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TERCEIRA ESPECIE IQUATRO NoTAS CONTRAUMA A terceira espécie é composta por quatro notas contra uma; seu ritmo 6 representado por quatro seminimas contra uma semibreve. O segundo e quarto tempos sao considerados tempos fracos e ha novas possibilidades para os uso de dissonancias. Iniciar 0 contraponto sempre com pausa de seminima. Apés esta pausa, deve vir, necessariamente, uma oitava, unissono, ou uma quinta (a quinta sé pode ocorrer se o CF estiver na voz inferior). O ul- timo compasso contera uma semibreve em cada voz (Exemplo 26). Exemplo 26 NP NP BI NP NP BI NP ! 853/3453|/328 7/3456/3236/8 665) 6 CF. DéM I ii 16 r 6 ii6 vii? 6 1 A voz do contraponto no pentiltimo compasso pode conter: uma se- mibreve (Exemplo 26)"°, duas minimas (Exemplo 27a) ou quatro se- minimas (Exemplo 27b). Exemplo 27a ‘=rnakar (1990, p97) permite apenas 4 seminimas no pendtimo compasso, 40 Digitalizado com CamScanner Exemplo 27b DéM CF. vii? 6 [1S] Nao pode ocorrer suspensao nesta espécie. Nao é permitido repetir notas na voz do contraponto (Exemplo 28). Exemplo 28 incorreto E permitido o cruzamento de vozes (Exemplo 29). Exemplo 29 __ctuzamento , CF, Conta-se 0 intervalo sempre de baixo para cima, ou seja, do mesmo no cruzamento de vozes. Observaca mais grave para o mais agudo, [Hl Unissono é permitido: a) no primeiro compasso ( passo; primeira nota simultanea) e ultimo com- 41 Digitalizado com CamScanner b) nos outros compassos: em qualquer tempo de cada compasso, menos no primeiro tempo de seminima (Exemplo 29)."* GJ A consonancia 6 obrigatéria no primeiro e terceiro tempos, ou seja, nos tempos fortes. Portanto, néo é permitido o uso de dissonancia nestes tempos. Adissonancia é permitida: a) no tempo fraco (2° e 4° tempos) como nota de passagem (Exemplo 26, NP); b) no tempo fraco (2° e 4° tempos) como bordadura inferior ou supe- rior (Exemplo 26, Bl); BORDADURA Inferior ou Superior (BI ou BS): é uma dissondncia ou nota es- tranha ao acorde em tempo fraco, precedida e seguida pela mesma nota (nota do acorde, portanto consonante) por grau conjunto. Quando a dissonancia ocor- re abaixo da consonancia, esta sera uma bordadura inferior (Bl); se ocorrer a- cima da consonancia sera uma bordadura superior (BS). c) na combinagdo de uma bordadura superior com inferior (bordadu- ra dupla - BD), sendo o segundo e terceiro tempos dissonantes. O primeiro e Ultimo tempo contém a mesma nota, enquanto o se- gundo e terceiro tempos utilizam a BS e BI. Na verdade, a nota principal (primeiro tempo) esta implicita entre as duas bordaduras (Exemplo 30). As duas notas nao precisam ser dissonantes, mas ambas serao notas estranhas ao acorde. Esta figuragao s6 pode ocorrer quando a consonancia iniciar no primeiro tempo do com- passo;” ‘*Thakar (1990, p. 97) afirma que unfssono nesta espécie sé pode ocorrer por salto, em qualquer tempo menos no primeiro do compasso, para nao confundir a Independéncla das vozes. *"Davis e Lybbert (1969, p. 21) advertem que 0 uso de bordaduras duplas s6 é permitido quando 0 CF estiver na voz inferior, caso contrario, uma nota estranha ao acorde apareceria no tempo forte da voz inferior (terceiro tempo), criando um efelto harménico incorreto. 42 Digitalizado com CamScanner Exemplo 30 BD BS BI BS+BI 3.4 Bete. ff 3 2 dete. 3 4 2 3 CR. d) como cambiata: remanescente do periodo renascentista, a cambi- ata pode iniciar no primeiro ou no terceiro tempo do compasso, sendo mais comum no primeiro (Exemplos 31a, 31b). Exemplo 31a Exemplo 31b Cambiata descendente Cambiata ascendente ———_ Peed 46 3 2 Cr Cr. CAMBIATA: A cambiata 6 composta de 5 notas: comega no tempo forte com | uma consonancia, segue a dissonancia por grau conjunto descendente, sequi-| da por uma terca descendente e dois graus conjuntos ascendentes (Exemplo 31a). A segunda nota da cambiata 6 sempre dissonante; a terceira e quinta no-| tas so consonantes e a quarta nota pode ser consonante ou dissonante. A cambiata pode ocorrer em qualquer voz e também pode ser ascendente, inver-| tendo-se todo 0 processo (Exemplo 31b). [] Saltos: dois (ou mais) saltos seguidos em movimento contrario sao permitidos somente quando precedidos e seguidos também por mo- vimento contrario (Exemplo 32a). Nao pode haver dois (ou mais) sal- tos seguidos na mesma diregao (Exemplo 32b). 43 Digitalizado com CamScanner Exemplo 32a Exemplo 32b correto incorreto [fe] Deve-se evitar o uso do salto de 6m nesta espécie. O arpejo melédi- co também nao é recomendavel. [i] Oprimeiro tempo de dois compassos consecutivos nao deve ser por consonancias perfeitas. Quintas e oitavas paralelas: a) as quintas e oitavas precisam estar separadas por, no minimo, 4 seminimas; caso contrario, sao consideradas paralelas (Exemplo 33a); Exemplo 33a Correto MibM Cr b) as oitavas podem estar separadas por apenas 3 seminimas so- mente na cadéncia final (Exemplo 33b). Exemplo 33b 44 Digitalizado com CamScanner 3] Quintas ou citavas Ocultas s&o permitidas a duas vozes conforme a primeira espécie (ver Primeira espécie, Regra 6). (ia) ee onan 0 tritono nao devem aparecer como primeira e las do compasso (Exemplo 34a), ou como terceira nota de um compasso para a primeira do compasso seguinte (Exem- plo 34b), tampouco como primeira e Ultima nota do compasso numa passagem descendente (Exemplo 34c), uma vez que enfatizariam o tritono. Exemplo 34a Exemplo 34b Exemplo 34¢ Incorreto Incorreto Incorreto DéM CF. CF. Cr. [BS] As cadéncias na terceira espécie podem conter um salto antes da t6- nica, mas a sensivel precisa aparecer no pentltimo compasso. Seguem exemplos de cadéncias (Exemplos 35a, 35b) na terceira es- pécie. Exemplo 35a — Cadéncias em tom maior DM CF. 45 Digitalizado com CamScanner Exemplo 35b - Cadéncias em tom menor 46 Digitalizado com CamScanner QuARTA ESPECIE [SINCOPADO a Nesta espécie a atividade ocorre no segundo tempo (de minima), uma vez que 0 primeiro tempo vem ligado ao compasso anterior formando uma suspensao. A voz do contraponto é comparavel a do contraponto de primeira espécie com um deslocamento ritmico de meio compasso. A dissonancia formada pela sincope difere-se das notas de passagem (segunda e terceira espécies) e bordaduras (terceira espécie), sendo estas ultimas resultantes de atividade melédica (a nota de passagem desloca-se entre duas notas; a bor- dadura ornamenta uma nota estacionaria). A sincope, por outro lado, resulta da atividade ritmica, nao melédica (SALZER; SCHACHTER, 1969, p. 78). ‘ee Deve-se comegar sempre com pausa de minima e terminar com uma semibreve em ambas as vozes (Exemplo 36). Exemplo 36 DoM CF. —)_Unissono é permitido: a) no primeiro (Exemplo 37a) e Ultimo compassos; e b) no tempo fraco de minima nos outros compassos (Exemplo 37b). Exemplo 37a Exemplo 37) cL 3 @ |3 et. © CF. [_ Quintas e oitavas precisam estar separadas por duas minimas como na segunda espécie. Neste caso ndo sao consideradas paralelas. Duas quintas podem estar separadas por apenas uma minima quan- 41 Digitalizado com CamScanner do ambas cairem no tempo forte e ambas estiverem ligadas (Exem- plo 38), justamente 0 contrario do que ocorre na segunda espécie (E- xemplos 20a e 20b). Exemplo 38 cL DOM CF. O primeiro tempo de cada compasso, com excec&o do primeiro e Ultimo compasso, pode ser uma consonancia ou uma dissonancia: a) quando for uma consonancia, pode ser seguida: * por salto para outra consonancia (Exemplo 36, c. 2); * por grau conjunto para outra consonancia (Exemplo 38, c. 2; graus 5-6, ou 6-5); (neste caso, sero utilizados dois acordes distintos); ou * por grau conjunto para uma dissonancia em tempo fraco, como nota de passagem como segunda espécie (Exemplo 39). Exemplo 39 CL NP CF. b) quando for uma dissondncia: neste caso chama-se suspensao,”" Por ser resolvida somente na segunda minima do compasso (E- xemplo 36, c. 3, 4, 6, 7). A dissondncia precisa ocorrer no tempo forte, e estar ligada a nota anterior (uma minima consonante em *'No perfodo renascentista a suspenséo (com resolugdo descendente) era chamada retardo. No entanto, no barroco, o retardo passou a ser resolvido por grau conjunto ascendente, Isto 6, 0 que era denominado retardo na renascenga passou a ser chamado de suspensao no barroco. Como 0 termo suspensao continua em uso hole para a resolugo descendente, utllizaremos esta terminolo- gia. 48 Digitalizado com CamScanner tempo fraco); € resolvida por grau conjunto descendente para uma consonancia imperfeita.2? ‘A suspensao tem trés fases (Exemplo 40a): a) preparacao: sempre consonante; b) suspenséo: sempre uma dissonancia; e ¢) resolugéio: sempre uma consondneia imperfeita? Resolugées permitidas para a suspensao: a) com CF na voz inferior: 7-6, (Exemplo 36, c. 3) OU 4-3 (Exemplo 40a, c. b) com o CF na voz superior: 2-3 (= 9-10) (Exemplo 40b). Observagao: A resolugao da suspens4o deve ser sempre para uma conso- nancia imperfeita (terga ou sexta).?* Exemplo 40a | suspensio Preparagao /" " resolugaio ce Exemplo 40b [on 2 jonto ascendente 6 associado ao ‘Salzer @ Schachter (1969, p. 80) explicam que geralmente o movir aumento de foresees ica e 0 movimento descendente com a diminuigao dessa tensdo. Como a suspensao 6 a dissonancia de malor efeito, usa-se a resolugdo mais forte, isto 6, o Movimento descendente. ‘Alguns autores como Davis e Lybbert (1969) admitem a rosolugdo da suspensdo para uma con- gonadncia perfeita (5# ou 88). 5 natueen da Late 2 écio limita em grande parte 0 desenvolvimento de uma melodia por exigir a resolugao descendente das suspenses. Portanto, 6 necossdrlo dar alguns saltos ascon- dentes perio mente a fim de inovar a linha melédica. 49 Digitalizado com CamScanner Quando a nota ligada de um compasso para outro ndo formar uma dissonancia, mas sim, uma consondncia, adotaremos o termo consondncia ligada (CL), (Exemplo 38) para nao confundi-la com a resolugao obrigatéria (descendente por grau conjunto) da suspensdo. Neste caso, o primeiro tempo é sempre consonante e apés esta consonancia ligada: a) pode haver salto (para outra consonancia; Exemplo 36, c. 2); ou b) pode ser seguido por grau conjunto em qualquer diregao (sera 5-6 ou 6-5; Exemplo 38, c. 2). Caso formar uma dissonancia, esta sé podera ser uma nota de passagem como na segunda espécie (Exemplo 39, c. 2). Portanto, a diferenga entre uma suspensao e uma consonancia liga- da se da no tempo forte da nota ligada, isto é, na primeira forma-se uma dissonancia que necessita ser resolvida (Exemplo 40a, c. 2) e na conso- nancia ligada segue-se para uma nota de passagem (Exemplo 39, c. 2), Para um grau conjunto consonante (Exemplo 38, c. 2) ou por salto para outra consonancia (Exemplo 37b). Como esta espécie caracteriza-se pelo uso de notas ligadas forman- do a sincope, deve-se usd-la sempre que possivel. Caso contrario, pode-se usar a segunda espécie (duas consonancias seguidas sem ligaduras) para quebrar 0 uso somente da quarta espécie, mas isto deve ocorrer modera- damente (Exemplo 41). Exemplo 41 2 espécie SolM CF. Os saltos permitidos sao os mesmos da segunda espécie. A 5d pode ser usada na suspens&o, sendo sua resolugdo (descendente) prorrogada por uma nota e a sincope interrompida, utilizando-se a se- gunda espécie (Exemplo 42a). O Exemplo 42b mostra o retardo (ver Regra 7) utilizando a 5d com uma nota inserida antes de sua resolugao. 50 Digitalizado com CamScanner Exemplo 42a a (s DeM CF Exemplo 42b S$ CF, (HO retardo é uma Suspensao cuja resolugao é ascendente por grau conjunto para uma consonéncia imperfeita (Exemplo 42b). No Exem- plo 42c (c. 2), a nota prolongada é a sensivel, a qual deve resolver na t6nica formando um intervalo de terga, ou seja, uma consonancia im- perfeita. O Exemplo 43 apresenta suspensao e retardo. Exemplo 42¢ CF. Dém Exemplo 43 Rém CF, Seguem exemplos de cadéncias na quarta espécie (Exemplos 44a, 44b). 51 Digitalizado com CamScanner Exemplo 44a ~ Cadéncias em tom maior Solm CF. CF. 52 Digitalizado com CamScanner QUINTA ESPECIE FFLORIDO=Ritwo LivRe CONTRAO CF a A quinta espécie combina as espécies anteriores e acrescenta 0 USO de colcheias. O objetivo é construir uma linha melédica fluente com varie- dade ritmica. Deve-se tentar nao repetir o mesmo ritmo em dois compassos consecutivos. Cada ritmo é governado por sua espécie. (x Deve-se iniciar, de preferéncia, com segunda ou quarta espécies e nao com a terceira, uma vez que ja iniciaria com movimento rapido deixando poucas opgées para o aumento da intensidade ritmica. A primeira espécie deve ser usada, em geral, apenas no Ultimo com- passo (Exemplo 45). Exemplo 45 CF. 1 ii 16 116 I vii6 1 Deve-se usar minimas seguidas (mais de duas) moderadamente, pois seu uso sucessivo produz um efeito de “sustentagao” ou de “pa- rada” ndo-desejavel (LYTLE, 1940, p. 86). Ao usar duas minimas no mesmo compasso 6 melhor ligar a segunda minima & minima do compasso seguinte (formando uma suspensao ou consonancia liga- da, 4* espécie, Exemplo 45, c. 5) ou usar nota de passagem no tem- po fraco de minima (2 espécie, Exemplo 39, c. 2). Quando o movimento de seminimas iniciar no tempo fraco de minima deve-se continuar seu uso por mais um compasso completo (Exem- plo 46a), ou seja, deve-se pararseu uso em tempo forte de minima. Excegao: Quando o movimento de seminimas parar no tempo fraco de minima, esta nota deve vir ligada ao préximo compasso, formando uma suspensdo ou uma consonancia ligada (Exemplo 46b). 53 Digitalizado com CamScanner Exemplo 46a 6 Exemplo 46b ——— —— «a FM CF [Nao se deve exagerar no numero de seminimas seguidas usadas. Como a caracteristica desta espécie é justamente a combinacgdo das quatro espécies, deve-se tentar variar as espécies a cada compasso, a nao ser na terceira espécie, onde, as vezes, sao necessarios dois compassos seguidos da mesma. {i __ Duas seminimas consecutivas nado devem aparecer entre valores titmicos maiores, isto 6, n&o se deve usar duas seminimas isoladas entre valores maiores. E necessério acrescentar seminimas antes ou depois destas (Exemplo 47a). Exemplo 47a incorreto incorreto a (emma REM CF. Excegées: a) As duas seminimas no tempo forte da minima (1° tempo do com- passo) podem permanecer se forem seguidas de uma minima ligada (Exemplo 47); b) as duas seminimas podem ocorrer quando a primeira (que apare- ce no inicio do compasso) estiver ligada a minima do compasso ante- rior (Exemplo 47c). Deve-se lembrar que, nestes dois casos, as duas seminimas precisam ocorrer no inicio do compasso. 54 Digitalizado com CamScanner Exemplo 47b ( Exemplo 47c ( Correto a ReM CF. Correto REM CF fH SCONesta espécie € permitido usar colcheias nas seguintes condigoes (Exemplo 48): a) sempre em pares, por grau conjunto e em tempo fraco de semini- ma; com apenas um par de colcheias a cada 4 seminimas; b) somente quando precedidas e seguidas por grau conjunto, ou se- ja, como notas de passagem, bordaduras ou consonancias; e c) as colcheias podem ocorrer depois de uma minima pontuada (mantendo as regras acima), mas nao depois de valores maiores (semibreve), uma vez que cairiam no primeiro tempo do compasso seguinte. Exemplo 48 DéM CF. [_O ritmo seminima-minima-seminima no mesmo compasso 6 proibido (em 4/4). 55 Digitalizado com CamScanner [5] Notas ligadas: a sincope resultante da quarta espécie pode ser u- sada conforme as regras desta espécie: a) notas ligadas de mesmo valor ritmico: a nota de menor valor que pode formar uma consonancia ligada ou uma suspensao é a mi- nima (seminima com seminima nao pode). Portanto, pode-se ligar semibreve com semibreve, e minima com minima (Exemplo 49a); b) notas ligadas de valores ritmicos diferentes: 6 possivel ligar notas de valores ritmicos diferentes quando a proporgao ritmica for de 2:1. Existem somente duas possibilidades (em 4/4): semibreve com minima, e minima com seminima (Exemplo 49b). Exemplo 49a NP SoM CF. Exemplo 49b DoM CF. ‘ Ao usar a minima pontuada, a qual, na verdade, representa uma mi- nima ligada a uma seminima, aplique as regras de terceira espécie para 0 quarto tempo: a seminima sera uma nota de passagem (Exemplo 49a, c. 3) ou bordadura (Exemplo 50, c. 2).7° =H autores que permitem o salto apés a minima Pontuada desde que seja para uma nota do acorde (Exemplo 55b, pentitimo compasso). 56 Digitalizado com CamScanner Exemplo 50 | ls SolM CF. Lo Dissonancia: a) quando a minima Ocorrer depois de uma consondncia ligada, esta podera ser uma dissonancia, seguindo as regras de segunda es- pécié (nota de passagem; Exemplo 51); Exemplo 51 “I ( SoM CF. b) 0 mesmo ocorre com a seminima depois de uma minima pontuada ou nota ligada: podera ser uma dissonancia se tratada como nota de passagem (Exemplo 49a) ou bordadura (Exemplo 50), confor- me a terceira espécie. Cadéncias: a) pode-se ornamentar a suspensao com duas colcheias, lembrando- se que as colcheias so podem ocorrer no tempo fraco de semini- ma (Exemplo 52a, Exemplo 52b).”° A resolugao da dissonancia 6 sempre no terceiro tempo de seminima; Exemplo 52a Exemplo 52b we correts incorreto IS ( = Lytle, 1940, p. 89. O mais comum no século XVI era 0 uso da suspenséo na cadéncia final. REM CF. sv Digitalizado com CamScanner b) pode-se ornamentar a cadéncia usando-se duas seminimas. Nes- te caso, uma seminima é inserida uma terga abaixo da dissonan- cia na suspensao, antes de sua resolugao, formando uma conso- nancia com a outra voz, seguida depois pela resolugaéo da sus- pensao (Exemplo 52c). Observagao: O uso de duas seminimas neste Ultimo caso sé é possivel quando o GF esta na voz inferior, caso contrario, a segunda seminima for- mara uma dissonancia com a outra voz. Exemplo 52¢ ‘ ( [i Antecipagao: é uma seminima dissonante no tempo fraco (de semi- nima) que antecipa a mesma nota no préximo tempo forte na cadén- cia final. Quando o CF contém a sensivel, a antecipacdo é introduzi- da por grau conjunto descendente (Exemplo 53a). Quando a sensivel estiver na voz do contraponto, é introduzida por grau conjunto ascen- dente (Exemplo 53b). REM CF. Exemplo 53a Exemplo 53b A NP A FaM CF. sensivel Lam [) Adistancia entre quintas e oitavas segue as regras de cada espécie conforme o seu valor ritmico. Em geral, contam-se quatro tempos de seminima entre elas. As excegdes também seguem as regras de cada espécie. Observagao: Dentro do mesmo compasso, 0 intervalo de quinta ou oitava pode ser repetido sem ser considerado uma quinta ou oitava paralela, uma vez que S6 ocorre movimento obliquo em relagdo a outra voz. 58 Digitalizado com CamScanner Os ritmos usados nesta espécie estao representados no Exemplo 54. Exemplo 54 f & Antes de seguir para o contraponto livre, teste seus conhecimentos de quinta espécie: procure os erros nos seguintes exercicios. 1) Encontre sete erros no exemplo abaixo: Gr 6 43/358 3/6 3 |2 343/8 FaM ° 2) Encontre cinco erros no exemplo a seguir: CF. 8 |6 54/3234/3 6 |5678 |765 RéM 59 Digitalizado com CamScanner Respostas: Os erros cometidos no primeiro exercicio sao: (a) c. 2: a suspensao 6 7-8, portanto, resolve para uma consonancia perfeita (deveria ser para uma imperteita: 7-6); (b) c. 4: dissonancia no primeiro tempo; (c) c. 4: a mimina deveria ser ligada ao proximo ‘compasso, uma vez que antes desta existem duas seminimas isoladas entre valores maiores; (d) c. 5: apés a minima pontuada deve ocorrer grau conjunto; (e) c. 5: a primeira colcheia forma uma dissondncia, a qual ndo ocorre por grau_conjunto (vem precedida por salto); (f) c. 6: trés saltos seguidos na mesma diregao em terceira espécie; (g) c. 8: os valores ritmicos estao incorretos: a primeira nota deve ser uma seminima ligada, seguida de duas colcheias e uma minima. Os erros cometidos no segundo exercicio s4o: (a) c. 2-3: ndo pode haver repeti¢ao de nota (“la”); (b) c. 4-5: em 2# espécie, ndo pode haver dois saltos grandes na mesma diregao (Salto de 5° seguido de salto de 3%); (c) c. 5: quinta oculta no primeiro tempo; (d) c. 6: a resolugdo da suspengao ocorre no terceiro tempo (deveria ocorrer no 2° tempo), portanto, a primeira nota do compasso deve ser uma minima, seguida de duas seminimas; (e) c. 8: os valores ritmicos estao incorretos: as primeiras duas notas devem ‘ser seminimas, seguidas de uma minima. Utilizando-se o conhecimento adquirido através dos exercicios de quinta espécie é possivel compor contraponto livre a duas vozes simples- mente movimentando-se a voz do cantus firmus. Veja 0 exemplo a seguir de quinta espécie: Exemplo 55a REM CF. 60 Digitalizado com CamScanner : Agora Movimente a voz do CF precisam ser independentes entre cada voz, evitando o cruzamento de (voz inferior), lembrando que as vozes Si, portanto, use ritmos diferentes em vozes. Exemplo 55b 33.86 5/3 2835 ]4 5433 NP O aspecto harménico torna-se importante e deve ser analisado na medida em que as duas vozes vao se tornando independentes. Seguem outros exemplos de quinta espécie transformada em contraponto livre. Exemplo 56 a — Quinta espécie NP NP NP NPS. s ( 3.2 [6 34|o78 6/3456 |7 Exemplo 56b — Contraponto livre a partir da voz em quinta espécie do Exemplo 56a MibM — GF. NP___NP. BLS { 3 |3668)/6 3566738 [34534 /3 286 ( peo 61 Digitalizado com CamScanner Exemplo 57a - Quinta espécie NP NP NPNP NP NP NP A ( = =e ’ Baa|3as3|6 3 loraz|o 7 [6534 |s786/6 718 Dem CR Exemplo 57b — Contraponto livre a partir da voz em quinta espécie do Exemplo 57a NP NP NP NP A 833|3438/6736]6734|63876/6 5365 l673816 7\8 NP Exemplo 58a — Quinta espécie NP NP NP_ NP ONP_ OBI NP ct NP, 78/3287 |3 287 As notas circuladas do Exemplo 58a foram escolhidas para servir de CF para o Exemplo 58b. 62 Digitalizado com CamScanner Exemplo 58b — Quinta espécie ( 876/16 7876/3 é 7 [345 43]3 A partir do Exemplo 58b é possivel movimentar a voz superior para transforma-la em contraponto livre (Exemplo 58c). Exemplo 58¢ — Contraponto livre a partir da quinta espécie do Exemplo 58b N ES T 6 734|6 766 [34533 /3 3 =) 8756/6 76 33/3 28 6 NP NP emplo 58a, foi acrescentada uma ili -se a voz superior do Ex le ae a i mplo 58d), demonstrando como um simples voz em contraponto livre (Exet 8 strar exemplo de quinta espécie pode servir para a criagao de varios exemplos de contraponto livre. 63 Digitalizado com CamScanner Exemplo 58d - Contraponto livre a partir da quinta espécie do Exemplo 58a NP NP BL NP NP. NP. { ; los BL NP 64 Digitalizado com CamScanner

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