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Trabalho de Campo - D.I.P - Lurdes
Trabalho de Campo - D.I.P - Lurdes
Faculdade de Direito
Curso de licenciatura em Direito
Código: 91210064
Código: 91210064
Introdução.........................................................................................................................................4
1. Breve Historia sobre a responsabilidade dos estados................................................................5
2. Noções sobre responsabilidade Internacional..........................................................................6
3. Elementos da Responsabilidade Internacional..........................................................................7
3.1 Ato Ilicito...........................................................................................................................7
3.2 Imputabilidade...................................................................................................................8
3.3 Dano...................................................................................................................................9
4. O Direito do mar nos Estados Arquipelágicos........................................................................10
5. O regime jurídico das águas....................................................................................................12
5.1 Mar Territorial.................................................................................................................12
5.2 Zona contígua..................................................................................................................13
5.3 Zona Económica exclusiva..............................................................................................14
Conclusão.......................................................................................................................................16
Bibliografia.....................................................................................................................................17
Introdução
Reis (2009. p. 35 citado por Bezerra 2019), cita que desde 1944, já havia planos de
trabalho para elaboração de normas sobre responsabilidade internacional. No ano de
1996, o tema obteve maior destaque por meio da Comissão de Direito Internacional das
Nações Unidas, onde foi elaborado o primeiro projeto sobre responsabilidade
internacional do Estado por atos internacionalmente ilícitos (MAZUOLI, 2015.p. 614
apud Bezerra 2019). Entre os anos de 1998 e 2000, foi realizada uma nova revisão dos
artigos e, em 2001, houve a conclusão .
Podemos afirmar que o tema sempre esteve presente no direito internacional,
ainda que incialmente de forma modesta – evoluindo juntamente com a evolução da
comunidade internacional, deixando de ser abordado de forma incidental ou de maneira
específica e superficial (mecanismos de reivindicação de direitos) para posteriormente
ser analisado como instituto jurídico
De acordo com Jorge, refere que, Até atingir sua almejada codificação, a
responsabilidade internacional passou por um lento e gradual processo de evolução, que
teve início no final do século XIX, quando surgiu a expressão como é conhecida hoje.
No entanto, antes disso já existiam discussões acerca da violação dos direitos dos
Estados. Ao final da Idade Média, durante o feudalismo, os Senhores de terras já faziam
justiça quando tinham seus domínios, ou seus súditos tinham seus direitos violados.
Nesses casos era utilizado o instituto da represália, direito que exigia uma forma de
ressarcimento pela violação praticada pelo alienígena, sem que com esta atitude fosse
declarada qualquer guerra.
Segundo Bezerra (2019 p.20-21)
“Ainda que matérias sobre responsabilidade internacional sejam mais efetivas a
partir do século XIX, estudos apontam que seu desenvolvimento se iniciou a partir da
Modernidade”.
3.2 Imputabilidade
Conforme aponta Francisco Rezek (2014, p. 317 citado por Bezerra, 2019)
imputabilidade como “ação ou omissão caracterizada como ilícita à luz do direito das
gentes”. Ainda segundo aludido autor, tal conduta deve ser imputável a uma pessoa
jurídica de direito público internacional, Estado ou organização internacional.
O supracitado projeto da CDI, em seu Art. 2º, define imputabilidade como a
conduta que “é atribuível ao Estado consoante o direito internacional”
(PROJETO DA COMISSÃO DE DIREITO INTERNACIONAL DAS NAÇÕES
UNIDAS SOBRE RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL DOS ESTADO
POR ATOS INTERNACIONALMENTE ILÍCITOS, 2001).
Para Jorge, a imputabilidade é “o nexo causal, ligando o ato ilícito ao responsável pela
violação”
A responsabilidade poderá ser indireta, hipótese na qual o Estado será
responsável pelos atos praticados por seus funcionários, por exemplo. Nesses casos, os
atos serão imputáveis ao Estado porque vinculados à sua soberania, ou porque
ocorreram em seu nome. A imputabilidade, portanto, não se confunde com a autoria. No
entanto, “como a imputabilidade exige certo nexo jurídico entre o agente do dano e o
Estado, é preciso que aquele tenha praticado o ato na qualidade de órgão do Estado ou
com os meios de que dispõe em virtude de tal qualidade”. Destaca-se que mais de um
Estado pode ser responsável pelo ato ilícito, hipótese na qual todos os responsáveis
serão imputáveis, já que todo Estado é responsável por sua própria conduta.
É importante afirmar que tanto Estados quanto organizações internacionais
podem ser sujeitos imputáveis, assim como atos praticados por indivíduos, sempre que
estes agirem em nome do Estado, porém neste caso a responsabilidade do indivíduo é
atribuída ao Estado, por este último ser considerado omisso no devido cuidado na
vigilância de seus cidadãos. Dito isto, podemos classificar a responsabilidade como
direta ou indireta. A responsabilidade direta, conforme aponta Rezek (2014, p. 317 apud
Bezerra, 2019 ) “é a responsabilidade do Estado pela ação de seus órgãos”, e indireta,
quando o ilícito for praticado por dependência sua.
3.3 Dano
Para Mazuoli (2015, p. 623 Citado por Bezzera, 2019) olha o dano como um prejuízo
provocado a um Estado ou organização internacional, sendo resultado de um ato lícito
ou ilícito, material ou moral. Diante do dano, o sujeito vitimado poderá reclamar e
exigir a reparação devida. Contudo, algumas controvérsias doutrinárias cercam a
necessidade do dano como elemento da responsabilidade internacional.
O dano é um dos três elementos da responsabilidade internacional. No
supracitado projeto da CDI, o Art. 36 estabelece que “ o Estado responsável
por um ato internacionalmente ilícito tem a obrigação de indenizar pelo dano
causado por este, desde que tal dano não seja reparado pela restituição”
(DRAFT ARTICLES ON RESPONSIBILITY OF STATES FOR
INTERNATIONALLY WONGFUL ACTS 2001)
Baseando na teoria do Jorge, podemos dizer que, Desde as epocas mais remotas da
história, o mar sempre foi element da natureza que mais influenciou no
desenvolvimento, na sobrevivencia e no poder dos povos e nacoes. Assim, é natural que
a disputa pelo seu dominiotenha tido o seu inicio com o aparecimento dos primeiros
Estados organizados e que o estabelecimento do que hoje chamos Direito do Mar date
tambem desse tempo.
É durante a idade antiga, no imperio Romano, que surge as primeiras pretensoes
de dominio maritime atraves do direito, com a declaração do Mare Nostrum referindo-
se ao mediterreneo, e que reflitia a vontade do poder military romano.
Em fins da idade Media e durante a idade moderna, o desenvolvimento do
comércio e o esplendor das cidades italianas proporcionaram o aparecimento de novas
concepcoes refentes ao Direito do Mar; marca o inicio de estabelecimento de direito
sobre mares adjacentes a seus territories. Assim aparecem Veneza, ploclamando-se dona
do mar adriatico a suecia e a dinamarca do Mar Baltico e a Inglaterra dona do Mar
Norte. Na epoco das Grandes navegações, essa tentaivas de dominio de mar foram
estabelecidas.
Foi em 1610 que Hugo Grottio16 fixou, pela 1º vez, a largura do Mar territorial fezendo
uso de um element com origem no lexico beligerante, mas iria merecer a delimitacao
das águas territoriais 250 anos depois, o tiro do canhao17. O limite do tiro do canhão
encontrava a sua razão de ser profunda na ideia de que o Estado devia proteger os seus
interesses materiais.
Somente em 1782 é que Galiane veio a fixar o criterio do tiro do canhão
proconizando que o seu alcanse maximo, na sua epoca fosse de 3 milhas admitindo a
largura de 2 leguas (6 milhas) em material de neutralidade. Desde então os autores
comecaram a identificar o tiro do canhão com o limite maximo das 3 milhas.
Julgamos que foi neste context que moçambique, 1976 definiu os direitos sobre os
recursos economicos do mar adjacent á costa da Republica Popular de Mocambique,
atraves do Decreto- lei nº 31/76, declarando assim a largura do Mar territorial 12 milhas
e da Zona economica exclusive 200 Milhas.
Aquelas convecoes foram consideradas pela maior parte dos estados em via de
desenvolvimento como estando a prosseguir interesses dos Estados desenvolvidos, mas
nos finais da decada 60 ficou clara a necessidade de se ordenar as questoes relactivas
aos oceanos e a promocao de estabilidade internacional. Assim era necessario retomar
esforcos nas negociações a nivel global com vista a incorporar numa unica e
compreensiva convecao todas as questoes sobre direito do mar. Foi assim que em face
dessa necessidade fora realizada em 1973 mais uma conferência sobre direito de mar.
5. O regime jurídico das águas
De acordo com Jorge, a convenção fixou que todos os Estado tem o direito de fixar a
largura de seu mar territorial até o limite de 12 milhas a partir da linha baixa-mar ao
longo da cota e que a soberania do estado será exercida nao so sobre o mar como vimos
do artigo supra citado mas tambem sobre o espaco aereo o leiri e subsolo desse mar.
De acordo com Jorge, define a zona contígua como um espaco maritime que
compreende ate 24 milhas contadas a partir da linha de bases. Na zona contígua ao seu
mar territorial o Estado pode tomar medidas de fiscalizacao com vista evitar as
infracoes as leis aduaneiras, fiscais de imigracao ou sanitarios no seu territorio ou no
seu mar territorial.
Nos limites da zona contígua, o Estado pode exercer parcela de sua jurisdição, mas
somente para adotar medidas de vigilância e fiscalização sobre o cumprimento de certas
regras administrativas, como regulamentos aduaneiros, fiscais, de imigração ou
sanitários. Tem por finalidade a proteção de seu território, evitando e reprimindo a
infração a essas leis e regulamentos. É um espaço em que o Estado costeiro está
legitimado a atuar, mas somente para fazer cumprir regras administrativas ou de
segurança. (MENEZES, 2015)
Zona Economica exclusiva é uma zona situada alem do mar territorial e a este adjacent,
sujeita ao regime jurido especifico estabelecido nos art. 55 e ss da convenção das
Naçoes Unidas sobre direito do Mar, Segundo o qual os direitos e a jurisdiçao do estado
costeiro e os Direitos e liberdades dos demais Estados sao regidos pelas disposicoes da
conveção. Nessa are o Estado costeiro tem direito de: navegação, sobrevôo, libererdade
de intalacao de cabos e dutos submarines. (JORGE)