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Dto.

Proc Civil III casos práticos resolvidos

Aula Prática 25/02/15 (Dr. Rui Pinto)


CASO PRÁTICO 1 Na sequência de um aparatoso acidente rodoviário, Amílcar e
Berto foram condenados pelo tribunal competente a ressarcir Celeste dos danos
patrimoniais e não patrimoniais resultantes do acidente que envolveu o automóvel
daqueles e a motorizada desta, de acordo com os valores que se viessem a apurar em
execução de sentença, atendendo à impossibilidade de calcular, desde logo e em termos
definitivos, os danos sofridos por Celeste. Munida da referida sentença, Celeste
pretende agora propor ação executiva para pagamento de quantia certa contra Amílcar e
Berto, apresentando, para tal, um requerimento executivo, no qual, após juntar os
valores que considera necessários para a liquidação da obrigação, conclui por um
pedido de 12.500,00 EUR. 1. Celeste tinha um título executivo? Analise a pretensão
desta, atendendo aos pressupostos de exequibilidade extrínseca e intrínseca. Factos: 1.
temos uma sentença condenatória. 2. a sentença não fixa o montante, apenas diz que
houve danos patrimoniais e não patrimoniais. 3. C dá entrada de uma ação executiva
apresentando como titulo executivo a sentença condenatória e conclui que o valor é de
12.500€. Resolução: 1º Titulo executivo: condição formal de excussão 2º Obrigação
certa exigível: condição material da execução 3º Legitimidade: credores e devedores
constam do titulo 4º Competência do tribunal: interna, em razão da hierarquia, forma do
processo, etc. ou internacional 5º Forma de processo.
Quanto ao titulo executivo 1º Pergunta Tinha Celeste Titulo executivo? Estamos perante
uma ação executiva, art. 10º, pois C pretende que a quantia apurada seja paga pelos
executados. O 703/1 c) diz que qualquer sentença condenatória é titulo executivo.
Qualquer decisão judicial que imponha um comando de atuação. Problema: Só a
sentença condenatória ou também a que reconhece um direito ou a sentença
constitutiva? Em principio só a sentença condenatória que impõem um comando de
atuação. Que é o caso. Mas o art. 704/5 diz-nos que se for uma sentença genérica, que o
tribunal ainda não condenou num valor concreto, ela não é titulo executivo, se não for
previamente liquidada. Assim, na verdade não é titulo executivo porque podendo ser,
703/1 a), a falta de prévio incidente de liquidação de sentença determina a inexequidade
do titulo, falta o quantum. Por regra, na ação declarativa e na executiva não se podem
fazer pedidos genéricos, incertos ou ilíquidos.
O pedido deve ser qualitativa e quantitativamente determinado. Um direito certo e
liquido. Quanto á exequibilidade intrínseca da sentença Intrínseca: exigível, certa e
liquida: é exigível: Para intentar uma ação de execução, declarar o valor da causa. A
ação executiva deve exequibilidade intrínseca e extrínseca, ou seja, a exigível, certa e
líquida, art.713, caso contrário não coerciva da prestação.
O requerimento executivo deve obedecer aos pressupostos de obrigação executada deve
ser é exigível proceder à realização
É certa: Quantia certa qualitativa: nestes caso o que se pede é que respeite a obrigação
pecuniária (em moeda), art. 550º e ss. Será que a sentença condenatória, por não ter um
valor liquido apurado constitui um titulo executivo? É liquida: segundo art. 609/2 parte
final, o tribunal condena no que deve ser liquidado sendo o que se depreende do texto
na parte em que diz “de acordo com os valores que se viessem a apurar em execução de
sentença”. Logo depreendemos que se trata de uma sentença genérica, possível através
do art. 556/1.
Excecionalmente, pode haver pedidos genéricos e ilíquidos nos casos específicos do
556. Inclusive a lei autoriza que o juiz condene de forma ilíquida, sem quantificar o
dano, numa condenação relativamente aberta, 609/2. Podemos chegar á ação executiva
com uma sentença condenatória genérica. Mas o 704/6 exige que se tenha que saber
qual é o valor para ser possível fazer penhoras. A lei prevê que a todo o tempo da ação
declarativa e mesmo depois do transito em julgado da sentença condenatória a lei prevê
um incidente que serve para liquidar a sentença – Incidente de Liquidação da sentença –
358. A todo o tempo, na ação declarativa, podemos fazer um pedido adicional
complementar, na posse de todos os documentos, concretizar o pedido. Inclusive é
possível, depois da sentença condenatória, pedir a reabertura da ação declarava para se
poder concretizar o pedido. A decisão de liquidação vai completar a decisão inicial, não
podendo revoga-la, 358/2 – incidente de liquidação póstumo. A lei quer que o calculo
seja feito no processo delativo e só depois disto é que temos verdadeiramente um titulo
executivo. Assim, Segundo art. 704/6 e 609/2, a doutrina diz que só haverá titulo
executivo após a liquidação em processo declarativo. O autor tem o ónus de deduzir o
processo declarativo através do Incidente de Liquidação. NOTA: A forma de processo
da sentença é o processo sumário. 2 situações: A - Sentença executiva que não deva ser
executada no próprio processo declativo: O 550/1 diz que poderá ser ordinária ou
sumaria. Segundo 550/2 a) parece ser forma sumaria.

Mas não é este o artigo que utilizamos porque diz “sentença que não deva ser executada
no próprio processo”. O tribunal competente para julgar este processo. 1ª situação:
Processo executivo decorre apenso ao processo declativo: O art. 85, diz que só os
tribunais 1ª instancia e os estaduais tem competência executiva. O tribunal competente
depende do titulo executivo. O art. 85 diz que em regra a ação executiva de sentença
deve ser colocada na comarca onde foi proferida a sentença. Se houver secção de
execução, vai para a respetiva seção. Se não houver secção de execução é o próprio
tribunal que tinha competência declarativa que vai executar a sua própria sentença. Na
maior parte do pais, como não há secções de execução é o tribunal que profere a ação
declarativa que executa a própria sentença (principio da coincidência entre competência
declativa e competência declativa). Assim, era competente o tribunal de 1ª instancia da
comarca onde tivesse sido proferida a decisão, 85. Assim, O art. 85 diz que a execução
de sentença decorre nos próprios autos da ação declativa. A ação executiva não é uma
ação á parte, decorre por apenso ao processo declativo, mesmo que haja um juízo de
execução, o que se faz é juntar o requerimento de execução de sentença em anexo ao
processo declativo e enviado para o juiz de execução. 2ª situação: Processo executivo
não decorre apenso ao processo declativo: O art. 550/2 a) diz que se aplica-se a forma
sumaria a sentença cuja execução não decorra dos próprios autos. Que é o oposto ao art.
85. B - Sentença executiva que é executada no próprio processo declativo: O art. 626/2
diz que, sem prejuízo do art. 550/3, o processo segue a forma sumaria. Exe. Se for
sentença estrangeira: forma sumaria, 550/2 a) Se for sentença do tribunal arbitral: forma
sumaria, 550/2 a) Se for sentença do tribunal estadual: forma sumaria, 626/2 Há expões,
Nos casos em que há intervenção de um juiz, não há forma sumaria, há uma garantia de
forma ordinária, 550/3. Em casos como incidente de liquidação, incidente de
acertamento da obrigação, incidente de comunicação da divida, execução contra o
fiador, segue sempre forma ordinária, mesmo que, em principio, devesse seguir forma
sumaria. O próprio 626/2 ressalva estas situações. Na forma sumaria: Aplicam-se os art.
855 e ss, vai diretamente para o agente de execução, não havendo em principio
despacho liminar do juiz. Quem faz o controlo do processo é o agente de execução Se o
AE verificar que não há titulo executivo deve remeter o caso ao juiz para que este
profira um despacho de indeferimento liminar. Concluindo: A competência e a forma de
processo é determinada pelo titulo executivo e pelo valor da divida.
Manteria a sua resposta se Amílcar e Bento tivessem interposto recurso da decisão
judicial (apelação)? O recurso de apelação de sentença condenatória tem ou não efeito
suspensivo da exequibilidade da sentença? O art. 704/1 – a sentença só constitui titulo
executivo depois de transito em julgado, salvo se recurso tem efeito meramente
devolutivo, ou seja se o recurso interposto não tiver efeito suspensivo da eficácia
material e condenatória. Porque se chama devolutivo? e 647 (efeito da apelação). A
apelação tem efeito meramente devolutivo, êxito nos casos presentes neste artigo. Em
Portugal temos um paradoxo, parecendo que em regra não se pode executar uma
sentença pendente de recurso, mas pode. Porque o recurso de apelação, salvo algumas
exceções, tem efeito meramente devolutivo, assim, a interposição da apelação não
suspende a exequibilidade. Quais são os casos em isto não se verifica? 647 e 704. Em
sede de recurso o recorrente (réu), provando que há o risco de prejuízo considerável,
pode dizer que se o autor avançar para a ação executiva, ele pretende prestar caução
para obter efeito suspensivo do recurso (ainda não esta na ação de excussão). Se o réu
não prestar caução, o credor ao avançar para a ação executiva, temos um titulo
executivo provisório. O art. 704 dá uma nova hipótese de escapatória à execução, pois
diz que, já em sede de execução (já com titulo executivo), podem os executados
oferecer para prestar caução e suspender a marcha do processo executivo. Se os
devedores nunca prestaram caução, por falta de dinheiro, não conseguindo suspender a
execução, o art. 704 diz que é uma execução provisória pendente de recurso, podendo ir
até ao STJ. Como a interposição de recurso tem efeito meramente devolutivo, a lei diz
que na ação executiva, uma decisão pendente de recurso, nenhum credor pode ser pago,
nem o credor executante, sem que por sua vez tenha prestado caução, 704/3. A caução
serve de garantia. Ex. ninguém consegue travar a execução, na penhora os bens já foram
vendidos e os credores pagos. Se o recurso der razão aos devedores, pode ser anulada a
venda executiva dos bens. Se depois da venda vier uma revogação da decisão
condenatória, 839/1 a), a caução prestada pelos credores pode servir para indemnizar o
devedor absolvido. Concluindo: REGIME PROVISORIO DE SENTENÇA constitui
titulo executivo a sentença pendente de recurso. Porque o recurso tem efeito meramente
devolutivo e não efeito suspensivo. Há vários possibilidades de suspensão: atribuir
efeito suspensivo, 847 suspender a própria execução, 704/3 mesmo que não seja
possível suspender o processo, os credores vão ter que dar a caução como garantia.
RESPOSTA Manteria a mesma resposta, pois não era por ter interposto recurso que não
era titulo executivo, pois havia outro vício que no era a recorribilidade da decisão.

Explique de que forma seria liquidável a quantia exequenda, bem como a


admissibilidade e o meio processual a que Amílcar e Berto poderiam recorrer para
contestar o valor indicado no requerimento executivo por Celeste.
O calculo do valor, em principio é feito no requerimento executivo. Temos que
distinguir se trata de uma liquidação Incidental ou não incidental. Poemos começar por
referir o art. 609/2 onde a sentença condenatória refere que, “será condenado no que se
liquidar na execução da sentença”, tal como consta do texto do caso prático “de acordo
com os valores que se viessem a apurar em execução de sentença”, ou seja, num
momento posterior. Liquidação não incidental: depende apenas de simples calculo
aritmético, pois as contas são feitas baseadas em matéria de facto não controvertidas,
coberta pelo titulo executivo, seja qual titulo for. Ex. juros de mora legais, só precisam
da data que iniciaram e data final. Se alguém quiser controverter (impugnação), por se
ter enganado nas contas, será na oposição á execução. Liquidação incidental: não
depende apenas de simples calculo aritmético, pois assenta em matéria de facto
controvertido. Há a necessidade do envolvimento de um juiz para controverter os factos
e decidir qual e o valor, não esta abrangido pela segurança do titulo executivo. Ex.
danos patrimoniais, A partiu os óculos a B. Se o titulo for uma sentença, art. 358, o
incidente de liquidação tem que ser feito antes da ação de execução, não é no
requerimento executivo. Se o titulo executivo for um titulo diverso de sentença (do
particular autenticado), 703/1-b tem que ser na própria ação executiva por requerimento
executivo e previsto no titulo executivo. Mesmo que estejamos na forma sumaria, tem
que haver despacho liminar, onde o juiz manda citar o devedor, para deduzir, em
cumulação, oposição à execução e oposição ao valor, (716/4). Na falta de constatação
(360/3) assume-se que o executado assume a divida. Devera haver incidente de
liquidação de titulo diverso de sentença. Sempre que houver incidente a forma sumaria
prevalece sobre a forma ordinária, 550/3-b).
Problemática: 704/6 vs. 716/4 - A liquidação deverá ser feita em sede da Ação
Declarativa ou e sede da Ação Executiva? Neste caso pratico devia ter havido incidente
prévio de liquidação de sentença, não havendo o que vai acontecer não sabemos. O AE
recusa a execução por falta de titulo executivo, 855 Se o AE tiver duvidas envia para o
juiz para despacho liminar, 855. O AE faz a penhora, depois da penhora é que se faz a
citação dos devedores e depois posteriormente, na oposição á execução, os devedores
dirão que não há titulo executivo e que a obrigação não esta liquida. Concluindo: O
valor devia ter sido contestado em principio em sede de incidente de liquidação, 716/4
(intervenção do juiz). Não usando o incidente de liquidação e se o AE utilizar a forma
sumaria, só mais tarde na oposição á execução é que o executado pode contestar.
Poderia Celeste, no momento da liquidação da obrigação exequenda, incluir os
montantes relativos a juros de mora, apesar de a sentença não fazer qualquer referência
a estes? Se sim, a partir de quando? Quanto à obrigação de pagar juros de mora à taxa
legal. Anteriormente a esta revisão do código havia jurisprudência que dizia que não
pois se o juiz da ação condenatória não condenou em juros de mora e eles também não
foram pedido, não se podia executar, outra parte da doutrina dizia que se podia executar
porque eram juros que decorreram da lei. Como tudo decorre da lei, isto só não basta.
Assim a lei desde 2003 tomou uma posição, dizendo que estão incluídos no titulo os
juros de mora à taxa legal. Pode-se pedir juros de mora nos termos do CC ou de leis
uniformes, mesmo que não tenham sido pedidos na decisão condenatória. Que se
consideram abrangidos pelo título executivo, art.703/2. Mesmo que Celeste não pedisse,
não teria que pedir, há uma tolerância no principio do dispositivo. Ao contrario se são
pedidos juros comerciais, estes tem que ser pedidos, pois não decorre da lei. Resposta
diferente seria, se se tratassem de juros que continuem a vencer-se. Nestes casos a sua
liquidação é feita a final, pelo Agente de Execução, art.716/2. E se o executado quiser
opor um contra-crédito para compensar com os juros? Devia te-lo feito na ação
declativa, agora só o pode fazer na oposição à execução. Pois sempre que eu venho
invocar direitos que não estão no titulo, estou a atrasar a possibilidade de defesa. O 805
CC data para contar os juros de mora, nas obrigações puras, nas obrigações sujeitas a
prazo, etc. O 805/3 CC, o crédito vence desde a data da citação do réu na ação
declarativa. Neste caso pratico a obrigação esta liquida. Quanto a obrigações ilíquidas
há um Acórdão uniformizador de jurisprudência 4/2002 de 9/5 que diz: - se houver
incidente de liquidação não se pode aceitar a data da mora a partir da citação na ação
declarativa, porque na altura não se sabia quanto é que o réu tinha que pagar. Só fico em
mora quando sei quando sei quanto é que tenho que pagar. Vamos interpretar o art.
805/3 CC restritivamente nos casos em que haja incidente de liquidação, pois nestes
casos a mora conta-se a partir do transito em julgado da decisão de liquidação.
Perguntas da Semana 1. Há admissibilidade de uma sentença constitutiva ou de simples
apreciação enquanto titulo executivo? 2. Será que a exigibilidade, enquanto pressuposto
da exequibilidade extrínseca é sinónimo de incumprimento? 3. Que consequências
advém para a ação executiva se for interposto recurso da decisão condenatória (com
efeito devolutivo), que constitui titulo executiva, vier a: a. Revogar a sentença
condenatória b. Modificar a sentença condenatória c. Confirmar a sentença condenatória
Se a sentença vier a ser revogada ou modificada pelo recurso, temos 2 situações (704/2):
a decisão de recurso é anterior à transmissão dos bens penhorados, a penhora será
levantada e não haverá venda dos bens, total ou parcialmente. A instancia extingue-se
ou restringe-se o seu âmbito. A decisão de recurso é posterior à transmissão dos bens
penhorados, temos o problema de os bens já poderem eventualmente estar na esfera
jurídica de terceiros adquirentes. Os credores até já podem ter sido pagos, no caso de
previamente terem prestado caução, art. 704/3. Neste caso, verifica-se a ineficácia da
venda, 839/1 a) e a possibilidade de devolução dos bens, 839/3. Em alternativa o
executado pode ficar com a caução prestada pelos credores.

CASO PRÁTICO 2 Josefina celebrou um contrato-promessa de compra e venda com


Mimi, nos termos do qual ficou acordado que ambas celebrariam no mês seguinte um
contrato de compra e venda da casa de férias desta última. Posteriormente, tendo Mimi
recusado celebrar o contrato prometido, Josefina pediu a execução específica do
contrato prometido, o que veio a acontecer. No entanto, Mimi teima em não entregar a
chave da casa a Josefina. 1. Pode Josefina propor ação executiva contra Mimi para
forçar a entrega da chave da casa ou deve recorrer a uma nova ação declarativa? Na
pendência da ação constitutiva, Mimi não entrega a casa. No caso importa saber se é
necessário uma nova ação condenatória contra uma ação ilícita sobre o direito já
declarado, ou se aquela constituição chega. Para a maioria da doutrina, no caso a
sentença constitutiva, visto já ter criado o direito que serve como titulo executivo pode
ser movida uma ação executiva para fazer valer o seu direito à casa, mesmo que não se
condene a simples declaração de um direito, esta pode ser imposta coactivamente pela
outra parte (condenações implícitas). A doutrina minoritária não concorda, Rui Pinto diz
que não esta no titulo literalmente, o credor não pedido e vai beneficiar, sendo o
problema o fato de que como o credor não pedido o devedor não se pode defender na
ação de processo declarativo. O resultado da condenação implícita, será conforme á
CRP, este procedimento? Será proporcional? A resposta de RP é que, perante algumas
obrigações, parece proporcional, nomeadamente a de juros de mora, que decorre da
própria lei. Está implícito que quem receber a primeira decisão da ação constitutiva tem
que cumprir com a decisão. Podemos no entanto, no caso de execução especifica é
possível: Ex. ação de despejo, 14 NRAU, tal como esta na lei, é a situação pela qual se
poe termo a um contrato, é uma ação constitutiva. Esta ação tem implicitamente uma
condenação, mas neste caso, a obrigação de fazer cumprir uma ação constitutiva decorre
da lei, há efeito legal automático. Desde que não haja surpresas e inesperados direitos,
que assim tem que se propor nova ação declarativa. 2. Admitindo que a pretensão de
Josefina relativa à entrega da chave se encontrava abrangida pelo título executivo,
pronuncie-se sobre a consequência de Josefina propor, desde logo, uma nova ação
declarativa, desconsiderando a exequibilidade do documento em causa. Imaginemos que
o juiz acha que já tem um titulo executivo. O RP entende que quem já tem titulo
executivo, não tem necessidade aparentemente de propor ação, o juiz tem que decidir de
mérito na mesma e condena o autor nas custas. O interesse processual não é pressuposto
processual, e a falta de interesse processual é condenável com o pagamento de custas,
mas o juiz continua a ter que decidir na ação proposta. Outro caso é o do procedimento
especial de despejo o senhorio que ao contrario de usar a ação de despejo, pode, para
entrega da coisa, recorrer a uma ação condenatória? No passado alguns tribunais diziam
que não pode usar no procedimento especial de despejo o recurso a uma ação
condenatória. Mas isto esta ultrapassado, o juiz tem que decidir e quem paga as custas é
o credor, 535, a não ser que o réu conteste e ai há controversão, neste caso é o réu que
paga as custas.
Caso prático 4 Osvaldo, empreiteiro analfabeto, em agonia no leito da morte, pediu à
sua namorada Nandinha para esta lhe redigir e assinar, a seu rogo, o seu testamento.
Elaborado de acordo com as instruções de Osvaldo, do testamento cerrado constava o
seguinte: (i) Um legado a Nandinha da sua casa de férias na Comporta, hipotecada a
favor de Miquelino; (ii) Sem prejuízo do legado, deixou todos os seus bens ao seu único
herdeiro, o irmão Leopoldo; (iii) Reconheceu ter uma dívida de 100.000,00 EUR para
com Miquelino, resultante de um fornecimento de calçada portuguesa, dívida essa
garantida pela hipoteca já constituída e que onerava a sua casa de férias na Comporta.
Osvaldo faleceu uns meses depois, tendo Nandinha prontamente aceitado o legado e
Leopoldo prontamente aceitado a herança. Miquelino pretende agora, no âmbito da
partilha do acervo hereditário de Osvaldo, reclamar o pagamento dos 100.000,00 EUR.
1. Miquelino tem título executivo? Contra quem? AULA DE 04 de Março Este caso é
complicado porque envolve também questões de legitimidade. A prestação é certa e
líquida. O ser exigível vamos presumir, vamos supor que sim. Agora, em abstrato, se o
Leopoldo não aceitasse a herança, a herança ficava com bens e com uma dívida. A
herança jacente tem personalidade ativa e passiva e podíamos executá-la (12.º a)), para
proteger o credor das situações em que ninguém aceita a herança. Mas não é esse o caso
porque no caso a herança foi aceite. Mas então qual seria o título executivo neste caso?
O testamento. Neste caso é um documento privado autêntico ou autenticado, testamento
público ou testamento cerrado? Se fosse público, teria sido materialmente firmado por
um notário mas a autoria jurídica era das partes (é o mesmo caso de uma escritura
pública), já o testamento cerrado é um documento particular mas é lido e confirmado
perante um notário e este depois autentica-o. Portanto estamos no âmbito do art. 703/1
b) + 2206/4 CC. Portanto à partida reconhece a dívida, a ser título seria o testamento
cerrado de reconhecimento de dívida. Mas porque é que na oposição à execução, o
devedor (ou devedores) poderiam vir dizer que este título não era válido? Porque este
testamento está viciado de duas formas: Aquele que não sabe ler nem escrever é inábel
para fazer testamento cerrado (2208.ºCC); O beneficiário não podia escrever as normas
que o beneficiam no testamento (2197+2199CC). Portanto há aqui algumas
possibilidades de existirem vícios materiais neste testamento. O testamento aparenta ser
um título executivo mas o executado pode vir invocar a nulidade/arguir a anulabilidade
(se o vício não for manifesto é mais complicado que o agente de execução ou o juiz
possam fazê-lo - se se tratarem de anulabilidades nem sequer são de conhecimento
oficioso). Em princípio, o tribunal só pode impedir uma execução havendo vícios de
conhecimento oficioso e em princípio as anulabilidades não são. Restaria a oposição à
execução. Outra questão: nós estamos a partir do cenário - e não sabemos - que o
testamento foi ao notário. Se for verdade, no plano formal não há nada a dizer. Se o
testamento nem sequer for ao notário, aí é completamente diferente - seria uma nulidade
formal e não era válido como testamento nem como título executivo porque estava fora
do art. 703/1 b). Podiam então dizer-me: mas cabe no art. 703/1 c). Talvez, mas não
podemos esquecer que as alíneas a) a c) do 703/1 supõem que os documentos são
formalmente válidos. Não pedem que os documentos sejam 100% válidos mas exigem
que, pelo menos, sejam formalmente válidos. Se for uma anulabilidade o título ainda
pode manter alguma força executiva mas se for uma invalidade formal o agente de
execução não pode executar aquilo. Em suma, em princípio talvez os vícios materiais
em causa não seriam de conhecimento oficioso - não impediriam a execução, os vícios
formais não sabemos só existiriam se o testamento não tivesse ido ao notário. (Um
parêntesis: Que forma seguiria este processo? Aplica-se a nova alínea c) do 550/2 - é
processo sumário, o valor da dívida não interessa.) Outra hipótese de título executivo:
Podiam dizer-me que isto era uma partilha e que se tivesse havido inventário, a lei Lei
23/2013 - art. 20.º diz que a certidão do inventário do notário tem força executiva. É um
título executivo avulso. Isto não está no caso prático. Outra hipótese de título: o título
executivo ser a hipoteca. A hipoteca enunciava a dívida e foi assinada pelo Osvaldo
reconhecendo assim a dívida. Outra hipótese de título (mais afastada): Pode ser aqui
colocada uma injunção? Não faz parte da matéria mas é importante falar nisto - DL
269/98. A lei permite, através de um procedimento administrativo, que o requerimento
preenchido eletronicamente, se não for contestado, passa a ter força executiva. Mas há
um limite de valor - 15000€ a não ser que seja obrigação emergente de uma transação
comercial (art. 7.º do Anexo deste DL). Ou seja se o Osvaldo não fosse o cliente final
até podia haver aqui um título executivo por esta via. Então e agora - contra quem é que
se podia colocar a execução? 2. Pronuncie-se sobre a relevância da aceitação do legado
e da herança para a exequibilidade da pretensão de Miquelino. Se o título for o
testamento/certidão de inventário: depois da morte de Osvaldo, quando a herança já não
é jacente, quem deve são os herdeiros. O Leopoldo aceitou a herança e é o novo
devedor. E como é que o credor comprava que Leopoldo aceitou a herança? Pela
habilitação de herdeiros? 54.º/1 CPC. Das duas uma, ou Leopoldo aceitou a herança
depois da ação executiva, ou na pendência da ação executiva. No nosso caso aceitou
antes da ação. Então o credor vai juntar o título executivo e, se for necessário prova
complementar (715.º por analogia) que comprove a aceitação da herança. Tem que
demonstrar que há reconhecimento de dívida e que houve aceitação da herança. E se
ação for colocada contra a herança jacente e na pendência da ação o Leopoldo aceitasse
a herança? Aí teria que se abrir um incidente de habilitação na ação - 351.º. Em suma,
deve colocar a ação contra o atual devedor - o Leopoldo, mediante comprovação que
este aceitou a herança - 54.º/1 e não 53.º! A ideia é: sempre que se transfere uma dívida,
isso não está no título e é preciso comprovar. Mas isto não acaba aqui. Neste caso há um
pormenor que é a garantia real. O que é que muda?
Se o Osvaldo fosse vivo, víamos o 697.º CC + 752.º CPC - benefício da excussão real.
O problema é que, falecido o Osvaldo a garantia passa para um 3.º (Leopoldo) sobre um
bem que não é seu (é de Nandinha) - não se aplica o 697.º CC. Então o credor pode
executar quem quiser, ou executa o Leopoldo ou executa a garantia real, não há
benefício da excussão real neste caso. Então podem perguntar: mas se a Nandinha não é
devedora, como é que ela tem legitimidade executiva. Porque é que é possível por vezes
executar quem não é o devedor? É o 54/2 que o permite, portanto a Nandinha tem
legitimidade! Mas aí o credor tem que trazer o título executivo e a hipoteca porque tem
que demonstrar essa legitimidade complementar da Nandinha. Doutrina: Prof. RP: A
minha opinião é que há aí um putativo Litisconsórcio voluntário conveniente. O credor
pode demandar só o Leopoldo, só a Nandinha ou os dois ao mesmo tempo. Mas há
Profs. que têm uma leitura mais restritiva, entendem que tem que ser a Nandinha a ser
demandada primeiro. Em suma, podia executar (também) a Nandinha mas esta não tinha
benefício da excussão real. 3. Miquelino propôs ação executiva apenas contra Leopoldo,
apresentando o testamento em questão. Leopoldo afirma que a execução deve iniciar-se
pelo bem hipotecado, a casa de férias na Comporta. Quid juris? Leopoldo não tem razão
quando afirma que a execução deve iniciar-se pelo bem hipotecado (697 CC). Se o bem
fosse do devedor (fosse mesmo dele) aí sim, mas o bem não é dele. Neste caso o credor
tanto pode executar a garantia logo, como pode executar o Leopoldo, não tendo este
uma exceção material como a do 697 – mas não se pode executar o Leopoldo e o bem
hipotecado ao mesmo tempo. 4. Imagine que, iniciada a execução contra Leopoldo,
Miquelino constata que o valor dos bens herdados é inferior ao valor da obrigação
exequenda e pretende demandar Nandinha, que se defende, afirmando que Miquelino
renunciou tacitamente à execução da hipoteca. Quid juris? Há questões relativas ao 54/2
CPC que já deviam estar historicamente ultrapassadas. Alguns acham que o 54/2 vem
dizer: “não, se houver uma garantia real você tem sempre que demandar neste caso a
Nandinha. Deve começar logo imediatamente por aqui”. Mas isto é uma interpretação
que nem sequer corresponde ao direito substantivo. Eu (Prof) penso que o que a lei diz é
que se for necessário demandar a garantia real é o art. 54/2 que me dá a legitimidade.
Mas a partir daí há flexibilidade. Portanto, é possível que se execute primeiro o herdeiro
e depois é que vamos à garantia real. O devedor não tem direito de opor a garantia real
(o 697 CC não se aplica neste caso). A questão é: se a garantia for ao processo tem que
se executar primeiro e depois se não chegar é que vamos ao resto ou se, pelo contrário,
está na disponibilidade do credor escolher. Isto é controverso porque há quem entenda
que há aqui uma legitimidade obrigatória. A minha (Prof) conclusão é que a Nandinha
não pode dizer o que disse. O mero não exercício da hipoteca não é uma renúncia à
execução da hipoteca. Primeiro porque para renunciar tinha que seguir a mesma forma
da hipoteca – a forma escrita – e depois a renúncia tinha que ser expressa. Tem que
haver vontade e forma suficientes. Conclusão: não há renúncia e pode demandar a
Nandinha, o facto de não o ter feito antes isso não é impeditivo. NOTA: a lei não refere
expressamente este caso, a lei fala muito do caso contrário de a ação decorrer contra a
Nandinha e depois responde à pergunta se se pode por a ação contra o Leopoldo. É a
essa também a questão da pergunta seguinte do caso.
Suponha que Miquelino propõe ação executiva apenas contra Nandinha, apresentando o
testamento em questão e percebendo, mais tarde, que o valor da casa de férias é
manifestamente inferior ao valor da obrigação exequenda. Quid juris? Cá está. Sim, é
possível e está expressamente previsto na lei - 54/3 CPC. Uma nota para dizer que os
incidentes de intervenção de terceiros estão “desenhados” para a ação declarativa (311
ss). São incidentes para produzir uma sentença e não para a executar. A ação executiva
é rígida e, por isso, só nos casos expressamente previstos na lei é que se pode modificar
subjetivamente a instância (no nosso caso temos previsão expressa – 54/3). E quanto ao
facto de Miquelino ter apresentado o testamento? Se demandasse só o devedor tinha que
juntar a aceitação da herança para execução do testamento. Sendo um terceiro garante
tem o título executivo (o testamento) mas tem que haver depois um documento que
comprove que há garantia real sobre a propriedade daquela pessoa concreta (o contrato
de hipoteca). Mas podemos juntar também o facto de ela ter aceitado o legado. São 3
elementos: hipoteca, aceitação e título executivo propriamente dito. Mas se me disserem
que o título não era válido, então poderíamos dizer que se usaria como título a própria
escritura de constituição da hipoteca (ver resposta à pergunta 1) mas de qualquer forma
teria sempre que se provar que houve aceitação. Uma nota final: há uma relação estreita
entre o art. 54 do CPC e os arts. 817 e 818 do CC. 6. Imagine que Leopoldo, cabeça-de-
casal da herança, procedeu, de má-fé, à alienação gratuita dos bens que compõem a
herança a favor de Patrícia. Patrícia tem legitimidade passiva para a ação executiva
intentada por Miquelino? Patrícia não é devedora, não tem garantia real mas é
proprietária dos bens. Vejamos o 818 2ª parte CC. De que ação é que estamos aqui a
falar? Da impugnação pauliana (610 + 612 CC). Não é uma ação fácil, é preciso provar
que o 3º estava de má fé. Conseguindo provar também que o devedor estava a esvaziar a
garantia geral das obrigações que é o património (601 + 817 CC) das duas uma: ou
destrata o negocio ou executa diretamente o terceiro (818 2ª parte CC). Este é um caso
de legitimidade que não está claramente expresso no CPC. Podemos perguntar se cabe
no 53 ou no 54/2 do CPC. Eu (Prof) penso que cabe no 54/2 mas não está
expressamente previsto no CPC. Ou seja o 818 1ª parte está expressamente previsto no
54 mas o 818 2ª parte não está. 7. Suponha que, em execução movida contra Leopoldo,
Miquelino indicou à penhora uma famosa escultura que Leopoldo herdara da sua mãe.
Leopoldo pretende opor-se a esta penhora. Quid juris? Veja-se o 744 CPC que diz que
só certos bens respondem. A esta dívida que advém da herança só correspondem os
bens que também advieram da herança, não se podem penhorar outros bens neste caso.
Os bens da herança funcionam como património autónomo. Então como é que o
Leopoldo se pode defender? Através do mecanismo do 744/2 (e /3 se vier a ser
necessário). Em regra, quando há uma penhora ilegal, quando se penhoram bens do
devedor que não podem ser penhorados o meio de oposição normal é um incidente
declarativo de oposição à penhora. Este seria o meio normal e não é normal no CPC
prever-se um meio de oposição por simples requerimento mas tal é o caso no 744/2. É
um procedimento mais simples porque vai para o agente de execução e não para o juiz.
Então e se o agente de execução indeferir o requerimento? (e o exequente não se opuser
porque se o exequente se opuser o executado terá que fazer um requerimento ao juiz
pelo 744/3) Nesse caso recorremos ao 723 e reclamamos para o juiz de um erro do
agente de execução que viola a lei. Uma nota para dizer que em meu (do Prof)
entendimento se houver um erro no processo (reclamação em vez de requerimento no
caso do 744/3) não devemos defender que o juiz deva indeferir liminarmente. Tem que
haver alguma flexibilidade nestes casos. 8. Considere agora que Miquelino fornecera
igualmente calçada portuguesa a Leopoldo e que Leopoldo, tal como outros tantos
clientes de Miquelino, lhe devia 50.000,00 EUR, dívida essa titulada por sentença de
condenação proferida em ação declarativa que já decorrera. No âmbito de uma operação
de cobrança em massa das dívidas dos seus clientes, Miquelino pretende propor apenas
uma ação executiva contra Leopoldo, pelas dívidas deste e pela dívida contraída pelo
falecido Osvaldo, com eventual chamamento à demanda de Nandinha, bem como contra
Pedrito, outro cliente que também não lhe pagara os fornecimentos de calçada
portuguesa e cuja dívida se encontrava igualmente titulada por sentença de condenação
proferida em ação declarativa. Quid juris? Isto é matéria de cumulação e não vale a pena
ver com muita atenção. Vou apenas deixar algumas notas. A ação executiva está
tendencialmente feita para se executar cada dívida de cada vez mas autoriza que se
executem várias dívidas ao mesmo tempo. A pergunta é: em que condições é que o
mesmo credor, se tiver vários créditos contra o mesmo devedor pode juntar tudo num só
processo. A resposta é – depende. Se o título executivo for sentença temos que invocar
o art. 710 CPC, se for cumulação de títulos diferentes é o 709. Portanto, a resposta é,
poderá ser possível a cumulação, neste caso através do 709. E ficamos assim, não vale a
pena complicar mais e ver os requisitos do 709. (Este regime levanta um outro problema
que é o de saber como resolver um caso onde há sentença e outro título – é o problema
de ter dois regimes separados – 709 e 710. Penso que será no 709 mas temos que ver a
forma do processo (seria a ordinária), o tribunal competente (seria o da sentença). Mas
não vou responder mais aqui, vamos ver isso na aula teórica). Aula Prática 06 e
11/03/15 (Dr. Rui Pinto)

Caso prático 5 Pedro vendeu um barco a Raquel, por 20.000,00 EUR, no dia 3 de
Abril. No dia 5 de Abril, Pedro dirigiu-se ao Banco X para apresentar a pagamento o
cheque que Raquel lhe entregara. Contudo, o pagamento foi-lhe recusado por falta de
provisão. Cheque como titulo executivo 8 dias para apresentação a pagamento, contados
a partir da data nele indicado como data de emissão (29/1 LUC). O sacado (banco) pode
paga-lo mesmo depois do prazo de 8 dias (32/2 LUC) O sacador (devedor) pode revogar
o cheque unilateralmente, obstando o pagamento depois do prazo de 8 dias (32/1 LUC)
Se o cheque apresentado no prazo de 8 dias não for pago por falta de provisão (art. 40
LUC), devera ser feito um protesto pelo credor (ato formal) indicando o dia em que o
cheque foi apresentado e não foi pago. A ausência de protesto, pela recusa de
pagamento, dentro do prazo determina que este não pode valer como titulo executivo. O
protesto deve ser feito dentro do prazo, ou no 1º dia útil, se o cheque for apresentado no
último dia para pagamento (41/2 LUC) A ação cambiaria prescreve passado 6 meses
contados a partir do dia do termo do prazo de apresentação (art. 52/2 – 2ª parte LUC),
dando-se a prescrição do cheque como titulo cambiário. Prescrevendo o titulo de
crédito, pode ainda valer como titulo executivo enquanto documento particular (mero
quirografo).

Teses de validade de documento como “mero quirografo”: Maioritária: o credor pode


executar como titulo de crédito prescrito a obrigação subjacente, como simples
reconhecimento particular de divida, art. 458 CC, mas já não servira para executar a
obrigação cartolar. Exigem-se como pressupostos: formal: estar assinado pelo devedor;
material objetivo: a relação subjacente deve constar do titulo de crédito ou do
requerimento executivo. E que, a relação subjacente tenha natureza não foral (este
pressuposto não vale como condição para o prof. Lebre de Freitas). Ex: num contrato
mútuo cujo elevado montante obriga a escritura publica, 1143 CC. material subjetivo: o
reconhecimento da divida só pode valer nas relações imediatas (sacador e beneficiário).
Não vale para as relações onde há cheques endossados. Rui Pinto: nega o valor
executivo do cheque. É abusivo afirmar que há uma vontade negocial de
reconhecimento de divida subjacente na assinatura de um cheque. Não podendo um
cheque prescrito continuar a tutelar a obrigação originaria em consequência de esvaziar
o conteúdo da prescrição. O titulo prescrito não é suficiente para provar a obrigação
subjacente. Ao contrario da opinião da doutrina maioritária, credor, e não o devedor,
tem o ónus de provar tal existência. Esse ónus não pode ser cumprido na ação executiva,
só na ação declarativa autónoma. A emissão de um cheque a favor de terceiro apenas
enuncia uma ordem de pagamento ao estabelecimento bancário, não constitui qualquer
fonte de obrigações nem meio de as reconhecer.. de um cheque não consta
expressamente o motivo da emissão. A reforma de 2013 veio suprimir a exequibilidade
genérica dos documentos particulares, mas ressalva os títulos de crédito que valem
como meros quirógrafos desde que: os fatos constitutivos da relação subjacente constem
do próprio documento ou sejam alegados, exequente do titulo de crédito prescrito, no
requerimento executivo. O documento deve cumprir os requisitos do mero quirografo.
O exequente não pode basear a execução no titulo prescrito e mais tarde alterar para a
execução de reconhecimento de divida da relação subjacente, pois a causa de pedir é
diferente. A alteração apenas pode ser feita com o acordo do executado (art. 265/1 CC –
impede o uso da réplica nos casos em que o autor é o executado???) 1. Pode Pedro
intentar uma ação executiva contra Raquel, anexando ao requerimento executivo o
cheque sem provisão? Manteria a sua resposta se, em vez de um barco, o negócio
subjacente fosse a compra e venda de um imóvel? Uma coisa é a relação cambial outra
coisa é a relação que lhe deu causa. Nos títulos de crédito esta incorporada a obrigação
cambiaria. É principio geral do direito cambiário que a posse do titulo é condição do
exercício do direito nele incorporado. Quanto á obrigação subjacente, uma copia pode
servir como titulo executivo. Assim prescrita a obrigação cartolar constante do cheque,
pode esta ainda valer como titulo executivo da obrigação subjacente (segundo prof.
Lebre de Freitas). Temos um titulo executivo segundo art. 703/1 c) e 40 da LUC. Se
fosse um contrato compra e venda de um imóvel a resposta seria a mesma porque nestes
casos a relação jurídica subjacente é irrelevante (titulo abstrato). Posso executar o
cheque porque foi sacado (assinado) e porque o mesmo esta em meu nome, sendo eu o
beneficiário.
Para que o cheque possa ser apresentado como titulo na ação executiva, art. 40 LUC
deve: o cheque ser apresentado em tempo útil de 8 dias se não tiver havido pagamento
se houve protesto (ato formal) da falta de provisão no prazo de 6 meses. (Se faltar
protesto por falta de pagamento o cheque não vale como titulo executivo). O vício deste
cheque é o da prescrição. Nem juiz pode indeferir liminarmente nem o AE recusar a
execução baseado num cheque prescrito porque este facto não é de conhecimento
oficioso, 303 CC. Assim cabe ao devedor, na dedução da oposição à execução que deve
alegar a prescrição. Em abstrato é possível executar um cheque prescrito na oposição à
execução. Se for invocada a prescrição pelo devedor, pode o credor, perante um cheque
prescrito invocar a possibilidade de ser visto como mero quirografo? Doutrina: Mesmo
que prescreva a obrigação cartolar, pode o cheque valer como documento particular de
reconhecimento de divida assinado pelo devedor? “Não, quem assina um cheque esta a
confessar uma duvida” (prof. Rui Pinto discorda) pois enquanto houver divida
subjacente nem que fosse 20 anos de prazo de prescrição, ainda podia ser utilizado o
cheque. Assim os requisitos para valer como mero quirografo são: - Requisito forma:
assinado pelo devedor - Requisito legal, os fatos constitutivos da relação subjacente tem
que estar nos documentos ou referidos no requerimento executivo (a causa da divida).
Quirografo: documento autografo (assinado pelo devedor ou 3) em reconhecimento de
divida. Posição minoritária, defendida, nomeadamente, pelo Prof. Dr. Rui Pinto, vai no
sentido da não admissibilidade do cheque como título executivo considerando que este
não passa de uma mera ordem de pagamento ao banco, não cabendo na previsão do
artigo 46º/1 c) do CPC. Esta última parece-nos ser a posição mais correta não só pelo
argumento literal atrás exposto mas também pela ratio do preceito em questão: não
parece ter sido a intenção do legislador abranger o cheque como título executivo. É
abusivo retirar de uma assinatura a vontade segundo as regras gerais de interpretação do
negocio Jurico. 2. Imagine que Pedro se dirigia ao Banco X no dia 24 de Abril do
mesmo ano. Manteria a sua resposta? Prazo para pagamento do cheque, art.29 da LUC
são 8 dias depois da data posta no cheque e dia 3 abril já se encontra fora do prazo. o
cheque foi passado a 3 de Abril, sendo que Pedro podia levá-lo a pagamento no prazo
de 8 dias (Artigo 29º Lei Uniforme Cheque). Findo este prazo o cheque não prescreve,
sendo que a única consequência que daí advém é a possibilidade de revogação pelo
devedor. 3. Imagine que Pedro se dirigia ao Banco X no dia 20 de Dezembro do mesmo
ano. Manteria a sua resposta? Passados seis meses a contar dos oito dias, aí sim, o
cheque prescreve, art. 52 da LUC. No caso em apreço, Pedro só levou o cheque a
pagamento a 20 de dezembro, querendo isto dizer que passaram mais de 6 meses, ou
seja, o cheque prescreveu. Se passar 6 meses (letras é 3 anos) aquela obrigação
cambiaria prescreve mas não a obrigação subjacente. Cabe-nos, então, analisar os
pressupostos da exequibilidade intrínseca previstos no artigo 713º do CPC:

- Certeza: obrigação pecuniária em moeda com curso legal (20.000€) – pagamento de


quantia certa; - Exigibilidade: o cheque foi passado a 3 abril, sendo que Pedro podia
levá-lo a pagamento no prazo de 8 dias (Artigo 29º Lei Uniforme Cheque). Findo este
prazo o cheque não prescreve, sendo que a única consequência que daí advém é a
possibilidade de revogação por parte do devedor. Passados seis meses a contar dos oito
dias, aí sim, o cheque prescreve. No caso em apreço, Cristiana só levou o cheque a
pagamento a 2 de dezembro, querendo isto dizer que passaram mais de 6 meses, ou seja,
o cheque prescreveu. Coloca-se, então, a questão de saber se este pode ou não continuar
a valer como título executivo: a doutrina maioritária defende que o cheque prescrito
continua a valer como título, mas já não como título cambiário e sim como
reconhecimento particular da dívida (ainda ao abrigo do artigo 703º/1 c) do CPC). Para
que isto aconteça devem ser respeitados os seguintes pressupostos: - Formal: Cheque
pode valer como título executivo desde que satisfaça os requisitos previstos no artigo
703º/1 c) do CPC; - Material objectivo: título de crédito tem que mencionar a causa
jurídica subjacente à obrigação de pagamento; - Obrigação/negócio em causa não pode
ser solene (se for negocio solene compra e venda, podia não valer, prof. Lebre de Freitas
diz que se a causa estiver nas costas do cheque dá para ser titulo executivo); -
Reconhecimento de dívida só vale nas relações imediatas entre sacador e beneficiário,
ou seja, entre Pedro e Raquel, respectivamente. Liquidez: a obrigação encontra-se
líquida, em face do título executivo, no valor de 20.000€. Deste modo, temos título
executivo. Suponha que Pedro tinha endossado o seu cheque a Quina, e que esta, no dia
20 de Dezembro do mesmo ano, apresentou o cheque a pagamento no Banco X, que lhe
comunicou a falta de provisão de Raquel. Quina poderia usar o cheque como título
executivo? - Reconhecimento de dívida só vale nas relações imediatas entre sacador e
beneficiário, ou seja, entre Pedro e Raquel, respectivamente. Pois se eu saco um cheque
a favor de alguém, logo estou a confessar uma divida (mero quirografo) é só perante ela,
se depois endossa a 3 a relação cambiaria é só nas relações imediatas e não nas relações
com 3º, esta na jurisprudência. Nota: Uma coisa é executar o cheque pela divida
cambial outra coisa é executar o quirografo na relação subjacente. Imaginemos que eu
utilizo a prescrição do cheque (quirografo) na execução da obrigação subjacente. A
causa de pedir (da causa executiva é o direito à obrigação) não pode alterar a causa de
pedir sem a autorização da outra parte. Dado o principio do dispositivo as partes podem
acordar a alteração da causa de pedir. Nos casos que eu não consigo alterar a causa de
pedir, tenho que colocar nova ação executiva com o titulo de quirografo. Desistindo da
primeira. Não podendo entrar na ação executiva da compra do barco (divida a 20 anos)
com o titulo executivo (cheque) perante uma divida que prescreve ao fim de 6 meses.
CASO PRATICO 6 Amílcar vendeu a Bento a sua quota na sociedade Lavandaria lda, o
preço da cessão de quotas seria determinado no final do ano, no termo do respectivo
exercício económico, com base no lucro da sociedade que então fosse apurado por um
auditor. De forma a garantir desde logo o pagamento do preço, Amílcar sacou uma letra
em banco a bento, á sua própria ordem, acompanhada de um pacto de preenchimento
acordado entre ambos com critérios para a determinação do preço da quota. Bento
aceitou a letra e, na mesma data, Carlos constituiu-se avalista de Bento. Em janeiro do
ano seguinte, Amílcar preencheu a letra com o montante de 200 000 eur (pesar do
auditor ter indicado como preço-referencia da quota valor de 100 000 eur) com data
daquele dia e endossou a letra a Duarte. 1. Tendo decorrido mais de um ano após o
preenchimento da lera, Duarte propôs agora ação executiva contra Amílcar e bento, uma
vez que este ultimo se recusou a pagar a letra, quando interpelado para tal, pelo telefone.
Letras e livranças, 70 e 77 (prazos de prescrição) Letras, 70 temos 3 prazos de
prescrição, 3 anos quando estamos a falar de uma ação intentada pelo portador contra o
sacador, 1 ano para os casos do portador contra o endossante e 6 meses nos casos de
endossante contra outro endossante ou contra o sacador. A regra é a atribuição de um
prazo maior a quem não é obrigado cambiário e aquele que tem direitos de regresso
dentro da cadeia cambiaria um prazo mais curto. O art. 77 remete as livranças
totalmente para o regime das letras. Ex. preterição de Litisconsórcio necessário,
deveríamos dizer que em abstrato a preterição de um Litisconsórcio necessário é um
fundamento à OE, 729/c), falta de um pressuposto processual, ainda que suprível e em
concreto aplicamos ao nosso caso pratico (ex. se não demandarmos os 2 cônjuges, há
quem entenda que estamos perante uma preterição de Litisconsórcio necessário e há
quem entenda que não) se admitirmos que não existe a preterição de Litisconsórcio
voluntário, diríamos que o fundamento de preterição de Litisconsórcio voluntário, em
abstrato, é admissível, mas no caso em concreto nunca seria procedente (se é admissível
e se seria procedente). Há situações como a nulidade da citação para a ação executiva
que não é fundamento para a OE. O titulo executivo em causa seria um titulo de credito
nos termos do 703/1 c). O titulo executivo é condição formal da acçao executiva. Ja
quato á certeza, exigibilidade e liquidez, sao condicoes materiais da ação executiva. No
caso, como nada é dito sobre o prazo em concreto, a obrigação é em principio exigida
atodo o tempo pelo credor, 777/1 CC. Nas obrigacoes puras o devedor so entra em mora
depois de interpolado para pagar, 804/1 CC e 610/2 – b) CPC. Sendo a obrigação pura e
tendo Bento sido interpolado pelo telefone e nao citado no seu domicilio, 610/2- b), a
obrigação nao se venceu, logo não é exigivel. Nao sendo exigivel, falta a condição
material para a execução. Para elem disso, nos termos do art. 45 da LULL, o portador
deve avisar o seu endossante da falta de aceite ou de pagamento, nos 4 dias uteis que se
seguirem ao dia do protesto. Nos termos do art. 70 LULL as açõe dos endossantes uns
contra os outros e contra o sacador prescrevem ao fim de 6 meses a contar do dia em
que o endossante pagou a letra. No caso a letra encontrava-se prescrita. Nao podendo
valer como titulo de credito, pode ainda valer como mero quirografo. Podendo o credor
executar, nao a obrigação cartolar, mas a obrigacao subjacente, fazendo uso do mesmo
documento mas agora como reconhecimento de uma divida. Daqui podia haver ainda
um titulo pelo 703/1 c) 2ª parte, nos termos do 458 CC. Ou seja, uma vez prescrito, o
credor pode excutar a obrigacao subjacente, fazendo uso do mesmo documento. Os
requisitos saõ: assinado pelo devedor, apresente um acto juridico pela qual alguem se
obriga a pagar certa quantia a outrem, natureza nao formal da relação subjacente, so
podendo valer nas relações imediatas. Neste caso nao se encontrava prenchido o ultimo
requesito, logo não existe titulo excutivo. Para alem deste facto, na opiniao de RP ao se
atribuir a vontade de reconhecimento de divida à assinatura ad eternrum é o mesmo que
ultrapassar a segurança do titulo e os seus limites temporais, pelo que para o professor,
o credor perde o titulo com a prescrição do mesmo. 2.

Bento referiu ainda , em sua defesa o seguinte:


i) que nunca tinha sido notificado da cessão de créditos de Amílcar a favor de
Duarte.

Nos termos do 577/1 CC o credor pode ceder a terceiro o credito,


independentemente do consentimento do devedor. Segundo 853/1 CC a
cessão so produz efeitos em relação ao devedor se este for notificado dela.
Portanto a cessão nao tem efeitos sobre Bento. ii) Que considerava um
ultraje esta ação executiva, pela evidente má-fé do exequente; Por outro
lado, o 762/2 CC diz que, no cumprimento das obrigacoes devem as partes
proceder de boa-fe, 7 e 8 CPC. Assim, segundo 542/1 e 2 a) CPC, tendo
litigado de má-fé, a parte é condenada em multa a uma indeminização à parte
contraria, se a mesma for solicitada. iii) Que não entendia por que razão a
ação executiva não tinha sido apenas proposta contra Carlos. Nos termos do
art. 30 da LULL, o pagamento de uma letra pode ser garantido por aval. No
32 LULL preve-se uma responsabilidade solidaria, nao gozando o avalista de
beneficio da excussão previa. 47 LULL. Significa que qualquer um ou os
dois em conjunto podiam ser citados a pagar. Podendo exigir-se de qualquer
um dos devedores o montane integral da divida. CASO PRÁTICO 8 Nuno
celebrou com o Banco Cantander um contrato de abertura de crédito que fora
autenticado por um notário, nos termos do qual este se obrigava a
disponibilizar àquele, durante um ano, um montante máximo de 50.000,00
EUR, após a devida solicitação por Nuno. Foi acordada uma taxa de juro de
5% (a incidir sobre o montante solicitado), bem como comissões
correspondentes a uma taxa de 3% (a incidir sobre o montante
disponibilizado). 1. Nuno solicitou apenas 30.000,00 EUR, que foram
prontamente disponibilizados pelo Banco Cantander mediante transferência
bancária, mas Nuno recusa-se a reembolsar o capital e a pagar os juros e as
comissões devidas. O Banco Cantander pretende exigir o pagamento em
falta, apresentando, para tal, o contrato de abertura de crédito, do qual consta
a seguinte cláusula: «O presente documento constitui título executivo». Quid
juris?

Contrato de abertura de crédito: no momento da constituição do contrato


esta-se a titular para o futuro (1 ano) uma relação jurídica que se inicia no
momento da constituição do contrato. Nestes contratos convencionam se
obrigações futuras. Quando celebrado um contrato deste tipo, hoje ele é um
título executivo onde se convenciona a disponibilidade do banco entregar até
um valor de 50 000, a pedir pelo Nuno e a forma como valor vai ficar
disponível, dai ser também um contrato com promessa de mútuo. O Nuno
obriga-se assim que assina o contrato a pagar a comissão de imobilização de
capital dos 50 000 euros, pode até não pedir nada mas ainda assim tem que
pagar a imobilização do capital (tal como a anuidade de um cartão de
crédito). Se o Nuno pedir 30 000 euros está obrigado a restituir o capital e a
pagar juros ( contrato mútuo), neste caso os juros incidem sobre o capital
efetivamente imobilizado. Os juros estão sinalagmaticamente acoplados à
disponibilidade do capital. Uma coisa é a remuneração da imobilização,
outra coisa é a remuneração da disponibilidade do capital. O contrato de
abertura de crédito só é título de executivo em relação à obrigação executada
quanto à remuneração da comissão de imobilização. Se passar o prazo e
Nuno não pagar nada sobre os 30 000 pedidos o banco? O banco propõem
ação executiva para satisfazer o seu crédito, utilizando como título executivo
o contrato de abertura de crédito, embora não incorpore a obrigação
exequenda, porque a obrigação exequenda (obrigação de pagar juros de
reembolso de capital) só se constitui a partir do momento em que o banco
empresta os 30 000, ou
seja quando o banco cumpre a sua prestação. Assim, com o contrato de
abertura de crédito constituiem-se obrigações futuras (durante a vida do
contrato) e não quando este se celebra. Estas obrigações serão as obrigações
exequendas. Assim, se apresentasse como título executivo o contrato de
abertura de crédito, este apenas incorporaria o pagamento da comissão de
imobilização, pois esta é a devida existente a partir do momento em que
celebra o contrato, art. 707. O Nuno tem 3 obrigações exequendas: pagar a
comissão de imobilização, pagar os juros e reembolsar o capital. O contrato
de abertura de crédito apenas pode incorporar a obrigação exequenda de
pagamento da comissão de imobilização, porque não pode incorporar uma
obrigação que ainda não se constituiu. A obrigação de reembolso e de
pagamento de juros (quando a obrigação se tornar exequenda) constitui se
quando o banco se disponibiliza a satisfazer o pedido de Nuno. Estamos
perante uma cláusula "o presente documento constitui título executivo" que
não vale de nada, apenas valendo como título executivo para a obrigação que
incorpora, que é o pagamento da comissão de imobilização. Por fim, não é
pelo contrato mencionar este tipo de cláusula que pode ser considerado título
executivo, porque a exequibilidade lua falta dela não pode ser
convencionada. Podendo, no entanto, haver cláusulas de não execução, ou
seja, "eu obrigo-me a não propor ação executiva contra ti", mas estas
convenções de não execução tem que ser limitadas no tempo, para evitar
estarmos perante uma renúncia antecipada de direitos, que podem levar à
nulidade da própria cláusula contratual. O art. 707 e 715, tanto um como
outro reportam a situações em que o documento apresentado como título
executivo não chega. No 707, sem o documento complementar não temos
título executivo, o documento complementar vai determinar a exequibilidade
extrínseca. No 715 temos a exequibilidade intrínseca em que a obrigação
exequenda se tornou certa, líquida e exigível. O art. 707 divide-se em 2
partes, obrigações futuras e obrigações virtuais. Temos 3 momentos
temporalmente diferentes. O 1 momento corresponde ao contrato de abertura
de crédito, o 3 momento é a prepositura da ação executiva, o que acontece é
que há factos relevantes que acontecem no 2 momento, depois do contrato
ter sido celebrado e antes da prepositura da ação executiva temos factos que
vão ser provados por um documento, para podermos ter título executivo.
Esses factos são o pedido do Nuno e a disponibilização do dinheiro pelo
banco. O art. 707 diz que quando estamos a executar o contrato de abertura
de crédito do qual resulta que no futuro vão ser constituídas obrigações, este
contrato sozinho não pode ser título executivo porque não incorpora
qualquer obrigação. Temos que complementar com outros documentos para
valer como título executivo (documento compósito). Neste caso é
obrigatório juntar ao contrato de abertura de crédito um documento que
prove que efetivamente se constituiu a obrigação futura (em que momento se
tornou presente, nomeadamente na ação executiva). Tem que ser sempre
complementado com um documento que não pode ser uma prova
testemunhal ou pericial. Quanto ao tipo de documento, o 707 diz nós que o
contrato inicial tem que ser um documento autêntico ou autenticado à luz do
703. No nosso caso o contrato de abertura de crédito e um documento
autenticado. Quanto ao documento complementar pode ter 1 de duas
particularidades, ou seja, ser um documento particular desde que o
documento originário (contrato) faça referência a ele, ou um documento em
que ele próprio revista de força executiva. Assim, o contrato tem que ter
sempre uma cláusula que remeta para a forma como se vai provar
documentalmente a constituição da obrigação, ou seja do crédito exequente.
É necessário que o contrato tenha força executiva, 703/1-b) Contratos
comerciais de distribuição. Franquia, agência são contratos que instituem
uma relação jurídica duradoura (contratos quadro). Esta obrigação
exequenda do pagamento de 30 000 euros só se torna exigível após vencer
ou seja um após 1 ano.

Só se pode, compensar créditos já constituídos mas podem ainda não ser


totalmente exigíveis (oposição a execução). O documento complementar tem
que ter força executiva (como as lideranças) ou passado em conformidade
com as cláusulas do documento originário. 2. Imagine agora que o Banco
Cantander propôs cação executiva antes do vencimento da obrigação de
Nuno, na sequência de Nuno ter declarado, verbalmente, e de forma muito
assertiva, que não iria cumprir. Não tendo em seu poder qualquer documento
que comprove a declaração antecipada de incumprimento de Nuno, o Banco
Cantander receia não ter título executivo para propor a referida cação
executiva. Quid juris?

Estamos perante uma declaração antecipada de não cumprimento, assim para


a ação executiva, existe um vencimento antecipado na data da declaração
antecipada. O AE pode dizer que as obrigações do mutuário ainda não estão
vencidas e é necessário provar que antes da prepositura da ação executiva
houve uma causa antecipada de exigibilidade (exequibilidade intrínseca).
Para determinar se há titulo executivo aplicamos o 707, mas para saber como
provar se a obrigação se tornou certa, liquida e exigível no 2 momento,
aplicamos o 715. O 715 opera da mesma forma que o 707, o exequente tem
que provar que a obrigação exequenda constituída em face do titulo
executivo, no 2 momento se tornou exigível ou liquida. Tem que provar, não
que existe titulo executivo, mas que a obrigação emergente do titulo se
tornou certa, exigível e liquida entre a elaboração do titulo e a prepositura da
ação executiva. Assim, temos um contrato de abertura de crédito, temos o
documento complementar que ira integrar o próprio titulo, temos uma causa
de vencimento antecipada da obrigação, este vencimento tem que ser
provado porque não consta do próprio titulo (se fosse depois da data que
consta do titulo não era necessário provar nada), mas neste caso estamos a
querer executar o crédito antes da data prevista no titulo, logo temos que
provar a causa que nos leva á exigibilidade antecipada. A doutrina aplica o
715 nos casos em que a obrigação se torne liquida, certa e exigível, no
momento antes da prepositura da ação executiva, por analogia. O banco teria
que provar que houve uma declaração antecipada de não cumprimento. É
possível haver prova testemunhal segundo 715. Contudo, segundo 715, se a
prova apresentada for não documental, ela devera ser apreciada por um juiz e
não pelo AE. O juiz aprecia a prova e pode eventualmente chamar o
executado para ser ouvido. Se o executado nada disser temos um efeito
cominatório pleno, 715/4, considerando que os factos apresentados são
verdadeiros e estão provados.

CASO PRÁTICO 10 Fernando e Mara celebraram, por escritura pública,


um contrato de compra e venda de um imóvel, no valor de 100.000,00 EUR,
tendo ficado acordado que Mara pagaria aquela quantia em dez prestações
iguais, durante dez meses. Mara só pagou três prestações e recusa-se a pagar
as prestações seguintes. 1. Poderá Fernando intentar, no final do 4.º mês,
uma cação executiva contra Mara? Determine a obrigação exequenda. Uma
nota inicial acerca das três prestações que foram pagas. Pagou três e
certamente havia título executivo para 30.000EUR. Bom, ao fim do 4º mês,
havia um mês que estava em mora (10.000EUR). Para estes 10.000EUR que
estão em dívida não há dúvidas. E que título executivo é que temos para este
valor? O mesmo contrato de escritura de compra e venda porque é um
contrato que constitui uma obrigação de pagar a quantia da 100.000EUR
(703/1 b)). Em concreto qual é o valor da obrigação exigível?

Para já sabemos que 10.000EUR são exigíveis porque já se venceram por


decurso do prazo (a obrigação exigível é aquela que se vence e esta venceu).
A obrigação dos 10.000EUR é certa, é pecuniária e é líquida. E consideram-
se também os juros legais (703/2). Mas agora vamos para uma zona mais
cinzenta. Uma prestação não pagou e pode haver ação executiva
relativamente a essa mas se a Mara diz que já não vai pagar as prestações
seguintes (as restantes 6!) pode haver já ação executiva relativamente a
essas? Vejam o 781 CC. Se víssemos o 781 CC diríamos: “cá está,
venceram-se todas!”. Mas atenção, no caso estamos num cenário especial da
própria venda a prestações. Então vejamos agora o 934.º CC porque é o
934.º que responde ao nosso caso. Em princípio no nosso caso não havia
reserva de propriedade, a coisa foi entregue e o que o 934 diz na 2ª parte é
que até à oitava parte do preço total da coisa não há perda do benefício do
prazo em relação às prestações seguintes. Então, e desde que haja entrega do
imóvel, Fernando só poderá executar a 4ª prestação. Mas tudo muda de
figura na segunda pergunta.

Aula Prática 18/03/15 (Dr. Rui Pinto)

2. Poderá Fernando intentar, no final do 8.º mês, uma cação executiva contra
Mara? Determine a obrigação exequenda. Aqui estão 5 prestações em mora.
5 é metade de 10 e excede a oitava parte referida no 934 CC. Aqui já pode
executar todas as prestações. Assim, A forma de processo quando se deve 1
prestação é a sumaria, 550/2-d). O titulo executivo é a escritura publica, 879
CC (não é necessário que se prove o incumprimento), basta ter a escritura
publica do contrato de C/V, pois ela constitui a obrigação para ter força
executiva (1º penhora depois citação). A forma de processo quando se deve
5 prestações é a ordinária. Temos um titulo extrajudicial que excede o dobro
do valor da alçada do tribunal de 1ª instancia, logo excluímos a forma
sumaria, 550/1 e seguimos a ordinária (1º citação depois a penhora). Quanto
à certeza do valor: o 716/1 o titulo executivo não diz 70 000 euros mas diz
10+10+10... Imaginemos que começamos a ação executiva quando o
executado deve 1 prestação, mas depois na pendência da ação ele continua a
não cumprir, ora o valor que consta do titulo executivo é fixo, como se faz?
Não se justifica novas ações executivas. Segundo o principio da
expansividade do objeto de execução da mesma divida, art. 850 cpc, diz que
se colocarmos uma ação para cumprimento de um prestação num contrato
sucessivo, é possível colocar um novo requerimento executivo para pedir o
alargamento do objeto da execução, ou mesmo pedir a reabertura da ação
executiva de forma a executar as restantes prestações em falta. Assim se
conjugarmos com o art. 711 a lei aceita que se possa fazer cumulação de
títulos diferentes, logo também cumulação de títulos sobre a mesma divida,
apesar de não dizer expressamente.

Caso prático 11 Fausto deslocou-se ao stand de automóveis do seu amigo


Gualdino, pretendendo comprar o novo automóvel PMW para oferecer à sua
filha Helga como prenda de casamento. Foi, desde logo, celebrado o contrato
de compra e venda entre Fausto e Gualdino, autenticado por José, um notário
amigo de Fausto. Ficou estipulado que o contrato apenas produziria os seus
efeitos após a celebração do casamento de Helga. Fausto encontrava-se
indeciso em relação à cor do carro (rosa, roxo ou amarelo) a escolher. Tendo
Gualdino dois carros de cada uma destas cores no seu stand, ficou acordado
que Helga telefonaria a Gualdino, durante aquela semana, a indicar a cor
escolhida. Helga casou com um conhecido ator (o casamento foi noticiado
em todas as revistas cor-de-rosa) sem ter escolhido a cor do seu novo
automóvel. Fausto, por seu lado, cumpriu a sua obrigação de pagamento do
preço no dia seguinte ao do casamento, na presença da sua mulher, Ivone. 1.
Pode Fausto propor cação executiva contra Gualdino para a entrega forçada
do automóvel? E Helga? 2. Se sim, pronuncie-se sobre o título executivo em
questão, em especial sobre (i) a relevância da celebração do casamento para
a cação executiva; (ii) a importância da natureza sinalagmática do contrato
em questão. Estamos pente um titulo que é o contrato de compra e venda
autenticado onde fazem parte Gualdino e Fausto, não tendo Helga
legitimidade segundo o art. 53 pelo principio da literalidade. Já se fosse um
contrato a favor de terceiro, em que o destinatário dos efeitos reais seria a
Helga, também pelo art. 53, teria legitimidade como credora, não seria era a
única credora. Segundo art. 10 estamos perante uma ação executiva que tem
por base um titulo executivo que corresponde ao contrato compra e venda
entre fausto e Gualdino autenticado por notário, art. 703/1 b) (a C/V esta nos
art. 874 e ss CC). Este contrato de compra e venda esta sujeita a uma
condição suspensiva, art. 270 CC, que só se concretiza após o casamento de
Helga. Temos então um facto constitutivo complementar que é a tramitação
da condição suspensiva, a exigibilidade da condição de precedência do
pedido segundo o 713, que no nosso caso seria o casamento da Helga.
Assim, teríamos dois factos a provar, o casamento e o sinalagma: - Nos
termos do art. 715, o exequente deveria juntar no requerimento executivo,
como prova complementar, a certidão de casamento da filha ou a revista cor-
de-rosa onde aparece a reportagem do casamento. - Quanto ao pagamento,
pelo fato de se tratar de um contrato sinalagmático, Gualdino teria que fazer
prova do pagamento utilizando a esposa como testemunha, podia igualmente
juntar o estrato de conta como comprovativo de pagamento. Estamos perante
uma execução de entrega de coisa certa. O 550/4 diz que quando estamos
presente a execução para entrega de coisa certa a forma de processo é única,
que digamos que é a forma ordinária como diz prof. Lebre de Freitas e RP. A
forma única é a forma que resulta do 724 e ss combinada com as regras
especiais para entrega de coisa certa, 859, sendo certo que se o titulo for
sentença (que não é o caso) teríamos que ter em conta o 626/3, é como se
fosse forma sumaria, ou seja a citação para oposição do executado é feita
após a entrega da coisa.
Forma única é um mix: não é em bom rigor a forma ordinária, pois é a forma
supletiva geral, 724 e ss conjugada com as regras para entrega de coisa certa,
com as especialidades do 859 e ss (como o caso de ser citado após a entrega
da coisa). Tramitação da forma de processo para pagamento de quantia certa
na forma ordinária: Requerimento---recebimento pela secretaria---despacho
liminar do juiz---citação previa---oposição á execução (eventual e
paralela)---penhora O exequente pode pedir para que não seja logo citado o
devedor para que não desapareça com os bens (despensa judicial de citação
previa). Como em principio no processo executivo para entrega de coisa
certa se NÃO FOR DE SENTENÇA CONDENATORIA 626/3, a citação é
anterior á execução, é possível aplicamos o 727 dizendo que não se notifique
a pessoa senão ela vai desaparecer com o bem. Tramitação da forma de
processo para entrega de coisa certa, 859 e ss: Requerimento executivo---
tramitação complementar caso haja recusa da secretaria nos termos do 725/1,
que é um ato que possibilita o ato de condenação para o juiz, a decisão do
juiz que é irrecorrível, salvo nos termos do art. 725/2---após o recebimento
do requerimento inicial designa-se o AE, quando não for designado pelo
exequente, 720/2 e 8---notificado o exequente--- dá-se a produção de prova
complementar (que é o caso), 715---despacho liminar de citação em que o
executado tem 20 dias para entregar a coisa, 859 ou opor-se, 731 que remete
para o 729 (bens a penhorar em termos de garantia patrimonial) e cessa a
possibilidade de entrega da coisa (doutrina da apreensão). É possível na
forma única (tendencialmente ordinária) o juiz só citar, 727 o executado
depois de ser entregue a coisa uma vez que os processo para entrega de coisa
certa não terem penhora? Com a reforma de 2003 a entrega de coisa certa
passou a ter forma única, 550/4. O 727 que respeita a uma espécie de forma
sumaria, falamos de penhora e no caso de processos para entrega de coisa
certa não há uma penhora mas sim uma apreensão do bem. Assim, na
generalidade da doutrina é aceite a entrega de coisa certa anterior à citação,
não sendo incompatível porque mesmo que a execução proceda pode haver a
restituição do bem nos termos do art.8??/5. Outras justificação para
aplicação do 727 nos casos de forma única onde não temos penhora mas sim
apreensão é o facto do art. 861/1 manda aplicar subsidiariamente a regra da
penhora. O prof. LF na aplicação do 727 na entrega de coisa certa acautela o
fato de que quando não houver aceitação previa, o executado é notificado
para se opor á apreensão, mas só depois de decorrido o prazo de oposição é
que havia lugar a apreensão numa ideia de ato continuo. ESTE PROBLEMA
NAO SE COLOCA QUANDO O TITULO EXECUTIVO FOR
SENTENÇA.

Aula Prática 20/03/15 (Dr. Rui Pinto)


No caso estamos perante uma obrigação que não é certa, falta a escolha ou
determinação de uma formalidade que é exigido no art. 400 CC e à a
necessidade de um ato acessório de especificação da qualidade da prestação,
o objeto tem que ser determinado. A indeterminação qualitativa pode
acontecer nos casos das obrigações genéricas, 539 e ss CC ou alternativas,
543 CC. Neste caso falta a determinação do objeto concreto de modo a
proceder á transmissão da propriedade da viatura, 408/2 CC. A cor do carro
podia ser roxa, amarela ou rosa, no entanto nada foi dito por Helga. Estamos
perante uma escolha de terceiro, de uma obrigação alternativa, 549 CC que
remete para 542/2CC (genéricas) se o terceiro não escolhe devolve-se a
escolha ao devedor, com prejuízo do credor. Caso prático 14 Diga se o
tribunal em causa é competente para as seguintes acções executivas,
referindo ainda as consequências de uma eventual incompetência: (i) Acção
executiva proposta no Tribunal da Relação de Évora por Núria, residente em
Lisboa, contra Olga, residente em Évora, ambas magistradas, para execução
de uma decisão judicial proferida no Tribunal da Relação de Évora que
condenou Olga a pagar 40.000,00 EUR a Núria; Na sequencia da sentença
condenatória proferida pelo Tribunal de Relação de Evora, onde condena
Olga ao pagamento de 40 000 euros, Nuria propõem uma ação executiva no
Tribunal da relação de Évora para a satisfação do seu crédito.

Em relação à competência hierárquica e territorial: Segundo os art. 85/1 e 86


CPC e 33 e 41 da LOSJ, apenas os tribunais de 1ª instancia tem competência
executiva. Quando se trata de um titulo executivo judicial, em regra é
executado dentro dos próprios autos, art. 85. Há um principio de
coincidência territorial entre a competência declarativa e executiva, a
sentença é executada na comarca onde foi proferida, em principio no próprio
tribunal que a proferiu, e no mesmo processo declarativo. Contudo, nos
casos em que se trata de sentença proferida em tribunal superior, como é o
nosso caso, o processo declarativo tem que baixar ao tribunal de 1ª instancia,
conforme nos diz o art. 86 – 2ª parte, sendo competente para a execução o
tribunal do domicilio do executado, art. 86 – 1ª parte. No nosso caso, como o
domicilio de Olga é Évora, o tribunal competente para a execução seria,
igualmente, o Tribunal da Comarca de Évora. Contudo saliento que, nestes
casos, ainda que o tribunal seja o mesmo, o processo de execução não
decorre nos próprios autos, regra que é excecionada pelo facto de estarmos
perante uma decisão proferida por um tribunal superior. Consubstancia numa
incompetência absoluta em razão da hierarquia, art. 96, seguindo-se um
despacho de indeferimento liminar, culminando na absolvição do réu na
instancia, no caso deste já ter sido citado Competência em razão da matéria
Segundo DL 49/2014 (LOFTJ) a ação executiva deve correr perante um
tribunal de competência especializada, art. 129/1 e 81/2 g). Ou seja, à partida
os tribunais declarativos têm competência executiva, a não ser que haja um
juízo de secção de execução, como é o caso da nossa hipótese. Segundo
anexo II do mesmo diploma o Tribunal de Évora possui uma secção de
execução situada em Montemor o novo. Como tal, estamos perante uma
incompetência relativa art. 102, fundada na divisão judicial do território,
desta forma, o requerimento executivo proposto por Núria no Tribunal da
Relação de Évora deveria ser remetido com carácter de urgência oficiosa
para a secção de execução, 85/2. Sendo o vício sanável com base no art.
105/3 do CPC Em casos de incoerência absoluta e relativa, a incompetência
absoluta consome a relativa, originado os efeitos da incompetência absoluta
que no caso seria a absolvição do réu na instancia.

NOTA1:

A forma de processo é sumaria, 550/2 a) pois o titulo executivo é uma


sentença. Mas o 626/2 é que nos diz que qualquer sentença portuguesa ou
arbitral é sempre sumaria. E decorre nos próprios autos, 85 (territorial – na
própria comarca e hierárquica). Esta é uma sentença que vem de um tribunal
superior, ou seja por um lado não é estrangeira, esta cá e por outro não me
parece que possa pedir para que a sentença seja executada nos próprios autos
como decorre do art. 85, pois baixa a outro tribunal, sendo uma sentença que
não cabe no 626/2 mas sim no 550/2 a). O art. 85 só se aplica em NOTA 2:
O art. 86 é de competência hierárquica porque diz que tem que baixar à
baixa à 1ª instancia e é territorial porque refere o local do tribunal
competente para executar a sentença. (ii) Acção executiva proposta na 1.ª
Secção cível do Tribunal Judicial da Comarca do Porto por Nando, residente
no Porto, contra Óscar, residente em Viseu, para execução de uma decisão
judicial da 1.ª Secção cível do Tribunal Judicial da Comarca do Porto
(resultante de recurso interposto para o Tribunal da Relação do Porto), que
condenou Óscar a pagar 50.000,00 EUR a Nando;

Não é Sentença estrangeira, art. 90 O titulo executivo é uma sentença


portuguesa e é executada dentro dos próprios autos, típica do art. 85. Há um
principio de coincidência territorial entre a competência declarativa e
executiva, a sentença é executada na comarca onde foi proferida e em
principio no próprio tribunal que a proferiu no mesmo processo declarativo.
Se virmos na LOFTS vimos que as competências centrais e locais elas tem
competência para executar as suas próprias decisões. À partida os tribunal
declarativo tem competência executiva, a não ser que haja juízo de secção de
execução, que neste caso, por forca da lei orgânica o processo é remetido
com carácter de urgência oficiosa para a secção de execução, 85/2. O
requerimento da ação declarativa não serve para a ação executiva. Mas não
se coloca um requerimento ex novo mas sim mete-se um novo processo
como se fizesse parte do processo inicial mas com tramitação autónoma.
Segundo 93/1 alínea u) do DL 49/2014, aplicando art. 85 CPC a comarca
competente é a da ação declarativa. O requerimento executivo corre nos
próprios autos da ação declarativa. Como há secção de execução aplicamos o
85/2 CPC, donde o processo será enviado para esta secção por despacho
oficioso do tribunal O Mapa anexo do DL 49/2014 indica-nos que existem 2
secções de execução do Porto. Se a ação for colocada na comarca da secção
cível do Porto, em vez de ser colocada na secção de execução da comarca do
Porto, temos uma incompetência material, 85/1 e art. 65. Antes, o cpc dizia
em razão da matéria ou da forma do processo, agora diz apenas em razão da
matéria. O art. 65 e o 85 associa a competência especializada á matéria,
absorvendo tudo o que anterior era competência em razão da forma. Esta
competência passou a ser absoluta no novo cpc. Sendo de conhecimento
oficioso e não suprível. A matéria da seção de execução é a mesma que a da
seção cível, a lei não quis distinguir. Tudo é competência especializada,
apesar de em bom rigor na se falar em razão da matéria. Assim, não sendo
colocada na secção de execução do Porto, parece resultar de uma
competência absoluta, resultando um indeferimento liminar do juiz.

(iii) Acção executiva proposta na 1.ª Secção de execução do Tribunal


Judicial da Comarca de Lisboa por Móveis Luisinha, Lda., com sede em
Lisboa contra Madeiras Pimpão, Lda., com sede em Vila Real, para
execução de uma sentença proferida na 1.ª Secção de comércio do Tribunal
Judicial da Comarca de Lisboa e cuja obrigação exequenda ascende a
500.000,00 EUR; O titulo executivo é uma sentença, 706/1 a). Competência
em razão da hierarquia é dos tribunais da 1ª instancia, ou seja os tribunais da
comarca, 29/3 LOSJ Competência em razão da matéria, prevista nos art. 64 e
65 CPC, 40, 80 e 83 LOSJ, 81/2 que refere as matérias para as quais podem
ser enviadas para secções de competência especializada depende das
instancias centrais. Sendo que segundo art. 128/3 LOSJ diz que as secções de
comercio tem competência executiva. No nosso caso como estamos perante
matéria comercial, e sendo por sentença condenatória da 1ª instancia do
tribunal judicial de Lisboa, a ação executiva devia ter sido instaurada na 1ª
secção de comercio da comarca de Lisboa, DL 49/2014 art. 84/1 e) e não na
1.ª Secção de execução do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa como foi.
Daqui resulta uma incompetência absoluta, 96 e como tal consubstancia
numa exceção dilatória segundo art. 577 a) é de conhecimento oficioso, 97/1
e 578, mas é in susceptivel de sanação. O tribunal deve indeferir
liminarmente o pedido, mas como neste caso estamos perante um processo
sumário, execução de sentença condenatória 626/2, logo o AE não podia
proferir o impedimento liminar do requerimento executivo, pois o 855/2 diz
que quando o agente de excussão verificar que há falta de pressupostos
processual, ele não pode decidir sobre essa matéria, deve enviar o processo
para o juiz para despacho liminar ou rejeitar oficiosamente a execução,
segundo, 754?? Em relação a competência em razão do território , 85 a 90,
no nosso caso estamos perante uma execução de sentença condenatória
proferida pela secção da comarca de Lisboa, não se aplica o art. 85/1?, pois
só se refere aos casos em que não haja secção de execução na comarca e
85/2 prevê os caso em que haja uma seção de execução, mas não fala
expressamente nos casos em que o tribunal competente é a secção de
comercio. Mas, neste caso temos que as normas de competência territorial
estão mesmo no 85/1, pois diz “na execução de sentença proferida por
tribunal português”, não interessa qual é o tribunal, e conjugando com o
128/3 LOJS (lei orgânica). A acção deveria ter sido colocada, igualmente
como disse anteriormente, na 1ª seção de comercio da comarca de Lisboa e
não na 1.ª Secção de execução do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa.
Nos juízos de execução o que interessa é o tipo de processo, nos juízos de
comercio o que interessa é a matéria em causa.

Caso prático 15 Descreva pormenorizadamente a fase inicial da execução


nas seguintes acções executivas: (i) Acção executiva proposta com base em
requerimento executivo onde não são expostos os factos que fundamentam o
pedido nem é designado o agente de execução; Aula Prática 10/04/15 (Dr.
Rui Pinto) (ii) Acção executiva proposta pelo mandatário do exequente com
base em requerimento executivo entregue em suporte papel;

Segundo o art. 712 manda que o requerimento seja entregue de forma


electrónica. A não ser que houvesse um caso de justo impedimento previsto
no art. 144, poderia a parte suprir e entregar por via electrónica. O processo e
electrónico, o 144/1. Há exceções 144/7 se for até 5000 euros pode ser em
suporte papel desde que não haja constituição de mandatário, caso contrario
sempre que há constituição de mandatário o suporte tem que ser o da via
electrónica. A secretaria recusaria com base no 725/1 a). Que diz que reusa
se não houver sido entregue em modelo próprio. Sempre que a secretaria
recuse eu posso reclamar para o juiz, 725/2. O juiz ou me da razão ou não.
Se o juiz disser que não, e se eu meter processo nos 10 dias o requerimento
fica com data da primeira e apresentação, 725/3, se não apresentar em 10
dias não se pode sequer apresentar, 725.

(iii) Acção executiva proposta sem apresentação de título executivo;


O titulo pode ser referido mas não acompanha ação, 725/1 d) A secretaria vai
notificar o requerente, e conjugando com o 724/4 a). Vai dispor o prazo de
10 dias para entregar o titulo executivo (se for titulo de crédito não pode ser
copia), a recusa da secretaria é a falta de titulo executivo. Na forma sumaria,
o 855/2 a) o processo vai para o AE sem passar pela secretaria. O AE faz as
vezes da secretaria, usando as competências do 725. Se não houver AE
designado, 719 designa AE, fazendo a secretaria a verificação, nesse caso
quando chega ao AE este já não volta a verificar. (iv) Acção executiva
proposta com apresentação de título executivo de onde resulta uma dívida de
2.000,00 EUR, tendo o exequente apresentado um pedido de 4.000,00 EUR;
Até 2000 se for sentença a forma é a sumaria, 626/2. Se for um cheque é
sumaria por causa do valor, 550. Mas podia ser ordinária se fosse o caso do
550/3. Neste caso não há despacho liminar. Se eu estou a pedir 4000 e só
tenho titulo para 2000 quem vai verificar este abuso é o AE, suscita a
intervenção do juiz 855/2 b). Provoca o despacho liminar do próprio juiz,
726/3 O juiz neste caso profere um despacho de indeferimento parcial,
indeferindo o excesso em relação ao que consta no titulo. Se o AE dissesse
que estava tudo bem e prosseguisse para a penhora de 4000 euros, teria que
ser o devedor na oposição à execução invocar que não havia divida de 4000
mas sim 2000. (v) Acção executiva em que o título executivo é uma sentença
judicial que condenou o executado no pagamento de um montante de
5.000,00 EUR; considere agora, nesta hipótese, as seguintes sub-hipóteses
autónomas: forma sumaria 626/2 a) O exequente requer a citação prévia do
executado; Por regra não há citação previa. Mas neste caso o credor quer a
citação previa – se fosse forma ordinária a citação pedir a dispensa da
citação previa, 727 – mas aqui é o oposto, a lei não prevê esta situação. No
novo código há o dever de ...formal 547 e 6 gestão processual, quando for o
melhor para a causa adaptar a forma processual. O principio da atuação
formal o juiz ad hoc pode decretar atos processuais inovatórios, logo seria
possível pois o credor esta a renunciar à forma sumaria.. b) É executado
apenas o fiador; Executado só o fiador, como tem o beneficio da excussão
previa, este pode chamar o devedor principal, 745. O 550/3 d) estamos
perante a forma sumaria 626/2, pode seguir a forma ordinária se for
executado apenas o devedor subsidiário que não haja renunciado ao
beneficio da excussão previa. A lei quer proteger o fiador e por isso chama
um juiz ao processo.

c) Verifica-se incompetência absoluta do tribunal para a acção executiva;


Quando se verifica a incompetência absoluta do tribunal estamos perante
uma incompetência absoluta não é sanável, 96, levando ao despacho de
indeferimento liminar na forma sumaria. O AE deve remeter para o juiz,
726/2 b) é uma exceção dilatória insuprível de conhecimento oficioso. Não
pode o AE fazer um despacho por falta de pressupostos processuais, deve
enviar para o juiz. d) Verifica-se incompetência relativa do tribunal para a
acção executiva; Na competência relativa à remessa para o tribunal
competente. Ha um despacho liminar, 103 que remete para o 105/3 que
determina o suprimento da incompetência relativa com remessa para o
tribunal competente (vi) Acção executiva em que o título executivo é um
requerimento de injunção ao qual foi aposta fórmula executória; A forma de
processo é a sumaria 550/2 b). O D.L. 269/98 de 01/09, diz que secretaria
notifica o devedor para pagar ou para se opor, se ele não pagar e não se
opuser, a secretaria apoia a forma executória e pode executar de imediato o
requerimento de injunção. (vii) Acção executiva em que o título executivo é
uma escritura pública de compra e venda a prestações de um imóvel, estando
em dívida o pagamento das duas últimas prestações, cujo valor total ascende
a 100.000,00 EUR; Estamos perante simples calculo aritmético, estamos
perante a forma ordinária, o titulo é extrajudicial. Vamos executar as
obrigações vencidas. (viii) Acção executiva em que o título executivo é um
contrato de mútuo no montante de 100.000,00 EUR, garantido por penhor
(garantia real) de estabelecimento comercial, tendo o exequente alegado a
comunicabilidade da dívida no requerimento executivo; Este contrato só é
valido se for celebrado por escritura publica. O titulo cabe no 703/1 b). O
titulo é o contrato mútuo. Em principio estamos perante um processo de
sumaria, 550/2 c), mas uma vez que estamos perante uma exceção prevista
no 550/3 c), mas visto haver um pedido de requerimento executivo que
alegava a comunicabilidade da divida que tem um penhor, assim aplica-se a
forma ordinária. 03:46 15/04

Algumas notas relacionadas ainda com os dois últimos pontos do caso 14


antes de avançarmos para o caso seguinte: é possível cumular a execução de
várias dívidas da mesma pessoa contra uma mesma pessoa ou várias pessoas
coligarem-se contra uma mesma pessoa. A cumulação está sujeita a vários
requisitos (e temos também de distinguir entre cumulação inicial e
cumulação sucessiva). O novo CPC por um lado facilita, por outro lado
complica a cumulação. Em que é que facilita? Quando diz: sempre que
tiverem uma só sentença podem executar todas as condenações que
provenham dessa sentença, seja qual for a finalidade (710 CPC). Este artigo
foi feito a pensar na ação e na sentença de despejo. Depois para saber qual o
tribunal competente para executar a sentença temos que ver o art. 85. Em
que é que dificulta? Para saber a forma do processo é mais difícil. Quando a
sentença condena de forma igual para tudo é mais fácil mas quando, por
exemplo, condena a entregar de coisa certa e a pagar uma renda (na ação de
despejo), fica mais complicado. A lei não responde expressamente a isto. No
entanto, provavelmente o art. 626/3, que não responde exatamente a esta
situação, pode ajudar. O que a lei parece dizer é: corre um processo, baseado
numa sentença para entrega de quantia certa (onde primeiro se apreende a
coisa e só depois é que se notifica), na forma sumária, o espírito da lei parece
dizer que quando se executa uma sentença executa-se primeiro e avisa-se
depois. Portanto, o juiz ou o agente de execução vai ter que conciliar –
executa tudo e só depois é que avisa, é uma mistura da forma sumária para
pagamento de quantia certa com a forma única, sendo que as duas são sem
citação prévia. Esta é a minha opinião (Prof). Mas a coisa complica-se ainda
mais quando os títulos não são todos iguais porque o 710 só resolve a
questão quando o título é a sentença. Se não for sentença responde o 709. O
art. Diz que se podem sumular execuções baseadas em títulos diferentes
desde que se cumpras alguns requisitos: as execuções têm que ser
materialmente compatíveis (a compatibilidade substantiva é um requisito
implícito que não está expresso na lei); tem que haver compatibilidade
processual – 709/1 a) e c); tem que haver uma conexão teleológica – 709/1
b). (este requisito não se verifica no 710 como vimos há pouco). Logo,
parece que se podem executar devedores baseado em títulos diferentes, com
alguma facilidade. OK mas então qual é o tribunal competente? O 709
também pretende responder à chamada “extensão da competência por razão
da cumulação”. Até porque a lei não admite cumulações com incompetência
absoluta mas admite com incompetência relativa (709/1 a) a contrario). É
preciso ver o 709/2 que diz que nos cassos da sua previsão prevalece o local
do procedimento de valor mais elevado. Já o 709/3 diz que nos casos da sua
previsão prevalece o título judicial. Já o 709/4 para resolver os casos da sua
previsão faz uma remissão para o art. 82. Quanto à forma responde o 709/5.
Então e se for cumulação de sentença e outro título diverso? A lei não
responde diretamente. Há dois entendimentos: a lei já não quer (como queria
anteriormente) que se cumule sentença com título diverso de sentença;
aplicamos o 709 e onde se refere “título de formação judicial diferente da
sentença” podemos também incluir a sentença. Eu (Prof) continuo a aplicar o
709 mas é altamente duvidoso porque o 709 mistura tudo mas é como se não
quisesse misturar-se com os casos do 710, isto é, deixa a sentença sozinha.
Eu (Prof) não sei a resposta definitiva mas continuo a aplicar o 709 salvo
outra opinião que me parece também válida. Vejamos agora a questão da
coligação. Se for um sujeito (por ex administrador de condomínio) a intentar
ação contra vários sujeitos (por ex condóminos), pode? Onde há uma
coligação, não deixa de estar em causa uma cumulação de pedidos e isso é
um ponto comum com o que já vimos. Por definição, a coligação tem de
respeitar sempre um destes artigos (709 ou 710, essencialmente o 709) mas
temos que ver com atenção também o art. 56 (que veremos também na aula
teórica). Diz o 56 que desde que não haja nenhuma circunstância impeditiva
do 709/1 então pode haver os tipos de coligações indicadas. (ao não remeter
para o 710 parece excluir a coligação de sentenças mas não estou certo
(Prof) porque para mim (Prof) até nos casos do 710 é preciso cumprir os
requisitos do 709... mas adiante) Últimas notas: tanto a cumulação com a
coligação são voluntárias. O art. 85 aplica-se sempre que o titulo seja uma
sentença e só o art. 85 se aplica (não é preciso ir ao 89).

Notas prévias: Execução para entrega de coisa certa é forma única (mas
atenção que se o título for sentença há a especialidade do art. 626); se for
execução para pagamento de quantia certa a forma pode ser ordinária ou
pode ser sumária (550). Aula Prática 21/04/15 (David Reis) O requerimento
executivo corresponde ao impulso processual, 724, principio do dispositivo,
ou seja esta na dispoblidade das partes a susceptibilidade de avançar para a
ação executiva, reclamar junto do tribunal o que tem direito, que esta aliás
titulado. O requerimento executivo vem do titulo executivo e tem 3 funcoes:
configuraçãoo objetiva da instancia: esta em causa o objeto da ação
executiva, como o pedido e a causa de pedir. È no RE que eu formulo o meu
pedido e declaro o valor da causa; configuraçãoo subjetiva da instancia: está
relacionado com a identificaçãoo das partes, morada, NIF. Saber quem vai
tomar a posição de excutado e de execuente;

preparação da penhora e do pagamento: se o que se pretende é a satisfação


do crédito, faz todo o sentido que logo no requerimento executivo indica o
NIB para poder ser recercido, bem como os bens a penhorar, 729/2. Sao atos
que o requerente vai praticar de modo a agilizar a penhora. isto é importante
porque se tem que perceber no momento da prepositura do requerimento
executivo o que é verdadeiramente a oposiçãoo à execuçãoo, para dizer
percebermos que tipo de processo estamos perante (ordinário ou sumário), se
o fundamento invocado procede ou não Posteriormente, há um controlo
administartico liminar feito pela secretaria (ordinária). Não é um mero
controlo superficial, já há uma apreciação mais rigorosa, 725. Seguidamente,
o RE chega ao juiz, 726. Despacho de indeferimento liminar, 726/2.
Despacho de aprefeicoamento, 726/4, pelo principio da economia processual
6/2 nao faz sentido destruir a ação executiva quando ainda poderá ser
susceptivel de aproveitamento. Despacho de citaçãoo do executado, 726/6
com remissão para o 728/1. Nao havendo irregularidades, logo nao havendo
lugar a despacho de indeferimento liminar nem de aperfeiçoamento, nao ha
nada a sanar, o juiz vai citar o executado para pagar ou se opõem. A
possibilidade que é dada para pagar origina a extinçãoo da ação executva. Na
oposiçãoo á execuçãoo o objetivo a extinçãoo total ou parcial da ação
executiva, é uma manifestação contra a própria ação executiva, nao é contra
o ataque a sertos bens, é dizer que a ação executiva nao é possivel porque tu
nao es parte desse pontrato, p.e. ou que o tribunal nao é competente para
colocar essaação, logo o que se pretende quando se alega incumprimento de
pressupostos processuais o que se pretende é a extinçãoo da ação executiva,
através do reconhecimento dea falta de um pressuposto ou da inexistência de
um direito do exequente. A oposiçãoo á execuçãoo configura por parte do
tribunal uma atividade do tipo congnitivo, sendo qualqificada como uma
ação declativa. Sendo uma ação declarativa ela corre por apenso à ação
executiva em que o executado poderá levantar questões que sejam de
conhecimento oficioso, poderá alegar fatos novos, poderá apresentar novos
meios de prova, poderá levantar questões de direito. A possibilidade que é
dada ao executado na oposição á execuçãoo obriga a uma apreciaçãoo
cognitiva material ao tribunal, assim ja nao estamos na lógica da ação
executiva, mas sim uma apreciação de uma ação declatratva com vista a
aferir se a pretencao do executado tem ou não cabimento, porque tendo
culminara com a extinção da ação executiva. 1º perceber o momento prévio á
execuçãoo á oposiçãoo que é a citaçãoo. (é aqui que incide os casos
práticos), relativamente ao despacho de citação. Saber se os termos em que o
despacho de citação foi feito preenche os requesitos presentes na lei. Na
execuçãoo com citação previa á penhora (ordinária) a citação é feita nos
termos gerais que devera ser realizada pelo AE, 719/1, por via postal, 228.
Se a citação se frustrar, a mesma é feita mediante contacto pessoal do AE
com o executado, 249. Se no prazo de 30 dias nao se concluir a citação, o
AE deve informar o exequente e decorridos mais 30 dias se informe o juiz de
execução, 266/2 e 3. Pode haver lugar á citação por edital electronica, art. 11
e 12 portaria 282/2013 de 29/08. CITAÇÃO Efeitos da citaçãoo: efeito
processual principal qie é o da constituiçõ da realação jurídica processual
entre o excutado e o tribunal, 259/2 efeito processual secundário é o da
litispendência: o credor esta impedido de colocar uma nova execuçãoo
contra o autor com o mesmo objeto processual, ainda que o titulo seja
diferente. Efeito material: colocar o reu devedor em mora no caso das
obrigações puras, 805CC e 610/2 al b). É com a citação que se vence a
obrigaçãoo.

Falta ou nulidade da citação: a falta de citação encontra-se no art. 188 e a


nulidade no 191. Tem lugar quando nao hajam sido, na sua realizaçãoo,
observadas as formalidades prescitas na lei. a falta de citaçãoo pode ser
arguida pelo executado a todo o tempo, 198/2 e 851/1, caso tenha ocorrido à
revelia, ou mera ineficaia da citação (quando executado é citado 2 veses nos
mesmos termos e para o mesmo processo). Se o executado intervir na causa
sem arguir, a falta de citação sana-se, 188 (por exemplo comparecer em
tribunal ou indicar bens a penhorar). A nulidade da citação pode ser arguida
no prazo da oposição. Se for por nulidade de citação edital ou quando nao foi
estipulado prazo para a defesa, esta pode ser arguida quando da primeira
intevencao do citado no processo, 191/2 e 3. A falta de arguição da nulidade
dita a sua sanaçãoo, salvo no caso do 191/22ª parte, por ser de conhecimento
oficioso, ex vi 196. A falta e a nulidade de citaçãoo edital do executado, por
regra geral, é de conhecimento oficioso, 196 e 191/2 – 2ª parte. As restantes
nulidades de citaçãoo carecem de arguição segundo art. 851/1. A arguição da
nulidade de citaçãoo so é atendível quando a sua falta puder prejudicar a
defesa do citado. Se a arguição de nulidade for julgada procedente, anula-se
tudo o que se tiver praticado no processo. O RE permanece eficaz, porem
graças aos art. 187 in fine e 195/2 – 1ª parte. O requerimento de arguição de
nulidade ou falta de citação pode ser dedeuzido mesmo depois do fecho da
execuçãoo, em que o executado haja sido revel, configurando-se num ato
processual póstumo e que determina a reabertura da instancia.. a venda
executiva, caso ja tenha ocorrido, sera igualmente anulada, 839/1 al. B). P.E.
no caso em que a secretaria envia o processo ao AE para penhora imediata,
em vez de remeter ao juiz para despacho liminar, 726/1, devemos aplicar o
193, podendo a parte prejudicada invocar o vício ate ao termo do prazo para
deduzir oposiçãoo à execuçãoo, ex vi 19871. O tribunal pode no entanto
conhecer o erro da forma de processo oficiosamente segundo o art. 196. OE
Os fundamentos para deduzir oposiçãoo divergem consuante o titulo
executivo em causa, execuibilidade intrínseca e extrínseca do titulo
executivo, saber se aquele titulo executivo é ou nao susceptivel de ser
fundado para a ação executiva (art. 703 e explicar TODA ESTA
MATERIA). A razão pela qual os fundamentos de oposição a execução
aplicados quando estamos perante uma sentença sao menores do que noutros
títulos nao judicial, pois quando o titulo executivo é uma sentença
pressuoem que anteriormente ja hove ação declativa, e se houve ação
declativa já hove principio do contraditório, ja foi dada uma hipótese de ser
exercido, outro ponto é o fato de que a sentença faz caso julgado em relação
á materia de facto, pois ja passou no crivo da contestaçãoo, dar aqui a
apossibilidade do executado se manifestar novamente estaríamos perante um
recurso. Fundamentos para oposição: A- Dedução de execepção dilatória:
729 al. C) por remissaõ do 730, 731 e 857/1: o incompetência do tribunal
quer absoluta quer relativa o nulidade de todo o processo o falta de
personalidade ou capacidade jurídiciaria de alguma das partes o
ilegitimidade de alguma das partes o coligaçãoo indevida: quando entre os
pedidos nao exista conexão exigida, 56/1 o falta de constituiçãoo de
advogado, 58 o a litispendência 564/1 c), 577 i), 580 e 582/1 e 2.

Alguns deste vícios sao sanáveis, &7” (principio da oficialidade), devendo o


juiz promover oficiosamente a sua correção. B- Inexistência,
inexequibilidade ou invalidade formal do titulo pode ser arguida a
inexistência do titulo ou inexistência de aparência mínima de titulo, ou seja
anão verificaçãoo dos pressupostos do 703 a 708, como a sua
inexequibilidade. A alegaçãoo deste vício ao abrigo do 729 por remissão
730, 731 e 857/1 configura materiamente numa defesa por impugnaçãoo, ja
que o executado nega o fato da exetencia do documento ou do seu valor
jurídico. Se for uma sentença esta sera inexequível se nao conter uma
condenaçãoo, nao estiver assinada pelo juiz, esteja pendente de recurso com
efeito suspensivo, 704/1 e 647/2 a 4., tenha sido revogada em recurso, sendo
estrangeira nao tenha sido revista pela relação, 978/1, 979. Vícios que se
podem alegar referentes à ação declativa que da origem ao titulo: excepcoes
dilatórias, 727/f) nulidades originarias como a falta de citação para a ação
declarativa, quando o reu nao tenha intervindo no processo, 729 d); falsidade
do processo ou sentença, 729/b) – 1ª parte que influenciem no processo
executivo; nulidades ou anulabilidades de confissão na sentença
homologatória, alínea h); anulabilidade da sentença arbitral, 730 estes vícios
nao podiam ter ser alegados na ação declarativa ou na injunção, por isso, a
lei admite que seja exepcionado o Principio da Preculsão ou da Imutailidade
do caso julgado. C - Incertesa, inexigibilidade ou liquidez da obrigação, 713
Sao fundamentos de oposiçãoo, 729/ al. E) por remissão do 730, 731 e 857,
caso nao tenham sido suptidas na fase introdutória da execuçãoo. A
inexequibilidade consubstancia numa defesa defesa por excepção perentória
impeditiva relativa á execuibilidade do crédito. Por outro lado a alegaçãoo de
incerteza ou de iliquidez é uma defesa por impuganação quanto ao quid e ao
quantum do crédito. D- factos impeditivos, modificativos ou extintivos e
impugnaçãoo do crédito execuente: - além da inexgibilidade, incerteza e
iliquidez, podem ainda o executado apresentar outros fatos impeditivos,
modificativos ou extintivos para defesa por execepção perentória, 576/3.
Aplicado o art. 729/ al. G) para onde remetem os art. 730, 731 e 857.
Alguma jurisprudência defende que esses factos devem ter existência actual
no momento em que são invocados, nao podendo estar dependente de um
evento futuro e incerto. os factos impeditivos consubstanciam a existência
originaria da obrigação seja por: o falta ou nulidade formal do titulo material
ou executivo o nulidade nao formal o fata de causa do aceite da letra ou
liveranca. os factos modificativos podem ser: o a modificaçãoo do contrato
por aleteração das circunstâncias, tanto na oposiçãoo á execuçãoo como em
sede do 731, pois poderia ser deduzida na contestaçãoo. o Existência de uma
condiçãoo suspensiva que execpcionou o nao cumprimento o A
substituiçãoo do objeto da prestação ou do direito real o a alteração das
garantias os factos extintivos (inexistência da obrigaçãoo), 729/ al. E9
podem ser: o comuns: por exemplo a anulabilidade por incapacidade do
devedor, 731 o específicos: quanto as pretencoes creditícias:  o
cumprimento, ou qualquer outra causa de extinção da obrigação como, a
compensaçãoo, (847 CC - que tanto pode ser anterior á execuçãoo como por
meio da peticao á oposiçãoo), a dação em cumprimento (837 CC), a
consignaçãoo em deposito (841CC), a novaçãoo (857), a remissaõ (863) e a
confusão (868).  Impossibilidade objetiva de cumprimento da prestaçãoo,
790/1 CC  A prescriçãoo da divida pelo decurso do prazo ordinário, ex vi
331 CC, sem prejuízo dos prazos mais curtos para as obrigações cambiarias.
 A extinçãoo da causa do aceite ou de um reconhecimento de divida 
Falta de protesto : quanto as pretencoes reais:  Causa de extinção de um
direito, além da anulabilidade, p.e. 1476 CC  A usucapião Ainda assim o
executado por impuganar a realidade dos factos constitutivos do crédito que
o autor apresenta no titulo executivo. Através da deduçãoo á oposiçãoo a
execuçãoo o executado vai à ação excutiva e portanto constitui-se através da
oposição á execuçãoo a relação jurica ou processual entre o tribunal e o
executado.

Efeitos da deduçãoo á execuçãoo: A sentença de oposiçãoo deve ser


proferida no prazo máximo de 3 meses contados a partir da data da petição
de oposiçãoo á execuçãoo, 723/1 b) A sentença de oposiçãoo é impugnável
nos termos gerais, cabendo recurso de apelação tanto pelo 922 – B/1.
Havendo absolviçãoo da instancia numa oposiçãoo à execução, o o
executado nao pode propor nova ação pois estaria fora do prazo processual
fixado na lei, prof RP nao concorda pois viola o favor actoris: as normas
processuais devem ser interpretadas de forma a potencializar a tutela e nao a
reduzi-la. Assim devemos lancar mao do principio da adequaçãoo forma,
547 por a tramitaçãoo processual prevista na lei nao se adequar as
especificidades da causa. Efeitos da Sentença: I – Sentença de forma Pode
ter vários sentidos possíveis, absolviçãoo do exequente da instancia
incidental, quando o tribunal anule todo o processo de oposiçãoo á
execuçãoo ou se verifique a exeistencia de uma excepção dilatória
relativamente á própria instancia de oposiçãoo á execuçãoo. Neste caso a
instancia executiva mantem-se. A sentenca fara caso julgado formal, 620/1
pois recai unicamente sobre a relação processual, tendo força obrigatória
apenas dentro do processo. II – Senteça de Merito

CASO PRATICO 18 Maria propôs acção executiva contra Nuno, munida


de sentença que condenava este a pagar àquela a quantia de 15.000 EUR.
Citado para a acção executiva, Nuno deduziu oposição à execução trinta dias
depois, com os seguintes fundamentos: (i) A dívida fora parcialmente
perdoada (no montante de 5.000 EUR) por Maria já antes da propositura da
acção declarativa, numa festa em que ambos se encontravam, embora Nuno
se tenha lembrado desse facto apenas agora. Nuno afirma que a dívida foi
parcialmente extinta, arrolando dez testemunhas que também se
encontravam na festa, apesar de não ter qualquer prova documental para
apresentar em oposição à execução;

(ii) Nuno detinha um contra-crédito sobre Maria, cujo valor ascendia a


30.000,00 EUR, que se constituiu antes da propositura da acção declarativa,
mas que apenas se tornou exigível na pendência da acção declarativa. Nuno
apresentou um documento a provar a sua pretensão, que revestia todos os
pressupostos de exequibilidade extrínseca e intrínseca. Tendo em conta o
exposto, pretende compensar a sua dívida remanescente de 10.000,00 EUR e
apresentar reconvenção quanto aos restantes 20.000,00 EUR; (iii) Nulidade
da citação para a acção executiva. DAVID REIS 1º perceber o momento
prévio á execução á oposição que é a citação. (é aqui que incide os casos
práticos), relativamente ao despacho de citação. Saber se os termos em que o
despacho de citação foi feito preenche os requisitos presentes na lei. Na
execução com citação previa á penhora (ordinária) a citação é feita nos
termos gerais que devera ser realizada pelo AE, 719/1, por via postal, 228.
Se a citação se frustrar, a mesma é feita mediante contacto pessoal do AE
com o executado, 249. Se no prazo de 30 dias não se concluir a citação, o
AE deve informar o exequente e decorridos mais 30 dias se informe o juiz de
execução, 266/2 e 3. Pode haver lugar á citação por edital electrónica, art. 11
e 12 portaria 282/2013 de 29/08. CITAÇÃO Efeitos da citação: efeito
processual principal que é o da constituição da relação jurídica processual
entre o executado e o tribunal, 259/2 efeito processual secundário é o da
litispendência: o credor esta impedido de colocar uma nova execução contra
o autor com o mesmo objeto processual, ainda que o titulo seja diferente.
Efeito material: colocar o réu devedor em mora no caso das obrigações
puras, 805CC e 610/2 al b). É com a citação que se vence a obrigação. Falta
ou nulidade da citação: a falta de citação encontra-se no art. 188 e a nulidade
no 191. Tem lugar quando não hajam sido, na sua realização, observadas as
formalidades prescritas na lei. a falta de citação pode ser arguida pelo
executado a todo o tempo, 198/2 e 851/1, caso tenha ocorrido à revelia, ou
mera ineficácia da citação (quando executado é citado 2 vezes nos mesmos
termos e para o mesmo processo). Se o executado intervir na causa sem
arguir, a falta de citação sana-se, 188 (por exemplo comparecer em tribunal
ou indicar bens a penhorar). A nulidade da citação pode ser arguida no prazo
da oposição. Se for por nulidade de citação edital ou quando não foi
estipulado prazo para a defesa, esta pode ser arguida quando da primeira
intervenção do citado no processo, 191/2 e 3. A falta de arguição da nulidade
dita a sua sanação, salvo no caso do 191/22ª parte, por ser de conhecimento
oficioso, ex vi 196. A falta e a nulidade de citação edital do executado, por
regra geral, é de conhecimento oficioso, 196 e 191/2 – 2ª parte. As restantes
nulidades de citação carecem de arguição segundo art. 851/1. A arguição da
nulidade de citação só é atendível quando a sua falta puder prejudicar a
defesa do citado. Se a arguição de nulidade for julgada procedente, anula-se
tudo o que se tiver praticado no processo. O RE permanece eficaz, porem
graças aos art. 187 in fine e 195/2 – 1ª parte. O requerimento de arguição de
nulidade ou falta de citação pode ser deduzido mesmo depois do fecho da
execução, em que o executado haja sido revel, configurando-se num ato
processual póstumo e que determina a reabertura da instancia.. a venda
executiva, caso já tenha ocorrido, será igualmente anulada, 839/1 al. B).

P.E. no caso em que a secretaria envia o processo ao AE para penhora


imediata, em vez de remeter ao juiz para despacho liminar, 726/1, devemos
aplicar o 193, podendo a parte prejudicada invocar o vício até ao termo do
prazo para deduzir oposição à execução, ex vi 19871. O tribunal pode no
entanto conhecer o erro da forma de processo oficiosamente segundo o art.
196. OE Os fundamentos para deduzir oposição divergem consoante o titulo
executivo em causa, exequibilidade intrínseca e extrínseca do titulo
executivo, saber se aquele titulo executivo é ou não susceptivel de ser
fundado para a ação executiva (art. 703 e explicar TODA ESTA
MATERIA). A razão pela qual os fundamentos de oposição a execução
aplicados quando estamos perante uma sentença são menores do que noutros
títulos não judicial, pois quando o titulo executivo é uma sentença
pressupõem que anteriormente já houve ação declativa, e se houve ação
declativa já houve principio do contraditório, já foi dada uma hipótese de ser
exercido, outro ponto é o fato de que a sentença faz caso julgado em relação
á matéria de facto, pois já passou no crivo da contestação, dar aqui a
possibilidade do executado se manifestar novamente estaríamos perante um
recurso. Fundamentos para oposição: A- Dedução de exceção dilatória: 729
al. C) por remissão do 730, 731 e 857/1: o incompetência do tribunal quer
absoluta quer relativa o nulidade de todo o processo o falta de personalidade
ou capacidade judiciaria de alguma das partes o ilegitimidade de alguma das
partes o coligação indevida: quando entre os pedidos não exista conexão
exigida, 56/1 o falta de constituição de advogado, 58 o a litispendência 564/1
c), 577 i), 580 e 582/1 e 2. Alguns deste vícios são sanáveis, &7” (principio
da oficialidade), devendo o juiz promover oficiosamente a sua correção. B-
Inexistência, inexequibilidade ou invalidade formal do titulo pode ser
arguida a inexistência do titulo ou inexistência de aparência mínima de
titulo, ou seja anão verificação dos pressupostos do 703 a 708, como a sua
inexequibilidade. A alegação deste vício ao abrigo do 729 por remissão 730,
731 e 857/1 configura materialmente numa defesa por impugnação, já que o
executado nega o fato da existência do documento ou do seu valor jurídico.
Se for uma sentença esta será inexequível se não conter uma condenação,
não estiver assinada pelo juiz, esteja pendente de recurso com efeito
suspensivo, 704/1 e 647/2 a 4., tenha sido revogada em recurso, sendo
estrangeira não tenha sido revista pela relação, 978/1, 979. Vícios que se
podem alegar referentes à ação declativa que da origem ao titulo: exceções
dilatórias, 727/f) nulidades originarias como a falta de citação para a ação
declarativa, quando o réu não tenha intervindo no processo, 729 d); falsidade
do processo ou sentença, 729/b) – 1ª parte que influenciem no processo
executivo; nulidades ou anulabilidades de confissão na sentença
homologatória, alínea h); anulabilidade da sentença arbitral, 730 estes vícios
não podiam ter ser alegados na ação declarativa ou na injunção, por isso, a
lei admite que seja excecionado o Principio da Preclusão ou da
Imutabilidade do caso julgado. C - Incerteza, inexigibilidade ou liquidez da
obrigação, 713 São fundamentos de oposição, 729/ al. E) por remissão do
730, 731 e 857, caso não tenham sido supridas na fase introdutória da
execução. A inexequibilidade
consubstancia numa defesa por exceção perentória impeditiva relativa á
exequibilidade do crédito. Por outro lado a alegação de incerteza ou de
iliquidez é uma defesa por impugnação quanto ao quid e ao quantum do
crédito. D- factos impeditivos, modificativos ou extintivos e impugnação do
crédito exequente: - além da inexigibilidade, incerteza e iliquidez, podem
ainda o executado apresentar outros fatos impeditivos, modificativos ou
extintivos para defesa por exceção perentória, 576/3. Aplicado o art. 729/ al.
G) para onde remetem os art. 730, 731 e 857. Alguma jurisprudência
defende que esses factos devem ter existência atual no momento em que são
invocados, não podendo estar dependente de um evento futuro e incerto. os
factos impeditivos consubstanciam a existência originaria da obrigação seja
por: o falta ou nulidade formal do titulo material ou executivo o nulidade não
formal o falta de causa do aceite da letra ou livrança. os factos modificativos
podem ser: o a modificação do contrato por alteração das circunstâncias,
tanto na oposição á execução como em sede do 731, pois poderia ser
deduzida na contestação. o Existência de uma condição suspensiva que
excecionou o não cumprimento o A substituição do objeto da prestação ou
do direito real o a alteração das garantias os factos extintivos (inexistência da
obrigação), 729/ al. E9 podem ser: o comuns: por exemplo a anulabilidade
por incapacidade do devedor, 731 o específicos: quanto as pretensões
creditícias:  o cumprimento, ou qualquer outra causa de extinção da
obrigação como, a compensação, (847 CC - que tanto pode ser anterior á
execução como por meio da petição á oposição), a dação em cumprimento
(837 CC), a consignação em deposito (841CC), a novação (857), a remissão
(863) e a confusão (868).  Impossibilidade objetiva de cumprimento da
prestação, 790/1 CC  A prescrição da divida pelo decurso do prazo
ordinário, ex vi 331 CC, sem prejuízo dos prazos mais curtos para as
obrigações cambiarias.  A extinção da causa do aceite ou de um
reconhecimento de divida  Falta de protesto : quanto as pretensões reais: 
Causa de extinção de um direito, além da anulabilidade, p.e. 1476 CC  A
usucapião Ainda assim o executado por impugnar a realidade dos factos
constitutivos do crédito que o autor apresenta no titulo executivo. Através da
dedução á oposição a execução o executado vai à ação executiva e portanto
constitui-se através da oposição á execução a relação jurídica ou processual
entre o tribunal e o executado.

Efeitos da dedução á execução: A sentença de oposição deve ser proferida no


prazo máximo de 3 meses contados a partir da data da petição de oposição á
execução, 723/1 b) A sentença de oposição é impugnável nos termos gerais,
cabendo recurso de apelação tanto pelo 922 – B/1. Havendo absolvição da
instancia numa oposição à execução, o executado não pode propor nova ação
pois estaria fora do prazo processual fixado na lei, prof. RP não concorda
pois viola o favor actoris: as normas processuais devem ser interpretadas de

35 Baixado por Ariana Oliveira (arioliveira@live.com.pt)

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forma a potencializar a tutela e não a reduzi-la. Assim devemos lançar mão


do principio da adequação forma, 547 por a tramitação processual prevista
na lei não se adequar as especificidades da causa. Efeitos da Sentença: I –
Sentença de forma Pode ter vários sentidos possíveis, absolvição do
exequente da instancia incidental, quando o tribunal anule todo o processo de
oposição á execução ou se verifique a existência de uma exceção dilatória
relativamente á própria instancia de oposição á execução. Neste caso a
instancia executiva mantem-se. A sentença fara caso julgado formal, 620/1
pois recai unicamente sobre a relação processual, tendo força obrigatória
apenas dentro do processo. II – Sentença de Mérito

ANA LEAL Fundamentos da OE. Devemos saber se o fundamento poderia


em abstrato ser invocado, e se o fundamento é admissível no caso concreto.

OE baseada em requerimento de injunção. Os fundamentos da OE dividem-


se em função de termos títulos judiciais 729 (sentenças condenatórias),
títulos extrajudiciais 730 (sentenças arbitrais) e injunções 857. Nos títulos
judiciais temos uma taxividade de fundamentos e não mais do que os que
estão previstos no 729. Na alínea g e h deste artigo, temos causas de restrição
de um titulo judiciário. Na alínea g) temos uma limitação temporal. O
legislador diz que se o executado já teve a oportunidade de se defender na
ação declarativa uma vez que temos o principio da concentração de defesa e
o respeito pelo caso julgado, não nos podemos defender na ação executiva
com factos que já nos devíamos ter defendido na ação declarativa. Temos
um limite temporal, o executado apenas pode invocar fatos extintivos,
modificativos ou impeditivos em OE quando os factos sejam supervenientes,
ou seja, na superveniência objetiva, que são os factos ocorridos depois do
encerramento do processo na ação declarativa (audiência final) – POSICAO
DO RUI PINTO, LEBRE DE FREITAS SOBRE ADMISSIBILIDADE DA
SUPERVENIENCIA SUBJETIVA. A particularidade da alínea h), face à
alínea g) do 729 é que a alínea h) nada refere quanto à temporalidade
(superveniência dos factos). O prof. LEBRE DE FREITAS diz que a
compensação de créditos deve ser admissível até ao limite de tempo que é
admitida a reconvenção, pelo principio da concentração da defesa, tem assim
um limite diferente da alínea g). A ideia subjacente a esta limitação é o
respeito pelo caso julgado, pois se não se defendeu na ação declarativa,
tendo os factos já ocorridos, não poderá agora defender-se na ação executiva,
com base nesses factos. Sobre os art. 729/g e 728/2 O art. 728/2 diz-nos que
o prazo para a OE são 20 dias. Assim, imagine-se que no dia 1 houve
citação, no dia 3 houve conhecimento de factos relevantes, segundo o 728/2
o prazo de 20 dias começa a contar a partir do dia 3. No 729/g temos uma
coisa diferente, não podemos invocar factos que foram praticados na ação
declarativa, de acordo com a alínea g), os fatos que podem ser invocados na
ação executiva, são os que ocorrem depois do encerramento da discussão na
ação declarativa. Citado para a acção executiva, Nuno deduziu oposição à
execução trinta dias depois

36 Baixado por Ariana Oliveira (arioliveira@live.com.pt)

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Estamos perante uma situação de extemporaneidade por violação do art.
228/1, a OE apresentada no prazo de 30 dias, e não 20 dias. Em todo o caos
para ser possível a OE era necessário analisar os seus fundamentos. trata-se
de um titulo de execução baseado em sentença Conforme 703/1 a). Quanto
aos fundamentos alegados, estamos perante uma remissão de divida,
segundo art. 729/g e h), que é um facto extintivo da obrigação exequenda.
Sobre o perdão da divida, aplica-se a alínea g) do 729, estamos perante um
problema de superveniência subjetiva culposa, visto o Nuno só agora se
lembrar que anteriormente, Maria o havia perdoado de parte da divida. No
ponto ii temos o caso da compensação do 729/h e no ponto iii o caso da
nulidade da citação para a ação executiva, que não é fundamento de OE. A
nulidade da citação para a ação declarativa é fundamento de OE, porque leva
á anulação de todo o processo. Ainda assim, neste caso, como Nuno se esta a
opor, a nulidade de citação fica sanada. Se aparecer “ nulidade de citação
para a ação executiva porque não foi previa à penhora”. Aqui temos que ver
se há problemas na OE, as consequências da nulidade de citação e saber se
devia ter sido citado previamente. Ou seja, analisar a tramitação inicial da
ação executiva. Por exemplo se for processo sumário não existe qualquer
nulidade na falta de citação antes da penhora, mas mesmo que houvesse
nulidade da citação, não existia fundamento para a oposição á execução, 851
e ss, na verdade só a nulidade para a ação executiva é que é fundamento para
OE. 1. Analise a oportunidade e a admissibilidade dos fundamentos e das
provas apresentados por Nuno. 2. Considere o fundamento (ii) apresentado
por Nuno. Poderia Nuno reconvir? 3 fundamentos perdão da divida
compensação nulidade da citação quando analisamos os fundamentos para a
OE devemos fazer uma referencia à admissibilidade geral do fundamento e
depois ver, se no caso concreto, o fundamento é ou não procedente, 729/g e
h i) Perdão parcial da divida Ou remissão parcial da divida. Na alínea g
temos um titulo que é uma sentença judicial . temos 2 problemas: limitação
temporal e a exigência de prova documental. Há doutrina para os 2
problemas. Neste caso pratico não se discute se estamos perante um facto
objetivamente superveniente, porque o facto ocorreu antes da prepositura da
ação declarativa. O que se pode discutir é se estamos perante um facto
subjetivamente superveniente. Este facto, no entanto, nunca poderia ser
classificado como tal, porque o alegado desconhecimento é culposo (Nuno
conhecia o facto mas esqueceu-se). Para ser superveniência subjetiva temos
que estar perante um desconhecimento não culposo. Neste caso não temos
superveniência objetiva nem subjetiva e não aplicaríamos a alínea g) do 729,
não considerando a existência de um facto novo. Há, no entanto, autores que
entendem que, perante casos de superveniência subjetiva, a mesma deve ser
admitida na oposição à execução, segundo 729/g, esta é a posição do prof.
TEIXEIRA DE SOUSA. Que defende esta tese com base no recurso de
revisão 696/1 c). Nestes casos de superveniência subjetiva temos a
particularidade de não bastar o desconhecimento, sendo igualmente possível
as situações em que se tem conhecimento do facto, mas que não é possível a
utilização do documento probatório do facto, fazendo uma equiparação total
entre o 729/g) e o 696/1 c). Desta equiparação

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resulta que, sendo possível executar uma sentença que tem pendente um
recurso de revisão (exequibilidade provisória), o executado pode em
alternativa ou cumulativamente interpor recurso de revisão e OE, utilizando
os mesmos fundamentos. No entanto o recurso de revisão tem como
particularidade não suspender o processo de execução, 696/3. O prof.
TEIXEIRA DE SOUSA faz ainda uma leitura alargada da equiparação da
OE com o recurso de revisão, fundamentando com recurso ao 728/2, donde é
feita uma cedência à superveniência subjetiva mas apenas para alargamento
de prazos e não para alargamento de fundamentos. O prof. RUI PINTO
entende que, se há um facto superveniente subjetivo, deve ser interposto
recurso de revisão e não se deve aplicar a situação presente no 729/g. Quanto
á prova documental, Nuno não tinha um documento mas sim o testemunho
de 10 pessoas (atualmente no NCPC o numero de testemunhas não seria um
problema, ao contrario do antigo CPC donde a OE era processo sumário,
logo na poderiam ser 10 as testemunhas. Atualmente este problema do n. De
testemunhas não se coloca porque é exigido prova documental). O prof.
TEIXEIRA DE SOUSA critica a exigência de prova documental, exceto
para os casos da usucapião e prescrição porque são factos de ocorrem pelo
passar do tempo, ainda assim o prof. entende que não estamos a falar de
documentos que obrigatoriamente tenham que ser revestidos de forca
executiva. Contrariando a posição do prof. LOPES CARDOS que dizia que
o documento probatório do facto teria que revestir os mesmos requisitos que
o titulo de crédito, ora isto não faz qualquer sentido porque o âmbito da OE é
o de uma ação declarativa. De igual forma, o prof. LEBRE DE FREITAS diz
que, nestes casos, o documento a utilizar na OE não tem que ter força
executiva. Apenas salientando a necessidade de se admitir apenas prova
documental, pois estamos perante a manifestação do principio da autonomia
da obrigação exequenda face ao titulo executivo, não interessando a
obrigação exequenda mas sim a existência de titulo executivo, sendo certo
que este titulo executivo só pode ser destruído com um meio de prova igual
ao do próprio titulo, ou seja, um documento, fazendo algum sentido a
posição do prof. Lopes Cardoso, ou seja que o documento probatório tivesse
que revestir os mesmos requisitos que o titulo de crédito, no entanto, esta
exigência de forma no documento probatório do facto não faz qualquer
sentido, porque, como já referi, o âmbito da OE é um processo declativo e
não executivo. Por fim, o prof. TEIXEIRA DE SOUSA afasta a exigência da
prova documental, questionando a constitucionalidade desta norma, pelo
facto de estarmos perante uma limitação ao direito de ação que se encontra
constitucionalmente consagrado no art. 20. No entanto o prof. Faz um
acrítica dupla pois critica o 729/g e o 696/1 c), porque o 696/1 c) exige
igualmente prova documental. No entanto quando se trata de factos
instintivos da obrigação, o prof. TEIXEIRA DE SOUSA admite uma
limitação no recurso á prova testemunhal (exemplo do 395 CC em que o
cumprimento não deve ser provado com testemunhas). Por fim, no nosso
caso, o Nuno por não ter prova documental e não adotando a posição do
prof. TEIXEIRA DE SOUSA, o Nuno teria que pagar e depois recorrer a
uma ação declativa para restituição do indevido (LEBRE DE FREITAS), ou
seja, para que exista uma declaração do que foi prestado indevidamente, pois
na ação declativa já podia utilizar como prova as suas testemunhas. ii) Sobre
a compensação Segundo o prof. Rui PINTO o limite temporal da alínea g)
estende-se para a alínea h), portanto quando estamos a falar de factos novos,
temos como limite temporal o encerramento do processo de declaração. Em
relação é compensação e segundo o prof. RUI PINTO e o prof. LEBRE DE
FREITAS, a prova não tem que ser documental, nem tão pouco que o
documento tenha que revestir a forma de titulo executivo, como menciona o
caso pratico, tornando este facto irrelevante. Pelo contrario é relevante a
determinação da superveniência. A compensação não é automática, depende
de uma declaração, a declaração em sentido técnico é que é o fato extintivo,
e não o facto de haver um crédito ou um contra crédito que se compensam
automaticamente, na verdade o facto extintivo é a declaração, tal como
decorre do acórdão 16 á data da prepositura na pendência da ação declativa o

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crédito e o contra crédito já eram compensáveis, apesar de não terem sido


compensados, já estando reunidos todos os requisitos da compensabilidade
(já estava constituído e já existia exigibilidade judicial, que é diferente de
exigibilidade em termos de vencimento) o que aconteceu foi que na ação
declativa não foi feita nenhuma declaração da compensação pelo executado,
seja enquanto objecção se fosse judicial, seja enquanto exceção se fosse
extrajudicial. Chegando á ação executiva decide invocar a compensação, o
exequente contesta dizendo que não podem ser invocada a compensação pois
a mesma deveria ter sido invocada na ação declativa. A executada opõem-se
dizendo que o que o art. 729/h diz é que os factos constitutivos da
compensabilidade já se tenha verificado e nunca proferiu a declaração da
compensação, nunca se verificou o facto extintivo. Concluindo, o que foi
proferido em vários acórdãos é que, para efeitos da superveniência, aquilo
que releva não é a declaração de compensação, mas sim o momento a partir
do qual já estão verificados todos os pressupostos de compensabilidade. Ou
seja, a partir do memento que é compensável, ou invoca na ação declativa ou
já não pode invocar na ação executiva. Por outo lado quando se tornam
judicialmente exigível após o encerramento da audiência final no processo
declativo, a declaração já é invocável. O nosso momento limite, e admitindo
que não existe reconvenção na OE, segundo o prof. LEBRE DE FREITAS é
a fase da contestação (fase final dos articulados), mas como sabemos, numa
ação declarativa podemos ter factos supervenientes, (que são os que se
consideram supervenientes em relação á fase dos articulados) e portanto no
caso de já ser compensado na fase dos articulados, teria que ser compensado
naquela fase. Não podendo posteriormente à audiência final serem
apresentados. Por outro lado, se os factos relevantes, para a
compensabilidade, apenas se verificaram até á audiência final, temos que
aplicar o regime da superveniência objetiva e compensar nessa data. Não
sendo permitido chegar a uma ação executiva com factos ocorreram até ao
encerramento da audiência final do processo, os factos precludiram pois
havia o ónus de compensar e não compensou No acórdão ela defendeu-se
dizendo que o facto extintivo era a declaração, e não os factos constitutivos
do contra crédito. Quanto á compensação, temos compensação reconvenção
e compensação exceção, até ao limite da obrigação exequenda, porque
estamos perante uma ação funcionalmente acessória, não podendo mais ser
pedido. Ex. mútuo em tranches, o banco disponibilizou a primeira tranche e
não houve reembolso, não tendo disponibilizado as outras duas tranches. O
executado opõem-se e alega que é certo que o banco mutuou X e ele deve X,
mas como o banco não entregou as restantes tranches o executado alega que
teve danos, que se reportavam ao prejuízo de não ter conseguido construir
um empreendimento turístico e perdido todas as licenças de construção.
Como teve damos, o executado pretendia em OE pedir uma indeminização
pelos danos provenientes do incumprimento do contrato e depois disso, se
for procedente pedir a compensação. O problema neste caso nada tem a ver
com a compensação, tem a ver com o facto do executado estar a aproveitar a
OE para constituir um contra crédito (que ainda não estava constituído,
sendo que os créditos indemnizatórios são constituídos pelo tribunal) e não
pode faze-lo, pois isto é uma reconvenção (típica da ação declarativa). O
contra crédito a compensar pode ser superior, mas apenas é compensável na
parte até ao montante em divida, não podendo o executado aproveitar o
restante valor para obter um titulo executivo a apresentar noutra ação. Nota
podemos compensar créditos ilíquidos, 847/3, só não podemos compensar
créditos que não são exigíveis judicialmente. A compensação fica
dependente quer da decisão quer da liquidação, assim, conclui-se que a
liquidez não obsta á compensabilidade iii) Nulidade da citação A nulidade de
citação para a ação executiva não é fundamento para a oposição é execução,
ainda que possa ser invocada na mesma altura, aliás se o executado se opõem
á execução e não invoca a nulidade esta sana-se, segundo art. 189. No caso
estamos perante o regime especial, previsto no 851, onde tudo o que ocorre
depois da citação é nulo, apenas sobrevive o requerimento executivo.

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Também a nulidade da citação é fundamento de para admissão de recurso de


revisão de sentença o art. 696/a). Trata-se de um vício que não esta
tipificado, logo não é considerado fundamento, assim a nulidade da citação
poderá ser arguida através de requerimento, nos termos do art. 723/1 d) ao
juiz. Pode ser arguida a todo o tempo, 851 e anula-se todo o processado
posterior á citação. Se o executado se opõem á execução e não invoca a
nulidade de citação então esta sanou-se nos termos do art. 189. Caso Julgado
A sentença da decisão da OE faz caso julgado material, 732/5. Quanto ao
aproveitamento da decisão da OE, de um executado para outro, segundo o
Prof. RUI PINTO, se o fundamento alegado for comum aproveita-se, se o
fundamento não for comum, por exemplo impugnar a autenticidade de uma
assinatura dizendo que a mesma é falsa, esta será a assinatura apenas de um
e não do outro que quer aproveitar, logo nestes casos não aproveita. Pro
exemplo se for um fiador e um devedor principal, sendo os dois executados,
se proceder a oposição do devedor principal também aproveita ao devedor
subsidiário. 3. Pronuncie-se sobre os efeitos do recebimento da oposição à
execução sobre a acção executiva em curso. A oposição á execução é o meio
processual pelo qual o executado exerce o seu Dto de defesa ou de
contradição perante o pedido do exequente. O requerimento executivo
corresponde ao impulso processual, 724, principio do dispositivo, ou seja
esta na disponibilidade das partes a susceptibilidade de avançar para a ação
executiva, reclamar junto do tribunal o que tem direito, que esta aliás
titulado. O requerimento executivo vem do titulo executivo e tem 3 funções:
configuração objetiva da instancia: esta em causa o objeto da ação executiva,
como o pedido e a causa de pedir. É no RE que eu formulo o meu pedido e
declaro o valor da causa; configuração subjetiva da instancia: está
relacionado com a identificação das partes, morada, NIF. Saber quem vai
tomar a posição de executado e de exequente; preparação da penhora e do
pagamento: se o que se pretende é a satisfação do crédito, faz todo o sentido
que logo no requerimento executivo indica o NIB para poder ser ressarcido,
bem como os bens a penhorar, 729/2. São atos que o requerente vai praticar
de modo a agilizar a penhora. isto é importante porque se tem que perceber
no momento da prepositura do requerimento executivo o que é
verdadeiramente a oposição à execução, para dizer percebermos que tipo de
processo estamos perante (ordinário ou sumário), se o fundamento invocado
procede ou não Posteriormente, há um controlo administrativo liminar feito
pela secretaria (ordinária). Não é um mero controlo superficial, já há uma
apreciação mais rigorosa, 725. Seguidamente, o RE chega ao juiz, 726.
Despacho de indeferimento liminar, 726/2. Despacho de aperfeiçoamento,
726/4, pelo principio da economia processual 6/2 não faz sentido destruir a
ação executiva quando ainda poderá ser susceptivel de aproveitamento.
Despacho de citação do executado, 726/6 com remissão para o 728/1. Não
havendo irregularidades, logo não havendo lugar a despacho de
indeferimento liminar nem de aperfeiçoamento, não há nada a sanar, o juiz
vai citar o executado para pagar ou se opõem. A possibilidade que é dada
para pagar origina a extinção da ação executiva. Na oposição á execução o
objetivo a extinção total ou parcial da ação executiva, é uma manifestação
contra a própria ação executiva, não é contra o ataque a certos bens, é dizer
que a ação executiva não é possível porque tu não es parte desse

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contrato, p.e. ou que o tribunal não é competente para colocar essa ação,
logo o que se pretende quando se alega incumprimento de pressupostos
processuais o que se pretende é a extinção da ação executiva, através do
reconhecimento da falta de um pressuposto ou da inexistência de um direito
do exequente. A oposição á execução configura por parte do tribunal uma
atividade do tipo cognitivo, sendo qualificada como uma ação declativa.
Sendo uma ação declarativa ela corre por apenso à ação executiva em que o
executado poderá levantar questões que sejam de conhecimento oficioso,
poderá alegar fatos novos, poderá apresentar novos meios de prova, poderá
levantar questões de direito. A possibilidade que é dada ao executado na
oposição á execução obriga a uma apreciação cognitiva material ao tribunal,
assim já não estamos na lógica da ação executiva, mas sim uma apreciação
de uma ação declarativa com vista a aferir se a pretensão do executado tem
ou não cabimento, porque tendo culminara com a extinção da ação
executiva. A forma da oposição à execução é a forma única declarativa que
pode ser deduzida no prazo do 728/1 e 856, ou seja, no prazo de 20 dias. A
OE é formalmente uma PI e substancialmente uma contestação, constituindo
o momento oportuno para deduzir toda a defesa, 573. No caso pratico, a OE
foi deduzida fora do prazo do 728/1 tendo como consequência o
indeferimento liminar segundo 732/1-a), 590/1 e 6/2. Recebida a OE a regra
segundo o art. 733/1, é que não suspenda a marcha do procedimento
executivo, pois para que se suspenda é necessário preencher uma das alíneas
do 733/1. O exequente será notificado para contestar no prazo de 20 dias,
732/2 e 225/2 ex vi 250. Na contestação o exequente pode impugnar
exceções perentórias ou alegar os factos contraditórios. Caso não conteste,
aplica-se o art. 567/1 e 485, considerando-se confessados os factos
articulados pelo opoente. Não se tem por confessados os factos que
estiverem em oposição com os expressamente alegados pelo exequente no
requerimento executivo. Após a contestação seque-se os termos do processo
sumário sem mais articulados, 732/2. Os bens são penhorados na mesma. 4.
Sendo a oposição à execução procedente, comente as consequências dessa
procedência, considerando, em especial: (i) a natureza da sentença que
julgue a oposição à execução procedente; e (ii) a possibilidade de formação
de caso julgado material. O prazo para a sentença ser proferida é de no
máximo 3 meses, 723/1 b), sendo impugnável nos termos gerais, podendo
haver recurso de apelação segundo art 922/1 c) e 853/1. As consequências da
procedência da OE é a absolvição do executado na instancia executiva ou a
absolvição do pedido executivo inicial. 1) o exequente não é condenado no
pedido, paga as custas da execução e da oposição. 2) a execução extingue-se
total ou parcialmente, 723/4. 3) a procedência deve ser definitiva após o
transito em julgado da decisão de embargos. i) quanto á natureza: A natureza
da OE é declarativa, há doutrina que entende que se trata de um processo
declarativo constitutivo, porque a procedência da mesma determina
automaticamente a extinção de uma situação jurídica, ou seja, da própria
ação executiva. Donde, a própria sentença da procedência produz efeitos
jurídicos. O prof. LEBRE DE FREITAS entende que se trata de uma ação
decorativa de simples apreciação negativa, porque o que se reconhece é a
inexistência de um direito, neste caso de pretensão da exequenda. O prof.
RUI PINTO diz que é necessário saber qual o fundamento. Se o fundamento
for de mérito, faz sentido a posição do prof. Lebre de Freitas e igualmente
considera que estamos perante uma ação declarativa de simples apreciação
negativa, uma vez que se diz que “este direito não existe”. Mas quando a OE
se fundamenta em critérios formais, como a falta de um pressuposto
processual, o prof. RUI PINTO, diz que ainda assim pode

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haver uma sentença de simples apreciação negativa, mas que não é reportada
à exequenda é reportada à falta de pressupostos processuais. Quanto as
sentenças homologatórias, estas são títulos executivos, alínea i), existem
fundamentos próprios para a OE porque podemos aplicar todo o regime de
vícios de conteúdo, vícios de vontade e tudo o que pode levar á nulidade ou
anulabilidade do próprio acordo homologatório. Quando o titulo é
extrajudicial aplicamos o art. 731, que não tem uma limitação temporal,
porque não houve uma ação declarativa previa, assim é possível na OE
deduzir qualquer defesa que poderia ter sido deduzida no processo
declarativo, 731. Em regra, o que se faz é, se um fundamento estiver incluído
n 729 fazemos referencia ao art. 729/1 c) ex vi 731. ii) possibilidade de
produzi caso julgado: Posição positiva do prof. Castro Mendes: a sentença
de procedência por inexequibilidade do titulo executivo, por incerteza o
iliquidez da obrigação exequenda determina a absolvição da instancia
executiva. Outros fundamentos (ex. factos modificativos, impeditivos ou
extintivos) levam à absolvição do pedido executivo com valor de caso
julgado material. Posição negativa: a sentença que julgar os embargos do
executado improcedentes não pode atribuir força de caso julgado material. O
caso julgado material dos embargos diz apenas respeito à sua precedência e
não aos fundamentos (existência de crédito). Os fundamentos não fazem
caso julgado. Posição do prof. RUI PINTO: concorda com Castro Mendes no
sentido de se poder isolar alguns fundamentos, pelo que a sentença alcança
valor de caso julgado, 619/1. A decisão respetiva conhece qualidade de caso
julgado formal enquanto pronuncia sobre , se aquela execução, conhece das
condições que permitem a sua admissibilidade, sendo o executado absolvido
da instancia. A decisão sobre a existência e validade da obrigação exequenda
também pode alcançar valor de caso julgado material, caso seja declarada
inexistente a divida (o próprio objeto da decisão da divida) ganha força de
caso julgado material. A coisa julgada que se estabelece com a sentença que
julga os embargos fica restrita aquele processo (eficácia preclusiva da coisa
julgada9 não impede a discussão e apreciação das mesmas questões. Ou seja
por regra não faz caso julgado, a não ser que a lei o indique, 732/5. Porque É
uma aço acessória e tem o prazo de 3 meses, seria muito discutível que
podíamos executar o exequente em 3 meses, também por ser um processo
acessório por regra não faz caso julgado material, só vale dentro da própria
ação, logo não podíamos obter um título executivo contra o credor. A
oposição e uma ação de defesa e de contra ataque. Nem tão pouco o
exequente pode na sua contestação reconversão contra o executado. 5.
Imagine agora que Nuno não deduziu oposição à execução, apesar de
regularmente citado para o efeito. Encontra-se numa situação de revelia? A
sua resposta seria a mesma se, tendo Nuno deduzido oposição à execução,
Maria não contestasse? À decisão condenatória no pagamento de quantia
certa aplica-se a forma sumaria, 626/2. À execução sumaria aplicam-se
subsidiariamente as disposições do processo ordinário, 551/3. A principal
finalidade da OE é a extinção da execução.. a OE constitui uma verdadeira
ação declativa que corre por apenso ao processo executivo e que constitui
também uma contra- acção que visa impedir a produção dos efeitos do titulo
executivo. Por esta razão a OE corresponde formalmente a uma PI de uma
ação declarativa, pelo que a dedução da mesma não representa um ónus de
contestação ou de impugnação do réu,

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consequentemente, a omissão da OE não constitui o eu numa situação de


revelia, ao contrario do que sucede com a falta de contestação na ação
declarativa. A única consequência da não OE dentro do prazo legalmente
previsto será a preclusão do direito processual de invocar factos que em
processo declarativo constituíram matéria de exceção e que por isso,
poderiam ser vantajosos para a defesa do executado e, consequentemente,
para a extinção da execução. Pelo contrario, se Nuno deduzisse OE e nada
contestasse, aplica-se o art. 732/3 que remete para os art. 567/1 e 568. A
aplicar-se o 567/1 (estabelece os casos de revelia operante) considerar-se-
iam admitidos os facto alegados na petição de OE, com exceção dos factos
que estivessem em oposição com os expressamente alegados pelo exequente
no requerimento executivo, de acordo com o 732/3. No entanto este artigo
remete igualmente para o 568 (que prevê os atos de revelia inoperante), neste
caso poderá ter aplicação o art. 568 d), na medida em que estão em causa
factos alegados pelo executado na OE, que como prova se exige documento
escrito. As consequências seria a não aplicação do 567/1 ou seja, não seriam
admitidos os factos alegados na petição da OE. 6. Imagine que Nuno
pretendia opor-se à execução com base em fundamentos cuja demonstração
não carecem de prova. Considera a oposição à execução o meio mais
adequado? Este é um dos casos em que não é necessário produzir prova. Por
exemplo, o exequente engana-se nas contas. Assim, quando estamos perante
uma liquidação mal feita, o que se faz é um requerimento para o juiz, não é
uma OE. Não há necessidade de uma ação declarativa visto não ser
necessário produzir prova, 723/1 d). Não obstante o 729 ser taxativo, tal não
significa que não possam existir outros vícios não revistos neste artigo em
que o executado possa se basear para alegar a sua defesa. O prof. LEBRE
DE FREITAS identifica como exemplo as situações de erro na forma de
processo ou a falta de indicação do valor da causa no requerimento
executivo. Através da oposição por simples requerimento é garantido o Dto
de defesa dp executado e o cumprimento do principio do contraditório ,
tendo a vantagem de ser um meio mais simples e menos complexo,
concretizando-se desta forma, o principio da economia processual e da
adequação formal do art. 547. 7. Considere agora os seguintes dados: (i) a
acção executiva provocou danos sérios na esfera jurídica de Nuno; (ii) a
oposição à execução promovida por Nuno foi parcialmente procedente
(apenas procedeu o fundamento (ii), embora tenha sido rejeitada a
reconvenção). Pode Nuno formular um pedido indemnizatório contra Maria?
E pode fazê-lo numa acção declarativa autónoma? A responsabilidade do
exequente no processo sumário encontra-se prevista no art.858, esta norma
tem como finalidade tutelar o devedor que foi executado com base na mera
aprecia de uma divida e que não teve a possibilidade de exercício prévio do
seu direito ao contraditório, uma vez que, como se sabe, na forma de
processo sumário, a penhora tem lugar sem citação previa do executado. No
entanto para se efetivar a responsabilidade do exequente é necessário que se
verifique alguns dos seguintes requisitos: 1em 1º lugar é necessário que a OE
seja julgada procedente, ainda que de uma forma parcial (como acontece na
nossa hipótese), desde que exista efetivamente um dano associado ao
excesso de execução, no nosso caso, ao excesso da divida exequenda. O AC.
Tribunal da Relação de Coimbra de 13 de Maio 2014, diz que não é
suficiente a procedência parcial da OE. Não é necessário que tenha havido
efetivamente penhora dos bens (neste caso não sabemos se houve ou não
penhora), pelo que, o exequente pode ser responsabilizado

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mesmo sem a penhora previa, existindo a penhora como pressuposto para a


responsabilização do exequente. 2em 2º lugar é necessário que se verifiquem
ainda outros pressupostos, como a existência de um acto danoso, de culpa do
exequente com nexo causal de dano na esfera jurídica do executado. O acto
danoso será o acto de penhora (se já tivesse sido efectuado) ou o acto de
simples constituição do devedor como executado, tendo em conta os custos
que este terá de suportar com a sua defesa. Em relação á culpa, esta consiste
no facto de o exequente não ter atuado com a devida providencia na
prepositura da ação, nomeadamente quando o exequente sabia ou não podia
ignorar que a execução em causa era ilegal. A existência de culpa caracteriza
a responsabilidade aqui em causa como responsabilidade civil subjetiva, ou
seja, extracontratual, não bastando assim, a mera procedência parcial ou total
da OE. Terá sempre que se provar a culpa do exequente. Neste caso tenho
algumas duvidas em considerar que Maria agiu com culpa. Poderia haver
culpa se o 1º fundamento da oposição tivesse procedido ou se a divida já
tivesse sido compensada. E pode fazê-lo numa acção declarativa autónoma?
Quanto a esta questão o prof. RUI PINTO remete para o AC. Da Relação do
Porto de 2 de fevereiro 2007, segundo o qual a lei não determina
expressamente que o direito do executado, à reparação dos danos deva ser
exercido na própria OE ou em ação autónoma., ou seja, não há qualquer
indicação na lei quanto a esta questão. Já no AC da Relação de Lisboa de 17
setembro 2009 é referido que o executado pode formular o pedido de
indeminização nos autos de OE. Não obstante este entendimento
jurisprudencial, segundo o prof. RUI PINTO, o fato de ser formulado o
pedido de indeminização na própria OE leva a que se perlongue o processo
executivo que, neste caso, se deve extinguir por falta de causa. Concluindo,
Nuno poderia formular o pedido de indeminização numa ação declarativa
condenatória autónoma.

Caso prático 20 Em acção executiva proposta por Rita contra Sofia, com
base num requerimento de injunção ao qual foi aposta fórmula executória,
Sofia opõe-se à execução com base nos seguintes fundamentos: (i) Não fora
notificada em sede de processo de injunção; Fundamentos das OE injunções,
857/1 remete para 729/d. 191 (nulidade da citaçãoo) (ii) A dívida em causa
encontrava-se prescrita já antes da aposição de fórmula executória ao
requerimento de injunção. A prescrição nao é de conhecimento oficioso, 303
CC. Saber se este facto é aproveitável ao 729/g em virtude da perculsão.
Estamos num processo de injunção, desde que seja feita uma regular
citaçãoo, tem o prazo da contestaçãoo. No caso nao hove citaçãoo reguçar,
sendo um facto subjetivamente superveniente à luz do 729/g, pois nao foi
envocado na altura da deduçãoo da oposiçãoo, mas sem culpa. Acrescenta-se
o art. 857/2 e nao o 857/3 porque esta exceçãoo nao é de conhecimento
oficioso. 1.

Pronuncie-se desenvolvidamente sobre a defesa de Sofia.

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2. A sua resposta seria diferente se Sofia tivesse sido regularmente notificada


em sede de processo de injunção? Temos os casos em que os factos alegados
são de conhecimento oficioso, mas é característico do processo de injunção a
não intervenção do juiz no processo se não existir contestação. Nestes casos
a secretaria nada pode fazer se estivermos perante um facto de conhecimento
oficioso num processo de injunção, pois o mesmo só pode ser alegado na
OE. Nestes casos dá-se a hipótese do executado dar conhecimento de um
facto impeditivo, extintivo ou modificativo de conhecimento oficioso por
oposição á execução. Se o executado nada fizer, mesmo sendo um facto de
conhecimento oficioso. É neste ponto que os autores referem os problemas
de constitucionalidade da OE da injunção quando equipara a uma sentença,
ou seja o antigo 814/2 em oposição ao novo 857. Neste ponto é necessário
ter em atenção que há muitas situações em que, mesmo não sendo de
conhecimento oficioso, o juiz pode notificar o executado para se prenunciar
sobre algum dos factos alegados, como por exemplo os prazos de prescrição
que não são de conhecimento oficioso. Caso das injunções, 857 Ex. caso
meo. Eu altero de residência e não comunico á operadora, entretanto deixo
de pagar um contrato que me obriga a fidelidade de 24 meses. A meo coloca
uma ação de injunção e como mudei de morada e mesmo sendo citado, não
vou receber as cartas, só dou conta quando me é penhorado o vencimento
quando os clientes quiseram na OE invocar que não tinham recebido
qualquer carta. Sendo certo que existe uma norma que diz que as cláusulas
de fidelização são nulas, mas só podem ser alegadas no processo declarativo.
Mas como o processo é injuntório não há processo declarativo. Ainda que a
nulidade da cláusula seja de conhecimento oficioso (não necessita de ser
invocada) e o não recebimento da carta pode ser justificado por justo
impedimento, estamos no fundo a equiparar as injunções ás sentenças da
alínea h) do 729. Esta situação ficou resolvida com o novo 857, que diz que
quando a ação se baseia no requerimento de injunção, pode o réu invocar
todos os fundamentos previstos no 729. Podendo igualmente invocar o
critério do justo impedimento (alteração de morada, férias, doente etc.).

Caso prático 23 Vasco, casado com Xica no regime geral da comunhão de


bens, adquiriu diversos electrodomésticos para equipar a casa que comprara
com Xica, pelo valor global de 50.000,00 EUR, tendo pago através de
cheque à ordem de Wortin. No acto da compra, Zito, pai de Vasco, foi parte
no contrato, na qualidade de fiador. Todavia, dois dias depois, a Wortin
verificou que o cheque não tinha provisão, razão pela qual intentou
imediatamente uma acção executiva contra Zito, requerendo a dispensa de
citação prévia de Zito. 1. Poderia a Wortin propor acção executiva apenas
contra Zito? Pronunciese desenvolvidamente sobre a legitimidade passiva de
Zito e sobre os seus meios de tutela. Legitimidade de Zito: responsabilidade
subsidiaria subjetiva, Zito é titular passivo de uma obrigação acessória da do
devedor principal e pode exigir a excussão previa do património do devedor
principal antes de os seus bens responderem pela divida, 627/2 e 638/1 CC.
Na hipótese a Workin requereu a dispensa de citação previa de Zito, devedor
subsidiário, assim a penhora dos seus bens tem lugar logo após a excussão
do património de Vasco. A citação só é dispensada nos casos em que a
Wortin provar que Zito renunciou ao beneficio da excussão previa, nos
termos do art. 640/ a) CC.

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Meios de tutela de Zito: na hipótese a execução foi movida apenas contra


Zito, devedor subsidiário, podendo este invocar o beneficio da excussão
previa, e obter a suspensão da execução até que a Wortin requeira a citação
do devedor principal que consta do titulo executivo extrajudicial, cheque, de
forma a poder excutir primeiro o seu património. Quanto á forma de fazer
valer o beneficio da excussão previa, Zito pode faze-lo através de
requerimento, no prazo para embargos de executado do art. 745/1. 2.
Considere agora que a Wortin, não tendo título executivo contra Zito,
intentou uma acção declarativa apenas contra este, e que este, enquanto
fiador, foi condenado a responder pela dívida contraída por Vasco. Mudaria
alguma coisa na sua resposta à questão anterior? Se na ação declarativa não
tiver intervindo o devedor principal, e assim resulte uma sentença onde só
aparece Zito como devedor, o beneficio da excussão previa não pode ser
invocado, porque o réu, na ação declarativa não chamou o devedor principal
Vasco, nos termos do 316/3 a), a menos que na ação declarativa, Zito tenha
declarado expressamente que não pretendia renunciar ao beneficio da
excussão previa, art. 641/2 CC. 3. Explique a diferença entre os conceitos
«excussão prévia» e «insuficiência de bens», bem como a sua relevância na
penhorabilidade subsidiária. Excussão previa: o devedor subsidiário pode
exigir o esvaziamento do património do devedor principal ates dos seus bens
responderem pela divida, 627/2 e 638 CC. 4. Imagine que Zito revelou ao
agente de execução que Vasco escondia jóias bastante valiosas num cofre em
sua casa. O agente de execução desconsiderou as indicações de Zito,
acabando por concluir que o património do(s) devedor(es) principal(ais) é
insuficiente. Quid juris? Após aparentemente serem excutidos os bens do
devedor principal e dirigida a execução contra os bens do devedor
subsidiário, podia Zito indicar bens do devedor principal que tenham sido
posteriormente adquiridos ou que não fossem conhecidos, e assim
suspendendo a execução dos seus bens, 745/4. O AE devia proceder à
penhora destes bens, mas na hipótese não o fez, neste caso, Zito pode mais
tarde vir a opor-se à penhora dos seus bens, com fundamento no art. 638/2
CC (não satisfação do crédito por culpa do exequente, ao qual será ser dado
conhecimento da indicação de bens feita pelo devedor subsidiário). 5.
Imagine ainda que, para garantia da dívida de 50.000,00 EUR, Urraca, mãe
de Xica, hipotecou o seu T0 dois dias depois da constituição da fiança. Esta
hipoteca favorece, de algum modo, Zito? As regras da penhorabilidade
subsidiária também podem ser aplicadas em execução de dívida com
garantia real que onere bens pertencentes ao devedor? Na execução de divida
com garantia real (hipteca da casa feita por Urraca), a penhora de bens
pertencentes a terceiros só pode valor apos se verificar a insuficencia dos
bens do devedor principal, 752/1. A regra da penhorabilidade subsidiaria nao
tem lugar quando, incindido a garantia sobre bens de terceiro, a prepositura
da execução tenha lugar so contra o devedor principal. Assim no caso de
garantia real constituida no proprio processo executio, 887/3 com as
consequencias do n. 4.

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