Professional Documents
Culture Documents
Manuel Soares Da Silva Bezerra - Compendio de Gramática Philosophica
Manuel Soares Da Silva Bezerra - Compendio de Gramática Philosophica
DE
GRAMJIATIC! PHILOSOPHIC!
POR
lliiiiiiiiiki:191 ;u
Á. VENDA.
NA TYPOGRAPIIIA SOClA L
Publicando este Compendio de Crammatica philosopl1ica tão
extranho e excentrico de quantos ha ahi sobre esta materia �orno
se vê, estou tão longe de presumir ser um trabalho bem ac�bado
que pelo contrario o julgo tão imperfeito, <1ue <1uasi tenl:o po;
('erto o descredito, em vez de applauso, assim por seus defeitos
como por suas novidades. l\las, sem embargos disto , tendo es:
tudado e meditado mui attentamente os que tew merecido mais
::ipprovação e nomeada no ensino publico, não julgo esle meu in
digno de entrar em juizo e medir-se com elles.
Digo isto, por que parece-me-incontestavel que , quanto se ha
escripto sobre Grammatica em nossa lingua, não passa de modi-
1icações mais ou menos bem assombradas e il111sorias de dous gran
des erros, que por sem critica e sem reflexão tem passado desa
percebidos até hoje. Fallo da philosophia sensualista, que occu
pou o vasto imperio do mundo , e da imitação servil da lingua
latina, que tem dominado a nosi-a.
Aphilosophia sensualista tem materiali1.ado a idealogia e logica
da nossa língua , e a imitação servil da lingua latina a tem escra
'Tizado de tal sorte , que lhe não tem deixado mostrar a sua índole
o genio natural e proprio.
Quer-se por força que por ser a lingua portugueza oriunda da la
tina teuha o mesmo genio e natureza , e seja sujeita ás mesmas
leis de classificação, de conjugação e de construcção e regencia ,
esquecendo-se que a latina, filha de uma philosophia barbara e
caduca, não pode acompanhar a philosophia moderna em seus
progressos, e modificar-se por elles por ser lingua morta, para ter
direito de submetter ás suas leis uma lingua viva, que no correr
dos seculos se tem vindo transformando e aperfeiçoando 11or estes
mesmos progressos.
Não se desnega a nossa lingua dessa filiação ; mas tão outra
,;e acha, não só por seu caracter proprio, corno por suas trans
formações, que todo o seu parentesco com a latina sa reduz ao
etymologico e orthographico , de que o uso pela pronuncia a tem
em muita parte dispensado.
Os artigos e as prepc,sições da nossa, substituindo os casos da
latina , a tem constituido com feições e caracter tão proprio nas
suas conbinações logicas e gràmmaticaes. que é força cousideral-a
corno emancipada, vivendo vida propria na sua independencia
e soberania.
Pelo que escrevi , se deixa ao menos entrever, creio eu , <1uc
procurei libertai· a nossa lingua dessa servidão que nos l�garam
os antigos classicos , os quaes,. como disse o grande Fr_e1 Fra�
cisco de S.Luis no seu Glossar10, por falta de estudo p�Ilosoph1-
co da lingua, cahiram em muitos defeitos no que respeita � 01·
ganiza<;ãe da phrase e discurso, que hoje seriam erros gt•aycs, e
ialvez indesculpaveis.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Co11Lo, 1,01·em, <·.om muita cxLr:rnheza o c1·i1ic:1 pela innova�·�o �
í111.roducçao de urna Etymologia idt.mlngica, e Jc uma S)'ul:1.u! lo
�ica� mas ê preciso saber- se que primeiro tractou da idealogia
Soares f
ilarbosa ua sua G1·ammaLica pliilo,ophica, somente com a
dif e1·cnça de lhe nào dar o 111H11c ., como lhe dei; e delle mesmo,
�tem ••r Charma na sna Lingu,4gcm, tirei auctorização para ad
rnittit· uma Syntaxe logica , por c111c eu. tendo _que uma suppõe a
outra. De mais, o uso da Analyse log1ca exige, em meu pare
cer, uma Syutaxe logica, ale111 ele que, se a Elymolo�ia idealo
f;l'tCa funda-se na id,--a que :1 µalavra encerra , a Syntaxe logica
deve fundar-se no juizo 111w e11ct.�1·ra a pa·oposição.
:\it0 1lu,;iíio ,111� t.•11 1.c!uh:. anal comprehendido e mal harmoni
z:ul11 o ,,ue i11tl'01ln1.i do uovo com o ,,ue adoptei de velho ; mas
uao sel'ei o primeiro a •1uem isto tenha succeJido ; e mesmo ,
qu-al é a obra, ainda de grandes homens, que não tenha sido
arguida destes e dê outros tlel'eítos?
'necouheço o meu atrevimento por emprehender o que na ver•
dade é superwr à minha capa<'idade; mas entendi que sem esse
att·evimento não pode haver progresso no que domina a rotina.
Quiz tirar delia a nossa lin3ua, chamando á attenção dos sabios
so11n� as iu111,va�.•i�s ,111e fiz, e creio que obrei bem; por que dahi
pode nascl'r uma discussão luminosa, t(UC lhe avroveite muito : o
11111• me 11ao sucfetlcria , se me limilass•� como os outros aos Tra
ctadiuhos de r,alavras, que estam em moda com as novidades.de
algumas subttlezas e argucias.
Não me 1w•·•luar:'1111 us criticos, estou c.�erto; mas a quem per-
.:e
do�ra rn elles 1 Não espero ser a e.xce-11çào: ucm possivel; por.que
Deus deu ao homem a v.,rietlade no pensar pava convencer a
ca ila um da fallii>il1dade da razão ind1vitlual , e suj;eital--o á r.aião
isOcial ou universal. Mas deslingo os 11uc criticam com bom seq�,
r, civilidade por amor so111�ule da sci�ncia, ctos que criti-cam, de
1u1fo por dh·t!rLir :t sua 111alig11icla1le habitual ; dos que tudo cri-
11cam, por •tt1í! !!e presumem os uDÍC'OS cap:,ws de fazer cousa ir
refJl'f!heusivei ; e tJns c1uc· criticam de tudo, por que não pod<tm
,-1111 sul iuve.ia soffrer que outrem faça o que etles não pode.lfl
f:izel' :\ ,\slcs só esta resposta: Censurae os erros; mas,eusinac
a Nnenda; por •(t&e do co11tr;1rio, nào salJeis o que dizeis.
0-i J1riuwim�, .•1 U•! c11.usuram so111e11to 110 i11tercsse da seieu eia ,
11�,) •;iwro 111-rn 11m per,tuem; 111.1r ct•te nâl} desejo introdu:tir Ui1
,:,rcul.u;:�o 111uella fai.s�, µor \"Cfdadcit:a;·1•do coutr�u·io ·lltHt1jo o seu
, ,mcm·so para a11et1e1çoa1• es1e meu trabalho por ao:wr da no�sa
motid.1111!, a ,11wm o 1JtJicu no intuito. de libertai-a .do la1iui1nu,
que Ut;;S m1z at1·asados.
fortaleza 2., ,fo Des,e��bro 'de.t.861-1
.8ftHtnt,· 'Soof'etda ,sa,,;a;,11,ae,·nd·�
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
DA
LINGUA NACIONAL.
l)efính;-ão .e dl'1·i8ão.
A Grammatica é a arte que en�ina as leis da expres- \
são _d? pensainento por palavras.
D1v1de...se em geral e particubr.
A Grammatica geral ou universal ensina as bases es
scnciaes da linguagem cm to las as linirm1s.
A Grammatica particular ensina as bases essenciaes
da linguagem com as modificavóes particulares de uma
lingua qualquer..
O vehiculo do pensamento ou da idea é a pa1avra na
Grammntica universal, e o vocabulo na Grammalica par
ticular.
A palavra é a expressaõ .. geral do pensamento por sons
articulados.
O vocabulo é a expressão parlicLtlar da idéa lambem
por sons articulados.
Desta synonymia vem confundirem-se a palavra e ovo
cabulo no uso commum.
O som simples ou articulado que não é vehiculo de
alguma idea uão é palavra nem vocabulo; porque o
pensamento, querendo fazer-se ,conhecer, procura um
vehiculo no som da voz, une-se a voz, encarna de algu-
1na sorte na voz, faz-se voz, sam ;nseparaveis.
As palavras ou os vocabulos se po1em considerar ou
cm suã unidade absoluta, ou em suas combioa�ões ordi
narias; por isso dividimos a Grammatica, segundo esta
consideração natural, em Etymólogia e Syntaxe.
A Etymologia, pois, é a parte da G_rammalica que
tracta da palavra considerada em sua unidade, n10stran�
do sua idea e· cspccie, segunJo sua origem natural, qua
lidades e caracteres.
Por ser a i!ea inseparaYcl íh palavra, como vimosr
..-w: \i."1d1'r,,-.;;;:" 17 1Y.lll') 1 0:rº
l 1,l Clll \-\:11lo ·i,,,
9J{.
0Ví•;•'\�l f'I
Ci'-�)-\.Á! V . .ló •. :�-..
lA,\l...,·';_J .,;,,
o{. L
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
!._� ',..
'
2
A Etymologia ldcalogic� tracta das id{�as, <le sua forma-
e.ão, de suas cspecies ç de �uas distincçõcs.
A Etymologia Verbal ou Matcríal mostra as palavras que
sam vehiculos das ideas, e distingue-as por sua naturcsa. por
suas propriedades, por seus genm·r��, e por seus numeros.
A Elymologia Verba� ou Material,. por que tract-a da
palavra separada da idea ,· pode considerar-se como fa 1 Q
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
8
A Analyse divide-se em Grammalical ou de Etymoloo-ia
0
e Lôgiça ou de Syntaxe , de que tractaremos no fim (t)
PARTE 1.
Da ECynaoloala .
. A Etymologia tracta, como vimos,. da palavra consi.
derada ·em sua unidade, e éo.mo velücmlo da ide.a.
Nada mais f�lso, diz o padr� Vent:ura, do que est:! pro
posição eusinada em certas escolas: <cA palavra é o signal
do pensamento. ,, O signal é o indicio da cousa, mas
não a cousa mesma. O frnno é o indicio do· fogo, mas
não é o fogo mesmo. Entretanto a palavra é o pensamento
encerrado no vocabulo,· t<u-nado sensivel pela voz, e
passando elo· espirito de quem falla ao de quem ouve ..
Por isso foi que dividimos a Etymol-Ogia em ldealogica e
Verbal.
TlTUlO 1
Da Etymolo,;IN Idealoalea.
CAPITULO L
Da formaf íio da1s ldeas.-
Depois de haver creado uma multidão infinda de dif--
( 1 ) En1endemo1 com o Sv G:1rret qu� a_ G,,ammat1ca, p�r
mais rudimentari;1 qu:, s- j 1, nâo pode prese10d1r de&l'as diYI•
fões P. partes; porque •J?z elle: .
1 CJrn a boa e bi'm ent.end1da Grammahca eslá connexa
{ P. talvez mais exachmente, á Grammatica está inherente)
a I lealogia e a L,jwa. ou- iiS artes de formar as 1deas de qut
sam signaes as J,itlavras ,,
As que temos, �am mais um brt'Ve tractado c!e p�lavras s�
raradas de toJa a 1dea, do que propraamrnte u,ua Grammata
c-a; e por isso e, be-Jhes o 4Ue disse Soares Bar bus a ne,tes
termos:
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
ferentes seres cspcciaes: uns corporcos, outros incorpll
reos, de que povoara o ccu e a terra, ercon DcLfs o
homem, composto de alma e corpo substancialmente uni
dos na unidade de seu ser, e revelou-lhe pelos scnli 4
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
da mais do que os sentidos os haviam espiritualizado ' ge-
neraliza-os, e forma a ldett,
A idea é., pois., a concepção do particular de um modo
universal. �lia é 6}ha do entendimento sem o menor
concurso do corpo.
O entendimento a gerou de si mesmo em si mesmo,
eonhece-a, entretem-se com ella, e tende a manifestal-a
fora de si por signaes, e realizal-a por acções. Este co
-I;lhedmento é o que se chama o wc1•ho,.
Assim, o sentido da vista, por exemplo,, ,o olho, formando
a especie intencional, ou a imagem d_e uma \_'li•�,, do
uma 111esn, de uma ..adeira-, sem a sua materia,
não a dispo_ja de suas condiçõts mat eriaes de logar e de
tempo. Elle vê sempre 14;lita casa, fiMta rneza, Esta
cadeira, '11estc momento, e '11este logar; entretan•
to o entendimento , despojando as imagens ou fantasmas
dest�s objectos destas condições materiaes, generaliza o
que o olho não tinha feito senão espiritualizar, e vê ahi
A casa, :�. meza, � cadeira. Assim, os sentidos nos
mostram o ser, o individuo; e o entendimento a idéa, a
esp_ecic delle.
E por est maneira ou economia que, não transmiltin-
i
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
6
ecrlo que o entendimento r.Fo po<lo formar a r.oncepç.aõ
geral, ·a idea destas mesmas cou�ris immalcriacs, nem
tornar i.utelligivel a nal.ureza dcllas sera o i'.iCU parUr11lar;
porque tudo quanto cxisle, mesmo no mun.:o tspirilual
o moral, nfío é senão pm l!<'ular.
Em Deus m(•smo. que nfw tem gcncl'o, ro:!em�lS
clistinguir o que lhe-eon-H'lli ser , ! o que_ re:llrnu.tc _l· ·;
poclemos consh�crar a sua nah1l'�_zrt separaua ;:a SH(: ·•,1s
tencia, e formar a idea dtl:t-. Qilanlo ;io n·sto :ts __--,•u
sas da mrsma orctcm espiritual e mor�-l, {, necc� sa
rio que qmiiqncr clic1� s,ja rcpresentw•n pi_ r Uill
fantasma üU imagem ;_a mesqm naltfftlzi,, pctra o '. u:.t�n
dimenlo forma,· idea <lellà. E, pois, a :J;ii\i,:n,. ou1·t ar
ticulada pela voz. quer expressa _Pela est:riptcr�. que,
passando pelos olhos tu pell)s ouvr'os, se coHoc�,. cc,mo
fantasma na irnaginaç.fo. Eulfo o cnknrlimento, oi:�a, ido
ao mesmo tempo o objecto particular 1 1ue a palav;·:1 in
dica, e o fantasma ou a mesmi; péiL1v1·a cm c1 t: '- clle
está encerrado, torm� ..o intelligivel, esse ohjcclo irnma•
teria 1, enlrelern-se com elle, olha-o em Sllas condições
un1versaes, t!iscorre e raciocina.
Assim, o l10men1 a quem �e revelou (1 verdadeiro Deus,
os anjos, as almas, bem pode formar idea rlc Deus, do
anjo e d,alma; mas nP:o JJoderá formar idca da virtu
de e. do vicio, se lhe faltar neste ponto a instrucção, se
não lhe foi revelado o particular da virluiie e do vicio,
ou não se lhe disse que tal acto é virtuoso e tal outro
é vicioso. Mas cumpre notar que. ne!s as revela(·ccs das
cou�as imrnateriaes, o entendimento não procede ror
•subtracção, como quando opel'a sol.,re os fünl<.:SJVi:s das
cousas materiacs, mas por addiçfio; porque C'�bs ten
sas immateriaes não cream de si fantasmas 1,ropriô.mcn
te ditos.
EHo tem já em si as M/·as rlc cauza e c!e t fl�ilo, da
grande e de pequeno. i <· ( 1�;,rntidadc liniitrida e ·!e QUPn
1
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
si as idens de certas cousas invisiveis, occullas Rns cou-
sas visiveh;, :;<:rvindo-1110 <lc apoio e de cauza de movi
mento, a�sim corno de outras cousas que se· sentem sem
1wdcr Ycl-as, nem apprchende1 (�s, como o ar e luz:
applica, poJs, cst�s id('aS _ú alma, e lornn intelligivr,i a
11atui'cza d c11a. hlic tem 1•leas do hem e do mal i}".l i�:o;
porque procura um e foge do outj•o: appliea, p,)is. estas
ideas aos actos que se-lhe-representam conw boas ou
nnus, e torna intelligive; a virtude ou o vicio, a obriga
ç�u r o dever. Assim, a respeito 1as co,1sas immaloriaes,
não s� formam idens propriamente ditas, ilhstrahindo o
geral do particular; mas ·formtun--so cunheeimonlos mais
ou menos cxados daci cousas p:;,rtieulares da or·,e.a im
tnaterial, addiúionan lo-lhes as concepções geraes, qt1e se
tem formado por occasião dos fanlasmas das cousas da
ordem material.
Revela, porem, saber que, quer os ohjertos mnteriaes do
quo se forma i!ca, quer os immateriat-�s de qae se
forma o conhecimento naõ existem na abst:-acç00 e
no geral, mas no concret,> e no particalar. Assim, na
ordem incorporea, não existe anjo, mas sim a11jos; não
f;t/.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
8
especic; e segue-se tamhem qne o entendimento não
percebe nnm pode pPre-eber direclamcntc as consas �in
gulares, mas sim iudirectamente e de uma maneira re-
flexa.
Assin1 s) operou e opera a 1·evelaçfl.o do mun(lo fisi
to pelos sentidos, e a do mundo moral pela palavra 011
ensino, que tem passado na tradição c9mo um fi:lei
commisso de geração em geração, aLravcs dos scculos,
em todos os povos do mundo; mas é preciso reconhecer
no homem uma faculdade indlspensavel para recebei-a.
Esta faculdade é a fé natural, assim no testemunho dos
sentido� como na palavra de Deus, e na dos nossos paes
peJa tradição; fé indispensavel, como o meio para o fim,
corno a condição essencial da vida indivirlual e social,
da vida tisica e moral; porque, som ella, o homem não
poderia confiar-se e julgar-se seguro no commercio e
communicação diaria com os outros, nem aceitaria por
pevcres os que é obrigado a cumprir. ( 2 )
CAPITULO li.
lias tllfferentes especles de ldeas.
Considerando, de preferencia para a vida, o ser ma
terial, por ser o de que o homem forma primeiro e
mais facilmente suas irleas, notemos, em relação á Gram
rnatica, quaes as que elle nos offercce , assim na
sua unidade, como na sua multiplicidade.
Considerado na sua unidade, na sua vida intima o
·�soluta, o ser corporeo nos offerece dous differcntes
aspectos ao entendimento: o seu exterior senshel '
e o seu interior insensivel, involto nesse exterior.
Deste exterior abstrahe e forma o nosso entenrlimen
to ilmumeras e variadas idéas de suas diversas qualida
des, patentes aos sentidos na sua natureza, como: ir-o li
do, ffutdo, �u"'uz�i; na sua forma, como: tlel-
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
10
ú.•rccc .mais ao nosso cntcndimcn to ns stws rcl;L:Ci(�:-- •
as suas modificações de aer,.aõ e de paixaü e as sw., tir'
curnslancias.
As rela(:õcs snm corlos Yinculns ii1tdkcluncs , que
lirram
;:, os seres, ,.uns aos oui:rns.
- Ella:.; ��;u:i innun1t!ril-
,,eis , e para excmplHicarmol-as , notamos as. de nume-
ro como : urn <t e/les; as de tempo d dernnnado , to
mo': em u,n instante; e as ele 1ea1po indeterminado.
como : eni brn-'e; as de lugar , como : em no,na ;
de França, por I-f espanha, a J >urtugal;as rlc cornpa
nl11a • eomo : - um con;. o ,)utro; as de posiçaõ ,·crlical
como : sobre ,-/le, svb rlfr; ns de posi(�Jõ orison tal,
como : ante elle, aprn. e/le: as de posi(,aõ media ,
como : entre elle.,; as de c;1ma, como: por y,lf,,,· as
(!e modo, como : coni geilu. D:.:qui se-Ye que a rcla
çaõ, expres�o 11111 dos seus tonnos,., chuma pelo outro.
As modifica<;ües de ncçaõ e de paixaõ dos seres sam
t�mbcm innun1: 1 raveis � eomo as rclat;ões ·; -por q11e as in
'tolvern debilixo de outra forma. Exemplifieandu-•as, no
tamos as de acç.aü corno : a11u1ruto aborrrcrndo len•
do eJcref,,ndo, dtrigirulu etc : e t!Stle pJix;iõ, como:
an1ado, aborreci.do· /1du escrip'o 'tii, igido Cum
pre notar que dislinguirnos as rnoüitkações de aeçaõ
das de pabaõ, cxprimin 1o aqudlas pcks parliciplos
aclives, cestas pelos 11eutros.
As circumstandas dos seres sam innumcravcis corno
as relaç.ücs; por que lam1 cm as i11Yolveru debaixo de
outra forma , o podem cxcn:plificar-s;c ;:s de Lcmpo,
como : hoje !wnt,· rn, amanhã �:s ,!e. lugar , como;
aqui, ai/,,. acolá as do cp1antidadc, 1·unw : mais D
meflO, aJ.!az-; as de modo , como: siln, riaõ, so�
mente
Assim, lemos ·as if1 rns c1c relacélfi, de modificacaõ de
acçaõ e de . paixaõ e de cin.·u rn;taneias.
lleleva, porem, obs(•rv�r que assim, corno a substancia
as qualidades -- e a distinctaõ se corn'ljilam e reunem n�
ser, assi111 tambcm i:iS n la.!,'.ôcs , as mod ifiençõcs de a1•
çaõ e de paixaô e as circumslancias se comlJ inam o rcu �
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
1l
•
nrm no Yerbl> , romo: ama. ar.zou, amara', cm
qun se no:a um dos lerluos da rclacf•o chamando
pelo Oll tro' a m oJHicaf)àL> elo aer;,Ctü e a circnmst;uncia de
lempo.
Ua Lima onl:-a cspeci(� de rrh1çõcs, que sarnf nrnis pro
Jl!'iitS do discurso que do pcrisaniento, ouf ncrtenccm
mais ú raenldado de l"allar que de pensar;· e p·or isso se-•
di�ting·uem umas tias outras por ful'mas diffürcntes; e
sam de müfío, como:· ua,a ,� u141•◄•; de scparaç3o, co
rno:... UH! ou out.:-,!; de oppos1çüo, con10 :- util,
nut§ detiii,��u•'l"'t'n1endc; de cauza, como: §n,t1e,
JtOi!ii a1n·cndcn; do comparaçaõ, comó : a��hu.
Hn. Ce1·1·a t•ouu11· no ct,o ;- de condição, como:
le,·a �1� ,. U("ll"C.� ele,
Assim, pois, alem das idcas das relacõcs··· naturacs, te
mos lambem as desta.., rclacões artifieiaes.·
Corn estas di·vcn,i:ts cspcéics do idcas, hem ou mal
descriminadas e demonstradas, se forma o mecanismo
da iia b0 ua orcrn ' do c1uc {Jassamoia tradar, começando !)ela
1
TITULO !I:,\
oa·· li�tynao!o�iai· '11 c1·J1ar
CAPITULO 1.
llJa ori�een' da IJi ...#;;••••1.e111.
Da necessidade ela fé natural para vida social c'mo
ràl, s�-c·!wg1 (1 coffsoq 10ncia nccmsaria de que, dan
do Dt)lts ao homem, alem da faculdad1., do pensar, a
de fillhr, nfto lhe' po !cria fazer conhecer aif' cousas cs
piritLrncs e mnnic- sem lho ensinar primeiramente �s ba
ses essent'iacs da Ung,,:1gcrn, pela qdal o co_mrnut�tcasse
ensina11d )-lh-c a com nu nlcar com os oatros;· e rnstrurndo-o
de suas perl'ci1)ôes, de sua sobora1liá 9 -_de sm� lei, e elos
deveres· e dcslinus delle; pois que Ol"il 1mpos�1vcl �o ho
men.1 inve11lal-a 1 por uão poder elevar-se a subhme e
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
•
inromprclwnshcl ,Hra de 11oclcr cnccrr:-ir e, pensarne:ilo
na ,,oz, q uasi c9car!_wl-o nclla, e passai-o aos ou lros.
Não ó mesmo pos�ivcl crer que o homcn� lenha, por um
feliz acaso, pôdirfo encontrar n_as profundezas de s�ia
alma essa parte misleriosa do discurso, que se chi1ma
0
_,.. ,�.1·bo < Ycrbo Lrmporario, que ó todo o di�:ctll'··
1
-· )
n:nndn, 11a f''! f �i,:1 idw1tidad 1\ cbs r,uh�J1�s dei la, id,)nti-
cn� no e ..;:,;en,·1,,• 1 , ego, , 1 1111�ri..mks nu <l ·c,d. n'.al. No pl'I)•
• l'f'
•
"
Todo o mflc:1ni�mo da lingna;r,em compõe-se dP drz es-
r,, .:,_,s d,• 111 1 :.,�T s de qne li�i.l n ih, l 11µ;1.ws sem tH�.,:--,
a \·n. [itle,·j,,,_r.-·o, Snb, 1nnl1ro, Pro,wme, Atl-1g,,_,
.d J/111 1 0, Prepo�i_ rrio, Pw t1.,:,:p io, Aave,hio, Verbo
e l'o11 i 1uurrio, n.1t'.'e�p-, n dc'nlt•� ou 1�x1n·e�f.i 1 :-ts UliS :�en·•
timcr:Ls e d;is jdeas de � r, de qu li.lide • de ,ru.-rn·i•
ciadt�, de il;stinc�·:1J, ,lt' ,.,,iacfw, de UlJd:fi��.çàJ e <le Csi'
(Un!s:;111cia, d,� q··e já t a t i�1111s.
A I .il1'l'.IPirüo é a expres� ào • a palavra da s.:- nsaç1.o
ou 1hl �c) niimento, mndif ic:1da pel,l ge�to com �<-'u . c
fl'nt., !nn:eo, quP varia ('rn s·rns esr,Pcies, como: Ah I
e�i � rl' �:"111 de p1-;1zC!' : ..4, .' 1·xpre�:--ào de dor ek.
O :-;uL�ti.lr.f i'n • loma,io de rwr si só, é uma expres
f;1,, indis! iw ia, é a pa'.:n, êt ai1 mrsn�o t.w, podo ser e da
id:.•tt, d.; ser n'rd 1.� do -�f'1• lo,1ico. d, 1 inAimrl/1,> e 1fo ( SJJC• J
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
·me.,rt: já com :tlgnrn <1os ronjunrli\'C19 rara tixpr,mir •
r, r�:i n, o ser r,•:il, o indi,iduo :m;;r111<·, corno: O /lo�
""""' ,!e quem /últd, A cflsu. cujo dono l:,.., A m,•.�a 'iUlJ
c•1111p1·ou; C iú C,H!l :, prcro�irao-dl'- Sl'lll d s:u11 r�·w
(!p 1 1 r,·H.�::çn r�u �iU�t•r1ria , cu1110: F,//w dt: .l >�.. lro, L'CJm-
rcn,//o tle r1r11nunolica. ele.
. ,.
· P tl1•111 1 itrlil'.uli-J'iz;,r-�r. j,l'lr.� ,!1•nwnl-i:r:11:"'1s M; ll'lll·
11
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
17
í,1rlicul::.1r. ou �cral, nc!fl o individuo nem a idéa, mas
S'Jmente os movuncntos d alma, as suas sensa,.�ões, as novú
outra� palavras que rcslarn se-reduzem a cinco: Substanti
vo, Artigo, Adjectb;o, Verbo, JJrepoJiçr;(>, ou somente
a trcz: Nome, Verbo, e Prepoiição, comprchendendo no
voeabulo -Nome- os lrcz: .",ubstaraivo Artiao Ad..
jPclifo, como fi.�z Soares B�rbosa; porque o ser expres-
t,• •
SECCÃO
.. li .
Do S11ht11tantlvo e de &1101 espeeles.
O substantivo é a palavra que exprím� u�_ s� r, ou
uma idea de um ou de muitos se res, e e f�c1� d� co
nhecer iuntando-se-lhe qualquer de seus d1stmcttvoIs,
geral oÚ particular, como; o _C?�1, a Terra, a Luz, e.� �
Alma, esta Razão, esta Opmmo,, a Ordem, a Amiza
do, esta Questão, esta Sentença.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
J..i:·lle sc-di vide cm lrcs espr.cics: pro pr io, con1 n1 um,
e abstracto.
O proprio exprime um só individuo, ou a idea de um só
individuo de qualr�r cspccic, como: Ped 1 o, J> aulo.
Joiio �·, que sam proprios de homem; líorna, Frnnço,
B ra.rll & , que sam proprios de llcino ou lmperiu; B u Ilia.
(;'earà ,Jl aranhão�, que sarr proprios . d o cidades;
Arrlajonas Jaguariúe /Jtbuibf &, que sam propl'ios
do rios;/ biap, ba, Borburerna Arata11ha &, que Bílin
pr'oprios ue serras; e assim os de golfos, de lagos, etc.
O commum exprime uma espccic cio individuos da
mesma natureza, ou um genero de espedes do indivi
duos diffc·rcnles, corno: Arara, JJlarr,-ca, J>,·iuca, /Ja
leia, J'ainha, Cor à, Cedro Ra!J·amo, Jucà &, que
exprimem, cada um, sua cspccie de individuos da mes
ma uatui·eza; e Passar u Peixr·, A rrort- & • tine ex pri-
1ncm , cada �11n, muilas cspcci JS de individuos ,do dilTc
rcnics formas; porque An•vre, por ex., exprime ftdro
r1ue ó uma especic dos mesmos individuos desta forma;
_{,1vxprlme Bal.\amo que é outra cspecic de individuos
differcntcs da fl'Ímoirn: exprime lucà, que tambC'm ó
,outra cspecie d,c incli:viduos diiferentes das duas primei
ras; e finalmente exprime outras muitas·.
Por esta distinc(.�âo devemos chamar espcciaes aos
.primeiros e seus semelhantes, e gcraes aos segundos e
oulros taes.
Cumpro, porem, notar que podem ser mais ou rncno�
geram,, isto é, uns contem mais, outros menos.
O abslracto 11ão exprime mais do que a qualidade, a quan
tidade, a rcfaç�ão. numero, e a modifieaçf!o do ser. Assim:
J null,gencia, VirludP, Scitncia &, exprimem f)Ualid:1-
dcs do homem. Amizade, Sociedade Ordem o.. exprimem
relaç·õcs;Jlu/1idão Cura"ana. l•orçào Somma &. ex
primem nnrncro; V,da 1'1 nrte Lei, ura E c,,i pi ura,
,co,nbatf/? Batalha, lnrtrucçã:>, Explicação& cxpri
,rncm rnochficatões, uns do estado, outros de aceão .
. Os absll'actos dcquafüladcsam tamhcmcspeciacs e geraes
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
21
crnno; Fé, E.r prrança, e Caridade. & que snm gora ..
lidad('S da csp�cic htl!lli.llla; SPn.r1bilütad�, / mauina
çao, AJ1,rno,.ia, &, que sai.n qualidades do hornc�, do
h1 u lo; Ji egeta!J;, idade, & , que ú quali,lad n do homem,
da ÍL\l':t, da a e, do peixe, . e da arvore; Alvura ' & '
quo e' qua 1·111 aqc am. d a mais extensa.
Daqui se-vê que estes substantivos abstn1cto s sam
comprchcnsivos de cspccics e de generos menores e
maiores.
Os substantivos nhslractos de numero, por ser este
divisivel, �m se-vê que tem gradua<;ào, como: Patrulha,
,Companhia, /Ja1,of hão, Exercito, e outros muitos
Exercito é m:1is que B itall1ão , Batalhão mais que
t:ompanhia, Companhia mais que Patrulha.
Na classe dos substantivos communs, costumi-11 com
prehcnder os chama ies aqrrmentativos e diminutivos,
como: 1:ay llinhn, l,'avallao, \; m s bem sc-vô que sam
compostos do substantivo cavallo e íla qualidade grande
ou pequena, e por ísso sam ao rnegmo tempo cornmuns
e abst1·atos. E' que temos palavras que exprim8m o ser,
ou simplesmente como: Caza, ou logo qualHicadJ como;
Carão, Caztnha.
Esta composi(�ão de palavras é a forma dos abstractos
d'csta<lo de acc:io. Elles se-comnõcm, ou :e dous substmti
vos. como: Alanob.'a, que se compõe do-,.obra, e mãQ;
Artemanha, que se coL11põe de-arte, e manha, etc; or1
de um substanlivo e um participio, como;- A, IF/actn que so
compõe de-a,,,, e ft1c10, participio latino; ou de um
substantivo e um adjectivo como: Felicidade, que com
põe-se -de feliz e idade; ou de um substantivo e um
verbo, como: Obrerração, que se compõe de---acção e
obserçar; ou de µm substantivo e- umn preposição, como:
lncuria, que se compõe de-in e cu, a, latinos, etc.
SECÇÃ.J Ili.
l)o -�r l'fUIOttHe.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
.....
11))
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
1ivo com que concorda cômo adjccliro, s;rp:un,�o a npí
pifto de Moraes� porque ó absurdo d!-1r- lhe o c;ll';it'lí'r
de Prolhcu da linguagem, fazcudo-o orri ilrlig·o, e ora
pronome. Assim na phrasc por exemplo: ll a 'lerrt,,tJr·s
qu a ,,o.� o Ti{i,o pnrr ce,n, rsle�o-u:!o t! pronome,
1
SECCÃO IV .
.:,
( 6). O numero com effeito por sua natureza, diz �'Ir. La•
mennais, n�o corresponde a nada actualrnentc detcrmin:ido pot·
propi·iedades, ou positivo nest.c sentido, bem que correspon(Á:.1
a slgum� cous1 de real.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
O certo é q·w a expr�ssãu-n hn1>u�m-generaliza o
ser, indica a ospeo.ie; e a expressão-O rn homem-sin..
gulariza o ser, ind!ca o individuo· Assim a expressão
-Um liomem-mw S;Jbemos que outi-a cousa faça senão
singularizar sem universali zar nem generalizar, senão
distinguir o singular do plural. Um é contraposto
a To ,os, assim como EaP, Esse, Aquel/e ao  ligo-O:
por onde se-vê que Um se-aproxima mais dos deter-
1ninatívos ou disti11ctivus particulares que do geral,
é mais semelhante· a E)·te, Esje, Aquelle, do quo ao
Artigo-O.
Como o Artigo determina a especie, e o nome proprio
exprime o indivi,Juo, não se-juntam; e por isso escrevemos:
Pedro, Anlonio, Pará, Cetz, à sem Artigo. Quawlo
porem os juntamos, é porque, ha\'cndo muitos individnos
do mesmo nome, o consideramos neste caso como com ..
1num: e por isso dizemos, o Pedro, o Antero, 01 Ca
mõe.1, os Jt' irg iIios.
O Artigo nf1a substantiva o adjectivo, o verbo, o ad
verbio, a preposição e a conjuncção, como ensinam nos
sos Grammaticos, fazendo-o cabeça de Meduza da lin•
guagem, por não quererem . admitlir uma Ellipse. (7)
Não substantiva o adjcctivo; po.,-que quando dizem os,
por exemplo:-0 justo não teme a-mo�te,-just,o não
é um subgtantivo por graça especial, ou por virtnrle
magica do Artigo, mas sempre um a:!jecti,o, concor
danrlo com-hrnnem-que está occulto por Ellinse. Sílm
a Ellinse
. diriamos:-0 homPm jusro g � Nestas expres•
sões: O doce, O bello, O ma ,-avühow sempre se -eu ...
tentle um suhst�ntivo apropriado para concordar com
estes adje,�tivos: porque não tfoam substantivados pelo
Artigo. Assim dôver iam•),; rlizer: O ,ja!Jo.r doce, O ser
br-l/o . O ponto mara"dh.Jso.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
2G
Nao filUhstanliva tambcm t> advei•bio; porque na phra
se por cxemplo:-0 como, e o qua{ldo as cousas ca
bem,-o-como e o quando não ficam substantivos, mas
advcrbios. subentendendo-se modo e tempo, occultos
por Ellipse; de sorte que sem clla fica: O modo con20,
e & tfmpü quando �-
Tambem na phrasc:-Não é o mas, porem o se que
mP. v1 xa,-estc mas e éste se não ficam substantivados
pelo Arligo, mas conjuncçõcs, como sam, exprimindo
a relação rf e phrases occultas, a que cada uma se-refere.
Consirle1·an rJo esta phrase, como resposta desta outra,
por exemplo: ---Estas p,:rdido; mas, se /11gires, te
.salvaràr,-vê-se <J uc o mas exprime a relação das duas
phrases-B.r tá, perdido, ,nas te sa/çará.�; e que o se
exprime a relação destas outras duas:-Se /agirei, te
sal()a às.
Assim pois o Artigo não subslantiva cousa alguma.
e muito me nos o verbo no infinito. ( 8)
Sam Ellipses proprias <la nossa lingua, que não é,
como a Franceza , cheia de repetições fastidiosas, como
se-vê neste trecho:
( 8) Mrraes considera os verb,,s no infinito como sub ..
st ntivo, e pare1•e-no5 que tem r;-izao: t. 0, porque elles exnri.
mem H idea v. g-•do-ser simples ou qualificado éomo: Ser, \·i.
v,·r, Amcr com sua affir,m·1çw; 2 °, porque elles tem singular
e plur.tl, como: Ser, SP.r-cs, Havf.r, Hav, res, Cn,ita r, Can111res;
S O porque admittem concordancia dos adjectivos, como:
Gran,fe 1 1 r, Grandestere.s, Muuo h,1ver Muii,>s h1Jr,e,e,, Divi�io
,:nrtfar. ni11ino� ,·a-1t,,rt1 , 0 por que lambem sam comple-
.�;
mentos dos verbos do modo fin1 Lo� como: ()w rn df1rm ir, I ,,,xa
pa1ç11r, Fai"- v,r; �. 0, porque s;.1m tambem regidos rle. prepo
sições, como: -1ca/J1111 d,i ("!lar, Ha de tr Vau fl di:P.-r; 6 °, em
fim por que admitlem distinctivos1 rorno: Esie pen,ar, Aqu,llt
du r, Un, poa-;ar, V,n ,fiz r. O d,�,,,·, U p,ns,.r.
S n:\o s:11n pois substanti\'os de existencia distinclo e de
acção vaga e indeterminada, .. nt�o lambem n verbo do m d-1 fi.
ni to, o ad ecti v '• a preposiç:w e os dastinclivos substantivaru
comu o Artigo� Nao é só este que tem esta virtude.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
27
e,Pode qualquer chegar a ser um grande bomem,
sendo. dotado de um grande espirito, e de um genio
sttpenor, com tanto que lenha valor, um juito são·' e
uma cabeça bem organizada.»
SECCÃO V.
,)
llo &dJuetivo.
O Adjoctivo é uma palavra, que exprime uma idea
de distincçfto: ou de qualidade quer essencial. quer ac
oldental; ou de qnantidarle quer determinada, quer in•
dcterrninada; ou de relação e rle morlificação.
Assim pois se <levem divi<lir em Dis1incttço1. Qua-
liflcativos, Determinativos, Relativos e Modifica
tivos.
ARTIGO I.
Dos ltlsfl11,�f,lwot111
Os Distinctivoi sam: ou geral, como o Artigo-O,
ou particular, como os chamados demonstrativos.Este,
Esl'outro, Esse, E,1'ou1ro, Aquf1te, Aquell'out,,o,
os Conjunctivos Qu�, Qual. rujo, e o numeral Um.
Dos demonstralivos, Este mostra o objecto janto de
quem falia; Eue junto, de a quem se-falia, e Aquelle, a
fastado de um e d' outro. As �ezes no discurso usamos
de E.fte e Aquelle para nãu repetir os nomes das pes
soas ou cousas de quem temos fallado , exprimindo
• oiais proximo por ErtP, e o mais remoto por Aquel
le, como nesta phrase: O pae manda e o fi,lllo obe
dece: eslP cumpre ô seu dever, e aque/le ubt.a como
magi1trado áornestico.
o� Conjunctivos --Q ,e, Qual, Cujo-sam Distin
ctivos, que mostram o particular encerrado no uoive�
sal, juntando ou ligando o suhstantivo antecedente, un1-
''ersalizado pelo artigo, ao verbo seguinte, que o deter•
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
mina pelos seus nunrnros, f.empos, modos e cirrum
stancias, como: O lU..-po que VPm. Sem j u ntíll' o snb
st11nlivo B ts po t'- o verbo vt: m, nüo se-distinguiria este
bispo de outr1) qualquer.
QU,e exprime o mesmo que Qual; porque por um
se-\ri,rluz o outro. Juntawto o mesm:, noaw antece·lente e
consequente, como:-0 lio,nf-' :n qu� _.:. ou-O /tr,me,11,
o qual h·Jm�rn --mostram relação ·�e id;�nf.idade na sua
oonjuncçfio. Cujo porem, juntando um antel.'.edenf.e a ou
tro consequente diverso, como:-0 cava/lo. cujo dono &
-mostra relação de posse ou donlinio. Só Qual é que
tem artigo; e por isso não parece tão dbtiucttvo como
Que e Cujo.
Cujo nunca concor�a r.om o antece·tcnte; e poii é er•
ro dizer: O hom m, cufo homr.1rn. T,nnhem é erro
usar delle, em geral, com a pn p,lsL;fiü ,Je. como: O ca
va lo, de cujo dono, 1>,l1�. ; porqae c,,j:, jú t�m cm si
a preposição de. Daqui vem entender Mr. Charma
que os conjunclivos sam cm1j,111cçõ(\S com forina de
adjectivo. exccpto Qu • que p0r ser 1nvarhJVPl, se to1ua
as vezes por conjuncçiío ,.como ne"ta phrasc: D:.ke que
ia. E' um outro Prothcu da Linguagem, q Je ora ç
conjunctivo, e ora conjuncção pelo ut lalino.
ARTIGO II.
Dos 9,u,li8eatlyos
Os Qur11ificativos exprimem qualHadcs: ou de espirito,
oomo: ··"1bfo, .lu iO Prudtntr, de.; ou do corpo como:
ExtPnso, Ou 10, Bra!lco, etc.
A�sim as r1uallda·lcs csnirituaes cn 111 () as corporae 8
sam: ou essenciaes, romo: / n 1 e·/ig,,n fl. Raciona./, qu ª
lidades do espirito; JI (l reria/, Divi,,-lv l, 1 ualidacles d 8
corpo; ou acci-ientaes '·Hno: Vinuo}o, Vicioso, qualt
1
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Us q�11lifii'�!iros accidcnt;,es�'-�m 1_1lcno� csiwc.iacs, po
rcn1 11lil!S ger;ws que os qua!tl:caltvos csse11tiaes; oor
que 11üo comprch,�ndcm lodil a cspccio a que �c-ap1\1i
ca ni; 11ias tlpplic:t1n:-sc a mu ii.as o.,pecles. Assim, por
exemplo: /Jranco, nf10 comprchcudc toda a cs1wdc
lrnm:w i, p:irqae ha homens hrnncos, pretos, pardos,&;
rn:.is ('ompruiwn lo lamlH_irn. alem do homem, os JPssa-
rus, as foras, e todas; 11s o,;tras cousas bl'ancas. hacio.
naes sam todos os homens, f.oda a cspccic h111nana;
rn:is .Jurtoi só sam alguns: don<Jo se vê que estes acft
cidcntacs tem natureza de di�tincliros, comparaJos com
os csscnciacs. liacional comprehende todos os homens;
J u.r to só parte ddles.
Estes adjcetivos divi:lom-sc cm posilivos, compar[!ti
vos e superlativos, conftH'lllO. se•l:acLt de um só in;ii�
viJuo, ou de dous, ou ·lc nrnit;1s, Cl> 1 p:ll'an·lo-o,, oJ não.
L) Positivo ó o q uo nwstra a quali la de d a rwí.;soa mL
Ci)nsa S(�m relac;ao algama com oatr(1. co·no: llor.ern
born ili agistrado 1-flerglco, Caua lo cas'anho.
O Compal'c1tivo ó o que mostra a pesso:, OJ cousa
co111narada com outl'a. como Et4 ua 1, !Jiv,-no, Dl.rtifu:10,
D /l'r nre, 1l1aú. 1'1:'no�· & 9 \ t·Ó duas cousas que
sc-romparam ó que se poJcm dizer eg11aes, dhcrsas,
disti11etas, d1ff Tentes, mais, menos: logo exprimem corn
pan-1ljão; e por isso se devem chamar coin1-.arati vos.
o� positivos só exprimem comparação juntos com
ntlis ou ;,Ienns. aJvcl'bLllm:.·nto toml'io�. c•imn: Ma,s
justo , Jiais pruriente, �lr->nos ju.r10, .U no p, u 1
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
da relaçflo\ e deixam inrletcrmin:l'. lo o outro pelo qnal c1in
rnam, os que não incluem cm Hi a prep()Sit.:üo, mas a e·d
gcm exprm;�a depois de si, como: llomern util a, Nr-,
gv io dtfflcd de, Eftabe/ecimenio p op1io para&.
Porlc,se determinar o outro termo da rela<,•,flo dedu modo:
Homem ulll a patria, N,-gocio d1f!i tl dP. (.onre
goir-se, EHaúeiwciln1 nto pto,"rio pata LJ cto. As-•
sim d0s mais.
ARTIGO V.
J.)o§ 1'.V. ntl iO�ati-vos.
Os Arjectivos modificativog exprimem modificações,
ou de estado ou de acrão.
Sam Modificath os de estado todos os participios dos
Yeróos uculros", quer do presente como: Ardente, Bri
lhante, Constante&; quer do pass,.do, como: Ar:or
dado, V indo, t/ugado i\. Por eJle exprimi.mos estas
1nodifict1çõrs. dizendo: /)es jo arde,11P, -< >lho,1, brilhan
tes, Amizadeconstan1e, 110 presente; Hornem acordú
do, fartas vindos, Correio chc:-·gado, no passado. Diffe ..
rcm no tempo que cada um invohe.
Sam, porem, Modificativos de acção todos os parti
cipios dos verbos aclivos, quer do presente, como: A·
mante, 1'r1mente. Ouvinu &; quer do passado, como:
E.fcripto, FPito, Alani/a,Jo &. Por ell �s exprimimos
esl11s modificações, í)izendo: Jf ulher o mante, Filho
lemt-n1e, l)b·ripulo ouvlnle, 110 presl'llte : larta
el·tr ip 1 a, Ubra /eüa, Servo ll1t1ndndo, no p�ssado.
Differern no tempo, e na actividade ou passividade
que cada um involve. ( 1 O )
------------- •
( 1 O\ P:irec que.se devPm considerar e mo ad ectivos e
n o c mo substantiv s os nunws acah:ld s em or- (,U ·em -
1
t)uerendo
r1 1 � . • ..._...
PedindtJ� etc, dos- verbos aclivr•s.,
. . ·5 ;
ldttrnc.11,1-s(, P◄'.n tíC1p,us, qt... :rnüo �e conrn,n,.,.1t:.. �;.;_:•iJA t..�,
D. 1"- : : :- , i i -1"" • . '""lt. •• ,.. ..., •• ,.,
•
H'rn com os verlJCS t1aver r.r e 1,.,,er, exprm:rnu.!;.o uiri. Ct; 2
"lo {'ll '1•"'(''10 p�1��s't··d �, e r r1::,j1j'l·•
1 - •·• C•)I'Pu··· rn 11'11 / ,,;r,.•n '�''!'!
J_,t ,J ( L_.-C. i.,., l t
., l.•t . .,___ ,{l.] \ ... 1 ... ,,rtl .l,1,..>
0
.., . , ee··,1.1,a, ..,o vtZ, nao I Vi.,.,.u •H.:A::.i- t-1,.,rW {W,1 n.,,t,s
1 t .., � , •• ' -l-1
:- "'. ' l1 .. ) . ,-! : ,, } • , m r.' r, ,. ,.,
il, '1
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
,J0mmendado os liv1'os, deve ser sem eJlipse : 'l'cmo�,
o enconunendar os livros encommenclado, pelas mrs-
,mas razões <le não ser lfrros complemento nem concordar
com encornmendado , nem encommendado com o sujeito
llO verbo CH)
Estes partidpios com os verbos Ser e Estar não sam
supinos e invt1riaveis, mas exprimem um estado ou ac
ção propria , sendo de verbo neulr0 : e a.1hêa, senJo
de verbo activo. Assim a proposição: Elle é chegado , ex
prime acçiio propria <lo sujeito ; e esl' outra ; Elle estâ·
ferido, exprime acção alhêa sobre o sujeito.
Estes participius com os verbos Ser e Estar formam
o que se chalJla ! i ngn:igcm de estado ou acçàn passiva;
e com os ver:hos Ter e Ha1Jer, o que se cíwma linguagem
composta. E nestas comiJinações que estes verl,os se cha -
mam impropriamente auxiJiares; porque auxiliares s�
devem chamar us participios a elk�s j ,rntos, por srr 9
verlJo a palavra rei, a 4ue por sua nobreza e excellcn-
0ia toda� as outras fozem cortêjo.
SECÇÃO VII.
Das 111•01,1·iedltdes dos 1101ne8.
Chamamos propriedadüs dos nomes as suas diffetentet
variedades de genero, oe forma e de numero_, de que
t,ractaremos em separado.
ARTIGO I.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
35
t) substanli \�exprime o se� indeterminado juntamerite
iwm sua cspec1c e gcnero dctcrmmado, assim: Homem;
exprinie um ser ela cspccie humana do genero masculino:
1llullwr exprime um ser da especie humana do gener@
feminino. Ha alguns que determinam a especie, mas
não o genero, corno por exemplü: Crocodilo, Javalí, etc.
Os gencros só sam propr.us dos ani111aes ; rnas por
semelhança o concordaacia se incluiram nwtaphorica
n1cntc na mesma divisão dellcs todris as outras cous::is,
como Ouro, a que se deu o gene o ma::;culi no , Prata
a qne se deu o genero feminino, sem tudavia terem se
xo�.. A��i m os mais.
Os pronomes não tem nem podem ter gencro pro·
prio ; pnrquc não exprimem idea sua, mas a du suhstan�
Li vo a que sulisliluem ; e p•)r isso só p9tlem ter o gene
ro destes. Assim : En é masculino on feminino, con
forme o !!·cnero da pessoa que folla. Tu é bmliem o
mesmo. Nós, porem , püde ser do u11 e oatr0 gen�rQ>
como Eu; mas tami1em pvde ser de ambos ao m1:•smo
tempo, se sam hJmem e mulher as rvssoas que fal
Ltm, e que se exprimem por Nós. Vós é tambe,u 0
mesmo.
O Artigo, o Acljectivo e o Participio sam como o sub•
:�LaniÍ\'O, mas cüm a differenra de LJrem formas diver
sas para nxprimir os difü_,rcrnes sexos, como: O, A, Ju:s
to, J-usta. Feito, Fetla, etc.
ARTIGO II.
Das for111as e variaçles dos no111es.
Dos substantivos uns tem forma especial para ex..
primir sómente os individuos de um genero como: H0-
mem, M·ulher, Cavallo ,. Egua , etc ; e por isso sam
invariaveis no smgular; outro�, porem,· tem sua forma
commum ou generica para exprimir osindiviJw,s de dous
gcneros, como : Gato, Gnla, Rato, Rata, Porco, Pór
_ Ha entr9 @stas dua;; uma.
�a, etc: e por isso sam var1ave1s.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
·itel'Ct�ira espêcie 1 que i.ern forma singufar p�tta C:1:pnmu·
os índivtduos rle ainhos os gcneros s(r.m v:1riaçào atp:u•.
m,,, corno: Cobr,t, Clwréo Cana.r�o, Ru1.u;inól, eh·.
Os pronomes, excepto o <Ll tcrP-eira pesso�,, lem� í,
mo vimos, uma só forma para exprimi!' todos os gene
ros, porem muitas vari�ções, V::iriari1
No s;n_�ular Eu em Me, Min1, Migc
- e, _ 1,, 'l,.1go ;
·T u em rr r·
EHc ou El!a cm Lhe, Se, Si, Sigo
Eu em Nós, Nos, Nosco
No plural :
rrU ell'.1 ~ '\T ·'
V OS, ' .
,r QS, ,, OSCU,
Ene ou Ella em Elles, Elias, ºLhes, Se, Si, Sigo, ( '! ':! i
. � '"' e,· e,. .
l'
As ·varrnçoes �e, ..:,1 , 0Jgo exprimem nt1 sun iornrn
invariavd, não só toílos. os gcneros, corno tambcrn to··
dos os numeros, sendo sempre complemento o mmc;1_
�ujet�o, exepto a forma--Se-.- 7 quant.lo Pº!' eU�a :se traduz
f!n'adamente o On francez, que s,!mpre e Sl\je!UJ, con1i;
ae-ste exemplo: Procedeu-se d (L?vassa, devendo sem ;w ..
Hcismo ou iueotisrno Sflr: o iu.i°,,:; procefhu â devassa
O Se junto �ws verhos activos • .•
· diz-se qnc e'.lqirín'it!
' rt\ f�-
1
nnguflgem inxu, quanúo o soje.tiü e uma nes:=�oa o:i
f
·1 •
('.on·sa '1Krsoni Geada, ubran ,Jo sobre si 1 c,omo · Pedro /1:�
.,,. i111 -s'>
1.v, A ,,,;dfl de) 1�01.1r. 1 t,J· q.r r"c;li['·
'-"'.-se •· 11· n:r-ui)t1'(·'1·rt .-\..
1
r. t··r,,. , .·-:i {'l' · 1 r"
' .a . 'vt '.. , .,l.,t.v11 () º e, ·
,
;)
fi,W 1,
,_,.•u� Z \4•�-'
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
•H , �uando ô �njeito �offre a acção de outro , como:
Mandaram-se- dous correio<:, Fez-8e ttma ponte.
O Artigo, o Adjectivo e o Particípio tem formas differen ..
tcs para cada g�nero e para cada numero. O Ar ligo tem iJ.
forma·- o-para o genero masculino, e a forma-a-para
o feminino, ambas do singu1ar; a forma-os-para ma,
culino, e a forma-os-para feminino, ambns do plurd.
Tal qual é a variação das formas do Ad,jectivo e do
- Paricipio. Ha, porem, Adjectivos e Participios de uma
.só forma para exprimir ambos os generos, como: Grande,
Feliz, Facil, etc. adjectivos; Amante, Constante., Bri
hanle, etc., participios, os quae só \lariam do singular·
para o plural.
ARTIGO III.
Do 1Y11n1ero dos Nome8.
ô Numero mostra a quantidade, e a quantidade repre
senta-se pela unidade ou pela multiplicidade: por isso
divid�-se o numero em singular para exprimir a uni
dade, e plural para exprimir a multiplicidade. Como o
1ome pode exprimir o ser, as suas qualidarles, suas re
JarõJs e suai:. modifl cacões em unidade cu em multi-
plicidade, tem singular ..e plural. O singular do Sub
�tantivo, do Pronome, do Artigo, do Adjecti-vo e do Par
ticipio é como se acha nos Diccionarius; o seu plurül,
porem, teu1 as seguintes formas.
c1•·....1:r-1l•,1·
"' �. �u •
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
SECÇJO VIU.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
"O
u
og:w nn cspriço sam as nrnsnns ,Ias suas rcla��õcs eotM.
o '-CU logal' no lca1po:- como: De Ja-n.Piro a .Ptvereiro,
De ,,1arço pa,a Abril, Desae �laio atf! Junho.
Ct1m1H·e. ptH·em, notar que a preposição A involvc a
idca de vollar; a preposição Para a do ficar; mas a pt·e
pusii;fio A é Jeixc1 ineerto o voltar Oll ficar.
D�stas cxpresst1tis n,.llt\l'acs nasceram lambem as me{
Llphorieas nas !,Cmclhanças dos objc'ctos fisicos com os
murao�. co:no: D.> a::lo a pnrse não va l e a cnnsequen
cia. De pa1-: para fl!lio vae um grau. De1de o prifi
cipio até o /i-•n, da conversa.
A relação, porem, do objccto com o seu logar, con ..
siderado cm repouso. implica_ a relação do 1uesmo lo
gar on do mesmo. objccto com outro. Assim na linha
vertical, a relação exprime-se pela preposição Sobre, que
mostra superiorhladc, e pela preposição Sob, que mostra
inferioridade. como: Sobre a terra, Sob n sol, fisica
rnen te: SL b -e posse, Sob condição, moralmente.
Na linha orisonlai, porem, a relação exprime-se pela
prcposiçüo Ante , que indica posição anterior ou adiJ
ank, e pela prcposiçüo Apoz, que indica posição posterior,
ou atraz, como: Ante o exercito Apoz o presuto;tisica
mcn te, e, A ntP a l�e:, A paz a Pxecução, moralmente.
A rclac;-üo de opposição e resbtcncia exprime se pela pre
posição Contra, ou reciproca ou só de ·um objecto contra
outro; porque a 1=>1·cp siçDo Arite, que lhe corresponde,
não in volve esLl idea. Assim dizemos na expressão na.
tural: Um cuntra o outru. quer de peitos, quer de
costas; e mcLlphoricam nte: Acçã:1 Contra a lei.
Assim na linin vertical comJ no horisontal se pode
considerar uma posiçiio me lia implicando uma relação
dupla com os dons extremos. e expt essa pela preposi
<;ão Bnrre, no repouso; e pelas preposições Por e Per,
no movimento. Assim dizemos naturalmente: Enl re o
1nartéllv e a bigorna, no vertical, Entre a espada
e a parede, no orisontal, expressões naluraes; Entre
os perigos, Entre a vida e a morte, Entre alegte
e magoaaa, cxprcssõe3 mctaphoricas. Fot por mar
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
ü1
da Capital pa '"a o Aracati; Jloi pelo Tcó Ca.. da
xoeira para o Crato; Foi ptla secca: Foi por S.
Juão; OQ sentido natural. Fez se por si; Cada um
obra de per•si, nu sentido md:1phorico.
Nas preposições compostas, ha accumu1açaõ· de re
fações em que ou a palavra junta é regida da prepo
sL;i1o immodiata, exprimindo µma relação, e esta mes
ma palavra e preposição é regida da outra mcdiata,
expri:niUílo outra relação. ou entro 1stas pri-.,posi(iões
ba um termo occulto pvr Ellipsc. Assim na ,1xpressão:-
Foi perante o rei, ou rei é palavra regida da pre
posição ante, cxprimin:Jo uma relação; e ante o re
é uma exprcs:i,ãO regiJa da preposição per, exprimin
do outra relação; ou preposição perante se divide,
entendendo-se o termo se entro ellas occulto , fican
do a expressão deste modo: Foi per si ante o rei. A
primeira intelligencia nos parece mais conforme a iu-
dole da nossa lingua.
Do que fica dito, é facil de ver quaes as preposições
que exprimem repouso, quacs as que exprimem movi
m.enlo.
SICÇÃO IX.
Do� Atlverl1lo11..
O Adverbio é um,, palavra invariavel, composta como
já vimos, ou de uma p,·cpo�_içã1! e um sub-;_ta_ntivo,
_ ou
de um substantivo e um ad1eeltvo ou parltelJH qne O;
exprime um-1 i· leJ de circumstancia de logar. de tempo,
de qualidade e de qu 1nlidadu, partieuLuizaudo o estado
ou a acção do sujeito dci que se tr:ac ta.. . , ,
Sam AJverbios de Jogar: Aqui, Ahi, Alli, Ca, la,
Acolà, Aque�, Ab nz, Dentro, Po_ra. Adian_te Atraz.
Destes uns exprimem relações c1rcumstanciaes f_e lo�
gar enh·e duas pessoas ou cousas, �uposto _um o,lJecto
intcrmedio, como: .4qrtem, Alern, Adtanle, A traz, Den
tro e Fura; ontros exprimem estas relações entre trez pcs-
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
so2cs, ou cousas, supposla alguma ílislirncia in lermcdia.
como: Aqui, Ahi, A/li, Ca, /.a Acola.
Aqlurn rnosll'a o logar extremo <h1 pado rla pessoa que
foila. Alem o da parte da pri��oa a quem se falia&.
Aqui se jnnta ú pessoa que frlhi: Ahi. it rwst-oa a quem
se fall�1, Atli ú p('ssoa ou co11sa de quem �r> fidla. Ca l'Xpri
rne tnnlo como Aqui,· , a tanto cumo i\hi; Acold li\nlo
como A/ li; o por isso S!'guern ü mcE111a rrg-.r<1. Todos
se junl;1m indbtintla1·Henl.c a <Jllalqupr destas ln1z pes-
soas. Ellcs mo 1ilicarn o c�ta:lo ou acdio destas pes
�oas de�le modo: Eu (ir-o aqui. 1 u rs.1 era ahi. Elle
foi a/ti. Sem estar circumslmwias ficaria ignorado, on-
de fico cu. onde rspcras tu. aonde f(,i c1le.
Sam Acherbins de lcrnpo: llontem, llojP, Amanliã,
Artles, Já, Ot-·pois, Então� Agora, Logo, Ainda,
Quando, Nunca, �empre, l\. Hon.tem e,primc tempo
passado, l/1 je tempo presento. Amanhã tempo futuro:
o rncsnw fazem Anter-, Ja e Dfpois. Então déirnta
tempo pa�sarlo ou futur'3, conforme o objecto de que se
falia. Quando nr.o mostra tempo algJm r!ctcrminado, Nun
ca exp·ime ucgaçâo, e S· mpre exprime affirrnação de
lodos úS teni pos.
Todos circumstanciam o cslaf1o ou acção do qualquer
dns trcz pessoa�: Eu, 1'u. E/1,,.
Sam Advcrbios de qualidade: Assim , Como , que
comparam as qualidades do um ou mars sujeito�, con
siderados entre si; exemplo: E' providente assim co
mo energico, Um é a.uim amartl co,no o outro.
Os cornposl.os da pal;nra m,,,,ue com qualquer ad•
jeclivo ou participio, como: Rralmente. Falsamente,
Decididamente, Pronuncüuiamente, mostram a
qualid,Hle sem comparaçto. Sim, Tah'ez, Quiçá. !\'ão
oontam-se entre os a<h crbios de modo; porem elles in:
tluem mais sobre a ílffirmação, do que sobre a qualiddde,
a qual nada accrcscenlam como os outros. Sim ('Ollfirma o
allributo, a qua1idr.1de, mostra certeza de sua existenr-ia;
1'a/v, z e Q , cá, nem affirmarn nem ne�am,. mostram
duvida, incerteza desta cxistenda; Não nega tal cxis�
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
lcncia. A' pc1·gunfn: J'ais ao theatro? qmll crucr das
respostas: Sirn, l'a/vrz. N1:eo, mostra differenle c::l ido
d'alma dn 1'espondent.-: pelo sim afiirma, pdo ta.vez
duvida, e pelo r:ao nega. �- ·
Sam Adverbios de quantidade: Assá.r. ApF-nas,f (J·1a·
si, Sequer, que mostrnm u quanlitlade em dif erentes
graus Asjár, mostra sufficiencia; Aprnas insuflijene1a,
QuaJi, com pouca diffor.!�nça, Sr-quer, o menos possivet
Estes ad vcl'bios mo:,lram a quanlida;fe de cada indh
vi luo simplesmente, emquanto os dous fam, Qurun, a
mostram comparada, como� E' tãu rico, quãu pub_�e.
Ha certos substantivos . com preposiçfw ou sem ell_a,
qne se tomam por ndve1·bios, como: A··ima. Acerca, A
travez, Acinle, Bem, Mal, Tarde, e dizemos: Falta bem,
Falla mal, 1'ractou acerca disto.
Ha tambem arljectivos que se lonrnm arlvcrbinlmente
calando-se por El!ipse o substantivo com que concordam,
e a J)reposi��no que os rege, como: Jlais, illfnos, Aluito;
Pouco, Caro, Barata 1 Perto, long,J. Tanto, Qu-,n
to, 1'1e! hor, l'eior & : os quaes, conforme o sentiio em
que se falla, concordam com togar. ttmpo, nu --nero,.
ou quantidaif, mo-lo ou qulllidarie, ou com Ol!tro
qualquer mais apropriado Assim. qnanrlo dizemos: Pe
dro é rnuieo r,co é como se dissessernos: Pedro é ri
co de muito modo ou de muilo <linl1ciru: fo np,et ca,·o,
ó como se di:,sessemos: Comrrei por prnç:J c:trn: E rtàs
perto, é como se disse�semos: Estas cm Lgar perto.
Os Adjectivos: Mais, .Mono�. Melhor. Peíor, se-to·
rn::.m ad verbialmcnte, quando se faz comparação;assim: Tu
és mat1 rico qu,:, elfr: é como sc, uissessemos: Tu és ri
co em mais quantidade que ellc.
lia tambem finalmente adverbios juntos com prcpo 4
siçõos, como: D'aqui, l)'ahi, A"nde, D'onde D'alli. De
dentro, De fora, Por cima, Por baixo, &; nos quaes
j alga mos haver accumulação de preposições que nno
se podem conciliar senão como na accumulaç;io de
preposi,;ões. Mas em alguns deste adverbios é Je ab
soluta necessidade admittir logo a Ellipse; porque par
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
e-xemplo: Aqu:. qncr <lizcr-:-Ncstc logar ;-logo-D'a
q1ti quer dizer: 0:) neste lngar. O que ó erro som El
lipse. Portanto-O aqui,-tirada a Ellipse, quer dizer;
Do principio, ou uo ponto neste logar. Assim os mais.
SECÇÃO X.
Das l:011J uncfões.
As Conjuncçõcs sam palavras invariaveis, fimples e
monosylabas, que exprimem a relaçao de nexo e ordem.
que as palavríis e 3s proposições tem entre si,
Enumeram-se muitas conjuncções; mas pr,•priamcntc
só se devem considerar como taes as seguintes: E, �ias,
Nem, Ou, Pois, Porem, Se.
As palavras compostas do conjunctivo Que, e de ai•
gum suh,tanlivo, ou adjectivo, ou adverbio e preposição,
como: Bem que , Posto que • Ainda que , Pelo que ,
Por que, sam expressões Ellipticas, qJc reprcscnla. m o
papel de conj uncção pelo cunjuncti vo de que se com
põem.
Usam-se lambem como Conjuncções os adverbios Ora
Logo. Já, Assim, Tambcm, quanJo repetidos&; mas nem
por isso deixam de ser o que sam, quando mesmo repre
sentam este officio alheio nas repetições.
As conjun0çõcs qualificam se, segundo as suas func
ções, e assim chamam,sc:
1. ° Copulativas, as que unem as proposições ou os seus
membr�s, como: E, affinnaLiva, Nem, negativa. E templo:
Titulos e riquezas não dam saber nem virL1des.t
2. 0 Disj unlivas, as que ligmn as proposições ou os
membros, c,msiderandocada um a parte, como: Ou, dubi
tativa. Exemplo:
Escolhe ou um, ou outro pnrtido, e segue quer le
vá bem, quer te vá mal,
3. 0 Advcrsativ"s, as que ligam proposições oppo$�
tas, como: Mas, Porem. Exemplo:
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
A amizai/.e verdadeira não na bonança, ma1 na
a_dversidade· se conltece.
4. ° Causaes-, as que ligam proposições, das quaes
uma é principio e a outra consequencia, como: Pois.
Exemplo:
Não o tenho por fraco; poi1 jâ vi obras de seu
es/OT(:O.
5. ° Concricionaes, as qtie ligam proposições depen
dentes, uma da outra, pela condição, como: Se. Ex
emplo:
Se /i()ere1 p·rudencia\ vivirá.r em paz com tndos.
Todas cst�s conjuncçôcs· se substituem peh.s expres
sões con,junclivas, para dar ao discurso a graça da variedade.
Como: não ha conjuncção '3rà ligar as proposições
c�mparativas, usamos dos adverbios, Ãsim, Como,
Não sll, l'omo tombem. ei. "E;"templo:·
Seja /t' lia a vossa �on; ade assim na ttJrra como
no reu.
As conjaneções não influem directamente sobre os lem
pos dos verbos ; e por isso 'é erro dizer que os levam
�o conjunctivo,-, ou aó condicional.
SECÇÃO XI.-
Bow Verbosª
o:verbo é uma palavra quasi indifinivel para os Gra�-
matico.�, porque ainda não concordaram em uma deh-
niçâo;- asiiin que, segundo diz Charma, só a sociedade
grammatical estabelecida em França por Domerguo lhe
deu 260. sem que nenhuma satisfizesse.
« O verpo,- diz Mr. Lamennais. que rnanifesla o s�r
•
na sua unidade infinita, o manifesta lambem na sua tn .
ptcidade essencial· de pessoas. contidas na sua noç�o-
ºª
primeira, absoluta,_ indepe�rtente do te�p.o;-.,.mas coexis
tem nelle por uma necessidade essencial� EHas sam,
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
56
sua generalidade, antes de toda a delcrminae:fio. as trcs
faces debaixo áas quaes o ser apparcce necessarianrnnte.
As ideas que exprimem res,rectivamente as palavras
eu, vós, elle, inherentes a idea que exprime a pa
lavra ser sam de tal sorte inseparaveis deite, que, no
mesmo momento que se tracta de separai-as, e{fectiva ..
mente a idea de se.r se-desvanece 'numa noite eterna.
Demais as relações que subsistem entre as 11essoas ne,
cessarias do verbo sam identicamente asm1)smas que as que
existem entre as pessoas do ser infinito. Vó1 implica
eu. como seu principio. sem o qual quem jamais teria
podido dizer vó,? Vo1 e eu dizem geralmente elle.
Esta terceira pessoa tem _uma relação semelhante com
as duas primeiras, e as SUJ!põem; porque não se poderia
dizer el/e, senão fallando udl a outro. Elle pois procede
de todos dous. >,
O verbo, quanto a nós. no seu essencial é a affirmação do
ser vaga e (�onfuzamen-te sem distincção do tempo, numero,
e pessoa que m�nifesta no seu accidental: é a palavra ex
pressiva do juizo.
Ha um verbo unico. quo é o• chamado substantivo, over-
ho ser. 03 outros sam uma combinação deste verbo com cer
tas qualidades ou modificações do ser: assim 4m,ir quer
dizer.ser amante&, Por tanto. chamando-se o verbo
ser substantivo. se devem chamar os outros modificali
· vos.·
ou qualificativos.
Chamamos Grammaticosauxiliaresosque aju<lam o verbo
substantivo a exprimh· os diff �rentes modos de existencia
ou começada, ou continuada, ou acabada de qualquer
objecto ou acção: e taes sam, sagundo S,lares Barbo-sa ,
os verbos Ter, Haver, Estar; m:1s parece nos haver nis
to falta de critica, mais. rotina do '(UC philosophia; por
que nas phrases- Hei de ser. Eestou sendo, Tenho
sido- em que se-a·limltt� tal auxilio, não. vemos ou
tra cousa que a reunião de duas palavras para exori ..
mir ideas, para as quaes a nossa Lingua não formou uma
palavra propria
Entendemos que estes sam tão auxiliares, como qual-
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
57
quer outro que se-junte com o verbJ se."; assim por
ex: Qu.ero ser, D!!VO ser, IJ.,;sejo ser, Prele.r1Ao ser,
Por.,o ser, Vou sen lo, A.rz lo s �ndo, Yiv,, sendo &, se
dcve.m tambem neste caso chamar auxiliares.
1
No mes mo caso se-acham os chamados p,.onomi-
nae1, re/lexfvo1 e pauivo.r; porque es ta s donomi•
nações não lhes competem por sua natureza, nem sam
auctorisadas por aliil_lDª razão logica. M11strem-nos um
verbo pronominal, llftexivo, ou passivo sem a jllncção
do pronome , que aceitarem s a q1.1alilicação; mas em
1
ARTIGO I.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
58'
ARTIGO_JI
Do� 1'lodos dos Ve1"hos.
Chamam se modos dos verbos ns rliffcrcntes manei
ras de enunciar a coexislencia do nUribnto no sujeito da
pror,osição, isto é, a espccie ou genero a que o sujeito
J)ertence.
Dividil-as hemos scgunrlo S-Q.ilr• Ilarbosi1 em tres:
Infinito, Indicativo e Subjuntivo: o lníini ivo enuncia
pura e simplPsmente a cocxi�tencia do attt·ibulo no su.
jeito sem dderminação alguma, nem de numero, nem
de pessoa; o In<licalivo mostra a coexistcncia do attribu
to no sujeito de um modo absol ucto e independente; o
subjuntivo münisfesta a coexhitencia do attributo no su
jeito de um modo relativo e dependente de outro verbo.
No Indicativo vae inrluido o imperativo e o condi'""·
cional; porque ambos formam proposições dircclas, ah-
solutas- e ·in�ependentes.
AllTIGb UE
Dos Te111pos tios Ve1'lios�
Os modos do tempo sam tres: o Presente, em que se
está fallando;· o Preterilo, que precedeu o Presente: e o
:Futuro, que se bfil de seguir. Mas todoh esteQ mo-dos de
duração se podem c<msiderar: ou romo continuados e
não acabados, uo como continuados e acabados; e dahi
a divisão de per/tiloe tmper/eito, como se Yerá nas
conjugações.
ARTIGO IV.
Dos :N11mt-ros e r.--ssoas dos· 'Ve.-bos.
O Sujeito dag prorosições pode ser um ou muitos; e
daqui a necessidade de tel'fm os tempos dts ,:erbt1s ter
minações que indiquem o numero destes sujeitos, Os
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
uumeros, pois. dos tempos ,fos verbos sam dous: singu.
lar e pi u,·al. O Singular indica qut� o sujeito da pl'opo•
sição é um só: o Plural iudica que sam muitos.
O SujeHo se llividc em Lrc3 pessoas: p:-im,�ira Eu, se.
gunda Ta, e lerccira Blte ou !Ufa no sin;;ular; primei ..
ra 1.Vós, •cgunda Vój', terceira Eiles ou Etla, no
plural.
Af'IGO V.
Jlodo l nfinilivo.
I11111essoal.
Ser, Estar.
Pessoal.
N. S. N. P.
Partlclttio do 1••·eseute.
Sendo, Estando
Sido, Estado.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
50
1'1o tio l11dl cnti,·n.
Tempo presente..
N. S. N. P.
Eu Sou, Eu Esl.ún i\bs Somos, Nós Estamos.
•
Tu Es, Tu Estils, Yó� �oi�. Ybs Estrcs.
Ello E' Elle Estit E:les Sa� .Ellcs Eslam.
I•i·erc1·ida i111Je.-feih,
N. S., N- 1> ...,
J. • •
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
51
Elle !erá, Ello Estará Ellcs Scram, • EHcs Estaram.
Condicional.
N. S. N. P.
Eu Seria, Eu Estaria Nbs Seriamos Nós Estariamos.
Tu Serias, Tu Estarias Vós Serieis, Vós Estarieis
Elle Sel'ia, Elle Eslaria, Elles Seriam, Elles Estariam.
Imperativo.
N. S. N. P.
Eu Seja, Eu Esteja Nós Seja mos� Nós Estejamos.
Tu Sejas, Tu Estejas Vós Sejaes, Vós Estejaes.
Elle Seja, Elle Esteja Elles Sejam, Elles Estejam ••
rreteirto pe1•felto.
N. S. N. P.
Eu Fosse, Eu Esli vesse Nós Fossemos, Nós Eslivessemos.
Tu Fosses, Tu Estivesses Vós Fosseis, Vós Eslivcsseis.
EllQFosse, ElleEslivessc Ellesl◄'o:;sem, Elles Estivessem ..
Fututo.
N: s. N. P.
Eu F-0r, Eu Estiver Nós Formos, Nós Estivermos.-
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
52
TuFores, TuEstiieres Vós Fordes, Vós E.;;tivldes.
Elle For, Ellc E3tiver Elles Forem, Ellcs Eslivercm.
Vo11J115açãn dos Vc1·hos Hawe1· e Ter.
1'Io1l0 Infinitivo.
Impessoal.
Haver, Ter
�- ---Pessoal.
N. S. N. P.
Haver Ter Eu. Havermos Termos Nós..
Haveres Teres Tu. Haverdes Terdes Vós.
Haver Ter Elle. Haverem Terem Ellcs.
Parlicipio do Presente.
Havendo, Tendo •
•
Participto do Pas,ado.
Havido, Tid-0.
1'.lo,lo Ind-leauvo.
Tempo presente.
N. S. N.-.P.
Eu Hei, Tenho. Nós Havemos, Temos.
Tn Has, Tens. Vós Haveis, Tendes.
Elle Ba, Tem. Elles Ham, Tecw.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
ü3
•P reter ,to
• .
I mperIezto.
N. S. N. P.
1 "'
<t,',' ')''ln ll�iS, "\'ós lii\\icis, .
'J'·. 111 l )CIS.
Elie Ha, ia, 1 llhhl,
1 I
Elks Havianl', 'finliam.
N. S. N. P.
Eu Houvera, Ti vera, Nós Houveramos Tivcramos.
Tu Houveras, Tiveras, Vós Houvereis, Tivereis.
Elle HouYcra, TiYcra, Ellcs Houveram. Tiven,m.
N. S� N. P.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Condt-cional.
·N. S. N. P.
Tr.ria mos.
1\ ·i,1 is.
11
TerLl m.
11nperatú;o,
'N. S ..
N. S. N P,
En Hajn., Nó:-. lbjamos, Trm ha n0s.
1
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
1
Tu HqU\'r,rr,�, Tivrwe-,, _Vóf.. H:rnv0,r,1o�, Tiver rl-e�.
EllelLuver, 'l\ver, Elles JL,u verem, Tiverem.
-e-
ln pessual.
Amar, ·Comer, Influir.
Pessoal.
N. S.
Am.ar Eu, Come,· En, lnfL1il' Ea.
Amiirti� Tu, ',\_J()l ,,,
ll(:ll'h i U, 1 n n "l res Tu.
Àmar Elle, Comer Eilc, lu1Lür EUo.
N. P.
Amarmos Nós, Cnnwrmo� NAs, ln O 1 1irmos Nós,
A n;ard1•s \ ós, Comerdes Vós, Influirdes Vós.
Amarem -Elles, Comerem Elles, lnfLürem EJles.
J articiplo do resr·nte.
Amando, Comendo, ln fluindo.
l'u1tic1piri do Passado.
Amado, Ctitnitlo-, lntluido,
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
5G
!,lodo ln,ticativo.
Te.mp:J Presente .
N. S.
N. P.
Nó.3-amos, N'os-rmos, ' .1 110s.
Nos-1
' .
Vos-aes, V{,s-cis, Y6s-iis.
Elles-Jm, Ellcs-em, Ellcs-cm.
Preterito Per/eito.
N. S.
Eu Am-ei iu Com-i, Eu Intlu i_.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
ü7
Tu- astc, Tu- este , · te.
'l� li-IS
Elle-ou , EUc-<:u ,
• Ellc-iu .
N p
, , ,
_,
N,n�-amos, Nos-emos, NrF-Ímos.
Vó�-aslc5, Vós-este�, \'i �-is!cs.
Ellcs-aram, Elles · •-eram, Ellcs-lram.
1-'rclerito mais que p3r/eito •
•
N. S.--
En Ani• ara , Eu Com-era, Eu lntlu-ira.
Tu - "·as , Tu .._ oras , Tu iras.
EHe-a,.a , Elle-cra , Ellc-il'a,
N P.
Nr�-aramos, Nós-('ramos , Nf,s -irrimns.
l 1��'.- ;i reis , \1- ·(•.is, V s-.n�is.
I:.Hcs-an1m , Ellc., eram , Ellcs iram.
Futuro.
N. S.
Eu i\ m-arei , Eu C:om-erei , Eu Innu-i ·ci.
Tn .... :-nás, Tu - erás, Tu - iras.
Elle-ara, • Elle crá , Wlo irá,
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
58
Coudicional.
N. S.
Eu Am-aria , Eu Com-eria, Eu l11Hu-�ria.
'{u - arias, Tu rrias , Tu - .lias.
hllc-arja, Elle-cria , Elle-irla.
N. P.
Nos-arii1mos. Nós-eriamos , Nós-iria mos.
\ ó� -arieis , V ói; eriei-, , Vós-iri� is.
--1'.ill.!..'.s-anam
1} !L, •
-----=-. 1 Ellcs-criam , Ellos iriam.
lm7Jeratfoo.
N. s.
Am-a Tu, Com-·e Tu , Influ-e Tu.
N. 1).
Am-ac Vós , Com-oi Vós , Influ-í Vós.
.�lodo su/Jju nt ivo.
N. S.
Eu Am-e, • Eu Corn-ã, Eu lnflu-a .
Tu - es, 'l' u -as, Tu - as.
Elle-e, Eilc-a ' Ellc- a.
N. P.
\Ós-rmos. Nós-amos, Nós-amos.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
.
V,os-mt: s Vós �es , Vós-aes.
lilles-cm, EHes-am, Ellcs-am.
l1 reterito impmfeito.
N. S.
Eu Am-��sc , E,, Com -esse, Eu Influ-i!'es.
'J' u - nsscs , Tu - ()sses , Tu - h;ses.
lillc-assc , Ellc-essc, EJle-isse.
N. P.
N,os- assemos ,
\' ós-as.-;cis ,
Ellcs-�.ssem,
i
' .
N,os-e.s�rmos ,
os-esse1s
, ,
E ll es-essc m ,
Nós-issemos.
Vós-isseis.
Ellcs-issom.
Fut-uro.
N. S.
Eu Am--ar , Eu t:om-er, Eu Ioflu-ir.
·1' U - flrl1S , Tu - rres, Tu - ires.
lille-ar , Elle-cr, Elle-ir.
N. P.
Nós-a nr. os , Nn�-ermos, Nós-irmos.
Vós-ardes, Vós-erde!,, V ós�i rdcs,
li lics-arcm , Elles-ercm , Elles-ire1n.
Pôr.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
60
Morlo lnfinitivo.
lni,:J essoal.
Pôr.
l'cssoal.
N. S. N. P.
Pl)r- Eu. (•nrn:rn� Nós.
Pon•s Tu. p, irrles Vós.
}>or Elle, • Porem �lles.
Particípio do presente.
Poud ,.
Partioipio do passado.
Posto.
Modo lndzcativo.
Tempo presente.
N, S. N. P.
Eu Ponho. Nós Pomos.
1u Púes. Vós Ponrtes.
Elh� Põe. Ell�s Poea1.
N. S. N. P.
Eu !> unha. l\6s Punb,1mos
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
til
Tu Punhas. Vós Punheis.
Ello Punha. Elles Punham�
P••cfe11 lto 11erfelto.
N. S. N. P.
Eu PJz. Nós Pozemos.
Tu Puzc�le. Vós Pozes tes.
Elle P oz. Ellcs Pozeram.
Preterlto mais que 11erfelt1t.
N. S. N. P.
Eu Pozcra. Nós Pozcrc1mos.
Tu PLzeras. Vós Pozercis.
Elle Pozcra. Elles Pozoram.
Pnturo,
N. S. N. P.
Eu P,Jrei. Nós Poremos.
Tu Porás. Vós Percis.
Elle Porá. .. Elles Poram.
Condicional.
N. S. N. P.
Eu Poria. Nós Poriamos.
Tu Porias. Vós Porieis •
Ellt:, Poria. Elles Poriam.
lm,perativo.
N. S, N. P.
Põo Tu. Ponde Vós.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
lltulo snbJ1111frvo.
Tempo prezente.
N. S. N. P.
Eu Ponha. Nl,� Ponlrnnrns.
Tu Poohas. ,. ·';� P· uh;:, s.
Ello Ponha. Elles Pouham.
Prets:rlto ln111c1·feifo.
N. S. N. P.
Eu Przesse. Nós Pi1zess1:1mos.
Tu Pozesses.. Vó� Po1(�sseis.
Eile �o�esse. Elle1 Pozessem.
N. S. N. P.
Eu Pozer. Nl)s Pozr.rmos.
Tu í�c zeres. Vós Pozerdes.
Ellc Pozrr. Elles Pozurem.
Ha tambem VPrbos defrctiv1s ;l��im chr1ma,ios • porque
U10 faltam tt mpc s niu.!o.s e J,l'�Soêls , CLruo : Lho,, Tro
vej2 , Relampeya ele.
(;.1 P· .t.
DA ORTHUGRAl-1HIA.
Assim como o homem tinha nece�si.,'a�e �a pahlvra
p�ra communicar suas ideas , sUdb aft'tHvões , suas ne•
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
63
cessidadcs , assim lamlwm a sociedade tin 1m prcdsíío da
cscriptura para (•: tabl'lla-cer f.U:is Leis , manter sua 01,,
dem , e desenvoh.er �u ,. dvilização : por tanto se Deos
deu ao homem a palinTa lambem é provavel que desse á
sociedade a cscriptura.
... O certo é que assim corno era impossivcl ao homem
inventar a pala,-ra srm a pala, ra , tamhcm lhe e.ra im•
possível inve_nlar a ese1·ipturn s,·m n escriplura: nfio podia,
corno diz ])udu� , compor de vinte ou 11 inta son� , sei
g·undo o snlplwb< l< 1 s das divrrs;1s linguas. essa.infinita va,
ricdade de palavras • que, não kndo n;)da de seruelhante
em si ao que -,e pas�a "�m w ,sso espirito • e menos ain
da aos oLjeC"tos que elles exurinwm , descnbre(J) com tu�
do aos outros , lodo o seu segrl.'do, e fazem entender,
.ws que não podem penl'lral-çs, totlos os...m0vimentos da
nossa alma.
A escriplura dos �ons, diz Mr. BonaM, nílo lein re ..
lação alguma com a hir-rnglyfrca • a symbolica e cm
blf'maUca, com a cscriplura dos Egypci1,s � Chinezes. ih
la, :-:l1gunrio o monumento de maior antiguidade que exis
te, foi dado rom a Lri ao povo Jwhreu. � quando saído
do estado domestico em que vivia no Egypto se cons••
tituiu em estado .polHico e imfoppn·!ente. E' isto tão" na111
tur;1J q11e o me�mo Duelos, sP111 d,!scnbrir esta origPm,
afiinra, com luto , que a c�criplura nasceu de repente
cumo a luz.
Uma tradiçân diz que ella nasceu rnlre os Phinicios,
outra que foi 1nvoncno de um secretario de um rei '!º
Egvpto, chamado Tiwt, filh,; de llermes • ou Mercuno
Trisine�dsta • á ()ll( 1 m d fab,ila CV�-tuuwva allribu�I' �udo
cujo inventor ignora\.a : ma� b,1sl::,...sah1·1 lflH' .''� �hm1c�_ os
e �gyp.cius en.1111 povos c,j;n11H·1-c1i-mks e v1�mn<!S dos
Hebri:us. para j ul� ar quP d1 1 ll_,,s "r:n•n, !,�rum a e��r1ptura,
inJer.pclre do t" nsamrnln, P. 'o 1,�}jC; lo que êl pdlavra enir
cerra. Parec� que a fabniJ <h.:iS11õUf\lu a v�rdadt� nestf'
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
raso , chamJnrlo lllinislro do rei do E 1�·ypto ao ministro
do senhor. q uc tractou com esse l'Cl a sa1da dos lfohrous ,
á quem foi da 1.L.1 a Lf�i cscripLt nas la!.uas conhecidas d�
todas as naçõns do mun lo.
A cscriplura devia , c\)m cffJito • na�r.01· do reponto
como á luz; porque süo scmelhant,Js : clL, enccrrJ o
som ·focompo-t,J , e lu lD;pr Llu pen3 u· • tl iz Mr. Lan
1tmonn tis , que o s:>m o a laz sl, cou 1.\1!l'l8m cm �eu
principio e Hão ditf-rdm se1río co:u:) m) lo d1l sujeitl> a
que atfoctam� Um e ,rnt1·Ll se snpy1J;n cm c,�l'ta medi,:
da , o se ·düC •mpõom cm clunwnto� an;iLtgos � que so
1
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
6ã
O nosso alphabelo tem mais C, X, Q, H, J.
SECÇÃO 1�
Das rea1·as- 1108 llUUl�II.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
66
Assim devemos , por ex. , e�crever E'sta , · Está, Avo,
Avó , Sé, Sê.
Sam estei os preceitos ela Orthographia determinados
pel"os mestres • segundo o principio fundamental , qHo
1
SECÇÃO 2�
-.e,;ras 11.11s letras.
&
i •
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
,6 7
usa-se do j , como ; Festeja , Pelejo. .Ha excepções co�
nio : .Jejum , Sujeito, etc·.
1 V Usa asa jc z
1. 0 ·no meio das palavras. que e.m latim tem e ou t,
entre vogacs , coAio : Dizer, Fazer , Razão , Amizadadc,
de Diccre , Facero , Ratio , Amicilia.
2. 0 •no fim das palavras que em laclim acabam em
x , como : �,eliz , Catiz , Paz , do l◄'ilix , Calix , Pax.
V Dobram se as letlras. -----�
1. nas palavras compostas das preposiçÕCSTafimrs�
0
SECÇ.ÃO 3�
;Do modo de pa•tlr as pala:vras.
Quando no fim da linha que se vai escrevendo .não
cabe a palavra inteira , deve esta parlir111se de modo , que
Jiquem as syllabas inteiras, para ficar ahi parte , e pas
sar parle para a outra linha , segundo as 1·egras seguia•
tes praticas.
I Os nomes compostos das ,reposições latinas re, iR,
ah. de, ad. ex , com , per, pre, pro • sub, se-devem
partir nellas assim: -R-e-sponder, In-sculpir, Ob
star, De-struir, Ad-minislrar, Ex-pôr, Com-mandar,
Per-spicaz • Pre-murik , Pro-star , Sub -stituir.
li Qs diptbongos não se--devem partir , mas _separar
inteiros • asjim ; Que-remos , Qui-tanda , Mai-o •
�Fi-cis.
Ili As letras dobradas separamrse uma para o fi� da
Unha, outra para o principio da seguinte , assim ; Af-
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
68
fofls()_, Map-pa, Ao-ç,Ho; etc.
IV As consoantes que não ssm dobradas scp'.lram-se
para a linha seguinte , assim : O-rnnipolenle , lnde -'
mnizar. A-elo, Si-gnal, Di-gno. Exceptua�n·se asque
perlenc•:rn1 a cada syllaba • como ; As-tro Sol-dado ,
Amar - go , Es-paço ( 13 )
Segundo os principios de Mr. Ch;irma, não ha regra
alguma a seguir no partir d<1s palavras ; porque para
elle não ha d_ipthongos , e toda a eons_oanle-_fere UI?ª vo�
gal, por ser rnseparavel deUa como arttculaçao que e, (li}
Parece-nos - muito bein entendido.
SECÇÃO 4�
Dott sl,;naes.
o� signaes recebidos em nossa Lingua sam os s�
guin les:
-·-·· .. .. ·--·•-�-
( t 5) « A syllaba, isto é, . a vogal articulada , diz C.har
ma , comprehende uma vogal e uma consoar,te Lm� vo.
gal só póde fa-zer um pé , uma pdavra m is n;lo faz uma.
syllab1. Quando duas consoantes se unem a uma vog�!, duas
syllabas sio r,0nstiluidas ; uma que a pronuncia destroe,
& que rüo se-conta, e, outra que se-evidencia e que so
mente contamos. » ·
( 14) « O� do_u_s elementos de que se•compõe a syllaba. ·
diz elle, não se dispõe ubitrariamente no systema que sarn
cb�-ad ,s a formar; é neces sariamente a consoante que abre
a ma1 cha Se a vogal se-mos·ra primeira, fica inarticulad1,
e a, consoante que vem depois sa liga a uma vogal c1ue a
escrmtura marca ou suppriàle arbitrariamente. 1)
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
69
1. e 9 Ac,:cnto �guuo como em Sé.
2. 0 O Lircumilcxo co.mo em Sê.
3. 0 O Trema con10 cm Guela.
1. 0 A Uisca de união cor.no em Diz•se.
Ji. 0 A Reticencia como: Mas ..••••
*.l. 0 O Parcntheso como: ( )ou -.•.• -
7. 0 O Esp;wo cm branco entre palavra e palavra.
8. : O Ponto final como : (.)
n. O de Interrogação como : (?)
t O. 0 O de Admiração como : (!}
11. 0 O:, DouB__ Jti-UllD_s_c_o.nw : ( :) -
1'2. 0 (? �:mtoe virgula como:(;)
.! 3. 0 A. \ 1rgula como : l ,)
Destes &ignaes uns sam das palavras , Gulros das prc11
posições. O Trema é já pouco usado, e o ac,cento grave
·orno em Se é francez.
ARTIGO 1?
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
70
C'm Quero 1 Qui.nto � que soam Kero, K into; porque o
u é mudo; e as vezes sôa 1( u-e , Jí.u--i . corno Nn
Eioquente, Liquidar, Quiflquagesima, AntiquiHitno,
EqtJilação, que sôam Eloku-ente, l.1ku-i.,Jar, Hu----
inquagenma, Antiku-ú.,tmo , Eku -i'açüo pu1 •J
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
71
11osso:; mesmos classicos modernos, mais phil()Jogos e phi
lo:K,vlws que os :::nligos, não sam conforme entre si, nem
-:iinda com s_igo mct•p10: assim que o niullwr :prcceilo, que
n:•.-;:f:i nlíi{ena te püde dar, é o de lcl"os <'.om toda a at,,
l(IH/10 e criterio, rcparnnclu bem a pontuação dclles. Toe
daY1a, p;1ra orientarmos os principiantes, daremos aI•
gumas regras cxcrnplilicadas, definindo primeiro o que en,
tendemos ser uma Proposição_, uma Phraso, um Pcriorlo.
P roposiçfü> é uma s1mplcs combinaçilo do mais ou mc..i
nos pi:davras, que não tem mais do que um verbo do mo
do pe�soal, formando um sentido perfeito, Ex. :
Deus e justo.
Um veado branco /oi immolado á rainha do siler:�
cio.
Phrase é 11ma. combinação complexa de mais ou menos
pala,1 ras. Pm tp1e entram duas on mais combinaçõe�/ sim
pies ou proposiçücs, í:.x.:
1-...\'e 11t,; �mre, entoõ é re:;:pons,roel.
1
E lte.� n1jJr�ti·;1n os males, que 7Jertenciran por herança
aos fil luh d 1 _1 "l'l'rt
Periodo é uma combmação de proposições ou phra�es
cujo todo forma um sentido completo. Cada proposição
ou phrase é membro do. Periodo, Ex.:
A l.dli, a ;,e ;iro,oor,-:wna insen�ivdm,ente aos objectos
q a ocrupr!'ii1; ( L c 1menibro) e sam as !(nmr/es occa
ue
siõPs qur· rezem Gs grandes lwmens. ( �� num! ro ) .
Ha. Periodos de tres, quatro e cinco m-t�mbros; raras
vezes devem ser mais, longos.
Sam os mrmbros do Periodo que se-dividem e separam
pela virgula, ponto e virgula e.dois pontos; mas cumpre
noklr:
1. 0 que a vir.gula marca a pausa ou suspensão da voz
,1 i> fim de cad;1 respiração ordinaria, maior ou menor, com
� tom com que se deve ler.
� 2. 0 que a pontnaQão mais forte suppõe a mais fraca;
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
,slo é, ponto e virgula depois de virgula, e dous pontos dL�•
j)Ois de ponto e virgula.
· Esta regra tem excepções que só a pratica enshn, repa•
rando,so na pontuação de proposições pequenas, rnas d i,:
versas.
§1 o
Oi, "t'l�·;:ula.
-�ª
l
separa!tào tios 111e1nb1•os tia •••·.... o.
�i�•ão
Separam-se pela virgula:
I ·Todas as palavras que representam sujeito ou pessoa
,Jo verbo , Ex. :
J\z(b a, th,suJ1a: JJ1ert6la, f1rfr: t�airam ll1e nas ,m.áos.
Aj é 1 a esperança e a caridade sam i1 irtudcs t!u:olo-•
:.(u:as.
S6 Orplum, Lino, Htnntro, ou o velho ;rne fle .1saén
)JOrl imn Vf!IICI']"• O!(J_
· II Todos os substantivos appostos, que formam urna pro�
posiçãü incidente elliptica, Ex
(_; 1n subrinho de Ajfonsu i A 11relio, .fillw rle .'?Pll ·ir
1naü Ftu'êla, e primo do 1·ei assas,.: inarlo, subio entaü an
throno.
111 Todos os adjeclivos e parlicipios, qu-0, refirindo�se a,
algum substantivo, po<lem fazer uma proposição iucidtlntl1
elliptica , Ex. :
Do adjectivo.
O povo da Capital, sempre desejoso de nrn,irlarlc.;,•,
nlal contente do severo ref{imento do el •--Hakem, tra
,:;tou de apro1;eitar•se da sua ausenciti para. 1.una rtJvo •
luçaõ.
Do participio.
Portugal, nascido no seculo Xll. em ,um an:nllo da
fJaliza, constituido sem attençaü ás di?Jis&f!s 7JQ[iticas
anteriores, dilatando-se pelo territorio do Al -·- Gl1a,•.11
sarraceno, e õuscando augmentar a, sua 71opulaçao ç()r.�
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
73
,1s colomas de alérn dos Pyreneus, é urna naçilo iute:1-�
ra 111 '''il I e 11 r ta
IV Os d()l!S arlje<·tivos ,juntos r,c1a conjtmc(ão- ou-,
indicrndo cll:,i,!a 1w qunlidade da pessoa ou cousa, a que
nllcs se rcflnm. Lx.
b, -liul.lw,. Cldti• ;,rrde:1:to, verdaddro ou falso, de
1n·olrt. ,r ,,s
1
1m o.ru:u(/.1.-. &�
V Torl:::s as palavras qu& sam • f!Uribu tos. ou objcclos,
ou circmm,tancias rla acç;iu de um mesmo sujeito.
Ex. do altributoº
ns /l()mens sa11, urn cordouw, um, '111ar1 u1n grande
1
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
JS mai� partes rl:i proposição, como se fizcsscrn umü p1·opt:i; ..
si1Jio pur �i -.Ó Ex. . ,.,
J. iJ.1t11rtu f �•1.i 'd,�o e,, pi wa /). 1 hcrc-::a, jollaoa nu-
c!t.: n ,; ,, _,,,;,urrtfi,lw/1• ;1n1 lUS{lff!Z(f,.
VIII To:tl �i palavra. (JIIO representa a pessoa ou cousa
person1lica1ia a quem se falia. Ex.
àJun e •l 1 ,t Lo .-�·l nll•JI', t,/'fun tres irul.
Alt!.,�0 i-usalem,/.;;e ao 'IJW1ws rst i vez ton!tccr-·sscs a tua vi ..
S j I r ff� 1l fi
IX To11n a rahvra ou parte da propo.;!çrio trnn"porln�a
de sl�U l11géll· n,1tural para aqurlle que não ó propriu, nc
principio� nv meio e no fim, Ex.
Da mudança para o principio.
Dnrante um (Jnurto de -seculo, qua..:i iuJ.os os nosso."
cidadãos foram, solda,/,;s.
Da mudança para o meio.
Elle descobre, ao mesmo tempo, um grande numero ár·
ideas,
Da mudança pnra o fimº
.lá graças aos vossos t.:011,..Je,.,/tos e a ·v-ossa cora:.;·em, eu
1111rlA .�r,hJar a F'rr111 ta
X To,J,,s o� membros rle uma r,roposição que exprimem
diversas relt1ções, Jcpendcntes umas das outr,is. como dl'i
curnstamcia� que esclarecem um pensamento liU acção, Ex.
rara o lw.-1wm sacrijicar a lo,,,� w, e atidas i,1.oesti_ga
ç,·1ts ftequ.entes vezes sem, resultado, to ias as jaculdudes
do espiri!o qnasi todas f. 1 .huras da "'i.da, cmn o intuito
de dar ao seu paiz um/1. historia, se naõ bo1i ao m,enos
siJ,rr>r'1, P- necessario: cr Íl eu. al!.[11.rn n.,.n,H· d.-1, 11f•t,·i11.
XI To·\os membros do uma proposição. prrcedi,fo� elas
Ctllljuncções - e, ou, 1Jnas 1 nem,, st:,wú -ou 1lo, ,1dvt->rbios
- 7ú, ,;ra q1ter , como , bem. comn. &, <· - rxcepto S!'fl'.'G
a proposição tão curt2, que se tome bem em uma respjração
ordinaria.
Ex. da regra com as conjuncções.
1 ° Eu escre'Vu apenas para (JS �tnceros oraig os ·rla
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
,•,·1 <fo Ir!, � auula receoso, apezar aa r).'lr eza de 'int 11,.,,
1l esr:jos, ele naü ser e:1:m;to, 011. p.'.:la escaceza dos doeu men
({Js, ull 1,or m,gwtrJ 7n·o1Jrio n, o p11t'(lf:a<i dos fac.'ns
'J o
1V:w.. rne
- U'. ,t�·on mafoN .
. ; l e11r1a , .
1..1,
. pura com ., estran !ws,
nem, pnrcwlular!e 7,ela frrra nutal.
J. e Ce.zar fm'. u,1., a.in/ii,·i()','r•, ·•1111� mui 1 n clemente.
Ex. da regra com O:, advcrbios.
l. 0 Ora ·utctor1.o;:.u, ora veitvúlo,
1ljju1c o ntOi'f(:.'l mn
!'31.4.'2,
"t!. 0 Negocio taõ i1nj1ortante a ltdigiao, cnmo ao
l.!)stado,
Ex. da Execpçno.
1. � A t:·nerra associar,1,r1,, �e '"' /Jeste e a fome.
2 ,:,j A 1n.anr, o crrmo a (;J/,n,
N. ll. A conjuncção-e-exclutJ lambem a virgula. quan•·
do junta aos nomes proprjos e aos numcraes, como�
.loaô dP. ,Hello e Stlva,
1!1il oitnc,0 utos e dwcne11ta e oito
XH O, membros da proposição em qtrn se faz compara-.
ção entra certas cousc1s. ou qualidades della, Ex.
1'1 ais /acets a confessar os victos na pes�·oa, que na
rnagestade.
II
]\Ta se1,a1·atão dali pro1,osirões.
Separam-se lambem pela virgula:
I As pfoposiçõcs do verbo ser, ou de outl'os vcr1Jos com
nomes q-ue sam objectos de sua acção. senJo o sujeito d"
todos o mesmo, Ex.:
Chama, roga, ameaca. " não é ouvi--/o.
Delti!a�a a todoi, rnuvia a 1nuilus e uutruia a
poucos.
lias o de lusn orn-· z, couraça e malha
lloni nf'. cu· ,a. des/a r;:, abala e talha,.
ll t\.s pl'op11siçô(,s liga,li1s pdas conjunccõcs e polos
conj une ti vos, excepto se furem taes, que se prufiram de
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
:1ma rcspirnção ordinaria.
Ex. da regra.
1. ° Cumprf que o talento, em nosta terra, se1a
:orno o rr la,n pa #º� q1u' /u/gf! e passa.
2. e As tPrras < uttivai,am•se na verdade, porque
lslo não podia f/r--ix·ar dt. .,er.
3. 0 E/la havia acab.-,do a tar,.,/a, que a Provi•
dtrtcia lhe destinar a rui cbra do progresso hu1nano.
Ex da excepção.
Fulge e pa11a. Descreviam ou narrap·am
N. B. A conjnncção -mas-só liga proposi\·ões que se
separam pela virgula, quando estas 1:roposi<;ões sam com-
parativas ou integrantes, Ex. :
i l1ne que iria, 11,a� • que ainda se dcnwraric.
2 A {[Uerra niio só co·nstítuia:c1n «eral, o estr1do ordi
nario das sociedades naquella épo,:,a-, 1nas lambem, vinha
a ser. em es11ecial, a, r,riuieira necessidarle de um, paiz
as.'-'( 1 ?: vobre e [i-,nitaAo. p'lra 1Ji1Jer da z,irla 7Jropria.
lll A,, p '-->P )�içõ H lig t LB p.elo� ad verbios -quando ,
ona�, ,u,11,1e, pur n,11/(: 7Jflrn onrl,:, como, emquanto, 01'1',
ja, 1.1u:r &e.- ni.lõ sendo cllas curtas.
Ex. da regra ..
1. 0 A cavnllaria dos IJar[{ontl'nlws, 7wuca e mal at
mada, .como lhe era passivei; fa.zia a vatrulh.a da ca'lrt ·
pauha.
2. A assimilação devia ser tanto mais Jacil, quanto
0
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
77
Vl A� pruposi!:-ões comparatiras, não sendo tào cur
tas 'l ue se tome1n Je uma rcspiraçàq.
Ex. da regra.
Elle t1'abalhava nisto com tanto zelo, quanto se podia
exigir delle.
Ex. da cxccpção.
O !tomem tanto lctn quanto vale.
., Y As propusiru�es ligadas pelos conjuntiros_,..Quc,
CtljO e por (.J11ern, nao sendo curlas: Ex,
1.a As náos de 1'!eca, que no amparo do Profeta etc.·
2.a Começando 11a quelle primeiro Gama., a quem os
mares dera·m fatal passagem etc.
3. ª Dando-lhe prinâpios triais illttstres, que averigua
dos, cuja memoria conservam suas tradiçiies.
N Il Antes ele-Que-não ha ·virgula, quando liga
proposições como comple�ento, uma da outra, assim:
Dizem, que fallou ni uiTo bem,.
VI As proposicões ellipticas, quando se sobentendc na
seguinte o _mesmo verbo e.la antecedente, como:
Foi freio a Rumecão, aos nossos muro.
Separam-se pelo ponto e virgula:
1. As phrases, em que se repete a 1nesma palavra <la
antecedente, fazendo anafora, Ex.
Onde o auctor errou involu,nlariamente, é conde_m1_iavel
o livro; onde pretendeu illudir os que o lêem, a condem1!a
ciio deve cair sobre o livro e juntamente sobre o auctor.
.. II As phrases que tem sujeitos ditTerentes, fazendo con
trastes <le suas qualidades, sentimentos, ou acções. Ex.
Elles tractam a 1i1:storia como uma questaõ de partido;
e eu apenas a considero como materia de sciencia.
III A proposição g·eral da particular nella contida, mas
enunciada de um modo independ-0nte. Ex.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
78
:Fi.rou o rei entaõ o dia cm que deviam sair de Cohnbra
11ara a cmpreza.; foi uma segunda-leira.
IV A proposição principal ausolula da particular ele
pendente ou subordinada. Ex.
Em geral, os cult01·es das lettras não saem d(ts classes po
derosas e abastadas; e c1n Portugal, ai1ula hoje, o escriplo1'
mais bemquisto e mais laborioso niio o/Jterá uma fortunc6
úulependente; só a_ custa de sttas vigilias.
V As phrascs comparalivas umas das oulras, com ou
sem anaphora, Ex.
Com effeit@, pede tJbscn:ar-se qtte o lacto, que produz a scn
saçiio da 1tcsistencia e da ea:lençüo, é relativo á forra: cMno
lt i·is.tn que dá a sensapai'i dte /'orrna, e o lJU'IJÜ/;o que .per
et·Pc f{; p�davra sam relatit'<JS á i,ltelligencicr; como o ohe1:
i'o emfini· e ogosto, que dirigem o ser na a limciita.çaõ, sani
�:elalh'os ao principio da. vida:.
VI As :proposições ou phrase� -lig11das pelas conjunções
tnas, pore1n, e pelas exp-res�õeuonjur:livas porque, assim
qirn, postoquc, ainda que1 bcrn�'ite, por isso ele. E.x.
1. 0 O patriotismo pode avi1:cuta1· o estylo; mas é pessi
mo conselheiro ao historiador� ,
2. A discussaô e1.1lre nós fô,:-a impossi�el; porque se
9
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
7!J
tadas por adjeclivos, participios, ou verbos no infinito,
como fazendo continuados os incidentes diversos co1n o
mesmo \'Crho suuentcndido. Ex.
1 ·o Porl-ugal, porem,, nascido recentemente; úu;luido no
todo ele 1:arias sociéda.des peninsulares; fundado em fra.
gtnenlos do solto das antigas divizões territoreaes da Hespa
nh a cettica, piinica e ro·mana: tronco, em fi,m, da arvore leo
ne_za, niio ac!wva, iun só parentesco lcgiti1no e exclusfro nos
lcmpos anteriores da conqui'.sta 9oda.
2. 0 1'aes eram estabelecer o processo ordinario só por
Ires annos, e supprimir o e,oiifi,sco sô por dez; estatuir como
fa c·uttalivo o de·ver restricto, que os bispos tinham de in
tervirem nas cauzas de herisia; conceder que tivessem t
lrin
la annos os juizes da Inquisição, quando o direio cano
nico lhes exigia quarenta.
VIU As proposições principaes contrarias, das q11_aes
uma affirma uma tJualidatle,, outra duvída ou nega E�.
Sam excellentes, talvez, Jis su,as intençõts; não sai se o
mesmo se pode dfr.e;• da sua intelligencia.
IV As preposições principaes de sujei-tos e \"tffbo's dif
ferentes sern contrastes, ligadas sem conjução, mas •pela
repetição ou referencia de alguma palavra contida na a-n..
le';edente Ex.
Sa:hia-se da existencia da concessão; os christãos nov-08
in·voeavam-na; inas seus efl'eitos nãf podiam realizar-se na
pt'atica..
X As proposições comparativas, em que a com,par,,.
�ão se exprit.-ne por -quanto mais., e tanto, rnais, sub
ententlido na 2. a o mesmo verbo da 1.a Ex.
1. o Bastarict para percle1·-se qiuilq1lC'r delles, ter 11m ini
rnigo; qiianto 1»ais odiandQ-os a maioria da nação.
2. o A consequencia seria fazer-em os prelltdos ·o -que a�é
alli tinham feito, q•iM e1Yt faUar a se·u dever; e tanto ma,.�
q'lte, sendo irmãos do proprio mona,rcha, ou cr&ituuts suas.
'Hiio se alre·viam a desobcdecl!-t•lhe.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
80
lll
Dos 1l011s 11ou1os.
Separttm-sc por dous pontos:
I As proposi�·-ôes princi paes diversns, ligadas pelo rnc�
ino sujeito rle verbos differcntes, expresso n'urna e occulla
n' outr:1. Ex.
Nas doutrinos de opin·iaõ tal1 1cz .�,)arn licit,1s as conces
sões: 1nas nas materias de /áctos serwm ahsurdas.
II As proposições
f
prjncipaes contrarias, de si�j:�itos e
verbos dif ercntcs, e só ligadas pelo olijccto curnrnnrn. Ex.
Queria Marco clella Ruvcre cumprir os mandados pon
tificios: oppunha-se clrei.
III As proposições principaes contrarins, uma affir
mativa, outra negativa de alguma cousa. Ex.
Naõ eram,, poreni, a tolerancia c!tristã ou os impulsos
da humanidade, qif.e o moviam: era lt colúra.
IV As proposições principacs semelh:ultc5, em uma
rlas quaes se diz g·eralmente uma cousa, e na outra se
explica essa cousa. Ex.
Adoptou u1n arbitri(): nomeoit os cardeacs Ghhiuceo e Ja ..
cobacio para examinareui etc.
V As proposições principaes semelhantes, em que o mes
mo sujeito falla ora a uma, ora a outra pess::::oa. Ex.
Aures Vaz começou JJar fazer predicões á rainha D. Ca
tharina: depois, subindo mais alto, fize1 a predições politicas
aelrei.
VI As proposições principaes semelhantes, em uma das
quaes se diz parte, e, na outra, parte de uma acção do
1nesmo sujeito. Ex.
Não limitava .4yres Vaz os seus estudos á medecina: ti·
nha.-se dedicado lambem á astronmnia.
Vil As proposições principaes semelhantes, em uma
das quaes o sujeito refere o que dizem de outro, e na
outra o que dizem <lclle E:x.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
8t
llogia-sc cm, Lisbôa, que cu 1'ecebia dinheiro dos Judeus
que tinha ele sentenciar: o mesmo jâ se disse de vossa alteza.
VIH As proposicõcs semelhantes, cm que se dislri
bucm os sujeitos por numeros: Ex.
Os primeiros nifo devimn ser considerados como 11elapsos,
se depois de perdoados reincidissem,: os segundos sel-o-iarn.
IX A proposição que em si nnnuncia a]guma senlenca�
falla, discurso, ou dito, da que o contem Ex.
u •
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
82
a entre as 1ninhas, e levei-a á boca, e beijei-a: crct, dl�scar
uada e n,gosa Cúmo dcvict ser e, de mcn pobre pae.
IV.
Do poni·o.
Quando a proposição, phrase ou pcriotlo conicm uma �f
firmação ou uma neg·:lçào, termina por um ponto iinal. l:..x.
O espírito é muitas vezes o tolo do coração.
Quando contem uma pergunta 011 duvida, termina por
um ponto de intcrrog·ação. Ex.
1. 0 Tu que dizes de ti 1
2. 0 Que quer tlizcr este apparalo a1neaçador?
Quando contem e��panlo ou surprcza, termina por um
ponto de admiração. Ex.
Bradai·a por Santiago e pela 1:frgem, e ao mesmo te,n
po dizia aos que estavam, no adarve: Eis-me aqui .' Eis
,,ne aqui! Afettei-os â espada! nenhum escape ao ferro!
AHTIGO IH.
Do 1,a1•e11tl1esls.
O parenl11csís é o signal �om que se separa a proposi
ção deslacada, com que se interrompe o discurso. Ex.
Sua Santidade-diziam ellcs- ou ( diziam clles) enten
de que é melhor referir �cnitamentP, a vercladu., do qite
recorrer â subtilezas.
CAPITULO V.
D-4- P.ROSODIAl.
ARTIGO I.
Das lettras e acccntos.
« A pa1a,Ta na sua maior simplicidade, segundo Lhar
ma, comprehende e combina em si cinco cleniento� dher
sos; é uma voz <1ue se lira de sua gencraliuado naliYa, para
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
83
11:c d�r toda a i_ndividualidadc que ella comporta; a as
p1raçao, a qwwttdade, o accento pathetico, e p accento tonico.
« A voz se aspira, segundo o� casos, com mais ou me
!rns_ doçura ou aspl'(�za; e as linguas tem symbolos que
11H.ltcam este caracter, e precisam esta mudança, como o
CII e o G dos Allcmães, e o II dclles e dos Francezes.
« A voz no mornenlo cm que se forma se penetra tam
ÍJem de amor ou oJio, de pt·azer ou dór, de esperança
ou desespero; e o accento pathetico marca na alternativa
de suas mnumeraYeis impressões um som, que por toda
a parte não mudu.
<e A vogal contem a quantidade <le som estrictamente
indispensavel para sua produc�ào: quanJo simples, cha
ma-se breYe, como em-Precipitado-; quando composta
de duas ou mais� chamam-se longas, como cm-Cooperar-
« O acccn to tonico, ah rindo ou feixando o som, allon
ga a vogal sobre que cae, corno em-Amámos-; e abrevia
o da s�1 Ilaba seguinte, corno em-Pássaro-
« Duas vogacs distinctas, que se pronunciam de uma
emissão de voz, chamam-se dipthongo: sendo de tres vogaes
chamam-se triptlwngo, e sarn nece�sariamente longas,
cerno: Pae, JJfãe, Céu, Seit, Alaio. ele.
A phi"lotophia não 1wde admittir diptlwngos e menos lri
pthongos; porque é impossivel pr�nnuciar duas ou mais vo
gaes de um jaclo de voz; mas como estam admittidos na
- practica, tractaremos dos seguTntes
Dlpthongos oraes.
ae, ai, au, como em-pae,. dae, grait, pan, mms.
ej, éi, éo, êo, cu, como em-seis, fiéis, bornéo, a.pogêo, 8e1i.
'
io ) ia ., iu como cm-serio, ball�a, vestiu.
ôa, oi, óe, oi, ou, como em-prôa, foi, d6e, comõoi, ouço.
.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
84
Dl1,tl1011gos 1I11sae�.
ãe, ai, ão, como em-·mãe, plaina, são.
ec, como em-tcem, leem.
ie, como em-fiem, chiem.
õ�, como em-põ�.
u1, como em-ritun.
As consoantes se distinguem, segundo o orgão e5pccial
que conl.ribue mais energ icame�te para sua fonnação em
linguaes, denlacs, palataes e labiacs.
As Ling·uaes sam: G, C, Gu, Qu
As Dentaes: E, F, T, V
As Palataes: L, N, J, R, S, X, Z, G, C
As Labiaes: B, M, P
Segundo outras consider:1ções, ellas sam lambem doces"
fortes, liquidas e sibilantes.
As doces sam: B, D, G, J, N, V
As fórtes: F, C, Qu, P, T, X, Z
As liquidas: L, M, N, R
As sibilantes: C, S, Z
O-a-em ltfâs conjunção e em Pâra preposição é fei
xado, para disling·uir-se do a em A/ás adjectivo, e em Pára
,,e1 bo; mas não deve ser feixado de tal modo, que se
confunda JJias com J-lez, e Para com Pera, como alguns
pronunciam.
O-e-no principio e no fim das palavra�, quancto não
é accentuàdo, sôa como i, �or ex. : Edade, Egreja, Egual,
Vale, Cidade, Padre. Daqui veio escrever-se Igreja, Ida
de, ]gttal, etc. ; porque a pronuncia fez esquecer a ety
rnolog·ia.
O-o-no principio e no meio de certos nomes é, fei
xado np singular, e aberto no pluraJ, como: Ovo Ovos,
Ulho Olhos, Corpo Córpos, Miolo ftliólos: etc. Quando não
é accentuado sôa co1no uno fim dos nomes, corno: Falto,
Dono, Somno etc.
0-r-no principio das palavras sôa forte, e no meio
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
8 fj
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
86
Syncope, que diminue no meio das palavras-sós: assim
por ex. Ininiigo, !Jfaior, Cuidadoso, fazem, /migo,Jlor,
Cttidoso.
Apócope, que diminue no Hm ,fos pal:l\'ras sós: assirn
por ex. 1.lfarmore, Grande, fazem !Jlannor, Grão: e Da
mo-nos por Damos-1wf.
Por contracção
Synaleplia, quesupprime nas palavras juntas a vogal fi ..
nal da antecedente para ferir com a sua consoante a vogal
da seguinte: assim, em vez de dizer-�e /Jeaurora, de este, de.
aquelle, de o, de a, diz-se: D'aurora, d'este, d' aquelle,
d'o, d'a.
Ecthlipse, que supprime nas palavras juntas o rn da.
antecedente quando a seguinte começa por loga]; assin1
em, \'ez, de com o duro marte, SI)
. ..... diz co',, duro marte. Entrt\
nos so se usa com a prepos,çao com.
Crase, que nas pala\'ras junlas contráhe em um só o a
preposição corri o a artigo, ou o ,Ia preposição com o do
demonstrativo aqucllc: assim, em vez de Von a a casa,
Váe a a quelle amigo, Apphca-se a as lcttras, diz-se:
Vou á casa, Vae áquelle amigo, Applica-se ás lettras:
Pm· mudança
. A A nlithc5e, muda nas palavras juntas a consoante final
da antecedenle por outra qne fira rriais cufonicamenle a
vogal da seguinte; assim diz-se: Amal•o por A'mar-o; Dil-o
por Diz-o; Nol-o por Nos-o.
A Eufonia accrescenla um n ao artigo depois das
terceiras pesf;oas do plural dos verbos, com0: Dcrani-no
por Deram•o; Fizerani-no por .Fizerarn-o.
A Aphercse e a Antithese se juntam nas expressões
'
no; 'na, ' nos, 'nas, ' nes te, ' nesse, 'naquelle, em vez d. e
em o, em a, em o�, em as , em este, em essf!, em aquelle:
� _ Aphere�e supprime o e da preposição e1n, e a A n ...
t1these muda-lhe o m em n .
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
PARTE SEGUNDA.
DA SYNTAXE.
A S�r ntaxe tracta, como vimos, das palavrns considcta,_
dfls em suas con_ib_inaçõcs, f?rn:ia�do pro posições exprr.s
s1 vas de nossos JUIZ-OS e rac10cm10s; pel-o que se dividl·i
em Syntaxc Logic.a e Coordenativa, das quaes passamos
a traclar.
TITULO l.
D.� SI'N'rAXE :LOGIC ..4.
Assim como a Etymolog·ia idealogicn tracta da idea en
cerl'ada na palavra tomada na sua unidade, tambcm assim
.t Syntaxe logica tracta do jui:zo contido na proposicào,
ürganizada segundo as leis <la combinação das palavras.
Estas combinações sarn simples ou complexas.
CAPITULO 1.
Da combinaçao do pcnsam,ento.
SECÇÃO I.
Da co111hlna-;ão si111ples.
Quando se não observam as leis da combinação das pa ...
lavras, ellas se juxtapõern, mas não organizam em um
sentido pel'feit0, como: Sobre sobre, Branco negro, Ser ser.
Daqui se vê que :i primeira destas leis é que só se
combinam pala\'ras de differentes � não da mesma espe..
cie, com0: Por mim'} Mais bello, Ser bom. Estas palarrns
não sam sómente juxtnpostas, mas combinadas; sam já
urna organizaçàn comcçtHla, uma parle que chama a outra
parle para corn plelar-se.
Daqui se entrevê que a segunda tlestas_ Je1s é que > para
ser completa a combinação, sam necessarws dous termo�
e uma relação, que os lig·ue entre si; por que só assirn
podemos ter uma realidade intelligivel, como� O lwmeni
ser 1nortal, O pae amar o filho. Estas palavras contem
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
todos os elementos de uma com hinnção pcrfu_i.ta, e for•
mam um corpo inteirJ; m ts falta-ll1') a animaçüo, o
sopro de vida. Este sopro de ,·ida qne ,·cm animar este
corpo é uma affirrna[:ào, que o espírito 1111) junta, e que
penetra-o todo e faz existir no 1 ernpo.
Daqui vê-se que a terceira destas leis 1'1 a afrinnaç.ào,
manifeslada pelo verbo, jú não vaga mas dcíiniliva, e a re-
1ar,ào que liga estes dous termos, corno: O homem é mortal,
O pac ama ao filho
Assim, pois, as ideas dos ter1nos e da relação sam a
materia, e a aJiirmação a forma de j uizo; e cumo a cer
teza é a alma do juizo, este é o que cila é � e, pois, se elJa
é �n�eiramente positiva ou negativa, assim tambcm o é
o Jmzo, como:
Deus é justo.
O macaco não é homem.
Se porem clla é meio positiva e meio neg·ativa ao mesmo
tempo, se é indicisào ou duvida, o juizo lambem o é ;
e então, para exprimil-a, em vez da forma positiva ou ne
gati,·a, toma a interrogati "ª, como:
A luz é maleria ?
Deus fa llou a Adão ?
Ilaverá gente na lua ? ( 10)
O \"crbo é, co1no se ,·ê, a pala,Ta de Yida pela r.erlc
za manifestada na afürmaçào das qualidades e relações
dos seres, ou de suas ideas e conhecimentos, expressos
pelos termos do juizo.
O ser existe no universo; :'lS i,lcas e os conhecimentos
na intellig·encia. Os sentidos nos nlinistra,11, nos phan-
1asmas dos seres corporcos, a maleria das idcas; a instruc
rã�) ou revelaç.ão domestica e social dos seres incorpore
os a do� couhcc.111-�ntos; pelo que se não <levem confundir.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
8 !)
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
00
te honieni ( o,u, Pedl'o) porque mo$tra 1,un bem que JÜd
�e fall::1 de todos, mas de um só assassino.
III. Um adjectivo claro com um substantivo comnium
o o numeral nm, claros ou occultos, sena.o que este sub
stantivo mostra o genero, o adjectivo a especie delle , e
o numeral o individuo della, como:
Pedro, ( ou este homem) é brasileiro.
Nesta forma, subentcnLlend1)-se lambem o substantivo
cidadão, e o_ numeral 1tm, de sorte q uc íiq uc >) Pedro, ( ou
este homem) é um cidadão brasileiro, º"'egundo termo uni
cidadão brasileiro, corresponde egualmcnte ao primeiro
Pedro ( on este homeni); porque mostra que se tracta de
um e não de todos os eidadãos, e que este cidadão r, bra
sileiro, e não francez, inglez, etc.
Se, porem, o primeiro termo exprime, não �n1 ser ou
individuo, mas uma idea ou um conhecimento, o segun-,
do pode ser:
I. Um adjecliro claro com nm suúslcmtivo commum
r o numeral ion occultos como:
O homem é rnorlaL
A alma é imrnorlal
�estas formas, subentendc�se uni ser, ou 'tlnw creatura,
de sorte que ficam assim: O horne,n é um ser niortâl;
A abna é 'U,rn ser im mortal; sendo que só assim corres
ponde o segundo ao primeiro termo, e faz conhecer que
o hornem., e a alm1a não sam todo o ser; mas que aquelle
é só o ser mortal; e esta é só o ser irnmortal; e ainda
:-.ssim não sam todas, mas urna só especie destes seres.
II. Um substantivo, um ou. dçius adjectivos, e o nume...
ral ion todos claros como:
O horneni é um ser- anim.al racional.
A intelligencia é itma potencia espiritual.
Nest_as f?rmas, os segundo� te�1110s correspondem bom
Jos primeiros; porque, na primeira, o homem não é todo
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
n1
o ser, mas o ser animal, e não ainda o ser animal, mas só-
1nentc o ser animal racional: e, na seµunda, a intelligen
cia não é toda a potencia, mas só a potencia espiritital.
Tambem o segundo termo do j uizo pode ser um sttb
slantivo co-nmum, ligado com outro pela preposição de,
quer o primeiro exprima o ser, quer exprima a idea ou
conheci1nento, como:
Pedro é fi,lho de Paulo.
O homem é rei da creação.
Quando o segundo termo é um substantivo commum
ligado pela preposição de com outro proprio, o primei
ro pooc ser ou um individuo só e sem classe, ou um do
numero desta classe.
No primeiro caso, o substantivo commum do s!3gundo
termo leva o artigo claro ou occulto, como:
Christo é o filho, ou filho de Deus.
No segundo o mesmo substantivo leva o numeral iim
tio mesmo modo, como:
Pedro é um filho, O'it filho de Paulo.
Vê-se que as formas sam differentes nestes dous casos;
porque, no primeiro, só Christo é fiU.o de Deus na gera
ção divina; no seg·unJo, suppõe-se ter Paulo muitos filhos,
dos quaes Pedro é um. Se Paulo não tivesse oul1·0 fi
lho s1]não a Pedro, então a seg·unda forrna devia ser como
a primeira.
. .
As ,,ez,_�s, no ,1u1zo, se a.ffi1rma a .1uentrnac.
-i • • le co
l ser ou
da idea. ou a sua differect:a.
No primeiro caso, u�'.1--sr::. nü Sr;gundo tenno da n.1e8,-,
ma palavra que no primeirc-; tum,J:
DtYU8 8 lJeiiS,
0 propheta e prophefo.
No sciiundo porem enwre�:i�se., no s(•.1,-;1udo -U:tL(].,
lt..,' i L" • it•.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
.Eu-não sou tu,.
A ema não é ave.
Ve-se que Qª primeira forma falla-se de um individuo
differente de outro, e no segundo de uma cspecie diversa
d'outra..
SECÇÃO II.
Das co1nlll11ações co1nplexas.
O commercio da vida espiritual não se pode fazer só
mente com essas combinações simples, porque não po
demos por ellas discorrer sobre todas as qualidades e
relações das cousas, nem sobre as modificações do es
pirito. Elias se multiplicnm ao infinito, e por isso se
tornam complexas. O juizo é a combinação mais sim
ples que ha, e exprime•se pela proposi,ção: dous ou mais
juizos , porem, formam uma combinação complexa, mais
ou menos d�sçriptiva. Assim esta expressão: A alma
é livre, é um juizo; e est'outra: Se a alma é li-ue, ella é
responsavel, sam dous juizos, que formam uma combi
nação complexa, uma descripção, que se exprime pela
phrase.
Os juizos que formam a combinação complexa, expres
sa pela phrase, devem ser ligados entre si e dependen
teR um de outro, corno nos exemplos supra, e nos seguintes:
O pae quer que o filho te ordene.
Quem mui.to abraça, pouco aperta.
Tanto bate agua na pedra até que a fttret.
Com as· combinações simples ou complexas, se forma
o syllogismo dos Log'i'cos e suas diflerentes cspecies. Com
as t.res ideas Homem, Anitnal, e JJ,for·tal, e a affirmação
do ,·erbo se forma o syllogismo, c01no:
O ani)nal é rnortal.
O homem, é animal.
O homem. é mortal.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
t) Ç)
..: ,_)
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
04
O suJeito e a palavra que 1::xprimc um fndividuo ou
?tma idéa , que se affirma ou nega estar incluído 'puma
especie ou genero , expresso por outra palavra.
O attributo é a palavra que exprime o individuo, a es
pecic ou genero , que se nffirma ou nega ser o sujeito, ou
cm que se affirma ou nega estar o sujeito incluido.
O verbo é a pala\ira que exprime a affirmação da in
clusão do sujeito na especie ou gP.nero, expresso pelo at
tributo. Assim nesta proposição :
O as,l;' ucar é doce.
O assttcar é o sujeito ; porque �e affirma que elle per
tence á especie das cou�as C,oces ; é , o verbo ; porque
por e11e se exprime esta affirmação � doce é o attributo;
porque mostra a especie a que se affirma pertencer o
sujeito.
A proposição ou phrase se pode considerar debaixo de
trez pontos de vis:a : primeiro , na sua forma; segundo ,.
na sua materia; terceiro, nas suas prop'riedades.
SECÇÃO I.
Da fo1•111a �•a _proposl\'ão.
O que constitue a forma da proposição é o verbo; assim
que sem clle claro ou occulto el1a não existe. Exemplos.
Deus é eterno.
i
Aos grandes males grandes remedios.
N1 primeira propos:çào esfá claro o verbo é ; na se
gunda porem está occulta o verbo convem.
So o verbo ser, substantivo, conlem a form:i essenci
al da proposicão ; porque os verbos adjectivos , ou qua�
lificati vos e moflificati vos a contem , mas juntamente com
o attributo, como :
Pedro morreu;
proposição que natunaimente se conrerte nesta ;
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Pedro e morlo.
E as vezes contem juntamente a forma com o sujeito
e o attributo , como :
Amas.
Amas contem em si a form,a, o sujeito e o atlributo;
porque equivale a esta proposição.
Tu és amante.
SECÇÃO II.
Da ..-ate1.•la da propos_l,;ão.
O que constitue a m,ateria de uma proposição, sam
os se11s dous termos : o suj�ito e o att.ributo.
Considerada em sua materia, a proposição se divide em
simples, c9m.plexa e composta.
A proposição simples é a que tem sómente um sujeito,
um verbo , nm atlributo , como:
Pedro é magistrado.
A proposição complexa é aquella cujo sujeito ou attri
huto , ou ambos juntamtmte encerram mnilms ideas , que
concorrem ao mesmo tempo para completar a idea total ,
ou de um ou de outro. Ex.
Ale�and1'e, ftlho de Felippe , venceu os Pérsas,
gente affeminada.
Deus, que é todo .poderoso, creou o 1nundo
que deve aaahar. •
É e orno se dissesse :
Alexandre, qu� era ftlho de Ft!lippe, ·uencett os
Persas , qu� eram gente affeminada.
Deus, que é todo poderoso, creou tl mundo, que
deve acabar.
Estas proposições, assim complexas, é o que chamamos
phrase.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
!) t1
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
97
por isso a proposição principal não 1nuda de natureza.
Assim nesta proposição ou phrasc :
As paixões , que sam doenças d'alma, se re
voltam contra a razão,
-a principal :---,- As pa1xões se retoltam contra a razão--
não muda de natureza , supprimindu-se a incidente. cx
JJlicativa :- qite sarn doenças d' alma.
. A propo�i�ão incid_ente_ determina�iva, porerri restringe a
11l�a _do suJeito da r�n�c1pal _;? por 1ss? não se pode sup·..
prim1r, porque a prmc1pal soe verdadell'a, em quanto eft
terra esta incidente. Assim nesta proposição ou p·hrase
Os homens , que prehe�1chem fiélmente os dc-
1)Cres que a relig,:ão lhes impõe , seram salvos,
não se podem suppr1mir as incidentes determinativas�-
que prehenchem fiélmente os deveres que a religião lhes
iJnpõc; porque então a principal : ---- Os homens seram.,
salvos - se torna falsa.
Uma incidente podl�' gerar outra , como :
1:tlexandre, filho de Felippe , 1·ei de Jfactdo-
n ia , venceu os Persas.
Onde a incidente :- Que era filho de Felippc --- gera
a outra:- Que era rei de Macedonia.
Para conhecermos se uma proposiãoé simples ou com
posta, examinaremos se ella s� _pode d�vi-dir em muitas
oulras, que tenham o mesmo SUJe1toe attn�uto, éomo estas:
Deus nos creou para adoral-f? e servil-o.
Não sejaes nem avarente nem prodigo·.
que se resolve nestas :
Deus nos creou para adôral--o.
Deus nos creou para servil-o.
Não sejaes a1Ja.rento.
Não sejaes prodigo..
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
98
A proposir,ão composla divide-se cru copulaii\ a, l'..OU
tlicional, e disjunctiva.
É copulai iva, quando os seus 1nembros sarn juntos pela
conj unct�ão E clara ou occulta , como : •
Ce,�ar et Calão erarn de caracter be� differentes.
{:. ronLlicional
~ � ,,
quando os seus membros sam juntos pela
um.1 unrç.ao ._.,e, como :
Se Deus é justo pune os peccadores.
t
,lisjnnctiva , quaudo os seus membros sam separa
dos uns dos outros pela conjuncrão Ou, como :
-.d alnia Oi!, morre com, o corpo, ou lhe sobrevive.
A mulher ama ou, aborrece •
Considera-se t.ambem complexa a condicional , e rnc1-
de11te explicati,a a proposição da conjuncção. Assim
nesta phrase :
Sahfrei, se fizer bom tempo.
1� principal a prôposição-sahfrei ,.-e incidente ex.plic«
tiva a-se fizer bom tempo.
SEC Ç ;\ O 11 J,.
Das 111·011rieclatles da 111•oposição.
º
Chamam-se pro pricdades da proposirão certos inodos ou
circumstancias, que nclla se podem obsC'rrar. Ha dellas
duas especies : absolutas e relativa�.
As propriedades absolutas sam as que .se tlc�1�obrom
n'urna proposição , considerada em si ml·sm·a ,j sepnra
da de outra.
As propriedades relativas sam as 41w uão :--e oLsen·arn ,
senão comparando uma proposirào c:om oulr�.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Alll'IGO L
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
100
A proposição negativa é p.elo conlral'io a <jtrn affirma
que' o sujeito não pertence á classe expressa pelo attribu•
Lo; como
O circulo nãu é quadrado�
O espirita não é materic't.
ARTIGO II.
Das 1•ro11rledades rela1lwas.
As propriedades rclali\'as das proposições descobrem�
se pela sua comparação ; e só se comparam :is proprieda
des que tem a mesma matcria , isto é , o mesmo sujeito
e o-mesmo attributo.
Nas propriedades relat.iYas so destinguem duas cousas;
a conversão e a oppos:ção.
A conve_rsão e a propriedade que tem uma proposição
de ser convertida d'e maneira q ne o sujeito se torne at
tribut� , e o attributo sujeito. Assim a proposição:
O homem é um animal 1·acional1
_µode ser convertida nesta:
O an-imal racional é homeni.
A opposi��o é a propriedade que tem úma proposit:ào
tle não pof.lcr haver affirmaçào e negação entre seu su•
jJito o :lllributo, como .'
O corpo é urna substancia.
O corpo não é uma substancia,
o·· circulo é redondo.
O ofrculo é quadrado. ( 17 J
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
101
SECCÃ\J
., IV. ,
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
102
Sam simples, quando ca<la um dclles exprime um só
indiYiduo 7 ou espccie , ou ge'rtero como :
Pedro é pae.
Paulo é filho.
Pedro e Paulo sam sujeitos simples , porque cada um
,lelles exprime um só individuo ; pae e filho sam attri
hutoi simples ; porque lambem cada um exprime só
mente uma especie.
Sam compostos , quando cada um delles exprime mais
de um individuo , especie, ou genero , como :
Pedro e Paulo sam amigos.
Ab111m e Sara eram irmãos e primos.
Pedro e Paulo da primeira , e Abram e Sara da segun
da proposição sam sujeitos compostos; porque exprimem
mais de um individuo : irmãos é primos sam attributoS
compostos, porque exprimem mai! de uma especie.
Sam complexos , quando exprimem sómente algnn1 1n•
dividuo , especie, ou genero como os sujeitos e attributos
simples; porem tem mais que elles algun1 complemento,
como:
A bôa fé é a 'Virtude dos conlractos.
A bôa fé é suieito complexo , porque bóa é complemen
to de fé : a virtude dos contractos é attributo complexo ,
porque dos contractos é complemento de virt1tdc.
O sujeito e o attributo podem ser
Ou um nome proprio como
Telemaco era filho de Vlysse..; .
. Este philosopho é Plalã(I.
Ou um nome commum como :
O rei é 1,1ae do JWt"o.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
1 O iJ
Vu um pronome por qualquer nome , ccuno -:
Elle· não é tu.
'Ou um adjectivo , como;
O bello é agradavel.
-Ou uma preposição , como :
Per não é por
Ou uma conjuncção , como :
1tlas não ·é porem,
Ou um adverbio , como :
Hoje não é hontem.
Ou um verbo no infinito -como :
Crer é ser ri-ente:
üu UIDil proposirão , como :
Parece que não pode haver be.m sem mal.
SECÇÃO V.
Dos eomplemenCos.
U ,·omplemento ê o que se accrescenta e fai comple
xos os termos da proposição.
Os complementos se juntam ou aos nomes substantivos
r1 adjectivos, ou aos verbos chamados activos e neutros.
O verbo ser não tem em s1, nem se lhe ajunta com
plemento algum : só aos verbos activos e neutros é que
se juntam complementos, e que os tem em si ; pelo que
se podem chamar : o verbo ser incomplementar, e os ver
bos activos e neutros complementares.
Do camplemento dos nomes.
Geralmênte chamam restrictivo o complemento dos
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
suLi;laulivu� e tel·ulinalivo o dos adjedivus e -parLici
}lios: para nós, porem, quer o dos su'l>stantivos, quer o �o::;
adjcctivos e participios é sómente restrictivo pela sun
ples e co1nmum razão de restringirem a significação desses
nomes.
O co1uplementu rus11!ict.ivo 6, pois, toda a palavra regi�
4.la ou não de proposição, 'fUC restringe a significação
geral de um �ubstantivo comrou:qi, ou de um adjcctiYo-"
eu dê um participio.
Nesta proposir,ão
Bruto era /ílho de Cezai•,
Dé· Cezar ê complemento restrictivo de filho ptll'que
J.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
•
mestre; po�·q ne mo::ilt·a _, rc·stnngirnlo-lhe a sig11itlcat�ão ge-
r�I, que nao se tracta. <le todo e qualquer mestre , m.as
:�omcnl.c do que se chama Alexo.
· Nesta outra proposição :
Dom João ele Castro {oi 'Utn heroe .
.:loã0 de Castro é complemento restrictivo de Dom con
lracr�o de Domi!1u�, latino, que significa senhor; p�rquc
restringe-lhe a s1gmficação geral, mostrando que não se
tracta de qualquer Dom ou senhor ) mas sómente do que
se chama João de Castro ; o de Caslro é complemento
restrictivo <1c João; porque, tomado. João corno substantivo
commum por haver muitos individuas do mesmo nome,
lhe restringe essa significação geral } mostrando que nãÓ
se tracta de todo o homem çhamado João , mas sómente
do que se chama tambem de Castro. Sam todos esses no u
mes que fazem o nome proprio ; porque é t complemento
restrictivo c1ue apropria e individualiza tudo.
Do complemento dos verbos.
iluntam-se sómente ao verbo· activo o complemento ob:
.1ectivo , e commumente aos verbos activos e neuLros os
complementos terminativo e circurnstancia1. Farias dá
tambem · a certos "erbos neutros o complemento restri
ctivo como neste caso-Folgarás de ver, _.;..,.mas parece que,
se ele ver é complemento restrictivo , porque restringe a
acção do sujeito de folgarás, e�tão_ o objectivo e termi�ativo
tambem se devem chamar restr1ctivos pela mesma razao.
O complemento objectivo é o que mostra o objecto da
acção cio sujeito , como :
Deits creoit o 1wundo
O mundo é complemento ob3ectivo; porque inostra o
ohjecto da acção de Deus.
O complemento terminativo é_ ? que mostra o fiín , o 11•
mitc , o termo da acç-ão do Sn]eito , como
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Dcmus graças a Deus.
O Ministro 11ae ao Senado.
A Deus é complemento terminativo do verbo activo de ..
r;nos , e ao Senado do verho neutro vae; porque mostrmn
o fim, o limit� ou termo da acrão dos ��jeitos desses verbos.
O complemmento circumstancial é o que mostra alguma
ctrcumstancia de t-empo , de togar , de modo , de cauza )
de fim, clc preço , de instrumentf:J , de materia , de com
panhia da acção do ·SUJeito, como por ex :
·Deus, por ultimo1 creou o ho11flet.n de barro ,
.com perfeição para gloria.
Por ultimo, de barra� com per{e-içâ·a, para a gloria
-sam complementos circum&tancia,es d.e tempo, de materia s
de modo e de fim, juntos ao verbo creou.
Os adverbios iarn lambem complementos eircumstanciaes"'
A estas trez especies de complementos junlos aos ver
bos aclivos ou neutros , julgamos qu•� se de,�e accrescen
ar uma quarta , que chamamos complemento subjectivo "
O complernnto subjecli,,o é a palavra que, tendo sido
sujeito da proposição na vóz activa, passa na vóz passi
va , regida da proposição de ou por , a restringir a si�
g·nificação do participio do mesmo verbo ..
Esta proposição da vóz activa
Deus ensinou a palavra 1
se converte nesta da vóz passiva:
A palavra foi ensfriada par Deus,
_ Por De�s. deve-se cl�amar complemento subjecti\'o e
n::i.o restrwtiyo de ensinado, para conservar a idea ou
rrH1 füo1:i� de sua origem e fun?çã? primitiva , e por cou
- ·,:-:('.ao ao complemento obJecttvo.
C0
:- ·:-; actjvos e neutros sam complementares por "
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
107
·que se �ecompõem no verbo ser e em seu participio, como
temos visto.
A proposição com o verbo activo ;
Pedro am(t,
se converte nesta :
Pedro é amante :
Amante é complemento reslrictivo de homem ou ser,,
.que se subentende ; porque a proposicão completa é ;
Pedro é um homem amante.
A .proposição com o verbo neutro:
A fenix renasce,
se converte nesta :
A fenix é renascente.
H.e,1as�·ente e complemento restrictivo de ave ou ser
que se sube.nteude ; porque a proposição completa é:
it fenix é uma ave renascPnte.
Os c-0mplen1e:�tos quG Jppart.ce1• junto:; ao verbo ser.,
uã.n sam de-li;:: r;orti1 tt�Y não tem..�-\�!! i;km-•mo, nias dos . L
proposiç.ões:
u - -
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
10K
TITULO 11.
Da �yn1,axe Uoo1•ele11ati"ª•
A S�·ntaxe Coordenativa tracta da combinação chis pa
lavras, segundo as leis geraes e especiaes <la construc
ção da proposição , que é a expressão do juizo. Elia se
divide em Syntaxo Natural e Syntaxc Figurada.
CAPITULO I.
Da S·;,·ntaxe Nat111•al.
A Synlaxe Natural é uma parte da Syntaxe coordeua-
nativa que mostra a concordancia e �egencia das partes
da proposição ; e por isso se divide em Syntaxc do Con
cordanc1a e de Regencia.
SECÇÃO 1.
Da·Sy11to.xe de �011eo1•da11cla.
A Syntaxe dé Concordància ensina a conibinar as pa
lavras pelas suas relações de identidade ou semilhan
f;a , manifestadas em suas terminações pelas regras se..
guintes : ( 18)
I. O verbo concorda em numero e pessoa com o su
jeito da proposição claro ou occulto , como :
Queremos. lVós queremos.
Qiwrcis. Vós quereis,
Seria tliscordancia se dissessemos :
Nos quer. T1t q,uereis-.
--·----------------·----
. ( ls-';, N�o adnüttimos concordancias ele proposição; porque
n?10 tem ellas relações de semilhança ou de identidade por ntw
h�rc!n terminações. �luitas sam oppost,,s , e i, opposição i5 o con .
trano de concordancrn,. •
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
109
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
o cffcito pela cauza , como se <lissessemos : Esaú era a,
cauza. das delicias da velhice de Isaac.
IV O attrihnto , c1uando espresso pelo artigo , ou adjc
ctivo ou partiripio , se exprime qualidade accidcntal,
conco�da com o mesmo sujeito �nhentendido ; se exprime
•lualidade essencial , concorda c0m um sulwtanliYo geral e
apropriado, lambem subenlcnd:do.
Exemplo do primeiro caso
Este Consul é o de F'nuira,
Este moço é prudente.
Nesta� p�posi�s, subcntende-sc _ por atlributo o mesmo
substanltvo do sujeito , como se d1sscssemos : Este Con•
sul é o Consul de França ; Este moço é urn moro 1Jru ..
dente.
Exemplo do segundo caso:
A alma é immortal.
A materia é creada.
Na primeira proposição , subentende-se ser por attrihu...
to , como se drsscssemos : ,1 alma é u n ser immortal .'
na segunda entende-se substancia por !ttributo , como se
dissessemos : A rnateria é uma substancia creada.
V Os substanti,·os chamados continuados ou appostos ,
cxplicati vos do sujeito ou do atlribulo, sam attrjbutos de
uma proposição incidenlc , da <rual por ellipsc estão oc
cultos o sujeito e o verbo , e por correlaç.ão concordam
cm numero com o· sujeito da principal . quando não snm
rnclonymicos. Assim nesta phraso :
n. Pedro li, Imperador elo Brasa, é instruido.
lmperad�r do Bra�il. é cxplicaliro do sujeito D. PednJ
.11 , e attnbuto da mc1dente que apparecc , dizendo-se :
D. Pedro 11 , que é Imperador do Brasil, é instruido.
\ l Concordam <'m gcP.cro r nurn.cro com o substan.,.
T
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
1 1 1
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Nésles c�cmplos , que não concorda com occasiões e pes-
soJ allributo <le--E"u so-n; mas equivale a quaes occasiões
do primeiro , e a qual pessoa do segundo ; e por isso faz
roncordarem raZ(f(J1, com occasiões ' e anda com pessoa.
Exemplo de proposições ligadas por Quem �
Pregae a quern, vos ouça
�este exemplo, quem não concorda com pessoa ou ho�
rncrn, complemento de pregae, mas equivale a qual pessoa 1
tomo esta outra En sou quem sou ; mas pal'eçe-nos que a pri
meira é ditlerente da segunda , e furça o verbo ú tomar a terceira
pessoa, como no exemplo supra. Os trópos de Rhclorica modi
ficam muito a natureza da limguagem,
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Ahi cslá sabendo referinLlo•se e ligando-se ao seu su�
jeito moça invariavelmente.
O gerundio , segundo Soares Barbo�a , ora se conjnn�
cta com o Yerho, como : Concluindo a obra , la estou
ora com tHe se conjuga , como : .Estou concluindo a obra,
e alguns chamam gcrundio no primeiro caso, porque lhe
subentendem urna preposirão, e participid no segundo, por
que nào lhe suhentendem preposição alguma : mas ron
cl-uindo e sempre um complemento circumstancial , no
primeiro caso de tempo, no segundo de modo ; e se 1ra�
duzem ambos em latim pelo participio e não pelo gcrundio.
Os supinos sam lambem invariaveis na sua juncç?io com
os verbos Ter e Ilavet, a cujo sujeito querem que se re
firam e ligutm sem concordar com cJle, como nestas pro.,.
posições :
llai·emos lido suas cartas.
Tenho visto suas obras..
Mas lidu e visto juntos a havemos e lenho , activos, for
mam uma especie <le contradição ; e por isso parece for
çoso convir que taes participios juntos a estes verbos não
sam supinos invariavcis , mas concordam com um substan�
tivo masculino or.culto. Em-tenho vi'sto-· cit é o sujeito
de lenho, e JWt mim o complemento subjectivo de i•isto; r;
por isso suas obras não ó complemento objectivo de tenho
porque na vóz passiva o verbo só muda de pessoa e não
de forma, como As suas obras tem sido vi'.stas por mim_;
nem de visto, porque é passivo e invariavet , quando se
apassiva o verbo com o pronome se , como : As suas obrwt
tem be visto po1· rnirn. Porque, quando se apassiva de um
modo, visto concorda com o�ras ; e , quando se apa�siva de
outro, não concorda? Sal;ã..se esta irregularidade cnten-
1lendo-se um substantivo , e parece-nos que deve ser o
mesmo verbo de tal supino no infinito, ficando no exem
plo proposto deste modo:----Tcnlto o ver suas obras 1;isto
J)Ot mim. ( 20)
r 20) Mor3cs, na sua G1·3mmatica, diz que lido e i,isto s:un
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
·Ltu de Bltpino ü geruwliu pat'CCt� um puru lalH1i.t-tuu
•� ijue o supino ô o mesmo pt.lrticipio do pa.ssado , e o f;\'• -
rundio o particípio do prescnlc proprio ele nossa língua_,
porque os acabado� ?m nte, corno lente �e. ler sam alath·
naclos, e.' nfi.o estara ainda genil1J1Gule admiHHlo::;.
'
SEC(;Ao 11.
Da 8)·11taxe 1le Hege11ci11.,
. A Synlaxc de regeuda ensina as regras da degeuJon-
éia que devem ter entre si as parles da proposicão.
As partes da proposição ou sam cssenciaes, de sorte que
sem eJlas não pode existir proposição completa e perfoi
fa no seu sentido , ou sam accidentacs , de sorte tiue a fal
ta <leHa_s não a pode prejudicar�
Na::i t" opo3icões regida� pelo verLo ser 1 5am partes e:;"'.'
�-enciaes o hl1jeito, o verlio e o attributo , e acddentaes
c,s romplementos : nas regidas pelos verbos aclivo� ou neu ..
tros , que contem cm si attribulo logi co incornplett> , sam
partes cs5enciac:, o sujei lo , o verlJo e os complemento�
exigidos pelo verl,o para completar o seu sentido, como :
Deus creou o mundo; Pedro veni de Roma_; e acciden
laes os mais complemento�.
Só ha <luas palavras regente� o verbo pela affirmaçãü
d-a inclusão d-0 sujeito no attributo ; e a preposição pela
1·efot:ão que liga os seus termos, antecedente e consequente ..
Os \'Crhos activos e neutro8 só regem o sujeito e o attribulo
logico que elles contem �m si , e não os complementos Ji
g·ados aos aLLriLutos ou complementos log·icos , nelles con
tidos; e pois o complemento ohjectivo não é regido do verbo
o mesmo que \'Cl' e ter pelo que----Tenho visto_, Havemos lido,
ti o mesmo tiue Tenho ver I Haver,túS ler, o que não tiatisfaz.
.. 'fambem el!e- diz. que &e podem apassjvar, como : amado-se. li
tlo-rs-e : mas julgamos ser isto um eftuivoco ; porque, (toando dize-•
mo�, por exemplo : Tem, lido-se a su,a historia, este-si'--- é com •
1,kmcnlo- d�, Tem.! e nãio de lido._; ú �ssim nos mais casos,
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
act.ivo, cornu se tem entendido, mas sirn da prepu�:�ãu
•-·--R--clara ou occulta.
Só tp1ando ó complemento ohject.ivo um suhstanLivo com
rnu� não se lhe junta a preposição.,. como ne.stas. pro,.
110s1çoes ..
Dens fez o ·1tni·verso ..
O peccado ma toit o /w1nem.
l\las w:sLa:-; 1;roposições e semelhantes a preposição que
rege os complemcntos-uni-vetso e hom,ern-está occulta
pelo uso universal , invariavel e antiqmssimo ela ellipse,
que faz toda grara e elegancia da nossa lingua. Para nos
convenceruws de que o çomplemento objectivo. é sempre
regido da preposição---R-----cla1·a ou occulta , basta notar
que ella vem sempre clara :
1. 0 Quando este complemenlo é nome proprio , como :
!,1.ilão matou a Clodio;
'i. 0 Qua11d� {! um pronome, ou um demonstrativo .,
ou um possessivo, como:
Que vença o sogro a ti, e o gento a este.�
Ru-mecão anirnai-ct me reprehendia a os seus;
8. 0 Quando é um conjunctivo , Quem ou Que , como !
A.quern, 1Jossa ou'Sadia tanto offende:
_4u s que chamoit a este$ tambem justifico"' ;
4,.o Quando é um terminativo geral ou particuJar, comu:
E u1n a, um nos {oram derribando a todos:
D. loiio da, colgadura fez reparar a 'muitos;
[,. o Quando é mesmo algum substanti,o comm�un , ma�
jnycrsa a ordem da construcçào, como :
Cornba. Íe ao fraco espírito a, dór anüga :
G. 0 Ouando é mesmo algu1? substantho com1!1um, em
(;ertas proposições, na ordem d1recta da_cc�nst�·ucçao, co1�0:
,_ E conio visse a itm que era inJuriado, o de/en
de·u ; e vingoM a o que padecia a injuria , ma•
.taniÚJ a o Egypcio.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
110
Oiia , se , corno fica visto , a preposição rege sempre o
complemento objcctivo , quando é um pronome , um
demonstrativo, um vossessivo , um umversal, um parli
lilo , um conjunctiro, ou um nome proprio, ou mesmo
11111 substantivo commum , na ordem inversa da conslruc
DãO , e em muitos casos na ordem mesma direr.la ; por
que razão, sendo cm alguns casos sómente tal compi e
mento um substantivo commum sem preposição na ordem
<lirecta da conslrucção , se hade desta excepção formar :1
1·egra de que el1e é rigido do verbo activo e não da pre
posição occulta pela cllipse?
Isto é claramente um erro de rotina , dos que ignor::m
<lo a philosophia e o genio da lingua, o seguiram sem
altender que nestes casos em que a preposicão está oc
culta como nesta proposição:-O justo não teme a morte
elJa apparece na decomposição logica do verbo deste mo
do-O justo não é temente a, a morte.
Esta ellipse é tão natural , que , as vezes, co1n o mesmo
verbo activo ou neutro se usa do complemento com a pre�
posição clara ou occulta como nestes exemplos
Do verbo activo :
Amae a vossas mulheres;
Amae vossos filhos ;
Do verbo neutro .;
Vae com os filhos a entregar-se ;
Vae entregar-se com os filhos.
Os latinistas , que accommodam os complemenlos da ljn
gun portugueza aos casos da latina, diram talvez a seme
lhança dos verbos latinos com dous accusativos ', que té
mos ve�b.?s com dous complementos objectivôs, como nestas
propos1çoes,
A ki faz o honiem e$cravo.
El-rei nomeou a D. João Vice-rei.
�as ahi não ha senão uma cllipse do verbo ser na pri
meira, como se se diss·esse--·A leifai o !tomem ser· es-
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
cravo-e da 1n·epos1t:ào parti na , segunda como se Sú dis
sesse-El-rei nonieou, a D. João pa-ra Vt'.cc-rei.
O verbo acf.ivo ou neulru , porque envobe em si nüo.
só a uflirma9ão , mas tambem 0 attdbuto log1co, q.ue é ttm
dos termos da relação neoessaria ou accidcntat enlre clhl,
e o outro que faz o seu complemento , ê o termo t'ci dn
to1los quantos reur1e em torno de si , fazendo appareccr o
seu suj�ito incluido nó seu attributo , c�mo tH',entro com··
mum de todos os complementos que a cUc se prendem \lOl'
suns relações , formando outras tanLas pl'Ol1osições par..
t'iaes e distinctns, confundidas na·. principal. Assim toman
d.o pQr exemplo o verbo comprar , notamos as sc�ui11tes
relações, constituindo cada uma sua proposição.
1. 0 A relação entre o comprador e 'a �cousa co1nprada
como:
Comprei um, livro.
�. o A retaoão entre o comprador e o vendedor da co1,1sa,
t;).
úí)lHO
Comprei a um livreiro.
3. -0 A relação entre o comprador e o tempo d� aompra.,
romo:
C01nprei este an·no.
4. o A relação entre o comprador e o logur da compt·J,
como
Couiprei em J?rauça.
A relat�ào entr� o comprador e o pre��o da f;omp;:·,t
como:
Comprá 1wr déz niil nis.
A relacã.o entre o comprador e o mod.o da cnmp.rJ
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
a·\ssim (OlnO a Et.ymologia tom S!Ja'.;; figuras de dicção '
�1::12-im tamlJCm a Syntaxe tem a� f,u:-is de construcç}o.
A Syntaxe Figurada tracta da t·ornhinação das pal:n 1\L-.
por certas regras excepciornws nu p:i.rticnlarc::; , dand,-i
Ihes apparencias de incorrccta. Esta apparencia procede:
primeiro da falta de alguma palavra q11e facilmente se cn�
tende t segundo da sobra de alguma palavra, que se lhe
accrcsscnta ; terceiro da deslocarão das palavras que s,�
lhe elevem ant.epor. Daqui trez figuras de construcrão da
propos1çi10 : Ellipse , Pleonasmo e Hi perbaton.
As combinações figura<las que se desviam de suas regras,
tornando-�,� não apparcntc, mas realmente incorrectas ,
:'.':un ,-iciosas, e chamam-se : Amphihologia, SoJecismo e
(: acofaton:
SECCí\0
}
1 .. J
_J _j •. . •
.Da Elli11se.
�
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
F11: 111:ie vinte <h,1..-:.
lla aqzá vúas (rnctas.
E1Hend.�-se por sujeito d.a primeira proposiçàQ---Eu 1
d:t segnnda---0 lernpo, da terceira-A terra.
Ha Ellipsc do verbo , como neste exemplo :
Aos grandes males grandes 1'erned-ios.
Entende-se o verbo c01wern.
J la Ellipsc do atlributo , como neste exemplo
Os principios do Christianismo sarn de {é.
Entende-se por attributo artigos.
Ha Ellipse do complemento, como nestes exemplos
.Hei de fallar-lhe.
Tenho de 'Vel-o.
Entende-se por complemento ohjcctivo do ambas estas
nroposições, desejo ou 1,ontade ou intenção.
lia Ellipse do suieito e verbo juntamente , como :
Bruto , filho de Ce.zar, rnatou, o pae.
Eu vos prometto, filha, que -vej!WS.
Entende-se na primeira proposição o su�ito o o -verbo
-que era--assim : Bruto , que era filho; e na segunda ,
-que sais-assim: Eii prornetto a vós, que sois /ilha,,
Ha Ellipse da proposição, como nestes exemplos
Lestes o livro ? Sirn.
Diga1n o que quizercm.
O maldito do cre<1do.
Ai de ti Coroasirn.
a
EnternJe-se na primcisa proposição o Sim por esla: ,.,_•,u
o livro; na segunda esta outra : Eit tolero que digmn ele.
na terceira esta : O nialclito /alto ,/,o creado ; na rJtWr ta
esta : Eu, uie conipadeço de ti Coroasim.
Ha Ellipse do sujeito, ,�orno neste caso
1Vvssos paes erarri rt�elhores.
EnU:m<le-se o artigo os , c.oncordando com nossos paes,
Ha Ellipse do part1cipio, como: *
O livro foi por déz mil reis.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
·120
Ententle-se o parlicipio comprado ou 'l'endido.
Ua Ellip�e ela preposição, como :
1Estit e trez m.ezes e'in Roma .
.fu1'. cand·,1-/w da cidadf.
Um. frm�go 'vale dous tostõef.
Entende-se na primeira proposição , a preposição por ,
l'\Ssim : Estfre por tre: mezes etc. _: na segunda entende-
se pelo , assim -:· Fui pelo caminlio etc. ; na terceira en..
tende•sc a. • assim l"clc a doits tostiJes.
A Zeugma é como a Ellipse ' do sujeito, do- Yerbo , do
att.ributo , do complemento , do sujeito e verbo , da pro
pos.ição , do artigo ou partidpio , e da pr�posir,ão.
Ha Zeugma do sujeito :o como neste caso :
O prudente ·vê e calla.
Ent('n�fo-�n por �uj('ito d 1J 01.ll{I_. fl rue::mo de 1,ê, assim ;
O r,nu!fm,te 'tê . e o 71rudcnfr ralla.
lb Zc�igm�� do ...,,,rbo c0m0 ne�t.e exemplo :
llfuis rnfo srr do qu,e parecer.
f.nternlr-�r 1,,st.::t. co'llpnra,1ão o mesmo Yerbo vale assim
fttlwis 1Yt.lP s11:r .• 1Jo q11,e 11ale parecer.
Jfa ZPr:�m:i d 1) uHribnJo , como neste caso :
Eu, jrl .�(JU, , e tu ainda has de ser pae de familia.
Entende-se p0r attrihnto da primeira o da seg,10,la assim:
Eu, jfí sou pae de familia , e ltt ainda ha.s de se-r pae de
fanu'lirt,
Ha Zeugma cio complemento, como neste exemplo
Deus creou e abençoou o lwme�n.
Entende-se por complemento de creou o me�mo de aben..
-�oou , assim : Deus crt,ou o hornern A e Deus abencoo-ir, l-
'1,omem.
lia Zeugma do sujGito e verLú , como nestes ca�.v:;
Deus creoit o Ceu e a ten·cL
Pedro é' sabio e rnodesto.
E'i1tend.c�so o mesmo sujeito e verbo _junt0 JJil pr]mei
ra, ao complemento ter--ret , e ri;1 ::;8;·aüc.i ,,,; :�-u.cibuLü rnD-
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
1.2 l
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Tn cernas as arl1?.s; eu as leUras.
J!ais podia elle do que tu. ·
Entende-se na primeira amo , nssim: Eu amo as lei-:
ras; e na segunda podes, assim do q1te lM JJodes.
Jia Syllepse, do attrihuto, como nestes exemplos
Querernos ser entendido de ludus.
Sêde justo com os contra rios.
Entende-se escriptm· ou orador por attrilrnl.o da primei ...
ra , concordando com ent.endido; liornem, ou ji,,iz por nt�
tributo da segunda, concordando comju.sto.
lia Syllepse do artigo , como neste caso �
Os termos e expressões /rancezas.
Enteude-�e o artigo as, concordando com expressões.
Ha SyJlepse do adjectivo, como nestes casos :
Seus temores e esperanças eram, 11ãs.
E1·arn 1,ãos seus temores e esperanças.
O a1nor e amizade verdadeira.
O verdadeiro anior e amizade.
Certo um e outro eratn bons.
Entende-se na primeira 'Vãos, concordando com temores;
na segunda vãs , concordando com esper·anças ; na tercei
ra verdadeú-,o, condordando c01n arnor; na qu:Jrta ·verda
deira, concordando com amúade; na quinta homens, con�
cordando com bons.
Ila Syllepse do participio, como nestes exemplos :
Achou o segredo de sua· alma, vestida etc.
Dias já o planeta qite no Ceu primeiro habita,
cinco vezes apressada etc.
·v. JI. 1. é adorado dos brasilefros.
Entende-se na primeira Clarinda, concordando com ves
lida ,: na segunda lua , concordando com apressada ; na
lerceara Imperado'r , concordando com ad-Orado.
NB Com V. Ex.a, V. S,,a e Vmc. se formam proposi�
�:ões cm tudo semelhaates a essa : V. M. 1. é adorado
dos brasileiros.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
SECCÃ.0
.. li.
.1
Do Pleonasmo ..•
O Pleonasmo é , ao contrario da Ellipse , o aecresêeia·
tamento de uma palavra desnecessaria ao sentido daJ)ropos.i ..
rão , mas propria para lhe dar graça e energia.
lia pleonasmo· :
1. 0 Quando se accrescenta o mesmo pronome, come. :
Tu a mim me falias assim.
Em nie repetido �pois de mim está o pleonasmo.
2. 0 Quando se accrescenta o pronome ao artigo, em o
prtigo ao conjunctivo , como :
Quem o a elle atormenta.
O menino, que quem o afaga fJk•
.Em a elle depnis de o na primeira proposição, e em a
:depoi-s de que eslá o pleonasmo.
3. 0 Quando se accrescenta alguma palavra de signifo.
e.ação já incluida na do verbo da proposição , e.orno :
Vi com estes olhos.
Em com estes olhos depoig de vi está o pleo�asiD<l.
SECCÃO 111.
J
Do Ilyperbaton_,
1
O H ,1 pcrb1iton é a deslocação_ das palavras de uma p'�o•
posi�ào ou plirase _covtra a ordem naturaJ de sua dts.�
:po�id10.
Ila II vperbaton
1.o Nas pal:nras qnandn se intrrrompê a ligação 1u.
1
TITULO -III.
Das Contbina�,õcs 'l'ielosas •
•
Sam viciosas as combinações de palavras em que se con ...
fundem as relações das cousas, ou senão observam as leis
gcraes e especiaes da construcção, ou se violam as leis
da harmonia na consonancia dos vocabulos.
A confusão das relações das cousas chama-se Amphi
bologia ; a preterição das regras de concordancia e re•
gencia , solecismo ; a falfa de harmonia ou consonanc:a das
p 1larras _, Cacofaton.
CAPITULO I.
Da .4.1nphiJ1ologia.
Dá-se Amphibologia :
1. 0 Quando se não pode hem distinguir o sujeito do
complemento, como neste caso : Ama o 1Jovo o bom rei,.
Não se sabe se o sujeito é povo ou rei.
�- 0 Quando se usa do pronome Elle, e do acljectivo
Seu,, de sorte que pode ter diversa applicaçào , como
nestes exemplos : Ilyperides únitou a nemosthencs en1
tudo o que cllc teni de bello; l'alerio foi á casa de Li'.
sandro , e la, achou scn filho. Não se sabe bem se clfo
é Hypcrides ou Dcmosthenes ,, e s e seit filho é de Vale..
rio ou de Lisandro.
j_ 0 Quando se usa do conjunclivo Que ou Quem scn1
se $,U)cr a quem conjuncta, como neste caso : João An"'
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
125
'
tipapa com Pedro nz:ac�no , a quem o povo perstgititt e.lc.
Par�ce que qu�m conJuncta a Pedro por estar mais 'Per
to, e e o contrar10.
4 .. 0 Qnando, depoi:; de fallar-se de duas pessoas ou
cousas, se empl'ega um adjeclivo ou participio continua...
do , de modo que se não sabe a qual se refere , como neste
exemplo : Cornélio era de opinião contraria, talvez po1·
ter dado ao pttblico o seu Palientes , antes de tet lido
Arisioteles, apoiado em, Jlint'ltrno. Não se sabe se apo1'.a
llo refere-se a Cornelio, se a Aristctefos.
CAPITULO II.
Do Soleels1no.
Da-so Solecismo ·:
1. 0 Quando , fallando-se de dous ou mais objectos dt�
tliverso genero, a que deve juntar-se o artigo, o adjectivo ou
a preposição, se junta a um só, como : O_ homem e mn
lher , devendo ser : O homem e a mulher; lJi/eii pae e mãe'
llevcndo ser: .illeit pae e minha mãe; Com os successas
prosperas e ltdver.sos , devendo ser : Com os sttccess<Js pras..
peros e com os adversos.
:1. 0 Quando se emprega a variação lhe em vez de sei�
ou clelle, como: Admiro�lhe a coragem�, por Admiro a
sua coragem , ou a coragem delle.
:J. 0 Quando se emprega se , si , sigo por elle , como �
Saiu o Grão Duque a esperal-o , e trez cardeaes eom sigo )
devendo ser : com elle.
t O Quando se usa do verbo ha pela prepo�ição a,
1:0mo : Daqui lia itm anno , devendo ser : Daqui a -um
anno.
5.o Quando se usa da preposição de em vez de desde
junto as palavras--ha muito-, sem um substantivo antece
dente, como: De ha muito se falla nisto, devendo ser:
Desde ha niuito.
(i. 0 Quanrlo se usn de nem em -vez de não , como : EUe
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
quer tndo, nem sabe o que quei', de\<enJ.o ser: Elle qner
titdo , mas não sabe o que quer.
7.o Quando se usa de cujo, precedido erradamente da
preposição de, ou junto ao nome anleced�nte repetido ,
ou em logar de que , ou qiunn , ou qual , as�1 m : O bem de
cujo Deus sabe, devendo ser : O bem, cu10 · Deus sa be;
O cavallo cujo cavallo te vendi , devendo ser : O ca1-·al
lo que te ·vendi; Pedro cujo é teu amigo, devendo ser:
Pedro que é teu a1nigo.
8. 0 Quando se concorda tl1n e outro , ou nem 1tm e
nem outro com um substantivo do plural, assim: Um e
cnttro Arceb1:spos , devendo ser: Um e outro Arcebispo.
9. 0 Quando com os verbos Ir, Vir, Chegar se usa da
preposição em em vez de a, assim : Vae na Asscm,bléa,
por Voe á A�semhléa; Vim no meu sitio , po1· Vún (to
:YJ:ieu sitio ; Cheguei no Recife, por Chequei ao Recif'c.
1 ü. 0 Qnando se emprega no finito o verbo que deve
por-se no infinito , como ; Chega faz raiva, devendo ser :
Chega a fazer raiva.
'11. 0 Quando se usa do verbo h.a por havia, para ex
primir um tempo pi1ssado depo;s de outro anterior, como
neste caso : Ha dou.s annos que eu estava na côrtc , quan
do de lá vim , devendo ser: Ilavia doiu; annos etc.
'12. 0 Quandb se usa ua Jjng-uagcm chamada composta
tlo verbo Ter com o supino para exprimir um facto ou
acção não repetida , como quando do que foi uma vez a
Fraça , se diz : Tem ido á França, devendo ser: Foi á
.Franca.
tfO Quando se usa de verbos oppostos com o mesmo
compicmento, fazendo um sentido absurdu, como ( falland,l
da solierba) : A religião censura e ao mesmo tem,po enshut
o remedia CQntra este vicio , devendo ser : A religiãn' cen
sura e�ie -vicio , e ao 1nesmo tempo ensina o remedio con•
tra elle.
14. 0 Quando se _usa· da primeira pesso� do conjuncti
\"O dos verbos pda pruue1ra pessoa do preterito, como : An
elemos todo v di'a , devendo ser : Andám,os todo o dia..
15� 0 Quando ie usa do verbo apassivado com se no:
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
s_íngular com o sujeito no plural ao modo l'rancez, como
Pe�-sc duas posturas para isto, devendo sQr; Fi::;eram,
se duas P?Sltwas pani isto; As palavrai; qite se qncr /á:.,e,-,
sob1'esahir, devendo ser: ,1s palavras qne- se quer {ltrcr
sob1�esahú·em. ( 21 )
1 n. 0 Quando, rompendo a ligação das palavras se entro•
mettem outras que perturbam o sentido da proposição�
l:omo neste ca!-o : Esta a lçad_a foi occazião de mitilo des�
yoslo ao Arcebispo e muita despe.ia , devendo ser : F'oi
occazião de desgosto e despeza etc.
J 7. 0 Quando na collocaç:io das palavras se põe em pri
nie; ro logar, com ares de sujeito, uma que é complcmen
f o, fazendo por isso procurar um v:erbo que não ha , como :
li'clippe, tendo rnandado pedir itma cousa justa aos La
cedemon.Jos , lhe responderam: Não , devendo ser : Tendo
Felippe mandado pedir etc.
18. 0 Quando se repete o conjunctivo q-ue junto a cada
complemento , como Não deve o hmnem., ter mais que
nm, semblante e que uma palavra, dm,endo ser : mais
q,u,e nni semblante e uma, palavra.
·l 9. 0 Quando se repete a mesma preposição com outro
lermo de relação , como : Tenho 11ivido sempre com elle
com a mesnia cordialidade, de\·endo ser_: Tenho vivido
sempre com elle na, mesma cordialidade. •
CAPITULO Ili.
De �acofaton.
Da-se o Cacofaton :
1. o Quando se juntam palavras, que , sendo em si sem
defeito àlgum. produzem um som ou sentido mau ou tor
pe, como : Uma ata racliada.
2. o Quando se separam palavras que devem estar jun
tas, de que resulta um máu som ou sentido , como •
Tem meias de tnitlhet aberta�
Fli\J.
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br