Com a disponibilidade de novas Tecnologias da Informação e Comunicação
(TICs), as pessoas modificaram a maneira de se relacionar em sociedade e no trabalho, bem como a maneira de se comunicar, aprender e adquirir informação e conhecimento. Nesse sentido, a internet e as tecnologias digitais têm proporcionado possibilidades e desafios para as instituições de ensino.
Por meio da internet, os estudantes têm acesso rápido a conteúdo que
anteriormente somente poderia ser obtido com o auxílio do professor. Nesse sentido, perde valor a tradição do professor abordar o conteúdo esperando que o estudante se comporte passivamente, apenas como ouvinte e memorizador de informações. Portanto, as aulas tradicionais, com base na transmissão de conteúdo, devem ser substituídas por atividades que ajudem o estudante a construir o conhecimento a partir da interação com os colegas, com o professor e com o próprio conteúdo.
A mediação pedagógica é a atitude e o comportamento do professor ao
apresentar e tratar um conteúdo (assunto ou tema) que auxiliam o estudante a compreender e lidar com as informações até produzir conhecimento e mesmo interferir em sua realidade.
A mediação pedagógica requer um mediador (professor) que promova
práticas pedagógicas que contribuam para a aprendizagem do mediado (estudante). O processo de mediação é realizado por meio do diálogo, do estímulo, da orientação, e da realização de atividades que envolvam interação, problematização, pesquisa, tomada de decisão e resolução de problemas.
Na mediação pedagógica, o professor possibilita aos estudantes o contato
com o objeto de conhecimento, ajudando-os a adquirir o conhecimento científico a partir de provocações, perguntas sugestivas, diálogo, interação, colaboração e troca de experiências que impliquem a reconstrução de conceitos. Possivelmente, o conteúdo (objeto de conhecimento) está disponível na internet, mas somente será realmente compreendido se o estudante interagir com as suas diversas formas ou representações, principalmente por meio de relações interpessoais, isto é, por meio de diálogos sobre o conteúdo com o seu professor, colegas e com outras pessoas.
O papel do professor na mediação pedagógica não é o de saber tudo o que
existe sobre um assunto antes do estudante, mas estar aberto para aprender também com as novas informações descobertas pelo estudante. Além disso, o seu papel também é estar em condições de discutir e debater as informações com o estudante, bem como ajudá-lo a desenvolver sua criticidade diante do que venha a encontrar. Assim, o professor não deverá considerar incomum se, por acaso, o estudante chegar a dados ou informações que o próprio professor ainda não tenha conhecimento. O esquema a seguir representa muito bem o cenário que envolve a mediação pedagógica. No processo de mediação mostrado nesse esquema, destaca-se a interação social entre estudante, conteúdo e professor.
O psicólogo Vygotsky defendia a ideia de que os indivíduos compreendem a
sua realidade humana e social e nela passam a interferir a partir das relações que estabelecem com o meio e com as pessoas. Desse modo, percebe-se que a aprendizagem significativa (na teoria vygotskyana) exigirá uma postura bastante ativa tanto por parte do professor (mediador) quanto do estudante (mediado).
Texto adaptado de:
BALDISSERA, L. F; MACHADO, M. F. R. C. Mediações pedagógicas e
metodologias ativas no contexto da educação profissional e tecnológica. Curitiba: Instituto Federal do Paraná, 2020.
RIGO, R. M. Mediação pedagógica em ambientes virtuais de aprendizagem.
In: REUNIÃO CIENTÍFICA REGIONAL SUL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO, 10., 2014, Florianópolis. Anais [...]. Florianópolis: UDESC, 2014. p. 1-16.