You are on page 1of 4
Barcelos, Lia Rejane Mendes. B23 Cadernos de musicoterapia, 4. Btapas do processo musicoteripico ou parauma metodolagiade musicoterapia/ Lia Rejane Mendes Barcellos. — Rio de Janeiro: Enelivos, 1999. “Tap —(Cademos de musicoterapia 4) Bibliograa ISBNA5-7181-034-6 1. Musicotrapa. Titulo. Série cppsisesi st i eee (ercrears ome rmusicoterdpica, uma etapa espeeifica do processo musicoteripico, ou sea, no €encontrada em outrasterapas. + Objetivos: A estiicago musical é uma complement da icha musicoteripica sto 6,nafichacolhemos as informages com © proprio pacien ou com o responsive c na tentlicago ‘vars observaras eases qb o sons, ritmo, o diferentes instrumentos, enfim, os distintos tipos de estimulos, provocam no paciete Esta tem por objetivos abservar as possibilidades de comunicagio do paciene; as suas difculdades, inibigses, preferéncis,impulsos, bloqueios, rapes e desejs frente 0s diferentes parmeseoseintrumentos musicals, + Procedimentos Também na testifieago musical vamos adotar Aiferentes procedimentes, de acordo com © paciate que tems para ser aendido ‘Tentaremos ver aqui os diferentes procedimentos ji cluborados para a realizagio da testificagio musical e 34 Brapas do Processo Musicoteripico procuraremos complementar es nossa experigncia. 18 procedimentoa com a + O local © local une vai ver realizada a testirieagao deve ser a propria sala de musicoterapia onde o paciente vai ser atendido, Isto porque o paciente j4 comega, nesse momento, fa se identificar com 0 espago © © ambiente onde sera estabelecida a relagao e onde serd desenvolvido 6 processo terapéutico. Na testiffcagio preconizada por Benenzon (1972), 0 instrumental a ser utilizado vai ser 0 piano aberto, o violdo, (0 instrumentos de percussso e um gravador com wma fita contendo quatro estimulos musicais gravados. Os Instrumentos serio de acordn com ae possibilidades da instituigo ou do musicoterapeuta, quando se tratar de trabalho em consultério particular, © serio os mais ccaracteristicos do folelore do pats ou da regia de origem do paciente. Deverao ser colocados, de preferéncia, na mesma disposigao em todas as testificagdes para que o musicoterapeuta possa ter um padrio de observagio. Quanto aos estfmulos gravados devertio ser sempre os mesmos, pelo mesmo motivo pelo qual os instrumentos deverdo ser colocados na mesina disposigao. Eles serio escolhidos pelo musicoterapeuta e serio uma representagio de sua personalidade ou como diz ainda Benenzon, um “eartio de apresentagso" do musicoterapeuta. Estes quatro estimulos devem ter a mesma duragio. O primeiro serd um ritmo primitivo: 6 segundo, uma melodia A Testifcapio Musical 35 primitiva e 0 mais arriemica possivel, otereeiro um fragmento SinfOnico e o quarto um fragmento de musica eletonica Inicialmente se deixa 0 paciente livre para fazer 0 que quiser anotando as suas reagoes. Apds vinte minutos se passa cada estimulo gravado, dando um espago de cinco minutos ‘chic uu © culuo continuande a observar sues seayGes fete ‘a0 que esté ouvindo, Benenzon no assume uma posigdo rigida quanto a ‘ordem de realizacio da testificagio. Segundo o autor, se hi uma grande inibicao do paciente ou ainda ansiedade deste ou do musicoterapeuta e nada acontece durante algum tempo, pode se passar, imediatamente, para os estimulos sonoros, ‘+ A atitude do musicoterapeuta. Ainda na entrevista preconizada por Benenzon, existe recomendagio que © musicoterapeuta inicialmente explique {a0 paciente 0 que vai ocorrer e su atitude deverd ser passiva © tempo todo, podendo interferir apenas nos momentos em {que houver necessidade (0 autor insiste em que a atitude deve Ser passiva pots uma atitude ativa modifiearia, ‘comportamentos) E preciso lembrar que esta testificago é preconizada por Benenzon para pacientes psiquidtricos sendo que ele nao. Se refere, em nenhum momento, & utilizagio da mesma com, {qualquer outro tipo de pacientes. _Annossa experigncia tem nos mostrado que, com alguns pacientes, como por exemplo, paralisados cerebrais, que em, eral t2m impedimento motor, a primeira parte da testificago 36 tapas do Processo Musicoteripico ko seria factivel ea atitude do musicoterapeuta ndo poderia ser passiva. Nestes casos, a meu ver, o musicoterapeuta ser ativo, tocando instrumentos, e observaré as reagdes do paciente. Parece-nos ainda interessante que sejam escolhidos instrumentos mais primitives como bumbo e chocalho, por ‘exemplo, com criangas em uma faixa etdria mais baixa e que ‘com criungas em idade mals avangada sejam introduzidos, além daqueles, instrumentos mais estruturados, Pensamos também que deve ser levado em consideragio o nivel cultural do paciente se bem que, com o advento da televisio, mesmo, os instrumentos mais estruturados j4 so, muitas vezes, conhecidos, mesmo pelos pacientes de nivel cultural mais baixo. Isto, no entanto, ndo € regra fixa e é a peraepgtio do musicoterapeuta que vai Ihe dar, possivelmente, a melhor maneira de proceder, # interessante se observar que assim como recomendamos a utilizagio dos instrumentos de certa forma seguindo uma evolugao podemos pereeber que também nos estimulos musicais preconizados por Benenzon hé nitidamente uma evolugio: um estimulo ritmico, um ‘melédico, um sinfSnico e um cletrOnico. Seré que isto poderia inclusive nos mostrar o estado de regressao de um paciente? Acredita que sim, tanto quanto ioto pode ser visto, a meu ver, nautilizagao de instrumentos mais, ou menos primitivos Penso, no entanto, que unicamente a sistermatizagao de ditos comportamentos frente aos mesmos estimulos poderia nos dara certeza de tal afirmagao, Isto porque existe multas variaveis que vao interferir e estas s6 poderiam ser Comprovadas atraves de estudos © pesquisas. Carvalho (1975) nos dé também alguns procedimentos Para a realizagio da testificagdo, procedimentos estes que diferem um pouco daquilo que é preconizado por Benenzon. A Testificagto Musical 37 ‘A autora preconizou uma forma de testificayaio que cestubelece, para a sua realizagdo, um nimero de sess6es que pode variar de trés a cinco para que possamos avaliar as reagdes do paciente frente aos estimulos ¢ instrumentos musicais, Segundo ela, a atitude do musicoterapeuta seré ativa 1a nao nos fornece exemplo de junto com © paciente < a cestimulos musicais a serem “agentes” de reagdes. Acredito que 26 a partir do estado e pesquisa vamos poder chegar a noves procedimentos ou 8 wtlizagdo des jé ristemtesdependendo do tipo de pacente a se atendido Nomar soman leva alo bm senso a Suoute procedimento, ow ainda aspectos de um oude out, de avordo com aquilo que jlgamos mais adequado para cada paciente.Alguns tesricos da mscoterapia ecomendam a Uilizagdo de ambas a5 testifieapBes j que as veer como complementares Com a realizagao da testificagio completamos a ficha musicoterdpica e temos elementos suficientes para termos a certeza de que um trabalho musicoterdpico poder ou no, ser desenvolvido. Em caso afirmativo, sera realizada entdo 1 préxima etapa: 6 “contrato terapéutico” Bibliografia [BENENZON, Dr, Rolando ©, e YEPES, Antonio — Musicoterapia en Psiquiatria, Metodologia y Téenicas. Barry. Buenos Aires. 1972, CARVALHO, Duris Huysi — Etapas do Proceso Musicaterdpico, In ‘Boletim n* 2 da Associagdo Braslelra de Musicorerapia. Rio de Janeiro, 1975)

You might also like