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Introducao Ao Estudo Do Direito Lara Gera
Introducao Ao Estudo Do Direito Lara Gera
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO
DIREITO
PROF. TEIXEIRA DE SOUSA
Faculdade de Direito de Lisboa
Introdução ao Estudo do Direito - Lara G eraldes @ FDL
1. O DIREITO
- O direito não pretende regular todos os aspectos da vida social: “espaço livre
de direito”. A vida é mais variada e diversificada.
- O direito não é uma realidade imutável e constante, mas sim uma realidade
social e cultural multifacetada.
multifacetada.
+ )ositivismo ormativismo
ormativismo
/ Antipositivismo
Antipositivismo Antinormativismo
Antinormativismo
Deinições de Direito
F'nções do Direito
2
Introdução ao Estudo do Direito - Lara G eraldes @ FDL
1. O DIREITO
- O direito não pretende regular todos os aspectos da vida social: “espaço livre
de direito”. A vida é mais variada e diversificada.
- O direito não é uma realidade imutável e constante, mas sim uma realidade
social e cultural multifacetada.
multifacetada.
+ )ositivismo ormativismo
ormativismo
/ Antipositivismo
Antipositivismo Antinormativismo
Antinormativismo
Deinições de Direito
F'nções do Direito
2
Introdução ao Estudo do Direito - Lara G eraldes @ FDL
(i)ncia do Direito:
Direito: ci1ncia 'ue estuda o direito utili5ando o método #ur$dico.
- O;#ecto: o direito positivo, en'uanto con#unto de regras 'ue vigoram numa
sociedade
- O;#ectivo: solução de casos concretos, determinando o sentido das normas
- 0ra;a
0ra;al(o
l(o de sis
sistem
temati
ati5aç
5ação,
ão, (arm
(armon
oni5a
i5ação
ção e interp
interpret
retaç
ação
ão do ma
mater
terial
ial
normativo
- Ordem orientada para a prática #ur$dica: procura novos conte<dos a aplicar
- *unção cr$tica e de aperfeiçoamento 3incoer1ncias
3incoer1ncias e lacunas4
Teoria do Direito:
Direito: análise do direito positivo vigente en'uanto sistema
3fontes do direito, regras
r egras #ur$dicasF4.
- "istemati5ação normativa
- Harmoni5ação do sistema em termos conceptuais
- efle2ão so;re o direito vigente e as suas estruturas formais
% & Direi
Direito
to S'*+
S'*+ect
ectiv
ivo
o: posi
posiçã
ção
o de vant
vantag
agem
em de um su#esu#eit
ito
o 3tit
3titul
ular
ar4.
4.
"AIBJ definiu o direito su;#ectivo en'uanto um “poder de vontade”. *aculdade
voluntária e livre de impor e defender os interesses do prprio su#eito através de
meios concedidos pela ordem #ur$dica.
Tipos:
Tipos:
- !ire
!ireit
itos
os da pess
pessoa
oa 3dir
3direi
eito
tos,
s, li;e
li;erd
rdad
ades
es e gara
garant
ntia
iass e dire
direit
itos
os de
personalidade4
- !ireitos relativos a situaçCes #ur$dicas 3direitos 8 constituição, modificação
ou e2tinção de situaçCes #ur$dicas - vg direito potestativoK4
- !ireitos relativos a ;ens:
. !ireitos de monoplio: direitos a;solutos, titular usa e dispCe do ;em,
devendo ser respeitado por todos 3e2: direito de propriedade material ou industrial
;ens materiais ou imateriais4
. !ireitos de crédito: claim-rig(ts, direitos 8 reali5ação de uma prestação
por um terceiro
(onte,do:
(onte,do:
- !ireitos patrimoniais 3suscept$veis de avaliação econmica - vg direito de
propriedade4
- !ireitos não patrimoniais
patrimoniais 3vg direitos de personalidade4
Eeitos:
Eeitos:
- !ireitos su;#ectivos stricto sensu 3direitos a e2igir uma prestação a outrem -
vg direito de crédito, correlativos de um dever4
3
Introdução ao Estudo do Direito - Lara G eraldes @ FDL
(rit.rios de divis/o:
divis/o:
+. crité
itério do in
interesse
critérios insustentáveis
insustentáveis
/. crit
critér
ério
io da
da 'ual
'ualid
idad
ade
e dos
dos su#e
su#eit
itos
os
D. crit
critér
ério
io da posi
posiçã
ção
o dos
dos su#e
su#eit
itos
os crit
critér
ério
io adop
adopta
tado
do
!0 crit.rt.rio do
do in
inter
teresse
esse
!ireito p<;lico: satisfação de interesses p<;licos
!ireito privado: satisfação de interesses privados
9r$tica:
- não (á nen(uma lin(a radical de fractura entre o interesse p<;lico e o
interesse privado
%0 crit
crit.r
.rio
io da
da 1'al
1'alid
idad
ade
e dos
dos s'+e
s'+eit
itos
os
!ireito p<;lico: relaçCes em 'ue intervém o %stado ou uma entidade p<;lica
!ireito privado: relaçCes em 'ue interv1m particulares
9r$tica:
- %stado pode utili5ar as mesmas armas do 'ue os particulares
20 crit
crit.r
.rio
io da posi
posiç/
ç/oo dos
dos s'+e
s'+eit
itos
os
!ireito p<;lico: regula as actividades do %stado, dotado de ius imperii
!ireito privado: regula as relaçCes entre su#eitos em posição de paridade
(rit.rio adoptado-
- divis
ivisã
ão não sign ignific
ifica
a con
contrad
radiçã
ição: são ram
ramos ind
indisp
ispens
ensávei
áveiss e
complementares
complementares entre si
%0 ORDE3 NO
NOR3ATI4A
Orde#:
Orde#: comportamento (armonioso dos mem;ros de uma sociedade
Orde#
Orde# t.cnica
t.cnica:: orie
orient
nta
a cond
condut
utas
as (uma
(umana
nass e pret
preten
ende
de alca
alcanç
nçar
ar um
determinado resultado.
- 9arece de componente
componente normativa e de coerci;ilidade
- 9aracteri5a-se por um falso imperativo: ca;e ao (omem alcançar o resultado
ou não
- ormatividade aparente
- Ordem orientada pela conting1ncia
conting1ncia
- a ordem do (omo fa;er, o (omem transformador de matérias-primas da
nature5a
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(oncl's/o:
- Am;as a ordem social e a ordem natural são factos, realidades, em;ora não
e2ista identificação entre uma e outra
(oncl's/o:
- !o ser não se pode dedu5ir um dever ser
- O dever ser não pretende moldar todo o ser
- deologia conservadora: imposição do ser ao dever ser
- deologia utpica: imposição do dever ser ao ser
1. Ordem religiosa
2. Ordem moral
3. Ordem do trato social
4. Ordem #ur$dica
5
Introdução ao Estudo do Direito - Lara G eraldes @ FDL
- Ordem intra-individual
- Ordem imperativa
- a ordem 'ue regula a relação entre o crente e !eus
- #uridicamente relevante 'uando ordena relaçCes entre o crente e terceiros
3ordem inter-individual4
- Ordem meramente instrumental: destina-se a tornar poss$vel a ordem
transcendente
- "anção: espiritual
- Ordem intersu;#ectiva
- Ordem imperativa 3MA0: imperativo categrico4, em;ora nem todas as
regras se#am imperativas 3vg regras permissivas4
- Ordem necessária: evita a anar'uia e o caos e com;ate o despotismo,
esta;elecendo o %stado de !ireito
- Ordem su;sidiária: nem todas as relaçCes sociais devem ser reguladas pelo
direito 3princ$pio do “m$nimo #ur$dico”, limitado 8 protecção dos ;ens #ur$dicos
ec(tsgut4
- Ordem coactiva e coerciva
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Introdução ao Estudo do Direito - Lara G eraldes @ FDL
(oncl's/o:
- O direito não deve contrariar a moral, impondo o 'ue é imoral ou proi;indo o
'ue é moral
- O direito não tem de rece;er toda a moral: princ$pio da necessidade e da
universali5ação
!uas vias:
- O direito pode permitir o 'ue é moral e o 'ue é imoral e o indiv$duo pode
optar pelo seu comportamento
- O direito pode considerar indiferente o 'ue é moral, não tomando 'ual'uer
posição
D. 9ritério do destinatário
E. 9ritério da origem
- 0odas as regras #ur$dicas t1m um conte<do moral, em;ora o inverso não se#a
verificável
- !ireito e moral são c$rculos conc1ntricos
9r$tica:
- A imensa maioria dos preceitos #ur$dicos é moralmente neutra indiferente
- A pretensa coincid1ncia da regra #ur$dica e da regra moral s é verificável
num sector muito restrito 3vg no dom$nio penal4
- A regra moral é incoerc$vel, por'ue ninguém pode impor 'ue o (omem se#a
mel(or
9r$tica:
- Há sectores da ordem #ur$dica 'ue não são dotados de coerci;ilidade
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Introdução ao Estudo do Direito - Lara G eraldes @ FDL
9r$tica:
- en(uma pessoa vive isolada
- A solidariedade é uma virtude moral
9r$tica:
- A ordem moral não é , em parte, criação do su#eito
- O su#eito pode criar o direito através da denominada autonomia negocial ou
contratual 3art0 89<:4
- !istinção r$gida entre o lado interno 3moral4 e o lado e2terno 3direito4 das
condutas (umanas
- O direito não invade o foro $ntimo de cada um, sendo irrelevantes as más
intençCes não tradu5idas em acto nem as motivaçCes 'ue condu5em o su#eito a
o;edecer a regra 3MA0, legalidade4
- A moral preocupa-se somente com a intenção do su#eito e não com a
concreti5ação desta em actos 3MA0, moralidade4
(r7tica:
- o seu radicalismo, o critério da e2terioridade é incorrecto
- O estado an$mico do su#eito nem sempre é irrelevante para o direito
3conduta dolosa ou negligente, dolo voluntário, eventual ou necessárioF, vg art0
%<2: e 8?2:4
- O lado interno é relevante para a medição das penas
- O direito tam;ém valora negativamente a declaração emitida so; coacção
f$sica ou moral 3art0 %<<:4
- 0am;ém a actuação e2terior é moralmente relevante 3“de ;oas intençCes
está o nferno c(eio”4
Apolo5ia:
- A mera intenção, não tradu5ida em actos, carece de relev7ncia #ur$dica
- )ara a moral a intenção é sempre relevante e pode mesmo ser suficiente
- &á a falta de intenção é sempre relevante, mesmo 'ue a conduta este#a de
acordo com a moral
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Introdução ao Estudo do Direito - Lara G eraldes @ FDL
20 A RE@RA 6URDI(A
9onclusão:
- egras #ur$dicas não compCem a ordem #ur$dica, mas são e2pressão dessa
ordem mais vasta
- O espaço da ordem #ur$dica 'ue não deve ser a;rangido por regras #ur$dicas
constitui o “espaço livre de direito” ou a “5ona de meta#uridicidade”.
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!0 O0 AS(ENSÃO:
%0 T0 SOUSA:
- ao contrário de O. A"9%"O, admite a e2ist1ncia de regras individuais e
concretas
O0 AS(ENSÃO:
/./ re#issivas
- o antecedente ou o conse'uente não estão directamente determinados - o
seu sentido completo s se o;tém através do e2ame de outro preceito
/./.+ re5ras de devol'ç/oC art0 !%<:
- não regulam directamente determinada matéria, antes remetem-
nas para uma fonte 'ue contém o regime aplicável 3vg direito
internacional privado4
/././ icções le5aisC art0 %<:"%
- tem de ser com;inada com a primeira regra para se o;ter o
regime aplicável, através do tratamento id1ntico de duas realidades
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O'tras (lassiicações
egras #ur$dicas:
+. de mera valoração
/. de conduta
. preceptivas: impCem uma conduta
. proi;itivas: vedam uma conduta 3vg normas penais4
. permissivas: permitem uma conduta 3vg uso, fruiçãoF4
I#peratividade
(oacç/o
(oerci*ilidade
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Sanções 6'r7dicas
%0 Sanções ne5ativas
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Introdução ao Estudo do Direito - Lara G eraldes @ FDL
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Introdução ao Estudo do Direito - Lara G eraldes @ FDL
• indignidade sucessria
• ini;ição do poder paternal
• desrespeito do pra5o internupcial
. pena disciplinar: suspensão ou demissão de funçCes do transgressor
. pena contra-ordenacional ou coima: montante pecuniário 3vg
estacionamento4
. pena criminal: prisão, coima, prestação de tra;al(os comunitários,
admoestação 3censura oral feita, em audi1ncia, pelo tri;unal4
Ad#issi*ilidade da A'tot'tela
+. %stado de necessidade
/. =eg$tima defesa e direito de resist1ncia
D. Acção directa
3eios de A'tot'tela
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Direitos
!ois su;sistemas:
+. "istema romano-germ7nico
/. "istema anglo-sa2nico
1. Siste#a ro#ano"5er#Jnico
- !erivação do !: lei é fonte de direito por e2cel1ncia
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Introdução ao Estudo do Direito - Lara G eraldes @ FDL
%0 Siste#a an5lo"sa;Bnico
- Origina-se em nglaterra 3common laG4, o direito comum dos povos de
nglaterra
- nvasão dos anglo-sa2Ces e dom$nio pelos normandos
- &urisprud1ncia é a principal fonte de direito: lei é r$gida e tirana
3ar;itrariedade do poder4
- "istema de case laG, casu$stico 3sistema de precedente: critérios de solução
de casos são vinculativos4 - o precedente 3precedent rule4 fi2ado pelos rgãos
#udiciários superiores é vinculativo para os inferiores: terão de decidir os casos
futuros da mesma maneira
- *undamentação costumeira do sistema
- 0end1ncia para a assistematicidade do direito: regras vão sendo e2tra$das
da #urisprud1ncia 8 medida 'ue os casos vão surgindo
- %'uidade: a #ustiça do caso concreto 3e'uitX4 - resolução de casos análogos
da mesma maneira
- "istema anglo-sa2nico não é suscept$vel de recepção, apenas de imposição
+. !outrina
/. &urisprud1ncia
3. 33 %'uidade 44
E. 9ostume 3usos4
S. =ei
Fontes de direito-
"entidos:
técnico-#ur$dico: modos de revelação e formação de regras #ur$dicas
•
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*ontes iuris essendi 3fontes da ess1ncia4: regras 'ue vigoram numa ordem
#ur$dica independentemente do desaparecimento de todas as fontes iuris
cognoscendi.
*ontes iuris cognoscendi 3fontes de con(ecimento4: suporte material da regra,
ve$culos de pu;licitação revelação da regra - fontes de direito no sentido
instrumental.
For#aç/o da lei-
+. proposta
/. votação
D. aprovação
E. promulgação e referendo
Y. pu;licação pu;licitação
3arts !!%:C !!:C !28:C !!: e !?: (RP4
Distinç/o a#*75'a-
1. ontes #ediatas
- influenciam a produção de regras 3doutrina e #urisprud1ncia4
- s são #uridicamente atend$veis 'uando a lei o permita 3usos4
%0 ontes i#ediatas
- são directamente produtoras de regras #ur$dicas 3lei4
- são intrinsecamente fontes de direito, t1m uma valia prpria, per si
3lei e normas corporativas4
!0 Do'trina
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%0 6'rispr'd)ncia
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F'nções da e1'idade:
- integração de lacunas
- correcção da lei
- su;stituição da lei
80 (ost'#e ='sos>
Tipos de cost'#e:
- sec'nd'# le5e#: coincidem lei e costume
- praeter le5e#: costume vai além da lei, sem a contradi5er - tem por
o;#ecto matéria 'ue a lei não regula, integra lacunas
- contra le5e#: costume opCe-se 8 lei - s este tipo é #uridicamente
relevante 3art0 : (RP4
vs. desuso: o animus com 'ue as pessoas não aplicam uma lei é irrelevante,
;asta o facto da não aplicação - desuso é o elemento fáctico do costume contra
legem, pelo 'ue o mero desuso de uma lei não importa a e2tinção desta.
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== Uso >>
0 A Gei
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Gei-
!0 #aterial: critério do conte<do. 3[ lei comum ou não solene, não se
reveste das solenidades prprias da função legislativa4
- 0odo o acto normativo: acto 'ue contém critérios gerais para a solução de
casos concretos 3regras #ur$dicas4
%0 or#al: critério da forma. 3[ lei solene4
- 0odo o acto legislativo: acto 'ue reveste das formas destinadas por
e2cel1ncia ao e2erc$cio da função legislativa do %stado.
- art0 !!%: (RP: leis 3A4, decretos-leis 3Boverno4 e decretos legislativos
regionais 3Assem;leias =egislativas egionais4
9onclusão:
=eis em sentido material e formal: vg lei A 'ue aprova um regulamento de
e2ames
=eis em sentido material: vg portaria 'ue aprova um regulamento de e2ames
=eis em sentido formal: vg != 'ue eleva uma vila 8 condição de cidade
+. !ireito internacional
/. =eis constitucionais
D. =eis da A e decretos-leis do Boverno
E. !ecretos regulamentares e decretos
Y. )ortarias e despac(os
S. egulamentos locais
Acto 6'r7dico
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3K4 Acto #ur$dico stricto sensu: vontade intervém na sua reali5ação, mas não na
produção dos seus efeitos - vg adopção.
3KK4 egcio #ur$dico: acto (umano voluntário na sua reali5ação e na fi2ação
de efeitos - vg contrato.
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%0 An'la*ilidade
" arguida pelos interessados
" pra5o para invocação
- sanável mediante confirmação ou
ratificação
- produ5 efeitos, mas podem ser
destru$dos retroactivamente
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A lei s produ5 efeitos aps a data da sua pu;licação 3no #ornal oficial, !4.
)u;licação: acto indispensável para conferir o;rigatoriedade 8 lei, tornando
poss$vel o con(ecimento desta por todos 3ou pelos serviços4.
art0 :: ignor7ncia da lei é #uridicamente irrelevante
art0 <:: deve ser o;#ecto de interpretação restritiva - o legislador não 'uis
referir todas as leis, mas s a'uelas 'ue devam ser pu;licadas no !
- #á os regulamentos comunitários caracteri5am-se pela aplica;ilidade directa
nos %stados mem;ros, independentemente de pu;licação
=ei U \S de + *evereiro
I:
\:\\ S *evereiro - - continente 3vacatio entre / e Y *evereiro, =A ainda vigora4
\:\\ +S *evereiro - - regiCes autnomas
-- distri;uição: Y *evereiro
I:
\:\\ +\ *evereiro - - continente
art0 %: não pode ser aplicado con#untamente com a lei 8$? 3pra5os
gerais4. " intervém em caso de d<vida na contagem de pra5os especiais ad-(oc.
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e2:
=ei U D\ &aneiro - - +\ meses. I: \:\\ + !e5em;ro 3por'ue não e2iste D+
ovem;ro4
=ei U D\ &aneiro - - + ano. I: \:\\ D+ &aneiro ano seguinte
=ei U D &aneiro - - D meses. I: \:\\ E A;ril
=ei U D\ &aneiro - - + m1s. I: \:\\ + 6arço
0. "O>"A: impedimento 8 vig1ncia de uma lei não é revogação, por'ue essa
lei não se encontrava #á em vigor. 9essação de vig1ncia pressupCe entrada em
vigor.
evogação:
+. total a;-rogação: revoga o diploma na sua totalidade.
- compat$vel com a revogação glo;al
/. parcial derrogação: atinge a lei parcialmente.
K classificação meramente doutrinária, com pouca utilidadeK
evogação:
+. glo;al: de um instituto ou ramo do direito.
- legislador su;stitui todo o material normativo 3vg revogação entre cdigos4
/. individuali5ada
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não repristinação
9onclusão:
- %stas regras #ur$dicas não são gerais, especiais ou e2cepcionais por si, mas
somente no confronto com outra norma.
- egra especial e regra e2cepcional são dotadas de generalidade mas não
são regras gerais - - O. A"9%"O: generalidade é um conceito gradativo, pelo 'ue
o universo de aplicação da lei geral é mais amplo do 'ue nas restantes leis.
e2:
=ei +- ;i;lioteca é de acesso livre, das Z( 8s +D(
K geral, por comparação com a lei / e a lei D
=ei / - investigadores t1m acesso 8 ;i;lioteca depois das +D(
K especial, por comparação com a lei +
=ei D - acesso vedado aos utentes com atraso da devolução de livros
K e2cepcional, por comparação com a lei +
revoga
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epercussão da = so;re:
+. factos - instant7neos
- continuados duradouros
/. situaçCes #ur$dicas - prolongam-se en'uanto não se e2tinguirem os
efeitos
Direito TransitBrio
Direito transitBrio:
+. or#al
- o legislador escol(e entre a =A e a = 'ual deve regular a'uela situação -
remissão
/. #aterial
- 8 situação é criada uma disciplina prpria, não coincidente com a =A ou a =
9onclusão:
- 9ompete ao legislador a opção por um direito transitrio material ou formal.
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@ra's de Retroactividade
+. e2trema
/. 'uase e2trema
D. agravada
E. ordinária
O Arti5o !%:
n:!-
! p
- princ$pio da não retroactividade
- princ$pio muito geral: princ$pio geral de direito e não critério
espec$fico do direito civil
- em toda a = está impl$cito um “de ora avante”
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% p
- e2cepção ao princ$pio geral: lei retroactiva
- princ$pio da não retroactividade não tem carácter a;soluto
- legislador prefere a aplicação retroactiva 8 aplicação
imediata
- =, 'uando retroactiva, atinge os efeitos ainda não
completamente encerrados
- caso o legislador nada diga, a eficácia retroactiva é redu5ida
mediante a presunção de 'ue ficam ressalvados os efeitos #á
produ5idos 3retroactividade ordinária4
- princ$pio do respeito pelo passado
n:%
" concreti5açCes do princ$pio geral
! p
- condiçCes de validade
- su;stancial 3capacidade, legitimidade, menoridade, licenças,
pareceres4
- formal 3escritura p<;lica4
- efeitos, como e2pressão de uma valoração nova concepção -
o conte<do do direito está em parte dominado pelo facto 'ue l(e deu
origem 3delimitação da responsa;ilidade civil, casamento
catlico e civil, divrcio4
- “em caso de d<vida”: 'uando a lei nada determina
- = s se aplica aos factos novos: depois do I da =
- aplicação pura da teoria do facto passado
% p
- conte<do de relaçCes #ur$dicas #á constitu$das, sem valoração
3scios ou accionistas, arrendamento, casamento, filiação,
renovação e confirmação de contratos4
- “entender-se-á”: 'uando a lei nada determina
- = regula, a partir do seu I, as relaçCes #á constitu$das mas
su;sistentes ou em curso 8 data do seu I
- = atende directamente 8 situação, independentemente do
facto 'ue a originou, sem valoração
- segundo a teoria do facto passado, a = age retroactivamente:
mas introdu5 uma limitação a essa teoria - = não é retroactiva
por'ue se aplica 8s relaçCes #ur$dicas 'ue su;sistam, mas apenas a
partir do seu I, e a todos os factos novos
(oncl's/o-
-
• estados pessoais: aplica-se a =, imediatamente
-
• estatuto do contrato: aplica-se a lei vigente ao tempo da conclusão do
contrato - a = é revogada mas considera-se incorporada no contrato
3so;revig1ncia da =A, até 8 e2tinção do contrato, fenmeno inverso
ao da retroactividade4 - respeito pelo princ$pio da autonomia privada
-
• estatuto real: conte<do do direito fica su;metido 8 =, imediatamente
-
• estatuto sucessrio: regulado pela lei vigente ao tempo da a;ertura da
sucessão, 'uando 8 forma e validade
30
Introdução ao Estudo do Direito - Lara G eraldes @ FDL
Y. "e a = não for retroactiva, aplica-se o princ$pio geral e o art0 !%:"%C ! o'
%p.
31
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Ele#entos da interpretaç/o:
art0:: princ$pios aplicáveis, directamente ou por analogia, a todas as
categorias de fontes 3leis materiais, #urisprud1ncia com força o;rigatria geralF4
+. elemento literal
/. elementos lgicos: a4 - elemento sistemático
;4 - elemento (istrico
c4 - elemento teleolgico
d4 - - - ratio legis
32
Introdução ao Estudo do Direito - Lara G eraldes @ FDL
- 'uerelas doutrinárias:
coincid1ncia tendencial
Ele#entos lB5icos:
33
Introdução ao Estudo do Direito - Lara G eraldes @ FDL
*> " ele#ento istBrico: as “circunst7ncias em 'ue a lei foi ela;orada” 3art0
:"!4
. precedentes normativos
- precedentes (istricos
- precedentes comparativos
. tra;al(os preparatrios
. occasio legis
9onclusão:
- !a con#ugação de todos estes elementos resulta o sentido, o esp$rito ou a
ra5ão da lei:
34
Introdução ao Estudo do Direito - Lara G eraldes @ FDL
esultados da interpretação:
+. declarativa
/. e2tensiva
D. restritiva
E. correctiva
Y. a;-rogante
9onclusão:
- !eve manipular-se intelectualmente a letra para se o;ter o sentido -
restringindo ou ampliando a letra.
35
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9onclusão:
- ão e2iste interpretação a;-rogante se (ouver revogação
- 9ritérios de preval1ncia:
. lei posterior prevalece so;re lei anterior 3critério cronolgico4
. lei especial derroga a lei geral
/. tipo de interpretação]
D. elementos utili5ados]
Interpretaç/o En'nciativa
A regra está impl$cita nas fontes, en'uanto 'ue, a interpretação stricto sensu,
a regra está e2pressa nas fontes.
9onclusão:
- A admissi;ilidade da interpretação enunciativa é contestável - em todos os
argumentos encontra-se impl$cita uma valoração
Inte5raç/o de Gac'nas
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art0 ?:"%: proi;ição do non li'uet - o #ui5 não pode a;ster-se de #ulgar
invocando a falta da lei
- a situação lacunar deve ser #uridicamente resolvida
Processos de inte5raç/o-
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Tipos de analo5ia:
- analogia legis: recurso a uma precisa solução normativa 'ue pode ser
transposta para o caso omisso.
e2: princ$pio U - - - inspira lei J - - - aplicada ao caso A - - - aplicada ao caso N,
por analogia
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(oncl's/o
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