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DEPOIS DA CRIACAO DO SNIPI Teresa Brandéo Dep. Educagao, Ciencias Sociais ¢ Humanidades da Faculdade de Motricidade Humana - Universidade Técnica de Lisboa Nuno Reixa EMDIDP (Equipa Mével de Desenvolvimento Infantil e Intervencio Precoce) emanate te err en eri pd erettelieas Pee aca nC Teresa Brandao Nuno Reixa Introdu¢ao No presente dossier abordaremos, de forma sucinta, as tendéncias atuais em Intervenco Precoce (IP) € respetivo enquadramento conceptual em termos internacionais, bem como os mais recentes avangos nacio- nais em matéria legislativa. Com o objetivo de refletir sobre o processo de transigao das politicas e medidas legislativas, as praticas atuais, conversamios com dois dos elementos representativos do topo e da base da piramide de servicos preconizados no Sistema Nacional de Intervengao Precoce na Infancia (SNIPI): um ele- mento da equipa de coordenagao nacional do SNIPI ¢ com dois representantes de uma das recentemente constituidas Equipas Locais de Interven¢o (ELI). Visa ser um contributo particular e, ao mesmo tempo, um exercicio reflexivo que contribua para uma ané- lise da IP em Portugal, na atualidade, particularmente no que respeita & implementago das medidas previs- tas no Dec. Lei 281/99, a partir duma andlise de praticas e da reflexaio pessoal dos nossos colaboradores. Intervencao Precoce: Um panorama atual Fruto dos importantes contributos que as neurociéncias, os estudos epidemiolégicos e longitudinais tém prestado & ampliacao progressiva do conhecimento sobre 0 complexo e multifactorial processo dé desen- volvimento das criangas em fases precoces da vida suas futuras implicagdes na satide e nos percurso académico e social das mesmas, nunca como na atualidade, foi to evidente (Reynolds & Temple, 2005) 0 interesse publico sobre esta matéria. Investir no desenvolvimento das criangas em idades precoces tem sido considerado, por varios investigadores, uma das formas mais eficazes de prevenir dificuldades futuras e pro- mover um desenvolvimento saudavel ¢ harmonioso (Shonkoff & Phillips, 2000), para além poder ainda ser cconsiderado por varios (e.g. Heckman, 2006) como um bom investimento das nages, enquanto promotor da justiga, igualdade social e, ao mesmo tempo, rentavel do ponto de vista econdmico.. Intervir precocemente no desenvolvimento das criangas e apoiar as suas familias neste processo consti- tui, de uma forma sintética e simplificada a grande finalidade da IP que pode, também, ser considerada, como uma excelente possibilidade de criacéo de oportunidades para a promogo da igualdade de criangas em di- versas situagbes de risco (Brandao,2007b). A criagao e implementacdo de medidas, programas ou servigos de IP constitui tarefa complexa & abrangente, devendo implicar a articulacdo e integragaio de multiplos saberes de areas cientificas distintas como as ciéncias da Saiide, as ciéncias da Educagao, a Psicologia, a Sociologia e, talvez mesmo, a Gestéo, por parte de equipas muttidisciplinares constituidas por técnicos oriundos de varios dominios profissionals e detentores de formacao especifica em IP. Os mesmos devertio procurar atuar de forma coordenada, de acordo com modelos que integram e transcendem as fronteiras especificas de cada profisstio, segundo modelos de. funcionamento transdisciplinares, em prol do superior interesse da crianga e da progressiva capacitacao e em- poderamento da sua familia. ‘Assim e, segundo uma definigéio modema da IP, Dunst, Trivette & Jodry (1997) consideram que esta visa proporcionar as criangas de idades precoces e suas familias familias, apoios e recursos, os quais, através de atividades desenvolvidas pelos elementos das redes sociais de apoio formal e informal terao um impacto direto e indireto no funcionamento da crianga, dos pais e da familia, em geral ILI Dossier - Edueagao incusica—Vol.3,NE1,Juho 2012 ‘Ao longo das itimas décadas, diversas investigagées (ex. Dunst, 1999; Dunst, Trvette & Jodry, 1997), vie- ram confirmar que as préticas de intervenoo precoce tém mais probabilidades de sucesso quando vo a0 encontro das necessidades das criangas e das familias, definidas em termos de recursos e apoio necess4~ rios, de forma a conseguir melhorar o funcionamento familar. Assim, como referem Brando & Craveirinha (2011), providerciar e mobilizar recursos e apoios, devera ser uma das preocupagdes fundamentals dos pro- gramas atuais de intervengdo precoce centrados na familia, para que os efeitos da sua intervencao sejam, de facto, eficazes e duradouros. ‘Como vimos, é facil apreender a natureza ecolégica e sistémica que encerram os conceitos moderos de IP, os quais como Thurman (1997), por exemplo, definem a IP como um conjunto de servigos desenvolvidos ‘em parceria com a familia, com a finalidade de promover o seu bem estar, bem como o da crianca, cujo pro- cesso de desenvolvimento poderd estar em risco devido a fatores de natureza biolégica ou ambiental. Em 2001, Guralnick chama a atengao para a importancia da importancia do momento histérico que a IP vivia, na altura, com base em fatores de varia ordem. Assim, realca os niimeros que considera alarmantes @ que ‘decorrem da identificacao precoce de criangas e familias em situagao de risco ou vulnerabilidade, en- fatiza o crescimento @ aprofundamento significativo sobre os fundamentos cientificos do desenvolvimento precoce @ a consequente emergéncia de novos modelos concetuais explicativos do desenvolvimento da crianga e destaca o crescente numero de trabalhos de investigacao que demonstram os efeitos e as limita- ‘GOes das praticas de IP bem como um conjunto importante de recomendagdes apresentadas por organiza- ¢8es e comités cientifcos com base em praticas baseadas na evidencia ena opiniao fundamentada de peritos (Gurainick, 2001). O referido autor continua a sua andlise referindo que, em presenga das evolugdes ante- riormente relatadas, surge a necessidade de criago de um sistema de intervengao precoce que enquadre quer as situacées de risco como as condigdes de deficiéncia, que se centre nas comunidades, possibiltando ¢ otimizando os servigos € recursos existentes nas mesmas. ‘Com base nestes argumentos, apresenta-nos seguidamente um sistema integrado de IP 0: “Develop- ‘mental Systems Mode! for Early Intervention” (Guralnick, 2001), que considera a IP como um sistema orga- nizado com o objectivo de prestar apoio aos padres de interagao das familias que melhor promovam 0 desenvolvimento da crianga. O enfoque 6 colocado nas interagdes pais-criangas, nas experiéncias da crianga ue ocorrem no seio familiar e sao proporcionadas pela familia, nos cuidados relacionados com a satidee se- guranga dos seus filhos e na ajuda que a IP pode prestar aos pais em todos estes processos (Guralnick, 2001, 2005). Para Guralnick & Albertini (2006) sistemas abrangentes de IP deverdo ser implementados em todas as co- munidades, Acrescentam que para tomar estes programas integrados, acessiveis e eficazes a todas as crian- gas e familias, devem ser criada infraestruturas de IP baseadas em politcas realisticas, inteligentes e, acrescentam ainda que as mesmas deverao ser compativeis com os recursos existentes e sensiveis a di- versidade cultural individual e familiar (Guralnick & Albertini, 2006). Para tal, serd imprescindivel conceber € implementar programas de formagao especializada para os profissionais de IP que impliquem um adequado dominio do conhecimento relativo ao desenvolvimento infantil, das_préticas centradas nas familias € que apliquem os conhecimentos oriundos e aceites pela comunidade cientiica as praticas em curso. Como vimos, a IP tem sido, 2o longo da sua evolugao, um conceito dindmico infiuenciado por diversas I- nihas de pensamento, fundamentos cienticos e medidas de cariz legisltivo que a t8m tornado progressva- mente numa prtica de inquestiondvel valor, beneficos eeficécia, cuja expanséo nos varios paises da Europa do mundo é bem evidente. Embora, como refere Guralnick (2008), as criangas e familias em diversas st tuagdes de vulnerabilidade possam ter necessidades e objetivos, porventura universas, a IP enconira-se em etadioe de desenvolvimento muito diferentes nos civersos paises. Acrescenta ainda que seria de conside- ravel valor a tentativa de estabelecer o atual estado da arte da IP com base numa perspetiva internacional. Em Portugal e, como refere Bairréo (2006), a primeira tentativa nacional deste ambito data dos anos 60, {oi digida a criangas cegas dos 0 aos 6 anos e considerada pioneira, mas infelizmente, extinta. Mais tarde, ‘om finais dos anos 80 surge um conjunto de préticas no ambito da IP, consideradas, na altura, como multo aceitéveis, por parte das agéncias e organizagées Internacionais ( Bairro, 2006). ‘A“proifracao de projetos de IP de uma forma assimétrica por todo o pais, de qualidade diversa e sem um enquadramento e matriz comum.."contribuiu, segundo Almeida (2008), para a necessidade de elabo- rago de normas legislativas que enquadrassem esta atividade. Assim surge, em 1999, 0 Despacho Con- junto 891/99 dos Ministérios da Educago, da Saide, do Trabalho e Seguranga Social que apresenta, pela primeira vez, um conjunto de Orientagdes Reguladoras para a IP. Fortemente inspirado na legislago ameri- vena, nomeadamente na “Public Law 99-457:1986 Amendement to the Education of the Handicapped Act, rovammente reeditada e melhorada em 1991 numa peca legislativa designada como IDEA - * The Individuals with Disabilties Education Act (IDEA)" — Part C, 0 referido despacho define aspetos fundamentais para a conceptualizacdio e operacionalizagéio dum modelo ecol6gjco-sistémico de Intervengo Precoce, no qual otra- palho em equipa, a parceria com as familias, bem como a elaboragéo dum documento escrito de suport, constituem aspetos determinantes para a implementago do modelo referido (Brandao, 2007a) Tal despacho foi considerado por varios como: um documento aceitdvel para a IP, embora necessitando dura melhor adaptagao & realidade portuguesa (Bairrdo, 2006); «um forte incentivo A implementagao de novos projetos e servicos e, simultaneamente promotor dum “teor- ‘denamento” das praticas de intervengdo precoce anteriormente existentes, no pais (Brandao, 2007a); ~ um conjunto de regras conceptualmente enquadradas no que se consideram as prdticas recomendadas em intervenedo precoce (Almeida,2009; Brando, 2007); " provavelmente um dos documentos mais extensos sobre esta matéria, quando comparado com outros si milares, a nivel Europeu ( Brandéo, 2007a); "Um documento cujo, balango dos trés anos do perfodo experimental permite afirmar um saldo bastante po- sitvo, apesar de ainda, como refere“ruitas pontas necessitarem de ser limadas nesta obra’ (ANIP, 2007) 10% autores acima referidos salientam também um conjunto de aspetos relativamente aos quais a legisla~ 40 poderia e deveria ser melhorada e clarfcada, nomeadamente no respeltante a: clarficagéo da popula go elegivel, processo de referenciagdo e acesso por parte das familias, componentes do Plano Inaividualizado de Intervengao(PIl), modelo de financiamento, forrmacao especializada dos profissionals, su= perviséo, entre outros aspetos (Almeida, 2009; Brandao, 2007a).. ‘Amais recente publicagao em matéria de IP, o Decreto-Lei 261/2009 surge em resposta “as necessidades ca IP, 2s polticas de promocao de inclusdo social, ao dieito a participagao ativa, mas acima de tudo, em fun cao da necessidade de melhoramento do método adotado, & necessidade de cumprimento dos, principios que jmpliquem o sistema de interacdo entre familias e as intituigdes e ainda a necessidade de um plano indi dual gentrado nas necessidades da familia @ elaborado pelas equipas locais de interveneao multiasciplin res, E importante referir ainda que a constituicdo deste decreto-lei também contemplou a distribuigéo territorial das respostas e as assimetrias geodemograticas” (Decreto-Lei 281/2009). assim criado, em consonancia com perspectivas sistémicas anteriormente referidas, 0 Sistema Nacio- nal de Intervengao Precoce na Infancia (SNIPI) que “consiste num conjunto organizado de entidades instti- IV | Dossier - Educagde Inctsiva ~Vo. 3. N° 1, Julho 2012 cfonais e de natureza familar, com vista a garantircondigdes de desenvolvimento das criangas com fungo fu estruturas do corpo que limita o crescimento pessoal, social, e a sua partiojpacao nas atividades th cas para a idade, bem como das criangas com risco grave de desenvolvimento’ (..) * desenvolvido ate- vés da atuagdo coordenada dos Ministéros do Trabalho e da Soldariedade Social, da Sade e da Educagao, com o envolvimento das familias e da comunidadé” (Decreto-Lei 281/2009) ‘intervengéio Precoce na Infancia (IP), como é designada na referida pega legisatva, & defnida como 0 “conjunto de medidas de apoio integrado centrado na crianca e na fama, indluindo agbes de natureza pre- ventiva e reabilitatva, designadamente no ambito da educagao, da satde e da apo social” (Decreto-Lel 281/209), CO SNIPI tem, como objetivos: “a) Asseguraras criancas a protegao dos seus direitos e o desenvolvimento das suas capacidades, alra- vés de agdes de IPI em todo o teritério nacional; ) Detetar e snalizar todas as criangas com risco de alterapdes ou alteracdes nas fungées e estruturas do corpo ou risco grave de atraso de desenvolvimento; «) Interv, apés a detegao e sinalizagao nos termos da alinea anterior, em fungdo das necessidades do ccontexto familiar de cada crianga elegivel, de modo a prevenir ou reduzir 0s riscos de atraso no de- senvolvimento; i) Apoiar as familias no acesso a servicos e recursos dos sistemas da seguranga social, da salide e da educacao; 6) Envolver a comunidad através da criagéo de mecanismos articulados de suporte social.” CO SNIPI enoontra-se organizado segundo um modelo hierérquico em Comiss6es, Subcomissoes e Equi pas Locais de Intervengéo (ELs), com competéncias bem definidas, em contraste com as anteriores Equi pas de Intervencéo Direta (Concelhos) e as Equipas de Coordenacéo (Distitas), definidas no Despacho Conjunto 891/99, criando assim um terceio nivel de atuagao - Nacional, om o objetivo de proceder & ho- mogeneizacio das pratioas e redugo das assimetrias nacionais, anteriormente constatadas e reportadas ‘em diversos trabalhos de investigagao realizados a nivel nacional (e.g Bairro e Almeida, 2002). Temos agora um sistema de o-ganizagao da IP constituido por uma Comissao de Coordenago Nacional que tem como principal atrbuigio assegurar a artculagdo das ages desenvolvdas 20 nivel de cada ministério, através de reuni6es trimestrals de avaliagao e acompanhamento, particularmente vocacionadas para: "a) Articular as ages dos ministérios através dos departamentos designados responséiveis para 0 feito; b) ‘Assegurar a constituigéo de equipas muticisciplinares interministerais para apoio aos PII: c) Acompanhat, regulamentar avalir 0 funcionamento do SNIPI;d) Defnirctérios de elegibiidade das criangas, instru mentos de avallagdo e procedimentos necessdrios & exequibildade dos PIIP ;e) Elaborar o plano anual de ago, estabelecendo objetivo a nivel nacional; f)Sistematizarinformagdo ¢ elaborar um guia nacional de re- cursos, enquanto registo de cobertura da rede de IPSS, de agrupamentos escolares de referéncia@ da rede de cuiddados de satide primarios; g) Criar uma base de dados nacional, com vista a eontralizagao da infor- ‘mag&o pertinenle relativa as criangas'(Decreto-Lei, 2861/2009) Para além desta estrutura, a nivel nacional, foram também criadas cinco Subeomissées de Coordenagao Regional que tém coro principal atribuigdo o apoio & Comissdo Nacional transmitindo as suas orientagdes 208 protissionais das Equipas Locais e Nicleos de Supervisdo e Apoio Técnico e, ainda cento e quarenta @ sete Equipas Loceis de Intervencdo (ELI's) que tém como principal objetivo a intervengdo direta com orian- | ¢as e familias (SNIPI, 2012). Esta reestrturacéo descentraliza fungdes e permite que, como encargo das | ELI, (equipas plutcisciplinares com funcionamento transciscipinar) quem exclusivamente fodas as ques- tes relacionadas com o encaminhamento, a avaliagao, a intervencdo e com a propria articulagao entre téc- | nicos, familias ¢ entidades da comunidade Embora o relerido Decreto Lei, tivesse sido publicado em 2009, apenas mais recentemente, como vere- mos através das respostas dos nossos entrevistados, se tomou possiveliniciar os processos de reorganiza- aoe reestruturagdo dos servigos anteriormente existentes, pelo que néo dispomas ainda de estudos de Carécter cientifico ou resultados decortentes da implementaggio das novas orientagdes. Os contributos que a seguir apresentaros visam ilustrar a forma como 0 pracesso esta a decorrer, segundo a pervegao de alguns | dos intetvenienles ativos deste proceso, colocados em niveis de atuacao diversos, nomeadamente e, como referimos em cima, na Comissio de Coordenago Nacional e numa nas ELls, oriadas a nivel nacional Dossier - Educagao Incusiva~ Vo. 3.1. Julho 2012 | Tigre oe all eer Dulce Duarte ‘Alexandra Mendes ELI DE OEIRAS: CRIAGAO E PERCURSO Aconversa com. Dulce Duarte (Educadora) - Coordenadora & Alexandra Mendes (Psicdloga) 4-Equipa local de intervengao (ELI) de OEIRAS - Caracterizacao e Objectivos ELI de Osiras, integra 0 ACES Oeiras, CERCIOEIRAS, Agrupamento de Esoolas Conde de Ociras, repre- sentadas através de uma equipa técnica de doze pessoas e tem a sua sede no C. Satide de Pago de Arcos). A ELI & constituida por uma equipa pluridisciplinar, com funcionamento transdisciplinar assente em parcerias ins- {tucionais,integrando representantes dos ministérios do Trabalho e da Solidariedade Social, da Saude, da Eur cago, entre outras entidades que possam ser constituidas como parcsiras. A equipa rege-se pelas disposigbes constantes de um regulamento de funcionamento prépri, criado a partir do modelo orientador do Sistema Ne- cional de Interveneio Precoce na Infancia, ben como pelas normas e orientagdes emitidas pela comisséo de coordenacéo do SNIPI. ELI caracteriza-se também por desenvolver e concretizar, a0 nivel geografico do Concelho de Oeiras, a in- tervengao do SNIPI, com vista a garantr condigdes de desenvolvimento das criangas até aos 6 anos de idade, ‘com alteragies nas fungdes ou estruturas do corpo que limitem o seu crescimento pessoal, social ¢ a sua par- ticipagdo nas atividades tipicas para a sua idade, bem como das criangas com risco grave de desenvoWvimento, ‘S40 ainda constituidos como objetivos da ELI: «= Identificar as criangas e familias imediatamente elegivels para acompanhamento pelo SNIPI: + Assegurat a vigildndia és criangas e famfias que, embora nao imediatamente elegiveis,requerem avaliar 20 periica, devido & natureza dos seus fatores de rsco e possiblidades de evolugdo; + Enoaminhar ctiangas e familiares néo elegiveis, mas carenciadas de apoio social; « Elaborar e executar o Plano Individual de Intervengéio Precoce (PIIP) em fungo do diagnéstico da situa- go; + Identificar necessidades e recursos das comunidades da sua area de intervengéo, dinamizando redes for- mais e informais de apoio social; + Artcular, sempre que se justtique, com as Comissdes de Protegao de Criancas e Jovens (CPCJs) @ com 19s Ndcleos de Apoio as Criancas e Jovens em Risco (NACJR) ou outras entidades com atividade na rea da protecao infantil; + Assegurar, para cada crianga, processos de transigdo adequados para outros programas, servigos ou con- textos educativos; « Articular com os profissionais das creches, amas @ estabelecimentos de educagao pré-esoolar em que se ‘encontrem colocadas as criangas acompanhadas pela ELI; + Promover a paricipacdo ativa das familias no procasso de avaliagao e de intervengéo; + Promover a articulagéio entre os varios intervenientes, no processo de interven, VII Dossier -Educaao inctusiva Vol. 3. NP 1, lho 2012 —— 2-Acesso ELI de Oeiras ‘As criangas ou casos a apoiar ou seguir surgem através de varias vias, nomeadamente, através do Centro de Satide ¢ Hospitais, dos Agrupamentos de Esoolas do Concelho e ainda através dos pals. A Ficha de Sinaliza- 40 para a ELI est cisponivel no site da CERCIOEIRAS e pode ser submetida por e-mail ou por corel. Em média sdo sinalzadas 2 a 3 criangas semanalmente. (Os casos sinalizados so alvo de andlise por parte da equipa técnica, que se retine quinzenalmente. A cada caso assinalado para acompanhamento 6 associado um técnico que se forma responsavel pela recolha inicial de in- formagao sobre a crianga e familia © pela respetiva introdugo e discusséo em reuniao de equipa, o que é se~ guido pela elaboragao dum PIP (Plano Individualizado de Intervengao Precoce). ‘Apés este processo, o caso pode seguir duas vias: 2) Encaminhado para apoio e definido(s) técnico(s) responsaveis; b) Encaminhado para um sistema paralelo de vigiténcia, que implica observago periédica, mensal (minimo), ‘caso néo se verifiquem os critérios de elegibildade. 3- Populagdo atendida pela EL! de Ociras ‘Atualmente séo acompanhadas por esta equipa, um total de 121 criangas e familias, sendo que 109, se en- contra em apoio direto e as restantes em processo de avaliagao. Considerando a totalidade das criangas em apoio direto, verfca-se um universo de vinte e quatro tipos de perturbagdes distintas, sendo que quase 50% dos casos estéo indicados como tendo Atraso Global de Desenvolvimento. Relativamente ao universo de pertur- ages supramencionado podem ser identificadas, para além do Atraso Global de desenvolvimento, as Pertur- ages do Espectro do Autismo, Perturbacdes Neuro\égicas, Malformagées Congénitas, Doencas Metabdlicas, Défice Sensorial, Doengas Congénitas Graves, Anomalias Cromossémicas, Perturbagies relacionadas com Fatores de Risco Envolvimental e ainda criangas que perfazem os requisites para ser consideradas como in- cluidas em famfias de elevado Risco Parental. 4- Avaliagao das casos Considerando 0 modelo ecossistémico em que atualmente se situa a Intervengo Precoce, a avaliagao dos casos & realizada através de fichas e baterias de testes que permitam a obtenco de resultados centrados na rianga, famifia © nos seus contextos. Com vista a preencher estes critérios ¢ incluir também as necessidades € recursos das familias a avaliagao é eletuada através dos sequintes instrumentos: a) Ficha de caracterizacio; +) Baleria de testes pava avaliar 0 desenvolvimento da crianga, das quais se podem destacar a Schedule of Growing SKills-Ii/Bellman, Lingam & Aukett, 1996) e as fichas de registo do Programa Portage: ©) Genograma e Ecomapa, para caracterizar a familia e respectivos recursos. Toda a informacao recolhida é posteriormente discutida no seio da equipa, tormando 0 processo de avaliagdo interdisciplinar. 5+ PIIP:Blaboracao ‘Apés a andlise da Ficha de Referenciago, avaliados os critérios de elegiblidade e prioridade e decidida a ad- missibilidade, de acordo com os Critérios de Admissao, e no prazo maximo de 15 dias, a ELI decidir os pro- cedimentos 2 aplicar, designando um dos elementos como Resporisdvel do Caso, que assumiré a concretizacdo do PIP. : PIIP inclut informagao sobre a avaliagdio da crianga no Seu contexto familiar, bem como a definigao das me- didas e agdes a desenvolver de forma a assegurar um processo adequado de transigdo de medidas de con- plementaridado entre outros servigos e instiluigbes. De acordo com o definido por le, deve ser elaborado, num prazo maximo de 45 dias apés referenciagao do caso & equipa e é revisto pela ELI de Oeiras, embora isso no seja exigido legalmente, de 6 er 6 meses. AAs técnicas da equipa participaram, recentemente, numa ago de formagéio de 25 h sobre “Promogao da qua- lidade na elaboracdo de objetivos para o PEI ou PIIP”, creditada promovida pelo ISPA. 6- Equipa técnica: Constituigo AELI de Oeiras 6 constituida por uma equipa plurdisciptinar, com funcionamento transcisciplinar, integrando re- presentantes dos Ministérios do Trabalho e da Solidariedade Social, da Satide, da Educacdo, entre outras en- tidades. A equipa conta assim com, técnicos de Servigo Social, Psicdloga, Terapauta Ocupacional, Terapeuta da Fala, Fisioterapeuta, Educadores de Educagao Especial, Educadores de inféincia, Médica de Satide Publica ¢ uma Enfermeira de Satide Publica e Pediatrica ; Acoordenagao é realizaca por um dos elementos designados pela Subcomissdo de Coordenagao Regional de acordo com critérias previa mente estabelecidos, sendo que cada coordenador tem um periodo de vigéncia de 2aros. Foi referida, pelas entrevistadas uma boa articulagdo da ELI de Oeitas com outras entidades nomeadamente ‘com o sector da satide, como Hospitals e Centros de Satide, bem como com as CPCus e autarquias. Acoordenadora a psicdloga da ELI, respetivamente dos sectores da Educaco e Seguranea Social referem um bom funcionamento da equipa, salientando como mais-valia 0 facto dos técnicos que constituem a equipa, jatrabalharem anteriormente na IP, o que implica, quanto a elas, um bom nivel de experiéncia previa e o facto de toda a informacao ser partihada entre os mesmos. 7- Processos de Transi¢ao ‘As entrevistadas referem uma atengao e cuidado especial relativamente aos processos de transicéo dos 0-3 ‘anos, para o Jardim-de-infancia ou a partir dos 6 anos, pata 0 1° Ciclo, nomeadamente através da transforma- (0 dos PIIPs em PEls e suporte e colaboracio entre os técnicos da equipa e articulagéio com as familias. 8 Dificuldades sentidas pela equipa e lacunas a serem colmatadas. Questionadas scbre eventuais dificuldades sentidas pela EL! de OEIRAS, foram referidas: a) Necessidades de formacéo especializada mais aprofundada; b)Necessidade de instrumentos de avaliapao ~ mais atualizados e diversificados; c) Necessidade de formagao sobre a CIF; d) Necessidade de superviséo regular, €) Documento de referenciagdo do SNIPI parace-Ihes um pouco extenso, mas bastante uti. Sugerindo que o mesmo requer habituagao e treino no preenchimento. Atualmente as EL! encontram-se em processo de adaptagao inicial, uma vez que o mesmo foi recentemente disponiblizado pelo SNIPI. 9 Vantagens do novo modelo promovido (Sistema Nacional de Intervencao Precoce na Infancia-SNIPI), apés a publicagio do Dec. Lei 281/2009 No que se refere aos beneficios para a famfia, as entrevistadas referem que, na sua opiniéo, melhorou a forma de entrada das familias no sistema de IP, bem como 0 acesso & informago sobre os servigos disponiveis, que se fornou mais simples, menos confuso e mais répido, para as referidas familias. José Boavida A conversa com... Representante do Ministério da Saude da Comissao de Coordenagao do SNIPI, Dr. José Boavida 1) De acordo com o Dec. Lei 281/2009 uma das razées para a criagao do SNIPI baseu-se na assimetria geodemogratica que nao permitia uma resposta eficaz, Pensa que o atual decreto-lei tera a capacidade de dar resposta a esta questo? Dr. Boavida - A oartida penso que sim. Aliés, o DC 891/99 também tinha todas as condigdes para ter sido im- plementado em todo o Pais, mas faltou a vontade politica em algumas regides. Porque é que a regido cen- Dossier - Educagao Incusiv— Vol 3.1. Juno 2012 | IX {roe 0 Alentejo 0. implementaram e as outras regiées apenas o implementaram de forma muito parcial e quase semore através de vontades e dindmicas muito locais, muitas vezes até pessoais? Penso que no ha uma resposta simples para este facto. Houve seguramente alguns boicotes. Dr. Boavida - Quando falamos de assimetrias, apesar da implementacao mais homogénea resultante da “forea’ superior dim Decreto-Lei em relacdo a um Despacho Conjunto, elas podem persistir. Na verdade, as- sistimos desde jé a zonas do Pais que implementam uma IPI de acordo com boas praticas e outras que se limitam a cumprir 0 requisito lagal relacionado com a criagao das diferentes equipas, mas com uma inter- vengéo que de acordo com as praticas recomendadas, deixa muito a desejar. 2) A principal atribuigo da Comissao Nacional do SNIPI, consiste em assegurar a articulagao das ‘aces desenvolvidas ao nivel de cada ministério MSSS / MS JMEC. Este objetivo tem sido concretizado, nna sua opiniao? Dr. Boavida - Tem sido de forma, ainda, bastante parcial. Por enguanto ainda é aceitavel pois até recente- mente, a prioridade era criar equipas aos diferentes niveis, definindo uma estrutura que pudesse funcionar, Também numa fase inicial, a Coordenacéio Nacional limitou-se a definire a “regulamentar’, de alguma forma, co crescimento da estrutura, deixando &s subcomissdes regionais, a autonomia necessdria para poderem adaptar as orientag6es nacionais a cada regiéo. © Norte continua a ser a regiao onde tem sido mais dificil desertvolver a estrutura do SNIPI, eventualmente por ser aquela onde 0 DC 891/99, foi menos implementado. No fundo penso que temas de nos preocupar mais com os aspetos qualitavos e menos com os quantitati- vos, que dominaram 0 inicio da implementagéio do SNIPI. 3) Como Ihe parece que tem decorrido este processo, relativamente as varias tarefas em curso (ex. 0 que jé foi realizado e o que falta)? Dr. Boavida — No que se refere & Implementagao da Estrutura organizacional do SNIPI, posso refert: —Constituigzio de 5 Subcomissdes de Coordenago Regional - nomeago dos representantes dos 3 Minis- térios. ~ Definigdio e aprovagéo do ambito regional das Subcomissdes de Coordenacao Regional ~ Definigdio da organizagao ¢ funcionamento das Equipas Locais de Intervencdo (ELI) =N? ELI por Subcomisséo Técnicos a afetar — Populagéio a abranger —Constituidas 132 ELI das cerca de 150 previstas (a maioria das que faltam sao na regio Norte) ~ Criagéio de instrumentos de regulago e de intervencao técnica: —Elaboragao de Regulamento Intemo da CC SNIPI — Elaboracao dos Regulamentos Internos das 5 Subcomissées de Coordenacao Regional — Elaboragao da Minuta do Protocolo de constituigao da ELI = Definigio © aprovacao do logstipo do SNIPI —Criagdo e disponibilzagaio Modelos de Comunicagéio e imagem Corporativa do SNIPI; — Definigao e aprovagao dos Critérios de Elegibilidade das criangas; —Criagéio de instrumentos de ragulaco e de intervencao técnica: — Definigo /Elaborago dos instrumentos a constar no Processo Individual da Crianga —Ficha de Referenciago = Ficha de caracterizagao da Crianga; —Ficha de registo de contactos = PIIP - Plano Individual de Intervengéio Precoce — Elaboragdo e Divulgagao do Manual Técnico da ELI, do qual consta — Enquadramento do SNIPI — Legislagao ‘ —Regulamento de Subcomissao de Coordenago Regional respetiva - Protocolo de Constituigao da EL! —Minuta de Reguamento Interno da EL! —Mapeamento das EL! na Regio ~ Critérios de Elegibilidade —Processo da crianga — Modelos de comunicagao Interna — Contactos 4) Como avalia genericamente o trabalho desenvolvido pela Comissio de coordenacao do SNIPI, desde a sua criacéo? Dr. Boavida - JA existiram trés comissdes. A 1® presidida pela Dr.* Cristina Fangueito, a 2? pelo Dr. Edmundo Martinho e a atual pela Dr Mariana Ribeiro Ferreira. A atual est, ainda, a “ganhar ritmo”. Esperemos que 0 desejo de fazer com que o SNIPI va para a frente, continue a ser de todos os intervenientes, como tem sido até aqui. 5) Considerando as premissas da IP e as evolugdes das praticas parece-Ihe vidvel este sistema na- cional? Dr, Boavida - O Sistema Nacional o que quisermos fazer dele, tal como 0 891. Esperemos que tal como no 891, ndo surjam_boicotes e que os trés ministérios, continuem a ‘puxar” para o mesmo lado. 6) Parece-the que esta legislacao serd um contributo eficaz rumo a um modelo de funcionamento das equipas de acordo com 0 modelo transdisciplinar. Dr. Boavida - A lei é suficientemente “lata’ e flexivel, para o permiti. Por vezes este facto pode ser um pro- blema e permitir “derivas’. A este respeito penso que a lei é filosoficamente “pobre” e nao teixa claro, o que sao boas praticas. Caberd & CC regulamentar estes aspetos omissos na legislacao. Tal como referi anterior- mente, temos de passat rapidamente aos aspetos qualitativos da implementagéo do SNIPI. 7) Qual a sua opiniao sobre, o papel das subcomissées regionais junto da CC, de acordo com o defi- nido no Dec. Lei. Dr. Boavida - A este respeito, reitero a orientacao anterior de deixar a maior margem possivel as subcomis- des, desde que estejam empenhadas em construir um sistema que obedeca aquilo que S40 as orientacoes nacionais. H4 que evitar assimetrias de estrutura ou de pratica. Dossier - Educagdo indusiva Vol 3. . tuho2or2 | XI Referéncias Almeida, |.C. (2008). Estudos sobre a intervengéo precoce em Portugal: Ideias dos especiaistas, dos profssionais e das familias. Lisboa, Portugal: Instituto Nacional de Reabiltagao. 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