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DIVISÃO DE ECONOMIA E GESTÃO

LICENCIATURA EM CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


DISCIPLINA: FINANÇAS PÚBLICAS
Ano: 4º / Semestre: 1º / Período: Laboral/ 4° Grupo

TESTE FINAL DE DIAGNOSTICO INDIVIDUAL

Estudante:
 Herminio Juvenal Júlio Campira

Tete, Outubro de 2021


Estudante:
 Herminio Juvenal Júlio Campira

TESTE FINAL DE DIAGNOSTICO INDIVIDUAL

Teste Final de Diagnostico, apresentado


na disciplina de Finanças Públicas, 4º
ano, 1º semestre, período laboral,
leccionado no Instituto Superior
Politécnico de Tete no âmbito do
cumprimento do requisito de obtenção de
notas de avaliação e assimilação do
conteúdo, sob orientação das instruções
do docente.

MSc. Jaime Gany

Tete, Outubro de 2021


1. Aponte e explique as funções do sector público na economia.
As funções do sector público na economia são Locativas, distributivas e estabilizadoras.
 Funções locativas – processo pelo qual o governo divide os recursos para utilização no
sector público e privado, oferecendo bens públicos, semipúblicos ou meritórios, como
rodovias, segurança, educação, saúde, dentre outros, aos cidadãos.
Um exemplo da função a locativa é quando o governo executa obras que beneficiarão a
população, como a transposição do Rio Samora Machel que, apesar dos impactos ambientais e
sociais para parte da população nordestina, o discurso oficial é que essa obra implicará em
aumento do bem-estar da população que desfrutará de água e viverá com mais dinheiro e
saúde.
 Função distributiva – refere-se a distribuição por parte do governo, de rendas e riquezas
buscando assegurar uma adequação àquilo que a sociedade considera justo, tal como a
destinação de parte dos recursos provenientes de tributação ao serviço público de saúde,
serviço por essência mais utilizado por indivíduos de menor renda.
Um exemplo a adopção de políticas de transferência de renda em favor de populações mais
carentes é um instrumento para que o Estado cumpra sua função distributiva. Por exemplo,
recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e do Fundo de Participação dos
Estados (FPE) e o Programa Bolsa Família.
 Função estabilizadora – refere-se a aplicação das diversas políticas económicas, pelo
governo, a fim de promover o emprego, o desenvolvimento e a estabilidade, diante da
incapacidade do mercado em assegurar o tingimento desses objectivos.
Por exemplo, podemos citar as políticas económicas adoptadas pelo governo para controlar a
subida ou decida do preço num determinado país.

A afectação de recursos (os bens públicos) constitui a função clássica do orçamento,


enquanto as restantes duas são mais recentes e têm directamente que ver com uma concepção
mais intervencionista ou funcional da administração financeira.
A construção de uma Escola ou uma Ponte (bem público) pode simultâneamente contribuir
para a criação de emprego (estabilização) e uma melhoria das condições de vida dos
trabalhadores neles envolvidos (Alívio da Pobreza).
Um aumento das despesas com a saúde e a educação pode ter por detrás objectivos
redistributivos, mas tem igualmente um impacto directo na afectação de recursos e pode
traduzir-se num aumento da inflação.

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2. Apresente os argumentos desenvolvidos por Brennan e Buchanam para a defesa da
criação de restrições de natureza constitucional e explique em que sentido se pode falar
de finanças públicas modernas.
Segundo (Brennan e Buchanan), retomaram que a ideia de um estado sem restrições,
modelizado como se fosse uma agência monopolista, que pretendesse apenas satisfazer os
seus interesses, nomeadamente através de um aumento de imposto.

Nesta fase as suas ideias concentravam se no Fracasso do Mercado e no Fracasso do


Governo, os seus argumentos que desenvolvem pode ser apresentados do seguinte modo:
 O facto de haver fracassos de mercados não significa que o estado seja capaz de
superar esses fracassos.
 Há que estudar os fracassos do governo e compara-los com os do mercado.

Dentro dos fracassos do governo salientam os seguintes:


 A medida que os governos pretendem considerar situações específicas dos agentes
económicos, através de benefícios fiscais e tratamento diferenciado dos agentes,
aumenta drasticamente a quantidade de agentes que procuram favorecimentos
especiais;
 Os executivos têm menor informação sobre a eficácia da utilização dos recursos
públicos do que a administração que supostamente contratam;
 As decisões políticas estão sujeita aos ciclos eleitorais;
 Só os adultos da geração presente é que votam, pode haver uma tendência endêmica
dos regimes democráticos para produzirem défices que serão soldados por gerações
futuras.

As finanças públicas modernas perante o seu sentido de a entender alguns modelos obtido a
partir da realidade dos diferentes países, não se pode chegar a nenhuma conclusão dada a
diversidade existente mesmo no grupo restrito dos países mais desenvolvidos. Contudo
enquanto o tipo ideal e possível identificar o que elas devem ser sobre tudo considerados
alguns elementos.
As finanças modernas têm um misto de algumas características do modelo intervencionista e
do modelo do constitucionalismo financeiro.

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Características
 As finanças públicas modernas devem ser sustentadas. Isto significa que os défices
públicos e as dívidas públicas são controlados de forma a manterem a estabilidade
inter-temporal.
 As despesas correntes são financiadas por imposto, enquanto a parte despesas de
capital são financiadas pelo recurso ao endividamento.

3. Explique em que consistem os dois teoremas fundamentais da economia de bem-


estar.
O Primeiro Teorema Da Economia Do Bem-estar, a economia ou teoria do bem-estar
assenta numa visão do equilíbrio geral associada ao conceito de "mão invisível". Este
conceito ou teoria, apresentado por Adam Smith, preconiza que, num contexto de mercado
sem qualquer tipo de restrição, a prossecução do interesse próprio por parte de cada indivíduo
resulta no benefício de todos os participantes, como se uma "mão invisível" zelasse por essa
situação.
Ao conceito de "mão invisível corresponde" o teorema fundamental da economia do bem-
estar. Por outras palavras, numa situação de concorrência, o equilíbrio dos mercados constitui
um óptimo de Pareto, ou seja, uma situação em que não há incentivo para que as partes
envolvidas alterem as suas posições, pelo que o bem-estar dos consumidores é máximo.
O 1º Teorema do Bem-Estar Garante apenas que Equilíbrios de Concorrência perfeita são
eficientes, podendo ser ou não socialmente justos. Equilíbrio concorrencial tende a Eficiência
Pareto.
Os agentes tendem sempre a maximizar o seu bem-estar (a “mão-invisível” de Adam Smith),
caso contrário estamos perante uma externalidade, podendo não se atingir um equilíbrio
eficiente à Pareto. (Exemplo: quando um agente A, se preocupa com o consumo do agente B);
Agentes comportam-se competitivamente;
O 1º Teorema do Bem-Estar só é relevante em equilíbrio competitivo, ou seja, quando os
agentes são muito pequenos em relação ao mercado. Sendo um problema que envolve muitas
pessoas, é importante para os agentes (que actuam num mercado competitivo), saberem os
preços para tomarem as suas decisões de consumo. Para a tomada de decisão de “o que
consumir”, a única informação que o agente necessita, são os preços.

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O Segundo Teorema Da Economia Do Bem-estar toma em consideração a questão da
equidade e dos níveis de rendimento dos consumidores.
Segundo Napoleoni (1979), as teorias económicas constituídas após 1900 focaram em dois
caminhos distintos, um na continuidade e aprofundamento da teoria do equilíbrio e outro na
constituição teórica embasada nas críticas a ela.
É possível caracterizar as duas teorias de Ecónomia do bem-estar como a “antiga”, de Pigou,
e a “nova”, de Pareto (SAMUELSON, 1983).
A corrente de Pigou Entende que o Objetivo da Economia é maximizar o valor real da renda
social com o estabelecimento de uma correlação direta entre bem-estar económico e bem-
estar social. Já, a “Nova” Economia do bem-estar caracteriza-se pelo interesse nas questões de
produção e troca, sem formular suposições sobre comparações interpessoais de utilidade e
defende a isenção de questões éticas no estudo da Ciência Econômica (HICKS, 1939).
O 2º Teorema de Bem-Estar diz que sob determinadas condições, qualquer ponto eficiente à
Pareto pode ser um equilíbrio competitivo. Os problemas de distribuição (equidade) e
eficiência podem ser separados.
Podemos redistribuir as dotações de bens para determinar quanta riqueza os agentes têm e
então usar os preços para indicar a escassez relativa. O Estado pode redistribuir as dotações
através de impostos.
Se o Estado taxar consoante as escolhas do consumidor, então poderão obter-se resultados
ineficientes, uma vez que o imposto vai afectar as escolhas marginais dos consumidores.
O 2º Teorema dá a ideia que sem mexer nos preços (ou seja, mantendo o declive da R.O.)
podemos redistribuir as dotações que vamos obter sempre o mesmo equilíbrio.

4. Opoente o principal objectivo da política orçamental.


A Política Orçamental tem como principal objetivo facilitar e incentivar o bom desempenho
da economia para atingir níveis aceitáveis e sustentados de crescimento económico, uma
baixa taxa de inflação e bons níveis de desemprego, entre outras variáveis. Igualmente,
também procura evitar flutuações na economia, adotando medidas de amortecimento e
acomodação de desvios conjunturais.
Segundo (Pereira et al.,2012), quanto ao objectivo da política orçamental, a política
orçamental reside na tentativa de influenciar o nível de actividade económica e a forma de
distribuição da riqueza pelos agentes económicos, em particular os consumidores.

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Segundos (RESENDE, 2001) – os objectivos primordiais da política orçamental são:
 Acelerar o crescimento econômico
 Equilíbrio orçamentário;
 O pleno emprego de todos os recursos produtivos da sociedade tanto de capital
humano como de material;
 Redistribuição de renda.

A política orçamental pode ser decomposta em duas componentes, designadamente:


A política orçamental discricionária reflecte as alterações deliberadas na condução da
política orçamental distinguindo-se do funcionamento dos estabilizadores automáticos.
Diminuições de receitas e /ou aumentos de despesa dignam-se de impulso orçamental e o
inverso por consolidação orçamental.
Esta componente pode ser medida através da variação do saldo primário estrutural embora
com limitações, pois este indicador pode ser influenciado por outros factores.
A política orçamental discricionária consiste na adoção de medidas com vista à expansão
económica, as quais levam por norma a aumentos dos gastos do governo, ou à redução dos
impostos, ou uma combinação de ambas por exemplo.
Por outro lado, a componente não discricionária da política orçamental é composta pelos
estabilizadores automáticos e pela rubrica dos juros a pagar sobre o saldo constante de dívida
pública, enquanto o saldo orçamental estrutural primário como já se referiu atrás, é entendido
como uma medida operacional das alterações discricionárias da política orçamental. Pelo
contrário, uma política orçamental contracionista ou não discricionária é apresentada quando
se tomam decisões para ter um gasto governamental reduzido, ou aumentar os impostos,
ou uma combinação de ambas, geralmente com o objetivo de controlar o défice e a despesa
pública, mas que podem levar à contração da economia

5. A dívida pública engloba o conjunto de títulos emitidos pelas administrações


públicas, no mercado de capitais, com vista a captação de recursos necessários para
financiar a existência de défices orçamentais.
a) Segundo a da Lei do SISTAFE a Divida Pública divide-se pode ser:

Dívida Pública Interna, aquela que é contraída pelo Estado com entidades de direito público
ou privado, com residência ou domiciliadas no País, e cujo pagamento é exigível dentro do
território nacional.
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Dívida Pública Externa, aquela que é contraída pelo Estado com outros Estados, organismos
internacionais ou outras entidades de direito público ou privado, com residência ou domicílio
fora do País, e cujo pagamento é exigível fora do território nacional.
Este tipo de dívida pública decorre de compromissos em longo prazo, garantido por títulos do
governo, que rendem juros e são amortizáveis ou resgatáveis. Efetuada através de contratos
financeiros possui pagamentos caracterizados em parcelas, que se constituem amortizações.

A dívida fundada interna é aquela que compreende empréstimos adquiridos através de títulos
emitidos pelo governo, tais como: obrigações do tesouro; notas promissórias do tesouro;
Letras do tesouro; etc. Já a dívida fundada externa é caracterizada pelos empréstimos
contratados no exterior, por intermédio de instituições financeiras internacionais.

Os principais instrumentos usados para a sua contracção são


a. As obrigações do tesouro;
b. Empréstimos obrigacionais, normalmente emitidos pelo Estado e transaccionados no
Mercado de capitais;
c. Destacam-se as obrigações do Tesouro com taxa fixa (OT), que podem ser emitidas com
prazos entre 1 e 30 anos e com ou sem cupão (cupão zero, ou seja, não pagam juros
durante o prazo do empréstimo);
d. As OT constituem aquilo que habitualmente se convenciona chamar como instrumentos
de financiamento de médio e longo prazo;
e. A colocação das OT em mercado primário pode ser feita, quer através de sindicatos
bancários, quer através da realização de leilões;
f. Os Bilhetes do Tesouro (BT), títulos de dívida pública, criados em 1985, são um
instrumento de financiamento de mais curto prazo;
g. As BT são colocadas no mercado, sendo reembolsáveis no vencimento pelo seu valor
nominal, Certificados de Aforro (CA);
h. As Obrigações do Tesouro-Fomento de Investimento Público (FIP) ou as Obrigações de
Tesouro-Crédito em sistema de leilão ao investimento público (CLIP).

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