You are on page 1of 10

Peça: Paixão de Cristo - 2019

Roteiro
SANTA CEIA
Pedro – Será? É esse homem mesmo João? Estou cansado!
João – É sim! Acaso não lembra o que o Mestre disse quando perguntei onde queria que
preparássemos a ceia pascal?
Jesus – Ide à cidade e encontrarão um homem carregando um cântaro de água, sigam-no até
onde ele entrar.
Pedro – Olhe! Ele entrou ali.
João – Pedro! Espere! Precisamos perguntar pelo dono.
Pedro – Ei! Poderia me dizer onde posso encontrar o dono da casa?
Homem – Sim, sou eu mesmo.
João – O Mestre pergunta: “Onde está a sala em que comerei a Páscoa com meus discípulos? “
Homem – O Mestre? Oh sim! Claro! Por aqui.
Jesus – Ele mostrará uma grande sala no andar superior, mobiliada e pronta. Fazei ali os
preparativos.
(Música de transição enquanto os discípulos, todos, preparam a ceia.)

Tiago – Isso é muito perigoso, não deveríamos estar em Jerusalém?


Pedro – Eu morrerei com ele, se assim for necessário.
(Jesus entra em cena, depois as suas vestes e, pegando uma toalha, cingiu-se com ela em seguida, derramou água
numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha com que estava
cingido e começa a lavar os pés dos discípulos).

Pedro – Senhor, queres lavar-me os pés?


Jesus – O que faço não compreendes agora, mas compreendê-lo-ás em breve. 
Pedro – Jamais me lavarás os pés!
Jesus – Se eu não os lavar, não terás parte comigo.
Pedro – Senhor, não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça.
Jesus – Aquele que tomou banho não tem necessidade de lavar-se; está inteiramente puro. Ora,
vós estais puros, mas nem todos. Nem todos estais puros.
(Depois de lhes lavar os pés e tomar as suas vestes, perguntou-lhes)

Jesus – Sabeis o que vos fiz? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o
sou. Logo, se eu, vosso Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar-
vos os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, assim façais
também vós. Em verdade, em verdade vos digo: o servo não é maior do que o seu
Senhor, nem o enviado é maior do que aquele que o enviou.  Se compreenderdes
estas coisas, sereis felizes, sob condição de as praticardes.  Não digo isso de vós

1 / 10
todos; conheço os que escolhi, mas é preciso que se cumpra esta palavra da Escritura:
Aquele que come o pão comigo levantou contra mim o seu calcanhar (Sl 40,10). Desde
já vos digo, antes que aconteça, para que, quando acontecer, creiais e reconheçais
quem sou eu. Em verdade, em verdade vos digo: quem recebe aquele que eu enviei
recebe a mim; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou.
Jesus – Vós sois meus amigos e não a amor maior do que aquele que dá a vida pelos
amigos. Desejei ardentemente comer desta páscoa convosco, pois não vou mais
comer dela até que se realize plenamente o reino de Deus. (Pegando o pão) tomai
todos e comei, este é o meu corpo (distribui, pegando o cálice) tomai todos e bebei, este
é o meu sangue o sangue da nova e eterna aliança que será derramado por vos e
por todos para a remissão dos pecados. Façam isso em minha memória.
Jesus – Eu vos digo agora antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis.
É para que o mundo saiba que eu faço como o Pai me mandou. (Pausa). Em
verdade, em verdade vos digo que vós chorareis e vos lamentareis, e o mundo se
alegrará, e vós estareis tristes, mas a vossa tristeza se converterá em alegria. Para
onde vou, vos não podeis ir. Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vai ao
Pai se não por mim... Eis que vos deixo um novo mandamento, amem uns aos
outros assim como eu vos amei. Eu afirmo um de vós a de me trair.
(Os discípulos cochicham)

João – Senhor! E quem será?


Jesus – Aquele a quem eu der um pedaço de pão umedecido. (Molha o pedaço de pão e o entrega
Judas). Judas! Faz logo o que tens que fazer. (Judas sai do local assustado e correndo).
Todos vós se escandalizarão por minha causa esta noite, porque está escrito,
ferirei o pastor e as ovelhas do rebanho se dispersarão, mas depois da minha
ressurreição eu entrarei na Galiléia.
Pedro – Embora todos se escandalizem por sua causa, eu jamais me escandalizarei. Para
onde for Senhor, eu te seguirei, para a prisão e até mesmo para a morte.
Jesus - Eu vos declaro essa verdade: Esta noite, antes que o galo cante três vezes me
negará.
Pedro - Mesmo que seja necessário morrer contigo, jamais te negarei.
(Jesus e os discípulos saem da mesa).

ORAÇÃO E PRISÃO

Pedro – Porque os outros não vieram conosco? Eu jamais...


Jesus – Agora não Pedro. Estou muito angustiado, minha alma está com uma tristeza
mortal. Fiquem aqui e vigiem comigo, enquanto vou ali rezar.
Pedro / João – Sim, Senhor.

(Uma cena em paralelo acontece do outro lado do palco, com Judas e os soldados)

2 / 10
Judas – Ele está em um lugar chamado Jardim das Oliveiras ou Getsêmani, eu já fui lá com
os outros, eu os guiarei.
Soldado 2 – Quantos estarão lá?
Judas – Doze.
Soldado 3 – E como saberemos quem é Ele?
Judas – (olhando para o público) Aquele que eu beijar é Jesus.
Jesus - Pai, defende-me, salva-me das armadilhas que me preparam. Afasta de mim este
cálice, se não é possível seja feita a vossa vontade. Tenho tanto medo de não
suportar. (Aparece o demônio, se aproxima lentamente de Jesus).
Demônio – Jesus, seu Pai não o ajudará, Ele quer que passa por cada passo doloroso que
vem pela frente...
Jesus – É o desejo Dele. (Jesus volta aos discípulos) Pedro, não pode vigiar uma hora comigo?
Vigiai e orai para que não entre em tentação, o espírito está pronto, mas a carne é
fraca.
Pedro – Senhor, o que aconteceu?
João – Quer que chamemos os outros? Devemos fugir?
Jesus – Não João, não quero que eles me vejam assim. Fiquem aqui, vigiem (se afasta
novamente) e orem.

Pedro – Ele parece aterrorizado. O que aconteceu?


João – Não sei, na ceia ele falou de perigo, traição e (...) Morte.
(Demônio se aproxima de Jesus)

Demônio – O Desejo Dele você disse? O desejo dele é que você seja açoitado, cuspido,
humilhado, arrastado nas ruas, jugado, condenado e crucificado. Você não sabe
como é ter pregos perfurando suas mãos e seus pés, horas de agonia, seu próprio
corpo esmagando seus pulmões e você sufocando. Vai suportar tudo isso sozinho,
veja eles (aponta os discípulos) não conseguem nem ficar acordados. Você realmente
acredita que um só homem pode carregar todo esse fardo? É pesado demais (...)
eu te asseguro ninguém pode. Será tudo em vão Jesus.
Jesus – Não é em vão, através de mim Deus vai revelar seu AMOR pela humanidade.
Demônio – Deus? Esse Deus invisível que castiga e deixa seus filhos morrerem de fome?
Jesus – Não é em vão!
Demônio – Sim é em vão. Deixe-me lhe falar sobre o futuro. Cruzadas em seu nome.
“JESUS CRISTO” gritam enquanto matam. (Vozes gritando: “Em nome de Jesus Cristo” 2x) .
Matar em nome de Cristo será negócio ao longo dos séculos. É por isso que está
morrendo, dando-lhes outro motivo para matar e torturar uns aos outros, é isso que
você quer? Não estou pedindo para se ajoelhar, é fácil é só pedir para Ele te
salvar. (Sonoplastia: bombas, gritos, guerra, metralhadora). Você pode impedir isso esta noite
é só descer da cruz. Porque morrer quando pode assumir o controle, faça da Terra

3 / 10
o paraíso. Acabe com a pobreza, a fome a guerra, você pode fazer isso está dentro
do seu poder. FAÇA!
Jesus – Não, não posso, não é o desejo de Deus.
Demônio – Como não é o desejo de Deus acabar com a guerra? Que tipo de Deus é esse?
Jesus – O Deus que ama tanto a humanidade que lhes deu a oportunidade de escolha. Ele
não criou os homens para se tornar seu ditador, Ele lhes de a escolha de fazer o
bem ou o mal.
Demônio – E foi o mal que eles escolheram.
Jesus – Sim. Eu o perdoo.
Demônio – Eu não preciso do seu perdão. É só você querer e seu Pai pode cuidar de você,
te levar agora mesmo para casa. Para os céus.
Jesus - Protegei-me Pai. Confio em ti, em ti busco refúgio. Afasta de mim esse cálice,
porém não faça como eu quero e sim como tu queres.
Demônio – Jesus! Sabe que Judas está bem próximo, juntos com soldados. É sua última
chance.
Jesus – Meu Pai! Se for possível, que passe sem que eu beba, afasta de mim este cálice.
(Demônio sai de cena). Mas seja feita a tua vontade.
(Angustia Suprema).
(Aproxima-se Judas com os soldados, Jesus e os discípulos agrupam-se)

Soldado 1 – Procuramos Jesus de Nazaré.


Jesus – Sou eu.
(Judas tenta fugir, os soldados o seguram, então ele se aproxima de Jesus)

Judas – Salve Mestre. (O beija)


Jesus – Judas! É com um beijo que entregas o filho do homem? (Os soldados e discípulos brigam,
Jesus cura o soldado com a orelha cortada) . Pedro! Guarda tua espada, pois todos aqueles
que usarem da espada, pela espada morrerão. (Prendem Jesus)
Soldado 1 – Vamos! Já o pegamos.

ACUSAÇÃO DE CAIFÁS E NEGAÇÃO DE PEDRO


(Tumulto do povo, agitação, bagunça)

Maria – Pedro, o que aconteceu?


Pedro – Eles o prenderam mãe, em segredo, na calada da noite para esconder de Pilatos.
Madalena – Prenderam Jesus? É crime fazê-lo desta maneira.
Pedro – Vão acusa-lo de violar as leis do Templo.
(Os fariseus entram e começam a acusar)

Fariseu 1 – Caifás, este é Jesus de Nazaré, o agitador.

4 / 10
Caifás – Jesus, você é Rei? Onde fica teu reino? De que casa real descendes? (...) Fala!
Ora, não passa de um filho de carpinteiro.
Fariseu 1 – Porque não diz nada? Foste trazido aqui como blasfemo, defende-te!
Jesus – Falei publicamente ao mundo. Ensinei na sinagoga e no templo onde todos se
reúnem. Porque me perguntas? Pergunta aos que me ouviram, estes sabem o que
eu ensinei.
(Um soldado se coloca na frente de Jesus)

Soldado – É assim que responde ao sumo sacerdote? (Da um tapa na cara de Jesus)

Jesus – Se falei mal, me mostre em que, mas se falei bem, porque me bates?
Caifás – Vamos escutar as blasfêmias.
Fariseu 2 – O homem que cura demônios com a ajuda dos demônios.
Fariseu 3 – Este homem se proclama o rei dos Judeus. Não! Pior, ele se proclama o Filho
de Deus.
Fariseu 1 – Este homem disse: “Posso destruir o templo de Deus e reconstruí-lo em três
dias. E não será feito pela mão dos homens. ” Blasfêmia!
Fariseu 2 – Ele se diz o pão da vida, quem não comer da sua carne e não beber do seu
sangue não terá vida eterna.
Caifás – Silêncio! Vocês estão todos enfeitiçados, mostrem alguma prova do que dizem ou
calem-se.
Fariseu 3 – Este processo todo é um ultraje, é uma farsa, uma farsa grotesca.
Caifás – Tirem-no daqui! (Para Jesus). Não tens nada a dizer em tua defesa? (...). Ora, diga-
nos! És Cristo? O Filho de Deus vivo?
Jesus – Sim! E verá o filho do Homem sentado à direita de Deus Todo-Poderoso, e voltar
sobre as nuvens do céu. (Caifás indignado dá as costas pra Jesus).
Caifás – (Grita). Não temos necessidade nem de testemunhas. Isso saiu da sua boca. Todos
acabaram de ouvir a blasfêmia. Qual o seu Destino? (O povo reunido junto aos fariseus
diz... “morte”, Caifás se aproxima cospe e dá um tapa na cara de Jesus). Adivinha ó Cristo. Quem
acaba de te bater. (Fala então aos soldados). Prendam-no, no calabouço. O levaremos a
Pilatos ao amanhecer.
(O povo tumultua e os soldados levam Jesus, os fariseus saem de cena, permanecendo apenas o povo, Maria,
Madalena, João e Pedro, então algumas pessoas reconhecem Pedro)

Acusador 1 – Este homem também estava com Jesus o Galileu. Sim, tu és um dos
discípulos Dele.
Pedro – Não mulher, eu não o conheço. Nunca vi este homem antes.
Acusador 2 – Tu és Pedro, um dos discípulos de Jesus.
Pedro – Não, está enganado. Eu não sou. Nunca o vi antes.
Acusador 3 – Este homem também é Galileu, também estava com Jesus de Nazaré,
predam-no.

5 / 10
Pedro – Seus malditos, estão enganados. Eu não conheço este homem, este Jesus.
(Jesus passa e Pedro, então se lembra do que Jesus disse na ceia e começa a chorar desesperadamente, Maria,
Maria Madalena e João se aproximam de Pedro no canto do palco).

Maria – Pedro? (Vai pôr a mão sobre Pedro).


Pedro – Não! Não Mãe. Não sou digno.
João – O que houve Pedro?
Pedro – Eu o neguei João, eu o neguei três vezes. (Sai correndo)
(Do ouro lado do palco Judas enfrenta Caifás)

Judas – (Desesperado).
Soltem-no, entreguei sangue inocente (tira o saco de moedas). Toma! Aqui
está o seu dinheiro.
Caifás – Se pensa que entregou sangue inocente o problema é seu. Agora pega o teu
dinheiro e vai embora. Agora! (Apaga a luz).

Pilatos (Herodes)
(Soldados entram com Jesus, seguido dos Fariseus)

Pilatos – É assim que tratam seus prisioneiros, antes de serem julgados? Do que acusam
este homem?
Caifás – Se não fosse malfeitor não teríamos trazido a ti.
Pilatos – Não foi esta a pergunta. Julguem-no segundo suas leis.
Caifás – Sabes que não temos autoridade para condenar ninguém a morte.
Pilatos – (Pilatos se assusta). Morto? Mas como assim? O que este homem fez para receber
esta pena?
Caifás – Violou nosso sábado santo, este homem entrou no templo e disse blasfêmias
diante de todos ensinando doutrinas inaceitáveis.
Pilatos – Mas este não é o profeta que recebeu boas-vindas em Jerusalém cinco dias atrás?
E agora o querem morto? Explique.
Fariseu 1 – Excelência. O Sumo Sacerdote não falou o maior crime deste homem. Ele
afirma ser o Messias, declarou-se filho de Deus. Ele se proclama rei dos judeus.
Caifás – Proibiu seus seguidores de pagaram impostos ao Imperador.
(Pilatos pede para que Jesus se aproxime dele)

Pilatos – Aproxime-se! Então, és tu o rei dos judeus?


Jesus – Dizes isso por si mesmo? Ou porque eles disseram isso de mim?
Pilatos – (gritando). Eu não sou judeu. Teu povo trouxe-te a mim, o que você fez? (...). Você é
rei?
Jesus – Meu Reino não é deste mundo, porque se meu reino fosse deste mundo, meus
guardas teriam combatido para que não fosse entregue aos judeus. Mas meu reino
não é daqui.

6 / 10
Pilatos – Reino? Então és Rei?
Jesus – Tu o dizes, eu sou Rei, para isto vim ao mundo, para isto nasci, para dar
testemunho da verdade, todo aquele que é da verdade, escuta minha voz.
Pilatos – Mas o que é a verdade? (Jesus volta onde estava e Pilatos fala ao povo) . Não acho nele
culpa alguma para condenação (povo grita revoltado). Mas já que este homem é
Galileu, é súdito do rei Herodes, que Herodes o julgue. Levem-no. (Permanece em cena
no canto do palco apenas Pilatos e sua mulher). Cláudia, o que é a verdade? Você ouve e
reconhece quando alguém diz?
Cláudia – Sim! Eu ouço! Você não?
Pilatos – Como?
Cláudia – Se você não quer ouvir, ninguém pode te dizer.
Pilatos – Verdade? Quer ouvir minha verdade, Cláudia? Onze anos sufocando revoltas. Se
eu não condenar este homem, Caifás começará uma revolta, se eu não o condenar
os discípulos dele é que vão. (...). De qualquer maneira vai haver sangue, Cézar
me avisou.
Cláudia – Não faça nada a este homem, este homem é Santo.

Herodes

(No palco está Herodes sentado, enquanto algumas pessoas festejam, alguns estão em pé ao lado da mesa, outras
estão sentadas em almofadas todos desfrutam de um banquete. Um soldado vai até Herodes e sussurra ao seu
ouvido depois faz um gesto aos outros. Dois soldados trazem Jesus amarrado até Herodes que interrompe a festa
para ver Jesus).

Herodes – (Soldado chega e fala ao ouvido de Herodes) - Quem está aí? Jesus de Nazaré? Aquele
que todos dizem que faz milagres? - (Pausa) – Onde? Onde ele está? (Caifás aponta pra
Jesus, Herodes faz cara de nojo, mas fica curioso). (Com expressão de soberania). Então você é
rei dos judeus. Dizem que faz milagres. (Risos). Sabe, eu cometi um erro com seu
parente João Batista, jamais quis matá-lo. (Jesus o olha surpreso e com desprezo e
permanece em silêncio). Pilatos o enviou para mim porque és Galileu e a Galiléia está
sob minha jurisdição. Estão querendo condená-lo por perjúrio, dizendo que você se
declarou Rei. (Chega perto ao ouvido de Jesus e sussurra) - Tenho ouvido muitas coisas
sobre você. Verdade que faz os cegos voltarem a enxergar, (risos) coxos voltarem a
andar, que és capaz de trazer os mortos de volta a vida (risos). É verdade? (...). De
onde vem teu poder, és aquele cujo nascimento foi predito? (Jesus permanece em
Silêncio). Vamos responda-me! Tu és rei? (Aponta para si mesmo) e quanto a mim? Faça
algum milagre para mim, para que eu possa ver. Prove-me que és realmente
especial, que és um Rei. - (Começa a ficar irritado) - Sabes que posso te libertar, não
sabes? Vamos, estou ordenando! (Começa a gargalhar). (Jesus permanece em silêncio). Ora!
Tirem este homem da minha presença, este homem é uma farsa, não percebem
que é apenas um louco e mais nada? Merece homenagem dos tolos (Todos riem e
gargalham). Que crime pode ter cometido? Digam a Pilatos que a partir de hoje ele
tem minha afeição, e levem este homem daqui.

7 / 10
(Os soldados retiram Jesus)

Pilatos (Açoite)
(Soldado “chefe” se aproxima de Pilatos).

Soldado Chefe – Governador, Herodes se recusa a condenar Jesus, estão trazendo ele de
volta. Vamos precisar de reforços.
Pilatos – Não quero começar uma rebelião.
Soldado Chefe – Desculpe Senhor, mas a rebelião já começou.
(Entram mais soldados, trazem Jesus. Os fariseus devem estar em cima do palco, à frente descentralizados.
Pilatos hora se refere a eles, hora volta-se para o povo).

Pilatos – Vós que me apresentais este homem, acusando-o de agitar o povo, eu o


interroguei diante de vós e não encontrei culpa alguma dos crimes que o acusais.
Herodes também não, pois o mandou de volta a mim (gritaria do povo). Como podem
ver, ele não fez nada para merecer a morte. Então, temos o costume entre vós que
eu solte um preso pela páscoa. Temos o famoso assassino preso o pior: Barrabás
(trazem Barrabás). Então? Quem quereis que eu solte? Barrabás o assassino ou Jesus
de Nazaré. O Messias.
Caifás – Ele não é o Messias. É um impostor. Soltem Barrabás! (O povo acompanha).

Pilatos – De novo lhes pergunto, qual dos dois querem que eu solte?
Povo – (Gritando) Soltem Barrabás! Soltem Barrabás!
Pilatos – (Assustado) - Soldados, soltem Barrabás! (Soldados o soltam). E agora o que querem
que eu faça com Jesus de Nazaré?
Caifás – Crucifica-o, (O povo novamente se agita e grita). Crucifica-o! Crucifica-o!
Pilatos – (Olhar para sua mulher). Não! Ele não fez nada para merecer a morte, por isso vou
castigá-lo e vou libertá-lo. (Diz a um soldado) assegurem uma punição severa, mas
não o deixem que o matem. Levem-no!

Açoite

(Os soldados amarram as mãos de Jesus e tiraram sarro, enquanto escolhes o flagelo que irão usar, muita risada e
sarcasmo, os fariseus assistem de um lado e do outro esta Maria, Maria Madalena e João).

Jesus – Meu coração está pronto Pai.


(Chicoteiam nas costas, até Jesus ficar de joelho e param. Jesus resiste e levanta).

Soldado 2 – Sua resistência é incrível. (Batem com mais raiva, com muito sarcasmo e risada. Vire-o.
(Viram e batem na barriga, sempre com sarcasmo e risada).
(Chega o soldado chefe e interrompe)

Soldado Chefe – Chega! A ordem era punir este homem, não flagelá-lo até a morte.
(Desamarra Jesus e sai).

8 / 10
Soldado 1 – (Risos). Aqui veja! Uma coroa para o Rei. (Reverência) Salve Majestade!
Soldado 2 – Um rei precisa de um cajado. (Entrega o cajado). Olhe o Rei.
Soldado 3 – E a túnica? Dá uma túnica ao Rei. (Risos)

Todos – Viva o rei dos judeus! Viva o rei! (Fazem reverência a Jesus - Os soldados levam Jesus).
Maria – Meu filho, onde, como e quando decidirás ficar livre disso?
(Maria se ajoelha no sangue de Jesus).
(Os fariseus saíram, Mulher de Pilatos vem com panos e entrega a Maria, então Maria e Maria Madalena começam a
enxugar o sangue de Jesus no chão, João apenas assiste a cena).

Pilatos (crucificação)
(Pilatos se assusta ao ver o estado de Jesus).

Pilatos - Eis o Homem! Agora vou libertá-lo.


Caifás – Você deve crucificá-lo. (O povo repete “crucifica-o”)
Pilatos – Não é o suficiente? Olhem para ele.
Caifás – (povo). Crucifica-o.
Pilatos – Vou crucificar o rei de vocês?
Caifás – Não temos outro rei se não César.
Pilatos – Fale comigo! Não sabes que eu tenho o poder para te libertar ou te condenar?
Jesus – Não terias nenhum poder sobre mim, se não tivesse sido dado por Deus, por isso
quem me entregou a ti tem pecado maior.
Caifás – Se soltares Governador não és amigo de César. Crucifique este homem. (O povo se
revolta ainda mais).

Pilatos – (Fala ao ouvido de um servo, depois se dirige ao povo). Se querem crucifica-lo, façam isso
vocês, lavo minhas mãos diante deste homem, não sou responsável pelo seu
sangue. (O servo retorna com uma bacia de água, e lava as mãos).
Caifás - Que seu sangue caia sobre nós, e sobre os nossos filhos! (O povo entra em gritaria
repetindo a frase de Caifás). Crucifique-o.

Pilatos – (chama o soldado Chefe). Faça o que eles querem.

Crucificação
(Os soldados levam Jesus a base de chicotada até a cruz. Maria, Maria Madalena e João acompanham, sempre
com tristeza e lagrimas / Jesus vem carregando a cruz, cai a primeira vez, cai a segunda vez, Maria vai até ele e
segura seu rosto).

Jesus – Eu renovo todas as coisas.


(Continua carregando a cruz cai à terceira vez, próximo ao palco Verônica vem com um pano na direção de Jesus e
enxuga-lhe o rosto, Jesus sai e ela segura o pano mostrando a face de Jesus / Jesus sobe no palco, larga a cruz e
os soldados o crucificam e erguem a cruz).

9 / 10
Ladrão (mal) – Não és tu o Cristo? Salva-te então a ti mesmo e a nos também.
(Caifás e outro fariseu se aproximam de Jesus).

Fariseu 1 – Vós não dissestes que era capaz de destruir o templo e reconstruir em três
dias? Faça isso agora. (Ri)
Caifás – Não és tu o rei dos judeus? Salva-te agora. (Saem lentamente).

Jesus – Pai, perdoa-os, eles não sabem o que fazem. (Os fariseus param e olham para Jesus).

Ladrão (bom) – Olhem! Não veem? Ele ora por vocês. (Os fariseus dão as costas e saem). Nós
merecemos estar aqui, mas este homem não fez nada.
Ladrão (bom) – Jesus! Lembra-te de mim quando entrares no paraíso.
Jesus – Eu te asseguro hoje mesmo estarás comigo no paraíso.
(Pausa. Maria tenta passar pelos soldados, para chegar próxima a Jesus, um soldado tenta impedir, mas acaba
cedendo, ela vai até o pé da cruz, seguida de João e Maria Madalena).

Jesus – Tenho Sede. (Um soldado coloca uma esponja na ponta da espada e leva ate a boca de Jesus, ele
vira o rosto de nojo, pois é vinagre).

Maria – Carne da minha carne, coração do meu coração. Meu filho! Me deixa morrer
contigo.
Jesus – Mulher, eis aí o teu filho. (Maria fica com olhar fixo a Jesus) Filho, eis aí a tua mãe. (João
abraça Maria).

Jesus – Meu Deus! Meu Deus! Porque me abandonaste?


Jesus – Tudo está consumado.
Jesus – Pai (...), em tuas mãos, eu entrego, (...) o meu, espírito. (Morre).

10 / 10

You might also like