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2 ——— - x XII Prolongamentos da “técnica ativa” em psicandlise (Comunicacao apresentada no VI Congresso da Associagao Internacional de Psicandlise em Haia, 10 de dezembro de 1920) I Desde a introdugao por Freud da “regra fundamental” (a asso- ciacéo livre), os fundamentos da técnica psicanalitica nao sofreram nenhuma modificacao essencial. Sublinharei desde j4 nao ser esse tampouco O objetivo de minhas propostas; pelo contrario, sua fina- Jidade era e continua sendo colocar os pacientes em condigdes de obedecer melhor a regra de associac&o livre com a ajuda de certos artificios e chegar assim a provocar ou a acelerar a investigacao do material psiquico inconsciente. Por outro lado, esses artificios s6 se tomam necessarios em casos excepcionais. Para a maioria dos pa- cientes, 0 tratamento pode desenrolar-se sem uma “atividade” par- ticular por parte do médico ou do paciente, e mesmo nos casos em que se é levado a mostrar-se mais ativo, essa intervencdo deve limi- lar-se ao estritamente necessdrio. A partir do instante em que seja superada a estagnacao da andlise, que é a justificagao propriamente dita e a razao de ser da modificagéo em questao, o especialista re- tornard o mais depressa possivel a atitude de receptividade passiva que cria para o inconsciente do médico as condicées mais favora- veis a uma colaboracao eficaz. Como ocorre com quase toda a inovagao, a “atividade”, se a olhamos de perto, mostra ser conhecida de longa data. Nao sé por- que desempenhou um papel essencial na pré-historia da psicand- lise, mas também porque, num certo sentido, ela jamais deixou de Oas 18 i de criar w A %, se aqui im. conceit re foi utilizado de Sacto Sumy, to, trata~ * Mesm, ath istir. PO? eae algo que vega 10 deliberadamenie, pg 0 ga forma, ede eae escolha de uma terminolog:,“S, cog" qe tal —_ Jano cientifico; éo tinico meio ice 8g wt desdenhavels roprio agit NO verdadeiro sentido dy wa we ci a de consciéncia permite a utilizaggo metic 55a tO ie it ée ar eee “catdrtico”, segundo Breuer e Frey : atividade, tanto da parte do médicg +e, Omédico esforcava-se para despertar as lembraneag od ed as e, com esse propésito, apelava para todos o¢¢* das a0s oe eeu os processos de sugestao hipnética a hs cursos que . anto ao doente, ele também se esforgava para et oo A seu guia, era também obrigado a mostrar-se ie oe ativo no plano psiquico e, com frequéncia, a recorrer ip. siquicas. i is Slice alec a utilizamos atualmente, éuma Prt cuja caracteristica mais saliente é a passividade. Pedimos ao pacien- te que se deixe levar sem nenhuma critica pelo que lhe venha ao espirito”; nada mais tem a fazer sendo comunicar sem Teservas es sas ideias - superando, na verdade, a resisténcia que se opde asso. Quanto ao médico, tampouco concentraré sua atengao com uma intencdo qualquer (por exemplo, o desejo de curar ou de compreet- det), mas abandonar-se-4 — passivamente também — a sua imag fisto ebrincaré com as ideias do paciente. Evidentemente, se 0 eee influéncia sobre 0 curso das ideias do oe expus em o Se ake icamente com essa diva gacdo. eae Bee Mente Validag tenha 0% desde que certas opinides segur a Alencao se con, = ‘am se cristalizado nele, é necessati dal daa Comunicar ag pacien nelas e que, apés madura reflexao, S¢ aio COnstitui um, inte ne uma interpretacio. Mas tal comune creMa 0 Pensamere 0 ativa na atividade psiquica do p a Bencia de ideiag fa © deste numa certa direcao e facilita 4 el do ‘SS outto modo, a resisténcia nao teria 4 hy q Id, fo; my LA imports Psicolégiog grortancia da 4 io Ee i + omlnagio em matéria cientifica mereceria um ¢ Picanatica”, omy Psicandli lise I, (QNGAMENTOS DA “TECNICA ATIVA” EM PSICANALISE 119 - na consciéncia. Quanto ao paciente, també inne passivamente durante esse “parto dos ae me PS Descobertas recentes a tespeito da importancia decisiva da dis tribuigo da libido na formacao dos sintomas neuréticos levaram Freud? a considerar uma ajuda complementar de Outra ordem. Ele distingue duas fases no tratamento: na primeira, toda libido é recu- sada aos sintomas em proveito da transferéncia; na segunda, a luta trava-se com a libido transferida para o médico, a fim de tentar des- prender essa libido do seu novo objeto. Esse desprendimento 6 ossibilitado pela transformacao do ego sob influéncia da educagio propiciada pelo. médico. O afluxo da libido na transferéncia, diz Freud, no implica nenhuma sustentacao ativa da parte do médico; a transferéncia nasce espontaneamente e 0 médico deve ter apenas ahabilidade de nao perturbar o processo. Aeducacao do ego, em contrapartida, é uma intervenco fran- camente ativa ao alcance do médico em virtude de sua autoridade aumentada pela transferéncia. Freud nao teme chamar “Sugestdo” a esse modo de influéncia, embora tendo o cuidado de indicar as caracteristicas essenciais que diferenciam a sugestao psicanalitica daquela que nao o é Ainfluéncia exercida sobre o paciente é certamente algo de ati- vo, 0 paciente reage passivamente a esse esforco do médico. Tudo o que dissemos até aqui sobre o comportamento passivo ou ativo referia-se exclusivamente a atitude psiquica do paciente. No tocante as a¢ées, a andlise nada exige do paciente a nao ser que com- pareca pontualmente as sessdes; no exerce, por outro lado, nenhu- mainfluéncia sobre o seu modo de vida e sublinha até, de forma ca- tegorica, que o préprio paciente é quem deve tomar as decisdes im- portantes ou adid-las até sentir-se capaz de fazé-lo. ROL 3. S. Freud, “Vorlesungen ziir Einfiihrung in die Psychoanalyse” (Ges. Schr., voLVIM, p. 473). Introduction a la Psychanalyse, Payot. 4. Os métodos precedentes de sugestdo consistiam, de fato, em querer per- suadir o paciente de uma mentira consciente (“Vocé nao tem nada” — 0 que é certa- mente inexato, visto que o paciente sofre de neurose). As “sugestées” psicanali utiliza a transferéncia para permitir ao paciente convencer-se pessoalmente dos otivos inconscientes de seu sofrimento; além disso, 0 préprio psicanalista deve Ctidar de que a crenca assim adquirida no seja uma “fé cega”, mas a convicgao pes- seal do paciente escorada em suas lembrangas e em sua vivéncia atual (“repeti- £80") Isso é igualmente o que diferencia a psicandlise dos tratamentos de Dubois Pela explicagioe pela persuasio. 120 L OBRAg Con rimeira excegao a essa regra teve lugar no do Uy i rtos casos de histeria de anguistia. Os pacie o"® ¢ Tise de certos “""" da “regra fund. Pacientes ang. uma observancia rigorosa gra fundamental” ¢ aPesae tragao em seus complexos inconscienteg © uma be 1 certos pontos mortos da andlise enquantr’’, 7 ic incitados a ousar sair do seguro abrigo constituido hae tip bias a expor-se, 4 titulo de ensaio, a situagao de que haviam fy igibae angistia em virtude do seu carater penoso. Como era de ie Con, essa tentativa provocava um agudo acesso de angustia. Entre, at, to, a0 Se exporem a esse afeto, superavam a resisténcia contra a arte do material inconsciente até entdo recalcado, que a b la dai se tornava acessivel a andlise sob a forma de ideias e de lem. brancas*. : Daf em diante, foi esse 0 procedimento que tesolvi designar pelo termo de “técnica ativa”, que, por conseguinte, significava uma intervengiio ativa muito menos por parte do médico do que por par. te do paciente, a0 qual era agora imposta, além da observancia da regra fundamental, uma tarefa particular. No caso das fobias, essa tarefa consistia em realizar certas acées desagradéveis. Nao demorei muito em ter a ocasiao de impor a uma paciente tarefas que consistiam nisto: devia renunciar a certas acées agradioeis que tinham permanecido até entao despercebidas (excitacao mas- turbatéria das partes genitais, estereotipias e tiques, ou excitagbes de outras partes do corpo), dominar seu impulso para realizar esses atos. O resultado foi o seguinte: um novo material mnémico tornou- -se acessivel e 0 curso da anidlise foi manifestamente acelerado. ae ate expés a consequéncia dessas experiéncias ¢ de esteve, inclusive, eto Er Bees a congrereg de Budapeste’ trafdo dessas observacde ligdes de generalizar o ensinamento & deve desenrolar-se, em gor . formular suas regras: o tratamen'o oe que acarretou a a | na situacao de abstinéncia; a mesm@ durante todo o tratamento a fie a dos sintomas deve ser mantid@ Smo indicad, afim de sustentar 0 desejo de cura; € até 0 que clente desej, que se rec is fa ak, . deseja com mais ardor obfer cisamente a satisfagéo que 0 P@ if: S. Ferenczi 7 "Dificuld: i lad s técnicas de uma andlise de histeria”, neste VO" |_~ea ONGAMENTOS DA“TECNICA ATIVA” EM PSICANALISE 201 PRO! creio ter relatado com clareza tudo © que foi publicado de es- até o presente sobre a atividade na técnica psicanalitica e de ser relevante no método geralmente conhecido I Gostaria de relatar agora fragmentos de algumas andlises que dem reforcar o que foi exposto e de aprofundar, em certa medida, anossa compreensao do jogo de forcas em ago na “técnica ativa”. Penso, em primeiro lugar, no caso de uma jovem misica croata que sofria de uma porcdo de fobias e medos obsessivos. Citarei apenas alguns de seus intimeros sintomas. Sofria de um medo pavoroso; ando na escola de mtsica lhe pediam que tocasse diante dos ou- fros, seu rosto ruborizava-se; os exercicios de dedilhado, que ela executava automaticamente e sem dificuldades quando estava sozi- nha, pareciam-lhe entao prodigiosamente diffceis; fracassava sem apelo em cada apresentacdo e estava obcecada com a ideia de que itia cair no ridiculo ~ 0 que nao deixava de acontecer, a despeito de um notével talento. Na rua, julgava-se observada a todo instante or causa de seus volumosos seios, e nao sabia como se comportar afim de dissimular essa malformagao fisica (imagindria). Ora man- tinha os bracos cruzados sobre o peito, ora comprimia ao maximo 0 seios num sutia; mas apés cada medida de precaucao, como é frequente nos obsessivos, surgia a dtivida: nao atrairia ela justa- mente as atencdes em virtude dessa maneira de conduzir-se? O seu comportamento na rua ou era exageradamente timorato ou provo- cante; sentia-se infeliz se (apesar de sua beleza real) nao lhe pres- tassem atenc&io, mas nao ficava menos estupefata se The acontecia ser efetivamente abordada por alguém a quem sua conduta induzia em erro (ou, melhor, que a interpretava corretamente). Receava ter mau hélito e por esse motivo corria a todo instante ao dentista e ao gastrolaringologista, que, naturalmente, nada encontravam. Veio ver- -me apés varios meses de andlise (0 colega que a tratava tinha sido forgado ainterromper 0 tratamento por razOes exteriores) e jd esta- Va inteiramente a par de seus complexos inconscientes. Entretanto, Ro decorrer do tratamento que prosseguiu comigo, nao pude con- ‘ar uma observacdo feita pelo meu colega, a saber, que a sua >> | OBRAS Coy evolugdo nao correspondia, em absoluto, 7 Profundidag compreensao teorica € ao material mmnémico ja revelado, Me de a ocorreu comigo durante semanas. Depois, no decorrer de u Ss $0, acudiu-lhe ao espirito um refrao popular que sua itma ina 505. Iha (que a tiranizava de mil maneiras) tinha o habito de aise Apés ter hesitado muito, a paciente disse-me o texto bastante e tar voco da cangao e depois emudeceu demoradamente; cua fir at fessar que era na melodia da cangao que tinha pensado, Pedi logo que a cantasse. Mas foram necessarias mais duas Sessdes antes que ela se decidisse a cantar a cancao tal como a imaginava. Inter. rompeu-se por varias vezes no meio da estrofe, tio embaracada se sentia; por isso comegou a cantar numa voz fraca € vacilante, até minhas exortagées, decidiu-se a cantar mais que, encorajada pelas ‘ alto, e, para terminar, sua voz soltou-se cada vez mais, revelando- -se a paciente uma magnifica soprano. Mas nem por isso a resistén- cia cessou; confessou-me, ndo sem reticéncias, que sua irma tinhao hdbito de cantar esse refrdo acompanhado de gestos expressivos e desprovidos de qualquer equivoco, e executou alguns movimentos canhestros com os bracos para ilustrar 0 comportamento de sua irma. Finalmente, pedi-lhe que se levantasse e repetisse a cangéo exatamente como tinha visto interpretada por sua irma. Apés int- meras tentativas frustradas e acessos de desénimo, a paciente aca- bou por mostrar-se uma perfeita cangonetista, com esse mesmo co- quetismo na mimica e nos gestos que tinha observado em sua irma. E, a partir de entao, pareceu encontrar prazer nessas exibicGes, de- cidindo dedicar-lhes suas sessdes de andlise. Quando me dei conta disto, observei-lhe que j4 sabiamos que ela gostava muito de mos- trar seus diversos talentos e que, por trés de sua modéstia, escon- dia-se um nao menor desejo de agradar; e, agora, bastava de canto- tia e de danga, era preciso trabalhar. Foi surpreendente verificar a Sled mide eon nham sido evocadas e que se = embrangas quetate af'ntinea tr ae teferiam aos primeiros tempos de sua infancia, 4 época em que nascera um irmaozi hi ‘ seu desenvolvimento psiquico um efeit ozin! 1 que tivera sobre 0 fizera dela uma crianca timida e snsiosn x Fdacieicamente funesio merdria demais. Lembrou-se do tempo a Meanie fenipo que te- queno diabrete”, a preferida de toda a familise« Binda era:um _ Pe e de que nessa época, sem se fazer de ro, de ¢ de todos os amigos, gada e até com prazer, exi- 122 oNGAMENTOS DA*TECNICA ATIVA” EM PSICANALISE 123 ROL . todos os seus talentos, cantava para as pessoas e, de um modo ei parecia sentir um prazer ilimitado em movimentar-se. 1 Tomei entao essa intervengao ativa por modelo e pedi & pa- ciente que realizasse as agoes ave suscitavam nela mais angiistia. za dirigi diante de mim — lo as vozes de uma orquestra) um extenso movimento tirado de uma sinfonia; a anilise dessa ideia le- you-nos 4 descobrir a inveja de pénis que a atormentava desde o nascimento do irmao. Tocou ao piano para mim uma peca dificil ue tinha executado num exame; apurou-se pouco depois, na and- Iise, que o seu temor do ridiculo ao tocar piano estava ligado a fan- tasias de masturbag4o e a vergonha que a elas se associava (os “exer- cicios de dedilhado” proibido). Nao ousava ir a piscina por causa de seus volumosos seios supostamente disformes; somente apés ter, a instancias minhas, superado essa resisténcia é que conseguiu con- vencer-se, no decorrer da anélise, do prazer latente que sentia em exibir-se. Agora que se tornara possivel o acesso as suas tendéncias mais escondidas, a paciente confessou-me que se preocupava mui- to- durante as sessdes — com seu esfincter anal; ora afagava a ideia de soltar uma flatuléncia, ora contraja os esfincteres de modo ritmi- co, etc. Como acontece com toda regra técnica, a paciente esforgou- -se em seguida para levar a atividade a um nivel absurdo, exageran- doas tarefas que Ihe tinham sido prescritas. Deixei que ela 0 fizesse durante algum tempo e depois ordenei-lhe que acabasse com esse jogo; e, apds um trabalho relativamente rapido, descobrimos a ex- plicagao, de ordem erdtico-anal, para o seu receio de ter mau hilito; este nao tardou em melhorar de forma notavel apés a reprodugao das lembrangas infantis a ele relacionadas (e mantendo a interdicao dos jogos anais). Devemos a mais importante melhora 4 descoberta do onanismo inconsciente da paciente, evidenciado com a ajuda da “atividade”. Ao piano, ela experimentava - a cada gesto um pouco violento ou apaixonado — uma sensagao voluptuosa ao nivel dos érgaos geni- lais, que eram excitados pelo movimento. Foi obrigada a reconhecer Suas sensacdes flagrantes apés ter recebido a ordem de adotar um comportamento muito apaixonado ao piano, como tinha visto nu- metosos artistas fazerem em seus recitais; mas assim que esses jo- 808 comecaram a proporcionar-lhe prazer, tornou-se necessario, a na conselho, Tenunciar a eles. Por conseguinte, foi-nos entao pos- tecolher reminiscéncias e reconstituigdes de jogos infantis pra- | 124 \ O85 Coy orgaos genitais, talvez a principal fon, Hs ede sey & 0 de refletir sobre © que fizem, sas jntervencoes & de tentar consubs OS exata “i iquit isubstanciar ym iquicas a que cumpre atribuir aqui Uma j i Alise. Ne ivid. Ui Os ingot andlise. Nossa ativi lade pode, neste cas" primeira, fui levado a dar pe de. cle $e compors fobia de certos atos, a ordem de executar esses Nhe, arater desagradavel. Quando as tendéncias ates, ape. raitieram em fontes de prazer, a paciente fo meet da fase, a defender-se: certas agGes lhe foram inten tiveram por consequéncia tornd-la plenamente lites, até entao recalcados ou que se ogtinn irreconhecivel, acabando por cose 5 como representacdes que Ihe eram agradaveis, enquan- to mogbes Em seguida, quando lhe foi recusada a satisfa- cao proporcionada pela agao agora impregnada de voluptuosidade, as mogoes psiquicas despertadas encontraram O caminho do mate- rial psiquico recalcado desde longa data e das lembrangas infantis, sem o que o analista teve que interpretd-las como a repeticao de algo infantil e reconstruir 0S detalhes e as circunstancias dos even- tos infantis com a ajuda do material analftico fornecido por outros meios (sonhos, associagdes, etc.). Foi entao facil fazer a paciente aceitar essas construcdes, pois ela nao podia negat, nem para si mesma nem para o médico, que acabara de experimentar agora es- sas presumidas atividades e sentir 0s afetos corresp' Por tanto, a “atividade” que consideramos até entao como ae na intimagdo e na execucao sistematica’ le proibigoes, embora mantendo constantemente @ “situa de abstinéncia”, segundo Freud. Jé tive ocasiao de recorrer a essas medidas em grande ne de estimu- de caso: oi lare fom no s6 — como no caso presente ~ endéncias erdticas mas também atividades altamen- éjei la Aveis PIO! ; : em duas fases. Na numa segun AS injungbes certos impulsos, sob uma forma rudimentar zar-se dele: ses de déesej0s. uma entida- 5 de injun- 140 te sublima ; parte i de certos sinais, incite’ uma paciente J. 7 Versos a pér por ese dies durante a puberdade, jamais compuse” (to. Veio a revelar tito as ideias poéticas que lhe ‘acudiam a0 esP tico mas toda a Gis nao somente um excepcional talento por ue permanecera ee de sua aspiracao a pro’ duzir uma obra viril, atente até entao, e que estava ligada 40 geu ero" | x 5 DA*TECNICA ATIVA" EM PSICANALISE 125 ; rico PFC onderante e a sua anestesia sexual em i timo et Na fase de proibicao, quando o trabalho rabies rificou-Se, entretanto, que no seu caso tratava-se mais de do que do bom uso de um talento. Revelou-se que todo o i ‘omplexo de virilidade” era secundario, consequéncia de um tratament© sexual sofrido na infancia, © que tinha orientado seu temperament0, outrora autenticamente feminino e oblativo, para o autoerotismo © a homossexualidade, ea fizera manifestar horror lt heterossexualidade. ‘As experiéncias realizadas pela paciente itiram-lhe avaliar corretamente suas no decorrer da andlise permi verdadeiras tendéncias; ela sabe agora que recorre A criagao literaria quando teme nao se impor plenamente como mulher. Esse reviver dee eri@ncias na andlise contribuiu para tornar normal sua capa- cidade de gozo feminino. Se, de imediato, sem ter recebido tal ordem, um paciente se mostra “ativo”, se se masturba, realiza atos compulsivos, produz. atos falhos e “sintomas transitérios’, o primeiro periodo, a “fase das injungdes”, desaparece naturalmente por si mesma, e a “tarefa” do paciente limita-se a abandonar provisoriamente essas acdes com ointuito de facilitar a anélise. (De fato, os pequenos sintomas cons- os germes de tendéncias latentes, e tituem apenas, com frequéncia, énecessario, em primeiro lugar, encorajar 0 paciente a desenvolvé- -las plenamente.) Entre esses sintomas surgidos e depois proibidos durante o tratamento, mencionarei: a necessidade de urinar momen- tos antes ou depois da sessao, sentir nduseas no decorrer da sessao de anilise, agitar as pernas sem descanso, acariciar e beliscar 0 ros- to, as mos e outras partes do corpo, 0 jogo ja mencionado com os esfincteres, apertar as pernas, etc. Observei, por exemplo, que um paciente, em vez de continuar 0 trabalho, produzia afetos, gritava, agitava-se e tinha, de um modo geral, um comportamento incon- gtuente assim que o contetido das associacdes lhe parecesse emba- racoso ou desagradavel. Era, bem entendido, a resist@ncia contra 0 material analitico j4 abordado a responsdvel por isso; 0 paciente queria literalmente “sacudir” os pensamentos que The eram desagra- daveis e assim se desvencilhar deles’. te exigem uma atengao especial. 7.Ostiques ¢ os chamadlos estere6tipos do doen! icanalitcas sobre 0s tiques”, nes- fa minha tentativa a es i tent ito em “Reflexd ues itiva a esse respeito em “Reflexdes psi oO 126 BRAS COMPLE, sarentemente em contradigdo com a regra fundament / Apar ¢ resolver, em alguns casos, a encorajar os acd tive fantasias ou, inversamente, a lentes ensamentos © di rem pensame J a . Ssuad; ‘, CC ecel incitar paci ‘i im me aconteceu de i Pacientes que ames por exemplo, simulando sonhos ~ a realizar i Sai precisamente esse projeto. Em ot emegee Verifiquej um “abuso da liberdade de associat” P io de associa. gdes ou de fantasias insignificant — ai enganar eaatant incipal, m' 20 pacie ara longe 0 assunto pr ; mt we sina apenas tentando escapar 4 tarefas mie pen 0sas, ein mei-o a reatar imediatamente 0 fio interrompido de seus Pensa. mentos. Tratava-se precisame! nte de casos em que os pacien; para evitar 0 que 0s preocupava imensamente mas Ihes era desa_ gradavel, recorriam a0 que se chama desconversar (Ganser) setia mais correto dizer “despensar”. Essa orientagao dada a corrente as- sociativa, essa inibigao ou essa ativago de pensamentos e fanta- sias, também constituem, sem dtivida, atividade no sentido em que utilizamos o termo. mbem de ny produzir los d yam mentir-me — tes, I Hé pouco a dizer sobre as indicagdes da atividade em geral; como sempre, 6 um caso especial. O ponto essencial continua sendo o emprego excepcional desse artificio técnico, que é apenas um auxiliar, um complemento pedagégico da andlise propriamente dita e ja- mais deve pretender substitui-la. Num outro trabalho, comparei es- sas medidas ao férceps do obstetra, ao qual sé se deve recorrer em «aso extremo e cujo emprego injustificado é considerado em medi- ina, com toda a razao, uma falta técnica. Os principiantes ou os ae grande experiéncia fariam melhor em abster-se pelo : denis ne Possivel, néo s6 porque podem facilmente levat mos anna ts (podem para ase arrastados pore) que se hes ale eo aall correm 0 risco de perder a tinica eee mica das neuroses mar conhecimento € convencer-se da din ” que 86 se pode descobrir na atitude de pacientes 8.Ver “A técnica iti § ‘nica psicanalitica”, candi Na tradugio francesa: Die ete Bd 7) ™ 128 OBRa4s Con TAs Nao existe, de fato, nenhum tipo de Neurose ao qual a de nao possa eventualmente ser aplicada. Ja afirmei, a praia. dos atos compulsivos e das fobias histéricas de angistia PSsitg mente se poderia dispensar essa técnica. E raro Precisar-se g, la cil. verdadeiras histerias de conversao, mas lembro-me de um aes muitos anos, que tratei uma vez dessa maneira sem saber que fea va procedendo assim a terapia ativa. Descreverei sucintamente se caso. Par . Um homem de aspecto rtstico veio consultar-me na Polictinic, dos trabalhadores queixando-se de perdas de consciéncia, Congi- derei que seus acessos eram de natureza histérica e levei-o Para o meu consultério particular, a fim de realizar um exame al, mais minucioso. O paciente contou-me uma longa historia familiar de desavencas com seu pai, um rico agricultor que o expulsara Por cau- sa de seu casamento com uma mulher de condigao social inferior, 9 que “o obrigara a ir trabalhar no servico de conservagiio e limpeza de ruas, ao passo que...” — a estas palavras, ele empalideceu, vaciloy e teria caido se eu nao o amparasse. Parecia ter perdido a conscién- cia e murmurava frases incompreensiveis; mas nao me desconcer- tei, sacudi vigorosamente 0 homem sem ceriménias, repeti a frase que ele comegara e pedi-lhe em tom enérgico que terminasse o que estava dizendo, Ele disse entéo em voz fraca que tinha de trabalhar na limpeza urbana enquanto seu irmao cacula trabalhava no cam- PO; que o via caminhar atrds da charrua atrelada a seis bois sober- bos, e depois voltar Para casa, conclufdo o trabalho, comer com 0 Pai, etc. Ia desmaiar pela segunda vez ao falar sobre os motivos de discordia entre sua mae e sua €sposa mas de novo o obriguei a Faden, Te Telato até o fim. Em suma, esse homem apresen- mented pn oss es ee be ade de Pensamentos demasiads a ravilhoso da imaginacao ou evi i 0 fim de suas fantasias histé ieee tac vy coneclentemnene f Ticas, 0 que Ihe foi imposto “ativamen- te”, teve sobre esse paci 3 Paciente i f - va-lhe a crer que Paden € 0 efeito de uma cura milagrosa. Custa Sokolnicka Publicou rece ter sido curado assim, “sem remédios”. menina ob; “itemente um caso de acesso histérico numa . GAMENTOS DA“TECNICA ATIVA" EM PSICANALISE 129 pordar de modo pedagégico os sintomas que estao a servi- tentat 4 eficio secundario da doenca. i odo Pi ‘9 também, a propésito, as andlises de histerias trau- : Me Mie guerra apresentadas por Simmel'®, em que a duragio do tic foi sensivelmente abreviada pela intervengao ativa, as- . oa experiéncias relativas ao tratamento ativo de cataténi- e foram oralmente comunicadas por Hollds, de Budapes- OS, ise modo geral, as neuroses infantis e as doencas mentais pode- te. Oe enti um campo particularmente favordvel aplicacdo da riam ade pedagégica ou outra; s6 que nunca se deve perder de vis- Ce Se atividade apenas pode ser qualificada de psicanalitica na idida em que Nao é utilizada como fim em si, mas como meio de mvestigagaO aprofundada. i "Anecessidade de abreviar a duracao do tratamento por razdes exteriores, 0 tratamento em massa no hospital militar ou na policli- nica poderiam constituir com maior frequéncia uma indicagéo de atividade do que as andlises individuais normais. Entretanto, a mi- nha propria experiéncia permite-me chamar aqui a atengao para dois perigos. O primeiro é que o paciente, em virtude de tais inter- vencdes, seja curado depressa demais e, por essa razao, de um modo incompleto”. Pude, por exemplo, levar rapidamente, por meus en- corajamentos, uma paciente que era vitima de fobias obsessivas a procurar com prazer todas as situages a que antes se furtava com angistia; e a pessoa timida, que devia fazer-se acompanhar cons- tantemente por sua mae, tornou-se uma mulher independente e de extrema vivacidade, cercada por toda uma legiao de adoradores. Entretanto, ela jamais atingiu a segunda fase da técnica ativa, a da rentincia, e deixei-a partir com a certeza de que a paciente deveria passar por essa outra fase da técnica ativa numa segunda anilise, a pattir do instante em que dificuldades exteriores intensificassem 0 conflito interno, resolvido somente em parte, incitando-a a formar Novos sintomas. O outro perigo é que, em decorréncia da exacerba- Sao das resisténcias, o tratamento que se pretendia abreviar pela atividade acabe por se prolongar, contra todas as expectativas. Mencionarei ainda como indicagées especiais da andlise ativa ° casos de onanismo cujas formas larvadas e infinitamente varia- eee ai “Die Psychoanalyse der Kriegsneurosen” (Int. PsA., Bibl., vol. 1). . “Andlise descontinua’’, em Psicandlise I ‘N 0B) 130 oe Ras Cone, rio desenvolver & depois interdizer, o rm Mag veis é necess ia os pacientes @ praticar efetivamente o : HS toy frequend 7, Poder-se-4 em seguida observar, durante tanism ela primeita — declaradas de onanismo até que elas eee fo tempo, 4 r, plenamente desabrochadas; mas é improv jan, i oe ral ma vez ° niicleo bacon tte (e ipiang) oie Z oe autossatisfacao sem interdizer previamente lag fantasiaS isfacdo. salsa onto da 2 Proprig impoténcia, assistit-se-4 também bora No S intervir, as tentativas de relacdes sexuais dos ae n temp maioria das vezes infrutiferas, mas de um modo geral Mes na gran = muito em interdizet, pelo menos provisoriamente, a se tardarao M™"atocura, desaconselhando as tentativas de coito en. tera verdadeita libido, com suas caracteristicas precisas, nao 4. re irgido em resultado da anélise. Nao se trata, evidentemente, de fazer disso um axioma; existem casos, por certo, em que todo o tra. tamento se desenrola sem nenhuma a¢gao desse género sobre a ati- im de permitir um aprofundamento vidade sexual. For outro lado, a fi prof da andlise, é-se levado, as vezes, 2 desaconselhar provisoriamente as relagdes sexuais mesmo depois do retorno da poténcia sexual. Fui levado a fazer um uso bastante importante da atividade nos casos que poderiamos chamar de “andlises de carater”. Num certo sentido, toda andlise deve levar em conta o cardter do paciente na medida em que ela prepara, pouco a pouco, o ego deste para aceitar dolorosas tomadas de consciéncia. Entretanto, ha casos em que sao 0s tracos de caréter anormais que dominam, em vez dos sintomas See de carter diferem dos sintomas es pata po io de es indvucy semen Ses tracos de cardter so tae Peas ue on doenga ve das, até admitidas por w le certo modo, psicoses privadas, ae eS do ©80,€ & precisamente n go narcisico, em todo caso, anom. i mudanga, © narcisismo © €80 que opde a maior resisténcia 4 essa influéncia da andlise sob ae como Freud nos ensinou, limita @ Te 0 paciente, em especial porque 0 carater Se apresenta e} m brangas infantis Senge uma muralha que barra 0 acess0 4s Jem- a a c : n mou a “temperatura ‘Onseguir levar 0 paciente ao que tse lu ira de ick, pave RES derretem até os hag S80 do amor de transferencia”, © a tentativa € recon SOS mais coridceos, pode-se fazer uma tl- Ter ao mé: : Método oposto, dando ao paciente tare ppvTOs DA'TECNICA ATIVA’ EM PSICANALISE 131 Ihe $40 desagtadaveis; portanto, pelo método ativo, exacer- fas are ea fOr, desenvolver plenamente e conduzir ao absurdo pat & ie carter que, na maioria das vezes, s6 existem em estado de 112608 itil sublinhar que tal exacerbagao pode facilmente acarre- e; mas, se a dedicagao do paciente resiste a esbomt ra da andlis sea ar aa, 0 NOSSO esforco técnico pode ser recompensado pelo ga prova, 07 oor ess0 daandlise: = i P tados até aqui, a atividade do médico limitou-se a ‘Nos casos tral rescrever 208 pacientes certas regras de conduta, ou seja, a incit- “Jos a cooperar ativamente no tratamento por suas atitudes. Donde resulta seguinte questao de principio: esta o médico em condigdes de acelerar © tratamento pela sua propria conduta em relagao ao pa- ciente? Impelindo © doente a atividade, mostramo-Ihe com efeito 0 caminho da autoeducagao que Ihe permitiré suportar mais facil- mente 0 que ainda esta recalcado. Portanto, pde-se a questao de sa- per se também temos 0 direito de utilizar os outros recursos peda- ségicos, dos quais os mais importantes sao 0 elogio e a censura. Freud disse um dia que, com as criangas, a reeducacao analitica tar dissociada das tarefas atuais da pedagogia. Mas os pretudo na anélise, tm todos algo de infantil e, de dos amitide a arrefecer uma transferéncia excessi- por uma certa reserva ou a mostrar aos mais in- de benevoléncia, a fim de estabelecer por essas tura 6tima” da relacéo entre médico e paciente. Entretanto, o médico nunca deve despertar no paciente expectati- vas a que ele nao pode nem deve responder; tem a obrigacaio de responder até o fim do tratamento pela sinceridade de cada uma das suas declaracdes. Mas no quadro da maior sinceridade ha lugar pata medidas taticas em relagao ao paciente. Quando esse “6timo” é atingido, deixa de se ocupar, bem entendido, dessa relacao para consagrar-se 0 quanto antes da principal tarefa da andlise, a inves- tigacdo do material inconsciente e infantil. px o00N nao podia es! neurdticos, SO! fato, somos leva’ yamente impetuosa trataveis um pouco medidas a “tempera' IV in levado por diversas vezes a levantar-me contra tentativas julgay, cadas de modificar a técnica analitica na medida em que as @ supérfluas ou mesmo falaciosas. Agora, quando eu mesmo 132 OBRas Cou, rag chego 4 novas proposigoes, devo ora retratar-me a respeit nides conservadoras que professel até aqui, ora di lemons, dag opi essas proposicoes sao compativers com as minhas declara, a come cedentes. OS meus adversari0s de entdo por certo nao dean Pre. me acusar de i quéncia. Penso sobretudo nas criticas ‘TAO de derecei as tentativas técnicas de Jung, Bjerre e Adler. que en. Bjerre sustentava que, no decorrer da anilise, nao bastava rar as causas patogénicas, que era preciso, ademais, assumir a al cao espiritual e ética do paciente. Segundo Jung, 0 psicoterapeut, devia desviar a atencdo do paciente do passado e orienté-lo par, ata tarefas atuais da exist@ncia; por fim, ‘Adler afirmava que, em i a se analisar a Tibido, é necessario ocupar-se do “carater netvodge Minhas tentativas atuais apresentam, portanto, certas anal ogias com essas modificagdes, mas aS diferengas sao por demais eviden- tes para escapar a um julgamento objetivo. ‘As diretrizes que proponho dar ao paciente — € isso, como jé dissemos, apenas em certos casos excepcionais — nao dizem respei- to, em absoluto, aconduta espiritual ou pratica da vida em geral; re- ferem-se tao somente a certas acdes particulares; tampouco estao orientadas 4 priori para a moral, mas apenas contra o principio de wrazer, $6 refreiam © erotismo (0 “imoral”) na medida em que espe- ram afastar assim um obstaculo a pratica da anélise. Mas pode igual- mente ocorrer que se permita ou se encoraje uma tendéncia ertica que o paciente se interdiz. A investigagao do carater jamais ascende ao primeiro plano em nossa técnica; tampouco desempenha aqui 0 papel preponderante que tem, por exemplo, em Adler; s6 se recorre a ela nos casos em que certos tragos anormais, comparaveis aos das psicoses, perturbam 0 curso normal da anilise. Poder-se-ia objetar, além disso, que a “técnica ativa” é um re- torno a banal terapéutica por sugestaéo ou por ab-reacao catértica. Replicaremos que certamente nao sugestionamos no sentido anti- go do termo, pois apenas prescrevemos certas regras de conduta sem predizer 0 resultado da atividade que, alids, nds préprios nao conhecemos de antemao. Quando estimulamos 0 que esta inibido & inibimos ° que nao o esta, esperamos somente provocar uma nova distribuigao da energia psiquica do paciente (em primeiro lugar, de pa reeia SE suscetivel de favorecer a emergéncia do ma- mos fal cado. Mas em que consistira esse material, pouco pode- falar ao paciente, porquanto nds mesmos ficamos frequente- e ees io NGAMENTOS DA“TECNICA ATIVA" EM PSICANALISE ente surpreendidos. Enfim, nao prometemos ao ie a nés proprios uma Ce imediata do seu estado. Pelo Gonttati0, a exacetbagao a resisténcia pela atividade perturba de ma considerdvel a tranquilidade confortével mas térpida de uma alse estagnada. Uma sugestao que s6 promete coisas desagrada- vyeis difere de maneira nao desprezivel das sugest6es médicas atuais que rometem a satide, a Ponto de ser dificil dar-Ihe o mesmo no- me. AS diferengas entre a atividade’ ea tendéncia catértica nao 40 menores. Oo método catartico dava-se por tarefa despertar re- miniscéncias e obtinha, ao despertar lembrangas, ab-reagao de afe- | fos bloqueados. A técnica ativa incita o paciente a certas atividades, | ainibigGes, a atitudes psiquicas ou a uma descarga de afetos, e.es- | pera poder ter acesso secundariamente ao inconsciente ou ao mate- | tial mnémico. Seja como for, a atividade suscitada no paciente é | apenas um. meio com vistas a um fim, ao passo que na catarse a des- carga de afetos era considerada um fim em si. Portanto, quando a catarse considera sua tarefa terminada, o trabalho propriamente dito comeca para o psicanalista “ativo”. Ao sublinhar as diferengas (e, em parte, as antinomias) entre os métodos de tratamento e as modificacSes mencionadas, por um lado, ea técnica ativa, por outro, nao procuro negar, em absoluto, que uma utilizacao irrefletida das minhas proposices possa facilmente conduzir a uma distorgdo da andlise numa das diregdes adotadas por Jung, Adler e Bjerre, ou faga regredir para a terapia catértica. Uma razo a mais para utilizar esse recurso técnico com a maior prudéncia e somente quando se possui um dominio perfeito da psi- candlise cldssica. 133 Paciente mais do as Em conclusiio, gostaria de comunicar brevemente algumas re- flexdes que me servem para teorizar a eficdcia da técnica ativa. Na acepcao aqui definida, a atividade provoca essencialmente um re- Grdescimento da resisténcia ao irritar a sensibilidade do ego. Além br acarreta a exacerbaco dos sintomas, aumentando a violéncia en intemo. As intervengées ativas recordam, portanto, os mentos reativantes a que se recorre em medicina no caso de cer ae ttos Processos crénicos ou tépicos; ‘um catarro mucoso que passa 134 OBRas aa cay ao estado cronico mostra-se refratario a qu: alqu PLEA por reativacdo artificial néo comme luz, exacerbagao aguda descoberta de focos Jatentes da doenca mas desperta tam Penas 3 de defesa no organismo que podem ser titeis ao Pe forcas 4 eee Uma consideragao teérica de ordem inteiramente dj . cida a eficdcia da técnica ativa do ponto de vista da eco; versa ely. quica. Quando o doente abandona atividades voluptuosas a” si ga-sea praticar outras carregadas de desprazer, surgem fer obri- estados de tensdo psiquica, na maioria das vezes recridescimenn dessa tensao, que vao perturbar a tranquilidade de regides ie e recalcadas que a anilise inka cas distantes ou profundament entao poupado, de sorte que seus produtos encontram — sob a for- ma de ideias significativas — 0 caminho da consciéncia. ‘Aeficacia da técnica ativa talvez se explique, em parte, peloas- um fato bem conhecido que a pecto “social” da terapia analitica. confissao feita a outra pessoa produz efeitos mais intensos e mais profundos do que a autoconfissdo, o mesmo ocorrendo com a ané- lise em relacdo a autoandlise. Foi em data muito recente que um s0- cidlogo huingaro, Kolnai, avaliou essa acdo em seu justo valor. Quan- to a nos, conseguimos aumenté-la ainda mais quando induzimos um paciente nao s6 a reconhecer mog6es profundamente escondi- das mas a converté-las em atos diante do médico. Se, a continuasao, também lhe damos por tarefa dominar conscientemente essas MO- Ges, teremos provavelmente submetido a uma revisao todo 0 pro- cesso que tinha sido outrora regulado de maneira inadequada por meio do recalcamento. Nao se trata po! caso se a0 Mtoe g r certo de um a’ zes que set precisamente os maus hdbitos infantis que tém tantas ve! desenvolvidos e depois interditos na andlise””. ot ae do afeto e da representacao, sublinhada bal sabes de. pn ierretagaa dos sonhos, explica em parte que as Gee gir eee aistnene aces motoras obtidas por coercao fagam nie Cae Conese ee inconsciente. O despertat © reacio afsHvd: Ses eee ee de acarretar um liberado nele timber atividade exigida do paciente ou U" afeto caleadas, vinculadas Posen fazer surgir certas representagoes deve ter certos indicios de processos. Naturalmente, 9 médico los afetos ou das acdes que precisam ser re 12.CE. “Pesicandli . “Psicand se lise dos habitos sexuais”, neste volume. oNGAMENTOS DA “TECNICA ATIVA" EM PSICANALISE ROL 135 los. Também pode acontecer que certos contetid a, hy conscientemente patogénicos, datando da primeira pay eae nunca foram conscientes (ou pré-conscientes), mas 13 an dene “odo dos “gestos incoordenados” ou dos “gestos mégicns” do pe- to, da época anterior a compreensao verbal, nao (onan, eae morados mas somente revividos no sentido da repeticao fr idee técnica ativa apenas desempenha, por conseguinte ° pa ak agente provocador, cujas injunc6es e interdigdes favctecen 7 = oes que cumpre em seguida interpretar ou reconstituir nas ia brancas. “E uma vitéria da terapéutica”, diz Freud, “quando se fie segue libertar pela via da lembranga 0 que o paciente queria Fee - regar pela acao.” A técnica ativa nao tem outra finalidade senao ie velar, pela aco, certas tendéncias ainda latentes para a repeti¢ao e ajudar assim a terapéutica a obter esse triunfo um pouco mais de- pressa do que antes. roduzid

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