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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Faculdade de Direito
Curso de licenciatura em Direito

A responsabilidade internacional dos Estados e o direito do mar nos estados


arquipelágicos

Estudante: Lurdes Tome Intassa

Código: 91210064

Pemba, Março de 2022


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Faculdade de Direito
Curso de licenciatura em Direito

A responsabilidade internacional dos Estados e o direito do mar nos estados


arquipelágicos

Trabalho de campo, de caracter avaliativo a


ser submetido na cadeira de Direito
Internacional Público (D.I.P) - 1º Ano – 2022

Estudante: Lurdes Tome Intassa

Código: 91210064

Pemba, Março de 2022


Índice

Introdução.........................................................................................................................................4
1. Breve Historia sobre a responsabilidade dos estados................................................................5
2. Noções sobre responsabilidade Internacional..........................................................................6
3. Elementos da Responsabilidade Internacional..........................................................................7
3.1 Ato Ilicito...........................................................................................................................7
3.2 Imputabilidade...................................................................................................................8
3.3 Dano...................................................................................................................................9
4. O Direito do mar nos Estados Arquipelágicos........................................................................10
5. O regime jurídico das águas....................................................................................................12
5.1 Mar Territorial.................................................................................................................12
5.2 Zona contígua..................................................................................................................13
5.3 Zona Económica exclusiva..............................................................................................14
Conclusão.......................................................................................................................................16
Bibliografia.....................................................................................................................................17
Introdução

O presente trabalho pretende discutir um novo paradigma jurídico que se edifica no


direito internacional, ou seja, a questao sobre a responsabilidade internacional dos
Estados e o direito do mar nos estados arquipelágicos
A Comissão de Direito Internacional durante longos anos desenvolveu diversos
projetos referentes à questão da responsabilidade internacional, propondo normas e
procedimentos para minimizar riscos decorrentes de danos transfronteiriços, assim
como a Agência Internacional de Energia Atômica. Contudo, a própria soberania coloca
em xeque as disposições de normas elaboradas por tais organismos, fazendo com que a
questão do regime jurídico de responsabilidade internacional dos Estados seja
dependente de medidas cooperativas, onde é necessário a ratificação de normas
internacionais para que o próprio regime jurídico se torne eficaz.
A Responsabilidade Internacional pode ser considerada primordial para o direito
internacional, assim como para qualquer sistema jurídico, revelando-se como princípio
de direito internacional. A questão da responsabilidade internacional evoluiu conforme
os Estados tomam conhecimento perante as catástrofes que ocorreram na história da
humanidade envolvendo danos transfronteiriços.
Em questão do direito do mar, busca dirimir conflitos entre Estados soberanos e
favorecer uma ordem jurídica para os mares e oceanos, facilitando as comunicações
internacionais e a proteção e conservação do ambiente marinho, efetivando-se a
responsabilidade do Estado em caso de danos ao meio marinho.
1. Breve Historia sobre a responsabilidade dos estados

Reis (2009. p. 35 citado por Bezerra 2019), cita que desde 1944, já havia planos de
trabalho para elaboração de normas sobre responsabilidade internacional. No ano de
1996, o tema obteve maior destaque por meio da Comissão de Direito Internacional das
Nações Unidas, onde foi elaborado o primeiro projeto sobre responsabilidade
internacional do Estado por atos internacionalmente ilícitos (MAZUOLI, 2015.p. 614
apud Bezerra 2019). Entre os anos de 1998 e 2000, foi realizada uma nova revisão dos
artigos e, em 2001, houve a conclusão .
Podemos afirmar que o tema sempre esteve presente no direito internacional,
ainda que incialmente de forma modesta – evoluindo juntamente com a evolução da
comunidade internacional, deixando de ser abordado de forma incidental ou de maneira
específica e superficial (mecanismos de reivindicação de direitos) para posteriormente
ser analisado como instituto jurídico

De acordo com Jorge, refere que, Até atingir sua almejada codificação, a
responsabilidade internacional passou por um lento e gradual processo de evolução, que
teve início no final do século XIX, quando surgiu a expressão como é conhecida hoje.
No entanto, antes disso já existiam discussões acerca da violação dos direitos dos
Estados. Ao final da Idade Média, durante o feudalismo, os Senhores de terras já faziam
justiça quando tinham seus domínios, ou seus súditos tinham seus direitos violados.
Nesses casos era utilizado o instituto da represália, direito que exigia uma forma de
ressarcimento pela violação praticada pelo alienígena, sem que com esta atitude fosse
declarada qualquer guerra.
Segundo Bezerra (2019 p.20-21)
“Ainda que matérias sobre responsabilidade internacional sejam mais efetivas a
partir do século XIX, estudos apontam que seu desenvolvimento se iniciou a partir da
Modernidade”.

Conforme aborda Bartasson (2010, p. 38 apud Bezerra 2019) a noção de


responsabilidade internacional pode ser encontrada em diversos povos, como, por
exemplo, na Grécia Antiga, época em que eram utilizadas represálias em caso de recusa
da reparação devida. Na Roma Antiga, a ideia de responsabilidade provinha dos delitos
públicos contra o Estado, os quais “geravam responsabilidade de cunho pecuniário e até
corporal, como, por exemplo, a perda da liberdade”. Cabe salientar também que
represálias eram comuns igualmente na Idade Média, com o objetivo de obter
reparações

Em 1950 veio a primeira tentativa da Comissão de Direito Internacional de codificar a


responsabilidade internacional, sob a liderança do Professor Cubano F. García Amador,
relator da Comissão. Um dos principais pontos abordados pelo relator foi a fato de que a
responsabilidade internacional não podia mais ser vista apenas como uma possibilidade
de reparação civil; até porque as violações mais graves não poderiam ficar impunes,
devendo ser tratadas como crimes, ensejando não apenas o dever de reparação, mas
também a responsabilidade criminal pelo ato. No entanto, apesar de seus esforços, a
Comissão não aceitou a aproximação proposta por Amador entre a responsabilidade
internacional civil e criminal, incluindo no draft apenas a reparação stricto sensu. As
primeiras tentativas de codificação trataram apenas da responsabilidade interancional
dos estados por danos causados em seu território a estrangeiros ou a seus bens.

Entre 1956 e 1999 passaram pelo Projeto de Codificação diversos relatores,


entre eles o Professor Roberto Ago, sob liderança do qual a Comissão começou a
considerar como base fundamental da responsabilidade internacional por um Estado de
seus deveres com respeito aos demais Estados e com respeito à Comunidade
Internacional em seu conjunto, sendo adotada aí a responsabilidade objetiva. Lideraram
ainda a Comissão os Professores Willem Riphagem e o italano Arangio-Ruiz, até que
em 1999 foi nomeado como Relator Especial o Prifessor J. Crawford, responsável pela
elaboração do Projecto de Artigos de 2001, tema central deste trabalho. (JORGE)

2. Noções sobre responsabilidade Internacional

Segundo Dionísio (2018, p. 60) “A responsabilidade dos Estados pode hodiernamente


considerar-se como um princípio geral do Direito Internacional”. Ainda para este
autor, refere que, o Direito da Responsabilidade, na generalidade diz respeito à
ocorrência de certa conduta ilícita e às consequências que desta advêm. No entanto,
diferentemente do que acontece no Direito Interno dos Estados, a natureza da
responsabilidade Internacional não se baseia somente no dlito mas também em
violações de tratados e outras violações de um dever jurídico.
Para Jorge, a Responsabilidade Internacional dos Estados é o instituto jurídico em
virtude do qual “o Estado a que é imputado um ato ilícito segundo o direito
internacional deve uma reparação ao Estado contra o qual este ato foi cometido”. Dessa
forma, caso um Estado pratique ato ou fato ilícito contra uma Norma jurídica ou
Obrigação internacional, afectando assim um outro Estado ou súbditos deste, ou ainda a
comunidade internacional como um todo, incorrerá na Responsabilidade internacional.

A responsabilidade internacional tem, ao longo dos anos, sofrido diversas


alterações. Até há pouco tempo restringia-se apenas aos Estados, hodiernamente
conhece-se também a responsabilidade de organizações internacionais, por ações ou
omissões cometidas na prossecução dos seus fins. A responsabilidade alargou-se
também às organizações internacionais na medida em que deixou deser apenas uma
responsabilidade de Estados perante os outros para englobar também a responsabilidade
dos Estados perante organizações internacionais. (DIONÍSIO, 2018. p. 60)

Ainda para o mesmo autor, refere que, Anteriormente a responsabilidade assentava


apenas na culpa sendo somente necessário que existisse ilicitude na conduta, ao passo
que atualmente será necessário que o autor tenha praticado um ato ou omissão ilícita e
que desta conduta ilícita emerjam prejuízos para terceiros. Desta forma, para que exista
uma obrigação de reparar, terão de estar preenchidos certos pressupostos, sendo estes: a
conduta, a ilicitude, a imputabilidade da conduta e um nexo de causalidade entre os dois
últimos
A responsabilidade internacional decorre dos princípios da legalidade
internacional (ao estabelecer os bens internacionalmente protegidos), da igualdade
soberana dos Estados e da reciprocidade de direitos e deveres dos Estados. Podem
incorrer em responsabilidade internacional quaisquer sujeitos de direito internacional,
por danos causados a qualquer sujeito de direito internacional ou à comunidade
internacional globalmente considerada, sendo a responsabilidade dos Estados apenas um
subtema da responsabilidade internacional em geral

3. Elementos da Responsabilidade Internacional

3.1 Ato Ilicito


De acordo com Reis (2009, p. 33 apud Bezerra 2019), o ilícito pode ser definido como
“o fato que enseja o surgimento de uma obrigação de reparar ou uma faculdade de
sanção”. Ainda conforme a aludida autora, para configurar o ilícito é necessário a
ocorrência de uma infração a uma norma internacional. Percebe-se desta forma, a
necessidade de que haja um ato ilícito perante o direito internacional para que seja
apontada a responsabilidade.
Conforme Artigo 2 do projeto de artigos sobre responsabilidade internacional
do Estado por ato ilícito “Há um ato internacionalmente ilícito do Estado
quando a conduta, consistindo em uma ação ou omissão: a) é atribuível ao
Estado consoante o direito internacional; e b) constitui uma violação de uma
obrigação internacional do Estado” (DRAFT ARTICLES ON
RESPONSIBILITY OF STATES FOR INTERNATIONALLY WONGFUL ACTS
2001).
Para ser chamada essa responsabilidade, o acto deve ser ilícito perante o direito
internacional. A norma ou obrigação violada, portanto, deve pertencer a esta esfera,
independente do tratamento no direito interno. Assim, uma norma que é lícita no direito
interno de um determinado Estado pode ser ilícita internacionalmente, e seu
descumprimento invocar a responsabilidade internacional, não podendo o Estado argüir
a legalidade do ato no direito interno para escapar daresponsabilização (JORGE)

O ato ilícito é um dos três elementos que compõem o instituto da responsabilidade e,


originado da violação de uma obrigação internacional basta que a conduta ilícita seja
uma infração considerada pelo direito internacional, não importando se determinado ato
tenha agido conforme o direito interno de determinado Estado.

3.2 Imputabilidade
Conforme aponta Francisco Rezek (2014, p. 317 citado por Bezerra, 2019)
imputabilidade como “ação ou omissão caracterizada como ilícita à luz do direito das
gentes”. Ainda segundo aludido autor, tal conduta deve ser imputável a uma pessoa
jurídica de direito público internacional, Estado ou organização internacional.
O supracitado projeto da CDI, em seu Art. 2º, define imputabilidade como a
conduta que “é atribuível ao Estado consoante o direito internacional”
(PROJETO DA COMISSÃO DE DIREITO INTERNACIONAL DAS NAÇÕES
UNIDAS SOBRE RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL DOS ESTADO
POR ATOS INTERNACIONALMENTE ILÍCITOS, 2001).

Para Jorge, a imputabilidade é “o nexo causal, ligando o ato ilícito ao responsável pela
violação”
A responsabilidade poderá ser indireta, hipótese na qual o Estado será
responsável pelos atos praticados por seus funcionários, por exemplo. Nesses casos, os
atos serão imputáveis ao Estado porque vinculados à sua soberania, ou porque
ocorreram em seu nome. A imputabilidade, portanto, não se confunde com a autoria. No
entanto, “como a imputabilidade exige certo nexo jurídico entre o agente do dano e o
Estado, é preciso que aquele tenha praticado o ato na qualidade de órgão do Estado ou
com os meios de que dispõe em virtude de tal qualidade”. Destaca-se que mais de um
Estado pode ser responsável pelo ato ilícito, hipótese na qual todos os responsáveis
serão imputáveis, já que todo Estado é responsável por sua própria conduta.
É importante afirmar que tanto Estados quanto organizações internacionais
podem ser sujeitos imputáveis, assim como atos praticados por indivíduos, sempre que
estes agirem em nome do Estado, porém neste caso a responsabilidade do indivíduo é
atribuída ao Estado, por este último ser considerado omisso no devido cuidado na
vigilância de seus cidadãos. Dito isto, podemos classificar a responsabilidade como
direta ou indireta. A responsabilidade direta, conforme aponta Rezek (2014, p. 317 apud
Bezerra, 2019 ) “é a responsabilidade do Estado pela ação de seus órgãos”, e indireta,
quando o ilícito for praticado por dependência sua.

3.3 Dano
Para Mazuoli (2015, p. 623 Citado por Bezzera, 2019) olha o dano como um prejuízo
provocado a um Estado ou organização internacional, sendo resultado de um ato lícito
ou ilícito, material ou moral. Diante do dano, o sujeito vitimado poderá reclamar e
exigir a reparação devida. Contudo, algumas controvérsias doutrinárias cercam a
necessidade do dano como elemento da responsabilidade internacional.
O dano é um dos três elementos da responsabilidade internacional. No
supracitado projeto da CDI, o Art. 36 estabelece que “ o Estado responsável
por um ato internacionalmente ilícito tem a obrigação de indenizar pelo dano
causado por este, desde que tal dano não seja reparado pela restituição”
(DRAFT ARTICLES ON RESPONSIBILITY OF STATES FOR
INTERNATIONALLY WONGFUL ACTS 2001)

O dano é, portanto, fato gerador da responsabilidade. Atualmente, dado o caráter


multilateral e multidimensional da responsabilidade, todos os Estados têm o direito de
ver o Direito Internacional respeitado, e em razão da violação deste, qualquer Estado
atingindo, mesmo que não tenha havido nenhum prejuízo, pode apresentar uma
reclamação. Isso porque, conforme frisado nos comentários ao Projeto de Artigos, todos
os Estados, em virtude da sua adesão à Comunidade Internacional, tem interesse na
proteção de certos direitos básicos e essenciais, e no cumprimento de determinadas
obrigações. (JORGE).

As diferentes formas de reparação prevista no projeto da CDI seriam: a restituição, que,


conforme o Art. 35 implica em “reestabelecer a situação que existia antes que o ato
ilícito fosse cometido; indenização, que consiste em “cobrir qualquer dano susceptível
de mensuração financeira, incluindo lucros cessantes, na medida de sua comprovação
(Art. 36); e a satisfação, que foi definida no Art. 37 como “a obrigação de dar satisfação
pelo prejuízo causado por aquele ato desde que ele não possa ser reparado pela
restituição ou indenização. (BEZERRA, 2019)

4. O Direito do mar nos Estados Arquipelágicos

Baseando na teoria do Jorge, podemos dizer que, Desde as epocas mais remotas da
história, o mar sempre foi element da natureza que mais influenciou no
desenvolvimento, na sobrevivencia e no poder dos povos e nacoes. Assim, é natural que
a disputa pelo seu dominiotenha tido o seu inicio com o aparecimento dos primeiros
Estados organizados e que o estabelecimento do que hoje chamos Direito do Mar date
tambem desse tempo.
É durante a idade antiga, no imperio Romano, que surge as primeiras pretensoes
de dominio maritime atraves do direito, com a declaração do Mare Nostrum referindo-
se ao mediterreneo, e que reflitia a vontade do poder military romano.
Em fins da idade Media e durante a idade moderna, o desenvolvimento do
comércio e o esplendor das cidades italianas proporcionaram o aparecimento de novas
concepcoes refentes ao Direito do Mar; marca o inicio de estabelecimento de direito
sobre mares adjacentes a seus territories. Assim aparecem Veneza, ploclamando-se dona
do mar adriatico a suecia e a dinamarca do Mar Baltico e a Inglaterra dona do Mar
Norte. Na epoco das Grandes navegações, essa tentaivas de dominio de mar foram
estabelecidas.

Foi em 1610 que Hugo Grottio16 fixou, pela 1º vez, a largura do Mar territorial fezendo
uso de um element com origem no lexico beligerante, mas iria merecer a delimitacao
das águas territoriais 250 anos depois, o tiro do canhao17. O limite do tiro do canhão
encontrava a sua razão de ser profunda na ideia de que o Estado devia proteger os seus
interesses materiais.
Somente em 1782 é que Galiane veio a fixar o criterio do tiro do canhão
proconizando que o seu alcanse maximo, na sua epoca fosse de 3 milhas admitindo a
largura de 2 leguas (6 milhas) em material de neutralidade. Desde então os autores
comecaram a identificar o tiro do canhão com o limite maximo das 3 milhas.

A acelerada evolucao tecnologica, observada trouxe novas prespectivas as


nacoes, que passaram a considerer o mar seu leito e subsolo, nao só como via de
transporte como fonte de alimento, ams e principalmente como grande gerador de
riquezas e de consideravel importancia estratetegica como supridor de materia-prima.
Assim comeca a crescer junto dos Estados, o desejo de incorporar maior parcel do
espaco maritime a seu dominios o exercer maior jurisdicao a esses espacos.
O Estabelecido nas Conveções adoptada na primeira conferencia da Nacoes Unidas que
teve lugar em 1958, embora represetasse um progresso substancial impondo ordem
nalgumas reclamações excessivas dos Estados Costeiros e actividades relacionadas com
o Mar, não em fazer parar os movimentos de declaração unilateral dos Estados, na
medida em que os estados que acabavam de receber as suas independencies nao tinham
participado nas negociações.

Julgamos que foi neste context que moçambique, 1976 definiu os direitos sobre os
recursos economicos do mar adjacent á costa da Republica Popular de Mocambique,
atraves do Decreto- lei nº 31/76, declarando assim a largura do Mar territorial 12 milhas
e da Zona economica exclusive 200 Milhas.
Aquelas convecoes foram consideradas pela maior parte dos estados em via de
desenvolvimento como estando a prosseguir interesses dos Estados desenvolvidos, mas
nos finais da decada 60 ficou clara a necessidade de se ordenar as questoes relactivas
aos oceanos e a promocao de estabilidade internacional. Assim era necessario retomar
esforcos nas negociações a nivel global com vista a incorporar numa unica e
compreensiva convecao todas as questoes sobre direito do mar. Foi assim que em face
dessa necessidade fora realizada em 1973 mais uma conferência sobre direito de mar.
5. O regime jurídico das águas

5.1 Mar Territorial


Ao definir o mar territorial, a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar
seguiu o entendimento consuetudinário de alguns Estados, estabelecendo que ele se
estenda a partir da linha de base, ou seja, da linha de baixa-mar ao longo da costa,
conforme definido por cartas marítimas de grande escala, até um limite que não
ultrapasse doze milhas marítimas. Essa extensão é definida por uma linha em que cada
um dos pontos fica a uma distância do ponto mais próximo da linha de base igual à
largura do mar territorial. (MENEZES, 2015)

De acordo com Jorge, a convenção fixou que todos os Estado tem o direito de fixar a
largura de seu mar territorial até o limite de 12 milhas a partir da linha baixa-mar ao
longo da cota e que a soberania do estado será exercida nao so sobre o mar como vimos
do artigo supra citado mas tambem sobre o espaco aereo o leiri e subsolo desse mar.

No entano a soberania do Estado costeiro só nao é absuluta, como no caso do territorio


ou das aguas interios, porque sofre um restricao ditada pela norma interncaional a
passage inofenciva, reconhecida aos navios de quealquer bandeira (mercante ou guerra),
que poderão atravessar as aguas territoriais desde que façam de maneira rapida e
initerrupta (continua), seja em direccao ao seu atracamento na costa seja em direccao as
aguas interiores para atracar num porto seja simplismente para sair delas. O limite
exterior do mar territorial é definido por uma linha em que cada um dos pontos fica a
uma distância do ponto mais proximo da linha de base á largura do mar territorial.

Segundo Menezes (2015, p. 92) refere que;


A definição do mar territorial foi importante para estabelecer os limites
jurídicos de exercício dos plenos poderes de jurisdição do Estado e de
seu domínio, nos quais ele soberanamente pudesse exercer seu papel de
polícia, guarda e segurança, aplicar suas leis de forma plena e executar
medidas adjudicatórias; também, para definir os limites exploratórios
dos recursos marinhos, sem qualquer intervenção de outro Estado ou da
comunidade internacional.
O espaço dimensional do exercício da jurisdição do Estado sobre o mar territorial
envolve a totalidade da parte que está, além do seu território terrestre e de suas águas
interiores (as águas que ficam aquém, no interior da linha de base do mar territorial), o
espaço aéreo sobrejacente, bem como o leito e o subsolo do mar.
A delimitação territorial entre Estados vizinhos, que sejam situados lado a lado, ou
mesmo frente a frente, estabelece-se como extensão a partir da linha de base, o ponto
equidistante mediano entre eles
A apreciação mais ampla sobre o atributo da jurisdição envolve o entendimento
de que o Estado tem sob um determinado território autoridade, poderes soberanos para
estabelecer leis, pacificar conflitos e executar medidas administrativas ou decisões
executórias para garantir a ordem legal como expressão da vontade coletiva de uma
dada sociedade. No caso do Direito do Mar, embora se defina o mar territorial como
expressão da jurisdição do Estado, reconhece a Convenção das Nações Unidas sobre o
Direito do Mar algumas limitações à plenitude desse direito, como se verá adiante.

5.2 Zona contígua


Na delimitação dos espaços marítimos e como forma de resguardar um espaço de
conservação, fiscalização e controle para proteção do mar territorial dos Estados, e
ainda segundo entendimento consolidado na Convenção de 1958, a Convenção das
Nações Unidas sobre o Direito do Mar disciplinou a zona contígua como espaço de
prolongamento além do mar territorial, mas com um regime específico, menos amplo
que o deste.

De acordo com Jorge, define a zona contígua como um espaco maritime que
compreende ate 24 milhas contadas a partir da linha de bases. Na zona contígua ao seu
mar territorial o Estado pode tomar medidas de fiscalizacao com vista evitar as
infracoes as leis aduaneiras, fiscais de imigracao ou sanitarios no seu territorio ou no
seu mar territorial.

Nos limites da zona contígua, o Estado pode exercer parcela de sua jurisdição, mas
somente para adotar medidas de vigilância e fiscalização sobre o cumprimento de certas
regras administrativas, como regulamentos aduaneiros, fiscais, de imigração ou
sanitários. Tem por finalidade a proteção de seu território, evitando e reprimindo a
infração a essas leis e regulamentos. É um espaço em que o Estado costeiro está
legitimado a atuar, mas somente para fazer cumprir regras administrativas ou de
segurança. (MENEZES, 2015)

5.3 Zona Económica exclusiva


Com os avanços científicos e tecnológicos, os Estados perceberam que o espaço
marítimo é rico em potencialidades de exploração econômica e fundamental para a
subsistência energética, alimentar, biológica, o que contribuiu para ampliar os
horizontes marinhos além do mar territorial, não como um espaço de poder absoluto,
mas como espaço do exercício de certos poderes necessários à exploração dos recursos
nele presentes

Zona Economica exclusiva é uma zona situada alem do mar territorial e a este adjacent,
sujeita ao regime jurido especifico estabelecido nos art. 55 e ss da convenção das
Naçoes Unidas sobre direito do Mar, Segundo o qual os direitos e a jurisdiçao do estado
costeiro e os Direitos e liberdades dos demais Estados sao regidos pelas disposicoes da
conveção. Nessa are o Estado costeiro tem direito de: navegação, sobrevôo, libererdade
de intalacao de cabos e dutos submarines. (JORGE)

Menezes (2015, p.103-104) afirma que, A definição de uma zona de exploração


econômica, a qual o Estado costeiro está autorizado a explorar economicamente, é
resultado das pretensões de uma série de Estados em desenvolvimento sobre os recursos
da pesca além do mar territorial. Até a celebração da Convenção das Nações Unidas
sobre o Direito do Mar, os espaços destinados para a pesca e sua discussão giravam em
torno do que se considerava mar territorial e alto-mar. Não pode, por isso, passar
despercebido o fenomenal impacto que o surgimento desse espaço teve sobre o
aproveitamento dos recursos vivos do mar, especialmente para sua exploração
regulamentada, podendo ser considerada a inovação mais importante da Convenção das
Nações Unidas sobre o Direito do Mar e instituto central, fundamental, do novo Direito
do Mar.
A zona econômica exclusiva vem a ser o espaço do mar territorial conferido ao Estado
costeiro com o objetivo de permitir a exploração econômica de uma totalidade de área
cuja extensão é contada a partir das linhas de base até o limite de duzentas milhas
marítimas.
Não é totalmente correta a denominação do espaço marítimo como sendo uma
zona econômica “exclusiva” do Estado, pois a Convenção prevê que o espaço deve ser,
em certos casos, compartilhado com outros Estados, tendo estes direitos e deveres.
Melhor se fosse “zona econômica sob jurisdição do Estado costeiro”. De qualquer
forma, não parece que esse seja um problema, na medida em que foi bastante positiva a
forma como a Convenção disciplinou o espaço, prevendo sua exploração e
compartilhamento para seu uso por Estados, demonstrando, nesses dispositivos, o
espírito das negociações e da Convenção.
Cabe, por isso, analisar a extensão dos direitos e deveres dos Estados costeiros sobre a
zona econômica exclusiva, que faz distinção entre direitos de soberania e direitos e
deveres de jurisdição, levando em consideração que o Estado não tem soberania
absoluta sobre o espaço e que deve se adequar a certos parâmetros estabelecidos pela
Convenção para que possa gozar de seus direitos econômicos
Conclusão

A questão da responsabilidade internacional evoluiu conforme os Estados tomam


conhecimento perante as catástrofes que ocorreram na história da humanidade
envolvendo danos transfronteiriços. O regime da responsabilidade internacional admite
um conjunto de cláusulas de exclusão de ilicitude. Assim, a ilicitude internacional de
um ato pode ser excluída de várias maneiras. Contudo, a invocação dessas causas de
exclusão da ilicitude não afasta o dever de observância das obrigações internacionais,
nem prejudica o dever estadual de reparação de danos.
Ao longo deste trabalho foi perceptível as mudanças ocorridas no tema da
responsabilidade Internacional dos estados. Entretanto, partindo de uma análise teórica
realista das relações internacionais, os Estados continuam desempenhando papel
preponderante e soberano sobre suas próprias políticas e implementação de regimes
internacionais.
Podemos dizer que a cooperação internacional entre todos os países é de extrema
importância para a diminuição dos conflitos que possam surgir em âmbito global, bem
como para a preservação do meio ambiente como um todo
Em questao de direito do mar nos estados arquipelágicos de fato, a criação de
um direito internacional objetivando proteger o ambiente marinho é uma necessidade
emergente, resultante desta consciência da importância vital para sobrevivência
humana, economia global, transporte, entre outros meios de utilidade deste todo
geográfico. Trata-se de desejo de tutelar o meio ambiente marinho, trazendo como
preocupação primordial as ações de caráter preventivo, almejando eliminar danos,
ficando em segundo plano as responsabilizações estatais por fatos ilícitos que
provoquem danos ao mar.
Bibliografia

ALEXANDRINO, Isis De Angellis Sanches. A Responsabilidade


Internacional dos Estados perante tribunais internacionais. v.12, n.2, 2017.
BEZERRA, José Raylton da Silva. Responsabilidade internacional do estado
por danos transfronteiriços decorrentes de atividades nucleares. 2019
DIONÍSIO, Cátia S. Guerreiro. A responsabilidade internacional dos estados
e operações cibernéticas. 2018
JORGE, Edmar Gerúsio Barreto. : Direito Internacional Público - Manual do
curso de licenciatura em direito – ISCED - 2º ano.
LOPES, José Alberto Azeredo. A Responsabilidade Internacional do Estado:
entre Codificação e Realidade. 2.ª Série. 2001.
MENEZES, Wagner. O Direito do mar. Brazilia 2015.

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