juntos pela
conj unct�ão E clara ou occulta , como : •
Ce,�ar et Calão erarn de caracter be� differentes.
{:. ronLlicional
~ � ,,
quando os seus membros sam juntos pela
um.1 unrç.ao ._.,e, como :
Se Deus é justo pune os peccadores.
t
,lisjnnctiva , quaudo os seus membros sam separa­
dos uns dos outros pela conjuncrão Ou, como :
-.d alnia Oi!, morre com, o corpo, ou lhe sobrevive.
A mulher ama ou, aborrece •
Considera-se t.ambem complexa a condicional , e rnc1-
de11te explicati,a a proposição da conjuncção. Assim
nesta phrase :
Sahfrei, se fizer bom tempo.
1� principal a prôposição-sahfrei ,.-e incidente ex.plic«­
tiva a-se fizer bom tempo.
SEC Ç ;\ O 11 J,.
Das 111·011rieclatles da 111•oposição.
º
Chamam-se pro pricdades da proposirão certos inodos ou
circumstancias, que nclla se podem obsC'rrar. Ha dellas
duas especies : absolutas e relativa�.
As propriedades absolutas sam as que .se tlc�1�obrom
n'urna proposição , considerada em si ml·sm·a ,j sepnra­
da de outra.
As propriedades relativas sam as 41w uão :--e oLsen·arn ,
senão comparando uma proposirào c:om oulr�.

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Alll'IGO L

Da§ 111•op1·iellades a bsol11ta8.


Hestingucm-se · duas propriedades ahsolutas a qní.rn--
l idade e a qualidade.
Por quantidade de uma proposição se entende a e\..
tenç.ão, segundo a qual é concebido o seu �ujeito. De­
baixo deste ponto de vista a proposiç.ão ,� ou 1t-n{vP;rsrrl_.
on particulw·, ou singular.
A proposirão unirersal é aquella, eujo sujeito comprc-­
hende toda c�pccic , ou genero dos jndivirluos de que
·l racta, e orna :
Todo o corpo é di-visú:d.
J.Venhwrn espirito é niortal.
.A prupc,:;i!,.'âO é particular , quando o sujeito compre­
liende. sómente parte do:-.:. indivíduos da especie de que se
tracta , como :
Jfiutos cstudatn sem proveito.
,.-1/g utnas nac{jes ainda sam idolatras.
.\ proposição singular é aquella, cujo sujeito mdica um
�u individuo da especie de que se tracta, como :
D. João de Castro foi Vice-rei n'Asia.
Este homem é prudente.
Por qualida<le de uma proposição se entende a sua af..
tirmação ou negação ; e 0s logicos accrescentam a sua
Ycrdade 0u fal:;1dade.
A proposição affitmativa é a que m?stra que o sujei­
iü perteuce á classe expressa pelo attr1buto , como �
Deus é previden�ll,
Deus vê o qiie pensam,os.

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100
A proposição negativa é p.elo conlral'io a <jtrn affirma
que' o sujeito não pertence á classe expressa pelo attribu•
Lo; como
O circulo nãu é quadrado�
O espirita não é materic't.
ARTIGO II.
Das 1•ro11rledades rela1lwas.
As propriedades rclali\'as das proposições descobrem�
se pela sua comparação ; e só se comparam :is proprieda­
des que tem a mesma matcria , isto é , o mesmo sujeito
e o-mesmo attributo.
Nas propriedades relat.iYas so destinguem duas cousas;
a conversão e a oppos:ção.
A conve_rsão e a propriedade que tem uma proposição
de ser convertida d'e maneira q ne o sujeito se torne at­
tribut� , e o attributo sujeito. Assim a proposição:
O homem é um animal 1·acional1
_µode ser convertida nesta:
O an-imal racional é homeni.
A opposi��o é a propriedade que tem úma proposit:ào
tle não pof.lcr haver affirmaçào e negação entre seu su•
jJito o :lllributo, como .'
O corpo é urna substancia.
O corpo não é uma substancia,
o·· circulo é redondo.
O ofrculo é quadrado. ( 17 J

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101
SECCÃ\J
., IV. ,

Oot, termOí!i da proptHJl,lo.


05 ter1:'1os da. proposição sam o suje_ito e o attributo •.
Pelo attnbuto e que se conhece o SUJe1to, ou se sabe �t
que classe natural ou accidental elle pertence. Esta classe
natural ou accidental é o que se chama qualidade do sujeito.
O attrihuto deve exprimir sempre uma classe, isto é ,
uma especie ou genero natural ou accidental , para que
o sujeito possa ser intelligivel; porque, como vimos na
Etymologia idealogica, a inlelligencia não conhece senão o
especial e o geral abstrahido do individual ou particular, que
lhe offe:r:ece a imaginação na imagem ou fantasma dos obje­
ctos. E por uma operação reflexa que a intelligencia
ve o particular no geral intelligivel ; e como se aflirma
na proposição que o sujeito está incluído no attributo ,.
ahi se faz elle conhecido �orno o particular no geral , o
individual no especial.
Ainda mesn10 nas proposições :
Este ho.mem é Pedro.
Eii não sou tu.
Os attl'ibu.tos Pedro da primeira , e tu da segunda ,
posto que pareçam individuaes , se tomam como geraes ,·
i�to é ,- como inoluidos na idea geral de homem que se
dev.e suhentender, como se se dü=sesse -:Este homem ê o
homem chamado Pedro -Eu um homem não sou tu!
outro homem.
Sernelhantemente se deve dizer das propos.i!).ões.
0 sujeito de tens é tu.
, 0 aniigo é o-u-tro eu.
O sujeito e o attributo sam, co.mo as proposjrões , si-maa>·
pies, cornplexos ou compostos ..

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102
Sam simples, quando ca<la um dclles exprime um só
indiYiduo 7 ou espccie , ou ge'rtero como :
Pedro é pae.
Paulo é filho.
Pedro e Paulo sam sujeitos simples , porque cada um
,lelles exprime um só individuo ; pae e filho sam attri­
hutoi simples ; porque lambem cada um exprime só­
mente uma especie.
Sam compostos , quando cada um delles exprime mais
de um individuo , especie, ou genero , como :
Pedro e Paulo sam amigos.
Ab111m e Sara eram irmãos e primos.
Pedro e Paulo da primeira , e Abram e Sara da segun­
da proposição sam sujeitos compostos; porque exprimem
mais de um individuo : irmãos é primos sam attributoS
compostos, porque exprimem mai! de uma especie.
Sam complexos , quando exprimem sómente algnn1 1n•
dividuo , especie, ou genero como os sujeitos e attributos
simples; porem tem mais que elles algun1 complemento,
como:
A bôa fé é a 'Virtude dos conlractos.
A bôa fé é suieito complexo , porque bóa é complemen
to de fé : a virtude dos contractos é attributo complexo ,
porque dos contractos é complemento de virt1tdc.
O sujeito e o attributo podem ser
Ou um nome proprio como
Telemaco era filho de Vlysse..; .
. Este philosopho é Plalã(I.
Ou um nome commum como :
O rei é 1,1ae do JWt"o.

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1 O iJ
Vu um pronome por qualquer nome , ccuno -:
Elle· não é tu.
'Ou um adjectivo , como;
O bello é agradavel.
-Ou uma preposição , como :
Per não é por
Ou uma conjuncção , como :
1tlas não ·é porem,
Ou um adverbio , como :
Hoje não é hontem.
Ou um verbo no infinito -como :
Crer é ser ri-ente:
üu UIDil proposirão , como :
Parece que não pode haver be.m sem mal.
SECÇÃO V.
Dos eomplemenCos.
U ,·omplemento ê o que se accrescenta e fai comple­
xos os termos da proposição.
Os complementos se juntam ou aos nomes substantivos
r1 adjectivos, ou aos verbos chamados activos e neutros.
O verbo ser não tem em s1, nem se lhe ajunta com­
plemento algum : só aos verbos activos e neutros é que
se juntam complementos, e que os tem em si ; pelo que
se podem chamar : o verbo ser incomplementar, e os ver­
bos activos e neutros complementares.
Do camplemento dos nomes.
Geralmênte chamam restrictivo o complemento dos

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suLi;laulivu� e tel·ulinalivo o dos adjedivus e -parLici­
}lios: para nós, porem, quer o dos su'l>stantivos, quer o �o::;
adjcctivos e participios é sómente restrictivo pela sun­
ples e co1nmum razão de restringirem a significação desses
nomes.
O co1uplementu rus11!ict.ivo 6, pois, toda a palavra regi�
4.la ou não de proposição, 'fUC restringe a significação
geral de um �ubstantivo comrou:qi, ou de um adjcctiYo-"
eu dê um participio.
Nesta proposir,ão
Bruto era /ílho de Cezai•,
Dé· Cezar ê complemento restrictivo de filho ptll'que
J.

restringe a significação geval desta palavra ) mostrando


que não se tracta do filho de toda e g�1alqµer pessoa J
mas sómente do de Cezar.
O exercicio é utfl lWB menfrws.
Aos 1neninos � complemento l'estrictivo d� 1.ttü; por
que restringe-lhe a significação geral,. ·mostrando que
não se t.racta d.o util a toda e qualquer pessoa , mas só­
mente do que o é aos meninos.
Estes gamos complementos regidos de preposi�ões : tam..�
hem os ha sem serern regicfos dellns.
Nesta prop@sição :
A b&i ed,ucat�ão /tiz· o Jiomem.
B9,a é Serú ,preposii;lio c.Qmplem.ento restrictivo de edu:.
tuçãu ; porque restiiuge a significa�ão geral desta pala­
vra II10St1r:mdo guo não se tracta indl�tinc:tamentc (k
l

fJ11.ai_quer cduca�:ão, mas sómente da que ê h0a.


f\e.�Ll O�llI:;t proposiçJio
O n&p_st 1:e ,Âleiiio eJ tt út:::; igne.
O nome pn•prio A !e.to- é comple1noni-0 F$trit)t,i�ü dff

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mestre; po�·q ne mo::ilt·a _, rc·stnngirnlo-lhe a sig11itlcat�ão ge-
r�I, que nao se tracta. <le todo e qualquer mestre , m.as
:�omcnl.c do que se chama Alexo.
· Nesta outra proposição :
Dom João ele Castro {oi 'Utn heroe .
.:loã0 de Castro é complemento restrictivo de Dom con­
lracr�o de Domi!1u�, latino, que significa senhor; p�rquc
restringe-lhe a s1gmficação geral, mostrando que não se
tracta de qualquer Dom ou senhor ) mas sómente do que
se chama João de Castro ; o de Caslro é complemento
restrictivo <1c João; porque, tomado. João corno substantivo
commum por haver muitos individuas do mesmo nome,
lhe restringe essa significação geral } mostrando que nãÓ
se tracta de todo o homem çhamado João , mas sómente
do que se chama tambem de Castro. Sam todos esses no u
mes que fazem o nome proprio ; porque é t complemento
restrictivo c1ue apropria e individualiza tudo.
Do complemento dos verbos.
iluntam-se sómente ao verbo· activo o complemento ob:­
.1ectivo , e commumente aos verbos activos e neuLros os
complementos terminativo e circurnstancia1. Farias dá
tambem · a certos "erbos neutros o complemento restri­
ctivo como neste caso-Folgarás de ver, _.;..,.mas parece que,
se ele ver é complemento restrictivo , porque restringe a
acção do sujeito de folgarás, e�tão_ o objectivo e termi�ativo
tambem se devem chamar restr1ctivos pela mesma razao.
O complemento objectivo é o que mostra o objecto da
acção cio sujeito , como :
Deits creoit o 1wundo
O mundo é complemento ob3ectivo; porque inostra o
ohjecto da acção de Deus.
O complemento terminativo é_ ? que mostra o fiín , o 11•
mitc , o termo da acç-ão do Sn]eito , como

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Dcmus graças a Deus.
O Ministro 11ae ao Senado.
A Deus é complemento terminativo do verbo activo de ..
r;nos , e ao Senado do verho neutro vae; porque mostrmn
o fim, o limit� ou termo da acrão dos ��jeitos desses verbos.
O complemmento circumstancial é o que mostra alguma
ctrcumstancia de t-empo , de togar , de modo , de cauza )
de fim, clc preço , de instrumentf:J , de materia , de com­
panhia da acção do ·SUJeito, como por ex :
·Deus, por ultimo1 creou o ho11flet.n de barro ,
.com perfeição para gloria.
Por ultimo, de barra� com per{e-içâ·a, para a gloria
-sam complementos circum&tancia,es d.e tempo, de materia s
de modo e de fim, juntos ao verbo creou.
Os adverbios iarn lambem complementos eircumstanciaes"'
A estas trez especies de complementos junlos aos ver­
bos aclivos ou neutros , julgamos qu•� se de,�e accrescen­
ar uma quarta , que chamamos complemento subjectivo "
O complernnto subjecli,,o é a palavra que, tendo sido
sujeito da proposição na vóz activa, passa na vóz passi­
va , regida da proposição de ou por , a restringir a si�
g·nificação do participio do mesmo verbo ..
Esta proposição da vóz activa
Deus ensinou a palavra 1
se converte nesta da vóz passiva:
A palavra foi ensfriada par Deus,
_ Por De�s. deve-se cl�amar complemento subjecti\'o e
n::i.o restrwtiyo de ensinado, para conservar a idea ou
rrH1 füo1:i� de sua origem e fun?çã? primitiva , e por cou­
- ·,:-:('.ao ao complemento obJecttvo.
C0
:- ·:-; actjvos e neutros sam complementares por "

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107
·que se �ecompõem no verbo ser e em seu participio, como
temos visto.
A proposição com o verbo activo ;
Pedro am(t,
se converte nesta :
Pedro é amante :
Amante é complemento reslrictivo de homem ou ser,,
.que se subentende ; porque a proposicão completa é ;
Pedro é um homem amante.
A .proposição com o verbo neutro:
A fenix renasce,
se converte nesta :
A fenix é renascente.
H.e,1as�·ente e complemento restrictivo de ave ou ser
que se sube.nteude ; porque a proposição completa é:
it fenix é uma ave renascPnte.
Os c-0mplen1e:�tos quG Jppart.ce1• junto:; ao verbo ser.,
uã.n sam de-li;:: r;orti1 tt�Y não tem..�-\�!! i;km-•mo, nias dos . L

atiiectivos ou pa:rtidpios q1ce: s0 suiHSl'.t.._·ntldH. As:;im nas


proposiç.ões:
u - -

O que eUes &r.Jn (Jül'ff n.ús ) s0nws n;j,._ pu:.ru, eUes..


H' ., ._.�\.,.-..:; e',,.1,.,'1-,(,r�,,-·.;V ,U"-�.i�)
,_ À""Il.if,:J(• -;,;,,f ,, ) .,tt•c.,rl';_
.. -,:
..,
,·1
"-� (.!\1",V#
l 'I•";;... p1;. t,-.•�.�;
-'•t;..,,. .,:..
Je,

Qu,i'úi não Ó cóntra U()S e Püf • Ui.!S


'Entende-se. _ na pr:n10.ra i1!,i !:F''h-'.s {;cn- '::C·
dissessenws o que eUes ,\"d'ifi rv :,�;-t11t;'.S ii> ro•:';}. '!'.t'lS° 1

somos nós julg odos set 11<.t.rct eLe:; :, :f �n::m:,�:J :,.'\.i-


dos > como se d,s�es�,:.1b-,s J-nf y,ui.:·,\ l.'2-t·i·-:: d! trc ,. t','
nâo sam julgttdvs hereges enite si ui Lt��\-,:: i-�1 cr.�- .-"· -
derado , como se dis�essen· dS (}twn:: nâu e cm;.s-u;-e;, t.'r
contra nós, é considerado por- nós.

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TITULO 11.
Da �yn1,axe Uoo1•ele11ati"ª•
A S�·ntaxe Coordenativa tracta da combinação chis pa­
lavras, segundo as leis geraes e especiaes <la construc­
ção da proposição , que é a expressão do juizo. Elia se
divide em Syntaxo Natural e Syntaxc Figurada.
CAPITULO I.
Da S·;,·ntaxe Nat111•al.
A Synlaxe Natural é uma parte da Syntaxe coordeua-­
nativa que mostra a concordancia e �egencia das partes
da proposição ; e por isso se divide em Syntaxc do Con­
cordanc1a e de Regencia.
SECÇÃO 1.
Da·Sy11to.xe de �011eo1•da11cla.
A Syntaxe dé Concordància ensina a conibinar as pa­
lavras pelas suas relações de identidade ou semilhan­
f;a , manifestadas em suas terminações pelas regras se..
guintes : ( 18)
I. O verbo concorda em numero e pessoa com o su­
jeito da proposição claro ou occulto , como :
Queremos. lVós queremos.
Qiwrcis. Vós quereis,
Seria tliscordancia se dissessemos :
Nos quer. T1t q,uereis-.
--·----------------·----
. ( ls-';, N�o adnüttimos concordancias ele proposição; porque
n?10 tem ellas relações de semilhança ou de identidade por ntw
h�rc!n terminações. �luitas sam oppost,,s , e i, opposição i5 o con .
trano de concordancrn,. •

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' Se o sujeito do \úl'bo do modo flnito ou do °u\:ruudío '


e o mesmo d o ,cr 1 )O to·1 modo infinito ' este não con-
' mas relere-se a cHe impessoalmente. Assim di-
corta, )

zcmol3 com o ,,.erbo :


Deves est1tdar-e nêw----Devcs estudares.
Podem entrar---- e não-- - -Podern enlrareni.
E ,.l;zcmos com o gcrundio :
Querendo ser homens ele bcní-----e naõ---
0 uerenclo serem, homens ele bem,,
porque o sujeito <le ser é o mesmo de querendo.
Se porem cacla verbo tem seu sujeito difforenti, o do m(_}..;,
do infinito concorda pessoalmente com o seu. Assim di­
:,:emos:
Elle vê 1!sses reis o trahirem- --e não---o trahir.
iliostrancfr> os documentos-serem as contas exacta�
a não -- se,· as contas exactas. �
II Quan<lo o verbo do modo infinito , impessoal ou pes­
soal, quer do siniuiar quer do plural, faz vezes d"B sujeito
da proposição, Hgura como um ·substantivo do singular, e
concorda com elll o ,erbo do n10do finito no singular.
�\ ssim tlizemos
É manifesto serem duas razões --- e não -- sam
manifestas ser duas raz.ões.
� 8 O mesmo succf:de com as propos:çôes que sa1n
suieilos de outras.
"11 I O altrihuto da pr,}posiçào , quando expresso por
írm substantivo , concorda em numero com o sujeito , ex­
repto riuando é mctonsmico. Assim dizemos na regra:
Ciccro foi. Consul 1·omano;
�a exccpção;
E.rnú era as delicias da velhice d� Jsaac.
�v:.:la proposirão se toma delfdas metonymieamenlc, ou

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o cffcito pela cauza , como se <lissessemos : Esaú era a,
cauza. das delicias da velhice de Isaac.
IV O attrihnto , c1uando espresso pelo artigo , ou adjc­
ctivo ou partiripio , se exprime qualidade accidcntal,
conco�da com o mesmo sujeito �nhentendido ; se exprime
•lualidade essencial , concorda c0m um sulwtanliYo geral e
apropriado, lambem subenlcnd:do.
Exemplo do primeiro caso
Este Consul é o de F'nuira,
Este moço é prudente.
Nesta� p�posi�s, subcntende-sc _ por atlributo o mesmo
substanltvo do sujeito , como se d1sscssemos : Este Con•
sul é o Consul de França ; Este moço é urn moro 1Jru ..
dente.
Exemplo do segundo caso:
A alma é immortal.
A materia é creada.
Na primeira proposição , subentende-se ser por attrihu...
to , como se drsscssemos : ,1 alma é u n ser immortal .'
na segunda entende-se substancia por !ttributo , como se
dissessemos : A rnateria é uma substancia creada.
V Os substanti,·os chamados continuados ou appostos ,
cxplicati vos do sujeito ou do atlribulo, sam attrjbutos de
uma proposição incidenlc , da <rual por ellipsc estão oc­
cultos o sujeito e o verbo , e por correlaç.ão concordam
cm numero com o· sujeito da principal . quando não snm
rnclonymicos. Assim nesta phraso :
n. Pedro li, Imperador elo Brasa, é instruido.
lmperad�r do Bra�il. é cxplicaliro do sujeito D. PednJ
.11 , e attnbuto da mc1dente que apparecc , dizendo-se :
D. Pedro 11 , que é Imperador do Brasil, é instruido.
\ l Concordam <'m gcP.cro r nurn.cro com o substan.,.
T

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1 1 1

1 iYo sujeito , auri1rnlo ou complemento da proposição :


1. O artigo, co;no :
0

O estylo é o homem mesmo.


Ahi está -o-- concordando no mesmo•ge.nero e nnmc*
ro com estylo e homem.
1. 0 O afljectivo, como
A arvore bôa dá bons fruclos.
Ahi eslam bôa concorrlan<lo com arvore , e bons concor­
dan<lo com fruclos no me3mo genero e numero.
3. 0 O participio, como :
A palavra dada é obrigação aceita.
Ahi cstam dada concordando com palavra, e aceita con1
übrigação no mesmo genero e numero.
V II Os Conjimt1vos Que, Quem, Qua], Cujo tem
mais natureza tie preposição que de adjectivo ; e por isso
mais servem para ligar urna proposição prineipal a uma
parcial, do que para roncordar com algum su!Jstanlivo dellas·
f,Jue e Quem não ccncordam absolutamente com substanti­
vo a]gum , mas correspondem e se traduzem por Qual ,
que concorda sómente cm numero com o suiist;.1 nti vo pelo
qual liga a principal [t parcial ; e por iss i Q:ie , Quem e
1

Qual , quando sam sujeitos da proposiçàv p;vrial, Lizem


o verbo delJa concordar cm numero com u :c,ubslanti�o cb
principal , pelo qual elles ligam uma a 01Hra.
Só Cujo , que correspomle e se traduz pu· do Quuj
concorda , como verdadeiro relativo , não co1n o �uiJst:iuii 'u 1

pelo qua] liga uma proposição :1 outra , nrns com 'Hüro


c1ue parece servir-lhe de complemento rcstri�tivo.
· Exemplo <lc proposições ligadas por Que :
Sam as grandes occasiões quefazeni os grandes hfJmens.
Eu sou a que anda nas mexer,�cadas. ( 1� )
( 1n Bons escriptores disseram tambem · Eu sou a que an-
;Jo m,s me;r:ericadas. Segundo Moraes esta phrasc é mais classica ,

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Nésles c�cmplos , que não concorda com occasiões e pes-­
soJ allributo <le--E"u so-n; mas equivale a quaes occasiões
do primeiro , e a qual pessoa do segundo ; e por isso faz
roncordarem raZ(f(J1, com occasiões ' e anda com pessoa.
Exemplo de proposições ligadas por Quem �
Pregae a quern, vos ouça
�este exemplo, quem não concorda com pessoa ou ho�
rncrn, complemento de pregae, mas equivale a qual pessoa 1

ou a qual homem ): e por isso faz concordar ouça com


pessoa ou homem.
Exemplo de proposições ligadas por Qual
Vi a Paulo , o qual 1ne conhecei(;,
Faltei aos homens, os quaes me ouvirarn,
Nestes exemplos, qual concorda em numero com Paulo
e qitaes com homens; e por isso os verbos conhece concJrda
com Paulo, e ouviram com homens.
Exemplo de proposições ligadas por Cujo
Sam t'agos os bens cujo dono se não sabe.
Neste exemplo, cujo concorda em genero e numero, não
com bens , mas com dono , de que bens é como comple­
mento restrictivo
VIII Os chamados gerundios e supinos , bem que par­
ticipein da affirmação dos Yerbos de que nascem 7 não
te1n com tudo a concordancia delles com o seu sujeito.
Os gerundios de invariaveis não tem numero nem pes­
soa distincta ; e. por isso não concordam com seu sujeito ;
rnas, pela relação comprehendida na sua affirmação, refo•
rem-se e ligam-se naturalmente a clle, eomo neste ex­
e j p1o.
Sabendo franccz, cré uma 1nofCl saber tmlo.

tomo esta outra En sou quem sou ; mas pal'eçe-nos que a pri­
meira é ditlerente da segunda , e furça o verbo ú tomar a terceira
pessoa, como no exemplo supra. Os trópos de Rhclorica modi­
ficam muito a natureza da limguagem,

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Ahi cslá sabendo referinLlo•se e ligando-se ao seu su�
jeito moça invariavelmente.
O gerundio , segundo Soares Barbo�a , ora se conjnn�
cta com o Yerho, como : Concluindo a obra , la estou
ora com tHe se conjuga , como : .Estou concluindo a obra,
e alguns chamam gcrundio no primeiro caso, porque lhe
subentendem urna preposirão, e participid no segundo, por
que nào lhe suhentendem preposição alguma : mas ron­
cl-uindo e sempre um complemento circumstancial , no
primeiro caso de tempo, no segundo de modo ; e se 1ra�
duzem ambos em latim pelo participio e não pelo gcrundio.
Os supinos sam lambem invariaveis na sua juncç?io com
os verbos Ter e Ilavet, a cujo sujeito querem que se re­
firam e ligutm sem concordar com cJle, como nestas pro.,.
posições :
llai·emos lido suas cartas.
Tenho visto suas obras..
Mas lidu e visto juntos a havemos e lenho , activos, for­
mam uma especie <le contradição ; e por isso parece for­
çoso convir que taes participios juntos a estes verbos não
sam supinos invariavcis , mas concordam com um substan�
tivo masculino or.culto. Em-tenho vi'sto-· cit é o sujeito
de lenho, e JWt mim o complemento subjectivo de i•isto; r;
por isso suas obras não ó complemento objectivo de tenho
porque na vóz passiva o verbo só muda de pessoa e não
de forma, como As suas obras tem sido vi'.stas por mim_;
nem de visto, porque é passivo e invariavet , quando se
apassiva o verbo com o pronome se , como : As suas obrwt
tem be visto po1· rnirn. Porque, quando se apassiva de um
modo, visto concorda com o�ras ; e , quando se apa�siva de
outro, não concorda? Sal;ã..se esta irregularidade cnten-
1lendo-se um substantivo , e parece-nos que deve ser o
mesmo verbo de tal supino no infinito, ficando no exem­
plo proposto deste modo:----Tcnlto o ver suas obras 1;isto
J)Ot mim. ( 20)
r 20) Mor3cs, na sua G1·3mmatica, diz que lido e i,isto s:un

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·Ltu de Bltpino ü geruwliu pat'CCt� um puru lalH1i.t-tuu
•� ijue o supino ô o mesmo pt.lrticipio do pa.ssado , e o f;\'• -
rundio o particípio do prescnlc proprio ele nossa língua_,
porque os acabado� ?m nte, corno lente �e. ler sam alath·
naclos, e.' nfi.o estara ainda genil1J1Gule admiHHlo::;.
'

SEC(;Ao 11.
Da 8)·11taxe 1le Hege11ci11.,
. A Synlaxc de regeuda ensina as regras da degeuJon-­
éia que devem ter entre si as parles da proposicão.
As partes da proposição ou sam cssenciaes, de sorte que
sem eJlas não pode existir proposição completa e perfoi­
fa no seu sentido , ou sam accidentacs , de sorte tiue a fal­
ta <leHa_s não a pode prejudicar�
Na::i t" opo3icões regida� pelo verLo ser 1 5am partes e:;"'.'
�-enciaes o hl1jeito, o verlio e o attributo , e acddentaes
c,s romplementos : nas regidas pelos verbos aclivo� ou neu ..
tros , que contem cm si attribulo logi co incornplett> , sam
partes cs5enciac:, o sujei lo , o verlJo e os complemento�
exigidos pelo verl,o para completar o seu sentido, como :
Deus creou o mundo; Pedro veni de Roma_; e acciden­
laes os mais complemento�.
Só ha <luas palavras regente� o verbo pela affirmaçãü
d-a inclusão d-0 sujeito no attributo ; e a preposição pela
1·efot:ão que liga os seus termos, antecedente e consequente ..
Os \'Crhos activos e neutro8 só regem o sujeito e o attribulo
logico que elles contem �m si , e não os complementos Ji­
g·ados aos aLLriLutos ou complementos log·icos , nelles con­
tidos; e pois o complemento ohjectivo não é regido do verbo
o mesmo que \'Cl' e ter pelo que----Tenho visto_, Havemos lido,
ti o mesmo tiue Tenho ver I Haver,túS ler, o que não tiatisfaz.
.. 'fambem el!e- diz. que &e podem apassjvar, como : amado-se. li­
tlo-rs-e : mas julgamos ser isto um eftuivoco ; porque, (toando dize-•
mo�, por exemplo : Tem, lido-se a su,a historia, este-si'--- é com •
1,kmcnlo- d�, Tem.! e nãio de lido._; ú �ssim nos mais casos,

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act.ivo, cornu se tem entendido, mas sirn da prepu�:�ãu
•-·--R--clara ou occulta.
Só tp1ando ó complemento ohject.ivo um suhstanLivo com­
rnu� não se lhe junta a preposição.,. como ne.stas. pro,.
110s1çoes ..
Dens fez o ·1tni·verso ..
O peccado ma toit o /w1nem.
l\las w:sLa:-; 1;roposições e semelhantes a preposição que
rege os complemcntos-uni-vetso e hom,ern-está occulta
pelo uso universal , invariavel e antiqmssimo ela ellipse,
que faz toda grara e elegancia da nossa lingua. Para nos
convenceruws de que o çomplemento objectivo. é sempre
regido da preposição---R-----cla1·a ou occulta , basta notar
que ella vem sempre clara :
1. 0 Quando este complemenlo é nome proprio , como :
!,1.ilão matou a Clodio;
'i. 0 Qua11d� {! um pronome, ou um demonstrativo .,
ou um possessivo, como:
Que vença o sogro a ti, e o gento a este.�
Ru-mecão anirnai-ct me reprehendia a os seus;
8. 0 Quando é um conjunctivo , Quem ou Que , como !
A.quern, 1Jossa ou'Sadia tanto offende:
_4u s que chamoit a este$ tambem justifico"' ;
4,.o Quando é um terminativo geral ou particuJar, comu:
E u1n a, um nos {oram derribando a todos:
D. loiio da, colgadura fez reparar a 'muitos;
[,. o Quando é mesmo algum substanti,o comm�un , ma�
jnycrsa a ordem da construcçào, como :
Cornba. Íe ao fraco espírito a, dór anüga :
G. 0 Ouando é mesmo algu1? substantho com1!1um, em
(;ertas proposições, na ordem d1recta da_cc�nst�·ucçao, co1�0:
,_ E conio visse a itm que era inJuriado, o de/en­
de·u ; e vingoM a o que padecia a injuria , ma•
.taniÚJ a o Egypcio.
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110
Oiia , se , corno fica visto , a preposição rege sempre o
complemento objcctivo , quando é um pronome , um
demonstrativo, um vossessivo , um umversal, um parli­
lilo , um conjunctiro, ou um nome proprio, ou mesmo
11111 substantivo commum , na ordem inversa da conslruc­
DãO , e em muitos casos na ordem mesma direr.la ; por
que razão, sendo cm alguns casos sómente tal compi e­
mento um substantivo commum sem preposição na ordem
<lirecta da conslrucção , se hade desta excepção formar :1
1·egra de que el1e é rigido do verbo activo e não da pre­
posição occulta pela cllipse?
Isto é claramente um erro de rotina , dos que ignor::m
<lo a philosophia e o genio da lingua, o seguiram sem
altender que nestes casos em que a preposicão está oc­
culta como nesta proposição:-O justo não teme a morte­
elJa apparece na decomposição logica do verbo deste mo­
do-O justo não é temente a, a morte.
Esta ellipse é tão natural , que , as vezes, co1n o mesmo
verbo activo ou neutro se usa do complemento com a pre�
posição clara ou occulta como nestes exemplos
Do verbo activo :
Amae a vossas mulheres;
Amae vossos filhos ;
Do verbo neutro .;
Vae com os filhos a entregar-se ;
Vae entregar-se com os filhos.
Os latinistas , que accommodam os complemenlos da ljn­
gun portugueza aos casos da latina, diram talvez a seme­
lhança dos verbos latinos com dous accusativos ', que té­
mos ve�b.?s com dous complementos objectivôs, como nestas
propos1çoes,
A ki faz o honiem e$cravo.
El-rei nomeou a D. João Vice-rei.
�as ahi não ha senão uma cllipse do verbo ser na pri­
meira, como se se diss·esse--·A leifai o !tomem ser· es-

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cravo-e da 1n·epos1t:ào parti na , segunda como se Sú dis
sesse-El-rei nonieou, a D. João pa-ra Vt'.cc-rei.
O verbo acf.ivo ou neulru , porque envobe em si nüo.
só a uflirma9ão , mas tambem 0 attdbuto log1co, q.ue é ttm
dos termos da relação neoessaria ou accidcntat enlre clhl,
e o outro que faz o seu complemento , ê o termo t'ci dn
to1los quantos reur1e em torno de si , fazendo appareccr o
seu suj�ito incluido nó seu attributo , c�mo tH',entro com··
mum de todos os complementos que a cUc se prendem \lOl'
suns relações , formando outras tanLas pl'Ol1osições par..
t'iaes e distinctns, confundidas na·. principal. Assim toman­
d.o pQr exemplo o verbo comprar , notamos as sc�ui11tes
relações, constituindo cada uma sua proposição.
1. 0 A relação entre o comprador e 'a �cousa co1nprada
como:
Comprei um, livro.
�. o A retaoão entre o comprador e o vendedor da co1,1sa,
t;).
úí)lHO
Comprei a um livreiro.
3. -0 A relação entre o comprador e o tempo d� aompra.,
romo:
C01nprei este an·no.
4. o A relação entre o comprador e o logur da compt·J,
como
Couiprei em J?rauça.
A relat�ào entr� o comprador e o pre��o da f;omp;:·,t
como:
Comprá 1wr déz niil nis.
A relacã.o entre o comprador e o mod.o da cnmp.rJ

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a·\ssim (OlnO a Et.ymologia tom S!Ja'.;; figuras de dicção '
�1::12-im tamlJCm a Syntaxe tem a� f,u:-is de construcç}o.
A Syntaxe Figurada tracta da t·ornhinação das pal:n 1\L-.
por certas regras excepciornws nu p:i.rticnlarc::; , dand,-i­
Ihes apparencias de incorrccta. Esta apparencia procede:
primeiro da falta de alguma palavra q11e facilmente se cn�
tende t segundo da sobra de alguma palavra, que se lhe
accrcsscnta ; terceiro da deslocarão das palavras que s,�
lhe elevem ant.epor. Daqui trez figuras de construcrão da
propos1çi10 : Ellipse , Pleonasmo e Hi perbaton.
As combinações figura<las que se desviam de suas regras,
tornando-�,� não apparcntc, mas realmente incorrectas ,
:'.':un ,-iciosas, e chamam-se : Amphihologia, SoJecismo e
(: acofaton:
SECCí\0
}
1 .. J
_J _j •. . •

.Da Elli11se.

A Ellipsc ú a falta de uma ou mais pal:•vras <la propo­


siçào q11e se entendem ou supprern para completar-lhe o
sentido. Divide-se em Zeugma e Syllcpse. A Zougma é
a cllipso pela qual a palavra expressa cm uma proposi­
ção ou par.te della se suhcntcudc da mesma forma sem
mudança alguma na outra proposiç-.ão ou parte della. A
Syllepse é a ellipse pela qual se subentende na mesma
proposição ou parte della uma palavra diflerentc da ex­
pressa , ou a mesma de forma d1ff erente.
A Ellipse é do sujeito, do verbo, do attribulo do com­
plcme�to,. do sujeito_ � yerbo , da prop?sição, do artigo ,
,lo adJect1vo ou part1c1p10, e da preposição.
Ha Ellipsc do sujeito , como nestes casos
Sou, cidad{io brasileiro.

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F11: 111:ie vinte <h,1..-:.
lla aqzá vúas (rnctas.
E1Hend.�-se por sujeito d.a primeira proposiçàQ---Eu 1
d:t segnnda---0 lernpo, da terceira-A terra.
Ha Ellipsc do verbo , como neste exemplo :
Aos grandes males grandes 1'erned-ios.
Entende-se o verbo c01wern.
J la Ellipsc do atlributo , como neste exemplo
Os principios do Christianismo sarn de {é.
Entende-se por attributo artigos.
Ha Ellipse do complemento, como nestes exemplos
.Hei de fallar-lhe.
Tenho de 'Vel-o.
Entende-se por complemento ohjcctivo do ambas estas
nroposições, desejo ou 1,ontade ou intenção.
lia Ellipse do suieito e verbo juntamente , como :
Bruto , filho de Ce.zar, rnatou, o pae.
Eu vos prometto, filha, que -vej!WS.
Entende-se na primeira proposição o su�ito o o -verbo
-que era--assim : Bruto , que era filho; e na segunda ,
-que sais-assim: Eii prornetto a vós, que sois /ilha,,
Ha Ellipse da proposição, como nestes exemplos
Lestes o livro ? Sirn.
Diga1n o que quizercm.
O maldito do cre<1do.
Ai de ti Coroasirn.
a
EnternJe-se na primcisa proposição o Sim por esla: ,.,_•,u
o livro; na segunda esta outra : Eit tolero que digmn ele.
na terceira esta : O nialclito /alto ,/,o creado ; na rJtWr ta
esta : Eu, uie conipadeço de ti Coroasim.
Ha Ellipse do sujeito, ,�orno neste caso
1Vvssos paes erarri rt�elhores.
EnU:m<le-se o artigo os , c.oncordando com nossos paes,
Ha Ellipse do part1cipio, como: *
O livro foi por déz mil reis.

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·120
Ententle-se o parlicipio comprado ou 'l'endido.
Ua Ellip�e ela preposição, como :
1Estit e trez m.ezes e'in Roma .
.fu1'. cand·,1-/w da cidadf.
Um. frm�go 'vale dous tostõef.
Entende-se na primeira proposição , a preposição por ,
l'\Ssim : Estfre por tre: mezes etc. _: na segunda entende-­
se pelo , assim -:· Fui pelo caminlio etc. ; na terceira en..
tende•sc a. • assim l"clc a doits tostiJes.
A Zeugma é como a Ellipse ' do sujeito, do- Yerbo , do
att.ributo , do complemento , do sujeito e verbo , da pro­
pos.ição , do artigo ou partidpio , e da pr�posir,ão.
Ha Zeugma do sujeito :o como neste caso :
O prudente ·vê e calla.
Ent('n�fo-�n por �uj('ito d 1J 01.ll{I_. fl rue::mo de 1,ê, assim ;
O r,nu!fm,te 'tê . e o 71rudcnfr ralla.
lb Zc�igm�� do ...,,,rbo c0m0 ne�t.e exemplo :
llfuis rnfo srr do qu,e parecer.
f.nternlr-�r 1,,st.::t. co'llpnra,1ão o mesmo Yerbo vale assim
fttlwis 1Yt.lP s11:r .• 1Jo q11,e 11ale parecer.
Jfa ZPr:�m:i d 1) uHribnJo , como neste caso :
Eu, jrl .�(JU, , e tu ainda has de ser pae de familia.
Entende-se p0r attrihnto da primeira o da seg,10,la assim:
Eu, jfí sou pae de familia , e ltt ainda ha.s de se-r pae de
fanu'lirt,
Ha Zeugma cio complemento, como neste exemplo
Deus creou e abençoou o lwme�n.
Entende-se por complemento de creou o me�mo de aben..
-�oou , assim : Deus crt,ou o hornern A e Deus abencoo-ir, l-
'1,omem.
lia Zeugma do sujGito e verLú , como nestes ca�.v:;
Deus creoit o Ceu e a ten·cL
Pedro é' sabio e rnodesto.
E'i1tend.c�so o mesmo sujeito e verbo _junt0 JJil pr]mei­
ra, ao complemento ter--ret , e ri;1 ::;8;·aüc.i ,,,; :�-u.cibuLü rnD-

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1.2 l

tle.slo , tas�ün : Deu;;, Lteou o {;1:,u, e JJca::; c1'cuu a terra ;


Pedro é sabio , e Pedro é prudente. ,,,
Ha Zeugma da proposição, como neste exemplo :
A alma é immurtal, ou não ?
Entend�-�e junto ao nâ'o a mesma proposição , assim.:
A alma e 1..1nmortal , oit a alma nãu é immortal? 1
Ha Zeu2·ma do artigo , como neste caso_:
A fé , esperança e caridade.
Entende-se o artjgo junto a cada, nome, deste mo<lo,:
A /e , a ,!spcrançc� e ce caridade.
Ha Zr.ngma <lo adjectivo e participio , como nestes casos.:
Eu eston prmnpto, e tu não estás.
Ett soit formado, e tu n o és..
Entende-se : na primeira o mesmo adject1vo , assim : En
estou, prompto .J e tn não estás prompto; e na segunda o
mesmo participio, assim : En s01t formado, e ln ntw és
formado.
Ha Zeugma da preposição , como neste exemplo-:
O cathalogo das pa lav'ras e vhra$es.
Entende-se a mesma preposjção, assim:: O rrlfhalogo
das palavras e o cathalogo das phrases.
A Syllepse não é corno a Ellipsc e a Zeugma, e por
jsso a reduzem a trez especies : de pessoa , de genero
e de numero ; mas nós entendemos que a semelhan�a da
outras ella é do sujeito , do verbo , do aJtrihuto , do ar­
tiC!o , do adjeclivo ou participio e do substantivo.
UHa Syllepse do sujeito , como nestes exemplos :
Eu e elle somos amigos.
Parte dos soldados morrera-m.
A qudle corneta é i'.nsigne.
O lingu.a era D. Ramiro.
E11tende-se Nós por sujeito da primeira ; Algitns ou
�niiilos soldados, por sujeito da segunda ; na terceira en­
tende-se soldado com quem concorda aquelle .: na q uar•
ta entende-se honwm, com quem concorda o arligo o.
Ha Syllepse do n�rbo, como nestes exemplos:

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Tn cernas as arl1?.s; eu as leUras.
J!ais podia elle do que tu. ·
Entende-se na primeira amo , nssim: Eu amo as lei-:
ras; e na segunda podes, assim do q1te lM JJodes.
Jia Syllepse, do attrihuto, como nestes exemplos
Querernos ser entendido de ludus.
Sêde justo com os contra rios.
Entende-se escriptm· ou orador por attrilrnl.o da primei ...
ra , concordando com ent.endido; liornem, ou ji,,iz por nt�
tributo da segunda, concordando comju.sto.
lia Syllepse do artigo , como neste caso �
Os termos e expressões /rancezas.
Enteude-�e o artigo as, concordando com expressões.
Ha SyJlepse do adjectivo, como nestes casos :
Seus temores e esperanças eram, 11ãs.
E1·arn 1,ãos seus temores e esperanças.
O a1nor e amizade verdadeira.
O verdadeiro anior e amizade.
Certo um e outro eratn bons.
Entende-se na primeira 'Vãos, concordando com temores;
na segunda vãs , concordando com esper·anças ; na tercei­
ra verdadeú-,o, condordando c01n arnor; na qu:Jrta ·verda­
deira, concordando com amúade; na quinta homens, con�
cordando com bons.
Ila Syllepse do participio, como nestes exemplos :
Achou o segredo de sua· alma, vestida etc.
Dias já o planeta qite no Ceu primeiro habita,
cinco vezes apressada etc.
·v. JI. 1. é adorado dos brasilefros.
Entende-se na primeira Clarinda, concordando com ves­
lida ,: na segunda lua , concordando com apressada ; na
lerceara Imperado'r , concordando com ad-Orado.
NB Com V. Ex.a, V. S,,a e Vmc. se formam proposi�
�:ões cm tudo semelhaates a essa : V. M. 1. é adorado
dos brasileiros.
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SECCÃ.0
.. li.
.1

Do Pleonasmo ..•
O Pleonasmo é , ao contrario da Ellipse , o aecresêeia·­
tamento de uma palavra desnecessaria ao sentido daJ)ropos.i ..
rão , mas propria para lhe dar graça e energia.
lia pleonasmo· :
1. 0 Quando se accrescenta o mesmo pronome, come. :
Tu a mim me falias assim.
Em nie repetido �pois de mim está o pleonasmo.
2. 0 Quando se accrescenta o pronome ao artigo, em o
prtigo ao conjunctivo , como :
Quem o a elle atormenta.
O menino, que quem o afaga fJk•
.Em a elle depnis de o na primeira proposição, e em a
:depoi-s de que eslá o pleonasmo.
3. 0 Quando se accrescenta alguma palavra de signifo.
e.ação já incluida na do verbo da proposição , e.orno :
Vi com estes olhos.
Em com estes olhos depoig de vi está o pleo�asiD<l.
SECCÃO 111.
J

Do Ilyperbaton_,
1
O H ,1 pcrb1iton é a deslocação_ das palavras de uma p'�o•
posi�ào ou plirase _covtra a ordem naturaJ de sua dts.�
:po�id10.
Ila II vperbaton
1.o Nas pal:nras qnandn se intrrrompê a ligação 1u.­
1

tural dellas , mettendo- se oul1 as. :w permt�io para dar m�is


graça e e]egancia, como :
Se não fossem seu,s, todavia disfí.nctus çetifl:m.entos.
As palavras-seus sentimentos �e :-:;;par;:ri h hv�-
perbaton, para metterem-se de permew as--· ruc 1'' ,s
ti netos.
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·2. o Nas phrases , quando se antepõe e pospoem as
palavri1s contra a ordem natural , como ;
De repente ao dia alegre e brilhante da Zona for..
rida 1uccede uma noite universal e profunda •.
Sem H yperbaton seria :
Uma noite itniversal e profunda sitccede de repen­
te ao dia alegre e brilhante da Zona torrida.

TITULO -III.
Das Contbina�,õcs 'l'ielosas •

Sam viciosas as combinações de palavras em que se con ...
fundem as relações das cousas, ou senão observam as leis
gcraes e especiaes da construcção, ou se violam as leis
da harmonia na consonancia dos vocabulos.
A confusão das relações das cousas chama-se Amphi­
bologia ; a preterição das regras de concordancia e re•
gencia , solecismo ; a falfa de harmonia ou consonanc:a das
p 1larras _, Cacofaton.
CAPITULO I.
Da .4.1nphiJ1ologia.
Dá-se Amphibologia :
1. 0 Quando se não pode hem distinguir o sujeito do
complemento, como neste caso : Ama o 1Jovo o bom rei,.
Não se sabe se o sujeito é povo ou rei.
�- 0 Quando se usa do pronome Elle, e do acljectivo
Seu,, de sorte que pode ter diversa applicaçào , como
nestes exemplos : Ilyperides únitou a nemosthencs en1
tudo o que cllc teni de bello; l'alerio foi á casa de Li'.­
sandro , e la, achou scn filho. Não se sabe bem se clfo
é Hypcrides ou Dcmosthenes ,, e s e seit filho é de Vale..
rio ou de Lisandro.
j_ 0 Quando se usa do conjunclivo Que ou Quem scn1
se $,U)cr a quem conjuncta, como neste caso : João An"'
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125
'
tipapa com Pedro nz:ac�no , a quem o povo perstgititt e.lc.
Par�ce que qu�m conJuncta a Pedro por estar mais 'Per­
to, e e o contrar10.
4 .. 0 Qnando, depoi:; de fallar-se de duas pessoas ou
cousas, se empl'ega um adjeclivo ou participio continua...
do , de modo que se não sabe a qual se refere , como neste
exemplo : Cornélio era de opinião contraria, talvez po1·
ter dado ao pttblico o seu Palientes , antes de tet lido
Arisioteles, apoiado em, Jlint'ltrno. Não se sabe se apo1'.a­
llo refere-se a Cornelio, se a Aristctefos.

CAPITULO II.

Do Soleels1no.
Da-so Solecismo ·:
1. 0 Quando , fallando-se de dous ou mais objectos dt�
tliverso genero, a que deve juntar-se o artigo, o adjectivo ou
a preposição, se junta a um só, como : O_ homem e mn­
lher , devendo ser : O homem e a mulher; lJi/eii pae e mãe'
llevcndo ser: .illeit pae e minha mãe; Com os successas
prosperas e ltdver.sos , devendo ser : Com os sttccess<Js pras..
peros e com os adversos.
:1. 0 Quando se emprega a variação lhe em vez de sei�
ou clelle, como: Admiro�lhe a coragem�, por Admiro a
sua coragem , ou a coragem delle.
:J. 0 Quando se emprega se , si , sigo por elle , como �
Saiu o Grão Duque a esperal-o , e trez cardeaes eom sigo )
devendo ser : com elle.
t O Quando se usa do verbo ha pela prepo�ição a,
1:0mo : Daqui lia itm anno , devendo ser : Daqui a -um
anno.
5.o Quando se usa da preposição de em vez de desde
junto as palavras--ha muito-, sem um substantivo antece­
dente, como: De ha muito se falla nisto, devendo ser:
Desde ha niuito.
(i. 0 Quanrlo se usn de nem em -vez de não , como : EUe

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quer tndo, nem sabe o que quei', de\<enJ.o ser: Elle qner
titdo , mas não sabe o que quer.
7.o Quando se usa de cujo, precedido erradamente da
preposição de, ou junto ao nome anleced�nte repetido ,
ou em logar de que , ou qiunn , ou qual , as�1 m : O bem de
cujo Deus sabe, devendo ser : O bem, cu10 · Deus sa be;
O cavallo cujo cavallo te vendi , devendo ser : O ca1-·al­
lo que te ·vendi; Pedro cujo é teu amigo, devendo ser:
Pedro que é teu a1nigo.
8. 0 Quando se concorda tl1n e outro , ou nem 1tm e
nem outro com um substantivo do plural, assim: Um e
cnttro Arceb1:spos , devendo ser: Um e outro Arcebispo.
9. 0 Quando com os verbos Ir, Vir, Chegar se usa da
preposição em em vez de a, assim : Vae na Asscm,bléa,
por Voe á A�semhléa; Vim no meu sitio , po1· Vún (to
:YJ:ieu sitio ; Cheguei no Recife, por Chequei ao Recif'c.
1 ü. 0 Qnando se emprega no finito o verbo que deve
por-se no infinito , como ; Chega faz raiva, devendo ser :
Chega a fazer raiva.
'11. 0 Quando se usa do verbo h.a por havia, para ex­
primir um tempo pi1ssado depo;s de outro anterior, como
neste caso : Ha dou.s annos que eu estava na côrtc , quan­
do de lá vim , devendo ser: Ilavia doiu; annos etc.
'12. 0 Quandb se usa ua Jjng-uagcm chamada composta
tlo verbo Ter com o supino para exprimir um facto ou
acção não repetida , como quando do que foi uma vez a
Fraça , se diz : Tem ido á França, devendo ser: Foi á
.Franca.
tfO Quando se usa de verbos oppostos com o mesmo
compicmento, fazendo um sentido absurdu, como ( falland,l
da solierba) : A religião censura e ao mesmo tem,po enshut
o remedia CQntra este vicio , devendo ser : A religiãn' cen­
sura e�ie -vicio , e ao 1nesmo tempo ensina o remedio con•
tra elle.
14. 0 Quando se _usa· da primeira pesso� do conjuncti­
\"O dos verbos pda pruue1ra pessoa do preterito, como : An­
elemos todo v di'a , devendo ser : Andám,os todo o dia..
15� 0 Quando ie usa do verbo apassivado com se no:

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s_íngular com o sujeito no plural ao modo l'rancez, como
Pe�-sc duas posturas para isto, devendo sQr; Fi::;eram,­
se duas P?Sltwas pani isto; As palavrai; qite se qncr /á:.,e,-,
sob1'esahir, devendo ser: ,1s palavras qne- se quer {ltrcr
sob1�esahú·em. ( 21 )
1 n. 0 Quando, rompendo a ligação das palavras se entro•
mettem outras que perturbam o sentido da proposição�
l:omo neste ca!-o : Esta a lçad_a foi occazião de mitilo des�
yoslo ao Arcebispo e muita despe.ia , devendo ser : F'oi
occazião de desgosto e despeza etc.
J 7. 0 Quando na collocaç:io das palavras se põe em pri­
nie; ro logar, com ares de sujeito, uma que é complcmen­
f o, fazendo por isso procurar um v:erbo que não ha , como :
li'clippe, tendo rnandado pedir itma cousa justa aos La­
cedemon.Jos , lhe responderam: Não , devendo ser : Tendo
Felippe mandado pedir etc.
18. 0 Quando se repete o conjunctivo q-ue junto a cada
complemento , como Não deve o hmnem., ter mais que
nm, semblante e que uma palavra, dm,endo ser : mais
q,u,e nni semblante e uma, palavra.
·l 9. 0 Quando se repete a mesma preposição com outro
lermo de relação , como : Tenho 11ivido sempre com elle
com a mesnia cordialidade, de\·endo ser_: Tenho vivido
sempre com elle na, mesma cordialidade. •

(21) Este erro tem nascido de traduzir-se erradamente por se�


variação de elle, sempre complemento, o on francez, contrac�ão
ou co_rru�çà? do a�tigo hom , (h�mem) semere suj_eito, se�undo
o sab10 Frei Francisco de S. , Lmz no seu (:i-lossar10. Datu nos
pa1·ece ler nasci.to o idiotismo classico formado do verbo Ser e dos
verbos neutros Estar, Ir, Dm·mir , TrabalhtJr etc. , fazendo' lin­
guagem impessoal com se de�te modo : Como se é assim, Está-se
firme , Assim vae-se aos astros, Dorme- se muito, Trabalha-se pou­
co , em vez de : Como o homem é assim , O homem está firme ,
Assim o homem vae aos astros , O homem dorme muito , O homem
trabalha pouco.
Parece tambem que a linguagem pa;siva formada dos verbos
activos com se • como : Aqui come-se tom doce, foi dirivada me­
nos rP.fletidarnente da linguagem reflexiva,,, como: Pedro feriu-se;
e por isso sabe o idiotismo classico ; pois não podemos dizer : O
doce come-se a si, como dizemos: Pedro feriu-se a si.
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128
20. 0 Quando 'se accrcscenta unia proposição particu­
lar já expressa na geral , como : E o homem ,nais virtuo­
S<> que conheço , e tem probidade. Quem- diz vll'tuozo tem
dito probo� ·
21. 0 . Quando se ligam muitas· proposições parciaes
pelo conjunctivo que repetido , fazendo um soido e con­
strucção fêa e desagradm,·el, como : Corrige estava taõ sa •
fi'.sfeito do·que oiwia a Rafael, que imaginava que era
1niste1· , que o artista , que fazia taõ brilhante figurà no
mu,ndo, devia set de um merito superior. Deve-se dar
outra construcção para evitar esta repetição.

CAPITULO Ili.

De �acofaton.
Da-se o Cacofaton :
1. o Quando se juntam palavras, que , sendo em si sem
defeito àlgum. produzem um som ou sentido mau ou tor­
pe, como : Uma ata racliada.
2. o Quando se separam palavras que devem estar jun­
tas, de que resulta um máu som ou sentido , como •
Tem meias de tnitlhet aberta�

f S; A parte analytica deste compendio de Gramma­


n1atica philosophica , segundo os princípios nella conti­
dos, só será publicada, quando for reimpresso_, se mere�
cer a approvação publica.
,1

Fli\J.

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