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F es 0 EMPRENTEIRO VISTA BRASWLRA OE COWSTAUGAO PESMOA —JUL,/73-a* 66 AMO ai owen ows) SALTO OSORIO: cpa CY 40 muitos os problemas encontrados no dia a dia de uma obra de grande porte, tal como a usina de Salto Osério. Pro- blemas previstos em projeto, mas que na pratica obrigam o empreiteiro a procurar solugdes mais convenientes, que aten- dam ao cronograma e ao mesmo tempo resultem em maior economia de custos. No caso de Salto Osério, a reportagem de abertura desta edicao de hidrelétricas se atém basicamente a quatro difi culdades que foram superadas: a ocorréncia de brechas are- nosas na area de escavacao; a inexisténcia de areia natural num raio de 300 km do canteiro; grande desgaste do material rodante e a existéncia de argila de dificil trabalhabilidade. O relato sucinto do trabalho para superar tais obstéculos fornece um quadro geral das obras de Salto Osério — a usina que marca 0 inicio do aproveitamento lrelétrico do rio Iguacu, o principal rio do Parana e uma das bacias de maior potencial energético do Pais, estimado em 5 milhdes de kW instalados, pelo Comité de Estudos Energéticos da Regio Sul. Nesta edicéo, atendendo a solicitagao de numerosos leitores, estamos publicando também as 16 folhas de especificagoes g divulgadas anteriormente, por més, no Ca- derno Permanente de Hidrelétricas. Elas sao aqui publicadas de forma que o leitor possa destacé-las e manté-las juntas, como caderno especial aye 0 EMPREITEIRO © EMPREITEIRO — Julho SALTO OSORIO: 6 MILHOES DE M° NA ESCAVACAO EM ROCH (© grande volume de rocha a ser escavada em prazo relativamente curto, ‘por forca do apertado cronograma da obra, fol o maior desafio ‘que tiveram que enfrentar os responsiveis pela construcéo da Usina Hidrelétrica de Salto Osério, Dos 6 milhdes de m* previstos, 3 milhdes teriam que ser removidos em apenas 12 meses, a fim de que fosse possivel o Inicio da concretagem- na data prevista. Para cumprir 0 prazo, 08 empreiteiros tiveram quo recorrer 20 superdimensionamento do equipamento de escavacio e, inclusive, ‘importar méquinas nunca antes usadas no pais, como ‘as gigantescas pé-carregadeiras 992. Este artigo € um relato dos fatos que ocorrem na obra, principalmente os relacionados com o desmonte da rocha @ com Gutras.dificuldades enfrentadas nas diversas frentes de trabalho. 'A simples enumeracéo dos prin- nosas, na érea de escavagio, que cipats problemas dé Idéia das di- tomavam problemético o desmonte, flouldades: anulando ou minimizando 0 efeito 1 — a ocorréncla de brechas are- dos explosives. 2 — a inexisténcia de arele tural num raio de 300 km do de obra, 0 que obrigou a fat Gao de areia artificial em gre ‘quantidades. 3 — grande desgaste do ma rodante em decorréncia do tral ‘em rocha. 4 — arglla de dificil traba lidade, exigindo cuidados esp na compactacéo. Vejamos como foram resol ‘cada um desses problemas. ESCAVAGAO EM ROCHA De acordo com 0 cronograt sico da obra, a 15 de janeiro de (0 FMPREITEIRO — Julho © tratporte de conereto da central até 0 smbarque & feito No period eritico, or eaminhdes Scania Vabls com cecambs especial Kebi-Concret, com Aespefo lateral deveriam ser iniciados os servigos de coneretagem da barragem princi- pal de concreto e do vertedouro4 a 1 de maio do mesmo ano @ con- ‘oretagem na area de servico da Casa de Forca. Isto significava que o em- preiteiro das obras clvis teria o pra- 20 de 12 meses para escavar cerca de 3 milhdes de m* na roche. Para conseguir a elevada média de 250 mil m*/més, 0 METAG — consércio encarregado das obras vis, formado pela Companhia Me- tropolitena de Construgéo e Cons- trutora Andrade Gutierrez — colocou no campo grande concentragtio de maquinas, cujas pecas principals feram 12 pés-carregadelras Cat 992, 8 Cat 988 © 2 Cat 966; 25 caminhoes fore-de-estrada Cat 769; 15 Euclid R35 e R22; 22 perfuratrizes Roc 600 © Roc 601; 13 compressores com 10.400 pom; 13 tratores Cat DH e 3 0.96. As gigantescas 992, especialmente Importadas para a obra, s80 as tini- cas méquinas deste porte em uso no pais. (© EMPREITEIRO — Julho de 1973 Com esse equipamento pode o empreiteiro manter a elevada média mensal, conseguindo autenticos re. ‘cordes de producao. No més de maior produgao, no- vembro de 1971, a escavacéo em rocha atingiu a 380 mil mv’ A clsantesca pé-carrogadelra 992, pela primei teabalharam na obra 22 perfuratrzes. Estes ndmeros so mais signifi- cativos quando lembradas as. di- ficuldades representadas pelas ca- racteristicas da rocha existente na rea da barragem, constituida por uma sucesso de derrames basdlti- cos de média e pequena espess:tras, 1 ver usada em obra no Brasil Pr Meese. ® ‘comando elétrico por botosira ad NP) ZN tole MeL oL| TRANSLAGAO HORIZONTAL MANUAL OU RODA MOTRIZ Modelos Padres Copec. Elevacio 800 Kg 2-2,5m 500 Kg 3-3,5m 400Kg 4m 300 Kg 4,5-5m Rae CIDAM 8 o race g Gites Cage 3 eats te w eee ° eae ‘Trabalho de exseu¢lo do nicleo de arglla da barragem de enrocamento, ‘contendo basaltos compactos inter- calados por basalto vesicular, bre- chas arenosas © brochas calcéreas. DESMONTE A ocorréncia de brecha arenosa — ‘com certa frequéncia — na érea de escavagao, se constitul em sério pro- blema para o desmonte, exigindo ‘elevado consumo de explosivos para produgées relativamente pequenss. Estudos realizados no campo, em ‘colaboracéo com representantes das fébricas de explosives, levou a um sistema de distribui¢ao dos furos mais racional, que proporcionou maior rendimento. Enquanto com a malha regular de 250300 m (relacdo entre o afas- tamento e 0 espacamento entre fu- ros) vinha se obtendo 8 m° de rocha detonada por metro linear de per- furago, com 0 novo esquema de furos desencontrados (ver figura 1), ‘onde a relagdo afastamento — es- agamento passou a 2,00x6,00 m, fa produggo se elevou por metro Ii- near de furacéo. Com a redugdo da perfuracéo re- duziu-se, consequentemente, 0 con- ‘sumo de explosivos, fazendo com que a razéo de carga da ordem de 450 a 500 gramas de explosivos por m! de rocha detonada caisse 350 a 400 g/m. © sistema permitiu ainda re: se consideravelmente 0 equipan de _perfuragao. Das 22 perfuratrizes necess para 0. sistema anterior pass a usar apenas 7. Outra experiéncia que prop: nou bons resultados fol 0 em) da sub-perfuragao progressive, diferengas de 20 cm de um furc ‘outro, que eliminou praticame! repé, permitindo superticies, me gulares. CONSUMO DE PNEUS Outro problema equactonado ‘empreiteira fol 0 controle do sumo de pneu, bastante elevac vido ao trabalho sobre rocha condigdes gerais da obra. Uma série de providencias mitiu reduzir 0 custo de pne: 800 mil cruzeiros mensais, d riodo inicial, para 400 mil cruz Entre as providéncias prin dostacam-se: 1 —0 uso de correntes Erle equipamentos de grande porte carregadeiras) 2 — conservacéo das pista ‘caminhos de servico (© EMPREITEIRO — Julho 10 Fgura 2 NSE pAoADAS 3 — redugdo das rampas maximas para 12% 4 — controle de carga dos cami- nhoes foredeestrada, através de uma melhor distribuigéo da rocha na cagamba ¢ limite rigido de to- nelagem 5 — controle rigoroso da pressdo dos pneus 6 — controle da qualidade da re- cauchutagem dos pneus 7 — instituiglo de prémios de estimulo 20s motoristas mais cuide- dosos. ProcTOR/ HLF ARGILA DIFICIL A barragem de Salto Osério é mista de conereto © enrocamento, A parte de enrocamento possul nndcleo inclinado de material argi- oso, com altura maxima de 58 m fe comprimento de 750 m. A largura do nicleo é de 20 m da base e 5 m no topo. © solo da regiéo apresenta-se muito argiloso (residual de basalto) © desde 0 inicio do projeto foram ressaltados 0s culdados especiais a N® OE FRSSADAS| tomar com sua utilizagao. A expe- riéncia de projetos similares evi denciou a possibilidade de ocorrén- clas do diversos problemas execut vos com este tipo de ndcleo, inclu sive 0 de ‘Load transfer” e suas consequéncias, razdo pela qual se preferiu um ndcleo inclinado. Foram feltas pesquisas adicionais, inclusive andlise por elementos finitos. A preocupacao fundamental da equipe de fiscalizacao fot com estudos das caracteristicas dos solos que se apresentam nesta regido do Parané Rolo de pneus Dynapac CP-27: compac fador completo. AQULESTAO 08. Motivos Bete SER COMPLETO Lergua do compactarao: 2.900 mm Superposio dos preus: 42 mim Diregdo: Muscle com duplo eomando ‘Tranemiesao: Hdraliea com conversor de torque Froloa Hirdulioos oo peumtico tor: Mercodos Gong de 1a Com 5 rads santeires esl Epzr propercions maior exulibrio Surana rlanom. EMAIS COMPLETO AINDA ‘Com aus conhecida experiéncla fem téenicae de compactacto, 8 Vibro Dynapee age apresonte apenas lum mova role de pneus, Pois.o C27 ‘Smaquina gi vereatl a maihor ‘combmoeto quanto ao satema do ‘rag, feioaeselonsmento, pare Smelhr compactaeso no menor pazo ossivel Alam aiseo, tanto om fargura de compactayso como na abreposigeo dos preus, 0 CP.27 inno, preenchendo todos os quiston de ata prodatvidade © nos eustos operacionls @ViBRO EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS VIBRO veer ect (ne, (Bret Feb FAGD (ue) > rae ls iar) Meter Were esac ‘eel Pi her a hess TPA frog fi 99/04 o | SR ee ae : = | Sieeear a ste ee © Ve Dezembro 19 1292.417.00 ib ed SSCAVAGKO DA ROCHA a careiet cater 9 Fevereiro 1.972 288,339.00 “ é wes avo ROCHA Fa haere — E Awi/Mao 4.97 o0..00 A tea mane 2 unhe 1.971 49,212.00 . po 8 Jutho ser 107,518.00 une Se ae = 4 hat nanan-ar TorAL arn nerar 2 (© EMPREITEIRO — Julho de 1979

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