REPUBLICA DE MOCAMBIQUE
‘TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
Ii SECCAO
1SUB-SECCAO
acorvAo nS 5 ;2020
Processo n.° 64/2018/3.*/1.°S
Acordam, em conferéncia, os Juizes Conselheiros da
Primeira Subsecgcéo da Terceira Seccao do Tribunal
Administrativo:
Por Acérdao n.° 94/2017, de 5 de Junho, proferida nos
autos dos processos n.°s 16174/2016 e 7064/2017, 0
Tribunal Administrativo da Provincia da Zambézia
recusou o visto aos Titulos de Provimento atinentes 4
nomeagéo em comissao de Servico dos funcionarios
Assino Fernando Luis e Samuel Joaquim Marques,
afectos no Servigo Distrital de Educacao Juventude e
Tecnologia de Mocuba, com o fundamento na alinea a) do
artigo 77 da Lei n.° 14/2014, de 14 de Agosto, alterada e
republicada pela Lei n.° 8/2015 de 6 de Outubro, e
sancionou com multa no valor de 27.492,00MT (vinte
sete mil, quatrocentos e noventa e dois meticais), aorecorrente Tito José Nossomarques, entao Director
daquele servico.
O recorrente interpés recurso a este Tribunal, nos termos
do n.° 1 do artigo 119 da lei supra citada, apresentando
para o efeito as alegagées de fis. 2 a 5 dos autos, que se
dao por integralmente reproduzidas para todos os efeitos
legais
O Dignissimo Magistrado do Ministério Publico, junto
desta instancia jurisdicional, pronunciou-se de fls. 83 e
84 dos autos, promovendo a procedéncia do recurso, com.
base nos fundamentos que abaixo se aduzem:
“O acérdao, ora recorrido, pronunciou-se sobre matéria
que nao devesse conhecer, facto que conduz A sua
nulidade, nos termos da alinea d) do artigo 668.°, do
Cédigo de Processo Civil, aplicavel por forca do artigo 19
da Lei n.° 14/2014, de 14 de Agosto, alterada e
republicada pela Lei n.° 8/2015, de 6 de Outubro
A condenacéo em multa no processo de fiscalizacaéo
prévia, nAo s6 viola o estabelecido no n.° 3 do artigo 114,
da Lei n.° 14/2014, de 14 de Agosto, alterada e
republicada pela Lei n.° 8/2015, de 6 de Outubro, como
também e sobretudo, o principio do contraditério,
plasmado na mesma lei.”
Foram colhidos os vistos dos Juizes Conselheiros.
Cumpre apreciar e decidir.
Compulsados os autos, constata-se que o Acérddo n.°
94/2017, de 5 de Junho, do Tribunal Administrativo da
Provincia da Zambézia, declarou nulos os titulos de
provimento de nomeagao em comissao de servico dos
2
yefuncionarios Assino Fernando Luis e Samuel Joaquim
Marques, e em simultaneo recusou o visto ao mesmo
acto com o fundamento na alinea a) do artigo 77 da Lei
n.° 14/2014, de 14 de Agosto, alterada e republicada
pela Lei n.° 8/2015 de 6 de Outubro, e sancionou, ainda,
ao pagamento de multa ao ora recorrente, por introducao
de elementos que possam induzir 0 tribunal em erro nas
suas decisGes e instrucdo deficiente dos processos
remetidos a fiscalizacao prévia.
Na verdade, o acérdao ora recorrido tomou trés decisées
diversas, que caberiam em igual nimero de processos
distintos, designadamente do contencioso administrativo,
visto e de multa.
Ora, nos termos das alineas d) e e), do n.° 1 do artigo
668.° do Cédigo de Processo Civil, aplicavel por forga do
artigo 19 da Lei n.° 14/2014, de 14 de Agosto, alterada e
republicada pela Lei n.° 8/2015, de 6 de Outubro, é nula
a sentenca quando condene em quantidade superior ou
em objecto diverso ao pedido, e ainda, quando a mesma
se pronuncia sobre questées de que n&o podia tomar
conhecimento.
Termos em que, acordam os Juizes Conselheiros da
Primeira Subseccéo da Terceira Seccéo, reunidos em
conferéncia, acolhendo promogio do Dignissimo
Magistrado do Ministério Pitblico, junto desta instancia
jurisdicional, em declarar nulo o acérdao recorrido.
Sem custas pela recorrente
Maputo, 14 de Julho de 2020.
¥
José Mauricio Mites. RelatorcS:
Januario Fernando Guiba
Pelo Ministério Publico
Ol
SamuelJustino Miambo
(Procurador-Geral Adjunto)