1) Durante o decorrer do curso Sociedade e Tecnologia (Inovação), tivemos
como objetivo a interrelação entre a tecnologia e a sociedade. Assim sendo, observando a Primeira e a Segunda Revoluções Industriais, faça uma análise comparativa (ou um quadro comparativo) a partir da análise dos seguintes itens: 1.1) como ocorreram as revoluções industriais em termos tecnológicos (sistema de produção, produtos, produtividade, invenções, etc)¿ 1.2) explique a contextualização econômica em que ocorreram as Primeira, Segunda e Terceira Revoluções Industriais. 1.3) disserte sobre as características principais das revoluções industriais, observando as condições de trabalho e do trabalhador: a divisão do trabalho, a organização e estruturação produtiva e os avanços e os limites em termos de estrutura de trabalho e renda 1.4) quais foram as consequências sociais forjadas pelas revoluções industriais¿
2) Todo processo de industrialização é necessariamente doloroso, porque
envolve a erosão de padrões de vida tradicionais. Contudo, na Grã-Bretanha, ele ocorreu com uma violência excepcional, e nunca foi acompanhado por um sentimento de participação nacional num esforço comum. Sua única ideologia foi a dos patrões. O que ocorreu, na realidade, foi uma violência contra a natureza humana. De acordo com uma certa perspectiva, esta violência pode ser considerada como o resultado da ânsia pelo lucro, numa época em que a cobiça dos proprietários dos meios de produção estava livre das antigas restrições e não tinha ainda se limitada pelos novos instrumentos de controle social. Não foram nem a pobreza, nem a doença os responsáveis pelas mais negras sombras que cobriram os anos de Revolução Industrial, mas sim o próprio trabalho (Edward P. Thompson. A formação da classe operária inglesa. Volume 2, 1987) Reflita sobre essa questão, abordando sobre o profundo processo de transformação nas condições de vida e de trabalho dos operários frente a um rígido processo de produção. R: A produção acontecia pelo modo manufatureiro, isto é, um modo de produção manual realizado com ferramentas, típico das corporações de ofício, o ser humano deixava de produzir para si ou para um mercado limitado; tinha início a era da produção em massa que exigiu a utilização de máquinas numa escala crescente. A produtividade foi incomparavelmente maior, novos materiais eram explorados, como os produtos sintéticos e o aço, assim como novas formas de combustível, principalmente o petróleo. Assim, a manufatura foi substituída pela maquinofatura. Com a maquinofatura, não era mais necessária a utilização de vários trabalhadores especializados para produzir uma mercadoria, pois uma pessoa manuseando as máquinas conseguiria fazer todo o processo sozinha. Com isso, o salário do trabalhador despencou, uma vez que não eram mais necessários funcionários com habilidades manuais. No início da revolução os empresários impõem duras condições de trabalho aos operários sem aumentar os salários para assim aumentar a produção e garantir uma margem de lucro crescente. A disciplina é rigorosa, mas as condições de trabalho nem sempre oferecem segurança. Em algumas fábricas a jornada ultrapassa 15 horas, os descansos e férias não são cumpridos e mulheres e crianças não têm tratamento diferenciado. Os trabalhadores da indústria deveriam ganhar um salário suficiente apenas para sustentar sua família e filhos. Esses deveriam engrossar o enorme número de trabalhadores, dispostos a trabalhar muito e ganhar pouco, já que essa era a única maneira de sobreviver.
Não aceitando mais perder o emprego para máquinas. Tampouco desejavam
continuar a trabalhar por extensas jornadas. Essa situação só viria a piorar com o já citado processo de expansão do uso das máquinas. Alguns proletários, percebendo isso, passaram a quebrar máquinas, colocando nelas a culpa de sua situação.
Ao invés de protestos isolados, os trabalhadores passaram a se organizar
melhor. Surgiram os sindicatos, grupos organizados de trabalhadores que reivindicavam melhorias na sua situação. Conquistaram direitos como a progressiva diminuição da jornada de trabalho e a regulamentação do trabalho feminino e infantil. O próprio movimento operário se internacionalizou, para ganhar mais força e unir sua luta por condições mais justas, sob a bandeira de diferentes ideologias.
3) A industrialização acelerada de diversos países, ao longo do século XIX,
alterou o equilíbrio e a dinâmica das relações internacionais. Com a Segunda Revolução Industrial emergiu o Imperialismo, nesse sentido, disserte sobre as principais características e estratégias do Imperialismo em termos de apropriação do capital¿ R: O Imperialismo é o nome dado para o conjunto de políticas que teve como objetivo promover a expansão territorial, econômica e/ou cultural de um país sobre outro. É fruto do desenvolvimento do Capitalismo que nasceu com as transformações causadas pela Revolução Industrial. Com o crescimento da produção e dos investimentos, em determinado momento, que isso começa a superar o mercado interno e inicia-se um processo de expansão da produção para outras regiões visando manter os lucros altos. Além da busca de novas áreas para desenvolvimento industrial, o imperialismo tinha outras motivações como a busca por mercado consumidor, mão de obra barata e matérias-primas. O Imperialismo apresentou vários tipos de dominação, como a dominação cultural, de caráter ideológico visando expandir principalmente o mercado consumidor. Apesar de ser bastante lucrativo para as potências europeias, o processo imperialista gerou conflitos com as populações nativas na África e na Ásia, devido a intensa exploração e desrespeito ao território e às etnias que coexistiam na região. No entanto havia justificativas europeias para esse expansionismo, a principal delas ficou conhecida como o “darwinismo social” ou “fardo do homem branco” que, com um forte caráter etnocêntrico, considerava que os europeus, por serem mais evoluídos, tinham um dever moral de civilizar o continente africano e o asiático. As características do imperialismo foi a: -Dominação de uma nação sobre outra ou outras. Essa dominação pode ocorrer em várias áreas ou apenas uma. - O país dominante, geralmente forma um império ao dominar outras nações e povos. - Ocorre a imposição de valores culturais do país dominante sobre o dominado. - Controle político e econômico do país dominante sobre o dominado. Esse controle político pode, por exemplo, ocorrer através de imposição de leis e sistema de governo. Já o domínio econômico, pode ocorrer através de limitação e exclusividade de comércio da colônia em relação á metrópole. - Cobrança abusiva de impostos e taxas sobre os colonos. - Exploração de matérias primas e recursos minerais (do império sobre as nações dominadas). - Imposição religiosa e de valores morais. - Geralmente a língua oficial do império é levada e usada nos países dominados. Muitos desses países falam até hoje a língua das nações que formaram impérios. - Geralmente, o império usa sua força militar para controlar as nações dominadas.
4) “Todos os dias, o apito pungente da fábrica cortava o ar esfumaçado e
pegajoso que envolvia o bairro operário e, obedientes ao chamado, seres sombrios, de músculos ainda cansados, deixavam seus casebres acanhados e escuros feito baratas assustadas” (Maximo Gorki. MÃE. Companhia Editora Americana, p. 9, apud Aquino, Jacques, Denize e Oscar. História das sociedades: das sociedades modernas às sociedades atuais, 26 edição. Rio de Janeiro. Ao Livro Técnico, 1995). O texto acima descreve a situação dos operários no início da Revolução Industrial, nesse sentido, identifique o ambiente de trabalho no interior das fábricas nas Revoluções Industriais. R: Eram precárias as condições de vida e trabalho dos artesãos no início da primeira revolução industrial: as fábricas tinham um ambiente insalubre; a carga de trabalho era extenuante; a jornada diária de trabalho costumava ser de até 16 horas com apenas 30 minutos de pausa para o almoço. Os trabalhadores que não aguentassem a jornada eram sumariamente substituídos por outros, os salários eram bem abaixo do nível de subsistência. Além disso, mulheres e crianças também enfrentavam as mesmas condições de trabalho, e ainda era mais agravante, visto que os salários eram ainda menores. A produção que passou a acontecer em grande escala, agora dividida em etapas, ia pouco a pouco distanciando o trabalhador do produto final. Cada grupo de trabalhadores passava a executar apenas uma etapa da produção, em contrapartida sua produtividade ficava cada vez maior. Aumentou o índice de poluição das cidades por conta da queima do carvão para o funcionamento das máquinas, além do aumento das doenças e acidentes de trabalhos sem garantia e indenizações. Não havia nenhum tipo de segurança para os trabalhadores e constantemente acidentes aconteciam. O acidente mais comum era quando os trabalhadores tinham seus dedos presos na máquina, e muitos os perdiam. Os trabalhadores que se afastavam por problemas de saúde poderiam ser demitidos e não receberiam seu salário. Só eram pagos os funcionários que trabalhavam efetivamente. Essa situação degradante fez com que os trabalhadores se mobilizassem pouco a pouco contra seus patrões. Isso levou à criação das organizações de trabalhadores (mais conhecidas no Brasil como sindicatos) e chamadas na Inglaterra de trade union. Os trabalhadores exigiam melhorias salariais e redução na jornada de trabalho.
5) O movimento operário ofereceu uma nova resposta ao grito do homem
miserável no princípio do século XIX. A resposta foi a consciência de classe e a ambição de classe. Os pobres, então, se organizavam em uma classe específica, a classe operária, diferente da classe dos patrões (ou detentores de capital). A Revolução Francesa lhes deu confiança: a Revolução Industrial trouxe a necessidade de mobilização permanente. (Hobsbawn, E. J. A. A Era das Revoluções. São Paulo: Paz e Terra, 1977). Analise o impacto das Revoluções Francesa e Industrial na organização da classe operária.