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Nosso Caminho
Nosso Caminho
Nosso Caminho
Liga dos Camponeses Pobres
2018
Apresentação
Companheiras e companheiros,
Nosso Caminho apareceu pela primeira vez há mais ou menos dez anos, em meados de
1996. Continha o resumo dos estudos e idéias resultantes da prática social, principalmente
na luta de classes, de centenas de companheiras e companheiros militantes revolucionários
e das massas populares de diferentes regiões do nosso país. O seu propósito era servir de
orientação básica para a intervenção no movimento camponês na luta pela conquista da
terra e pelas transformações necessárias à libertação social e política do povo pobre do
campo em particular, e da libertação do povo brasileiro e da nossa Nação do jugo do
imperialismo, no geral.
Com o triunfo eleitoral de Luiz Inácio em 2002, as direções oportunistas, que embora
cada vez mais decadentes, ainda têm prevalecido no movimento camponês, tiveram todas
as oportunidades para demonstrar e comprovar a quem realmente serve suas teses: à
grande burguesia, os latifundiários e ao imperialismo. Menos aos camponeses pobres.
Senão vejamos: aqui estamos após 13 anos e meio de seus governos (Luiz Inácio e Dilma),
na verdade mero gerenciamento de turno do velho Estado de grandes burgueses e
latifundiários, serviçais do imperialismo que desembocou no seu mais completo fracasso,
afundado na crise econômica e geral de decomposição do capitalismo burocrático e em
meio da crise geral do imperialismo. Mais ainda, da grave crise política que depôs por
impeachment Dilma Rousseff, expressão que é da briga das frações das classes dominantes
em razão da mesma crise econômica. Em todos estes anos os camponeses pobres só
podem dizer que sua situação piorou. Não foi Luiz Inácio quem disse, entre tantas
promessas de campanha, que “se tivesse que tomar só uma medida em seu governo, ela
seria a de fazer a reforma agrária”? Sim, foi ele mesmo! Não foram os oportunistas que
obtiveram, nada mais nada menos, que o controle do Ministério do Desenvolvimento Agrário
e não foram os quadros ligados à direção nacional do MST e da CONTAG que ocuparam os
mais importantes cargos do INCRA em nível nacional e nos estados? Sim, foram eles
mesmos!
E para que tudo isto serviu? O que tudo isto está servindo é para que todos os
camponeses pobres vejam o fracasso da velha conversa fiada de sempre da “reforma
agrária do governo”. Isto está servindo é para desmascarar todos oportunistas, eleitoreiros
descarados que são, e todo este governo, que revelou ser nada mais que uma gerência de
turno do velho Estado de grandes burgueses e latifundiários serviçais do imperialismo. Que
somente resta ao movimento camponês levar a luta por uma verdadeira revolução agrária.
Mas para isto se necessita rechaçar o podre caminho oportunista da conciliação e tomar o
caminho revolucionário espinhoso e nada fácil da luta pela destruição completa do
latifúndio.
E é para travar esta luta e dar grande impulso ao movimento camponês que aqui está
Nosso Caminho, sempre novo, invariável, revigorado e irrenunciável.
I. Introdução
Com a grave crise política que depôs por impeachment Dilma Rousseff, expressão que é
da briga das frações de classes dominantes em razão da mesma crise econômica.
Com a
posse do bandido Temer, junto ao prosseguimento da ofensiva reacionária no campo,
desatou-se a ofensiva contra os operários e demais trabalhadores assalariados com cortes
de direitos, duramente conquistados em anos de duras lutas da classe, com a aprovação
pelo congresso da “reforma trabalhista” e preparação pela aprovação da “reforma da
Previdência”, além de toda sorte de ataques contra a educação pública gratuita e outros
direitos do povo. Com a posse do bandido Temer, junto ao prosseguimento da ofensiva
reacionária no campo, desatou-se a ofensiva contra os operários e demais trabalhadores
assalariados com cortes de direitos duramente conquistados em anos de duras lutas da
classe com a aprovação pelo congresso da “reforma trabalhista” e preparação pela
aprovação da “reforma da Previdência”, além de toda sorte de ataques contra a educação
pública gratuita e outros direitos do povo. O impeachment de Dilma e posse de Temer foi a
reação do mundo político oficial contra a “Operação Lava-Jato” movida pelos guardiões
deste velho Estado, que através do Ministério Público pretendeu fazer uma faxina na
fachada de suas instituições e sistema político desmoralizados e cada vez mais sem
legitimidade alguma ante as massas populares. Tudo para tentar salvar a velha ordem de
seu colapso geral, desviando o ódio das massas contra todo este sistema de exploração e
opressão, instigando-as contra a corrupção, como se fora esta podridão a principal causa de
tanta injustiça, abusos, miséria e abandono de que padecem, bem como da rapinagem e
subjugação da nação.
Para dar respostas a esta questão, na luta cotidiana pela conquista da terra,
entendemos que é extremamente necessário que o movimento sindical classista, ao lado do
movimento camponês combativo, tenha uma consciência profunda sobre esta realidade
para estabelecer e desenvolver a mais profunda e sólida aliança operário-camponesa, força
determinante para realizar as grandes transformações pendentes, a começar pela questão
agrária, que as massas empobrecidas e a nossa Pátria exigem e necessitam. Para tal faz-se
necessário um exame da realidade histórica de nosso país, partindo da sua formação
econômico-social na qual o problema da terra ocupa papel central e determinante, para
fundamentar e formular um autêntico programa agrário que parta da necessidade de romper
por completo as velhas relações de propriedades da terra existentes secularmente no país e
nunca alteradas, senão sempre reforçadas e reproduzidas.
A partir do final do século XIX (1890 a 1900), o capitalismo passou à sua etapa
monopolista (deixou de ser um regime baseado na livre concorrência e passou a um regime
de monopólios), se transformando num sistema único internacional imperialista. Em razão
direta disto o mundo foi dividido em nações opressoras e nações oprimidas e foi repartido
entre as grandes potências. Assim, o desenvolvimento do capitalismo no Brasil se dá
apoiado sobre uma base semifeudal e sempre esteve submetido pelo imperialismo
(capitalismo monopolista) na condição de semicolônia, primeiramente pelo inglês e a partir
da Segunda Guerra Mundial pelo norte-americano principalmente.
O capitalismo surgiu em nosso país na segunda metade do século XIX e cresceu mais a
partir do início do século XX (a partir de 1901). Assim, o capitalismo surgiu no Brasil num
período em que ele já se encontrava em sua fase monopolista, ou seja, a fase imperialista.
Ele foi introduzido aqui pelo imperialismo inglês, principalmente, em aliança com os grandes
proprietários de terras (as oligarquias rurais latifundiárias) e grandes negociantes locais
importadores (burguesia comercial e compradora). Tal origem e desenvolvimento nunca
alterado radicalmente determinou que, por mais que ao longo de um século tenha se
desenvolvido o capitalismo, o Brasil continua sendo um país atrasado, submetido à
dominação estrangeira e milhões de nosso povo vivendo na miséria, doentes e analfabetos.
Por isto mesmo a questão da terra no Brasil está relacionada profundamente não
somente com a formação das classes sociais, como também tem determinado o tipo de
Estado burocrático, semifeudal, genocida e corrupto, necessário para a manutenção do
poder nas mãos dos latifundiários e grandes burgueses, lacaios e a serviço do imperialismo.
Desde quando aqui chegaram, os portugueses apossaram-se das terras, e para isso
fizeram o massacre das nações indígenas; depois, o rei de Portugal distribuiu terras aos
amigos e protegidos seus, através de sesmarias (grandes extensões de terras).
Imediatamente a Coroa portuguesa proibiu a posse de terra devolutas pelos pobres e, em
1850, com a Lei da Terra, o Estado instituiu que a posse de terra só seria reconhecida
através da sua compra, precavendo-se quanto à situação que já se delineava com a
inevitável abolição da escravatura e crescente ingresso no país de imigrantes pobres.
Ao longo dos anos foi se formando uma população de camponeses pobres que viviam
explorados pelos grandes senhores de terras, trabalhando como colonos, agregados,
parceiros e meeiros, etc., ao lado da escravização dos negros, que durante mais de 300 anos
foram trazidos da África, e que conformavam um sistema de servidão destinado
exclusivamente a abastecer as metrópoles européias. Com a abolição da escravatura em
1888, surge uma grande massa de alguns milhões de trabalhadores sem terras, os ex-
escravos e imigrantes pobres indesejados em seus países e empurrados para fora. Grande
parte deste contingente se embrenhou pelas profundas extensões de terras e se
estabeleceram como posseiros, e parte dos imigrantes foram absorvidos em sistemas de
colônias, principalmente na cultura do café.
Assim a luta pela terra no Brasil foi se tornando uma aguda contradição entre
camponeses pobres e o latifúndio, e, consequentemente, com seu Estado. O camponês
aspira conquistar a terra para poder tirar dela o seu sustento e nunca mais precisar de
vender, um dia sequer, a sua força de trabalho a um latifundiário. Ao latifúndio e à burguesia
em geral interessa a concentração da terra e o fracasso da pequena produção, expulsando
os camponeses da terra, gerando força de trabalho (mão-de-obra) abundante para ser
explorada no seu interesse, e uma grande e permanente massa de desempregados.
Interessa, ainda, a estas classes reacionárias a existência em determinado nível de uma
massa que vive da economia camponesa, capaz de abastecer o mercado interno de gêneros
de primeira necessidade (alimento, matérias-primas e pequenos utensílios artesanais), de
forma totalmente submetida e explorada pelo capital que a condena a uma existência
permanentemente arruinada. Esta é uma realidade nunca alterada de forma qualitativa. Nas
últimas cinco décadas, principalmente, a crescente exploração mecanizada de grandes
extensões de terra, o emprego de alta tecnologia, de sementes melhoradas, do uso intensivo
de fertilizantes e defensivos agrícolas deixaram o pequeno produtor, em sua maioria
integrado ao mercado, totalmente incapaz de concorrer com os grandes produtores, cada
vez mais formados por monopólios.
A luta pela terra no Brasil vem desde a chegada dos portugueses com a revolta dos
povos indígenas em defesa de suas terras. Em seguida tivemos longos anos de resistência
dos povos trazidos como escravos da África. Eles se rebelavam e organizavam bases de
resistência e retaguarda da guerra contra os escravocratas — os Quilombos — em terras de
difícil acesso em longínquas e isoladas regiões dos domínios dos senhores de escravos.
Também para cá vieram muitos colonos europeus, alemães, italianos, poloneses que se
fixaram principalmente no sul do país e que se transformaram e se multiplicaram
rapidamente em uma volumosa massa de camponeses pobres.
Nos últimos anos do século XIX e início do XX, ocorreram muitas lutas pela terra. Elas
são conhecidas preconceituosamente como revoltas “messiânicas” por se constituírem,
aparentemente, de seguidores de “messias”. Assim foi Canudos, no sertão da Bahia (1870-
1897), que teve como líder Antônio Conselheiro e foi a mais importante luta camponesa da
época. Contestado, em Santa Catarina/Paraná (1912-1916), liderada pelo monge José Maria.
Todos esses movimentos foram ferozmente reprimidos pelo Exército Brasileiro,
transformando-se em grandes massacres de milhares de camponeses.
Na luta contra a ditadura militar pró-ianque, que protegia a ferro e fogo o latifúndio,
muitas tentativas foram feitas de resistência e luta armada pela terra, como foi a luta no
interior do Maranhão, na Zona da Mata, nos canaviais nos estados litorâneos do Nordeste e
na região do Araguaia, no sul do Pará. No final dos anos de 1970, a luta pela terra começa a
ter novo crescimento, com a atuação de setores reformistas da Igreja Católica (Pastoral da
Terra) e outros movimentos populares. No começo dos anos de 1980, a luta pela reforma
agrária ganha novo impulso, e muitos sindicatos de trabalhadores rurais passam a ter
direções combativas; no sul do país, surge o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra.
De colonização relativamente recente, Rondônia tem suas melhores terras nas mãos do
latifúndio. Atraídos pelas promessas de terras férteis e ajudas do governo, dezenas de
milhares de famílias camponesas migraram para aquele Estado. Ali chegando a grande
maioria tornou-se mão-de-obra barata para a exploração dos latifundiários. O sonho da
conquista da terra só começou de fato a virar realidade com as primeiras tomadas de terras
que aconteceram no Estado. Em todas elas tiveram que enfrentar a violência do latifúndio
através dos bandos de pistoleiros e da polícia.
A região sul de Rondônia tem as melhores e mais sadias terras do Estado. Grande parte
delas improdutivas, eram — e continuam sendo a melhor alternativa para as 40 mil famílias
de camponeses pobres da região. Já haviam ocorrido, nos anos 80 e início dos anos 90, as
tomadas vitoriosas de Verde Seringal, Vitória da União e Adriana. Continuar enfrentando o
latifúndio, encabeçado pelo coronel do exército reformado Antenor Duarte, que com seus
jagunços espalhava o terror tentando intimidar as massas e suas lideranças, exigia coragem
e combatividade. Foi isso que um grupo de companheiros demonstrou quando iniciou a
mobilização e organização de mais de 600 famílias para tomar um latifúndio, a fazenda
Santa Elina, com 18 mil hectares, no Município de Corumbiara.
Ao ser convidada para contribuir com a tomada, a direção do MST de Rondônia não só
se recusou como delatou ao governo estadual nomes de companheiros que estariam
encabeçando a mobilização. Já nesta época o PT tinha fechado acordo com o PMDB e
participava do governo de Valdir Raupp. Esta traição foi a senha para que os latifundiários
planejassem, junto com o governo do Estado, o bárbaro massacre que ocorreu a partir da
madrugada do dia 9 de agosto de 1995. Resultado, 16 mortos, 7 desaparecidos, mais de 200
companheiros com graves sequelas resultantes da selvageria desencadeada pela polícia e
vários companheiros perseguidos. O número de vítimas só não foi maior porque os
camponeses organizaram a resistência com as armas que tinham: paus, foices e
espingardas de caça.
O massacre foi uma ação intencionalmente preparada, com planejamento militar, com o
objetivo de espalhar o terror entre as famílias de camponeses e assim paralisar as tomadas
de terras dos latifúndios em Rondônia e no país. No entanto, ao contrário do que se
esperava, a repressão sangrenta gerou uma enorme solidariedade e fez explodir o ódio das
massas, levantando uma onda de novas tomadas em todo o Brasil.
A luta aberta pela Batalha de Santa Elina de uma forma geral demarcou dois caminhos
no movimento camponês brasileiro e, neste sentido, se tornou um marco fundamental da
história do movimento camponês, principalmente de sua fase mais recente. Essa cisão
dentro do movimento camponês seguiu se aprofundando, não como um enfraquecimento do
mesmo, e sim, pelo contrário, como a possibilidade de desenvolvimento de um autêntico
movimento camponês combativo. Da luta de Santa Elina surgiu o MCC — Movimento
Camponês Corumbiara no propósito de seguir sustentando a herança da luta de Santa Elina.
Com o tempo a luta se instaurou no interior do próprio MCC dando curso ao processo de
depuração iniciado com a Batalha de Santa Elina. Da luta dentro do próprio MCC contra a
influência do oportunismo vertido principalmente pelo petismo e pela igreja católica e pelo
aprofundamento do movimento camponês combativo que avançava a largos passos no
Norte de Minas, surgiu a Liga dos Camponeses Pobres.
Com o surgimento das Ligas de Camponeses Pobres e sua multiplicação por outras
regiões do país, o movimento camponês entrou numa nova fase, a de desempenhar seu
papel histórico de principal força na revolução democrática que se encontra entravada no
país. O nível de organização e os métodos de luta ganharam novos contornos sob a bandeira
de "Conquistar a terra" e "Destruir o latifúndio". Novas e mais massivas batalhas são dadas
pelo movimento camponês, que enfrenta maior recrudescimento da repressão jurídico-
policial do velho Estado, da ação paramilitar dos latifundiários e das campanhas de
difamação por parte da imprensa burguesa. Também, a luta entre os dois caminhos — o de
seguir o oportunismo e a burguesia com sua “reforma agrária” a conta-gotas e o de seguir o
da luta revolucionária pela destruição de todo o latifúndio — passou a um patamar mais
avançado que coloca para curto e médio prazos o desmascaramento completo de todo o
oportunismo no movimento camponês, representado principalmente pela direção do MST,
pela CONTAG e sua estrutura de federações estaduais e sindicatos assistencialistas. E esta
é a principal vertente do movimento camponês combativo que segue se desenvolvendo e
buscando orientar-se por um programa revolucionário de transformação do agrário, um
programa que combata as influências da burguesia e do oportunismo e que contemple a
aliança operário-camponesa. Enfim, um programa em que a classe operária apoiando
objetivamente a luta dos camponeses pobres pela destruição do latifúndio seja a base para
as profundas transformações não só no campo, mas de toda a sociedade brasileira.
Não se trata, portanto, de realizar uma “reforma agrária” tal ou qual para desenvolver o
capitalismo no campo como sempre foi enfocado a questão agrária no país, pois o
capitalismo pelo caminho burocrático penetrava no campo mantendo as relações
semifeudais através da evolução de suas formas, tanto nas relações de propriedade da terra
quanto nas demais relações sociais e culturais delas derivadas. Ou de “nacionalizar a terra”,
tornando-as todas terras públicas para seu usufruto e não propriedade privada (estatizar), o
que asseguraria o maior impulso no desenvolvimento do capitalismo no campo, permitindo
o livre acesso à terra pela burguesia sem o obstáculo do latifundiário que cobra renda ou ter
de empacar capital na sua compra. Tampouco se trata de sua estatização para, como
difundem os oportunistas eleitoreiros que se escondem atrás da autodenominação de
“socialistas” propondo a “coletivização da terra”, enquanto na prática, apoiam e promovem
as políticas que só reforçam os latifundiários e a manutenção, em última instância, das
vigentes relações de propriedades de monopólio e concentração da terra.
A alta concentração da terra no país (1% dos proprietários detém quase 50% das terras,
enquanto que os 91% detêm apenas 20% delas) vem se acentuando e quanto mais penetra o
capitalismo no campo mais esta tendência se acelera. Inclusive, o próprio crescimento da
agroindústria não tem significado um aumento do operariado agrícola (por volta de 4,5
milhões). A utilização de maquinarias modernas têm reduzido drasticamente os postos de
trabalho, exemplo disto é a região canavieira para produção de açúcar e álcool, de Ribeirão
Preto, e o emprego crescente de formas arcaicas de exploração da força de trabalho, como
semisservil nas tradicionais culturas de café e outras.
Por mais que a economia nacional não seja mais essencialmente agrícola, como fora
até 40 anos atrás (a produção total da agropecuária tem chegado a quase 40% do PIB), a
força de trabalho ligada diretamente à produção agropecuária ultrapassa a casa dos 50
milhões de pessoas. O país segue importando grandes quantidades de alimentos, além do
que, a aplicação de novas tecnologias, equipamentos, insumos, fertilizantes, venenos, etc.,
têm acentuado de forma exponencial a dependência do país ao capital estrangeiro, que por
sua vez passou a dominar também a agroindústria.
A violência do latifúndio
Como demonstra o quadro abaixo, a violência com mortes segue aumentando ao longo
das últimas décadas, o que revela a intensificação da ação repressiva do velho Estado,
combinado com o braço armado do latifúndio, como ocorreu no massacre de Corumbiara,
Eldorado dos Carajás, entre outros, onde o despejo foi realizado por tropas da PM
juntamente com pistoleiros, que inclusive utilizaram fardamento da polícia. Os oito anos de
governo de FHC e de Luiz Inácio, à parte da grande publicidade sobre reforma agrária,
revelam-se como meras gerências administradoras do velho Estado de grandes burgueses e
latifundiários, que a ferro e fogo tem sabido muito bem zelar pelos interesses da reação.
1 — destruição do latifúndio e entrega das terras aos camponeses pobres sem terra ou
com pouca terra;
2 — libertação das forças produtivas do campo nas áreas tomadas do latifúndio, através
da eliminação de todas as relações de produção baseadas na exploração do homem com a
adoção de formas cooperadas. A organização em formas associativas das parcelas em
diferentes níveis de cooperação segundo sua experiência, desde os Grupos de Ajuda Mútua,
forma elementar a formas superiores de cooperação, passando por outros níveis de formas
cooperativas. Adoção de meios de produção e instrumentos de trabalho mais avançados e
das técnicas mais modernas.
Partindo do reconhecimento de que são povos originários destas terras, sendo assim
comunidades de mesma língua, cultura, costumes e psicologia habitando um mesmo
território, constituem-se, portanto, nacionalidades em conformação que passaram à
condição de nacionalidades oprimidas no curso dos últimos 500 anos. Inicialmente através
do processo de conquista (genocídio), em que o branco colonizador se impôs e adonou-se
dos territórios que vieram a compor o Brasil enquanto um novo país e na continuidade do
genocídio com o advento e conformação do Estado brasileiro já na era do colonialismo
modemo capitalista, o imperialismo. Assim como também os brancos pobres e explorados,
os trabalhadores, são povos oprimidos por este Estado fundado pelos colonizadores
portugueses (Brasil colônia) e logo explorados por potências estrangeiras, monopólios e
capital financeiro (Brasil semicolônia), os povos indígenas também seguiram sendo
oprimidos por este mesmo velho Estado.
Na busca do total controle por parte do velho Estado, suas políticas, com a iniciativa dos
governos do oportunismo, fazendo-se passar por “grande conquista”, estabeleceu a
homologação de “territórios quilombolas” na condição de posse para usufruto coletivo,
subordinada à reacionária legislação sobre o uso do subsolo, equivalente à tutela que se
impõe às terras indígenas. A tradição de luta das comunidades quilombolas caminharam ao
lado, semelhante e simultaneamente com a luta dos camponeses pobres no apossamento
das terras legalmente da União, em diferentes fases históricas. Ademais de que a imensa
maioria do campesinato brasileiro ser composto por pretos e pardos e mesmo muitas
comunidades remanescentes de quilombolas que mantiveram-se mais fechadas, isto nunca
foi base para conflitos e hostilização, mesmo que o racismo, muitas vezes velado, nunca
tenha sido superado.
A Liga dos Camponeses Pobres luta para destruir o latifúndio, única via de garantir a
terra para os camponeses pobres e de impedir que a pequena e média propriedade rural
continuem sendo massacradas pelos latifundiários e pelo governo. Esta luta pela terra
atinge diretamente o governo.
Como comprova a história da luta dos camponeses no país que só com as formas
violentas de luta conquistaram a terra, ainda que não puderam sustentar e mantê-las, as
lutas recentes têm mostrado que para conquistar a terra e desenvolver formas que
assegurem sua conquista é necessária uma organização cada vez maior dos camponeses,
dando particular atenção ao sigilo dos planos das tomadas e à organização da autodefesa
ativa. E o que se apreende de experiência numa tomada, seus erros e acertos devem ser
utilizados como base para a continuidade da luta.
A construção da LCP
Desde este crucial momento as LCP vem lutando para superar os obstáculos que se
apresentam no caminho da luta pela terra, bem como travando uma tenaz luta contra o
oportunismo no meio do movimento camponês em geral e particularmente de organizações
que buscam arrastar o movimento para a conciliação, para o colaboracionismo e para servir
de instrumentos para projetos políticos pessoais.
4 — Por nova política agrícola e de créditos voltada para viabilizar os pequenos e médio
proprietários;
14 — Por uma nova economia, uma nova cultura, uma nova política de nova democracia
e um novo Poder Democrático Popular;
1 — destruição do latifúndio e entrega das terras aos camponeses pobres sem terra ou
com pouca terra;
2 — libertação das forças produtivas do campo nas áreas tomadas do latifúndio, através
da eliminação de todas as relações de produção baseadas na exploração do homem com a
adoção de formas cooperadas. A organização em formas associativas das parcelas em
diferentes níveis de cooperação segundo sua experiência, desde os Grupos de Ajuda Mútua,
forma elementar a formas superiores de cooperação, passando por outros níveis de formas
cooperativas. Adoção de meios de produção e instrumentos de trabalho mais avançados e
das técnicas mais modernas.
A curto e médio prazos as LCP lutam por desenvolver sua organização para transformá-
la num grande movimento das massas camponesas em todo país, buscando unir-se com
todas as organizações populares, combativas, ajudando a construir a aliança operário-
camponesa e fazer avançar a luta pela terra, pela democracia e pela justiça em todo o país.
A longo prazo as LCP têm como objetivo fortalecer a luta contra todo o sistema
burguês-latifundiário serviçal do imperialismo, pela sua destruição e pelo estabelecimento
do poder popular para edificar uma democracia nova, conquistar a independência e
progresso da Nação e do nosso povo, construindo a sociedade socialista.
As LCP partem do princípio de que o centro de tudo são as massas, são elas que
decidem tudo, são elas que fazem a história. A luta só tem sentido se está centrada nas
massas como forças fundamentais para resolver seus problemas, para conquistar e realizar
seus amplos interesses. A razão de ser da luta parte da existência das massas nas duras
condições em que vivem.
Para realizar os interesses das amplas massas populares é indispensável que elas se
organizem cada vez mais adquirindo consciência profunda dos seus problemas e das
formas justas de resolvê-los. Nada nem ninguém poderá resolver os problemas das massas
a não ser elas mesmas. Só as massas podem transformar a realidade.
Exatamente por isto a razão de existir das LCP só tem sentido realizando um
permanente e paciente trabalho entre as massas. Este trabalho não pode ser qualquer um,
tem que ser de um determinado tipo, ou seja, classista, que se processe nas esferas política,
ideológica, cultural e orgânica, obedecendo a etapas diferentes para seu desenvolvimento:
antes da tomada da terra, durante a tomada e, após a conquista da terra, na organização da
vida na área tomada.
De um modo geral o trabalho de massas nas suas distintas etapas deverá no plano
político levantar as reivindicações mais sentidas, apontar a origem do sofrimento do povo,
as causas que provocam e mantêm o povo na miséria e debaixo da opressão, denunciando
os diferentes governos como governos de plantão da grande burguesia e do latifúndio a
serviço do imperialismo.
Denunciar suas políticas, tal como vem ocorrendo na etapa atual com a chamada
política “neoliberal” iniciada pelo governo Collor de Mello e por FHC e aprofundada aos
extremos por Luiz Inácio, que seguindo os ditames do capital financeiro internacional e as
ordens do Estados Unidos completam a desnacionalização da economia e entrega do nosso
país através de leiloatas das Estatais que chamam de privatizações, liquidando o resto de
soberania destroem a indústria nacional e arruina a agricultura com as altas taxas de juros,
impõem um desemprego cruel semeando a fome e a miséria por todos os lados, sucateiam
os serviços públicos como de saúde, educação e de seguridade social, promovem
“reformas” para retirar direitos históricos adquiridos pelos trabalhadores através de muita
luta e sacrifícios e avassalar o país à sanha das potências estrangeiras e de seus
monopólios.
O período de acampamentos e seu regime que impõe muitas restrições devem ter a
menor duração possível. O objetivo do movimento não é o acampamento, ele é uma
necessidade, porém é uma fase transitória. De uma forma geral a vida nos acampamentos e
nas áreas tomadas têm que ser regulada por um conjunto de normas que são aprovadas
pela Assembleia Geral do Acampamento e da Área, segundo as definições disciplinares do
movimento. Especificamente durante o período de acampamento vigorará o regime com
normas disciplinares definidas pelo movimento. Já nas áreas, o regime deve ser definido e
aperfeiçoado permanentemente pela Assembleia Popular. A vida nos acampamentos e
áreas deve estar regulada por direitos e deveres aplicados a todos e o seu processo de
definição tem que passar por amplas discussões com as massas.
Para assegurar uma maior organização da vida nestes locais, o conjunto da massa
deverá fazer parte de uma das comissões encarregadas das distintas atividades que dizem
respeito ao seu funcionamento, tais como:
coordenação do acampamento;
segurança;
cozinha coletiva;
limpeza e condições sanitárias;
arrecadação de agasalhos e alimentos;
agitação (assembleias, festas, atos, manifestações);
finanças;
educação;
saúde;
cultura.
A questão da produção
Educação e saúde
Contribui para a organização e o bem estar geral do acampamento e das áreas tomadas
a execução e manutenção da limpeza geral, assegurando as condições necessárias à
higiene coletiva, bem como de serviços que melhorem o saneamento (água e esgoto). Para
executar tais atividades é extremamente importante a preparação do máximo de promotores
de saúde.
Uma das mais importantes lutas que tem que ser travadas cotidianamente no interior do
movimento, dos acampamentos e áreas é por animar a todos ao esforço por adotar uma
conduta correta, como fator determinante para destruir-se toda a podridão da moral
burguesa hipócrita, individualista, egoísta, desonesta e corrupta. A luta por nossos objetivos
maiores só poderá triunfar se construirmos desde já uma nova forma de convivência e
relacionamento baseados no coletivismo.
Combater todas as atitudes incorretas, não acobertá-las, não conciliar com condutas
levianas, malandras, espertas, sabidas, desleais e desagregadoras, partam elas de quem for,
é a luta principal que podemos realizar para forjar a moral e confiança coletivas e o
crescimento de cada um. Praticar de forma sistemática a crítica e autocrítica é o modo
correto de combater as mazelas que a sociedade burguesa faz penetrar em todos nós. A
sociedade pela qual lutamos e sonhamos um dia realizar, o socialismo, é feita de
fraternidade e solidariedade coletivas e desde já temos que praticá-las. Lutemos para
transformar nossa organização em embriões da sociedade futura.
Questão em que se deve ter a maior atenção é a possível relação com as ONGs —
organizações não governamentais — que a cada dia proliferam por toda parte. No caso das
regiões amazônicas elas existem aos milhares. Grande parte destas instituições são
instrumentalizadas desde o estrangeiro, são financiadas por instituições do imperialismo
destinadas a corromper, domesticar e destruir as organizações combativas dos povos dos
países dominados. Em relação às ONGs no seu conjunto devemos ter uma posição de
vigilância a seu respeito.
As ONGs não têm surgido pelos objetivos que se autoproclamam. Trata-se de uma
política deliberada em escala internacional, voltada principalmente para interferir nos países
dominados, como é o nosso. Esta política tem por objetivo envolver as “comunidades
carentes”, as “minorias”, como os indígenas, os de defesa de “gênero” (mulher), “proteção
ambiental” como “defesa da floresta amazônica”, etc. Estas organizações aparecem com
muitos recursos financeiros e passam a financiar projetos de saúde, de desenvolvimento
agrícola, de produção, de preservação ambiental, de defesa dos direitos humanos, etc.
Esta é uma política destinada a criar toda uma estrutura paralela ao Estado, enquanto
este vai se desobrigando através das “reformas” que promovem os governos. Esta é uma
estratégia do capital internacional para retirar do Estado qualquer atividade de serviços
públicos em favor do povo. Posteriormente tais organizações dirão que os recursos
financeiros acabaram, e seu papel estará cumprido. Além do mais, cumprem o papel de
corromper dirigentes e lideranças populares através do seu assalariamento, mudança de
padrão de vida, afastamento das bases, etc.
Muitas destas organizações abrigam agentes de governos de potências estrangeiras
destinados a espionar e infiltrar as organizações populares combativas. Umas e outras são
controladas por pessoas honestas que pretendem verdadeiramente apoiar a luta do povo.
Conhecendo-as bem devemos buscar estabelecer relações em prol da organização e do
fortalecimento da luta, mas sempre mantendo-se alertas e vigilantes.
Amigos e inimigos
Definir clara e objetivamente quem são, em nossa árdua luta, os nossos verdadeiros
amigos, e quem são nossos inimigos jurados, é também uma questão fundamental para o
fortalecimento e êxito do nosso movimento. De forma geral, nossos amigos são todos
aqueles que vão sendo beneficiários direta ou indiretamente dos resultados da luta pela
terra, e que no futuro o serão plenamente. São também aqueles que já possuem uma
consciência democrática e honesta. Ou seja: os trabalhadores da cidade e do campo, o povo
de uma maneira geral. São os pequenos proprietários rurais e urbanos, pequenos
comerciantes, estudantes, professores, intelectuais honestos, “políticos” sinceros (de rara
existência no país), organizações sindicais e populares e de defesa dos direitos do povo
(devemos desconfiar de muitos órgãos que se dizem defender “direitos humanos”, dado que
geralmente são ONGs ou órgãos do Estado), artistas comprometidos e religiosos
progressistas.
Por todas as razões que implicam a luta pela terra, desde as condições históricas como
as atuais, o movimento não pode ter a ingenuidade de esperar qualquer tratamento
democrático por parte do velho Estado e do latifúndio. Tirando as lições da experiência
histórica e pesado tudo que se tem passado na luta pela terra no Brasil, é necessidade e
obrigação moral assumir todas as tarefas necessárias para defender o nosso movimento e
nossas organizações dos diferentes tipos de ataques de nossos inimigos.
Para manter a situação imutável, o velho Estado brasileiro e o latifúndio tem larga
experiência e não medem esforços para destruir qualquer organização que contrarie seus
interesses e que principalmente trabalhe concretamente por transformar a situação fundiária
e destruir seu sistema de exploração e opressão. O sistema se utiliza não só de todos os
instrumentos que o Estado dispõe para reprimir e destruir nossa luta, mas também conta
com inúmeras organizações políticas e paramilitares para executar seus planos criminosos.
Educar as massas sobre a experiência histórica da luta dos povos e do nosso povo
brasileiro, cujas conquistas, sejam elas quais forem, só foram possíveis a vitória através da
luta violenta. Educar as massas a respeito de que o inimigo exerce permanentemente a
violência criminosa contra o povo e que o povo tem o direito sagrado de defender-se
lançando mão da violência justa. Levantar a palavra-de-ordem: “A rebelião se justifica”.
Artigo 11º — São consideradas violações graves o descumprimento dos artigos 6º, 7º,
8º, 9º e 10º, que serão sancionadas com punições especiais definidas por Tribunal Popular
formado pela Assembleia Geral da coletividade;
Artigo 12º — As demais violações serão sancionadas com base nas Medidas
Disciplinares referidas no Artigo 13º, aplicadas pela organização a que esteja ligado
(comissão, grupo de trabalho, etc.);
Medidas disciplinares
Artigo 13º — De acordo com a gravidade das violações, as medidas vão desde a simples
advertência e crítica formalizada e pública à coletividade, afastamento das funções e perda
de direitos de eleger, ser eleito e de receber informações sobre o rumo do movimento por
tempo determinado; expulsão do movimento, expulsão da coletividade;
Artigo 14º — São considerados atos de traição toda e qualquer forma de colaboração
com o inimigo e delação;
Artigo 16º — Todos os acusados de violações terão direito de ampla defesa, perante as
comissões de investigação e da instância responsável por encaminhar o processo.
nos acampamentos;
nas áreas tomadas;
nos núcleos de camponeses pobres mobilizados para novas tomadas.
Em cada um destes locais, o órgão máximo de decisão são as assembleias, onde todos
os companheiros e companheiras têm o direito de participar, de votar nas propostas que
forem apresentadas, de eleger e de ser eleito para as comissões que forem constituídas.
segurança;
produção coletiva;
alimentação e cozinha coletiva;
limpeza e saúde;
educação e formação;
arrecadação e controle de finanças;
mobilização de mulheres, jovens, crianças, etc.
juventude;
mulheres;
crianças.
A coordenação deve ser eleita na assembleia dos acampados e membros das Áreas.
Ela deverá se reunir regularmente para discutir os problemas que surgem e acompanhar e
coordenar o trabalho das comissões ou setores. A coordenação é um órgão de direção
colegiada onde deve sempre se fortalecer o coletivo, combatendo os desvios do
individualismo, do mandonismo, do carreirismo e do personalismo.
A Coordenação Regional
A Coordenação Regional é eleita nos Encontros da LCP da Região (uma região está
composta por partes de estados — da divisão política oficial) onde participam os delegados
escolhidos nos diversos acampamentos e áreas dirigidos pelo movimento.
O Conselho de Representantes
O Congresso
O papel do dirigente
O dirigente não pode deixar-se iludir com a bajulação que às vezes o governo, a
imprensa, os latifundiários e os políticos fazem com as lideranças do povo. Isto é sempre
para comprá-las, para tirá-las da luta. O companheiro ou companheira que assume a função
de direção deve ter a consciência de que a cobrança sobre eles será sempre maior, que deve
ser sempre a primeira pessoa a cumprir as decisões das bases e que todos estarão
vigilantes sobre sua conduta política e moral.
O dirigente não pode nunca usar sua condição de membro da direção para tirar
vantagem própria ou para projetos pessoais. Ninguém é obrigado a aceitar a função de
direção; mas se aceitou, sabe que suas responsabilidades são maiores; se acha que não tem
condições de assumi-las, que renuncie.
O dirigente deve ser atencioso, paciente, simples e humilde no trato com as massas,
servi-las de todo o coração. Deve estar sempre preocupado em se desenvolver, em estudar,
em participar de cursos e atividades de formação organizadas pelo movimento.
A direção deve ter uma atenção particular em sempre apoiar e estimular a participação
da mulher. Sem a participação e a presença organizada da mulher, nosso movimento não
tem chances de vitória em seus objetivos.
Nossa luta será penosa e longa. Por isso é também importante integrar os jovens e
crianças na luta. Estimular o estudo, o esporte, a cultura, desenvolver neles o amor pela terra
e incorporá-los cedo na luta contra o latifúndio.
Conquistar a Terra
(Versão original de Benedito Monteiro; Modificado
por Carlos Prexedes)
(Bis)
ganhar.
A história não falha, nós vamos