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40 Envoltérios do Sistema Nervoso Central, Circulagdo Cerebral e Liquido Cerebrospinal pequenas projecdes constituindo as granulagdes aracnoideas que penetram no interior dos seios da dura-méter e sdo mais abundantes proximas ao seio sagital superior. Nesse local, o LCE € absorvido através das granulacées aracnoideas para a corrente sanguinea (Prancha 13) Pia-mater Euma membrana muito vascularizada e encontra- -se aderente ao tecido nervoso, acompanhando os sulcos presentes no encéfalo e na medula espinal. No entanto, a pia-méter ndo esté em contato com neurénios, pois células gliais (astrécitos) formam uma barreira localizada na face interna da pia-mater. Entre a pia-miter e a aracnoide- -miter hd um espago denominado subaracnoideo, que, em alguns locais, esté aumentado, formando as cisternas subaracnoideas. A cisterna subarac- noidea lombar tem importincia clinica, porque representa usual local para coleta de LCE. Processos inflamatérios das meninges podem ser causados por bactérias, fungos ou virus e so chamados de meningite. Ocorre hipertensao intra- craniana que se manifesta com dores de cabeca intensa, rigidez da nuca (hipertonia muscular), vomito em jato (em consequéncia da compressio do centro do vomito). A progressiio do quadro acarreta compressao do SNC como um todo, in- terferindo no centro da respiragiio, podendo resul- tar em parada respiratéria e morte. PRODUCAO E ABSORCAO DO LiQUIDO CEREBROSPINAL O LCE ¢ secretado pelo epitélio ependimério, principalmente nos plexos corioideos dos venti culos enceféllicos, e uma pequena parte se forma a partir do epéndima das paredes ventriculares € dos vasos da leptomeninge (Prancha 13). E um liquido que preenche o espago subaracnoi- deo envolvendo todo 0 SNC, contém grande quantidade de agua e pequenas quantidades de proteinas, potassio, glicose e cloreto de s6dio, raras células descamadas e 2 a 5 linfécitos/mL. Desempenha as seguintes fungSes: protegio mecénica, por funcionar como colchiio de égua ao redor do SNC, 0 que suaviza intensamente Possiveis impactos contra o tecido 6sseo que protege o SNC; regulacao quimica, por funcionar como meio lfquido para eliminagio de detritos € também porque a elevagao da concentragio de diéxido de carbono (CO,) no LCE, que banha o tronco encefélico, estimula 0 centro respirat6rio; fornece nutrientes para 0 tecido nervoso adjacente aos ventriculos e protege de infecgdes, uma vez que possui anticorpos e células de defesa, principalmente linfécitos. A produgdo do LCE é lenta e continua. O LCE produzido nos plexos corioideos presentes nos ventriculos laterais passa pelos forames in- terventriculares indo para o terceiro ventriculo, onde se soma ao LCE ali produzido; a seguir, é conduzido pelo aqueduto do mesencéfalo até o IV ventriculo, onde também é produzido LCE. Entdo, parte do LCE circula pelo canal central da medula espinal e parte atravessa as aberturas medianas ¢ laterais do IV ventriculo, entrando no espaco subaracnoideo, por onde circula, sendo reabsorvido e langado no sangue venoso, em particular, pelas granulagdes aracnoideas que se projetam no interior dos seios da dura-méter. Ha granulagées aracnoideas principalmente na regidio do scio sagital e nos locais de saida dos nervos espinais, Embora seja produzido nos quatro ventriculos, a maior parte é proveniente dos ventriculos late- rais. Em geral, o LCE é reabsorvido na mesma proporcdo em que € formado, de modo que o volume total é reposto varias vezes por dia. Como as velocidades de formagao e de reabsorgao so iguais, a pressio do LCE normalmente é cons- tante; no obstante, quando isso no ocorre, quer seja por alteragdes nas granulagées aracnoideas, ou por obstrugao dos espagos interventriculares, hé aumento exagerado do LCE no espago suba- racnoide ¢ nos ventriculos encefillicos, ocasio- nando o quadro conhecido como hidrocefalia. O actimulo de liquido comprime o tecido nervoso adjacente de encontro ao criinio e pode acarretar sérios prejuizos as fungdes cerebrais. Tal qua- dro pode ser congénito ou adquirido. Uma das formas adquiridas mais frequentes tem como causa a neurocisticercose. VASCULARIZACAO CEREBRAL As células nervosas so estruturas nobres, alta- mente especializadas e, na maioria das vezes, incapazes de originar novas células. Elas exigem suprimento permanente e elevada quantidade de glicose e oxigénio (O,) para o seu metabolismo. No adulto, o encéfalo representa 2% do peso total do corpo, porém consome cerca de 20% do oxigénio e da glicose usados nas condigdes de repouso. A diminuigdo na concentragao de glicose e oxigénio no sangue circulante ou a SOSH 1YCL-SR-RLS Envoltérios do Sistema Nervoso Central, Circulagdo Cerebral e Liquido Cerebrospinal 41 suspensiio do fluxo sanguineo para o encéfalo no € tolerado além de perfodo muito curto. No ser humano, se 0 fluxo sanguineo para o encéfalo for interrompido bruscamente, 0 individuo perde a consciéncia depois de 6 ou 7s. Apés cerca de ‘Smin, comegam a aparecer leses irreversiveis. (0 fluxo sanguineo é maior na substncia cin- zenta do que na branca, o que esté relacionado ao fato de que nas éreas cinzentas hd maior atividade metabélica, pois nesse local estéo concentrados ‘es corpos neuronais ¢ os dendritos, sendo, por- tanto, um local rico em sinapse. Além disso, 0 Siuxo sanguineo nao é estético, depende do estado funcional do individuo, sono ou vigilia, e, até ‘mesmo, se esti realizando alguma atividade. Por exemplo, quando o individuo est4 falando, hé maior fluxo sanguineo nas regides do giro fron- tal inferior e regido inferior do giro pré-central, eas importantes para a motricidade da fala; todavia, se o individuo estiver apenas lendo um texto, esse fluxo seré maior na regidio occipital. De forma geral, os vasos sanguineos sao clas: ficados em artérias, veias e capilares. As artér ‘originam-se no coragio e as veias nos tecidos. ‘As artérias podem ser divididas em grande, mé- io e pequeno calibre, assim como as veias. A parede das artérias e das veias é constituida de tes ttinicas principais e os capilares de apenas ‘ema camada de células endoteliais. As artéi ‘sa maioria das vezes, transportam sangue rico em ‘xigénio para os tecidos e, a medida que se afas- tam do coraco, gradativamente vao diminuindo seu calibre e modificando a arquitetura de sua parede, até tornarem-se tao finas que recebem o ‘some de capilares. Os capilares esto proximos 4s células e realizam as trocas metablicas. O O, passa das artérias para os capilares e destes para as células, e CO, passa das células para os capilares e destes para as vénulas. As vénulas formario as veias de pequeno calibre, que, por ssua vez, se unirdo para formar as veias de médio calibre e, em seguida, de grande calibre, que finalmente chegarao ao coracao. Vascularizacao Arterial © encéfalo ¢ irrigado pelos vasos que tém origem nas artérias vertebrais ¢ nas carétidas fnternas. Essas artérias apresentam anastomoses ‘na base do encéfalo (Prancha 14) Artéria Carotida Interna Supre principalmente o cérebro, mas também regides externas do crinio. Tem origem na bi: furcagio da artéria carétida comum, na regitio lateral do pescoco; com trajeto ascendente pelo pescoco, entra na cavidade craniana pelo canal carético, atravessa o seio cavernoso, onde descre- ve duas curvas (S), 0 sifaio carético. E dividida em quatro partes: cervical, petrosa, cavernosa € cerebral. A parte cervical néio emite nenhum ramo. As partes petrosa e cavernosa exercem papel importante no suprimento das estruturas extracranianas. Essas duas partes dio origem a pequenos ramos responsaveis pelo suprimento sanguineo local e, muitas vezes, so nomeados de acordo com sua rea de suprimento. Os ramos terminais das artérias cardtidas internas siio as artérias cerebrais anterior e média. Artérias Vertebrais Iniciam-se na regio inferior do pescogo como 0 primeiros ramos da primeira parte das arté- rias subclavias. Elas tém trajeto ascendente no interior dos forames transversos das vértebras cervicais, Perfuram a dura-mater e a aracnoide- -mater, penetrando no cranio pelo forame magno. ‘As artérias vertebrais dao origem as artérias espinal posterior, & artéria espinal anterior ¢ & artéria cerebelar inferior posterior. As artérias vertebrais se unem na margem inferior da ponte (em nivel do sulco bulbo pontino) para formar a artéria basilar. Esta percorre o sulco basilar da ponte ¢ termina dividindo-se em duas artérias cerebrais posteriores. Nese trajeto, a arte basilar emite os seguintes ramos no sentido inferior para superior: artéria cerebelar inferior anterior, artérias da ponte, artéria do labirinto ¢ artéria cerebelar superior. Artérias Cerebrais * Artéria cerebral anterior: ramo da arté- ria carétida interna, dirige-se anterior ¢ superiormente na fissura longitudinal do cérebro, ramifica-se na face medial do he- misfério cerebral, desde 0 polo frontal até 0 sulco parieto-occipital. Supre a maior parte das faces medial e superior do cérebro e 0 polo frontal, éreas corticais relacionadas & motricidade e & sensibilidade. As artérias ce- rebrais direita e esquerda comunicam-se entre por meio da artéria comunicante anterior. + Artéria cerebral média: a maior artéria cerebral, ramo da artéria carétida interna, percorre o sulco lateral em toda a sua ex- 42 Envoltérios do Sistema Nervoso Central, Circulagdo Cerebral e Liquido Cerebrospinal tensio e irriga as formagGes telencefillicas e diencefélicas profundas, praticamente todo © c6rtex e substincia branca relacionada da face lateral do hemisfério cerebral. Em suma, irriga areas corticais relacionadas & motricidade, a sensibilidade e A audigao, a cpsula interna, 0 corpo estriado ¢ o télamo. * Artérias cerebrais posteriores: direita e esquerda sio resultantes da bifurcago da ar- téria basilar. Percorrem a face infero-medial de cada hemisfério cerebral e terminam no lobo occipital. Suprem a face inferior do cérebro € 0 polo occipital, portanto, areas corticais relacionadas ao olfato e a Vi Vias Anastométicas As artérias do cérebro sao artérias terminais cuja obstrucao provoca isquemia. Contudo, ha um dispositivo arterial que permite adaptacdo circulatéria gragas as vias anastométicas. Sao trés as vias principais: * Circulo arterial do cérebro (poligono de Willis): € uma anastomose poligonal localizada na base do encéfalo. E composta pelas artérias cerebrais anteriores direita e esquerda e unida pela artéria comunicante anterior. As artérias comunicantes posteriores unem as artérias cartidas internas direita e esquerda as artérias cerebrais posteriores direita e es- querda. Assim, o circulo arterial do cérebro oferece passagem & circulago de um lado a outro, permitindo aos sistemas carotideos e vertebrobasilar formar uma anastomose, * Anastomoses entre as artérias carotidas interna e externa: hé um sistema de anas- tomose que une a artéria oftilmica, ramo da artéria carétida interna aos ramos da artéria maxilar e, sobretudo, facial e angular, ramos da artéria carétida externa. * Anastomoses na superficie dos hemisférios: na convexidade do oérehro, os diferentes terrt6rios arteriais esto ligados por anastomoses e sua mportancia varia de um individuo a outro. Um dos transtornos frequentes que acomete 0 sistema nervoso € 0 acidente vascular encefilico (AVE), denominado derrame no senso comum. AVE pode ser de dois tipos: isquémico, quando. hé formagio de codgulo numa regidio arterial que provoca a diminuicdo do fluxo sanguineo € da oxigenaco da érea que seria irrigada por essa artéria; e hemorrdgico, quando ha rom- pimento da artéria provocando hemorragia do sangue no local. Individuos com hipertensio arterial correm mais riscos de desenvolver AVE, sendo 0 ambiente estressante um dos fatores responsdveis por esse tipo de transtorno. Vascularizagao Venosa As veias do encéfalo no acompanham as artérias, sendo maiores mais calibrosas do que elas. Drenam para os seios venosos da dura-mater. Esses sfio espacos revestidos por endotélio entre as camadas periostal externa e meningea interna da dura-mater e, por fim, levam as veias jugu- lares internas. Os seios da dura-méter ligam-se também as veias extracranianas por meio de pequenas veias emissérias que passam através de forames no cranio (Prancha 15). As veias do cérebro esto distribuidas em dois sistemas: sistema venoso superficial ¢ sistema venoso profundo. O primeiro é constituido por veias que drenam o cértex cerebral e a substancia branca a ele relacionada, anastomosam-se am- plamente na superficie do cérebro e desembocam nos seios da dura-mater. O segundo é formado por veias que drenam regides localizadas pro- 3 fundamente no cérebro, como: corpo estriado, cépsula interna, diencéfalo e grande parte do centro branco medular do cérebro. A principal veia € a veia cerebral magna (de Galeno). Os seios da dura-mater estao distribuidos, em especial, ao longo das pregas da dura-mater, localizados na absbada e na base do cranio internamente. Os seios venosos da dura-mater localizados na absbada incluem: sagital supe- rior, sagital inferior, reto, transverso, sigmoideo € occipital, além da confluéncia dos seios. Jé 08 seios da base incluem: cavernosos, (inter- cavernosos), esfenoparietal, petroso superior, petroso inferior e plexo basilar. * Seio sagital superior: é impar, mediano e localiza-se na margem superior da foice do cérebro. Drena para a confluéncia dos seios € recebe as veias cerebrais da superficie do cérebro, as veias diploicas e emissérias. * Seio sagital inferior: & impar e esta lo- calizado na margem inferior da foice do cérebro, terminando posteriormente no seio reto. Recebe algumas veias cerebrais € veias da foice do cérebro. s 8-058-19L-S8-816 Envoltérios do Sistema Nervoso Central, Circulagdo Cerebral e Liquido Cerebrospinal 43, * Seio reto: é impar; esté presente na jungio da foice do cérebro e do tent6rio do cer belo e recebe o seio sagital inferior, a veia cerebral magna, as veias cerebrais da parte posterior dos hemisférios cerebrais e as veias cerebelares superiores * Seio transverso: corresponde a dois; esto localizados horizontalmente a partir da con- fluéncia dos seios, ao longo do tentério do cerebelo até a parte petrosa do osso temporal A partir desse ponto é denominado seio sig- moideo. Recebe sangue da confluéncia dos seios, do seio petroso superior, das veias das partes inferiores dos hemisférios cerebrais e do cerebelo ¢ das veias emissarias. * Seio sigmoideo: corresponde a dois, sendo continuagao do seio transverso. Drena quase todo o sangue venoso da cavidade cranianae termina diretamente na veia jugular interna. * Seio occipital: esta presente na margem da foice do cerebelo e comunica-se infe- riormente com o plexo vertebral interno. * Confluéncia dos seios: é formada pela con- fluéncia dos seios sagital superior, reto e ‘occipital e pelo inicio dos seios transversos direito e esquerdo. * Seio cavernoso: corresponde a dois; locali- zam-se a cada lado da sela turca do 0ss0 esfenoide. Sio de grande importancia clinica em razio de suas conexdes ¢ estruturas rela- cionadas. As estruturas adjacentes aos seios cavernosos direito e esquerdo sao: artéria carétida interna, nervo abducente, nervo ‘oculomotor, nervo troclear, nervo oftilmico e nervo maxilar (divisOes do trigémeo). O seio cavernoso recebe sangue de algumas veias do cérebro, das veias oftilmicas superiores central da retina, além das veias emissérias provenientes do plexo pterigoideo localizado na fossa infratemporal. Infeogdes extracrania- nas podem se propagar para 0 seio cavernoso, em virtude das comunicagdes que existem entre as veias oftélmicas tributérias do seio ‘cayernoso e a veia angular, que drena a regidio nasal, e as veias emissérias provenientes do plexo pterigoideo, que drena a maior parte das. cavidades nasal e oral. Unindo os dois seios ‘cavemnosos esto os seios intercavernosos. + Seio esfenoparietal: corresponde a dois, estio localizados junto a superficie inferior da asa menor do esfenoide e terminam drenando para 0 seio cavernoso. + Seio petroso superior: corresponde a dois e estio localizados ao longo do tent6rio do cerebelo, na porcdo petrosa do osso tem- poral. Comega na extremidade posterior do seio cavernoso ¢ liga-se ao seio transverso. * Seio petroso inferior: corresponde a dois, estdo localizados em um sulco entre a parte petrosa do osso temporal e a parte basilar do osso occipital. Estende-se do seio cavernoso até a veia jugular interna. + Plexo basilar: localizado no clivo, poste- rior & sela turca do osso esfenoide. Liga 68 seios petrosos inferiores entre sie a0 plexo vertebral de veias. BARREIRA HEMATOENCEFALICA A barreira hematoencefiilica (BHE) constitui um dos principais dispositivos que dificultam a troca de substancias do sangue para o tecido nervoso. O termo j4 consagrado sugere que esté presente apenas no encéfalo, no entanto, ela também existe na medula espinal, cuja terminologia adequada poderia ser “barreira hematoencefalospinal” (Prancha 15). No SNC, a passagem de drogas através dos capilares € mais dificil em decorréncia da BHE, um conjunto complexo de estruturas biol6gicas que promove a defesa do SNC, protegendo-o de possiveis substincias téxicas. E considera- da semipermedvel, pois permite que algumas substncias atravessem os vasos ¢ outras no. ‘Na maior parte do SNC, as paredes da célula endotelial estdo justapostas ¢ formam jungdes estreitas que dificultam a passagem de algumas moléculas. Além disso, os capilares sao cercados por pericitos (tipo celular de morfologia seme- Ihante & célula muscular lisa), por uma espécie de membrana basal produzida pelos pericitos e pelos processos podais dos astrécitos (célula da glia). Estes dltimos cobrem 80% dos capilares ¢ atuam na manutengdo das jungdes endoteliais. Todas essas estruturas formam um caminho transmembrana que seleciona quais moléculas conseguem atravessar do compartimento san- guineo para o intersticial do tecido nervoso. A esse conjunto dé-se o nome de BHE. Pode-se considerar que hé quatro formas atra- vessarem a BHE: na difusao, as substancias que sto capazes de se dissolverem nos lipideos da ‘membrana plasmatica, como O, ¢ CO,, diazepam, nicotina, etanol, heroina; na difusdo facilitada, as substancias transportadas séo mediadas por receptores ¢ a favor do gradiente quimico, como a glicose; no transporte por canais iénicos, 44 — Envoltérios do Sistema Nervoso Central, Circulacdo Cerebral e Liquido Cerebrospinal presentes na membrana plasmética, hd passagem de determinados fons, como Na’ ¢ K*; e, no transporte ativo, as substancias atravessam de um compartimento a outro contra seu gradiente quimico de concentracdo. E 0 caso de determi- nados aminodcidos como a glicina e a alanina. Dessa forma, pode-se concluir que as funcdes da BHE sdo: manter 0 espago intersticial de tecido nervoso num ambiente quimico ade- quado, protegendo-o de alguns horménios. Neurotransmissores € outras substancias que possam estar circulando pelo sangue, como 2 adrenalina, que ¢ lancada em grandes quantida- des na circulagao sanguinea em determinadas ituagdes estressantes; manter um equilibric idnico no espaco intersticial do tecido nervoso, pois a atividade elétrica dos neurdnios depende de certas concentragdes extracelulares de fons: proteger o SNC de substancias estranhas como bactérias que possam estar no sangue; promover a safda de substancias que se acumulam no SNC e poderiam ter efeito neurot6xico; metabolizar aminas, promovendo a sua inativago, para que no penetrem no tecido nervoso e interfiram no seu equilibrio bioquimico. Algumas regides do encéfalo nao apresen- tam a BHE tio eficiente; sdo regides cerebrais desprovidas de jungées estreitas e pode ser encontrada na regio hip6fise-hipotalamica, na regido posterior do tronco encefilico (permite que substincias t6xicas no sangue causem resposta sob a forma de vomito), na gldndula pineal (permite que os horménios a alcancem e modulem os ciclos vigilia-sono que essa estrutura controla) ¢ nos plexos corioides. Sio dreas de fungdo endécrina ou secrecdo e parece razoavel que nesses Grgios nao exista dificuldade para a troca de substancias entre 0 sangue e 0 tecido nervoso. A BHE também € uma estrutura frégil, po- dendo ser rompida em certas ituagdes, como: na hipertenso; em casos de hiperosmolaridade; por exposi¢do a determinadas radiagSes; por agentes infecciosos; trauma, isquemia, inflama- Go e por lesdes cerebrais. Nos recém-nascidos seu desenvolvimento ainda nao est4 completo. ‘Quadro 3.1 ~ Funcdes mentais e metabolismo neuronal consumir oxigénio e glicose ‘compromete tais ‘Cada vez que analisamos uma sensacao, que dirigimos nossa atencao a um objetivo especifico, cada vez que pensamos ou sonhamos, nossos neurénios comunicamse entre si por meio de impulsos nervosos, © que implica Para realizarmos a respiracio celular obtendo a energia necesséria as nossas atividades fiscas e mentai, precisamos ‘contar, em principio, com a atuacdo de trés sistemas: 0 digestorio, que realiza as diversas transformacées dos alimentos, dentre elas a producdo de glicose e sua absorcao lancando no interior dos vasos sanguineos; 0 respiratério, que realiza 0 processo de trocas gasosas entre o sangue € 0 ar; € 0 circulatorio, que leva o oxigénio absorvido nos pulmdes e a glicose absorvida no Intestino até cada uma de nossas células Se pensarmos na glicose como fonte de energia para as atvidades fisicas e mentals, entenderemos que sua falta incbes. Dessa forma, alteragbes da absorcao de gli @ no intestino relacionadas a diarreias crOnicas «falta de ingestdo de alimentos ricos em acucar comprometem as respiracOes celulares neuronal e muscular. As doencas respiratorias, por sua vez, comprometem a disponibilidade de oxigénio. Assim, pessoas com crises constantes de asma e bronguite, em especial nas fases agudas, ou outros problemas que experimentam baixa oxigenacdo somada a alteracoes na eliminacao do gas carbénico, além de dificultarem a mobilizaco da atencéo, podem deixar o individuo iritadico A dificuldade em obter-se 0 oxigenio para as células, porém, nao esté necessariamente vinculada a doenca do sistema respiratorio; com grande frequéncia esta associada & desnutricao proteica ou calorica proteica. Os eritrécitos (hemacias) s80 as células sanguineas responsdveis pelo transporte de oxigénio. Essas células vivem em torno de 120 dias, apos esse periodo sao destruidas e devem ser substituidas por novos eritrécitos produzidos pela medula éssea vermelha, Para produzir novas hemécias, a medula 6ssea precisa de proteinas que serdo utilizadas como material plastico na producao das novas células. A fonte de proteinas para o organismo ¢ a alimentacao; neste caso, alimentos como carne, ovo, leite, quejo,felj2o etc. Quando 0s alimentos proteicos e as vitaminas, em especial as do complexo 8, deixam de ser ingeridos em quantidade ideal, a producao de novas células fica comprometida. No caso do sangue, 0 numero de eritrocitos que é destruido supera o numero do que & produzido; consequentemente cai a sua quantidade no sangue causando anemia. Soma-se a is0 0 fato de a deficiéncia de proteinas estar, em geral, associada 2 deficiéncia de ferro e vitaminas. O ferro é indispenséval para combinar com proteinas e formar a hemoglobina, um componente do eritrocito que se liga ao oxigénio para transporté-lo. Desse modo, além de se ter menor quantidade de eritrécitos, as que se t8m s80 menos eficazes no transporte de oxigénio (0s carboidratos so importantes para oferecerem energia para todas as células do corpo, mas os elementos fundamentals para formagao e crescimento de novas céulas e seu funcionamento so protelnas e vitaminas. Elas so fundamentals para 2 producéo de enzimas e de neurotransmissores, elementos essenciais para o processo sinaptico A consequéncia do quadro anteriormente descrito é grande diminuicso na producéo de energia pelas células, com comprometimento no desempenho das atividades fisicas e mentais am en- ais ser na ite em ula em ssa es. De sta CO Dor S-OSR-IYCLSR-BLG Ja = foice do cérebro ‘ib = tentorio do cerebelo ‘c= diafragma da sela -dura-mater espinal _aracnoide-mater pia-mater ‘espaco subaracnoideo (LCE) ‘espaco subdural ‘espaco extradural (epidural) Envoltérios do Sistema Nervoso Central, Circulado Cerebral e Liquido Cerebrospinal Meduia espinal 078-85-7241-8508 Vista / superolatera! | 18 dna Envoltérios do Sistema Nervoso Central, Circulagdo Cerebral ¢ Liquid Cerebrospinal ®rancha 13 - Meninges do sistema nervoso e circulacdo do fiquido cerebrospinal (LCE): 15 1/= dura-mater parte encefalica ta = dura-mater parte espinal 2 = seios da dura-mater 3 = veias cerebrais, =f; 4 = granulac6es aracnoideas 5 = ventriculos laterais 6 = forame interventricular 7 = terceiro ventriculo .queduto do mesencéfalo arto ventriculo 10 = canal central da medula 11 = abertura mediana do ‘quarto ventriculo 12 = plexo corioideo 13 = aracnoide-mater 14 = espaco subaracnoideo (LCE) ‘Secg0 sagital 15 = medula espinal medina e transversal a7 978-85-7241-850-8 978-85-7241-850-8 Prancha 14 - Artérias do ‘encéfalo: basilar = cerebral posterior F =artéria cerebelar su G = artéria cerebelar inferi 3 = artéria vertebral Envolt6rios do Sistema Nervoso Central, Circulagdo Cerebral e Liquido Cerebrospinal 49 Envoltérios do Sistema Nervoso Central, Circulacdo Cerebral e Liquido Cerebrospinal 51 415 ~ Grandes veias da ‘e seios da dura-mater: jugular interna vveia facial 1b = veia retromandibular 1c = veia facial profunda 1d = veia angular 2=Vveia jugular externa +3 = seios da dura-mater 3a = selo sigmoide 3b = confluéncia dos seios sas 3 to sagital superior jo cavernoso lexo pterigoideo 3 3f = pl jira hematoencefalica (BHE): = astrocitos 4a = processo podal dos astrécitos = célula endotelial Capilares do sisterna ‘Retvoso central

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