You are on page 1of 25
ESCOLA POLITECNICA DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO Departamento de Engenharia de Energia e Automagao Elétricas DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE ENERGIA E AUTOMAGAO ELETRICAS ESCOLA POLITECNICA DA USP PEA — LABORATORIO DE INSTALAGOES ELETRICAS ELETROMAGNETISMO Cédigo: EL 1 Introdugao. 2 Alguns Fen6menos Eletromagnéticos 2.1 Forga em Condutor Imerso em Campo Eletromagnético 2.2 Tensao Induzida sobre um Condutor . 2.3 Campo Produzido por uma Bobina .... 2.4 Indugado de Tensdo em uma Bobina 2.5 Conclusio .... 3 Modelos Usados em Eletromagnetismo 3.1 As Grandezas Fundamentais do Eletromagnetismo .. 3.2 As Unidades Utilizadas em Magnetismo 3.3 Circuitos Magnéticos Reais 3.4 Indutor e Indutancia Prépria ..... 3.5 Mutua Indutancia 3.6 Tensao Induzida 3.6.1 Tensao Induzida por um Fluxo Senoidal no Tempo .... 3.6.2 O Transformador - Principio de Funcionamento .. I - ELETROMAGNETISMO PARA ENGENHEIROS 1. INTRODUCAO © objetivo deste trabalho é explicar ao estudante de Engenharia os principios basicos do Eletromagnetismo. Embora estes principios sejam em numero reduzido, a gama de aplicagdes que foram projetadas através de seu uso 6 enorme. A diversidade de aplicagées dos principios do Eletromagnetismo é igualmente enorme. Basta uma série de exemplos para que isto fique patente: os geradores da usina hidroelétrica de Itaipu, um forno de microondas, a bateria de um carro e um microcomputador com seus circuitos integrados sao regidos por um mesmo conjunto de equagées que sao as bases tedricas do Eletromagnetismo. Observe que os quatro dispositivos citados acima possuem poténcias completamente distintas. Além disto, a natureza das tensées e correntes em cada um dos dispositivos citados 6 completamente distinta (continua, alternada, pulsada). Mesmo assim, as equagées de Maxwell, que sintetizam matematicamente a modelagem dos fenémenos eletromagnéticos, possuem a capacidade de fornecer subsidios ao engenheiro para a analise e sintese de equipamentos elétricos. Uma forma para a apresentagao dos principios basicos do Eletromagnetismo ¢ 0 uso direto das equagdes de Maxwell para a andlise destes diversos fenémenos. Esta forma de apresentagaio, embora mais genérica, acaba por privilegiar o rigor matematico em detrimento, por vezes, do entendimento do fenémeno fisico, Assim, neste trabalho optou-se por analisar o Eletromagnetismo através de uma perspectiva histérica, ou seja, usando 0 mesmo caminho que pesquisadores como Ampére, Faraday, Lenz, entre outros, trilharam para que os principios basicos do Eletromagnetismo fossem descobertos. Conhecidos estes principios, pode-se inclusive partir para uma anélise mais profunda e rigorosa dos fenémenos do Eletromagnetismo, através das equagées de Maxwell Um outro aspecto deste trabalho esté ligado ao seguinte fato: no Eletromagnetismo busca-se 0 calculo de campos, que sao grandezas vetoriais. Os problemas aqui analisados sempre apresentardo algum tipo de simetria, tormando necessario apenas 0 cdlculo do médulo da grandeza vetorial, pois tanto a diregéo como o sentido séo intuitivos. Embora a principio simplificadora, esta hipétese permite a andlise de diversos problemas importantes em Engenharia Elétrica, como por exemplo a distribuigao do campo magnético no interior de uma maquina elétrica. 2. ALGUNS FENOMENOS ELETROMAGNETICOS ‘A sequéncia natural do desenvolvimento da ciéncia parte da etapa de observagao do fendmeno para o posterior desenvolvimento de modelos matematicos para a analise dos problemas. Assim, em um primeiro momento serd feita uma anélise qualitativa dos fendmenos fisicos. 2.1 Forga em Condutor Imerso em Campo Magnético Note a figura 2.1, na qual se tém um condutor por onde circula corrente elétrica continua e, dois imas permanentes que fazem com que 0 condutor fique imerso em um campo magnético. Nas condigées da figura é interessante notar trés fenémenos qualitativos importantes: ‘+ sobre 0 condutor desenvolve-se uma forga mecénica de origem eletromagnética; ‘+ caso 0 sentido da corrente seja invertido, esta forga mantém seu médulo, mas inverte seu sentido; ‘+ mantendo a corrente do condutor e substituindo os imas permanentes por outros mais fortes, a forga desenvolvida seré maior. conduter, > FIGURA 2.1 - Forga sobre um Condutor 2.2 Tensao Induzida sobre um Condutor Um segundo fenémeno que pode ser observado na figura 2.2, na qual se tem um condutor que se desloca com velocidade u, perpendicular ao campo magnético produzido pelos imas A e B. Figura 2.2 - Tensdo Induzida em Um Condutor Admitindo que 0 condutor esta apoiado sobre trilhos metalicos e, que estes trilhos so conectados a um voltimetro, nota-se que: = com um aumento de velocidade do condutor, a tensdo induzida (V), lida no voltimetro sera maior; * invertendo-se 0 sentido da velocidade do condutor, a tensdo induzida tera sua polaridade invertida; ‘+ mantendo-se a velocidade do condutor e substituindo os imas permanentes por um outros mais fortes, a tensao induzida sera maior. 2.3 Campo Produzido por uma Bobina Substituindo os mas permanentes do item referente & Forga em um Condutor Imerso em um Campo Magnético (conforme figura 2.1), por um nticleo em ferro em forma de C, que possui uma bobina por onde circula uma corrente como mostra a figura 2.3, nota-se a Ho que: Figura 2.3 - Um Eletroima * sobre 0 condutor age uma forga mecénica, como foi observado no item acima citado; ‘= aumentando o valor de X, 0 valor da forga mecanica diminui; © aumentando o ntimero de espiras da bobina ou aumentando a corrente que circula na bobina, a forga mecanica sobre 0 condutor aument: + caso a corrente que circula na bobina se inverta, a forga mecanica sobre o condutor também inverte o seu sentido; * caso a pega de ferro fosse retirada, ainda assim haveria forga mecanica sobre 0 condutor, mas o médulo da forga teria seu valor extremamente diminuido, A partir da observagao deste fenémeno, pode-se afirmar que a partir de correntes circulando em bobinas é possivel a criagéo de campos magnéticos, da mesma forma que os imas permanentes. As linhas de campo magnético, criadas pela circulagéo de corrente na bobina, se concentram basicamente no material ferromagnético, conforme mostra a Figura 2.3. Isto mostra que 0 ferro é mais permedvel as linhas de campo do que o ar que envolve 0 6 dispositive, A concentragao de linhas de campo magnético, devida ao nuicleo em ferro, faz com que a forga mecdinica no condutor seja maior nesta condigao. 2.4 Indugao de Tensdo em uma Bobina A figura 2.4 mostra um niicleo ferromagnético onde estdo alojadas duas bobinas. A primeira & alimentada através de uma fonte de corrente continua ligada em série com uma chave (Kk), fazendo com que seja possivel variar o valor da corrente instanténea no enrolamento de alimentagao. A segunda bobina tém seus terminais ligados a um voltimetro. Figura 2.4 - Indugao de Tensao Pode-se obter os seguintes fenémenos na montagem da figura 2.4: + Ao se fechar a chave K, hd uma variacao de corrente na bobina 1, desde 0 até E/R, onde R 6 0 valor da resisténcia éhmica da bobina 1. Enquanto ha um aumento de corrente na bobina 1, na bobina 2 é induzida uma tensao nao nula, que pode ser observada pela leitura do voltimetro V. * Ao se abrir a chave K, na bobina 2 & induzida uma tensdo nao nula que pode ser observada através da leitura do voltimetro V. ‘+ Aumentado o ntimero de espiras da bobina 2, tanto na abertura como no fechamento da chave K, tem-se uma tensdo induzida maior. * Caso a variagéo na corrente na bobina 1 seja mais rapida, entdo a tensdo induzida na bobina 2 seré maior. Pode-se entao concluir, a partir da andlise deste caso, que: ‘+ em todos os casos o campo produzido no niicleo ferromagnético é varidvel no tempo; * possivel a indugdo de tensées em bobinas que ndo estejam em movimento. Para isto € necessario que estas bobinas estejam imersas em um campo magnético variavel no tempo; ‘+ a tensdo induzida na bobina 2 proporcional ao seu ntimero de espiras e a variagao temporal da corrente na bobina 1. Esta mesma afirmagéo pode ser posta na forma : a tensdo induzida no enrolamento 2 proporcional ao seu nimero de espiras ¢ a varia¢do temporal do campo magnético na bobina 2. 2.5 Conclusées Neste item péde-se observar alguns fenémenos eletromagnéticos e, deles retirar algumas conclusées importantes: ‘* um condutor, por onde circula corrente elétrica, quando imerso em um campo magnético, fica submetido a uma forga mecanica; + um condutor que se move em um campo magnético fica submetido a uma tensao induzida em seus terminais; ‘+ campos magnéticos podem ser produzidos por imas permanentes ou por bobinas por onde circula corrente elétrica; * ctiando-se um campo magnético varidvel no tempo, pode-se induzir tenséo em uma bobina imersa neste campo; ‘+ em um dispositive magnético a fungao do ferro, em geral, é a condugao das linhas de campo magnético. A realizacéo do trabalho mecénico (desenvolvimento de forca, conforme visto no item sobre “Forga em condutor Imerso em Campo Magnetic: eem “Campo Produzido por uma Bobina’) é feita no ar. 3. OS MODELOS USADOS EM ELETROMAGNETISMO No item anterior analisou-se alguns dos principais fendmenos eletromagnéticos de uma forma meramente qualitativa, Resta a definigo de algumas grandezas para a obtengao do equacionamento do fenémeno fisico. Conforme explicitado no item introdutério, escolheu-se neste trabalho 0 estudo de casos mais simples, mas que oferecam subsidios conceiluais para a compreensao do fendmeno fisico em estudo. O uso posterior de ferramentas de célculo mais apuradas, como as equagdes de Maxwell, torna mais abrangente a gama de problemas passiveis de serem resolvidos. 3.1 As Grandezas Fundamentals do Eletromagnetismo Dentre as grandezas mais relevantes no estudo de problemas de Eletromagnetismo pode-se citar: 0 vetor indugao magnética, o vetor campo magnético, a permeabilidade magnética, 0 fluxo magnélico, a relutancia e a forga magnetomotriz. Para a definicao destas grandezas é conveniente a andlise de um niicleo em forma de C, conforme mostra a figura 3.1, onde se aloja uma bobina de N espiras percorrida por uma corrente de valor I, Nestas condig6es cria-se um campo magnético no ferro e no ar, conforme indica a figura 3.1. Este campo magnético sera caracterizado através do vetor indugéo magnética (B) e pelo vetor campo magnético (H). Conforme visto no capitulo anterior, o campo magnético no entreferro sera: ‘+ proporcional ao numero de espiras da bobina N; + proporcional a corrente na bobina |; * inversamente proporcional ao comprimento do entreferro (x). Assim, pode-se definir 0 médulo do vetor indugéio magnética no ponto P na forma: NI Bap @.1) sendo j1 um fator de proporcionalidade. Admitindo-se que o valor de B no entreferro seja constante (em direcdo, sentido e médulo), pode-se determinar seu fluxo @ na seco S, na forma NI $=BS=p——S (3.2) Ja 0 médulo do campo eletromagnético no ponto P é definido por: (3) Assim, no ponto P tem-se, comparando-se as duas expressées anteriores: Bap (3.4) A expressao (3.4) mostra que a relagao entre o médulo do vetor indugo magnética e 0 médulo do vetor campo magnético é a constante de proporcionalidade u, denominada permeabilidade magnética. Nas expressées 3.1, 3.2 e 3.3 nota-se que 0 produto NI é bastante relevante para 0 célculo dos vetores indugdo magnética (B} e campo magnético (H). A este produto dé-se © nome de forga magnetomotriz (3) que pode ser calculada na seguinte forma: 3=M =o =HH (3.5) S as . ‘A expresso (3.5) mostra que uma forga magnetomotriz 3 = NI, imposta em um circuito magnético faz circular um fluxo 6, limitado pelo valor da relutancia do circuito magnético x (i= [g). Isto € andiogo @ Lei de Ohm para um resistor de comprimento 1, sego transversal S, resistividade p ¢ condutividade «: Dod Pep v=Ri=*> Sos I (3.6) A tabela a seguir mostra a analogia entre grandezas magnéticas e elétricas Grandeza Elétrica Grandeza Magnética Tensao elétrica V Forga Magnetomotriz Corrente Elétrica | Fluxo Magnético Condutividade Elétrica 6 Permeabilidade Magnética jt Resisténcia Elétrica R Relutancia Magnética 2 Tabela 1 - Analogia entre Grandezas Elétricas e Magnéticas A Tabela 1 sugere um circuito elétrico analogo, conforme mostra a figura 3.2: R AWv Figura 3.2 - Circuito Elétrico Analogo Do caso analisado pode-se retirar algumas conclusées importantes: * a relagao entre forga magnetomotriz e fluxo é a reluténcia do circuito magnético. Neste caso particular a relutancia do circuito magnético (st) é a relutancia do entreferrro, pois x & 0 comprimento do entreferro; S é a segao do entreferro eu é a permeabilidade do ar. * como supostamente nao ha queda de forga-magnetomotriz no nucleo ferromagnético, ento sua relutancia é nula. Sendo seu comprimento e a sua segao sao nao nulos, a permeabilidade magnética (1) ¢ infinita. Isto vem ao encontro da afirmagdo: o papel principal dos nucleos ferromagnéticos ¢ a “condugao” das linhas de campo magnético. + 0 fluxo no ferro e no ar é constante. Como a superficie S é a mesma, entéo o médulo do vetor inducao magnética (B) & fixo” Como a permeabilidade magnética 1 ¢ infinita no ferro, entéo 0 vetor campo magnético H no ferro pbssui médulo nulo. Usualmente apresenta-se o vetor H a partir da Lei Circuital de Ampére: (3.7) Este teorema aponta que a circuitagao do vetor H ao longo de um caminho fechado & igual a corrente concatenada (somatério da corrente intema a este caminho fechado) Observe a figura 3.3: n — ‘caminho da circulagdo a per si si Figura 3.3 - Lei Circuital de Ampére No caminho de circuitagao da figura, L tem-se: 5 Hdl => Hy] + H.x= NI (3.8) a No entanto Hi pois, por hipdtese, {1 = 0) em todos os trechos do caminho L. Assim, a expresso (3.8) 6 a generalizagéo da equagao 3.3, inclusive para o caso da reluténcia de material ferro-magnético ser assumida nao nula, como sera analisado no item 3.3. 3.2 As Unidades Utilizadas em Magnetismo ‘As unidades utilizadas em Magnetism seguem a proxima tabela: Grandeza Simbolo Unidade Indugéo Magnética B T (Tesla) ou Woim2 ‘Campo Magnético H Am ‘Aesp (Ampere-espira) Forga Magnetomotriz a Fluxo Magnético 6 Wb Permeabilidade Magnética n Him Relutancia R Aesp / Wb ou Ht Tabela 2 - Grandezas Principais do Eletromagnétimos 3.3 Circuitos Magnéticos Reais No item referente as “Grandezas Fundamentais do Eletromagnetismo”, foram definidas as grandezas principais associadas a um fendmeno magnético. Para isto analisou-se um caso onde no niicleo ferromagnético nao havia queda de forga magnetomotriz, dado que a permeabilidade magnética do niicleo era infinita. Em circuitos magnéticos reais, a permeabilidade do nuicleo ferromagnético ¢ elevada, porém nao infinita, fazendo com que exista uma relutancia néo nula do circuito magnético situado no ferro. Retomando a Figura 3.3 da Lei Circuital de Ampére, a forga magnetomotriz sera igual a N=) Hil, + Hx Sendo j10a permebilidade magné tica do a : & B, M=> 1, r2y G9) Como o fluxo é constante no circuito magnético (Zi=2), tem-se: uy R+ ah (3.10) isl B A expresso anterior sugere 0 circuilo elétrico andlogo (ver Tabela 1 de Analogia das Grandezas Elétrica e Magnética) da figura 3.4. Ri A z R2 \ ) $ } Ru SR AWW Ra Figura 3.4 - Circuito Elétrico Andlogo ao © uso de analogias para a solugdo de circuitos magnéticos permite a andlise de circuitos magnéticos através de técnicas usuais de circuitos elétricos, conforme mostra o exemplo seguinte: Exemplo 1: A figura 3.5 mostra um circuito magnético composto de bragos paralelos de ago silicio (1 3x10 Him), que possui um bobina de 500 espiras. As dimensées sao le=1mm, $2=S3=160 mm’, S1=320mm’, 11=40mm, 12=100mm e I3=99mm. Calcule a corrente da bobina para que a indugao magnética no entreferro seja igual a 1.0 T. Figura 3.5 - Circuito Magnético do Exemplo 4 No entreferro Z=B.S = 1 x 160 x 10°6 = 160,Wb A figura 3.6 mostra 0 cirouito elétrico equivalente: Zl mes, ew = Re] wm SM . Rs | oy a | x 40x10 ' 5x10 x320x10°* 100x107 R Sr = 1250008 99x10" 23750H 5x10 x160x10° Apermeabilidade magnética no ar vale }10=470x10"7 H/m, logo: 1xlo? HS. 4nx107 x1 60x10 4973592 A queda de forga eletromotriz (Siab) entre os pontos a eb serd igual a Sy =(R, +R, J =815,6tesp Logo 0 fluxo ¢ 2 pode ser calculado na forma: $2.5 “A, = 6,2mWb(6,52x107 Wh) Assim o fluxo 1 na pera central serd igual a: Is ; =0; +0; =6,68x10° Wb F=NI=R4, 25000x6,68x10°° + 815, = 982,7 Aesp A corrente na bobina sera igual a’ F 9827 = N> 500 ~ 1974 3.4 Indutor e Indutancia Prépria Um indutor é composto por uma bobina em cuja segao transversal tem-se um fluxo magnético @, quando a bobina é percorrida por uma corrente |. Se o indutor possuir N espiras, define-se indutancia propria (unidade H - Henry) por: Lo (3.11) Observe que: (3.12) Portanto, a indutancia de um indutor dependerd basicamente de: * sua forma geométrica; +o meio magnético em que a bobina esta imersa; ‘+ ontimero de espiras da bobina No exemplo 1, pode-se calcular a indutancia da bobina, tanto pela definigao (expresso 3.11), como pela expresso (3.12). Pela definigao tem-se: No _ 500x6,68x1 7 197 70H 16 Pela segunda expresso, a relutancia R sera igual a relutancia que é vista pela “fonte NI',ou seja: RR, +R, + R)/ My R= 1470080" 70H Um outro exemplo para 0 calculo de indutancia 6 um tordide de segdo reta quadrada como o da figura: ar ds seegio 3.5 Matua Indutancia Em um circuito magnético em que se tem duas ou mais bobinas é possivel definir a miitua indut&ncia de forma andloga a definigao de Indutancia Prépria Observe a figura 3.8 a seguir, onde tem-se duas bobinas que possuem em comum o mesmo circuito magnético. Ww N2 bobina 1 +71 bobina 2 Figura 3.8 - Definigao de Miitua Induténcia Admitindo que na bobina 1 circule uma corrente de valor |, que a bobina 2 tenha N2 espiras e que um fluxo ¢ atravesse a bobina 2, pode-se definir matua indutdncia (igualmente medida em Henry) (3.13) (3.14) Aanalise do exemplo seguinte esclarece o conceito de mtitua indutancia. Exemplo 2: Um circuito magnético é feito de aco silicio (uu =5x10°H/m), e possui as dimens6es da figura 3.9. Determine a miitua indutancia, sabendo que a profundidade do circuito magnético é igual a 2om. N= 500 Figura 3.9 - Circuito Magnético Célculo da miitua indutancia Apenas para fins de cdlculo de muitua indutancia vamos admitir que a corrente na bobina 1 6 igual a 1A, e na bobina 2 é nula. Assim, o circuito elétrico andlogo resulta ANN WW R R Mih © Sm (4 om S a} 3 RS R R Figura 3.10 - Circuito Elétrico Analogo da figura 3.9 5x10? _ Soar = Sel 5x10™ x2x10 Joxi9* 10x10" H" S10 x2x10% 1ox10~ ‘ b= = 25x10 5x10 x8x10° 10x10? bapt Saotsano R= Sxl0 19 [Nz] [R, +R, +2 -R, fo, lo | -R, Ry +R, +2R Jle,! ] 94 10+ 25+10 -25 | (°'| 0 ~ | -25 25+5+10! 16, M =32,26mH 3.6 Tensao Induzida Os modelos desenvolvidos até o momento permitem o céloulo de varias grandezas eletromagnéticas, mas nao contemplam o fendmeno de indugao de tensdo, visto no item "Indugao de Tensdo em uma Bobina’. Qualitativamente observou-se que em uma bobina imersa em um campo magnético variavel no tempo ha uma tensdo induzida. Esta tensdo depende basicamente do numero de espiras da bobina e da variagao do campo magnético na bobina. © caso analisado no item 2.4, apresenta uma particularidade: a indugao magnética B & paralela ao eixo da bobina, ou seja, 0 fluxo produzido é maximo. Observe a figura 3.11 na qual temos trés situagdes distintas, onde B (t) 6 uma distribuigéo de campo magnético variével com o tempo. 20 > > > Bw) BO BY Neespiras Nespiras 1) Nespiras Figura 3.10 - Influéncia da Posigéo da Bobina na Indugao de Tensao Observa-se experimentalmente que, mantido o campo externo B (t), a tensdo induzida e1, € maior que @2 e esta por sua vez é superior a @3, Na realidade a tensao €3 é nula. ‘Ao mesmo tempo, nota-se que 0 fluxo associado a bobina do vetor B (t) 6 maximo na situagdo 1, intermedirio na situagao 2 e nulo na situagdo 3. Assim, pode-se concluir que a tensao induzida por um campo externo em uma bobina é proporcional a variagao do fluxo deste campo. Deste modo, a tensdo induzida é: * proporcional ao ntimero de espiras da bobin ‘+ proporcional a variagao do fluxo magnético no tempo; ALLei de Faraday-Lenz, exprime estas duas observagées, pode ser expressa na forma: ve CoN dt (3.15) Observe que’ * se 0 fluxo & produzido pela circulagéo de corrente na propria bobina, entéo Né@ (+)=Li(t): A Lei de Faraday-Lenz pode entao ser escrita na forma: (3.16) au expressao usual em circuitos elétricos para a descrigao de um indutor. * se 0 fluxo 6 produzido pela circulagéo de corrente em uma outra bobina (aqui denominada bobina 1), entéo Np ¢ («)=Mj2 ;, (1): A lei de Faraday-Lenz passa a ser escrita na forma: a yy dil) dt Mi dt (3.17) A expresséo 3.17 6 a forma usual da descrigéo do acoplamento magnético entre bobinas do ponto de vista de circuitos elétricos. 3.6.1 Tensdo induzida por um fluxo senoidal no tempo ‘Admitindo que a variagao do fluxo no tempo é senoidal, tem-se: $()=$max senot (3.18) Logo: a (= NF-= NO ya. coset E 0 valor eficaz da tensdo serd igual a: (3.19) = 444 ING oan A expresso 3.19 mostra que o valor eficaz da tensdo induzida por um fluxo senoidal no tempo é proporcional a frequéncia, ao numero de espiras ao fluxo maximo. Exemplo 3: Um reator possui um nuicleo de ago silicio enrolado com 4 bobinas de 50 espiras cada uma. Quando uma tinica bobina é alimentada por uma fonte de tensdo altemada de 120V eficazes, 60Hz, a corrente absorvida é igual a 4,8A. Determine a corrente absorvida quando a mesma fonte alimenta: 2 a) duas bobinas em série; b) duas bobinas em paralelo; Na situagao original tem-se a seguinte situagao: 1o-48A, a) Com duas bobinas em série e V.=120V, em cada bobina deve-se ter uma tensdo aplicada igual a 60V. Observando a expresso 3.19 (Ey=4.44 f N Zmax), Como a frequéncia e o numero de espiras da bobina se mantém, entdo o novo fluxo deve ser a metade do valor inicial. Admitindo que o circuito magnético seja linear, entéo: NJ, = Rb, ¢ 2NL=%2, I logo: portanto J, tr 2B b) Com as bobinas em paralelo a tensdo sobre N espiras serd igual a 120V. Desta forma © fluxo maximo no circuito magnético sera igual a Zmnax- A forga magnetomotriz (3) que produz 0 flUxX0 Znax & igual a Nl: logo: NI, + NI, = NI, mas I, =, pois as bobinas si idé nticaslogo NI = NI, e NI=Rb, portanto. [=1,=484 3.6.2 O transformador - principios de funcionamento Conhecidos os principios de indugao de tensdo elétrica, toma-se possivel entender 0 funcionamento de um dos mais populares dispositivos elétricos: o transformador. Um transformador de dois enrolamentos pode ser visto na figura 3.12 seguinte: NI Nz 4 Figura 3.12 - Transformador Aplicando-se uma tensao senoidal no enrolamento, de Ny espiras (aqui denominado enrolamento primario) e admitindo que o material ferromagnético tem permeabilidade infinita, pode-se afirmar que’ te 4A IN Gs Nesta condigao, a bobina secundaria (conectada a carga) também esta submetida a um campo magnético, que varia senoidalmente com o tempo e cujo fluxo maximo € Znax Assim’ 2g =4AFIN Drug A relago entre tensdes de enrolamento secundério e primario seré: Ey Ns Ny & denominada: relagao de transformagao. Admitindo que nao hé perdas no ferro, nem perdas Joule nos enrolamentos, entéo a poténcia de entrada no transformador é igual a de saida, ou seja: Ey Iy=E2 lo, ou seja, Pode-se notar que o transformador 6 um dispositivo ideal para elevar tensées (a>1), ou para medigao de correntes elevadas (a<1), ou mesmo para isolar circuitos (a=1) em corrente alternada, 25

You might also like