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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FRAGRENM

MARIZA CAMILO UAITE

DIREITO DO AMBIENTE E A POLUIÇÃO

TETE

2020
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FAGRENM

CURSO DE DIREITO

MARIZA CAMILO UAITE

DIREITO DO AMBIENTE E A POLUIÇÃO

Trabalho de carácter avaliativo da cadeira de


Direito do Ambiente, curso de Direito, 2º
ano. Turma Única, Leccionada pelo Docente:
dra Femida.

TETE

2020
Índice
Introdução ......................................................................................................................... 3

1.Direito do Ambiente e Poluição .................................................................................... 4

1.1 Conceitos Preliminares ............................................................................................... 4

2. Direito do Ambiente ..................................................................................................... 4

2.1. Definição ................................................................................................................... 4

2.2. Objecto do Direito do ambiente: ............................................................................... 4

2.3. Objectivos do Direito do ambiente ............................................................................ 5

2.4. Características do Direito do Ambiente: ................................................................... 5

2.5. Subespécies do Direito do Ambiente......................................................................... 6

2.5.1 Direito de conservação e prevenção da natureza como uma subespécie do Direito


do Ambiente ..................................................................................................................... 6

2.5.2 O Direito das Águas ................................................................................................ 7

2.5.3 Direito do Património Cultural ................................................................................ 8

2.5.4. O Direito dos Resíduos Sólidos .............................................................................. 8

3. Poluição ........................................................................................................................ 9

3.1 Conceito ...................................................................................................................... 9

3.2 Tipos de Poluição ..................................................................................................... 10

3.2.1 Poluição da água .................................................................................................... 10

3.2.2 Poluição do ar ........................................................................................................ 10

3.2.3. Poluição Térmica .................................................................................................. 11

3.2.4. Poluição Sonora .................................................................................................... 11

3.4 Consequências da Poluição ...................................................................................... 12

3.4.1 Poluição e a biodiversidade ................................................................................... 12

3.4.2 Poluição do ar e chuva ácida ................................................................................. 12

3.4.3 Poluição e a cadeia alimentar ................................................................................ 13

Conclusão ....................................................................................................................... 14

1
Bibliografia ..................................................................................................................... 15

2
Introdução
O presente trabalho da cadeira de Direito do ambiente intitulado Direito do
ambiente e a poluição visa fazer uma análise sintética e esgotada em torno do tema
supracitado, mas antes de mais convém ter presente que é sistema de normas jurídicas
que, tendo em vista as relações do homem com o meio, prossegue os objectivos de
conservação da natureza, manutenção dos equilíbrios ecológicos, salvaguarda do
património genético, protecção aos recursos naturais e combate às diversas formas de
poluição.

Poluição é qualquer alteração provocada no meio ambiente, que pode ser um


ecossistema natural ou agrário, um sistema urbano ou até mesmo em microescala. A
poluição que provoca alterações no meio ambiente é chamada de poluição ambiental. O
termo poluição deriva do latim poluere, que significa “sujar”. A poluição pode causar
alterações das proporções ou das características de um dos elementos que formam o
próprio meio ambiente. É o caso do aumento da concentração do dióxido de carbono ou
gás carbónico naturalmente presente na atmosfera. A poluição pode ser resultado da
introdução de substâncias naturais, porém estranhas a determinados ecossistemas. É o
caso do despejo de matéria orgânica no leito de um rio ou do derrame de petróleo bruto
no mar.

Objectivo Geral:

 Analisar o Direito do ambiente e a poluição.

Objectivos específicos:

 Analisar o conceito e origem do Direito do ambiente;


 Analisar as subspecies do direito do ambiente;
 Trazer o regime juridico do Direito ambiente;
 Trazer o conceito e tipos de poluicao.

Quanto aos métodos usados na pesquisa é o método dedutivo, uma vez que visa
descobrir conhecimentos particulares através do conhecimento geral, pois é um
processo de análise de informação que nos leva a uma conclusão.

3
1.Direito do Ambiente e Poluição

1.1 Conceitos Preliminares


Direito – Conjunto de normas jurídicas passiveis do uso da forca quando
necessário e possível.

Ambiente – o meio ambiente é a composição dos elementos abióticos e bióticos.

Poluição - constitui a introdução pelo homem, directa ou indirectamente, de


substâncias ou energia no ambiente, provocando um efeito negativo no seu equilíbrio,
causando assim danos à saúde humana, aos seres vivos e aos ecossistemas.

2. Direito do Ambiente

2.1. Definição
Para José Pereira Reis, é sistema de normas jurídicas que, tendo em vista as
relações do homem com o meio, prossegue os objectivos de conservação da natureza,
manutenção dos equilíbrios ecológicos, salvaguarda do património genético, protecção
aos recursos naturais e combate às diversas formas de poluição.1

Edis Milaré, complexo de princípios e de normas coercivas reguladoras das


actividades humanas que, directa ou indirectamente, possam afectar a sanidade do
ambiente em sal dimensão global, visando à sua sustentabilidade para as presentes e
futuras gerações.2

2.2. Objecto do Direito do ambiente:


Em primeira instância o objecto do Direito ambiental é a garantia da vida
humana e subsidiariamente a garantia a todas as formas de vida.3

Actualmente o Direito Ambiental evoluiu de tal modo a garantir protecção à


vida em todas as suas formas, como também, no intuito de efectivamente proteger

1
SERRA, & Cunha, Manual do Direito do Ambiente, 2a edição, Maputo, 2008, Pp.26.
2
Ob. Cit, p. 27.
3
REDINHA, António Simões, Direito Administrativo do Ambiente, Lisboa, 1994, p. 350

4
outras formas de vida, tornando o Direito Ambiental como instrumento de protecção à
vida latu sensu; sendo, portanto, seu objecto, a vida em toda sua extensão.

Logo, o objecto do Direito Ambiental se divide na fixação do bem a ser


protegido (a vida) e o estabelecimento de regimes de utilização saudável dos recursos.

2.3. Objectivos do Direito do ambiente


Estabelecer um regime jurídico que assente na política de desenvolvimento
sustentável, tendo presente, por um lado, as necessidades de protecção e conservação do
ambiente, estabelecendo-se um quadro legal que previna e combata os danos ambientais
sérios e irreversíveis.4

As necessidades de desenvolvimento económico nos inúmeros Estados e


regiões. Relação entre o Homem e a Natureza, baseada nos postulados da ética, da
racionalidade, do equilíbrio, da sustentabilidade e da equidade

2.4. Características do Direito do Ambiente:


Globalidade ou universalidade: O Direito do ambiente é um direito global ou
universalista, isto porque, ultrapassa em larga medida, a visão local ou regional. Grande
parte dos problemas ambientais tem um impacto que transborda o local da sua
ocorrência, não podendo jamais ser encarados numa mera óptica casuística ou
isolacionista.5

Autonomia: O Direito do ambiente é um direito autónomo, isto por que possui o


seu próprio regime jurídico, objectivos, princípios, sistema internacional do meio
ambiente. Contudo ele não é autónomo em relação aos demais ramos do direito, mesmo
porque eles também não são. Há sim uma constante simbiose e muitos conceitos são
extraídos dos diversos ramos do direito, adaptando-se ao Direito Ambiental.

Interdisciplinaridade: O Direito Ambiente apela aos conhecimentos das


restantes ciências sociais e das ciências naturais. Esta fortemente associado às mais
diversas áreas do saber, tais como: economia, sociologia, geografia, demografia,
química, biologia, ecologia, etc.

4
REDINHA, António Simões, Direito Administrativo do Ambiente, Lisboa, 1994, p. 350
5
SERRA, Manuel Carlos; CUNHA, Fernando, Direito do Ambiente, 2ª edição, Maputo, 2008, p. 277

5
Horizontalidade ou Transversalidade: Traduz-se na importância dos
conceitos, meios, institutos e instrumentos dos diferentes ramos clássicos do direito
na ordenação jurídica do ambiente. Dai que a doutrina tenha identificado e desenvolvido
diversos capítulos do direito do ambiente, tais como: o direito constitucional do
ambiente, o direito penal do ambiente, direito fiscal do ambiente, etc. portanto é um
direito que apela ao conhecimento de quase todos os ramos clássicos, exigindo do
interprete e aplicador a percepção de tal horizontalidade.6

2.5. Subespécies do Direito do Ambiente


Destacam-se alguns das principais subespécies do Direito do Ambiente
reconhecidas pela doutrina as seguintes:7

2.5.1 Direito de conservação e prevenção da natureza como uma subespécie do


Direito do Ambiente
É assim entendido como Direito Especial do Ambiente ou Direito Ambiental
Especial, segundo Fernando Condesso. O Direito Protecção e Conservação da Natureza
é, portanto, um direito com princípios e normas muito específicas, em virtude da
essência peculiar do interesse geral de protecção e conservação dos componentes
florestas e fauna bravia e ainda, note-se, os respectivos ecossistemas e habitats.8

Nele é possível encontrar diversas subdivisões, se assim lhes podemos chamar,


em função das necessidades específicas de protecção dos diferentes objectos: direito dos
habitats; direito das zonas húmidas; direito sobre espécies selvagens; direito sobre
espécies não indígenas; direito da protecção dos animais em vias de extinção; o direito
de caça e de pesca; as normas referentes aos jardins zoológicos; as normas referentes as
experienciam em animais.

O direito de Protecção e Conservação da Natureza visa essencialmente a


protecção de dois objectivos fundamentais:

Estabelecimento de um regime de protecção dos componentes ambientais flora e


fauna bravia e respectivos ecossistemas e habitats, através da criação de zonas de
protecção, da fixação de limites totais ou absolutos ao uso e aproveitamento de
6
REDINHA, António Simões, Direito Administrativo do Ambiente, Lisboa, 1994, p. 350
7
SERRA, Manuel Carlos; CUNHA, Fernando, Direito do Ambiente, 2ª edição, Maputo, 2008, p. 277
8
SERRA, Manuel Carlos; CUNHA, ob. Cit.

6
determinadas espécies de flora ou fauna, da criação de obrigações específicas de
promover o repovoamento de espécies em determinadas áreas, etc.

Definição dos princípios, regras, procedimentos e requisitos para o uso e


aproveitamento dos componentes floresta e fauna bravia, segundo uma via
fundamentalmente conservacionista, isto é, que permita a utilização regrada ou
sustentada destes componentes, com vista a satisfazer as necessidades humanas.9

Para que o uso da água pelos múltiplos interessados não prejudique as


necessidades de alguns, torna-se indispensável criar mecanismos conducentes à sua
distribuição ou fornecimento na medida das necessidades de cada um. Esta é portanto, a
finalidade central da Lei de Aguas, a qual, desde já se assinala, não pretende
regulamentar exaustivamente o problema da planificação, gestão e utilização dos
recursos hídricos, mas sim estabelecer as bases fundamentais para uma abordagem
correcta, bem como para a resolução da problemática 10

2.5.2 O Direito das Águas


Possui, em termos doutrinais e legais, alguns princípios específicos que
passamos a referir: principio dos usos múltiplos e do uso integrado: significa que se
deve racionalizar e optimizar ao máximo o aproveitamento dos recursos hídricos, tendo
presentes os vários usos possíveis, bem como as necessidades diferenciadas existentes.
Deve-se assim, prosseguir uma política de reutilização de cada recurso hídrico, com
preocupação especial pelos factores qualidade e quantidade das águas.

O princípio da prioridade do uso e aproveitamento dos recursos hídricos para


consumo humano e satisfação das necessidades humanas sobre os demais usos,
substanciado no art. 26 da Lei de Águas. Este princípio é reconhecido no ordenamento
jurídico moçambicano, tendo em conta que a maioria da população moçambicana não
tem acesso imediato a água potável.

O princípio da unidade de coerência de gestão das bacias hidrográficas e dos


aquíferos subterrâneos. consagrado na alínea a) do número 1 do artigo 7, que determina
essencialmente que toda a gestão dos recursos hídricos se faça de acordo com as
chamadas unidades básicas naturais o que pressupõe necessariamente regular as

9
SERRA, Manuel Carlos; CUNHA, Fernando, Direito do Ambiente, 2ª edição, Maputo, 2008, p. 277.
10
REDINHA, António Simões, Direito Administrativo do Ambiente, Lisboa, 1994, p. 350

7
fronteiras administrativas internas e internacionais para o segundo plano, pois os
problemas inerentes a gestão dos recursos hídricos são os mesmos dos restantes países e
que a mesma bacia hídrica pode ser partilhada por diversos países.

2.5.3 Direito do Património Cultural


O direito do património cultural traduz-se na existência de uma dimensão
cultural na perspectiva ambiental bem como em uma dimensão ambiental na perspectiva
cultural.

Nesta senda, José Casalta, citado por Carlos Cerra, define o direito de
património cultural como conjunto de normas de direito público que estabelecem o
regime de protecção dos bens culturais.

Em Moçambique a inserção do direito do património cultural insere-se na noção


ampla da ambiente prevista no número 2 do artigo 1 da lei do ambiente. Decorre
igualmente do preceituado no artigo 11 do mesmo dispositivo legal.11

Para além da lei do ambiente o direito do património cultural é também é


tutelado pela lei número 10/88 de 22 de Dezembro, Lei do património cultural.

2.5.4. O Direito dos Resíduos Sólidos


Este direito não assenta no uso e aproveitamento de um determinado
componente ambiental, que importa proteger e conservar, mas sim, e na problemática da
gestão dos resíduos decorrentes da multiplicidade e diversidade das actividades
humanas.

No ordenamento jurídico moçambicano, há que atender ao Regulamento sobre a


Gestão de Resíduos, aprovado pelo Decreto, no 13/2006 de 15 de Junho, que embora
esteja longe da perfeição em termos técnico-jurídicos, consagra alguns aspectos
importantes dignos de para o estudo do Direito dos resíduos. Este direito possui um
quadro significativo de princípios ao nível da legislação internacional de diversos
Estados, bem como na doutrina, dos quais evidenciamos os seguintes:

O princípio dos 3R (definição de um quadro jurídico dirigido à redução,


reutilização e reciclagem dos Resíduos sólidos urbanos (RSU), devendo para o efeito,

11
REDINHA, António Simões, Direito Administrativo do Ambiente, Lisboa, 1994, p. 353.

8
ser gradualmente adoptadas as medidas administrativas, fiscais e legais que se
revelarem necessárias e adequadas).

Princípio da responsabilidade do produtor (o produtor público e privado de


Resíduos sólidos urbanos (RSU), é responsável pela respectiva recolha, transporte,
tratamento e destino final).

Define-se o Direito de Resíduos como conjunto de princípios e normas jurídicas


visando a definição e regulamentação de um sistema de gestão de resíduos, que integre
todos os procedimentos viáveis com vista a assegurar um gestão ambientalmente
segura.12

3. Poluição

3.1 Conceito
Poluição é qualquer alteração provocada no meio ambiente, que pode ser um
ecossistema natural ou agrário, um sistema urbano ou até mesmo em microescala. A
poluição que provoca alterações no meio ambiente é chamada de poluição ambiental.

O termo poluição deriva do latim poluere, que significa “sujar”. A poluição


pode causar alterações das proporções ou das características de um dos elementos que
formam o próprio meio ambiente. É o caso do aumento da concentração do dióxido de
carbono ou gás carbónico naturalmente presente na atmosfera. A poluição pode ser
resultado da introdução de substâncias naturais, porém estranhas a determinados
ecossistemas. É o caso do despejo de matéria orgânica no leito de um rio ou do derrame
de petróleo bruto no mar.

A poluição pode ser causada pela introdução de substâncias artificiais e,


portanto, estranhas a qualquer ecossistema. Por exemplo: a deposição de agro-tóxicos e
de recipientes plásticos no solo e nas águas, o lançamento de elementos radiactivos
artificiais na atmosfera, no solo e nas águas.

12
REDINHA, António Simões, Direito Administrativo do Ambiente, Lisboa, 1994, p. 355.

9
3.2 Tipos de Poluição
Existem diferentes tipos de poluição: do solo, da água, do ar, térmica e
radioactiva. Existem também as poluições urbanas, como a sonora e a visual. A
poluição do solo acontece quando são depositados nele produtos químicos (como
fertilizantes e pesticidas), resíduos de lixo ou de esgoto que alteram o seu estado
original. O lixo jogado directamente no solo e o lixo de resíduos domésticos que é
despejado em locais inadequados é um dos maiores causadores da poluição do solo.13

A poluição e a contaminação do solo podem tornar a terra improdutiva para


plantio e também podem gerar riscos para a saúde das pessoas. A contaminação
acontece porque o lixo que é depositado no solo, depois do processo de decomposição,
altera as condições de vida de bactérias, fungos e vermes que são responsáveis pela
manutenção do equilíbrio do ecossistema do lugar.14

3.2.1 Poluição da água


Da mesma forma como acontece com o solo, a poluição da água também é
causada pelo despejo de lixo, esgotos e de produtos químicos nos mares, oceanos, lagos
e rios. Os resíduos domésticos, agrícolas e industriais são os maiores responsáveis pela
poluição da água.15

A água poluída perde a qualidade e pode causar problemas de saúde e aumentar


a contaminação por diversas doenças, principalmente infecções. Outra consequência da
poluição da água é a alteração do meio ambiente em que vivem os animais marinhos,
podendo causar um desequilíbrio que altera as condições de vida e causa a morte de
animais. A poluição da água também pode causar o crescimento em excesso das
cianobactérias, que aumenta o crescimento de algas na superfície da água. Esse
fenómeno, chamado de eutrofização, dificulta a entrada de luz e de oxigénio nas águas e
pode causar a mortalidade de animais marinhos.

3.2.2 Poluição do ar
A poluição do ar, também chamada de poluição atmosférica, acontece
principalmente pela emissão de gases poluidores, restos de queima industrial e pelo uso

13
REDINHA, António Simões, Direito Administrativo do Ambiente, Lisboa, 1994, p. 355.
14
Ob cit. p. 356.
15
Ob. Cit. p. 356.

10
de produtos aerossóis. O resíduo da queima do combustível (monóxido de carbono) dos
carros é um dos grandes causadores da poluição do ar nas grandes cidades. Alguns
factores naturais também influenciam na poluição do ar, como o gás metano que resulta
do processo digestivo de animais e o resíduo de queima de vulcões em actividade.

Os impactos ambientais da poluição atmosférica são: aumento de chuvas ácidas,


prejuízos ao ecossistema em geral e o aumento do aquecimento global, que eleva a
temperatura de maneira globalizada.

Para as pessoas que vivem em cidades com alto índice de poluição do ar as


consequências são a piora de problemas respiratórios em geral, como sinusite, rinite e
bronquite. A poluição atmosférica é medida pelo índice de qualidade do ar (IQA). Esse
índice verifica se a poluição do ar de um determinado local está em níveis aceitáveis ou
não.

3.2.3. Poluição Térmica


A poluição térmica é o aumento da temperatura da água e do ar. O aquecimento
da água acontece principalmente nas usinas hidreléctricas. O aquecimento global
também tem influência sobre o aumento da poluição térmica.

Esse tipo de poluição não é tão conhecido como as outras, mas é igualmente
prejudicial ao meio ambiente. A consequência mais grave da poluição térmica é que a
água das usinas altera a temperatura dos mares e oceanos, o que pode causar o
desequilíbrio do ecossistema aquático. O desequilíbrio pode causar alterações na vida
dos animais aquáticos e das outras formas de vida do ecossistema.16

3.2.4. Poluição Sonora


A poluição sonora é caracterizada pelo excesso de sons, quando considerado o
nível de ruído saudável a que uma pessoa pode ser exposta. A poluição sonora é
considerada um problema muito comum em grandes cidades, em razão do trânsito, de
obras, de casas nocturnas e de qualquer outro barulho que faça parte da rotina de
cidades, principalmente as mais movimentadas. Além de causar danos aos seres
humanos, a poluição sonora também pode trazer prejuízos ao meio ambiente,
principalmente aos animais. Para as pessoas as consequências mais comuns são a

16
REDINHA, António Simões, Direito Administrativo do Ambiente, Lisboa, 1994, p. 358.

11
irritabilidade, alterações no sono, stress, alterações de humor e problemas cardíacos. Em
alguns casos mais graves a poluição sonora pode levar à surdez. A poluição sonora é
medida em decibéis, que indicam a frequência do som emitido.17

3.4 Consequências da Poluição

3.4.1 Poluição e a biodiversidade


A poluição é uma das principais ameaças à biodiversidade, ou seja, à grande
variedade de vida que sobrevive em diferentes ambientes, desde as profundezas dos
oceanos até os mais altos picos das montanhas.

A biodiversidade é responsável por garantir o equilíbrio dos ecossistemas do


mundo. O ecossistema é o conjunto dos seres vivos e dos factores ambientais de uma
determinada área que interagem em equilíbrio, realizando trocas de energia e de
matéria.

Portanto, a poluição é um risco para os sistemas naturais, é um risco para o


equilíbrio entre plantas, animais, clima e solo.

3.4.2 Poluição do ar e chuva ácida


O fenómeno das chuvas ácidas é resultado da elevação exagerada dos níveis de
acidez da atmosfera, em consequência do lançamento de poluentes produzidos pelas
actividades humanas. Embora as chuvas, mesmo em ambientes não poluídos sejam
sempre ácidas, a elevação dessa acidez causada pela emissão de poluentes das
indústrias, dos transportes e de outras fontes de combustão, resulta na concentração de
ácidos com elevada capacidade de corrosão, destruindo além de vários ecossistemas,
importantes monumentos da história humana.18

17
REDINHA, António Simões, Direito Administrativo do Ambiente, Lisboa, 1994, p. 360.
18
ARAGÃO, Alexandra, Direito Ambiental Principio do Poluidor Pagador, 2a edição, Coimbra editora,
2014, pag.382

12
3.4.3 Poluição e a cadeia alimentar
A cadeia alimentar é o conjunto de seres vivos que dependem uns dos outros
para sobrevivência na natureza. A poluição e a interferência do homem nos
ecossistemas transformam a natureza e causa alterações na cadeia alimentar, com a
extinção de espécies animais e vegetais, com a erosão do solo, queima das florestas, a
poluição do ar e poluição do solo e da água.19

19
ARAGÃO, Alexandra, Direito Ambiental Principio do Poluidor Pagador, 2a edição, Coimbra editora,
2014,pag. 376

13
Conclusão
Depois de Feito o trabalho conclui que para José Pereira Reis, é sistema de
normas jurídicas que, tendo em vista as relações do homem com o meio, prossegue os
objectivos de conservação da natureza, manutenção dos equilíbrios ecológicos,
salvaguarda do património genético, protecção aos recursos naturais e combate às
diversas formas de poluição.

Edis Milaré, complexo de princípios e de normas coercivas reguladoras das


actividades humanas que, directa ou indirectamente, possam afectar a sanidade do
ambiente em sal dimensão global, visando à sua sustentabilidade para as presentes e
futuras gerações. Estabelecimento de um regime de protecção dos componentes
ambientais flora e fauna bravia e respectivos ecossistemas e habitats, através da criação
de zonas de protecção, da fixação de limites totais ou absolutos ao uso e aproveitamento
de determinadas espécies de flora ou fauna, da criação de obrigações específicas de
promover o repovoamento de espécies em determinadas áreas.

14
Bibliografia
Doutrina:

CORSON, Walter. H, Manual Global de Ecologia, Editora Augustus,1996.

SERRA, & Cunha, Manual do Direito do Ambiente, 2a edição, Maputo, 2008,

MATALLO Jr, Heitor, Desertificação, editora UNESCO.

ARAGÃO, Alexandra, Direito Ambiental Principio do Poluidor Pagador, 2a edição,


Coimbra editora, 2014,

THORNES E HELLDÉN, Direito do Ambiente, 2005,


CONDESSO, FERNANDO DOS Reis, Direito do Ambiente, Livraria
Almedina,Coimbra,2001.

Legislação:
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Decreto-lei no 47 344 de 1997: aprova o código
civil, in Boletim da República.

15

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