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LAUDO PERICIAL

ASSOCIAÇÃO DOS MUTUÁRIOS E MORADORES DO RESIDENCIAL


ALTO DA SERRA

Campina Grande

Fevereiro/2017

ENGENHEIRO CIVIL: RIENZY DE MEDEIRSO BRITO


CREA/PB: 161260275-4 / (83)9_8731-4222
LAUDO PERICIAL

ASSOSIAÇÃO DOS MUTUÁRIOS E MORADORES DO RESIDENCIAL ALTO DA


SERRA

Laudo pericial solicitado pela Associação dos


Mutuários e Moradores do Residencial Alto da
Serra (AMMORAS) em Campina Grande-PB
ao engenheiro civil Rienzy de Medeiros Brito,
CREA/PB 161260275-4 afim periciar
manifestações patológicas nas residências da
Associação.

Campina Grande

Fevereiro/2017

ENGENHEIRO CIVIL: RIENZY DE MEDEIRSO BRITO


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LISTA DE FOTOS

Foto 01: localização das residências do Foto 21: Infiltração no teto – modelo “PNE”
empreendimento “Alto da Serra”
Foto 22: Infiltração no teto – forro amarelado –
Foto 02: localização das residências do
modelo “PNE”
empreendimento “Alto da Serra” – Relevo
acidentado
Foto 23: Infiltração no teto – forro amarelado –
Foto 04: Ampliação Pé direito do quarto – Modelo modelo “G”
Casa D (2,30m)
Foto 24: Umidade - mofo no beco – modelo “PNE”
Foto 03: Pé direito do quarto – Modelo Casa D

Foto 06: Ampliação Pé direito da sala – Modelo Foto 25: Infiltração provindo do terreno vizinho –
Casa C (2,28m) modelo “G”

Foto 05: Pé direito da sala – Modelo Casa C Foto 26: Infiltração provindo do terreno vizinho –
modelo “G”
Foto 07: Pé direito da sala – Modelo Casa F
Foto 27: Inexistência ou ineficiência de verga –
Foto 08: Ampliação Pé direito da sala – Modelo
modelo “G”
Casa F (2,36m)
Foto 28: Inexistência ou ineficiência de
Foto 09: Pé direito da escada, modelo C –
ancoragem alvenaria/pilar – modelo “D”
morador bate o nariz no forro

Foto 10: Pé direito da escada, modelo D – Foto 29: Inexistência ou ineficiência de


morador bate a cabeça no forro ancoragem alvenaria/alvenaria – modelo “D”

Foto 11: Porta mal “chumbada” – modelo “C” Foto 30: Recalque da escada da calçada –
Foto 12: Ausência porta do depósito – modelo “F” modelo “D”

Foto 13: Substituição da porta de madeira Foto 31: Fissura por baixa resistência do tijolo
almofadada por alumínio na área de serviço –
cerâmico – modelo “G”
modelo “D”

Foto 15: Contramarco desplacando–modelo C


Foto 32: Fissura por baixa resistência do tijolo
Foto 14: Substituição da porta de madeira cerâmico 2 – modelo “G”
almofadada por alumínio na área de serviço –
modelo “G”
Foto 33: Fissura por baixa resistência do tijolo
Foto 15: Contramarco desplacando–modelo C
cerâmico – modelo “F”
Foto 16: Algerozes de concreto e/ou similar

Foto 17: Algeroz de PVC e/ou similar – modelo D Foto 34: Inexistência ou ineficiência de
ancoragem alvenaria/pilar – modelo “F”
Foto 18: Algeroz de concreto – modelo PNE

Foto 19: Infiltrações por capilaridade e/ou


Foto 35: Reação higroscópica (infiltrações) nos
percolação no beco - modelo “D”
cantos das janelas – modelo “F”
Foto 20: Infiltrações por capilaridade e/ou
percolação (2) no beco - modelo “F”

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Foto 36: Inexistência ou ineficiência de Foto 50: Fundação em alvenaria de pedra


ancoragem alvenaria/pilar 2 – modelo “F” argamassada, sem radier (2) – modelo “G”

Foto 51: Fundação em alvenaria de pedra


Foto 37: Amostras do revestimento cerâmico argamassada, sem radier (3) – modelo “G”
ensaiado no Laboratório de Tecnologia de
Foto 52: Descontinuidade pilar/sapata (1) –
Materiais – UFCG
modelo “D”

Foto 38: Amostras do revestimento cerâmico Foto 53: Descontinuidade pilar/sapata (2) –
modelo “D”
ensaiado no Lab. de Tecnologia de Materiais 2 –
UFCG Foto 54: Baixa qualidade do concreto e
dimensão da sapa (3) – modelo “D”

Foto 39: Amostras do revestimento cerâmico Foto 55: Conduítes não embutidos na laje –
modelo “D”
ensaiado no Lab. de Tecnologia de Materiais 3 –
UFCG Foto 56: Pé direito na sala com 2,26m – modelo
“PNE”

Foto 40: Amostra do revestimento cerâmico Foto 57: Leitura da trena na sala com 2,26m –
removido in loco – UFCG modelo “PNE”

Foto 58: Pé direito no quarto com 2,27m –


Foto 41: Impedimento drenagem das águas fora modelo “PNE”
do box – modelo “C”
Foto 59: Leitura da trena no quarto com 2,27m
– modelo “PNE”
Foto 42: Bacia sanitária muito perto do box, uso
desconfortável – modelo “D” Foto 59: Leitura da trena no quarto com 2,27m
– modelo “PNE”
Foto 43: Escada com largura máxima de 0,86m
(oitenta e seis centímetros) – modelo “G”
Foto 60: Largura do vão da porta do quarto
Foto 44: Escada com largura máxima de 0,86m - “acessível” – modelo “PNE”
2 (oitenta e seis centímetros) – modelo “G”
Foto 61: Leitura da largura do vão da porta do
Foto 44: Impedimento drenagem das águas fora quarto “acessível” – modelo “PNE”
do box – modelo “F”
Foto 62: Largura do vão da porta do banheiro
Foto 45: Desprendimento do corrimão do piso – “acessível” – modelo “PNE”
modelo “D”
Foto 63: Largura do vão da porta do banheiro
Foto 46: Corrimão instável, perto da parede (1) – “acessível” – modelo “PNE”
modelo “D”
Foto 64: Ausência de barras de apoio – modelo
Foto 47: Corrimão instável, perto da parede (2) –
“PNE
modelo “D”

Foto 48: Corrimão não tamponado – defeito de Foto 65: Área do box do chuveiro com
execução obstáculo fixo e abaixo da escada – modelo
“PNE
Foto 49: Fundação em alvenaria de pedra
argamassada, sem radier (1) – modelo “G”

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Foto 66: Área do box do chuveiro sem banco Foto 75: Muro de Arrimo do Empreendimento
articulado e ausente de barras – modelo “PNE – Fenda
Foto 76: Muro de Arrimo do Empreendimento
Foto 67: Muro de Arrimo nos muros – modelo
“D” – Fenda
Foto 77: Muro de Arrimo do Empreendimento
Foto 68: Muro de Arrimo nos muros (sem drenos)
– modelo “C – Fenda

Foto 69: Muro de Arrimo nos muros – modelo “D”

Foto 70: Muro de Arrimo do Empreendimento

Foto 71: Muro de Arrimo do Empreendimento –


vista de baixo para cima

Foto 72: Muro de Arrimo do Empreendimento –


Esquina

Foto 73: Muro de Arrimo do Empreendimento –


pilar abafado na alvenaria

Foto 74: Muro de Arrimo do Empreendimento –


junção dos dois arrimos

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LISTA DE SIGLAS

CREA/PB – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Paraíba;

AMMORAS - Associação dos Mutuários e Moradores do Residencial Alto da Serra;

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas;

IBAPE – Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia;

NBR13752 – Perícias de Engenharia na Construção Civil;

PÉ DIREITO – Distância vertical entre o piso acabado e o forro de gesso de um


compartimento;

NBR6118/2012 – Norma Brasileira de Projetos e Estrutural de Concreto;

NBR 13818/97 – Placas Cerâmicas para Revestimento – Especificação e Métodos


de Ensaios;

UFCG – Universidade Federal de Campina Grande

COCG/2013 – Código de Obras de Campina Grande/PB;

PNE – Portador de Necessidades Especiais;

NBR6122/1996 – Norma Brasileira de Projeto e execução de fundações;

NBR 9575/10 – Norma Brasileira de Impermeabilização – Seleção e Projeto;

NBR 9574/98 – Norma Brasileira Execução de Impermeabilização – Procedimento;

ELU – Estado Limite Último;

ELS – Estado Limite de Serviço;

ALCONPAT BRASIL – Associação Brasileira de Patologia das Construções.

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SUMÁRIO
1. INTERESSADO ........................................................................................................................... 9
2. OBJETO DA PARÍCIA ............................................................................................................... 9
3. OBJETIVO DA PERÍCIA ............................................................................................................ 9
4. HISTÓRICO ............................................................................................................................... 10
5. DATA, LOCAL E HORA DA VISTORIA ................................................................................ 10
6. MÉTODO E MATERIAL UTILIZADO ..................................................................................... 10
7. VISTORIA ................................................................................................................................... 11
7.1. Pé direito ............................................................................................................................. 13
7.2. Esquadrias .......................................................................................................................... 17
7.3. Algeroz ................................................................................................................................ 19
7.4. Alvenarias ........................................................................................................................... 20
7.5. Revestimento Cerâmico.................................................................................................... 29
7.6. Funcionaliadde ................................................................................................................... 32
7.7. Corrimão ............................................................................................................................. 35
7.8. Fundações e superestrutura ............................................................................................ 38
7.9. Instalações elétricas .......................................................................................................... 41
7.10. PNE (Portador de Necessidade Especial) ................................................................. 42
7.10.1. Pé direito ................................................................................................................. 42
7.10.2. Esquadrias .............................................................................................................. 45
7.10.3. Revestimento Cerâmico ........................................................................................ 47
7.10.4. Banheiro .................................................................................................................. 47
7.11. Muros de Arrimo e Drenagens de águas pluviais ..................................................... 49
8. SOLUÇÕES ............................................................................................................................... 56
8.1. Pé direito ............................................................................................................................. 56
8.2. Esquadrias .......................................................................................................................... 56
8.3. Algeroz ................................................................................................................................ 56
8.4. Alvenarias ........................................................................................................................... 56
8.5. Revestimento cerâmico .................................................................................................... 57
8.6. Funcionalidade ................................................................................................................... 57
8.7. Corrimão ............................................................................................................................. 58
9. LEGISLAÇÃO EM VIGOR ....................................................................................................... 58
10. CONCLUSÃO ............................................................................................................................ 59
11. ENCERRAMENTO.................................................................................................................... 59
12. BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................... 60

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13. ANEXOS ..................................................................................................................................... 62


13.1. Anexo 1 – Plantas baixas ............................................................................................. 62
13.2. Anexo 2 – Projeto de Urbanização .............................................................................. 63
13.3. Anexo 3 – Memorial Descritivo .................................................................................... 64
13.4. Anexo 4 – Despacho do Ministério Público Federal ................................................. 65
13.5. Anexo 5 – ART (ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA) ................... 66
13.6. Anexo 6 – Relatório Técnico ........................................................................................ 67
13.7. Anexo 7 – Ata da Assembleia Geral Extraordinária .................................................. 68

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1. INTERESSADO

Associação dos Mutuários e Moradores do Residencial Alto da Serra (AMMORAS).

Presidente da Associação: Herbert David Alves Travassos (anexo 7).

CPF: 035.281.064-50.

2. OBJETO DA PARÍCIA

Cinco modelos padrões (C, D, F, G, PNE) das unidades habitacionais do conjunto


residencial denominado “Alto da Serra” com suas diferentes tipologias e áreas como
seguem as plantas baixas e cortes no anexo 1. As casas tipo em análise estão
inseridas num montante total de 398,00 (trezentos e noventa e oito) unidades
habitacionais distribuídas numa área total de 68.714,90m² (sessenta e oito mil
setecentos e catorze, noventa metros quadrados) que compreendem as quadras A’,
B’, C’, D’, E’, F’, G’, I’, Y e Z no bairro dos Cuités na cidade de Campina Grande-PB
assim representado no projeto de urbanização (anexo 2) e descrito no memorial do
empreendimento observado no anexo 3.

3. OBJETIVO DA PERÍCIA

Vistoriar e periciar as residências padrões conforme determinação do Ministério


Público Federal - Procuradoria da República de Campina Grande/PB no
Inquérito Civil N°1.24.001.000221/2014-94, conforme Despacho N° 2050/2016 –
BGP observado no anexo 4, a fim de apurar as manifestações patológicas
apresentadas nas residências modelos construídos, determinando por constatações
um prognóstico e diagnóstico para reparação das patologias existentes de acordo com
a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) vigentes.

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4. HISTÓRICO

O empreendimento denominado “Alto da Serra”, foi edificado no Loteamento


“Mirante dos Cuités”, localizado no bairro dos Cuités tendo sua aprovação pela
Prefeitura Municipal de Campina Grande-PB no dia 13/07/2010 conforme projeto do
loteamento (anexo 2) e memorial descritivo da construção (anexo 3).

Desde a entrega, quase a totalidade dos moradores das residências


adquiridas começaram a relatar queixas de existências de fissuras, trincas,
incompatibilidades das unidades entregues com o projeto jurado e vendido,
ineficiência da drenagem de águas pluviais, má funcionalidade nas residências com
baixos “pé direitos”, inexistência de drenagem das águas servidas fora do box do
banheiro, tamponamento dos “conduites” elétricos e de lógica que impediam a
passagem de fiações e cabos, locação dos interruptores atrás das portas, muros de
arrimos que em tempos de chuva “minam” água e adentram no terraços e muros dos
vizinhos, etc.

5. DATA, LOCAL E HORA DA VISTORIA

As vistorias nos imóveis dos padrões modelos aconteceram nos dias 14, 15 e
28 de janeiro de 2017, iniciando por volta das 9h30min (nove horas e trinta minutos)
e encerrando já no fim da tarde. Em todos os dias prevaleceu-se tempo ensolarado.

6. MÉTODO E MATERIAL UTILIZADO

Os materiais abaixo descritos foram utilizados para uma maior coleta de


informações fotográficas das manifestações patológicas, a fim de diagnostica-las e
classifica-las de acordo com os Estados Limite Último e de Serviço dos problemas
estruturais que possam apresentar segundo a NBR6118/2014, Código de Obras de
Campina Grande/PB e outras demais normas regulamentadoras para seus
respectivos serviços executados.
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- Trena metálica (5,00m);

- Trena a laser (30,00m) modelo GLM30 Bosch;

- Máquina fotográfica modelo SANSUNG ST66;

- Caneta esferográfica;

- Prancheta;

- Talhadeira;

- Marreta;

- Linha de nylon;

- Mangueira de nível;

- Furadeira;

- Régua de nível;

- Serras se cortes, etc.

Para melhor compreensão e eficiência escolheu-se de forma aleatória 5 (cinco)


unidades habitacionais sendo uma para cada modelo de projeto executado, ou seja,
os modelos tipos “C”, “D”, “F”, “G” e “PNE” conforme descrito no memorial e plantas
já anexadas. Foi periciado cada modelo de maneira individual e inspecionado a
infraestrutura, superestrutura, drenagens, alvenarias, funcionalidades, esgotamento
sanitário, abastecimento, qualidade dos revestimentos, sistema elétrico, lógica e
impermeabilizações.

Tomou-se como norteador da perícia as respectivas normas regulamentadoras


vigentes para cada item observado, o código de obras da cidade e o rezado no
memorial descritivo com o que se foi vendido e construído.

7. VISTORIA

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As vistorias foram realizadas durante 03 (três) dias e sempre sob sol forte. O
acesso ao loteamento onde foi erguido todo empreendimento é via pavimentação
asfáltica, porém como o relevo do local é bastante acidentado, justamente numa serra
e por isso o nome “Alto da Serra” (fotos 01 e 02), as perícias demandaram bastante
empenho da equipe técnica e dos moradores.

Foto 01: localização das residências do empreendimento “Alto da Serra”

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Foto 02: localização das residências do empreendimento “Alto da Serra” – Relevo acidentado

As investigações nas casas modelos seguiram um padrão de inspeção


recomendado pelo Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (IBAPE)
onde estabeleceu-se Nível 3 de classificação e pela NBR13752. O trabalho iniciou-se
pelo modelo da casa “D” e seguiu-se pelos modelos “C”, “F”, “G” e “PNE”
ordenadamente nos dias que se seguiram.

Foram atentados vícios e defeitos recorrentes em todas unidades habitacionais


periciadas auditando sempre o memorial descritivo, código de obras e as normas
técnicas vigentes para verificação da segurança, funcionalidade e acessibilidade das
residências.

7.1. Pé direito

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A distância entre o piso cerâmico e o forro de gesso apresenta-se


de forma padronizada em todos os modelos de casas entre 2,26m
(dois metros e vinte e seis centímetros) e 2,36m (dois metros e trinta
centímetros) como observado nas figuras abaixo. Estando assim em
desacordo com a Seção XVI, Art. 286 do Código de Obras de
Campina Grande/PB (COCG/2013) – Lei 5410/2013 que estabelece
um pé direito mínimo de 2,50 (dois metros e cinquenta centímetros)
para quartos e salas em geral; e 2,40 (dois metros e quarenta
centímetros) para depósitos, lavabos, despensas, banheiros.

Foto 04: Ampliação Pé direito do quarto –


Modelo Casa D (2,30m)

Foto 03: Pé direito do quarto – Modelo Casa D

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Foto 06: Ampliação Pé direito da sala – Modelo


Casa C (2,28m)

Foto 05: Pé direito da sala – Modelo Casa C

Foto 08: Ampliação Pé direito da sala – Modelo


Casa F (2,36m)

Foto 07: Pé direito da sala – Modelo Casa F


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A situação se agrava nas escadas quando a baixa distância entre


o piso do degrau e o teto provocam verdadeiros malabarismos dos
moradores para não baterem a cabeça no forro, delatando total
descaso com a boa prática engenharia e na contramão da lei
municipal, art. 331, sucessão III onde exige-se uma altura mínima
de 2,10m para circulações e escadas.

Foto 09: Pé direito da escada, modelo C – Foto 10: Pé direito da escada, modelo D –
morador bate o nariz no forro morador bate a cabeça no forro

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7.2. Esquadrias

As janelas todas de esquadrias de alumínio estão em geral bom


estado de funcionamento. Quanto no que se refere as portas, o
primeiro percalço surgi quando na área de serviço as portas de
madeira almofadadas rezadas e prometidas no Memorial Descritivo
do empreendimento, item 4.3 (anexo 3) foram substituídas por
portas de alumínio em todos os modelos construídos, além da
exclusão da porta do depósito no modelo da casa “F”, item 4.2.1 do
mesmo documento. Outros defeitos de execução como o mal
assentamento das portas e dos contramarcos acarretam em
desplacamentos dos mesmos e consequentemente riscos a saúde
já que as partes pontiagudas ficam expostas.

Foto 11: Porta mal “chumbada” – modelo “C” Foto 12: Ausência porta do depósito – modelo
“F”

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Foto 13: Substituição da porta de madeira Foto 14: Substituição da porta de madeira
almofadada por alumínio na área de serviço – almofadada por alumínio na área de serviço –
modelo “D” modelo “G”

Foto 15: Contramarco desplacando–modelo C

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7.3. Algeroz

O material de confecção dos algerozes dos telhados alternam-se em


concreto e em PVC (e/ou similar), fato este que foge do prometido
no memorial descritivo onde todos deveriam ser de concreto, como
se observa no item 5.1.1 do documento.

Concreto Polietileno
Concreto
Polietileno

Foto 16: Algerozes de concreto e/ou similar

Foto 17: Algeroz de PVC e/ou similar – modelo D Foto 18: Algeroz de concreto – modelo PNE

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7.4. Alvenarias

Em todos os modelos periciados foram observados fissuras,


infiltrações e trincas provenientes de vícios e defeitos de execução
como a inexistência ou ineficiência das vergas, das contravergas,
das impermeabilizações, da drenagem das águas pluviais, da
ancoragem das alvenarias com a superestrutura, do recalque do
piso da calçada, das garagens e baixas resistência a compressão
dos tijolos cerâmicos.

Foto 19: Infiltrações por capilaridade e/ou Foto 20: Infiltrações por capilaridade e/ou
percolação no beco - modelo “D” percolação (2) no beco - modelo “F”

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Foto 21: Infiltração no teto – modelo “PNE”

Foto 22: Infiltração no teto – forro amarelado – modelo “PNE”


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Foto 23: Infiltração no teto – forro amarelado – modelo “G”

Foto 24: Umidade - mofo no beco – modelo “PNE”


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Foto 25: Infiltração provindo do terreno vizinho – modelo “G”

Foto 26: Infiltração provindo do terreno vizinho – modelo “G”

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Foto 27: Inexistência ou ineficiência de verga – modelo “G”

Foto 28: Inexistência ou ineficiência de ancoragem alvenaria/pilar – modelo “D”


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Foto 29: Inexistência ou ineficiência de ancoragem alvenaria/alvenaria – modelo “D”

Foto 30: Recalque da escada da calçada – modelo “D”


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Foto 30: Trinca de recalque do piso da garagem – modelo “F”

Foto 31: Fissura por baixa resistência do tijolo cerâmico – modelo “G”
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Foto 32: Fissura por baixa resistência do tijolo cerâmico 2 – modelo “G”

Foto 33: Fissura por baixa resistência do tijolo cerâmico – modelo “F”
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Foto 34: Inexistência ou ineficiência de ancoragem alvenaria/pilar – modelo “F”

Foto 35: Reação higroscópica (infiltrações) nos cantos das janelas – modelo “F”

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Foto 36: Inexistência ou ineficiência de ancoragem alvenaria/pilar 2 – modelo “F”

7.5. Revestimento Cerâmico

O piso cerâmico empregado em todos os modelos possuem


dimensões de 34x34cm, em cor branca e classificação da
resistividade a abrasão como “PEI 0”, como apresentado no
Relatório Técnico (anexo 8) emitido pelo Laboratório de Tecnologia
de Materiais da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG),
no qual foi ensaiado os corpos de prova seguindo a NBR

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13818/1997. Com este resultado e auditando o Memorial Descritivo


do Empreendimento (anexo 3), item 6.2.1, onde promete o uso do
revestimento cerâmico com classificação à resistência “PEI 4”
conclui-se que material efetivamente empregado está muito aquém
do jurado no memorial. Além disto foram encontradas no modelo de
casa “C” peças cerâmicas com som cavo típico de desplacamentos
por inexistência ou ineficiência da argamassa de assentamento,
estando este problema difundido por todos os cômodos da casa.

Foto 37: Amostras do revestimento cerâmico ensaiado no Laboratório de Tecnologia de Materiais -


UFCG

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Foto 38: Amostras do revestimento cerâmico ensaiado no Lab. de Tecnologia de Materiais 2 – UFCG

Foto 39: Amostras do revestimento cerâmico ensaiado no Lab. de Tecnologia de Materiais 3 – UFCG

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Foto 40: Amostra do revestimento cerâmico removido in loco – UFCG

7.6. Funcionaliadde

A funcionalidade das casas comprote-se em várias situações como


já obsevado com o baixo pé direito, mas são nos banheiros que a o
mau planejamento de execução e projeto se evidenciam. Nesses
ambientes as águas servidas para lavagem do cômodo, exceto
dentro do box, ficam impedidas de serem drenadas já que há apenas
um ralo e este fica dentro do box, como existe um impedimento físico
que são os granitos que o dividem o escomaneto dessas não são
encaminhadas para o esgoto sanitário. As bacias sanitárias também
foram assentadas com uma distância para o box que induz um
desconforto do usuário deste item.
Observa-se ainda a desconformidade da largura da escada em
todos os modelos visitados com o CO-CG, artigo 331, item “a” que
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exige uma medida de 1,00m (um metro) contra 0,86m (oitenta e seis
centímetros) máxima encontrada.

Foto 41: Impedimento drenagem das águas fora do box – modelo “C”

Foto 42: Bacia sanitária muito perto do box, uso desconfortável – modelo “D”

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Foto 43: Escada com largura máxima de 0,86m (oitenta e seis centímetros) – modelo “G”

Foto 44: Escada com largura máxima de 0,86m -2 (oitenta e seis centímetros) – modelo “G”
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Foto 44: Impedimento drenagem das águas fora do box – modelo “F”

7.7. Corrimão

Todos os corrimões empregados apresentados possuem uma má


fixação no piso produzindo instabilidade estrutural deste item, e por
este defeito implica no comprometimento da segurança dos usuários
já que sua função se mostra ineficiente, grau de risco regular
segundo Norma de Inspeção Predial, IBAPE.

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Foto 45: Desprendimento do corrimão do piso – modelo “D”

Foto 46: Corrimão instável, perto da parede (1) – modelo “D”


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Foto 47: Corrimão instável, perto da parede (2) – modelo “D”

Foto 48: Corrimão não tamponado – defeito de execução

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7.8. Fundações e superestrutura

As fundações das casas foram feitas em alvenaria de pedra


argamassada sob as paredes de externas e internas. No entanto a
inexistência de um radier em concreto armado como reza o na
descrição do memorial, item 2.2.4, implica na insegurança dos
usuários já que devido a peculiaridade acidentado do relevo a
execução deste item de fundação distribuiria de maneira uniforme a
cargas no solo, como esta fundação não existe descarta-se também
a sua impermeabilização citado memorial descritivo, item 7.4.
Atenta-se a definição de “radier” na NBR6122/1996, item 3.4.
Preocupa-se também na má qualidade das sapatas de concreto
armado existentes, pois como vê-se na foto 52 a mesma apresenta
uma descontinuidade de cerca de 9,00cm (nove centímetros) do
pilar com a fundação causando a não descarga correta dos esforços
recebidos para o solo. Por isso o grau de risco para a saúde das
pessoas é crítica perante a Norma e Inspeção Predial do IBAPE.

Foto 49: Fundação em alvenaria de pedra argamassada, sem radier (1) – modelo “G”
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Foto 50: Fundação em alvenaria de pedra argamassada, sem radier (2) – modelo “G”

Foto 51: Fundação em alvenaria de pedra argamassada, sem radier (3) – modelo “G”

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Foto 52: Descontinuidade pilar/sapata (1) – modelo “D”

Foto 53: Descontinuidade pilar/sapata (2) – modelo “D”


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Foto 54: Baixa qualidade do concreto e dimensão da sapa (3) – modelo “D”

7.9. Instalações elétricas

Os conduítes elétricos encontram-se exteriores as lajes


diferentemente do citado no memorial descritivo do
empreendimento, no item 8.1. Os interruptores encontram-se com
acessibilidade reduzida pois estas foram locadas na parede em que
a folha da porta se escora, e até mesmo algumas vezes por trás
delas e identificados no projeto (anexo1).

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Foto 55: Conduítes não embutidos na laje – modelo “D”

7.10. PNE (Portador de Necessidade Especial)

As casas para Portadores de Necessidades Especiais foi verificada


e também relatada neste laudo de maneira a parte por suas
dimensões e peculiaridades instruídas por uma norma à parte, que
é a NBR9050.

7.10.1. Pé direito

A altura entre o piso e o forro nesta unidade encontra-se comum


aos problemas já citados, com 2,26m (dois metros e vinte e seis
centímetros) na sala e 2,27 (dois metros e vinte e nove centímetros)
nos quartos.

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Foco do laser

Trena à laser

Foto 56: Pé direito na sala com 2,26m – modelo “PNE”

Foto 57: Leitura da trena na sala com 2,26m – modelo “PNE”


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Trena à laser

Foto 58: Pé direito no quarto com 2,27m – modelo “PNE”

Leitura da trena

Foto 59: Leitura da trena no quarto com 2,27m – modelo “PNE”

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7.10.2. Esquadrias

Os vãos de portas estão fora do normatizado (NBR9050)


implicando na inacessibilidade dos cômodos já que uma pessoa
com uma necessidade especial não consegue adentrar no banheiro
e nem nos quartos com cadeiras de rodas. O vão da porta do
banheiro “acessível” possui 0,78m (cinquenta e oito centímetros),
e do quarto não passa dos 0,68m (sessenta e oito centímetros). Em
ambas as situações as medidas não suprem o que é exigido pela
norma NBR9050, item 4.3.6, que seriam 0,80m (oitenta
centímetros).Também salienta-se a ausência das maçanetas
apropriadas como rezado no item 4.6.6.1 da mesma norma.

Laser da
trena

Foto 60: Largura do vão da porta do quarto “acessível” – modelo “PNE”

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Foto 61: Leitura da largura do vão da porta do quarto “acessível” – modelo “PNE”

Laser da
trena

Foto 62: Largura do vão da porta do banheiro “acessível” – modelo “PNE”


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Foto 63: Largura do vão da porta do banheiro “acessível” – modelo “PNE

7.10.3. Revestimento Cerâmico

O revestimento cerâmico segue a mesma qualidade do item 7.5


deste laudo.

7.10.4. Banheiro

O banheiro “acessível” já citado não possui vão de porta


normatizado. Mais ainda, o ambiente não possui barras de apoio
exigidos e presentes no projeto vendido, a área de chuveiro
também não possui banco articulado, há um obstáculo em granito
que impede aproximação de um cadeirante, localização que não
permite manobra além de ficar abaixo de um lance da escada. As
dimensões em geral do banheiro não permitem manobras e o
assento sanitário não especial, tais exigências encontra-se no item
7.5 a 7.7 da NBR9050.
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Foto 64: Ausência de barras de apoio – modelo “PNE

Lance da
escada

Obstáculo
de granito

Foto 65: Área do box do chuveiro com obstáculo fixo e abaixo da escada – modelo “PNE
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Foto 66: Área do box do chuveiro sem banco articulado e ausente de barras – modelo “PNE

7.11. Muros de Arrimo e Drenagens de águas pluviais

Os Muros de Arrimo executados para contenção do solo além de


suas drenagens devem ser reavaliados com a obtenção do
memoriais de cálculos e os projetos complementares que foram
executados, pois devido as suas alturas, extensões e também pelo
fato de que desde a construção do empreendimento a região passa
por um longo período de estiagem e atentando para as previsões de
muitas chuvas, o risco de desmoronamento por ineficiência da
drenagem das águas pluviais é preocupante. Assim sendo,
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ALERTA-SE AS AUTORIDADES DA DEFESA CIVIL, MINISTÉRIO


PÚBLICO E CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E
AGRONOMIA DA PARAÍBA TOMAREM AS DEVIDAS
PROVIDÊNCIAS PELO GRAU DE RISCO CRÍTICO a segurança e
saúde dos moradores ali residentes. O maior Arrimo encontra-se em
local de convergência de águas e outros materiais, já que fica numa
esquina e num ponto de cota baixa. Este muro apresenta fendas
ativas e com indícios que já foi realizado em algum momento
contenções de emergência com a utilização de lonas plásticas sobre
o solo.

Altura cerca
Águas drenadas para
de 6m
dentro do terreno
vizinho mais baixo

Foto 67: Muro de Arrimo nos muros – modelo “D”

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Foto 68: Muro de Arrimo nos muros (sem drenos) – modelo “C”

Foto 69: Muro de Arrimo nos muros – modelo “D”


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Foto 70: Muro de Arrimo do Empreendimento

Foto 71: Muro de Arrimo do Empreendimento – vista de baixo para cima


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Local da fenda -
junção dos muros

Foto 72: Muro de Arrimo do Empreendimento – Esquina

Foto 73: Muro de Arrimo do Empreendimento – pilar abafado na alvenaria


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Junção dos
Arrimos

Foto 74: Muro de Arrimo do Empreendimento – junção dos dois arrimos

Diâmetro
maior da
fenda

Diâmetro
menor da
fenda

Foto 75: Muro de Arrimo do Empreendimento – Fenda


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Foto 76: Muro de Arrimo do Empreendimento – Fenda

Lonas

Foto 77: Muro de Arrimo do Empreendimento – Fenda


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8. SOLUÇÕES

8.1. Pé direito

Remover forro existente, embutir instalações elétricas na laje,


relocar e redimensionar instalação hidrossanitária a fim de subir o
ferro de gesso ao nível mínimo exigido pelo CO-CG.

8.2. Esquadrias

- Trocar portas de alumínio das áreas de serviços por portas de


madeiras maciças em todos os modelos de casas conforme
prometido no Memorial Descritivo do Empreendimento, colocar porta
nos depósitos das casa modelo “F”;

- Remover e reassentar as portas e contramarcos desplacando.

8.3. Algeroz

Remover os algerozes de PVC e/ou similar por peças de concreto e


dar acabamento com pintura, conforme rezado no Memorial
Descritivo do Empreendimeto.

8.4. Alvenarias

- Nos locais com infiltrações por percolação e/ou capilaridade como


nos becos, deve-se remover o reboco existente até uma altura média
de 1,00m (um metro) de altura por toda sua extensão e reboca-las
com argamassa de cimento, cal, areia fina mais aditivo
impermeabilizante hidrofugante. Além disso deve adicionar em toda
extensão do telhado com caimento do beco uma bica para retenção
das águas evitando o despejo novamente nas paredes laterais;

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- A infiltrações no teto devem ser corrigidas com a revisão do


telhado, remoção da impermeabilização ineficiente da laje da caixa
d’água e refaze-la com impermeabilizante à base de emoção
asfáltica. E onde não existir executar conforme citado no memorial;

- Remoção das janelas e seus contramarcos para executar as


vergas e contravergas inexistentes ou refazer as ineficientes
conforme a boa prática da engenharia recomenda transpassando
0,30m (trinta centímetros) para cada lado vão de abertura;

- Destacar o reboco onde existe uma má eficiência das ancoragens


das alvenarias com a superestrutura até ficarem expostos o tijolo
cerâmico e o pilar, adicionar tela de aço tipo Walsywa e reboca-la
com argamassa de cimento, cal e areia fina;

- Alvenarias com baixas resistências a compressão como


denunciadas devem ser removidas e substrituidas por tijolos
cerâmicos com resistividade maior para suportar as cargas
aplicadas;

- Paredes desplacando ou recalcando devem ser removidas e


refeitas com a fixação de “cabelos” de ferro na superestrutura, ou
utilização de telas de aço tipo Walsywa. As calçadas devem seguir
o mesmo procedimento mais a ancoragem do embasamento de
fundação das mesmas.

8.5. Revestimento cerâmico

Remover todo revestimento cerâmico empregado juntamente com a


argamassa colante e refazer o assentamento das novas peças
cerâmicas com a resistividade prometida (PEI 4) com argamassa
colante rezada no memorial.

8.6. Funcionalidade
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Recuperar ou refazer os problemas apresentados na vistoria assim


como reza as normas e o CO-CG.

8.7. Corrimão

Remover e recuperar os corrimões inseguros com um novo


chumbamento no piso, tamponas os locais em aberto e pinta-los.

8.8. Fundações

Recuperar e readequar as fundações existentes perante um novo


cálculo estrutural e de fundações seguindo as normas
NBR6118/2014 e NBR6122. Junto as novas fundações deverá ser
executadas um impermeabilização negativa conforme as
NBR9575/10 e NBR9574/98 por profissional especializado.

8.9. Instalações elétricas

Readequar as instalações existentes para conforme prometido no


memorial mais a relocação dos interruptores para locais mais
acessíveis, ou seja, no lado esquerdo parede da porta.

8.10. PNE

Readequar a unidades habitacionais para com a norma 9050/2017.

9. LEGISLAÇÃO EM VIGOR

O Laudo Técnico Pericial teve com embasamento legal os seguintes


documentos oficiais:

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 Norma Básica para Perícias de Engenharia do IBAPE/SP – 2002. Fixa


as diretrizes básicas, conceitos, terminologia, convenções, notações,
critério e procedimentos relativos às perícias de engenharia, cuja realização
é de responsabilidade e da exclusiva competência dos profissionais
legalmente habilitados pelos Conselhos Regionais de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia.
 NBR 13752/96 – Perícias de Engenharia na Construção Civil. Fixa as
diretrizes básicas, conceitos, critérios e procedimentos relativos às perícias
de engenharia na construção civil;
 NBR 6118/14 – Projeto de Estruturas de Concreto;
 Lei n°13.105 de 16 de março de 2015 – Código do Processo Civil;
 Lei n° 5410/2013 - Código de obras – dispõe sobre o disciplinamento geral
e específico dos projetos e execuções de obras e instalações de natureza
técnica, estrutural e funcional do município de Campina Grande, alterando
a lei de n° 4130/03, e dá outras providências.
 NBR5410/05 - Instalações elétricas de baixa tensão;
 NBR8160/99 - Sistemas prediais de esgoto sanitário - Projeto e execução

10. CONCLUSÃO

Os cinco modelos das residências apresentados neste laudo representam um


total de 380 (trezentos e oitenta) residências construídas no mesmo empreendimento,
onde os moradores foram ludibriados claramente quando se audita o Memorial
Descritivo com o executado e provado na decorrência do laudo. O relatório técnico
anexado para a caracterização do piso cerâmico que mostra uma qualidade nível 0,0
(zero) para um revestimento rezado como nível 4 (quatro) no memorial aponta
juntamente com o tipo de fundação a falsa realidade que o fizeram acreditar. Os muros
de Arrimo devem ser imediatamente reavaliados pelos órgãos competentes pois as
drenagens e estruturas deficitárias colocam a vida dos moradores em risco.

11. ENCERRAMENTO

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Nada mais havendo a lavrar, deu-se por encerrado o presente laudo que,
relatado pelo perito Rienzy de Medeiros Brito, CREA/PB 161260275-4 vai
devidamente assinado.

12. BIBLIOGRAFIA

IBAPE/SP, Perícias de engenharia. 1.ed. São Paulo: Pini,2008.

GOMIDE, Tito Lívio Ferreira; NETO, Jerônimo Cabral P. Fagundes; GULLO, Marco
Antônio. Normas técnicas para engenharia diagnóstica em edificações. 2.ed.São
Paulo: Pini,2013.

INSTITUTO BRASILEIRO AVALIAÇÕES E PERÍCIAS DE ENGENHARIA DE SÃO


PAULO. Norma básica para perícias de engenharia do IBAPE/SP. São
Paulo,2002.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13752:perícias de


engenharia na construção civil. Rio de Janeiro,1996.

CAPORRINO, Cristiana Furlan. Patologia das anomalias em alvenarias e


revestimentos argamassados. 1.ed. São Paulo: Pini,2015.

MARCELLI, Mauricio. Sinistros na construção civil: causas e soluções para danos


e prejuízos em obras. 1.ed. São Paulo: Pini,2007.

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______________________________

Perito Rienzy de Medeiros Brito

CREA/PB 161260275-4

Membro Associado da ALCONPT BRASIL

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13. ANEXOS
13.1. Anexo 1 – Plantas baixas

ANEXO 1

PLANTAS BAIXAS

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13.2. Anexo 2 – Projeto de Urbanização

ANEXO 2

PROJETO DE URBANIZAÇÃO

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13.3. Anexo 3 – Memorial Descritivo

ANEXO 3

MEMORIAL DESCRITIVO

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13.4. Anexo 4 – Despacho do Ministério Público Federal

ANEXO 4

DESPACHO DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDEREAL

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13.5. Anexo 5 – ART (ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA)

ANEXO 5

ART (ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA)

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13.6. Anexo 6 – Relatório Técnico

ANEXO 6

RELATÓRIO TÉCNICO

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13.7. Anexo 7 – Ata da Assembleia Geral Extraordinária

ANEXO 7

ATA DA ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

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