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TAXA DE ARMADURA MINIMA DE FLEXAO E DE CORTANTE EM VIGAS DE CONCRETO ARMADO Roberto Rocha de Queiréz TESE SUBMETIDA AQ CORPO DOCENTE DA COORDENACAO DOS PROGRAMAS DE POS-GRADUACAO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSARIOS PARA A OBTENCAO DO GRAU DE MESTRE EM CIENCIAS EM ENGENHARIA CIVIL. Aprovada por ~ skh Prof. Ibrahim Abd El Malik Shehata, Ph. D, Prof. Lidia da conkers Domingues Shehata, Ph. D. ProfGiuseppbgrbosa Guimardes, Ph. D Prof. Sérgio Hampshire de Carvalho Santos, D. Sc. RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL JUNHO DE 1999 QUEIROZ, ROBERTO ROCHA DE. Taxa de Armadura Minima de Flexo e de Cortante em Vigas de Concreto Armado [Rio de Janeiro] 1999 XIX, 99 p. 29,7 cm (COPPE/UFRI, MSc., Engenharia Civil, 1999) Tese - Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE. 1. Flexo 2. Cortante 3. Armadura Minima I. COPPE/UFRJ II. Titulo (série) AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer 4 minha av6, Candida Ribeiro de Queiroz, pelo incentivo e apoio financeiro ao iniciar 0 curso, sem o qual o desenvolvimento deste trabalho nao seria possivel Agradecimentos também a minha mae, Rosa Maria Rocha de Queiroz, e 4 minha irma, Ana Paula Rocha de Queiroz, que muito me incentivaram. Aos Profs. Orientadores Lidia da Concei¢ao Domingues Shehata e Ibrahim Abd EI Malik Shehata, pela paciéncia nas muitas revis6es e também pelas valiosas sugestdes. A todos aqueles que prestaram informagées ¢ incentivaram de alguma forma para que se pudesse concluir a tese. Por fim, aos companheiros de repiblica, Evandro, Fabio, Bruno, Alessandro, Julio e Marcus, e a todos os colegas que de alguma forma contribuiram para o crescimento e conclusao desta tese. Resumo da tese apresentada 4 COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessarios para a obtencao do grau de Mestre em Ciéncias (M. Sc.) TAXA DE ARMADURA MINIMA DE FLEXAO E DE CORTANTE EM VIGAS DE CONCRETO ARMADO Roberto Rocha de Queiroz JUNHO/1999 Orientadores : Ibrahim Abd El Malik Shehata, Ph, D. Lidia da Concei¢o Domingues Shehata, Ph. D. Programa: Engenharia Civil Armaduras minimas séo providas em vigas de concreto armado objetivando melhorar seu comportamento com relaco a: distribui¢ao de fissuras, resisténcia minima e ductilidade apds a fissuragao. As formulas de taxas de armadura longitudinal e transversal minimas propostas em normas de calculo sao basicamente empiricas, em geral nao incluem todos os pardmetros relevantes, e levam a valores que diferem muito entre si. Particularmente as que nao incluem a resisténcia do concreto tém tido sua validade questionada para 0 caso de vigas de concreto de maior resisténcia. Neste trabalho é feito um estudo sobre a influéncia de diferentes parametros nas taxas de armadura longitudinal e transversal necessarias para levar vigas submetidas a momento fletor e cortante a apresentarem comportamento dictit. A partir da analise de estudos disponiveis, so propostas formulas simplificadas para determinagdo de armaduras minimas de flexio e de cortante, que séo comparadas com as recomendadas em normas de calculo e por outros autores. Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as partial fulfillment of the requirements for the degree of Master of Science (M. Sc.) MINIMUM LONGITUDINAL AND TRANSVERSE STEEL RATIOS IN REINFORCED CONCRETE BEAMS Roberto Rocha de Queiréz JUNE/1999 Advisors: Ibrahim Abd El Malik Shehata, Ph. D. Lidia da Conceigo Domingues Shehata, Ph. D. Department: Civil Engineering Minimum steel ratios are provided in reinforced concrete beams in order to improve their behaviour towards: crack distribution, minimum resistance and ductility at concrete failure in tension. Codes of practice formulas for the minimum longitudinal and transverse steel ratios are based on empirical approaches, and, in general, do not count for all the relevant parameters. In particular for beams of higher concrete strength, the validity of some code formulas has been questioned. In this work, it is made a study on the influence of different parameters on the minimum longitudinal and transverse steel ratios needed to lead to a ductile behaviour of the beams subjected to bending moment and shear. From the analysis of the available test results, it was possible to propose simple formulas for evaluating the minimum steel ratios, which are compared with the ones recommended by codes and other authors. Indice LISTA DE FIGURAS LISTAS DE TABELAS NOTACOES CAPITULO I - INTRODUCAO CAPITULO Il - ARMADURA MINIMA DE FLEXAO II,1 - Fatores que influenciam a resisténcia 4 flexao de vigas IL.2 - Armadura minima de flexio 11.2.1 - Definigao 11.2.2 - Estudos sobre armadura minima de flexiio 1.2.2.1 - PINTO JUNIOR (1992) IL.2.2.2 - BOSCO, CARPINTERI et al (1990 e 1991) 1L.2.2.3 - COLLINS, MITCHELL et al (1993) I1.2.2.4 - Outros autores 11.2.3 - Armadura longitudinal minima segundo diferentes normas e autores CAPITULO Il - ARMADURA MINIMA DE CORTANTE TIL.1 - Fatores que influenciam a resisténcia ao cortante de vigas TII.2 — Armadura minima de cortante TIL.2.1 - Definigao 11.2.2 - Estudos sobre armadura minima de cortante TIL.2.2.1 - JOHNSON e RAMIREZ (1989) M1.2.2.2 - ROLLER e RUSSELL (1990) 1.2.2.3 - YOON, COOK et al (1996) 1HL.2.3 - Armadura transversal minima segundo diferentes normas vii xiii xv 01 03 41 41 47 a7 53 33 58 60 66 vi CAPITULO IV - ANALISES E PROPOSTAS IV.1 — Analises sobre momento de fissuragao IV.2 - Proposta para armadura minima de flexdo IV.3 - Anilises sobre armadura minima de flexao IV.4 - Anilises sobre cortante de fissuragao diagonal IV.5 - Proposta para armadura minima de cortante IV.6 - Analises sobre armadura minima de cortante CAPITULO V - CONCLUSGES E SUGESTOES PARA TRABALHOS FUTUROS Referéncias Bibliograficas 70 70 73 79 82 88 89 91 94 vii LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Diagrama carga - flecha obtido pelo controle da deformagio ou da abertura de fissura na face tracionada, para vigas com pouca quantidade de armadura (BOSCO, CARPINTERT et al, 1991). Figura 2 - Geometria da viga e curva tensdo de tragao local - deformagao para o concreto usada na analise de OLBOLT e ELIGEHAUSEN (1997). Figura 3 - Curvas carga relativa - flecha relativa para diferentes tamanhos de vigas e p constante (0,125 %). Per corresponde a Ma, calculado de acordo com a teoria elastica de vigas (OZBOLT e ELIGEHAUSEN, 1997). Figura 4 - Pmin como fungao de h obtida do estudo numérico de OZBOLT ¢ ELIGEHAUSEN (1997), comparada com as formulas da MC/90 (fin = 0,14 %), ACI- 318/89 (Onin = 0,26 %) e a formula proposta por CARPINTERI (1981). Figura 5 - Superficies de quantidade minima de armadura longitudinal de tragao para (@) ch =O ef, = 120 fx; (b) c= 0,321, e fy = 120 fas (c) ¢ = 0,16.1, ef, = 100,f4e (d) c= 0,16. e fy = 140,f1 (RUIZ, PLANAS et al, 1996) Figura 6 — Diagramas de tensdes normais quando da fissura¢ao por flexao. Figura 7 - f, em fungao de f,, segundo algumas normas. Figura 8 - fay em fungio def, segundo algumas normas. Figura 9 - fayem fiungaio de fz, segundo formulas que consideram a altura de viga. Figura 10 - Diagrama tens&io de tragao - abertura de fissura para 0 concreto fissurado (GERSTLE, DEY et al, 1992). Figura 11 - Momento de fissuragao adimensional em fungao da altura, de acordo com a equagao (17), para f, = 20 MPa ef. = 80 MPa. Figura 12 - Momento de fissuragao adimensional em fungao de f., de acordo com a equacao (17), para h = 100 mm eh = 600 mm. Figura 13 - Esquema das vigas de PINTO JUNIOR (1992). Figura 14 - va em fungio de f. e p, para as vigas ensaiadas por PINTO JUNIOR (1992). Figura 15 - Vigas da primeira série de BOSCO, CARPINTERI et al (1990 e 1991). Figura 16 - Curvas carga,flecha para as vigas de BOSCO, CARPINTERT et al (1990 e 1991). Figura 17 - a em fungio de pf, eh, com f. = 75,7 MPa, para a primeira série de vigas ensaiadas por BOSCO, CARPINTERI et al (1990 e 1991). Figura 18 - 7 em fungéo de p,f, eh, com f, entre 29 e 32 MPa, para a segunda série de vigas ensaiadas por BOSCO, CARPINTERT et al (1991). Figura 19 - az em fungio de pf, eh, com f. = 17 MPa, para a segunda série de vigas ensaiadas por BOSCO, CARPINTERT et al (1991). Figura 20 — Curva tensdo-deformagao de uma amostra ensaiada por BATTISTA (apud COLLINS, MITCHELL et al, 1993) Figura 2 - Variagdo de Paix com f- segundo as formulas apresentadas na tabela 9. Figura 22 - Variagiio de ppin com f. segundo formulas apresentadas na tabela 9. Figura 23 - Variagiio de nin com f, segundo normas apresentadas na tabela 10. Figura 24 - tw/f. em fungao de a/d e f, para vigas sem estribos com p =1,82% ¢ p=3,23% ensaiadas por THORENFELD e DRANGSHOLT (1990). Figura 25 - tw/f. em fungao de a/d ep, para vigas sem estribos com f, = 60,8 MPa, J.= 66,9 MPa e f, = 64,3 MPa ensaiadas por AHAMAD, KHALOO et al (1986). Figura 26 - twalf, em fungio de ade f., para vigas sem estribos com p= 1,82% e p=3,23% ensaiadas por THORENFELD e DRANGSHOLT (1990). Figura 27 - twadf. em fungo de a/d e p, para as vigas sem estribos de AHAMAD, KHALOO et al (1986). Figura 28 - tw/fe em fungio de a/d ef, para vigas sem estribos com p = 3,36% ensaiadas por MPHONDE e FRANTZ (1984). Figura 29 - tw/f. em fungio de f. ¢ py, para vigas com p= 3,36% e ald = 3,6 ensaiadas por MPHONDE e FRANTZ (1985). Figura 30 - tau/f, em fungo de py ef, para vigas com p= 1,44% e ad = 1 ensaiadas por SAKAGUCHI, YAMANOBE et al (1990) Figura 31 - tw/f em fungdo de a/d, para vigas sem estribos com f, = 77,8 MPa ensaiadas por THORENFELD e DRANGSHOLT (1990). Figura 32 — Diagramas de tensdes cisalhantes para vigas de seco transversal retangular, quando da fissuracao diagonal. Figura 33 - Vigas de JOHNSON e RAMIREZ (1989). Figura 34 - tw/f em fungao de f., para vigas com diferentes valores de p, ensaiadas por JOHNSON e RAMIREZ (1989) Figura 35 - ty/f. em fungao de fz e (pafm/fe, para vigas com p = 2,49% e ald = 3.1 ensaiadas por JOHNSON e RAMIREZ (1989). Figura 36 - Twe/f- em fungao def. ¢ pu, para vigas com p= 2,49% e a/d = 3,1 ensaiadas por JOHNSON e RAMIREZ (1989). Figura 37 - twy/Twer em fungio de f, € Ps, para vigas com p = 2,49% e a/d = 3,1 ensaiadas por JOHNSON e RAMIREZ (1989). Figura 38 - Vigas de ROLLER e RUSSELL (1990). Figura 39 - Vigas de YOON, COOK et al (1996). Figura 40 - tw/f- em fungao de f. e py, para vigas com p = 2,8% e afd = 3,3 ensaiadas por YOON, COOK et al (1996). Figura 41 - tad/f, em fungdo de fe (pa fmf, para vigas com p= 28% e ad=33 ensaiadas por YOON, COOK et al (1996). Figura 42 - twerlf. em fung&o de fe Py, para vigas com p = 2,8% e a/d = 3,3 ensaiadas por YOON, COOK et al (1996). Figura 43 - Twu/twer em fungao de f. € px, para vigas com p = 2,8% e a/d =3,3 ensaiadas por YOON, COOK et al (1996). xi Figura 44- pymin de algumas normas em fungio de f., com f, = 500 MPa Figura 45 - Variagdo tedrica e experimental do momento de fissuragéo, na forma adimensional, com a altura da viga. Figura 46 - Proposta para considerar a influéncia de h no momento de fissuracao. Figura 47 - Proposta para considerar a influéncia de f. no momento de fissuragdo, para diferentes valores de h. Figura 48 - Pninfy pata diversos valores de f., segundo as equagGes (53) e (58), e a equagao (59) propostas e resultados de vigas ensaiadas por BOSCO, CARPINTERI et al (1990, 1991). Figura 49 - Pnin.fy em fungao de f., segundo a equagao (59) proposta e algumas equagdes de normas. Figura 50 - Pnia.fy em fung&o de f,, segundo a equagao (59) e as formulas da tabela 9. Figura 51 - Influéncia de a/d na tensao cisathante de fissura¢ao diagonal para vigas com pips. Figura 52 - Influéncia de a/d na tensiio cisalhante de fissuragao diagonal para vigas com Pip, < 0,5. Figura 53 - Influéncia de d na tensAo cisalhante de fissuragao diagonal para vigas com ald > 2,5 e pip, $1. Figura 54 - Influéncia de d na tensio cisalhante de fissuracao diagonal para vigas com ald 2 2,5 € pip, < 0,5. xii Figura 55 - Influéncia de f, na tensdo cisalhante de fissuragao diagonal para vigas com ald > 2,5 € pl. $0, Figura 56 - Influéncia de f na tensio cisalhante de fissuragao diagonal para vigas com ald > 2,5 e p/p, $ 0,5 Figura 57 - Pwmiosy em fungao de f., segundo as equagdes (71), (72) e (73) e as formulas de normas da tabela 17. NHI LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Valores da resisténcia a tragdo do concreto segundo diferentes normas (em MPa) Tabela 2 - Valores de Gry dados no MC/90 Tabela 3 - Valores de M., para diferentes normas Tabela 4 - Valores de a dados pelo MC/90 Tabela 5 - Dados das vigas ensaiadas por PINTO JUNIOR (1992) Tabela 6 - Resultados das vigas ensaiadas por PINTO JUNIOR (1992) Tabela 7 - Dados da primeira série de vigas ensaiadas por BOSCO, CARPINTERT et al (1990 e 1991) Tabela 8 - Dados da segunda série de vigas ensaiadas por BOSCO, CARPINTERT et al (1991) Tabela 9 - Valores de armadura minima de flexdo segundo alguns autores Tabela 10 - Valores de armadura minima de flexdo segundo algumas normas Tabela 11 - Faixa de variacao de 8 segundo algumas normas Tabela 12 - Dados das vigas ensaiadas por JOHNSON ¢ RAMIREZ (1989) xiv Tabela 13 - Comparagio dos resultados de JOHNSON e RAMIREZ (1989) de vigas com diferentes Pyf. € mesmo f. Tabela 14 - Dados dos ensaios de ROLLER e RUSSELL (1990) Tabela 15 - Critérios de definigdo da armadura transversal das vigas de YOON, COOK et al (1996) Tabela 16 - Dados dos ensaios de YOON, COOK et al (1996) Tabela 17 - Valores de Pumin€ Ve segundo algumas normas Tabela 18 - Pymin (Yo) segundo a EC 2 Tabela 19 - Valores de fi, da norma NS-3473/92 Tabela 20 - Valores de Ppin.fyx para diversos valores de fx, segundo a equagao (11) xv Twer Tay Tou by &y NOTACOES LETRAS GREGAS Angulo de inclinagao das bielas com relag&o ao eixo da viga Taxa geométrica da armadura longitudinal de tragdo, = A/(by.d) Taxa geométrica da armadura longitudinal de tragao balanceada Taxa geométrica da armadura transversal, = A,w/(s.bw) Tens&o de cisalhamento nominal correspondente a fissurago diagonal Tensao de cisalhamento nominal correspondente ao escoamento da armadura transversal Tensio de cisalhamento nominal ultima Deformacao de escoamento do ago Deformagao ultima do ago xvi CAR E, E, & fa Sox Sos LETRAS ROMANAS Vio de cisalhamento (em vigas com cargas concentradas, distancia entre apoio & carga concentrada mais préxima do mesmo) Area da seco transversal da viga Area tracionada da segio transversal da viga Area da se¢do da armadura longitudinal de tragao Area da segao transversal das pernas de estribo Largura da alma da viga Cobrimento da armadura Concreto de alta resisténcia Altura efetiva da viga Modulo de elasticidade do concreto Médulo de elasticidade do ago Resisténcia a compressio do concreto Resisténcia a compressao de calculo do concreto Resisténcia 4 compresso caracteristica do concreto Resisténcia 4 compressao média do concreto xvii Fe fu Sem Seseain Fosesnax Sos Susp Sa hy Six tha Sow Saw Kc Resisténcia a tragdo axial do concreto Resisténcia 4 trago caracteristica do concreto Resisténcia a tragao média do concreto Resisténcia 4 tragao caracteristica do concreto para um quanti] de 5% Resisténcia a tragdo caracteristica do concreto para um quantil de 95% Resisténcia a tragdo na flexao do concreto Resisténcia a tragao indireta do concreto Resisténcia a trago do ago da armadura longitudinal Tensio de escoamento do aco da armadura longitudinal Tens&o de escoamento caracteristica do aco da armadura longitudinal Tensio de escoamento de célculo do aco da armadura longitudinal Tensao de escoamento do aco dos estribos Tensio de escoamento caracteristica do ago dos estribos Energia de fratura Altura da viga Tenacidade a fratura, = /Gr.Ec xviii Per Ve Ver Vu We Vio da viga Comprimento da viga Momento fletor solicitante sob o qual ocorre a primeira fissura de flexto Momento fletor solicitante que corresponde ao inicio do escoamento da armadura longitudinal de tragao Momento fletor solicitante ultimo . nh’? As indice de fragilidade, = 2" —™* EOE KicAc Carga Carga de fissuracio Espagamento entre os estribos (centro a centro) Parcela da forga cortante resistida pelo “concreto” Forca cortante correspondente a fissuragao diagonal Forga cortante ultima Altura da linha neutra Distancia entre o centroide da zona de compressao e o centrdide da armadura longitudinal de tragao, na segao transversal Abertura de fissura correspondente a tensao de tragao nula no diagrama tensio - abertura de fissura para o concreto fissurado CAPITULO I INTRODUCAO As vigas, como todos os elementos estruturais de concreto armado, devem ter suas armaduras dimensionadas de maneira a leva-las a apresentar ruptura dictil. Nas vigas com maior taxa de armadura, deve-se evitar que esta seja maior que a correspondente a ruptura com escoamento do ago e ruptura do concreto simultaneos, fazendo-se com que 0 comportamento das vigas seja regido pelo componente dictil: aco. As vigas que necessitam pouca cu nenhuma armadura para resistir aos esforcgos solicitantes, por outro lado, devem ser providas de armaduras minimas para que, quando da ocorréncia de fissuragao critica devida a fatores nao previstos, no haja uma ruptura brusca das vigas. As vigas com muito pouca armadura apresentam comportamento semelhante ao de vigas sem armadura, havendo ruptura com rompimento da armadura que atravessa a fissura critica, fato que as armaduras minimas recomendadas nas normas de calculo objetivam evitar. Ao se analisar as taxas de armadura minima de flex4o e de cortante de vigas recomendadas por diferentes normas, verifica-se que, além de dependerem de diferentes parametros, elas variam consideravelmente de norma para norma. As formulas de taxas minimas de armadura s&o basicamente empiricas e, particularmente as que nao levam em conta as propriedades do concreto das vigas, tém tido sua validade questionada nos Ultimos anos. Isto se deve ao advento ¢ crescente uso de concretos de maior resisténcia e também ao desenvolvimento da teoria da mec4nica da fratura, que tem servido de base para alguns pesquisadores proporem formulas teéricas para determinagao das armaduras minimas de vigas. Tendo em vista a necessidade de se estabelecer valores de armaduras minimas mais confidveis para vigas de concretos de diferentes resisténcias, neste trabalho é feito um estudo sobre armaduras minimas de flexdo e de cortante em vigas esbeltas submetidas a apenas estes esforcos solicitantes. Este trabalho é fundamentado na literatura técnica existente e sera complementado por outro em andamento na COPPE (Tese de Doutorado de Sérgio L. G. Garcia), que abrangeré estudos tedricos e experimentais. Sio revistos estudos numéricos, teéricos e experimentais sobre = Parmetros que influenciam 0 comportamento de vigas submetidas a flexdo e a cortante = Momento que causa a fissuragio devida a flexio = Cortante que causa a fissuragao critica diagonal = Resisténcia do concreto 4 tragio = Armaduras minimas de flexao e de cortante A revisio bibliografica realizada mostrou que ha caréncia de estudos experimentais sistematicos sobre armaduras minimas que permitam uma melhor calibrag3o dos métodos tedricos e numéricos para determinagao dessas armaduras. A partir das analises feitas e com base no numero limitado de resultados experimentais disponiveis, sao propostas formulas simplificadas para determinagdo de armaduras minimas de flexao e de cortante em vigas esbeltas, que sio comparadas com as recomendadas em normas de calculo e por outros autores. Os estudos subseqiientes a serem realizados na COPPE permitirao verificar a adequa¢ao dessas formulas. CAPITULO ARMADURA MINIMA DE FLEXAO No presente capitulo é analisada a influéncia de diferentes parimetros na resisténcia a flexdo de vigas de concreto sem e com pouca armadura longitudinal com base em varios estudos revisados. Sio ainda resumidos os trabalhos de alguns autores que estudaram a quantidade minima de armadura de flexfo, e apresentadas e comparadas as taxas minimas de armadura longitudinal propostas por alguns autores e normas. IL1 - Fatores que influenciam a resisténcia 4 flexiio de vigas Vigas de concreto armado submetidas 4 flexdo exibem diferentes modos de ruptura dependendo da quantidade de armadura longitudinal. Vigas com taxa de armadura de tragio abaixo da correspondente 4 condig&o balanceada (sub-armadas) desenvolvem escoamento do ago, apresentando grandes deformagdes dependendo da altura da linha neutra e do tipo de ago (comportamento dictil) antes do concreto comprimido romper, 0 que nao ocorre nas vigas com taxa de armadura maior (super- armadas), que nao apresentam escoamento do ago e se deformam pouco até a ruptura (ruptura fragil). As normas de calculo em geral indicam que o dimensionamento deve ser feito de modo que a viga apresente uma ruptura ductil. Isto faz com que a redistribuigio dos esforgos na estrutura seja possivel, proporcionando adequada seguranga estrutural. Além disto, no caso de excesso de carregamento, tem-se a possibilidade de tomar providéncias no sentido de evitar o seu colapso. Nas vigas que necessitam baixa taxa de armadura longitudinal de trag’io, uma condig&o importante para o comportamento ductil € a quantidade minima de armadura. Segundo SAATCIOGLU (1994), em vigas armadas com muito pouca armadura, 0 comportamento pode ser similar ao de vigas de concreto simples, havendo ruptura quase que simultaneamente a fissuragdo. Isto porque a armadura de flexdo no é efetiva até que o concreto fissure. Até este ponto, a capacidade de resistir 4 flexdo é provida somente pelo concreto, que fissura assim que Ma é atingido. Depois do aparecimento da primeira fissura de flexo, de acordo com BOSCO, CARPINTERI et al (1991), as vigas com baixa taxa de armadura longitudinal de tragao apresentam um dos trés tipos de comportamento representados na figura 1. A curva (a) desta figura é relativa a vigas com taxa de armadura muito baixa, que nfo so capazes de resistir a acréscimos ou a manutengao do nivel de carga apos a fissuragao e tem My < Mz (M, no ramo descendente da curva). Ao aumentar-se a armadura, passa a haver um ganho de resisténcia apés a perda de resisténcia subseqiiente 4 fissurag4o, podendo-se vir a ter My = Me (curva (b)) ou My > M.; (curva (c)). A curva (a) corresponde ao caso de fissurago instavel, a curva (c) ao de fissurag&o estavel e a (b) 4 condig¢ao intermediaria, que serve de base para a definicao da taxa de armadura longitudinal tracionada minima. Carga ou Momento.Fletor Flecha ou Rotacao Figura 1 - Diagrama carga - flecha obtido pelo controle da deformagio ou da abertura de fissura na face tracionada, para vigas com pouca quantidade de armadura (BOSCO, CARPINTERI et al, 1991). Um estudo numérico foi realizado por OLBOLT e ELIGEHAUSEN (1997) para verificar o efeito da altura no comportamento de vigas de concreto armado sem armadura de cisalhamento. As vigas tinham cinco alturas diferentes (h = 100, 200, 400, 800 e 1600 mm). A taxa de armadura longitudinal de tragao variou de 0 a 2% para cada viga. O esquema das vigas, assim como outros dados assumidos, sao mostrados na figura 2. As curvas de carga relativa - flecha relativa da figura. 3 exemplificam a influéncia da altura no comportamento de vigas com L/h = 6 e p = 0,125 %. Embora os autores tenham concluido que, para h = 200 mm, a taxa de armadura minima seria 0,125 % e, para h = 100 mm, 0,2 %, essas curvas nfo parecem sugerir esta diferenga de taxas de armadura minima. A curva da viga com h = 400 mm, mostra expressiva queda de resisténcia apés a fissuracao, e o da viga com h = 800 mm indica comportamento parecido com o de viga sem armadura. Tewsto Deformagay ‘L=6h Figura 2 - Geometria da viga e curva tensdo de tra¢ao local - deformacio para o concreto usada na anilise de OZBOLT e ELIGEHAUSEN (1997). Conforme citado por OZBOLT e ELIGEHAUSEN (1997), alguns estudos tém mostrado que o valor de M. de vigas sem armadura (neste caso, momento maximo) corresponde a tensfo de tragZo na fibra mais tracionada que é maior para vigas com menor altura, devido ao efeito de escala na resisténcia 4 flexdo. Este fato leva 4 conclustio de que a taxa de armadura minima (armadura necessaria para ter-se My = Ma) de vigas de menor altura deve ser maior do que a de vigas de maior altura. Por outro lado, vigas de maior altura apresentam comportamento mais fragil apos a fissuragdo. Isto decorre da relativa grande taxa de energia liberada quando da fissuragao. Para que estas vigas, quando armadas, possam apresentar comportamento estavel, sua armadura e 0 concreto da vizinhanga desta devem ser capazes de consumir esta energia. Esta condigZo pode levar a armadura maior que a dada pela condigao My = M,. Esta situagio, entretanto, pode ser eliminada se em vigas mais altas for adotada armadura distribuida ao longo de parte ou toda altura, o que é preconizado nas normas de calculo de estruturas de concreto. Esta armadura distribuida faz com que o dano causado pela fissurag&o do concreto se distribua num maior volume de concreto, o que torna possivel o consumo de energia liberada. 3.0- Uh= 6, P=0.125.% 40 5/Ser Figura 3 - Curvas carga relativa - flecha relativa para diferentes tamanhos de vigas 10.0 e p constante (0,125 %). P., corresponde a M., calculado de acordo com a teoria elistica de vigas (OZBOLT e ELIGEHAUSEN, 1997). A figura 4 mostra que, segundo as andlises desse autores, a armadura distribuida em vigas de maior altura levam a um menor valor de Pain. Ela indica que para h < ~ 200 mm, a armadura minima diminui 4 medida que a altura aumenta. Para alturas maiores, ‘Pnin Aumenta com o aumento de h, se n&o ha armadura distribuida ao longo da altura, ¢ mantém-se praticamente constante se ha esta armadura. Essa figura mostra também que isto esta em desacordo com a proposta de CARPINTERI (1981, apud RUIZ, PLANAS et al, 1996), segundo a qual Pmin diminui sempre com 0 aumento de h. A esbeltez das vigas (If ou Wd, a/h ou a/d), segundo OZBOLT e ELIGEHAUSEN (1997), também influi no seu comportamento; vigas mais esbeltas devem tender a ter comportamento mais dictil dentro de uma faixa de variago maior de altura. Outro aspecto importante, nas vigas de maior altura, € a ancoragem da armadura. Nessas vigas, devido 4 maior altura, a forga de tragéo na armadura também é maior. Entretanto, devido a alta densidade de armadura de tragao, a zona de ancoragem resistente (volume) cresce proporcionalmente menos. Segundo OZBOLT e ELIGEHAUSEN (1997), a quantidade minima de armadura deve ser fungZo tanto do tipo quanto da distribuig3o da armadura e dos estribos, que influenciam a capacidade de ancoragem e também a propagaciio das fissuras de flexao na viga. O momento de fissuracio depende da resisténcia a tragiio do concreto, que é maior para concretos de maior resisténcia. Segundo CARRASQUILO, NILSON et al (1981), a resisténcia a tragdo (e 4 compressio também) é reduzida devido 4 retragao do concreto, ¢ esta redugao é maior para concretos de alta resisténcia. Também segundo eles, tem sido reportado que a resisténcia a tragao do concreto é afetada, em maior intensidade, pela mudanga nas condigdes de cura do que a resisténcia 4 compressao. Com relag&o a retragio do concreto, sabe-se que esta é maior para vigas de maior tamanho, devido ao maior calor de hidratag3o e’a menor eficiéncia da cura ao atingir 0 concreto do nucleo do elemento maior, resultando em uma menor resisténcia 4 tragiio. Estudos baseados na teoria da mecfnica da fratura (BOSCO, CARPINTERI et al, 1990 e 1991, RUIZ e PLANAS, 1994 e 1995, PLANAS, RUIZ et al, 1995, RUIZ, PLANAS et al, 1996, e CARPINTERI, CHIAIA et al, 1997 entre outros) concluem que, além da resisténcia 4 tragdo, a tenacidade a fratura (kic) é a propriedade do concreto que influi no valor de Mz, sendo Kic = ¥Gr.Ee (01) onde Gr = energia de fratura (energia necessaria para propagar a fissura de tragio de area unitaria), que é maior para concretos de maior resisténcia e com agregados de maior dimensiio. E, = Médulo de elasticidade. <~ Com armaduradistribuida fe Sew armadura distribuida Eh Carpiniton (1901) [——— CEB-FIP (1990) ma = ACES (1980) 00 846904 8608 1.2 16 892.0 h (m) Figura 4 - Pin como fungio de h obtida do estudo numérico de OZBOLT e ELIGEHAUSEN (1997), comparada com as férmulas da MC/90 (Pin = 0,14 %), ACT-318/89 (Pnin = 0,26 %) ea formula proposta por CARPINTERI (1981). Também a partir da mecinica da fratura, RUIZ e PLANAS (1994 e 1995) e RUIZ, PLANAS et al (1996), chegam 4 conclusiio de que o valor de M., de vigas com armadura nao é igual ao de vigas sem armadura, sendo ele afetado pela taxa de armadura, pelo cobrimento e pelas caracteristicas de aderéncia da mesma. O comportamento de vigas sem e com pouca armadura de flexdo, que deve servir de base para a determinagdo da armadura minima, tem sido alvo de alguns estudos experimentais e tedricos. Apesar disto, ainda nfo se encontram bem definidas as influéncias de diversos parametros nesse comportamento. Para as vigas sem armadura, os principais pardmetros influentes séio, além do carregamento, os que caracterizam a geometria da viga (esbeltez, largura, altura) e o concreto (resisténcia, tenacidade). Para as com armadura, tem-se ainda a influéncia desta (taxa, cobrimento, aderéncia), como pode ser observado na figura 5. Esta figura mostra como, segundo os estudos desenvolvidos por RUIZ, PLANAS et al (1996), a taxa de armadura longitudinal de trag’o minima esta relacionada com o cobrimento e as condigdes de aderéncia desta armadura, com a altura da viga e com as propriedades do ago e do concreto. Nos gréficos da figura 5, ¢ é o cobrimento da armadura, 1 = E..Griffa’, onde Grr = wifd/2, sendo w, definido a partir do diagrama tensio de tragio no concreto - abertura de fissura. O pardmetro relacionado com a aderéncia é B = (t..p-len)/(fer.n.Ac), onde t, é a tensio de aderéncia , p o perimetro da segao das barras, n a relago entre os moédulos de elasticidade do ago e do concreto é lan = E..Grff . Figura 5 - Superficies de quantidade minima de armadura longitudinal de tragio para : (a) c/l, = 0 € fy = 120,fu5 (b) c= 0,32:h € fy = 120,fas (c) ¢ = 0,16.1 ef, = 100.f, e(d) c= 0,161 € fy = 140,fy (RUIZ, PLANAS et al, 1996). Tf.2- Armadura minima de flexio 11.2.1 - Definigio Armadura minima de flexao é definida como sendo a armadura longitudinal concentrada proximo a face tracionada da viga que deve assegurar um comportamento. estavel desta apds 0 aparecimento da primeira fissura de flexio. Ela é determinada estabelecendo-se a condig&o de simultaneidade da primeira fissura e do escoamento da armadura (estado fissurado), isto é, Maer = Ay, (02) A figura 6 mostra diagramas de tensSes normais adotados para uma seco no momento da fissuragao. Um considera o concreto no regime linear elastico (c), mais comumente adotado, e outros que assumem comportamento elasto-plastico do concreto (a) e (b). A partir dos diagramas de tensdes apresentados na figura 6, sio obtidas diferentes formulas para calculo da armadura minima de flexfo. Do diagrama de tensdes elasto-plastico da figura 6a, para seces retangulares, chega-se a T= foto (03) 2 Ma = foxh?.be.—- (04) er = fa.h? bw. — 24 e, portanto, fob?b Ta fz (05) fH? bw. = As min 24 * Fazendo-se Asma Prin = (06) d.bw 0) e adotando-se h = 1,1.d eh = 1,2.z, encontra-se fa win = 0,39, 22 07 ps % (07) Lc. k peo nr h jr he . @ ®) © Figura 6 — Diagramas de tensdes normais quando da fissuragéio por flexio Ao se adotar o diagrama da figura 6b (caso da NBR-6118/80), costuma-se admitir determinado valor para deformacao do concreto quando da ruptura por trago, e, a partir da hipdtese de segdes planas, com o modulo de elasticidade do concreto, e de condigdes de equilibrio, chega-se 4 tensiio no concreto na borda comprimida, a altura da linha neutra ¢, entdo, a Me. Na NBR-6118/80 admite-se, para 0 caso de flexto, que a deformagao na borda mais tracionada é igual a (4,f./E.). A partir deste valor, para seco retangular, obtém-se x =0,414.h (PINTO JUNIOR, 1992), 2=0,57.he T= 0,586.h.De fa (08) (09) Este valor de Me; (0,33.by.h”,fa) & cerca de 14% maior que o dado pela equagio (04), que é (0,29.by.h? fa), 0 que acarreta valor de Pyin também 14 % maior do que aquele fornecido pela equagio (07). Do diagrama de tensdes elasticas (figura 6c), para segdes retangulares, sao obtidas as equagdes Ts ; fa s be (io) Ma = fabe Lh? ay €, conseqlientemente, faloud.h? = Rew ft 2) ou Prin = ont (13) Esta equagiio, que leva a valores de Pyin bem menores que a equagao (07), é a mais comumente adotada. A diferenga entre elas, entretanto, pode deixar de existir se na equagao (07) se usar a resisténcia a trac&o axial do concreto e na (13) a resisténcia a trago na flexdo. A resisténcia a tragio da equagao (07) pode também ser multiplicada por um coeficiente de efetividade menor que a unidade, para levar em conta que o concreto nao apresenta 0 comportamento plastico assumido para a regiao tracionada. A resisténcia a tragao do concreto pode ser obtida por meio de trés tipos de ensaios padronizados : de tragao axial (f,), de flexdo (fay) e de compressao diametral ou tragdo indireta (fs). Embora os dois tiltimos sejam os que normalmente sao realizados, por serem de mais facil execugao, algumas normas de calculo adotam a resisténcia 4 tragio axial em suas formulas. Elas dao também relagdes simplistas entre esta resisténcia € as outras e/ou entre a resisténcia 4 tragdo adotada e a resisténcia 4 compressio do conereto, Estas relagdes nfio levam em conta os parametros que podem influenciar a resisténcia 4 tra¢do. Exemplos de formulas indicadas para, na falta de ensaios, avaliar a resisténcia a tracao do concreto encontram-se na tabela 1. Das formulas da tabela 1, apenas a do MC/90 considera o “efeito de escala” na resisténcia a flexdo, que ¢ a mais influenciada pelas dimensdes do elemento estrutural. Na figura 7 sio comparadas as relagdes entre as resisténcias 4 tracao direta (fax para a NBR-6118/80 © fim para as demais) e as resisténcias a compressio do concreto (f, = fx), de acordo com as formulas das normas. Verificam-se grandes diferengas entre as resisténcias a tragao direta dadas por estas formulas. Para f. = 15 MPa esta diferenga é em torno de 40 % (CEB/95 = 1,4.NBR/80), ficando esta diferenca menor 4 medida que f. aumenta até 50 MPa, quando é cerca de 15 % (MC/90 = NBR/97 = EC2/92 = 1,15.NS/92), e tornando-se novamente maior 4 medida que f- aumenta, sendo de 24 % para f, = 80 MPa (MC/90 = 1,24.NS/92). A figura 8 compara as relagdes entre as resisténcias 4 tragio na flexfio dadas pelas equacées da tabela 1. Considerou-se, como aproximagao, que f. das equagdes da ACI equivale a fy das outras normas. Para tragado das curvas do MC/90 e CEB/95 consideraram-se h = 100 mm (fay= 1,67 fam) €h= 600 mm (far= 1,19 foun). As formulas para fay fornecem valores bem diferentes, com o EC2/92 apresentando maiores valores de fay para valores de f, até o limite de sua aplicagio (f = 50 MPa) e o MC/90 (h = 100 mm) para valores de f, a partir deste limite. A maior diferenca é verificada para f, = 80 MPa em torno de 70 % (entre a MC/90, para h= 100 mm, e a CSA-A23,3/94). Os menores valores de fxr si0 obtidos ao utilizar-se a formula da norma CSA-A23.3/94, quase igual 4 do ACI-318/95. O efeito de escala considerado nas formulas das normas MC/90 e CEB/95 leva a diferencas de 40 % ao se aumentar a altura da viga de 100 para 600 mm. fos (MPa) L L L 1 ° 0 20 40 60 80 100 (MPa) Figura 7 - f, em funcao de f,, segundo algumas normas ACI-318°95 ACI-36392 cEBases cSA94 C292 20 40 60 80 100 (MPa) * h= 100mm, ** b= 600 mm Figura 8 - f.,;em fungio de f,, segundo algumas normas CARPINTERI, CHIAIA et al (1997) propuseram formula de fay que depende do concreto e da altura da viga : (4) Esta relagao entre fay € fu & a proposta pelo MC/90 so comparadas na figura 9. Como CARPINTERI, CHIAIA et al nao indicam formulas para E. e Gr, para estas grandezas foram adotados os valores recomendados no MC/90, ou seja, E.= as.iot (A) = 9980,fom!® (1s) oa Gp = Gro (4) (16) com fen ¢ E. em MPa e Gro em N.mnv/mm’ obtido da tabela 2 em fungio da dimensio maxima do agregado do concreto (adotou-se daax = 16 mm). Para fy usou-se o valor de fan do MC/90 (Tabela 1). Esse grafico mostra que a formula de CARPINTERI, CHIAIA et al (1997) leva a uma diferenca maior que o MC/90 quando se aumenta h de 100 para 600 mm ( fay para h= 100 mm é 2,45 vezes a para h = 600 mm, sendo esta relaco de 1,4 para o MC/90). A formula do MC/90 fornece maiores valores de fay para ambas as alturas, exceto para foS 35 MPa quando h = 100 mm, Para se determinar M., € Pyin, normalmente ou se considera a resisténcia do concreto a tracfo na flexio (admitindo ou nfo o efeito de escala) ou se adota a resisténcia a trag&o axial junto com coeficientes que visam levar em conta efeitos de distribuig&o de tensdes na segdo, de escala, etc. Exemplos de formulas para calculo de Mg, séo dados na tabela 3 Tabela 1 - Valores da resisténcia 4 tracio do concreto segundo diferentes normas (em MPa) =i faumaF para fi, <18 MPa NBR-6118/80 Sot = 0,06. fx + 0,7 para fx >18 MPa Fesivin = 957 Fern NBR-6118/99 Fesanax= 1,3 faim fuS50MPa ws Fam = 0,3 fx’ = ee - a + Satenws= 132 fam 1s ( A } ino Sam = 0,3 fears hu= 100 mm ‘he 50mm Sou ,68.faam ( hy” “fon | 141,5 (2) CEB/95 Sas= es SFats.nax = 1,32 fein fa 100MPa} ¢,, 939 4,06 1~A formula é uma aproximagio que negligencia 0 efeito do tamanho maximo do agregado © por isso 86 € valida para h > 50 mm, Tabela 1 - Valores da resisténcia A tragiio do concreto segundo diferentes normas (em MPa) (continuagao) ACI-318/95. Fas= 0,62. fF ACI-363/R92 fag= 094. ff = 1,6 feesp para Saasp = 0,59. fe para 21 MPa 44 MPa fasy= > fa Tabela 2 - Valores de Gry dados no MC/90 danax (mm) 16 32 Gro (N.mim/mm?) 0,025 0,030 0,058 fag(MPa) 0 20 40 60 80 100 f-(MPa) + b= 100 mm, 4 = 600 au Figura 9 - fem fungio de f,, segundo formulas que consideram a altura da viga Segundo GERSTLE, DEY et al (1992), 0 valor do momento de ruptura de vigas sem armadura, M,,, ¢ dado pela equagao abaixo Me= wiht beet an 6 3 l+35,5 pe onde fab (is) Ec.We sendo w. a abertura de fissura correspondente a tensao de tracZo nula no diagrama tensao de tracdo - abertura de fissura para o concreto fissurado, para o qual existem diferentes propostas (ver figura 10). Por essa equagio, buh? Mee fa quando B—> 0 (vigas de altura muito pequena), maior que Me, dado pela equagio (09). wh? beh” fz quando # > © (vigas de altura muito grande), igual a Me dado Ma pela equagao (11). gow Rigider inicial na interface assumida Modelo: usado no-trabalho Experimental, PETERSON [981 Modelo Bilinear, CASTRO-MONTERO, SHAH e MILLER'1990 We WwW Figura 10 - Diagrama tensfio de tragio (o) - abertura de fissura (w) para o conereto fissurado (GERSTLE, DEY et al, 1992) Na figura 11 é vista a variagao de Ma/(bw.h? fa) com h, mantendo-se f. = 20 MPa e 80 MPa, € na figura 12 a variagaio de Mu/(b..h?fa) com f; para h = 100 mm e 600 mm. Nao tendo sido indicadas por esses autores formulas para fu, Ee € We, para a obtengao dos graficos destas figuras, foram adotadas as formulas recomendadas no MC/90, ou seja, formula (15) para E. e Fea fawn = 0,3,far™ ay) = of. SF 20) We = Op. Tn (20) com Gr dado pela equagao (15) e ag pela tabela 4 (considerou-se dmax = 16 mm), Tabela 3 - Valores de Ma _para diferentes normas MC/90 e NBR NBR ACI-318/95 e EC2/92 6118/80 6118/99 CSA-A23.3/94 Para segao retangular 15. fax lo ye 2 Para Segao fa Concreto Simples Kok feumae-Act.Z retangular 1,2. fax.to ye fa Concreto Armado com retragao Para outros tipos de segao Tp = Momento de Inéreia da sego nio fissurada em relagio ao cixo z que passa pelo centroide (momento M,) yr = Distdncia do centréide da sego A fibra mais tracionada kK, = Og para condigio de fl = 1,0 para condigio de tragio pura sem forga normal de compressio k = 1,0 para casos de tensGes de tragiio devidas a restrigio a deformagdes externas impostas (Ex.: recalque de apoio). k =0,8 para casos em geral de tensdes de tra 10 Uevidas a restrigdo a deformagdes internas impostas (Ex.: retragiio); em segées retangulares + k=0,8 para h < 0,3 m K=0,5 para h > 0,8 m (nterpotagio | Fr para 0,3 m S 4 cs § 2 0 20 40 60 80 F-(MPa) Figura 12 - Momento de fissuragio adimensional em fungio de f., de acordo com a equagiio (17), para h = 100 mm e h = 600 mm. 21 11.2.2 — Estudos sobre armadura minima de flexio 1.2.2.1 - PINTO JUNIOR (1992) Segundo o autor, os estados de coag&o causados por deformagées restringidas de retracado ou de temperatura nao entram na consideragao das armadura minimas de flexfio, pois estes estados de coag&o interna causam ruptura por trag’o progressivas, que ocorrem com relaxa¢ao dos esforgos internos atuantes. Tendo por base a NBR-6118/80 que, para elementos armados com retragdo (resisténcia a tragio na equago (09) & considerada igual a 0,75 fax), propde que @)) considerando Asmin Jy. = Mer (22) 2=0,85.h (23) para vigas de seco retangular, PINTO JUNIOR (1992) chegou a Asan 93, £4 (24) bw.h fe E sugerido que se utilize, no dimensionamento, a resisténcia do concreto 4 tragio média fom, j4 que utilizar-se a caracteristica poderia nao ser seguro no caso do quantil de 5%, ou ser uma exigéncia excessiva no caso do quantil de 95 %, O boletim n? 197 do CEB (1990) também faz esta mesma recomendacao. PINTO JUNIOR (1992) realizou ensaios em nove vigas de concreto de alta resisténcia com a finalidade de estudar a armadura minima de flexao. Destas vigas, duas 22 foram feitas com armadura longitudinal de tragao maior que a minima teérica dada pela equago (24) (VRAM-2 e VRAM-3), quatro com armadura longitudinal de tragdo menor que a minima (VRAM-4, VRAM-5, VRAM-7 e VRAM-7A), e 3 com armadura longitudinal de tragao aproximadamente igual 4 minima (VRAM-6, VRAM-8 e VRAM-8A). As tabelas 5 e 6 fornecem os dados destas vigas, e a figura 13 0 seu esquema, Algumas vigas ensaiadas por PINTO JUNIOR (1992) apresentaram valores de Ma. muito abaixo daqueles esperados, podendo, segundo ele, explicar-se 0 ocorrido pelos efeitos de retragio. A menos das vigas VRAM-7, VRAM-7A, VRAM-8 ¢ VRAM-8A, que tinham a idade de 28 a 30 dias e apresentaram maior valor de Me, as vigas tinham idade superior a 4 meses quando foram ensaiadas. A obtengo de momentos de fissuragiio experimentais inferiores aos tedricos, levaram PINTO JUNIOR (1992) a conctuir que nao é adequada a adogaio, para célculo do momento de fissuragdo, do valor 0,75.fx prescrito pela NBR-6118 para levar em conta o efeito da retracdo, pelo menos para as vigas de concreto de alta resisténcia. Cabe observar que a fissuragdo ocorreu sempre em secao onde havia estribo. Verificou-se a tendéncia de formacio de menor numero de fissuras, que tinham maior comprimento e abertura, nas vigas com menor taxa de armadura longitudinal. As vigas VRAM-7, VRAM-7A e VRAM-4, com taxa de armadura menor que a minima teérica, romperam de maneira fragi, com fratura da armadura longitudinal na Unica seco fissurada, Apés a fissuragio, houve queda’ significativa da resisténcia das vigas e a ruptura ocorreu para carga igual ou proxima da de fissuragaio. Das vigas com taxa de armadura proxima da minima tedrica (VRAM-6, VRAM-8 e VRAM-8A), apenas as vigas VRAM-6 e VRAM-8 apresentaram My > Mg. As vigas ensaiadas por PINTO JUNIOR (1992) que continham quantidade de armadura longitudinal de tragao préxima 4 minima tedrica (VRAM-6, VRAM-8 e VRAM-8A) apresentaram momento ultimo menor que o calculado segundo as hipdteses 23 usuais, levando a conclusao de que estas taxas de armaduras nao sao suficientes para que as vigas suportem as cargas de projeto. 60. + 60. + 60. = 1S 1S 15 15 15 30 1s 15 I5 1s 1s VRAM-4 VRAM-5 VRAM-2 VRAM-3 VRAM-7 VRAM-6 VRAM-8 ¥ 20 20, 20 20 2 15 “Ts “Ts 15 is 60. 60 j 60 y = = IS 757578757575 757575 15 IS7ISTSISTIS 7S 757575 15 VRAM-7A - VRAM-8A * [] : [| ' ' is 15 (dimensdes em cm) Figura 13 - Esquema das vigas de PINTO JUNIOR (1992) A variagao de nite para as vigas de PINTO JUNIOR (1992) é apresentada na d* fe —™s=_ com o aumento defe bed? f figura 14, onde nota-se uma tendéncia de diminuigao de de p. a4 Tabela 5 - Dados das vigas ensaiadas por PINTO JUNIOR (1992) Sass | far | ty (MPa) | (MPa) | (MP. Segundo PINTO JUNIOR (1992), pode-se aceitar que a armadura alcance no maximo a sua tenséo de escoamento f,. A folga existente entre f, e a tensaio de ruptura é o bastante para que haja “aviso” antes do colapso da estrutura, que é a finalidade da armadura minima. J4 0 boletim n® 197 do CEB (1990) recomenda que a tensio maxima da armadura nao exceda 80 a 90% da tensfo de escoamento fy 9,025 P-fi= 0,76 MPa : 0,020 P.fr=1,30 MPa a . ° P.fv= 1,40 MPa Ss a * 0018 P.fr= 2,00 MPa 3 + Qo a © oo. mu Pfr= 2,61 MPa 3 © a 0,000 60 65 70 75 80 85 fe (MPa) Figura 14 - EF em fungiio de f< e p, para as vigas ensaiadas por PINTO JUNIOR (1992) 1.2.2.2 - BOSCO, CARPINTERI et al BOSCO, CARPINTERI et al (1990) realizaram ensaios em 30 vigas de concreto de alta resisténcia (figura 15) sem estribos com o intuito de estabelecer um critério para formulagao do calculo de armadura minima de flexdio. Nestas vigas foram variadas a altura e a taxa de armadura longitudinal de tragao, ensaiando-se duas vigas de cada tipo. Mantiveram-se constantes a relagio vao/altura (6), a relagdo cobrimento da armadura/altura (0,1) e a dimenstio maxima do agregado (13 mm). O concreto tinha resisténcia 4 compressao obtida do ensaio de cubos de 91,2 MPa (f ~ 75,7 MPa), modulo de elasticidade E, = 34300 MPa, e energia de fratura Gp = 0,09 N/mm. A armadura longitudinal consistiu de barras de 4, 5, 8 ou 10 mm, com tensio de escoamento variando entre 44) e 637 MPa, Outros dados das vigas encontram-se na tabela 7. Cuidados especiais foram tomados para evitar fissuragaio de retrac&o nas vigas. Na figura 16 podem ser constatados cinco comportamentos distintos para as vigas da primeira série ensaiadas por BOSCO, CARPINTERT et al (1990), As curvas de numero zero (0), referentes a vigas sem armadura longitudinal, mostram que estas vigas se comportaram de maneira fragil, com perda de resisténcia brusca aps a fissuragao. As 26 curvas de ntimero um (1), de vigas com muito pouca armadura longitudinal, mostram um comportamento semelhante ao das vigas sem armadura longitudinal (curvas n® 0), mas com menor perda de resisténcia apds a fissurag4o. As vigas representadas pelas curvas trés (3) e quatro (4) nao apresentaram perda de resist@ncia logo apés a fissuragiio ou pequena perda que foi recuperada, e tiveram carga de escoamento da armadura maior que a de fissuracio, apresentando comportamento dictil. As vigas correspondentes as curvas de nimero dois (2) tiveram comportamento de transigéo entre os comportamentos representados pelas curvas (0) e (1) e as curvas (3) e (4), apresentando cargas de fissuragao e de escoamento do aco proximas, com a flecha no meio do vaio aumentando a medida que a carga permanecia praticamente constante. c ! } | in tr bw=150 = 400 L=2400 : Le Wools L=600 Dimensdes em milimetros Figura 15 — Vigas da primeira série de BOSCO, CARPINTERT et al (1990 ¢ 1991) Com base nos dados das vigas ensaiadas por BOSCO, CARPINTERI et al fornevidos na tabela 7 ¢ nos graficos da figura 16, conclui-se que a ductilidade diminui com 0 aumento da altura da viga e/ou com diminuigao de p. 7 Segundo BOSCO, CARPINTERI et al (1990), a quantidade minima de armadura de flexdo deve ser tal que a primeira fissura no concreto e o escoamento do ago ocorram simultaneamente. Esta condigfo corresponde, aproximadamente, ao comportamento representado pela curva de nimero 2 na figura 16, BOSCO, CARPINTER! et al (1991) ensaiaram também uma série de 30 vigas de concreto de menor resisténcia e dimensio maxima de agregado de 15 mm, onde se variaram também a altura e a taxa de armadura longitudinal de flexdo. Esta armadura era formada por barras com didmetro de 5, 6, 8 ou 10 mm ¢ f, entre 460 e 632 MPa. O conereto def. = 16,6 MPa, 29,4 MPa e 32,0 MPa tiveram E, = 21000 MPa, 23150 MPa e 23800 MPa, Gr = 0,143 N/mm, 0,134 N/mm ¢ 0,137 N/mm, respectivamente. Outros dados destas vigas encontram-se na tabela 8. Estudos baseados na teoria de mecinica de fratura e nos resultados de seus ensaios levaram BOSCO, CARPINTERI et al (1990, 1991) a concluir que vigas com o mesmo indice de fragilidade, ou seja, Sr yaw Ae & 12 As No= Zp? B= ye es) Pc Ac (EnGr)? Ae @5) apresentam tipo de comportamento semelhante. Eles concluiram também que o valor de Np que corresponde a ter-se My = M,, é dado por Ne=0,1 +0,23. 4 (26) 100 com f, em MPa, e, portanto, As.imin & Aoi = (0,1 + 0,23 OT beh (0, a FZ ee @7) 28 Tabela 7 - Dados da primeira série de vigas ensaiadas por BOSCO, CARPINTERI et al (1990) Vigas | Pimensdes da | fe 1 eo | BL fae | atty | Mer gto (mm) | MPa) | @tPa |) (kN.m) | (Nm) Ao | 150x100 | 75,7] -- | - | ° re — |. At | 1soxt00 | 75,7 | 637 | 0,085 | %°97 hy oes a2 | 1sox100 | 75,7 | s69 | 0,256 | °26! 154 te A3 150x100 75,7 44) 0,653 0,514 300 328 a4 | 150x100 | 75,7 | 456 | 1,003] 847 | Be | 2 po | 150x200 | 757} - | - | ° Gat ~ Bi | 150x200 | 75,7 | 569 | 0,064 | 093 | gat | ee Bz | 130x200 | 75.7 | 569 | 0190 | °7 | Bee | Soe B3 | 150x200 | 75,7 | 441 | 0,490 | 955° 706 ear Ba | 150x200 | 75,7 | 456 | o77s | O88 | BT | co | 150x400 | 75,7] — | — | ° a 7] on cr | 150x400 | 75,7 | 637 | 0,043 | 998 | 22,00 | 5.04 | 0.43 c2 | 150x400 | 75,7 | 569 | 0,128 | °6! sea 97 oe c3 | 150x800 | 75.7 | 41 | 0327 | O°? | SES | Soe ca | 150x400 | 75,7 | 4s6 | o,si7 | OMT | Be | Set ee Nas figuras 17, 18 e 19 sao apresentadas as variagdes dos momentos de fissuragdo relativos para as vigas de BOSCO, CARPINTERI et al (1990 ¢ 1991). As figuras 18 ¢ 19 sugerem dependéncia de Ma/(bw.d”,f.) da altura da viga, mas nao de pJ,. Jaa figura 17 sugere uma influéncia de h em Mc/(by.d?f,), além de indicar um aumento de Ma/(by.d?,f,) com o aumento de pf,. Observa-se nessas figuras que © momento de fissurago relativo tendeu a ser maior para as vigas com menor f, 29 02 04 06 08 0 86 a ©) 20 (ay e100 nm; (B) he200 ans (c} hed00 mm; 0 Flecha {nm} 0 04 08 1.2 1.6 Figura 16 - Curvas carga,flecha para as vigas de BOSCO, CARPINTERI et al (1990). h=100mm ° h=200 mm * h=400mm a Mal (bv.d.d,f2) Ph (MPa) em fungio de pf, eh, com f, = 75,7 MPa, para a primeira Me bed f série de vigas ensaiadas por BOSCO, CARPINTERI et al (1990) Figura 17 - 30 0,05 h=100 mm ° h=200 mm 0,04 * h=400 mm o o es h= 800 mm J 0,03 . 3 £ 2 002 0,01 0 2 4 6 8 10 Ps (MPa) Figura 18 - — em fungio de pfy ¢ h, com f, entre 29 e 32 MPa, para a segunda série de vigas ensaiadas por BOSCO, CARPINTERT et al (1991). 0,05 0,04 eS 3 J 003 S 2 0,02 0,01 0 2 4 6 8 10 12 4 16 PS (MPa) Figura 19 - — ra em funcio de pj, eh, com f. 17 MPa, para a segunda série de vigas ensaiadas por BOSCO, CARPINTERI et al (1991) 3 Tabela 8 - Dados da segunda série de vigas ensaindas por BOSCO, CARPINTERI et al (1991 ga wes] fe t 2 Me M, | My/Mer (mm) | (MPa) | (MPa) | (%) (kN.m) | (KN.m) 150x100 150x100 150x100 150x100 150x100 150x100 150x100 150x100 150x200 150x200 150x200 150x200 150x200 150x200 150x200 150x200 150x400 150x400 150x400 150x400 150x400 150x400 150x400 150x400 200x800 200x800 200x800 200x800 200x800 200x800 32 IL.2.2.3 - COLLINS, MITCHELL et al (1993) COLLINS, MITCHELL et al (1993) exemplificam o comportamento de elementos de concreto de alta resisténcia (, = 86 MPa) com pouca armadura com um diagrama carga-deformago de um tirante de concreto armado ensaiado por BATTISTA (apud COLLINS, MITCHELL et al, 1993), mostrado na figura 20. O tirante atingiu a carga maxima quando da formagao da primeira fissura, e rompeu apresentando ruptura do aco que atravessava a fissura para uma carga consideravelmente menor que a carga de fissuragdo, Eles citam também que, das lajes de CAR armadas em uma s6 dire¢ao ensaiadas por BATTISTA (apud COLLINS, MITCHELL et al, 1993), uma laje com a armadura minima recomendada pela norma ACI-318 teve resisténcia pés - fissuragaio um pouco menor que o momento de fissuragao, De duas dessas lajes, que eram do mesmo concreto e tinham a mesma taxa de armadura mas tinham espessuras diferentes, a menos espessa fissurou com tens&o na borda tracionada maior que a da mais espessa, e teve comportamento pés - fissuragiio mais dict Carga.(KN) 2 8 0 { i L 1 0 0.01" 02 0.03) “304. 8.08 Deformacio Média: Figura 20 - Curva tensiio-deformaciio de uma amostra ensaiada por BATTISTA (apud COLLINS, MITCHELL et al, 1993), 33 COLLINS, MITCHELL et al (1993) se utilizaram de um processo semelhante ao mostrado no item IL,2.2 (figura 6c), assumindo uma tensao de fissuragao a flexio de 0,63. MPa, para chegar 4 taxa de armadura minima abaixo, que depende da tesisténcia do concreto Lh Prin= 0,133 - (28) IL.2.2.4 - Outros autores Em geral, as propostas existentes para determinagéo da taxa de armadura longitudinal de traco minima s&o baseadas na equag’o (13), sendo as diferengas entre as equagdes decorrentes da resisténcia do concreto a tragio adotada. Este é 0 caso também da formula de HAWKINS e HJORTESET (1992), As.min fat h = 0,175. 4.~ 29) bed fod 0) serdo fay definida graficamente pelos autores, em fungao de [h/(E..Gr/ fy], que depende da selacao tenstio de trag&o - abertura de fissura adotada para o concreto fissurado (3 alternativas sto apresentadas ; constante, linear ¢ bi-linear). A formula sugerida por MONTOYA, MESEGUER et al partiu de diferente consideragao; admitiu-se que a forga na armadura de tracao da segao fissurada tem que ser igual a forga de trag’io no concreto quando da fissuragao (comportamento linear - elastico), ou seja, Assninfy = — fera-h. bw (30) Adotando fas = 0,15.fue h = 1,1.d, os autores chegaram a 34 Assis 2 9,04, A G1) bw.d a onde fea = fs/1,5 e fou = f/3,15 As formulas propostas por FREYERMUTH e AALAMI (1997) tiveram por base alguns ensaios de vigas com pouca armadura longitudinal (f. em torno de 40 MPa), e a que considera a resisténcia 4 tragZo do ago, fa, parte do principio que vigas com P< 0,25.p5 (M € @ taxa de armadura balanceada) tem sua armadura alcangando essa tensao quando da ruptura : Asmia = 0,002 (32) Asin ne 0,0038. {fF (33) Anni 9.95, 1 (34) bed fi com fe fy em MPa A formula (35), de SUZUKI, SUZUKI et al (1996), ¢ fungdo de f, e da taxa de armadura correspondente a condigio balanceada p, (que depende de f, e de f,), € foi obtida a partir de estudo teérico sobre vigas de concreto de alta resisténcia, fazendo Mc, = M, (M, > M,). O valor de p, foi calculado considerando diagrama de tensdes no concreto triangular e deformagao na fibra mais comprimida igual a 3 %oo. Prin = Pr.(7,51.10° fy + 1,34).107 (35) com f, em MPa e =f _ 0,003 36 a 2h 6 +0,003 (6) Estudo tedrico findamentado na teoria da mecanica da fratura levou a formula (37) de GERSTLE, DEY et al (1992), que dé a taxa de armadura minima necessaria para evitar fissuragao instavel. Essa formula depende de propriedades do concreto e do modulo de elasticidade do ago (independe de f,). ane = = [(0,0081 + 0,0148.f)" - 0,09)" G7) onde f é dado pela equagdo (18). 11.2.3 - Armadura longitudinal minima segundo diferentes normas e autores A tabela 9 resume as formulas para célculo da armadura minima mencionadas no item anterior, enquanto a tabela 10 apresenta as propostas para esta armadura das normas NBR-6118/78, CEB-FIP MC90, ACI-318/95, NS-3473/92, CSA-A23.3/94 ¢ EC2/92. Esta tabela apresenta também a proposta de revisio da norma Brasileira NBR-6118/99, e a do CEB (1995) para vigas de concreto de maior resisténcia. Estas formulas, em geral, so funcdes da tensaio de escoamento do ago e da resisténcia 4 tragao do concreto, mas algumas dependem apenas de f, ou independem do concreto e do ago utilizados. A formula da NS-3473/92, além de f, € fa, inclui parametro com a altura da viga para levar em conta o efeito de escala. Este parametro fica constante e igual a unidade para h > 0,5 m. As figuras 21 e 22 mostram, para f, = 500 MPa, a varia¢ao de nin com f. dada pelas formulas da Tabela 9. Nas formulas que levam em conta outros parametros além da tensdo de escoamento do ago foi utilizada a norma MC/90 para a determina¢ao destes fatores (E., Gr, We, fu @ fa). Para as formulas que levam em conta a altura, foram tracadas curvas considerando altura h = 100 e 600 mm para verificagao do efeito de escala segundo estas formulas. A figura 22 é idéntica 4 21, excluindo-se as curvas de GERSTLE, DEY et al. Nota-se na figura 21 que a formula de GERSTLE, DEY et al 36 (1992) fornece valores de Pnin Muito superiores as demais formulas, O fato dos autores terem indicado esta formula para vigas que necessitem de controle muito rigoroso da abertura de fissuras pode explicar os altos valores de Prin. O efeito de escala foi incluido nas formulas de BOSCO, CARPINTERI et al (1990), HAWKINS e HJORTESET (1992) e GERSTLE, DEY et al (1992). Exceto a dada por GERSTLE, DEY et al (1992), estas formulas levam a armadura minima menor para vigas de maior altura (as diferengas entre Pin para h = 100 € 600 mm foram de até 140 % para menores resisténcias do concreto). O fato da formula de GERSTLE, DEY et al (1992) fornecer uma armadura minima maior para maiores alturas também pode ser explicada pelo fato do autor indicar esta equagao para controle rigoroso de abertura de fissuras, visto que vigas de maior tamanho tendem a produzir fissuras com maior abertura. Entre as demais formulas sio encontradas diferengas consideraveis, principalmente para concretos de maior resisténcia, como mostra a figura 22, Para f, = 80 MPa a formula de MONTOYA, MESEGUER et al (foram considerados os fatores de minoracao de resisténcia dados pelo autor), por exemplo, fornece valor de Pnin igual a 2,7 vezes o da formula de BOSCO, CARPINTERT et al (1990), considerando-se para este ultimo h = 600 mm. A figura 23 mostra, para fy = 500 MPa, a variag&o de Pin com f, dada pelas formulas de normas citadas na tabela 10. Para verificar o efeito de escala dado pela formula da NS-3473/92 foram tragadas curvas para h = 100 mm e h > 500 mm. Pode-se constatar que a armadura minima dada por esta norma para h = 100 mm é 42 % maior que para h 2 500 mm. Segundo esta norma, a taxa de armadura minima de flexdo deve ser menor para vigas de maior altura. Nota-se que as férmulas da ACI-318/95, ACI-363/R92, CSA-A23.3/94, NS-3473/92 e CEB/95 levam a Pmin Muito diferentes (hd diferengas de até 60 %), mas a taxa de crescimento de Pnin com f é semelhante para valores de f; acima de ~ 40 MPa, Para h = 100 mm ef, > » 40 MPa, a norma NS-3473/92 indica valores similares aos da ACI-318/95. Os maiores valores de Puin S40 dados pela ACI-318 e os menores pela NBR-6118/99 (foi utilizado fa) para concretos com f, de até ~ 40 MPa, e pelas normas NBR-6118/80 e MC-90 para concretos com f, maior que ~ 40 MPa. 37 pon (%) or (MPa) Figura 21 - Variacao de ppin com f. segundo as formulas apresentadas na tabela 9 mNTOJUNIOR ‘BOSCO, CARAISTER e199 ‘BOSCO, CARPINTER! aa 20 COLLINS, MITCHELL etal prin(%) won = en chase ——— ACIDS 0 20 aCSC« (MPa) *b2 500mm ** Figura 23 - Variagiio de Paix com f. segundo normas apresentadas na tabela 10 100 mm 38 Tabela 9 - Valores de armadura minima de flexdio segundo alguns autores PINTO JUNIOR (1992) BOSCO, CARPINTERT et al ‘Asnin aan = (0,1 + 0,23, A), YEGe (1990 e 1991) bw.h 100° f.vh COLLINS, MITCHELL et al Pana 0133 (1993) f HAWKINS ¢ HJORTESET Annie 9 195, fash (1992) bw.h L MONTOYA, MESEGUER ct al FREYERMUTH e AALAMI (1997) Fé in = Pv-(7,51.10°f, + 1,34). 107 SUZUKI, ABE et al Prin= Pol 4 ) _ ff _0,003 1996 = (196) Poe DF 6 +0,003 An nin GERSTLE, DEY et al beh -= [(0,0081 + 0,0148. 6)" - 0,09]'” (1992) 39 Tabela 10 - Valores de armadura minima de flexiio segundo algumas normas “ = 0,0025 para agos CA-25 ¢ CA-32. Observacées NBR Asma 6118.80 | “y= 0.0015 para agos CA-40, 50 ou 60 As.min =n | fu 5 80 MPa = = 0,0015 para agos com fix de 400 ¢ 500 cEB-Fip | b«d Para agos com J Meso | “= = 0,0025 para agos com f, de 220 MPa. Anning 95, fame Jag = 100 MPa bud he ‘Fams ¢ dado na tabela 4 1,38 Assis 995 Vi» Toma-se dispensivel se Mp for pelo menos um terco maior que Ms Qe af Aamin 935 Ky Si bw. fe 1,5 - hy) > 1,0 0m 21 MPa fas 94 MPa ‘Acnin disposto em ambas as faces, de tragio e compressao. fu $94 MPa fx ¢ dado na Tabela 1 Acmin de modo que My 2 1,2.Ma ou Toma-se dispensavel se Mg for pelo menos um Avon 9 dh tergo maior que Ms buh & fc $80 MPa : = 50 MP: Aanin=0,8:vt4 LEE Geral fax 2 NBR fz fa = fol 1 1S Wo = I/(h/2) sendo I, 0 Ania fot. mas . an SAE 20,18, para segdes retangulares | momento de inércia da 6118.99 | bud fa segdo nio fissurada. Permite-se utilizar uma armadura menor que a minima, caloulada para 2.Ms . As.min 0,6 ‘< 50 MP2 EC2' = 20,0015 fa ° bwd fx Ma= Momento Resistente Mg= Momento solicitante * Estas normas indicam tambGm uma drea de arm minima para controle de fissuragao dada por Kok fisamAc) fis onde Ke ¢ K silo dados na tabela 2,fo.yuctta tabela 4 ¢ Ay, é a érea de eonerety tracionada 40 CAPITULO Hi ARMADURA MINIMA DE CORTANTE Neste capitulo é feita analise sobre os parametros que influenciam a resisténcia ao cortante de vigas de concreto armado, com base em varios resultados experimentais revisados. Sao também resumidos os trabalhos de alguns autores que estudaram a quantidade minima de armadura de cortante, é comparadas as taxas minimas de armadura transversal recomendadas por algumas normas. I1L.1 — Fatores que influenciam a resisténcia ao cortante de vigas Existem varios fatores que influenciam a fesisténcia de vigas a forga cortante Dentre eles, podem ser citados 0 tipo e a posigao do carregamento; a esbeltez das vigas, a taxa e a aderéncia da armadura longitudinal; a taxa, 0 ago e o tipo da armadura transversal (estribos verticais ou inclinados, barras dobradas ou combinagdes destes tipos); a resisténcia e os agregados do concreto; etc. Desses fatores, pode-se considerar que os mais relevantes sao: p, Pyfyw, de bw, ‘fre ald (cargas concentradas) ou Vd (cargas distribuidas) O numero ainda limitado de ensaios de vigas de CAR (MPHONDE e FRANTZ (1984 e 1985), THORENFELD e DRANGSHOLT (1990), AHAMAD, KHALOO et al (1986), SARSAM e AL-MUSAWI (1992) e SAKAGUCHI, YAMANOBE et al (1990), entre outros) mostrou que © comportamento destas vigas ao cortante ndo difere muito do das vigas de concreto de menor resisténcia. As diferencas parecem ser basicamente quanto a rugosidade da superficie de ruptura e a quantidade de armadura transversal necessaria para garantir um certo nivel de ductilidade. 4) As vigas sem estribos cujos ensaios encontram-se descritos na literatura, todas com cargas concentradas, apresentaram tipos de ruptura por cisalhamento varidveis com a relago a/d. Com maiores valores de a/d, a ruptura foi sbita e ocorreu logo apds o aparecimento das fissuras inclinadas criticas. Ja para menores valores de a/d, ocorreu uma significativa reserva de resisténcia nas vigas devido ao efeito de arco. Também para maiores valores de a/d, as fissuras de cortante formaram-se a partir das fissuras de flexio (indicando um comportamento predominantemente de flexao em vigas nao protendidas), enquanto que nas vigas com menor a/d estas, em geral, desenvolveram-se muito repentinamente ¢ freqiientemente nao associadas a qualquer fissura de flexdo (mostrando um comportamento de arco atirantado com muito ménos fissuras de flexao). A variagao de tw/f. com a/d é mostrada nas figuras 24 e 25, onde pode-se notar que o valor de ty/f cresce significativamente para valores de a/d mais baixos. CASTRO (1997), apos analisar varios ensaios de vigas sem estribos, concluiu que a influéncia de a/d em %,/f. se restringe a vigas cont valores de a/d < ~ 3,0. Isto é verificado nas figuras 24b e 25. Segundo CASTRO (1997), para todos os niveis de f., para valores de a/d baixos, a diminuigao de a/d acarreta um aumento de tw/f, havendo maiores aumentos para vigas com maiores taxas de armadura longitudinal. A Figura 25 mostra esta tendéncia. CASTRO (1997) estudou também o caso de vigas com estribos, concluindo que a influéncia de a/d em T/fe também € restrita a valores de a/d < = 3, sendo ela, entretanto, menor que nas vigas sem estribos. Também para as vigas com estribos foi observado um aumento em tw/f, com o aumento de p, Com relacio a twedf, segundo THORENFELD e DRANGSHOLT (1990), esta grandeza ¢ praticamente independente da relacao a/d para a faixa de a/d por éles estudada (2,3 a 4,0). Jd AHAMAD, KHALOO et al (1986) verificaram aumento significativo de Twe/fe para relaces menores que 2,3 (faixa de a/d de | a 4). Isto pode ser observado nas figuras 26 e 27. 42 0,09 > f=54,0 MPa 0,08 F -_ K=77,8 MPa 0,07 é or Je= 58,0* MPa 0,06 f aide Ss | = 97,7 MPa SZ 0.05 -B- é P=1,82% fe=54,0 MPa a fe=778 MPa ne e=58,0* MPa ce Fe =86,4 MPa tual f (* concrete leve) (b) Figura 24 - ty/f.em fungio de a/d ef, para vigas sem estribos com p =1,82% e p=3,23% ensaiadas por THORENFELD e DRANGSHOLT (1990) 0,30 PH 3,93 % -- PHAIT% e- fe = 60,8 MP tw fe P= 5.04% : = 025K p=2.25% ve: 020 f= 66,9 MP % Sos é 6.10 0 00 OS 10 18 20 25 30 35 40 45 ald b) 0,30 : 6.64% -_ 6% fe = 64,3 MP Figura 25 - two/f, em funcio de a/d e p, para vigas sem estribos com f, = 60,8 MPa, f= 66,9 MPae f. = 64,3 MPa ensaiadas por AHAMAD, KHALOO et a! (1986) a 0,10 fewsao MPa a f=713 Mea 0,08 fo= 58,0" MPs fo=864 MPa paral fo977 MPa 2,0 2,5 3,0 3,5 40 45 ald Figura 26 - twc/f. em funcio de a/de f., para vigas sem estribos com p= 1,82% e p=3,23% ensaiadas por THORENFELD e DRANGSHOLT (1990) P=3,93% + P=1,77% = P=5,04% 25 3,0 ald Figura 27 - twed/f, em fungao de a/d e p, para as vigas sem estribos de AHAMAD, KHALOO et al (1986) 3,5 45 Ainda segundo THORENFELD e DRANGSHOLT (1990), um pequeno espacamento entre as barras de ago na armadura longitudinal de tragéo pode causar uma queda em Tw pela formagaio de um concreto nao homogéneo ao redor da barra. Entretanto, nenhum estudo espécifico neste sentido foi realizado para confirmar esta hipotese. As figuras 28 e 29 mostram a influéncia de f, em twu/f,. Em ambas as figuras observa-se que tw/f. decresce na medida em que f. aumenta. CASTRO (1997) coloca que esta diminui¢ao é maior principalmente para relagdes a/d menores que 2. Observa-se na figura 28 que , para a/d=1,5, tw/fe € significativamente maior do que para a/d igual a 2,5 e 3,6. A figura 29 mostra ainda que tw/f € maior para maiores valores de py fy. Esta tendéncia de aumento de tiw/f com o aumento de pyfyw € com a diminuigao de /, pode ser também observada na figura 30. Geralmente, com o acréscimo na quantidade de estribos, as vigas apresentaram Tupturas menos bruscas. Apds a fissura¢io diagonal, a tensio dos estribos aumentou mais rapidamente nas vigas que tinham menor quantidade de estribos. Segundo CASTRO (1997), existe uma tendéncia de aumento de tu/fe com o aumento de Py.fyw, Mas sua interdependéncia com outros fatores nao ficou clara. A influéncia da escala foi estudada por THORENFELD e DRANGSHOLT (1990), que ensaiaram duas séries de 5 vigas sem arinadura transversal com as dimensdes das vigas de uma série (série B6) sendo o dobro das dimensées das vigas da outra (série B2). Os demais dados (, f.e a/d) foram mantidos os mesmos. E mostrado na figura 31 que as vigas com maiores dimensdes tenderam a aprésentar menores valores de tw/f. O efeito da altura d na resisténcia 4 forca cortante das vigas de concreto €, segundo CASTRO (1997), mais significativo para vigas com menor d, em especial em vigas sem armadura transversal, onde o aumento de d diminui consideravelmente a tenso cisalhante nominal ultima. Isto parece ser devido a, em vigas mais altas, ter-se 46 abertura de fissuras maiores, 0 que acarreta menof contribuigao de engrenamento dos agregados. Estudos tedricos de NIWA (1997) basead6s na mecAnica da fratura, levararh 4 conclusao de que o efeito de escala na resisténcia ao cortante de vigas sem armadura transversal vai gradualmente ficando insignificante & medida que a altura das vigas aumenta. OZBOLT e ELIGEHAUSEN (1997), também a partir de estudos fundamentados na mecdnica da fratura, citam que o efeito de escala é acentuado em vigas com altura até cerca de 1 metro. E também dito que, ao se aumentar a taxa de armadura longitudinal de flexao, nao sé é aumentada a resisténcia ao cortante de vigas sem armadura transversal, mas também é diminuida a faixa da altura onde o efeito de escala é maior. Resultados de ensaios de KUCHMA, VEGH et al (1997) indicaram que, em vigas sem armadura transversal mas com armadura longitudinal ao longo da altura com mesmo espagamento, nao apresentam efeito de escala ao se aumentar a altura, rompendo com 0 mesmo valor de tensao cisalhante nominal. Foi observado no estudo de SARSAM e AL-MUSAWI (1992) que o espagamento da armadura transversal nao tem efeito na resisténcia ao cortante de vigas com py.fy constante, pelo menos dentro da faixa de espagamento considerada (entre cerca de d/3 e 2d/3). 111.2 - Armadura minima de cortante 11.2.1 - Definigao Define-se taxa de armadura minima de cortante como aquela necessaria para que a viga rompa de maneira dictil, isto €, considera-se'que a fissuragao diagonal critica e o escoamento da armadura transversal ocorrem simultaneamente. Se considerar-se que, apés esta fissuragao, o cortante é resistido apenas pela armadura transversal e que esta é constituida por estribos perpendiculares ao eixo da viga, esta condig&o é representada por 47 Vir Aovainhre 28. G8) wad 195 0 05200718 no ew Sg eSnenenatiinn rato 20 40 60 80 100 (MPa) Figura 28 - twu/fc em funcao de a/de f., para vigas sem estribos com p = 3,36% ensaiadas por MPHONDE e FRANTZ (1984) 0,12 Px.frv=034 - 0,10 Pw fiw -e- Pr f= 1,03 0,08 ~~ 3 E006 0,04 0,02 10 20 30 40 50. 60, 70 80 90 (MPa) Figura 29 - tywo/f: em fungio de f. € p., para vigas com p= 3,36% e a/d = 3,6 ensaiadas por MPHONDE e FRANTZ (1985) 48 0,14 0,12 0,00 2,00 4,00 600-800 10,00 Pub M) Figura 30 - t./f- em fungdo de p, e f., para vigas com p = 1,44% e afd = 1 ensaiadas por SAKAGUCHI, YAMANOBE et al (1990) Série B2 _ Série BG nee Pal 82% @) Série B2 Série I86 nee Figura 31 - ty/f, em fungao de a/d, para vigas sem estribos com f. = 77,8 MPa ensaiadas por THORENFELD e DRANGSHOLT (1990) 49 A figura 32 mostra os diagramas de tensGes cisalhantes de uma viga de concreto armado de segdo retangular quando da formagao da primeira fissura diagonal em regiao sem fissuragao de flexio, considerando regime linear - elastico (diagrama (a)) ou plistico (diagrama (b)) fe — be (@) (b) Figura 32 - Diagramas de tensées cisalhantes para vigas de seco transversal retangular, quando da fissuracao diagonal critica A exemplo do que foi feito para a armadura minima de flexio, pode-se determinar, a partir dos diagramas de tensdes apresentados na figura 32, duas formulas para calculo de uma armadura minima de cisalhamento. Do diagrama de tensdes parabdlico, obtém-se 2 3 = fa-by.h 39) 3 ou, em termos de tensio cisalhante nominal, (40) Considerando-se agora o diagrama de tensOe’ retangulares (figura 32 (b)), chéga- sea Ter = Ve _p he bea Ll fa 1) Se nesta equagio introduzir-se um “coeficiente de efetividade”, que leva em conta © comportamento nao perfeitamente plastico do concreto, pode-se chegar a valores de tuce similares aos da equagao (40), que sera a aqui considerada para regides sem fissuragao de flexao. A menos do caso de vigas protendidas, que nfo é abordado neste trabalho, a fissura diagonal critica das vigas em muitos casos ocorre em regiao com fissuragao de flexo. Devido aos varios fatores que, neste caso, influenciam a carga para a qual aparece esta fissura diagonal, ainda no é possivel chegar ao valor desta carga a partit de analises basicamente tedricas. Em vista disto, a maioria das formulas propostas para avaliagaio do cortante correspondente a fissuracio diagonal critica é empirica. Exemplos Va). destas formulas para vigas esbeltas encontram-se na tabela 17 do item III.2.3 (Ve A partir de andlise estatistica baseada em resultados experimentais de vigas abrangendo larga faixa de variaveis, CARDOSO (1998) concluiu que as formulas de V. do MC/90 e da NS-3473/92 sao as que levam 4 melhor avaliagdo da resisténcia ao cortante de vigas esbeltas sem armadura transversal. Estas formulas sio as que levam em conta maior numero de parametros que influenciam V.. Dependendo principalmente da taxa de armadura longitudinal e da altura da viga, as formulas de Twer de vigas esbeltas correspondentes a regides com fissuragiio de flexio podem levar a maiores ou menores valores do que as formulas de twa: para regides sem essa fissuragao. Tendo-se a tensio cisalhante nominal cortéspondente A fissuragio diagonal critica, a partir da equagao (38) obtém-se Ter = tow Foot 8 (42) bes 51 ou, admitindo-se ze 0,91 Twos = Pxminsfyw-0,91.cot 0 (43) e, portanto, Pann = “11.080 (44) n= GARCIA (1998) constatou que os valores do angulo que a diagonal comprimida da treliga faz com o eixo da viga, 8, sugeridos na literatura variam entre cerca de 18" ¢ 65°, Estes valores, em geral, foram propostos tendo por base resultados de ensaios e/ou condigées de compatibilidade. A tabela 11 exemplifica faixas de 9 propostas por normas de calculo. Tabela 11 - Variacdo de 9 segundo alguma normas CEB-FIP MC/90 EC2 26,6" a 63,4° Vigas com armadura longitudinal com comprimento variavel. NS-3473/92 25°a 60° | Vigas sem forga normal Segundo mostrado por GARCIA (1998), para valores de tensao cisalhante nominal baixos (caso de vigas com Pymia), S40 intlicados (norma CSA, por exemplc) baixos valores de 8. Para evitar fissuras com abertura excessiva valores de 6 maiores que © minimo proposto pelo MC/90 devem ser usados. Considerando-se para 9 0 valor em torno de 25°, chega-se a Pann = 0,5. = 45) 52 TII.2.2 — Estudos sobre armadura minima de cortante M1.2.2.1 - JOHNSON e RAMIREZ (1989) Visando a determinagio de uma quantidade minima de estribos adequada para vigas de concreto de alta resisténcia, JOHNSON e RAMIREZ (1989) ensaiaram oito vigas de seco transversal retangular, com taxa de armadura transversal entre 0 ¢ 0,13% e com resisténcia 4 compressao do concreto variando de 36,4 a 72,3 MPa. Uma das vigas (a de numero 6) nao tinha estribos, cinco (as de numero 2, 3, 4, 7 ¢ 8) tinham aproximadamente a taxa de armadura minima sugerida na norma ACI 318-83, pu= 0,345/fw (com fw em MPa), € as outras duas (as de numero 1 € 5) tinham o dobro desta armadura. Os estribos eram de barras lisas de 6,3 mm de diametro e tensao de escoamento de 479 MPa. Na tabela 12 na figura 33 encontram-se dados adicionais das vigas. TH Jk Bs 1670 14 1670 235 Dimensdes em mm Figura 33 - Vigas de JOHNSON ¢ RAMIREZ (1989) Todas as vigas com quantidade minima de estribos (vigas 2, 3, 4, 7 € 8} romperam devido 4 redugao da zona comprimida causada pelo cortante, exceto a viga trés (idéntica & viga 4 e que tei maior f.), cuja ruptura ocorreu logo apés um dos estribos ter rompido. Nestas vigas, pelo menos um estribo apresentou escoamento quando da formagiio da fissura diagonal, 0 que nao aconteceu nas vigas com maior taxa de estribos, concluindo-se entao que a armadura de cisalhamento contida nestas vigas corresponde 4 minima procurada. Contudo o tipo de ruptura ocorrida na viga trés nao é recomendada, j4 que a viga perde totalmente a capacidade de resistir ao esforgo cortante, confirmando que a quantidade minima de armadura deva softer um acréscimo para concretos de maiores resisténcias. A viga seis (sem estribos) rompeu por tragao diagonal Tabela 12 - Dados das vigas ensaiadas por JOHNSON e RAMIREZ (1989) 33,8 | 3,1 | 249 0 LIT 36,4 | 3,1 | 2,49 0,34 1,08 3 | 1,25 51,3 | 3,1 | 2,49 0,34 1,08 1,58 313 | 3,1 | 2,49 | 0072 | 034 | 267 | 1,19 | 137 | 1,32 | 0031 723 [31] 249] 007 | 034 | 267 | 13s | 160 | 119 | 0022 723 | 31] 249] 0072 | 034 | 267 [130 | 192 | 148 a 364 | 3,1] 2,49] 0,144 | 0,69 [1335] 1,08 | 2,06 | 191 | 0,037 358 [3,1] 249| o144 | 069 [1335] 108 | 233 | 2,16 | 0042 Para vigas de concreto com mesma resisténcia, a reserva de resisténcia apds a fissuragdo diagonal cresceu significativamente coin py,fw aumentando de 0,34 para 0,69 MPa, como pode ser observado na tabela 13 O numero de fissuras inclinadas crescei com o incremento da armadura transversal, indicando uma maior redistribuigao das forgas internas nas vigas com Pyfyw de 0,69 MPa. A viga sem estribos apresentou apenas uma fissura diagonal ao longo do vo de cisalhamento e as vigas com estribos duas ou trés fissuras. Nas vigas com a quantidade minima de armadura transversal, a deformagiio nos estribos e a abertura de fissuras, para carga proxima da de ruptura, aumentaram com © aumento da resisténcia do concreto. Foi observado também que, para um mesmo f., a deformagao nos estribos diminuiu substancialmente com py.f,w aumentando de 0,34 para 0,69 MPa. Verificou-se que a superficie de ruptura era muito menos rugosa em vigas de concreto de alta resisténcia, indicando que a contribuicao do engrenamento ‘dos agregados para a resisténcia ao cisalhamento de tais vigas foi provavelmente diminuida Tabela 13 - Comparacio dos resultados de JOHNSON e RAMIREZ (1989) de vigas com diferentes pyfj. € mesmo fi. f-(MPa) | Prfye (MPa) 36,4 034 36,4 0,69 55,8 0,00 31,3 034 313 0,34 55,8 0,69 Observou-se também que, com 0 aumento da resisténcia a compressio do concreto, a tensao cisalhante tiltima relativa diminuiu e que houve aumento de tyu/f. com aumento de p, (ver figura 34). Na figura 35 verifica-se que Tuw/f. aumentou significativamente com o aumento de py.fyw/fe A resisténcia a fissuragao relativa é metiot para maiores valores de f., como pode ser observado na figura 36. A figura 37 mostra o comportamento da relagao twy/Twer com fe. Nota-se que fe parece nao influenciar esta relagio para valores de f, de até cerca de 50 MPa Entretanto, devido ao nimero limitado de pontos nao se pode afitmar que tal fato realmente ocorra. Concluiu-se que, com o aumento da résisténcia 4 compressio do concreto, ha um aumento no cortante a ser resistido pela combinagao dos efeitos de pino da armadura longitudinal, engrenamento dos agregados, concreto nao fissurado e estribos. Entretanto, no momento da fissurago critica, esse inaior cortante induz a tensdes tias armaduras de cisalhamento maiores, e, portanto, maiores aberturas de fissuras, que, em combinagdo com a superficie de ruptura mais lisa tipica dos concretos de alta resisténcia, resulta em uma diminuigao da contribuigéo do engrenamento dos agregados. A redugio do engrenamento dos agregados e a maior deformacdo dos estribos podem fazer dos estribos 0 ponto mais importante do sistema resistente em vigas com pouca quantidade de armadura de cisalhamento, devendo-se aumentar a quantidade minima de armadura de cisalhamento com 0 aumento de f. 0,06 PX =0,000 % . 0,05 Px =0,072% ee “ Pw =0,144 % 0,04 + 7 aoe 3 0,03 0,02 0,01 30 40 50 60 70 80 f(MPa) Figura 34 - tw/f, em fungao de f., para vigas com diferentes valores de p, ensaiadas por JOHNSON e RAMIREZ (1989) 0,06 + 0,05 Se= 51,30 MPa od Se= 55,85 MPa 0,04 - Ss fe= 72,33 MPa ¥ o © 0,03 0,01 - : 0,000 0,005 0,010 0,015 0,020 (Pw.fow\ife Figura 35 - tyu/f. em funcao de f. € (p4fw)/fey para vigas com p = 2,49% e a/d = 3,1 ensaiadas por JOHNSON e RAMIREZ (1989) 0,032 . Pw = 0,000 % 0,030 . P= 0,072 % 0,028 -- Pr=0,144% 0,026 ite S oz g © 6,022 0,020 0,018 0,016 30 40 50 60 70 80 fe (MPa) Figura 36 - Terif em fungio de f. € Pe, para vigas com p = 2,49% e ald = 3,1 ensaiadas por JOHNSON e RAMIREZ (1989) 24 Pr= 0,000 % 22 . 1. Pr=0,072.% 2,0 —- . Pr=0,144% - Toul Tower 30 40 50 60 70 80 J(MPa) Figura 37 - tyo/Tyer em funcdo de f. © p,, para vigas com p = 2,49% e ald = 3,1 ensaiadas por JOHNSON e RAMIREZ (1989) TH1.2.2.2 — ROLLER e RUSSELL (1990) Duas séries de vigas de concreto de alta resisténcia foram ensaiadas por ROLLER ¢ RUSSELL (1990), cada série consistindo de cinco vigas. As principais variaveis foram a resisténcia 4 compressdo do concreto e a quantidade de armadura de cisalhamento. Os valores de f. usados foram de aproximadamente 72, 120 e 125 MPa. Os demais dados das vigas encontram-se na tabela 14. A quantidade de armadura longitudinal variou dentro das duas séries. Cada viga foi projetada para suportar um momento fletor 5 a 40% maior do que o correspondente a ruptura por cisalhamento, Tabela 14 - Dados dos ensaios de ROLLER e RUSSELL (1990) 028 | 216 | 130 | 012 036 | 381 | 191 | 0,026 0,36 381 1,39 OOLL 0,71 197 2.26 0,031 ont | 197 | 215 | 0017 1,02 133,4 | 3,16 0,027 1,93 | 165 | 5,52 | 0,046 4,67 127 833 0,069 64 | 89 | 9,76 | 0081 9.30 63,5 | 11,25 | 0,094 T- Resistencia & comprassio 203 90 dias 2-- Resistencia & compressio acs 105 dias 3 - Resistencia & compress acs 98 dias As cinco vigas da primeira série (1 a 5) tinham concreto com a mesma resisténcia 4 compressdo (f) mas diferentes quantidades de armadura transversal. A altura efetiva destas vigas foi mantida constante mas a altura dependeu do numero de camadas de armadura longitudinal, variando de 635 a 743 mm. As demais dimensdes das vigas sao mostradas na figura 38 . A quantidade de armadura transversal variou da minima estabelecida na norma ACI 318-83 (pw = 0,345/ fw - com fw em MPa) a maxima permitida por esta norma no calculo da resisténcia ao cortante (ay = 0,66 for"! fw - com f. € fw em MPa). wl bh g $ 3 ‘bw 356 765 1397 397 1365 Série 2 | - : } 3 be 457 132 786 26 132 Dingess enn Figura 38 - Vigas de ROLLER e RUSSELL (1990) Nas vigas da segunda série (6 a 10), cujas dimensdes encontram-se na figura 38, foram usados concretos com duas resisténcias 4 compressio e a quantidade de armadura transversal variou da quantidade minima da ACI 318-83 até aproximadamente trés vezes esta quantidade. Fissuras de flexdo ocorreram durante o estagio de carregamento. A primeira fissura diagonal, que nao foi iniciada de uma fissura de flexdo, geralmente ocorreu para uma forca cortante (V.,) menor do que V. calculada usando-se a formula da ACI 318-83 Contudo, a diferenga entre este V. € Ver decresceu gradualmente com o incremento de armadura transversal. As vigas com quantidades de armadura transversal significativamente maiores do que a minima da ACI 318-83 romperam com uma carga muito superior Aquela obtida das equacdes desta norma. Concluiu-se que a quantidade minima de armadura especificada pela ACI 318-83 necessitava crescer com a resisténcia 4 compresséo do concreto, para compensar a evidente falta de conservadorismo do termo V. para altos niveis de resisténcia a compressio do concreto. A proposta de revisio da norma, que aumentava @ quantidade minima de armadura para resisténcias 4 compressao do concreto acima de 69 MPa ( py = 0,01.(f/fyw) ), parece ser apropriada, Trés das dez vigas ensaiadas por ROLLER e RUSSEL (1990) continham aproximadamente a quantidade minima de estribos proposta pela ACI 318-83 (vigas 1, 6 @ 8), que € py = 0,345/fm (com fry em MPa). Duas destas trés vigas romperam por cisalhamento, apresentando uma resisténcia nao somente menor que a resisténcia tedrica segundo essa norma, que é a resisténcia provida pelo concreto (V.) somada a resisténcia devida a armadura (V,), mas também menor que V<. Isto indica que o cédigo pode superestimar a contribuig¢éo do “concreto” para vigas com quantidade minima de armadura. Ti1.2.2.3 - YOON, COOK et al (1996) Seis vigas de concreto, cujas dimensdes estdo mostradas na figura 39, contendo diferentes quantidades de armadura transversal foram ensaiadas por YOON, COOK et al (1996). A altura da secdo transversal da viga adotada foi a maior altura permitida pelas normas ACI e CSA sem que haja nécessidade de armadura longitudinal de pele para controle de fissuras. A quantidade de armadura longitudinal foi escolhida de modo a garantir que as vigas rompessem por cisalhamento. d-655| “750 TPIT woe me 350 2150 2150 350. Dimensies em mm Figura 39 - Vigas de YOON, COOK et al (1996) 60 Os critérios utilizados por YOON, COOK et al (1996) para a definig&o da armadura transversal sio mostrados na tabela 15, As expressées utilizadas foram (para‘f- fw em MPa) : Pramvin = 0,345 fu ACI 83, ACI 89 (para f, < 69 MPa) CSA 84; Prin = 0,01 folfn ACI 89 (para f, > 69 MPa); Pasmin = (0,06. ff fw CSA 94 Apés 0 rompimento de um vio de cisalhiamento, as vigas foram reforgadas neste vio com uma armadura transversal externa, a fim de se obter a ruptura do outro viio, vindo-se a ter, portanto, doze ensaios. ‘Nas vigas sem estribos a ruptura se deu de maneira fragil. Mesmo para urn pequena quantidade de armadura transversal, a ductilidade melhorou significativamente ¢ houve aumento da resisténcia ao cortante. O acréscimo de armadura transversal gerou um aumento na tensao cisalhante ultima relativa, mas este aumento foi menor para maiores valores de f., como mostra a figura 40. A figura 41, assim como a 35, mostra que tw/f. cresce quando pxfwi/f aumenta. Segundo esta figura, ocorre um decréscimo de taf. com o aumento de /., sendo este decréscimo mais acentuado para menores quantidades de armadura transversal, notando-se um decréscimo significativo dé tu/f. ao se aumentar o valor de f. de 36 MPa para 67 ou 87 MPa. Observando a figura 42, e também a figura 36, nota-se que py parece nao influir em twe/f. Entretanto, devido aos poucos poifitos apresentados, nao se pode fazer tal afirmagao. Também se confirma o fato de que tws/f. decresce com 6 aumento de f.. 6)

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