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WISC-III Escala de Inteligéncia de Wechsler para Criancas - III Manual Jay _ David Wechsler Investigacao e Publicacdes Psicologicas Titulo Original: WISC-III, Wechsler Intelligence Scale for Children - Third Edition, Adaptacao Portuguesa: Mario Simoes: Fac. de Psicologia e Ciéncias da Educacio, UC. Anténio Menezes Rocha e Carla Ferreira; Departamento de Investigacao e Publicacdes Psicologicas, CEGOC-TEA. A redaccao deste Manual foi realizada por Mario Simdes e Carla Ferreira. A adaptacao portuguesa da WPPSER foi co-financiada pela CEGOC-TEA e pela Fundacao para a Ciencia e Tecnologia (PRAXIS/PCSH/PSI/C/91/96). Copyright © 1992, 1991 by The Psychological Corporation, U.S.A Copyright da adaptacao portuguesa © 2003 by CEGOC-TEA, Lisboa, Portugal. Traduzido e adaptado com autorizacao. Todos os direitos reservados. Proibida a reproducao total ou parcial, sob qualquer forma ou meio, nomeadamente fatocopia. As infracgdes serao penalizadas nos termos da Iegislagao em vigor Impresso em Portugal. ISBN: 972-8817-00-2 Deposite legal, 198663/03 indice Geral indice Geral Lista de Tabelas .. Lista de Figuras Prefacio.,. Capitulo 1. Introdugio ........ Natureza da Escala Concepgao de inteligéncia . O nascimento e a evolugao das Escalas de Inteligéncia de Wechsler Nos Estados Unidos Em Portugal ... Elaboragaéo da WISC-III... Organizacao da Escala .. Aplicabilidade da WISC-II Reteste . : 5 Diagnéstico de deficiéncia mental ., Diagnostico de dificuldades de aprendizagem Diagndstico de sobredotacao Diagnéstico neuropsicolégice Qualificacao dos utilizadores ........ Capitulo 2. Adaptacao e afericdo portuguesas Modificacdes e estudos exploratorios realizados em Portugal coma WISC-M Afericdo portuguesa 0. i Procedimento de recolha de dados Descricdo da amostra de afericao Derivacao dos resultados brutos Derivacao dos resultados padronizados Constru¢ao das tabelas de QIs ¢ de indices Factoriais Interpretacdo dos QIs e dos Indices Factoriais im vii iv___WIsC-til Capitulo 3. Consideragées gerais de administracao e cotacao Principios basicos para a utilizacao da WISC-IIL Idades de aplicacao ...... Procedimentos estandard Tempo de administracao Condigoes fisicas de administracao Manuseamento dos materiais de teste ., Relacao e motivacao , Administracao a sujeitos que apresentam défices motores ou sensoriai: Administracao da WISC-IIL Sequéncia de apresentacao dos subtestes Critérios de inicio e de interrupcao dos subtestes Cronometragem .. an Aprendizagem da tarefa ..... Repeticao de itens e aprofundamento de respostas Cotacao das respostas Na WISCHIIL .....cs:ninnnmnnin Consideracoes relativas a cotacoes especificas .. Preenchimento da Folha de Registo .. Calculo da idade cronolégica do sujeito Registo das respostas e das pontuacoes Calculo dos resultados padronizados, Qls, Indices Factoriais e idades-teste Precisao no registo dos resultado: Capitulo 4. Propriedades estatisticas da Escala ........ Fidelidade Coeficientes de fidelidade , Erro-padrao da medida e intervalos de confianca .. Estabilidade teste-reteste Acordo interavaliadores Resumo da fidelidade ,, Diferencas entre Qls ou entre [Indices Factoriais Significancia das diferengas entre QIs ou entre Indices Factoriais 5 Frequéncia das diferengas entre Qls ou entre Indices Factoriais Diferencas entre o resultado de cada subteste e a média de resultados em conjuntos de subtestes , indice Geral Significancia das diferencas entre o resultado de cada subteste ea média de resultados em conjuntos de subtestes ..... 78 Frequéncia das diferencas entre o resultado de cada subteste ea média de resultados em conjuntos de subtestes 78 Diferengas entre resultados padronizados nos subtestes ... 79 Signiticancia das diterencas entre os resultados padronizados nos subtestes 79 Frequéncia da dispersao dos resultados entre subtestes . 80 Diferencas entre Memoria de Digitos em sentido directo e Memoria de Digitos em sentido inverso...... 80 Conclusao 81 Capitulo 5. Validade........ = as Inserctinelagies evitre oe wibiestes was escalas compésitas. 84 Anilises factorial 85 Anilises factoriais exploratérias 86 Anilises factoriais confirmatérias . 92 Implicacoes praticas 95 Estudos comparativos ... 96 Correlacao com a WISC........ 97 Cortelacao com a WPPSI-R 101 Cortelacio com as Matrizes Progressivas Coloridas de Raven 102 Correlacao com os resultados escolares 103 Estudos com populacoes especiais . 104 Deficiéncia mental 104 Dificuldades de aprendizagem 106 Inteligéncia superior 109 Conelusao va Capitulo 6. Instrugdes para a administracao e cotacao 3 1. Completamento de Gravur 113 2. Informacao .... 3. Codigo... |. Semelhaneas Disposicao ce Gravuras Aritmética Cubos........ Moo vi WISC-III 8. Vocabulario ., 174 9. Composigao de Objectos . 10. Compreensao .. 11, Pesquisa de Simbolos 12, Meméria de Digitos .. 13. Labirintos Anexo A. Tabelas de conversao..... Anexo B, Tabelas de diferengas significativas, de frequéncias, de dispersao e de intercorrelacdes Anexo C. Lista de colaboradores Referéncias bibliograficas 0 ST lista de Tabelas Tabela 1, Lista dos subtestes que constitaem a WISC-IIL Tabela 2. Deserigdo dos subtestes que constituem a WISC-IIT Tabela 3. Indices construidos a partir de andlises factoriais . Tabela4.. Estudo dos itens na versao portuguesa da subescala Verbal . Tabela 5. Organizacgao dos grupos normatives em fungao da idade ,, Tabela 6. Distribuicao da amostra em funcao das yariaveis Idade ¢ Sexo Tabela 7. Distribuicao da amostra em fungao da escolaridade _. Tabela 8. Distribuigao da amostra em funcao da Tipologia de Areas Urbanas an i iia Tabela 9. Distribuigdo da amostra em funcao da regiao geogratica |... Tabela 10. Distribuigdo da amostra em fungao da zona geografica Tabela 11. Distribux Tabela 12, Médias ¢ desvios-padrao dos somatorios de resultados padronizados das subescalas Verbal, de Realizacao ¢ da Escala Completa, por grupo etario , Tabela 13. Correspondéncia entre Qls ou Indices Factoriais, desvios-padrao em relagao a média e percentis Tabela 14, Classificagao dos niveis de inteligéncia Tabela 15. Ordem recomendada para a administragao dos subtestes,_ 10 da amostra em fungao do grupo profissional do pai Tabela 16, Resumo dos critérios de administracdo dos subtestes Tabela 17. Coeficientes de fidelidade dos subtestes, QIs e indices Factoriais, por grupo etério Tabela 18. Erro-padrao da medida dos subtestes, Qs ¢ Indices Factoriais, por grupo etério, Tabela 19. Coeficientes de estabilidade dos subtestes, Qls e Indices Factoriais, para a faixa etaria dos 6 aos 7 anos (n=74) Tabela 20. Coeficientes de estabilidade dos subtestes, Qls e Indic Factoriais, para a faixa etaria dos 10 aos 11 anos (n=77) Tabela 21. Coeficientes de estabilidade dos subtestes, Qs e Indices Factoriais, para a faixa etaria dos 14 aos 15 anos (n=44) Tabela 22. Saturacoes factoriais para uma solucao de dois factores, por sub-amostras ¢ total 2 30 38 45 66 68 vill WISC-H Tabela 23. Saturacoes factoriais, obtidas através do metodo "maxima verosimilhanga" com rotagao onrimax, para o Factor 1: Compreensao Verbal Sauer 89 Tabela 24. Salifeigoes factoriais, obtidas através ae fitetode “maxima yerosimilhanca" com rotagao varimax, para 0 Factor 2; Organizacao Perceptiva., 90 Tabela 25. Saturacoes factoriais, obtidas através do método "maxima verosimilhanca" com rotacéo varimay, para 0 Factor 3: Velocidade de Processamento 90 Tabela 26. Estatisticas de ajustamento para a anilise factorial confirmatoria (EQS) dos treze subteste: Om Tabela 27. Organizacdo dos Indices Factoriais oF cs % ‘Tabela 28. Médias, desvios-padrao e correlacgdes entre os a resultados nos subtestes e Ols na WISC-III] ena WISC weenie OB Tahela 29. Médias, desvios-padrao e correlagées entre os resultados nos subtestes e QIs na WISC-III e na WPPSLR . 102 Tabela 30. Correlacdes entre os resultados nos Qls e indices Factoriais da WISC-III e os resultados das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven .. 103 “Tapela Ht: Validade concorrénite: Comelagoes entire os resultados nos Qls ¢ Indices Factoriais da WISC-III e as classificagoes escolares atribuidas pelos professores (2°, 4°, 6 9° anos; N=154) oo een seman 108 Tabela 32. Validade preditiva: Correlagdes entre os ja desemipeldiea na WISC-II e as classificagdes escolares atribuidas pelos professores, com um intervalo de 18 meses (n=93) Tabela 33. Médias, desvios-padrao e amplitude dos Qls e Indices Factoriais da WISC-III, em criangas e adolescentes 104 com deficiéncia mental Tabela 34. Médias, desvios-padrao e amplitude dos Qls e Indices Factoriais da WISC-III, em criangas com dificuldades de aprendizagem e num grupo de controlo 107 Tabela 35. Médias, desvios-padrao e amplitude dos QIs e thdines. Factoriais da WISC-III, em criancas com inteligéncia superior , 109 Tabela 36, Conversao de resultados brutos em resultados padronizados, por grupo normativo 3 cm 259 Tabela 37. Conversao da soma dos. resultados padtonbeadlae ex em Ql: Subescala Verbal oo... cssssisiecn pamimemainaccs SBD lista de Tabelas Tabela 38, Conversio da soma dos resultados padronizados em Ql: Subescala de Realizagao Tabela 39, Conversao da soma dos resultados padronizados em QI Escala Completa . Tabela 40, Conversdo da soma dos resultados padtonizados em indice Factorial: Compreensao Verbal Tabela 41. Conyersao da soma dos resultados padronizados em Indice Factorial: Organizacao Perceptiva . 286 Tabela 42. Conversao da soma dos resultados padronizados em Indice Factorial: Velocidade de Processamento ,, TTabela 43, Caleulo proporcional das somas dos resultados padronizados para as subescalas Verbal e de Realizacao .. ee Tabela 44. Conversao de resultados brutos em idade-teste .,........... 289 ‘Tabela 45. Diferencas minimas, estatisticamente significativas, entre Qls e entre Indices Factoriais, aos niveis de significancia .15 e .05 Tabela 46. Frequéncia das diferencas entre o av eo QiRe entre os indices Factoriais , 21 292 Tabela 47. Diferencas minimas, estatisticamente a sliguiticativ ‘as, entre o resultado padronizado de cada subteste e a média dos subtestes de cada escala e diferencas obtidas por varias percentagens da amostra de afericao ........ cee (OB Tabela 48. Diferencas minimas, entre resultados padronizadioy, estatisticamente significativas a um nivel de significancia de 15 297 ‘Tabela 49. Diferencas minimas, entre resultados padronizados, estatisticamente significativas a um nivel de significancia de 05 298 ‘Tabela 50. Percentagens acumuladas da dispersao intersubtestes (scatter), para as varias escalas da WISC-III (amostra de afericao).... Tabela 51. Percentagens acumuladas para a série de algarismos 299 memorizada (sentido directo e sentido inverso), por grupo etario Tabela 52. Percentagens acumuladas da diferenca entre os valores maximos de Memoria de Digitos sentido directo ¢ Memoria 300 301 de Digitos sentido inyerso, por grupo etario ‘Tabela 53. Intercorrelacoes entre subtestes e entre subtestes e as escalas compésitas, por grupo etario x WISC-II Figura 1. Figura 2 Figura 3. Figura 4. Figura 5, Figura 6. Figura 7. lista de Figuras Sugestao de disposigao do sujeito, examinador e do material Exemplo de aplicacao na sequéncia inversa: o item de inicio © o item precedente foram realizados com sucesso Exemplo de aplicagao na sequéncia inversa: o item de inicio foi realizado com sucesso, mas houve fracasso no item seguinte e no precedente .... Buenigle ddaplicici xia Seqnénela inunsea. houve Bacaand no item de inicio Exemplo de respostas a um item verbal Exemplo do calculo da idade cronolégica Exemplo de uma Pagina Resumo preenchida 33 40 41 42 52 56 60) Frefacio A primeira Escala de Inteligéncia de David Wechsler, a W-B (Wechsler = Bellevue) foi publicada em 1939. Tratava-se de uma Escala para adultos composta pelos dois tipos de provas, verbais e de realizacao, que iriam carac- terizar todas as Escalas de Wechsler que viriam a ser publicadas, posteriormente. A WISC (Weehsler [ntelligence Scale for Children) surge em 1949 com uma estru- tura de provas semelhante as da W-B, mas destinava-se a sujeitos dos 5 aos 15 anos, A necessidade de actualizagao da WISC Jevou o autor a fazer uma primeira revisao da prova em 1974, dando origem a WISC-R. A terceira versao da Escala ou WISC-III foi realizada em 1991 por uma equipa coordenada pelo Dr. Aurélio Prifitera e constituida por yarios inyestigadores e consultores, nomeadamente, o Dr. Jerome Doppelt e o Dr, David Herman cuja experiéncia prévia de trabalho com David Wechsler contribuiu para assegurar a abordagem caracteristica da avaliacao da inteligéncia das Escalas de Wechsler. A adaptacao portuguesa da WISC-III & 0 resultado de um trabalho de equipa, iniciado em 1999. O Departamento de Investigacao © Publicacoes Psicologicas da CEGOC solicitou a Psychological Corporation a cessao dos direitos de ada-ptagdo da WISC-III para a populacdo portuguesa. A par da autorizagao fai-nos dito que o Prof. Mario Simoes da Faculdade de Psicologia e Ciéncias da Educagao da Universidade de Coimbra estava também interessado na adaptacao da prova e sugeriram-nos que talvez uma uniao de esforgos fosse util para ambas as partes. E foi o que fizemos. Unimos entusiasmo, dedicacao, competéncias diversas e complementares e produzimos, finalmente, um trabalho que nos orgulha a todos e que auguramos de grande utilidade para 08 Psicologos Clinicos e Educacionais. A afericdo da WISC-III foi feita a partir de uma amostra estratificada de 1354 sujeitos com idades compreendidas entre os 6 e os 16 anos © representativa da populacao portuguesa nas varidveis: idade, sexo, nivel escolar, meio de residéncia e localizagao geografica, para além do nivel socioeconémico que, embora tenha sido analisado q posteriori, yerificou-se ser representativo da populacao portuguesa Do Minho ao Algarve, passando pelos Acores, do interior ao litoral, das zonas urbanas as rurais, durante mais de um ano, varias equipas de Psicélogos, devidamente treinados, desenyolveram tm trabalho de aplicacdes individuais da prova, rigorosamente controlado. Este trabalho singular de parceria, levado a cabo por uma empresa, a CEGOC, © uma Instituicao Universitaria, a Faculdade de Psicologia e de Ciéncias da Educacao da Universidade de Coimbra, 56 vem provar as virtualidades da colaboragao entre a Universidade e a Empresa, f xii_WISt A adaptacado Portuguesa da WISC-III vem substituir a adaptagao da WISC efectuada pelo Prof. Ferreira Marques em 1970, e representa um avanco muila significative em relagao as duas versoes anteriores da escala, a WISC e a WISC-R. As modificacoes abrangem desde a actualizacao dos itens dos subtestes Verbais e dos materiais dos subtestes de Realizacao até 4 analise factorial reali- zada com os resultados, A maior novidade, no entanto, reside na possibilidade de analisar os resultados a luz de trés Indices Pactoriais, que complementam a informagao retirada a partir dos Qls Verbal, de Realizagao e da Escala Completa, sendo eles: Compreensao Verbal, Organizacao Perceptiva e Velocidade de Processamento. As modificacoes introduzidas, relativamente 4 WISCR, sé vieram tornar a prova mais atraente para o sujeito avaliado e de facil e pratica utilizagao para 0 psicdlogo, permitindo elaborar um trabalho clinico mais discriminativo e enriquecido. Para melhor compreender este instrumento de avaliagdo, nao queremos deixar de sublinhar dois aspectos sobre o seu autor, A colossal obra de Dayid Wechsler é fruto, por um lado, da sua vasta experiéncia clinica e dos seus profundos conhecimentos estatisticos e, por outro, da sua postura perante a avaliagao psicolégica que, segundo ele, devera ir para além da estrita informacao obtida através dos resultados nos testes. Apesar das virtualidades ténicas ¢ explo- ratrias que a Escala possui (¢ possui muitas), se nao houver um trabalho clinico baseado na profunda compreensao do sujeito, e na informacao complementar proporcionada pela sua historia individual, familiar, social e cultural, a avaliagao aparecera incompleta ou poderd até constituir um elemento perturbador e dar origem a decisdes erradas e de graves consequéncias para o sujeito avaliado. Ea arte clinica do psicdlogo associada ao rigor tecnico dos dados praporcionados pela Escala que, em conjunto, poderao constituir um poderoso meio de diagnds- tico e de aconselhamento. A adaptacao portuguesa da WISC-III s6 foi possivel gragas 4 competéncia ea dedicacao de uma equipa cujo entusiasmo nao esmoreceu ao longo de varios anos. Queremos destacar aqui 0 trabalho central do Prof. Mario R. Simoes, que fez a tradugao e adaptacao do capitulo de administracao e cotacao, os estudos exploratorios realizadios com versdes preliminares da Escala, as investigacoes no ambito da andlise dos itens, a elaboragao da versao portuguesa da Escala, © treino dos psicélogos que recolheram os protocolos © os cotaram, algumas das pesquisas relativas a precisao (estabilidade teste-reteste e acordo interava- liadores) ¢ os estudos de validade. Oexigente trabalho estatistico, que suporta o rigor da informagao e permite con- fiar na exactidao dos dados obtidos através desta Escala, ¢ da responsabilidade da Dr Carla Ferreira e do Prof. Agustin Cordero. A primeira teve todo um trabalho arduo relacionado com os estudos estatisticos nomeadamente 0s conducentes @ claboracao das normas e das tabelas de conversio dos resul- tados e os estudos no Ambito da precisdo (consisténcia interna e erro-padrao Prefacio da medida). © segundo colocou a nossa disposicdo algo que resultou extrema- mente util, a saber, a vasta experiéncia e a sabedoria que adquiriu ao longo de uma vida dedicada ao ensino e a investigacao e onde sobressai o trabalho de adaptagao das Escalas de Wechsler a populagao espanhola. Varias outras pessoas deram, de uma forma ou outra, 0 seu valioso contribute para a concretizacio deste projecto, Neste sentido, gostariamos de agradecer aos Professores Maria Joao Seabra Santos, Marcelino Pereira, Cristina P. Albuquerque e Leandro S. Almeida, bem como a todas as outras pessoas cujos nomes constam do Anexo C deste Manual. A toda a equipa de trabalho 6 nosso profundo agradecimento. Queremos, finalmente, agradecer tanto as instituigdes educativas que facilitaram © nosso trabalho de investigacao, como as criangas e aos jovens que, genero- samente, participaram na realizacao das provas que serviram de base a aferigéo portuguesa da WISC-III. Antonio Menezes Rocha Director do projecto de afericao da WISC-III Lisboa, 5 de Mato de 2003 CAPITULO 1 Introducao Natureza da Escala A WISC-III corresponde 4 terceira edigao da versio americana da Escala de Inteligéncia de Wechsler para Criancas. A primeira versio da WISC surgiu em 1949, sendo editada em Portugal em 1970. A WISC-III é um instrumento clinico de administracao individual, que avalia ainteligéncia de sujeitos com idades compreendidas entre os 6 anos e os 16 anos e 11 meses. Ainda que mantenha as caracteristicas estruturais da WISC e da WISC-R, a WISC-III apresenta algumas novidades, designadamente, nos materiais, nos contetidas e nos procedimentos de administragao, para além de incluir um novo subteste designado por Pesquisa de Simbolos, que permite avaliar uma faceta distinta da inteligéncia. A semelhanca de todas as escalas de inteligéncia de Wechsler, a WISC-III ¢ constituida por varios subtestes, cada um deles avaliando um aspecto diferente da inteligéncia. Em termos de analise dos resultados, 4 semelhanga do que acontece nos casos da WISC © da WISC-R (escala nao aferida para a populacio portuguesa), © desempenho dos sujeitos pode ser sintetizado em trés resultados compdsitos, identificados como QI Verbal, QI de Realizacao e QI da Escala Completa. A analise destes resultados permite ao psicdlogo determinar a qualidade do desempenho do individuo relativamente a um conjunto de aptiddes intelec- tuais. Para alem destas trés escalas, a WISC-III na sua versao portuguesa per- mite, ainda, obter tres indices complementares, identificados a partir de analises factoriais dos resultados no conjunto de subtestes. Estes indices, designados de “Indices Factoriais", correspondem aos seguintes resultados compdsitos: Compreensao Verbal, Organizagao Perceptiva e Velocidade de Processamento, Cada um destes aspectos sera objecto de unv desenvolvimento mais pormeno- rizado ao longo do Manual. 2 Wisc Concepcao de inteligancia A inteligencia pode manifestar-se de diversas formas e 6, por esta raza, que Wechsler nao a concebeu como uma aptidao particular, mas sim como um todo, mais propriamente como "a capacidade global do individuo para actuar finali- zadamente, pensar racionalmente e proceder com eficiéncia em relagao ao meio" (Wechsler, 1944) Mantendo-se fiéis ao conceito de inteligencia proposto por Wechsler, os sub- testes da WISC-III foram seleccionados de forma a abranger um leque diversi- ficado de aptiddes mentais, reflectindo desta forma o funcionamento intelectual global do individu. Os subtestes fazem apelo a varias facetas da inteligéncia, como é o caso do raciocinio abstracto, da memoria, de determinadas capacidades perceptivas, etc, Em termos culturais, estas aptiddes sao valorizadas em diferentes graus, surgindo frequentemente associadas a comportamentos, geral e consensualmente, designados como "inteligentes". Contudo, nenhum subteste reflecte a totalidade dos comportamentos inteligentes. Por exemplo, um subteste podera invocar as capacidades perceptivas do sujeito, mas nao 0 seu raciocinio abstracto; um outro podera apelar a informacoes especificas, mas nao 4 percepcao de relaces espaciais, etc. A WISC-III, tal como todas as escalas de inteligéneia desenvolvidas por Wechsler, explora o funcionamento intelectual nos seus diferentes aspectos, apresentando, para esse efeito, subtestes bastante diversificados, Esta multipli- cidade de tarefas oferece ads sujeitos a possibilidade de evidenciarem melhor as suas capacidades. Neste sentido, torna-se importante especificar quais as repercussoes do conceito de inteligéncia proposto por Wechsler, no desenvolvimento das escalas de inteligéncia. Com efeito, os resultados obtidos numa escala de inteligéncia representam o sucesso do individuo num determinado conjunto de tarefas, mas isso nao significa que estas sejam as Unicas a cumprir este caracter avaliativo. Por exemplo, o subteste Meméria de Digitos da WISC-III reflecte a capacidade de memorizagao do sujeito. Para avaliar esta mesma aptidao, foi elaborado © subtesie Frases Memorizadas, que faz parte da Escala de Inteligéncia de Wechsler para a Idade Pré-Escolar e Primaria (WPPSI, Wechsler, 1967) ¢ da Escala de Inteligéncia de Wechsler para a Idade Pré-Escolar ¢ Primaria - Edicao Revista (WPPSI-R, Wechsler, 1989), Da mesma forma, na WISC-III, as duas versdes do subteste Codigo, que se destinam a dois grupos de idades distintos, avaliam precisamente a mesma aptidao, verificando-se o mesmo para 0 subteste Infrodugao Pesquisa de Simbolos que, tal como referido anteriormente, representa lima novidade desta edigao. Convem salientar que a concepgao de inteligéncia como un todo nae significa que se verifigue um desenvolvimento homogéneo das capacidades/aptidoes que Ihe estao inerentes. De facto, a experiéncia mostra que os sujeitos podem obter, simultaneamente, resultados elevados e@ resultados reduzidos em subtestes distintos, 0 que evidencia um desenvolvimento diferenciaco ao nivel das suas aptiddes intelectuais e, por isso, esse mesmo desenvolvimento resultaré em padrdes de desempenho bastante diversificados Por outro lado, nado podemos exigir que o conjunto de tarefas, estandardizadas © apresentadas na WISC-III, compreenda todos 0s aspectos relacionados com a inteligéncia de um individuo, Embora as aptidoes intelectuais que constam desta Escala possam ser consideradas como determinantes essenciais de um comportamente inteligente, existem outros factores de natureza nao intelectiva, que desempenham um papel influente na expressao das aptiddes intelectuais. Sao exemplos de factores nao intelectivos os tracos de personalidade, as atitudes e determinadas caracteristicas tais como a consciéncia do objectivo, o entu- siasmo, a dependéncia/independéncia, a impulsividade, a ansiedade e a perse- veranca Ainda que estes factores nao sejam avaliados directamente a partir de medidas estandardizadas da aptidao intelectual, influenciam o sucesso do individuo nestas medidas, assim come a sua eficacia na yida quotidiana ea sua atitude face as exigencias do mundo exterior Para sublinhar a importancia que Wechsler atribuia a estes factores naa intelec- tivos, Matarazzo (1972, 1990) salienta a necessidade de se considerar a historia de vida do individuo, em termos de enquadramento social) e historial médico, de repertorio linguistico € cultural, como fazendo parte do processo de avaliacao. Varias investigagdes tem colocado em evidencia as possiveis ligagdes entre 0 comportamento obseryado durante a administragao da WISC-III e os resul- tados alcangados pelo sujeito nesta prova de inteligéncia (Glutting & Oakland, 1993; Glutting, Youngstrom, Oakland & Watkins, 1996; Glutting, Robins & Lancey, 1997; Kaufman, Kaufman, Dougherty & Tuttle, 1994; Kaufman & Kaufman, 1995; Maller, Konold & Glutting, 1998; Oakland & Glutting, 1998). Tais resultados sublinham a necessidade de se considerar, em toda a avaliagado da inteligéncia, outros factores, para além das aptidoes intelectuais ou cognitivas Ao adoptar a concepcao de inteligéncia de Wechsler, para quem a aptidao intelectual é apenas um dos aspectos da inteligéncia, o examinador devera ter 0 cuidado de distinguir, no momento da interpretacao, entre os resultados dlos sub:estes ou dos Qls, por um lado, ea inteligencia por outro (ver Wechsler, 1950, 1971, para uma discussao pormenorizada acerca deste assunto). O nascimento e a evolucdo das Escalos de Inteligéncia de Wechsler Nos Estados Unidos O desenvolvimento das Escalas de Inteligéncia de Wechsler teve inicio com a publicagao da Escala de Inteligéncia Wechsler-Bellevue para Adultos (Wechsler, 1939). Esta escala apresentava um conjunto de caracteristicas que a tornavam uma alternativa atraente relativamente as restantes provas de inteligéncia disponiveis na altura, designadamente: 1 Obtencao de uma medida global de aptidées e de duas medidas de aptidées especificas, identificacias a partir das subescalas Verbal e de Realizacao; 1 Resultados compésitos ou Qls. Estes resultados, que derivam de um processo de conversao idéntico ao que € utilizado para o calculo dos resultados padronizados, apresentam 0 mesmo tipo de distribuicao em todas as idades; | Administragao da mesmo conjunto de subtestes a todos os individuos avaliados com uma determinada escala (como por exemplo as subescalas Verbal ou de Realizacao); 4 Cada subteste contribuia da mesma maneira para 0 calculo dos Qls, indepen- dentemente.do grupo etirio a analisar. As escalas de inteligéncia de Wechsler, que surgiram apos a Escala de Inteligéncia Wechsler-Bellevue para Adultos, mantiveram estas caracteristicas essenciais. Durante a Segunda Guerra Mundial, Wechsler desenvolveu a Forma II da Wechsler-Bellevue, que se destinava a utilizacao exclusiva das forcas armadas americanas. Em 1946, esta Forma foi publicada e disponibilizada a outros utilizadores. E de salientar que a Forma [1 da Wechsler-Bellevue tinha bastantes aspectos em comum com a Forma | e, come tal, foi considerada como particularmente adequada para situacgées de reteste. A Forma IT da Wechsler-Bellevue & vista como a antecessora da WISC. Com efeito, esta Forma facultou a maior parte dos subtestes, assim como dos itens, que viriam a constituir a WISC. A ainica excepcao diz respeito ao subteste Labirintos, que foi desenvolvide especificamente para a WISC. Desde a primeira publicagio da WISC foram realizadas varias revises desta escala, que deram origem a WISC-R (Wechsler, 1974) e @ sua revisao actual, infoducaa 5 a WISC-IIL (Wechsler, 1991), Surgiram, ainda, outras escalas destinadas a criangas em idade pré-escolar, como por exemplo a WPPSI (Wechsler, 1967) a sua revisdo, a WPPSI-R (Wechsler, 1989). Alguns dos itens elaborados para a Forma If da Wechsler-Bellevue ainda hoje se mantém relativamente actuais, sendo possivel encontra-los na WISC-IIL Para além desta continuidade em termos dos itens-estimula, sao ainda de destacar as semelhangas partilhadas entre todas as escalas de inteligéncia de Wechsler, em termos de dominios das aptidoes avaliadas, da estrutura das escalas e do método de obtengio dos resultados, sob a forma de Qls. Por ultimo ha que referir que foram desenvolvidas varias edicdes da Escala de Inteligéncia de Wechsler para Adultos, as quais sao conhecidas como; WAIS (Wechsler, 1955), WAIS-R (Wechsler, 1981) e WAIS-III (Wechsler, 1997), Em Portugal A WISC foi a primeira escala de inteligencia de Wechsler a ser adaptada & aferida para Portugal (Marques, 1969, 1970). Apenas em 1998 foram iniciados os trabalhos de investigacio que conduziriam a adaptacao e afericao portuguesas da Escala de Inteligéncia de Wechsler para Criangas- Terceira Edicao (WISC-III) e da Escala de Inteligéncia de Wechsler para a [dade Pré-Escolar e Primaria - Edigao Revista (WPPSI-R; Wechsler, 2003). Neste momento, Portugal dispoe de duas escalas de inteligencia de Wechsler, actualizadas em termos de materiais, conteddos © tratamentos estatisticos, que permitem aos utilizadores avaliar sujeitos com idades compreendidas entre os 3 anas e os 16 anos © 11 meses. Elabora¢do da WISC-III As investigagoes conduzidas no ambito dos testes de inteligéncia tem demons- trado gue as normas produzidas com estes testes tem tendéncia a tornar-se obsoletas, av longo do tempo (Doppelt & Kaufman, 1977; Flynn, 1984, 1998, 1999; Kaufman, 1990, 1994). Este facto deve-se a um aumento progressivo dos resul- tados médios no desempenho dos sujeitos. De salientar que esta variacau se mostra mais acentuada nas medidas de manipulagao de materiais ow de realizacao do que nas medidas verbais. Neste sentido, independentemente das razées que possam estar subjacentes a estas alteragdes no desempenho dos subtestes, uma actualizacdo frequente das tabelas de normas revela-se fundamental. Sem esta revisio, a media dos Qls apresentaria um aumento, fornecendo uma falsa representatividade das aptiddes do sujeito, relativamente aos outros sujeitos do mesmo grupo etario. Em termos de andlise dos resultados, S _WISC-tIt isto significa que © QI & geralmente mais elevado quando se utilizam tabelas de normas mais antigas, do que quando se recorre a normas actualizadas. Esta discrepancia, em termos da posicgao dos resultados dos Qls, coloca alguns problemas, particularmente para os sujeitos cujos desempenhos se situam nas zonas limites. Por exemplo, um sujeito que obtém um QI de 80, segundo as normas antigas, perde alguns pontos quando vé o seu resultado comparado com as normas mais recentes. Neste caso, se optarmos pelas tabelas de normas antigas estamos a sobrevalorizar o resultado do sujeito, o que podera dar lugar a interpretacoes erroneas. No caso portugués, as diferencas entre duas versoes de uma mesma prova sao obviamente mais acentuadas, uma vez que o termo de comparacao da WISC-III & a WISC e nao a WISC-R Para além dos QIs Verbal, de Realizacao e da cala Completa, em torno. dos quais a WISC-III se encontra organizada, podem ainda ser obtidas Indices, que foram construidos a partir de andlises factoriais dos resultados nos subtestes, Independentemente da escala de inteligéncia de Wechsler em analise, 98 resultados obtidos através das andllises factoriais confirmam a existéncia de uma clara dicotomia dos Qls, correspondente aos conjuntos de subtestes Verbais ¢ de Realizacao Varios estudos (ver Capitulo 5) tem confirmado a existéncia destes dois factores, que emergem independentemente do metodo de analise utilizado e da natureza dos dados de afericdo. Estes estudos destacam-se, ainda, pelo facto de forne~ cerem fortes indicios acerca da existéncia de um terceiro factor, geralmente denominado como Atencao/Concentracao ou "Resistencia & Distraccao”. Contudo, este factor, constituido pelos subtestes Codigo, Aritmética e Memoria de Digitos, mostra-se menos definido que os dois factores principais (Verbal e de Realizacao). Tendo como objective fayorecer esta definicao, foi adicionado um novo subteste 4 WISC-HI, designada por Pesquisa de Simbolos. Este subteste mede uma aptidao cogniliva um pouco diferente das que sao avaliadas através dos doze subtestes ja existentes, Porém, a introducao do subteste Pesquisa de Simbolos fez emergir quatro Factores na versao americana, em vez dos trés que estavam previstos inicialmente, designadamente: Compreensao Verbal, Organizagao Perceptiva, Resisténcia a Distraccdo e Velocidade de Processamento. No entanto, ¢ a semelhanga do que acontece com a afericao francesa/belga (Wechsler, 1996), os estudos com a versao portuguesa da WISC-III (ver Capitulo 5) sugerem a presenga de apenas trés factores: Compreensao Verbal (CV), Organizacao Perceptiva (OP) & Velocidade de Processamento (VP). A WISC-III, comparativamente a8 suas versdes anteriores, contém algumas modificacdes ao nivel dos materials e dos procedimentos de administracio, Estas alteracoes foram introduzidas com o objectivo de tornar a administracao da Escala mais atraente para o sujeito. Por exemplo, muitos dos estimulos visuais encontram-se impressos a cores e a ordem de administracao dos sub- Intiodugao testes foi modificada, com o objectivo de facilitar a adaptagao do sujeita a situacao de teste. Itens novos substituiram aqueles que se mostraram desactualizados com o tempo, e acrescentaram-se outros, mais faceis ou mais dificeis, onde se mostrou serem necessdrios. Foram ainda substituidos os itens considerados pouco adequados para determinados grupos de sujeitos. As modificagées relativas aos subtestes verbais, para a afericdo portuguesa serao apresentadas no Capitulo 2. Organizagao da Escala A WISCII inclui os doze subtestes da WISC-R, dois dos quais opcionais (Meméria de Digitos ¢ Labirintos), bem como um novo subteste: Pesquisa de Simbolos. Na Tabela 1 encontram-se listados os varios subtestes que fazen) parte da WISC-IIL, correspondendo o niimero que os antecede sua sequéncia na administracao estandardizada da Escala. A aplicacdo alternada dos subtestes (Verbais e de Realizacao) tem como objectivo manter o interesse do sujeito ao longo da administracao da Escala, Jobe( 1 Lista dos subtestes que constituem a WISC-II/ Verbal Realizagao 2. Informagao 1. Completamento de Gravuras 4. Semelhancas 3. Codigo 6. Aritmética 5. Disposi¢ao de Gravuras 8. Vocabulario 7. Cubos 10. Compreensao 9. Composicao de Objectos "12. Memoria de Digitos "11. Pesquisa de Simbolos “43, Labirintos * Subteste opcional **Subteste opcional que apenas poderd substituir o subteste Codigo. Tal como foi referido anteriormente, os subtestes da WISC-III dividem-se em dois grupos. Por um lado temos os subtestes Verbais ¢, por outro lado, temos os subtestes que fazem apelo as capacidades perceptivo-motoras, denominados como subtestes de Realizacao. Na Tabela 2 encontram-se listados os varios subtestes que constituem a WISC-III, sendo apresentados na sua sequéncia de administragdo. Para cada um foi elaborada uma descrigéo das respectivas caracteristicas. B_ WISC-i) Hibely © Deserigdo dos sublestes que constituem a WISC-IN Subteste Descri¢ao Completamento Conjunto de gravuras coloridas que: representam objectos ou de Gravuras Informacao Cédigo Semelhangas Disposigao de Gravuras Aritmética Cubos, Vocabulario Composicao de Objectos Compreensao Pesquisa de Simbolos situagdes familiares. O sujeito devera identificar a parte que falta em cada gravura Conjunto de questdes orais, que avaliam o conhecimento do sujeita acerca de factos, abjectos, locais ou pessoas Conjuntos de formas geométricas (Parte A, para idades dos 6 aos 7 anos) ou de numeros (Parte B, para idades dos 8 aos 16 anos), gue se encontram associados a um simbolo simples. O sujeito devera fazer a correspondéncia entre os simbolos e as formas geométricas (Codigo A) ou os simbolos e os nimeros (Codigo B) A Folha de Resposta, para este subteste, faz parte da Folha de Registo Pares de palavras apresentadas oralmente. Para cada par, © sujeito deverd identificar &-justificar a similitude entre os objectos ‘0U 05 conceitos propostos, Conjunto de gravuras coloridas, apresentadas de forma desorde- nada. O sujelto deverd dispor as gravuras, de forma a criar uma sequéncia légica para uma historia Conjunto de problemas aritméticos que o sujeito deverd resolver mentalmente e responder oralmente. Conjunto de modelos geométricos, a duas dimensdes, construidos diante do sujeito ou impressos no Caderno de Estimulos. O sujeito devera reproduzir esses modelos com a ajuda de cubos bicolores. Conjunto de palavras apresentadas oralmente, que o sujeito devera definir, iqualmente, de forma oral Conjunto de puzzles representando objectos comuns, cujas peas 880 apresentadas ao sujelto de uma forma estandardizada Atarefa consiste em junta-las de modo a obter uma forma coerente Conjunto de questées apresentadas oralmente. Solicita-se ao sujeito que solucione problemas quotidianos, ou que revele compreender regras e conceitos relacionados com a vida social. Este subteste apresenta dois niveis de dificuldade: Parte A (6-7 anos}: em cada um dos 46 itens, 0 sujeito devera decidir ‘se 0 simbolo isolado se repete ou nao numa série de trés simbolos, Parte B (8-16 anos): em cada um dos 45 itens, o sujeito devera decidir se um dos dois simbolos Isolados se repete ou nao numa ‘série de cinco simbolos. Memoria de Digitos Sequéncias de numeros apresentadas oralmente, O sujeito devera Labirintos fepetir os nimeros na mesma ordem (Digitos em sentido directo) ou na order inversa (Digitos em sentido inverso). Conjunto de labirintos, de dificuldade crescente, que o sujeito devera resolver com um lapis. Jatrodugao 4 Apos a conversao dos resultados brutos, obtidos em cada um dos subtestes, em resultados padronizades, € possivel calcular trés resultados compositos Enquanta que a soma dos resultados padronizados dos subtestes verbais determina o resultado da subescala Verbal, a soma dos resultados padronizados dos subtestes de realizacao determina o resultado da subescala de Realizagao. A soma dos resultados padronizados de ambas as subescalas permite calcular um resultado para a Escala Completa. Apés o calculo destas somas, os valores de-verao ser convertidos em QI, utilizando para esse efeito as Tabelas 37-39 (pp. 281-284). Tal como referido na Tabela 1, os subtestes Memoria de Digitos e Labirintos, sao opcionais. Ainda que estes subtestes nao tenham sido utilizados para elaborar as normas € Nao sejam necessarios para o calculo dos QIs Verbal ¢ de Realizagao podem, ainda assim, ser administrados quando 0 examinador dispoe de tempo e deseja obter uma amostra mais ampla das aptiddes do sujeito. Caso algum dos subtestes obrigatérios seja invalidado ou nao possa ser aplicado, os subtestes Memoria de Digitos e Labirintos substituem, respectivamente, um dos subtestes verbais ¢ um clos subtestes de realizagao Conforme foi referido anteriormente, se o examinador optar por aplicar os subtestes Memoria de Digitos e/ou Labirintos como complemento a avaliagao das aptiddes do sujeito, estes ndo devem ser incluidos no calculo dos Qs. Contudo, no caso de um dos subtestes opcionais substituir um dos subtestes das subescalas, este deverd ser tida em consideragao no calculo dos Qls. De salientar que o subteste Pesquisa de Simbolos apenas pode substituir © subteste Codigo. Para além dos Qls Verbal, de Realizagao e da Escala Completa podem ainda ser calculados trés Indices Factoriais, icentificados como: Compreensao Verbal (ICV), Organizacao Perceptiva (JOP) e Velocidade de Processamento (IVP). Para o calcula do Indice Factorial Velocidade de Processamento & necessério aplicar os subtestes Codigo e Pesquisa de Simbolos. fabelo 3. lndices consteridos a partir de andlises factorinis Factor! Factor il Factor till Compreensao Verbal Organizacdo Perceptiva Velocidade de Processamento. Informacao Completamento de Gravuras Codigo Semelhancas Disposigao de Gravuras Pesquisa de Simbolos Vocabulario Cubos Compreensao Composigao de Objectos 10 WISC-lit Aplicabilidade da WISC-III Enquanta medida do funcionamento intelectual geral, a WISC-III podera ser utilizada em numerosos dominios, nomeadamente em avaliagdes psicope- dagogicas, em orientagao escolar, na identificagao de necessidades educativas especiais (como por exemplo, dificuldades de aprendizagem, atrasos de desenvolvimento, sobredotagao), em avaliacao clinica ¢ neuropsicolégica, 2 em investigacao (cf. Cooper, 1995; Grégoire, 2000; Kaufman, 1994; Kaufman & Lichtenberger, 2000; Prifitera & Saklofske, 1998), Reteste Por vezes, surge a necessidade de conduzir uma segunda avaliacao de um mesmo sujeito. Com efeito, no decurso de um programa de intervencao psicopedagégica, o clinico ou © investigador podera pretender avaliar se existiram ou nao alteracdes ao nivel do desempenho cognitive do. sujeito, relativamente a um determinado subteste. Por outro lado, o psicélogo escolar poderé querer reavaliar as areas cognitivas fortes e deficitarias de uma crianca, caso a validade dos resultados, na primeira aplicacdo da Escala, coloque a hipo- tese de défice de atencdo, de doenca ou de contacto dificil com o examinador. Qualquer que seja a situacao de reteste, o examinador devera ter sempre presente que os efeitos de aprendizagem sao susceptiveis de fazer aumentar os resultados de alguns subtestes. Sabe-se que os efeitos de aprendizagem sao mais acentuados quand 0 intervalo entre as duas aplicaces é mais curto. Além disso, os subtestes de realizacdo sao mais sensiveis aos efeitos de aprendizagem do que os subtestes verbais. Por estas razdes, & aconselhavel que o psicélogo tente deixar o maior intervalo de tempo possivel entre as duas avaliacdes. Caso isso nao seja possivel, devera interpretar os resultados obtides com alguma precaucao. No Capitulo 4 deste Manual, encontram-se informagdes detalhadas acerca da estabilidade temporal da WISC-II], avaliada através do método teste-reteste. Os intervalos de tempo utilizados variaram entre os 15 e os 60 dias, O ligeiro aumento dos resultados dos subtestes, entre a primeira e a segunda avaliacdo, mais evidenciado nos subtestes de realizagdo do que nos subtestes verbais, € consistente com os resultados que tém sido obtidos nas restantes escalas de inteligéncia de Wechsler, Estudos de teste-reteste, realizados com a WISC-R, em populacgoes especiais, por periodos supcriores a trés anos, tem demonstrado que essa diferenca entre avaliacoes tende a diminuir (Juliano, Haddad & Carroll, 1988; Webster, 1988). Inte Go 1 A verso portuguesa da WISC-III foi desenvolvida para ser utilizada em sujeitos com idades compreendidas entre os 6 anos & 0 meses e os 16 ands, 11 meses ¢ 30 dias. Este intervalo de idades acarreta algumas sobreposighes com outras escalas de inteligéncia de Wechsler, nomeadamente a WPPSI-R a WAIS-II. Assim, enquanto que o limite inferior da WISC-III se sobrepoe ao limite superior da WPPSI-R (ou seja, desde ds 6 anos aos 6 anos e 6 meses), © limite’ superior da WISC-III justapée-se ao limite inferior da WAIS-II. Em termos de aplicabilidade das escalas a estas idades limites, 0 examinador deverd escolher © instrumento que Ihe parecer mais adequado, tendo em consideracao 0 objectivo da avaliacao. Em geral, @ mais pradente utilizar a WPPSI-R quando existem indicios de que 6 funcionamento intelectual de uma crianga de 6 anos se encontra abaixo da média, e recorrer A WAIS-II] quando existem indicagoes de que um sujeito de 16 anos possti um nivel de desempenho acima da média. Contudo, a WISC-III continua a ser o instrumento mais ade- quado para sujeitos cujas aptidoes se situam préximas da media. O Capitulo 5 deste Manual apresenta os resultaclos obtidos através de estudos comparativas realizados com as versdes portuguesas da WISC-II], WISC ¢ WPPSI-R. Diagnéstico de deficiéncia mental As escalas de inteligencia de Wechsler desempenham um papel essencial na determinacao do nivel intelectual de sujeitos identificados como deficientes mentais (Grossman citado em Lukens & Hurrell, 1996). Segundo a definigao da American Association of Meital Retardation (Luckasson et al, 1992), © diagnéstico de deficiéncia mental baseia-se na dupla constatagao de um funcionamento intelectual significativamente inferior a media e de um defice em duas ou mais dreas da competencia adaptativa, Assim, um desempenho significativamente baixo numa medida de aptido intelectual geral, com € 0 caso da WISC-III, constitui um elemento importante a ter em consideracao, mas nao constitui, por si so, um diagnostico de deficiéncia mental. Existem instrumentos especificos para a avaliagao do comportamenty adaptativo do sujeito, que podem contribuir, ndo apenas para o diagnéstica de deficiéncia mental, mas também, para a identificagao dos pontos fortes e das fragilidades do individuo, proporcionando informacdes essenciais para a implementagao de um programa de intervencao. No entanto, as escalas de avaliagao do comportamento adaptative diferem, entre si, ao nivel das. competéncias adaptativas abrangidas. Por conseguinte, 0 examinador devera seleccionar as escalas mais pertinentes, no caso de recorrer a este tipo de instru= mentos. Um resultado baixo num teste de inteligencia nao traduz, necessariamente, um funcionamento intelectual fraco. Existem varios factores que podem intervir no desempenho do sujeito, como por exemply; perturbagde grave ao nivel da capacidade de atencao, nivel de ansiedade excessivamente elevado, recusa 12 WISC-HIl em cooperar com 0 psicologo, diferencas culturais & linguisticas, problemas auditivos e até mesmo perturbacdes autistas. O examinador deverd ter em consideracdo este tipo de factores, quando se encontra perante um diagnostico de deficiéncia mental. Diagnéstico de dificuldades de aprendizagem © recurso a WISC-III constitui, igualmente, uma pratica comum na ayaliagao dos casos de dificuldades de aprendizagem (D.A.). A definicao e 0 diagnéstico de D.A. apoiam-se frequentemente na discrepancia entre o QI normal ou médio (habitualmente 0 Qlec de wma escela de inteligéncia de referéncia como € 0 caso da WISC-IIL) e 0 rendimento escolar deficitario (identificado a partir dos desempenhos em testes estandardizados de aptidao ou realizacdo escolar OU, mais raramente, com base nas informagdes dos professores) Todavia, convém reconhecer que as criancas com D.A. podem manifestar desempenhos reduzidos em testes de inteligencia (D'Anguilli & Siegel, 2003) em consequéncia de problemas ao nivel do conhecimento factual, linguagem expressiva e memoria a curto prazo (Siegel, 1990). E igualmente possivel constatar que Qls baixos nao implicam, necessariamente, a presenga de D,A. (cf. Jiménez, Siegel & Lopez, 2003). Estas investigacoes parecem contrariar a validade do referido modelo da discrepancia de resultados. Apesar disso, continua a ser valorizada a utilizagao de medidas de inteligéncia que viabilizem a identificacao de perfis dle resultados ou do potencial do aluno - ainda que isso implique uma maior flexibilidade relativamente aos critérios quantitativos dos Qs ou o reconhecimento da fluidez das fronteiras diagndsticas Qs resultados numa escala de inteligéncia como a WISCHI constituem, neste contexto, um elemento de referéncia normativo independente util para a tomada de decisao. A este proposito, do conhecidas as suas potencialidades interpretativas (Daley & Nagel, 1996; Gaskill & Brantley, 1996; Gresham & Witt, 1997; Lyon, 1995; Mayes, Calhoun & Crowell], 1988; Rourke, 1998; Watkins, 1996; Watkins, Kush & Glutting, 1997a, 1997b; Watkins & Worrell, 2000). Diagnéstico de sobredotacao Segundo os especialistas, 0 sujeito sobredotado é aquele que manifesta um grande potencial para desempenhos excepcionalmente elevades em varios dominios, para além da esfera intelectual. Assim, o diagndstico de sobredotacao de um sujeito deve incluir a avaliagao, nao apenas, das aptidoes intelectuais mas, também, de outras competéncias (Fishkin, Kampsnider & Pack, 1996; Sparrow & Gurland, 1998). A propria definigao de “sobredotagao' varia consoante o-contexto obrigando, assim, o examinador a adaptar os seus procedimentos de ayaliacaa as diferentes situagdes, De salientar, que o psicdlogo devera procurar diversificar as suas fontes de informacao, com o objective de recolher varios tipos de dados que o ajudem a fundamentar o seu diagnostico. Inirodugco_ 13 A WISC-III permite identificar os sujeitos cujo desempenho intelectual é bastante elevado, ou seja, aqueles yue obtém um QI superior a média em dois ou trés desvios-padrao. No caso de uma crianga com menos de 6 anos, que atinja © limite maximo na escala WPPSI-R, 0 examinador devera perspectivar a possibilidade de a reavaliar com a WISC-III, expressando os seus resultados em termos de idade-teste (ver Capitulo 3). E importante salientar que as tabelas de idade-teste sao bastante titeis, na medida em que proporcionam uma indicacao global do nivel de desempenho do sujeito. Contudo, a interpretacaa das idades-teste deve ser feita com alguma precaucao, uma vez que sujeitos com diferentes idades podem obter 0 mesmo resultado em idade-teste, mas apresentar um nivel de aptiddes ou de capacidades diferente. Sattler (1992) resume alguns dos. problemas e precaucdes que deyem ser tomadas relativa- mente a interpretacao dos resultados sob a forma de idacles-teste. Diagnéstico neuropsicologico A Neuropsicologia Clinica @, frequentemente, definida como o estudo das relagdes cérebro-comportamento. Para Lezak (1995) a Neurapsicologia corresponde a "ciéncia que estuda as manifestagoes comportamentais que tem origem em disfuncoes cerebrais’. Dados obtidos a partir de investigagoes realizadas nas dreas das dificuldades de aprendizagem e dos défices cognitivos sugerem que os testes neuropsicoldgicos fornecem informacdes relevantes para o diagnostico ¢ intervengao nestas areas (Hynd & Obrzut, 1981; Rourke, Fisk & Strang, 1986). Ainda que nao tenham sido, originalmente, concebidas como instrumentos especificos para este tipo de avaliacao, as escalas de inteligéncia de Wechsler revelam-se muito tteis nesta drea, fazendo parte integrante da maior parte das avaliagdes neuropsicologicas (Boll, 1981; Donders, 1997; Franzen, 2000; Groth-Marnat, Gallagher, Hale & Kaplan, 2000; Hynd, Cohen, Ric & Arceneaux, 1998; Lezak, 1995; Simoes, 2002a; Spreen & Strauss, 1998). Qs resultados padronizados obtides por subtests e QI, quando associados a outras medidas neuropsiculégicas mais especificas, fornecem informacdes bastante relevantes para o diagndstico neuropsicologico. Em tais avaliagoes, a interpretacao qualitativa do desempenho do sujeito, assim como a analise dos ertos, s30 considerados tao importantes, ou ate mesmo mais importantes, que os resultados finais (Kaplan, 1988). Este método de utilizagao das escalas de inteligéncia de Wechsler é ilustrado em "WISC-III Pl" (Kaplan, Fein, Kramer & Delis, 1999). QuolificacGo dos utilizadores Tendo em conta a complexidade de administracio e de interpretagao das escalas de inteligéncia de Wechsler, os utilizadores da WISC-III deverao pos- suir experiéncia na administragdo individual de instrumentos clinicos estandardizados. Devem, igualmente, possuir experiéncia ao niyel da avaliagao psicolégica em criangas e adolescentes. E da responsabilidade do utilizador assegurar-se que os materiais-estimulo utilizados durante a avaliacdo, assim como as Fulhas de Registo, nao sao disponibilizados a pessoas sem conhecimentos na drea dos testes psicolégicos e que se encontram guardados em local seguro (para uma analise aprofundada destas quest6es cf. Comissdo Internacional de Testes, Adaptacio Portuguesa das Directrizes Internacionals para a Utilizacdo de Testes, 2003) CAPITULO 2 Adapta¢gdao e afericdo portuguesas ModificacGes e esiudos exploratérios realizodos em Porfugol com a WISC-III A versio final da WISC-III, utilizada na afericdo portuguesa, corresponde a.um trabalho prévio de aperteicoamento progressivo, que implicou a realizacao de dois estudos exploratorios, implementados entre Fevereiro e Junho de 1999. Tendo em vista a adaptacdo portuguesa da WISC-III procedeu-se, em dois momentos distintos, a uma selecgao dos itens presentes na primeira e na segunda versdes experimentais, Esta seleccdo de itens baseou-se nos seguintes critérios: (i) os itens da versao portuguesa deveriam ter niveis de dificuldade e de discriminagao adequactos do ponto de vista psicometrico; (ii) a cotagao das respostas a estes itens, bem como as instrucoes de administracao dos subtestes, deveriam ser simples e evidentes, a fim de assegurar a fiabilidade da medida (ea similitude do proceso de avaliacao); (iii) para alguns subtestes, a qualidade das respostas deveria apresentar uma gradacao, no sentido de permitir uma cotagao do tipo 0, 1 ou 2 pontos As versoes americana (Wechsler, 1991), inglesa (Wechsler, 1992) e francesa/ /belga (Wechsler, 1996) constituiram o principal ponto de partida para a elaboracao da primeira versao experimental da WISC-III portuguesa, Convém salientar que nao se tratou de uma traducao literal, mas de um exercicio complexo de adaptacio, nomeadamente no que diz respeito aos itens dos subtestes verbais da Escala, na qual se introduziram diversas alteracdes, tendo em vista a sua adequacao a realidade portuguesa. A semelhanca do que aconteceu com a versio francesa/belga da WISC-III, as provas da subescala de Realizacdo nao foram objecto de qualquer modificacao, relativamente & versao inglesa. Todavia, nos dois estudos exploratérios, foram aplicados os subtestes de realizagao, a fim de verificar a pertinéncia da ordem de dificuldade dos itens. O primeiro estudo exploratério envolveu 66 sujeitos, criancas e adolescentes, resi- dentes no distrito de Coimbra, com idades compreendidas entre os 6 @ os 16 16 WISC-Htl anos, ¢ um numero idéntico de rapazes e raparigas em cada um dos grupos etarios. O seguiido estido exploratério, com a segunda versao provisoria da WISC 11, incluiu uma amostra de 287 criancas e adolescentes. Com o objectivo de asse- gurar a necessaria heterogeneidade desta amostra foram controladas as seguintes variaveis: idade (entre os 6 ¢ os 16 anos), genero (némero idéntico de rapazes © rapatigas por grupo etario), zona geografica (interior © litoral, do centro do Pais) e area de residéncia (urbana e rural). Qs resultados obtidos, nos dois estudos exploratérios, conduziram a selecsio dos itens que apresentavam as qualidades psicométricas mais adequadas. Para cada item foram examinadas as seguintes caracteristicas: 1. Iudice de dificuldade (que permitiu fixar a ordem de apresentacao dos itens em cada subteste; a maioria dos itens situa-se na faixa metrologicamente descjavel .80 - 20; o valor médio do indice de dificuldade, em cada subteste, é de aproximadamente .50); iy Parametro de dificuldate segundo modelo de Rascli (0 modelo de Rasch @ 0 mais popular dos modelos da Teoria de Resposta ao Item e produziu resultados identicos aos obtidos no ambito da Teoria Classica dos Testes); 3. Indice de discriminagio (os itens retidos em cada subteste, apresentam correlagdes bisseriais corrigidas, superiores a .20, sendo estatisticamente significativas (p<.01)); 4. Fincionamento diferencial dos itens (a analise do funcionamento diferencial dos itens, permitiu eliminar, nos subtestes verbais, aqueles cujo conteado demonstrava enviesamento em relacdo aa género (ct. Maller, 2001)); 5. Sensibilidade genética (de acordo com o esperado, os itens demonstram sensibilidade genética, uma ver que o seu nivel de sucesso progride, regularmente, com a idade dos sujeitos avaliados). A amplitude das modificacoes na versao portuguesa da WISC-III é idéntica 4 extensao das alteracoes introduzidas na versdo francesa/belga (Wechsler, 1996), relativamente a versio inglesa (Wechsler, 1992). A Tabela 4 resume © niimero de ilens investigados e utilizados nas duas versies experimentais, assim como o numero final de itens retidos, em cada um dos subtestes da subescala Verbal. Avaptocoo e afelicGo portuguesas 17 Hibela 4 Estiido dos itens na versio portuguesa da subescala Verbal tr dos ne dos ara a versao final Sufiescate reat expotiniedad’?) cexparinicenatg: eet Informagao 41 35 30 Semelhangas 6 22 19 Avitmatica 27 28 24 Vocabulario 44 35 30 Compreensaa 24 22 18 Alerigco portuguesa A selecgdo da amostra para a afericao portuguesa da WISC-III, baseou-se no método de amostragem estratificada aleatoria. A estratificagao da amostra de aferigdo teve em consideragao informagées recolhidas junto do Jnstititto Nacional de Estatistica (INE) e do Ministerio da Educacio, de modo a assegurar pro- porcdes representativas de criancas/adolescentes, de acordo com a sua distribuicdo na populacdo portuguesa. Deste modo, foram tides em conside- racao os seguintes critérios de estratificagao: idade, sexo, ano de escolaridade, area de residéncia @ localizacio geografica, Devido a dificuldade na obtencgao de dados relacionados com as habilitacoes literarias e profissao dos pais, apenas foi possiyel fazer uma caracterizagao socioeconomica das familias a posteriori. Procedimento de recolha de dados A recolha de dados teve lugar em instituigées de ensino, publico e privado, A aplicacio da WISC-III foi sempre precedida de pedidos de autorizacao as varias Direcgdes Regionais de Educagao, sendo explicitados os objectivos da investigacao e caracterizados de forma breve e genérica os conteddos da Escala. Apos a seleccao das escolas, segundo os critérios “area de residéncia" e "locali- zacao geografica’, os varios estabelecimentos foram convidados a participar no projecto de aferigdo da WISC-III a populacdo partuguesa. Os pais das criancas e adolescentes seleccionados foram, entaa, informados, por escrito, acerca dos objectivos deste projecta, sendo pedida autorizacao para a aplicacao da Escala Apos a adaptacdo dos subtestes verbais a realidade portuguesa, com a realizacao de dois estudos experimentais, ¢ a seleccao das escolas que iriam participar neste projecto, deu-se inicio a recolha da amostra de aferigao. Os dados foram recolhidos entre Janeiro e Dezembro de 2000, As aplicagdes foram realizadas por 42 examinadores, Licenciados em Psicologia e com WISC-Al formagao especifica na administracao e cotacao da WISC-III. Estes profissionais estavam inseridos numa das 3 equipas de coordenacao regional: Norte, Centro e Sul. Descrigao da amostra de aferigto As tabelas de conversio da WISC-ILI, que constam do Anexo A deste Manual, foram elaboradas a partir de uma amostra de criancas e adolescentes, com idades compreendidas entre os 6 anos e 0 meses ¢ os 16 anos, 11 meses € 30 dias. A amostra foi organizada em onze grupos etirios, com amplitudes de 1 ano, que foram posteriormente divididos em intervalos de seis meses, correspondentes aos grupos normativos (cf. Tabela 5). Assim, as tabelas de conversao de resul- tados brutos em resultados padronizados permitem comparar os sujeitos com um dos 22 grupos normativos obtidos Foram recolhidos, aproximadamente, 1800 protocolos, que se destinaram a elaboracao da amostra de aferi¢ao 2 de pequenas amostras utilizadas nos estudos de Fidelidade e de Validade. As tabelas de conversdo foram derivadas a partir de 1354 protocolos. Tal como ja foi referido anteriormente, os critérios de estratificagaa da amostra foram os seguintes: idade, sexo, ano de escolaridade, area de residéncia e loca~ lizacao geografica Em relacao as varidveis idade e sexo adoptou-se a metodologia da amostragem estratificada, tal como & definida por Drew e Hardman (1985). Assim, para estas categorias, foram constituides grupos com o mesmo nimera de sujeitos © equivalentes quanto as restantes variaveis consideradas. No que respeita as varidveis ano de escolaridade, area de residencia e locali- zagaa geografica adoptou-se a metodologia da amostragem proporcional (Drew & Hardman, 1985), no sentido de assegurar que as diferentes categoria cumpriam a mesma proporcao que encontramos na populagao portuguesa Adopiaca jo e alericGo portuguesos 17 label & Organizacao dos grupos normativos em funeao da idade Grupo etario Grupo normativo Intervalos de idade Wares Banos, Omeses e 0 dias eta é 6 anos, 5 meses e 30 dias Beene 6 anos, 6 meses e 0 dias, 6 anos, 11 meses e 30 dias Pee 7 aon, Omoase 90 ae Finck anos, 5 meses e 30 dias 7% anos 7 anos, 6 meses e 0 dias 7 anos, 11 meses ¢ 30 dias Snake 8 anos. 0 meses e 0 dias aaa 8 anos, 5 meses e 20 dias Aiea 8 anos, 6 meses e O dias anos, 11 meses ¢ 30 dias ar 9 anos, 0 meses € 0 dias eons 9 anos, 5 meses e 20 dias eats 9 anos, 6 meses e 0 dias 9 anos, 11 meses & 30 dias 10 anos, 0 meses e 0 dias 10 anos tee 40 anos, 5 meses e 30 dias todas 10 anos, 6 meses e 0 dias 410 anos, 11 meses e 30 dias. Tyaia itsanox Umeses oD dies pt es : anos, z iiesee e so as ai Gh anos, 6 meses e 0 dias eee 11 anos, 11 meses 30 dias 42 anos x anos, 0 meses e 0 dias Ha, —— a sears Gneeeoaee 42 % anos ; = 12 anos, 11 meses e 30 dias Bearae 18 anor, Omeser = das ee 4S.no, seen 620i 43% anos anos, 6 meses e 0 dias 13 anos, 11 meses e 30 dias aiaog 414 anos, O meses e 0 dias te “30S Adanos, 5 meses e 30 dias ‘Sande 14 anos, 6 meses e 0 dias 14 anos, 11 meses e 30 dias Falck 15 anos, 0 meses e 0 dias Agente 15 anos, 5 meses e 30 dias Ae dialion 45 anos, 6 meses e 0 dias 15 anos, VW ‘meses € 30 dias o teats 16 anos, O meses © 0 dias, 48 ands. 16 anos, 5 meses e 30 dias nies 46 anos, 6 meses e 0 dias 16 anos, 11 meses e 30 dias 20 WISC-HI Idade e Sexo Embora a planificagao inicial da amestra estipulasse, aproximadamente, 100 casas por grupo etério, com um niimero idéntico de sujeitos por sexo (perfazendo uma amostra total de 1100 casos), este valor acabou por ser superado em todas as idades. Apos a eliminacao de alguns protocolos que nao cumpriam os requisitos base, como ¢ 0 caso daqueles onde se verificou a existéncia de erros de administragao, obteve-se uma amostra final de 1354 sujeitos, que constituiriam a amostra da afericdo portuguesa, A Tabela 6 reproduz a distribuicao da amostra, relativamente as variaveis sexo e idade. (bel. 6, Distribuicdo da amostra em funcéo das variiveis Idade e Grupo etario Sox: SOxe Total masculino feminino 6 anos 66 74 140 7 anes 59 58 "7 8 anos 53 57 110 9 anos 59 57 116 10 anos 87 54 124 14 anos 62 84 128 12 anos 64 63 127 13 anos 58 62 120 14 anos 61 57 18 15 anos 60 a 134 16 anos 65 63 128 Total 674 680 1354 A distribui¢ao da amostra quanto a variavel sexo é bastante equilibrada, sendo © numero total de rapazes observados (n=674) praticamente igual ao namero de raparigas (n=680). No que diz respeito a idade, a amostra de afericao distribui-se de forma equilibrada pelos onze grupos etirios. Ano de escolaridade Os dados que dizem respeito a distribuigao da amostra, em funcao da varidvel ano de escolaridade, encontram-se expressos na Tabela 7. Como se pode observar, as percentagens de sujeitos observados aproximam-se bastante dos valores encontrades na populacao portuguesa. Adaptogao e alericao portuguesms 21 Julely © Distribuigdo da amostra em furicio da escolaridade Criangas/Adolescentes Escolaridade Portugal’ observados o % n % Jardim de Infancia 3372 03 23 1.8 Ensino Basico 1° Ciclo 490276 37.3 464 36.1 Ensino Basico 2° Ciclo 275684 21.0 244 19.0 Ensino Basico 3° Ciclo 391146, 297 345 26.8 Ensino Secundario 155159 n8 209 16.3 Total 1315637 100.1 1285 700.0 Dados cedidos pelo Ministério da Educacdo, referenies oo ang lective de 1996/1997, Criangas © adolescenies, dos 6 Gos 16 anos, rexidentes em Portugal Confinental e a flequeniar o ensine pré-escolal, bAsIcO OU secUNdariD, UO vez que Os dado} se refer a Portugal Continental, neva ‘comparagao no se teve em consideragaa os sujeltos observades ras lihas |n=89) Area de residéncia A Tipologia de Areas Urbanas, aprovada pela 158." deliberacao do Conselho Superior de Estatistica em Julho de 1998, foi utilizada como critério para a definicao do nimero de sujeitos a recolher em cada uma das areas urbanas. Esta Tipologia, que se baseia em dados acerca do ordenamento do territério e do desenvolvimento urbano, tem em consideracao os seguintes niveis: 1 Areas Predominantemente Urbanas; 1 Areas Moderacamente Urbanas; t Areas Predominantemente Rurais. Os dados relativos 4 distribuicao da amostra, pelos trés niveis da Tipologia de Areas Urbanas, encontram-se expressos na Tabela 8. Como se pode verificar, a distribuicao da amostra de afericao aproxima-se bastante dos valores nacionais. 22 Wisc-ill Jieli &. Distribuicia da amostra en fiuncio da Tipologia de Areas Urbans Criancas/Adolescentes Tipologia de Areas Urbanas Portugal’ observados n %o n % Areas predominantemente urbanas 6376159 68.0 915 «(712 Areas moderadamente urbanas 1542715 16.0 187 12.2 Areas predominantemente rurais 1457052 16.0 213 16.6 Total 9375926 100.0 4285 10 Dados relaiivos a Portugal Continental, cedidos j2elo INE || 9%8). Na auséncia d& dadas estalisti¢os feterentes & dishibuicao dos sueitos com idades compreendidas enlre os 4 @ 05 18 anos, famouse como ponto He leferéncia apraxmada os yolares da populacca pacional residente, Nesta carn TogG0 NGO foram Considerados os suieitos observadas ras thas (n=é9), Localizag¢Go geografica Procurou-se que a amostra da afericdo portuguesa fosse representativa em ter mos geognificos (cf. Tabelas 9 ¢ 10). Para tal, foram respeitadas as percentagens de sujeitos atribuidas a cada uma das regi6es geograficas (NUTS Il) em que se divide Portugal. A divisao do tertitorio portugués, por NUTS IL, compreende as seguintes regides: Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve, Acores e Madeira. Também foi tida em consideracao a proximidade relativa- mente ao mar, das unidades territoriais identificadas como NUTS III. Neste caso, foram consideradas como litorais todas as unidades que tocayam o mar e como interiores todas as outras. A percentagem de criangas/adolescentes, por regio © zona geografica, foi calculada com base no ntimero de alunos matriculados no ensino basico e secundario, no ano lectivo de 1996/1997 (dados cedidos pelo Ministerio da Educacao), Jilly 4. Distribuigio da amostra en funcio da regio geogréfica Criangas/Adolescentes Regido geografica Portugal’ observados 0 % a % Norte 635174 38.3 395 313 Centro 296625 17.9 410 32.5 Lisboa e Vale do Tejo 576239 34.7 362-287 Alentejo 86732 5.2 44 3.5 Algarve 65611 3.8 51 4.0 Total 1660381 100.0 1262 100.0 active ae 1996/1997, Uma vex que Dados cedidos pelo Minis!étio da Educaca: fs dados utiizades diem ya ctiancas adolesc residenies em Portugal Continental & 1 frequentar o ensino basice ou secundario, nesta comiparagi forar ideradas os crlancos cbiervadas em conteno pré-escolar (1223) ner os sujellas abseryactes nas |ihas (17=49) Adopiacco 2 ateilcde portuguesas 22 Jihelu UP Distribuigao da amastra em funciio da zona geografica Criangas/Adolescentes Zona geografica Portugal’ observados n % a % Litoral 4116238 «67.2 864 «68.5 Interior 544143 32.8 398 315 Total 1660381 100.0 1262 100.0 | Dados cedides pela Minisiério da Educagae, rételentes ao ano lectivo de 1976/1997 Uma ver que 95 dados Lilifzadox aizem raspeito o changas ¢ adolescontes, |esdentes em Portugal Continental @ @ frequentar 0 ering Basico au secUNceio, nesta Compara¢do nOo fofam consideradas as criangus abservadas em contexta pré-escalar (n=23) nem 0s sujeitos observacdos nas thas (r=69) Como se pode verificar, a percentagem de sujeitos avaliados aproxima-se bastante das percentagens encontradas na populacao portuguesa. No entanto, encontramos algumas discrepancias, principalmente ao nivel da regido geogra fica, Este desfasamento deve-se, fundamentalmente, a necessidade de fazer alguns ajustamentos em relacdo aos locais de recolha da amostra. Assim, algumas das aplicagdes previstas para a Regiao Norte Interior foram recolhidas na Regiao Centro Interior; e as aplicagdes previstas para o Alentejo Litoral foram recolhidas na Regiao do Algarve. Qs dados previstos para as Regides Auténomas dos Acores e da Madeira foram recolhidos apenas na Ilha de S. Miguel (Acores) e correspondem a 5.1% (n=69) do total de sujeitas da amostra de afer Apesar das alteragoes dos locais de recolha dos protocols, estes ajustamentos posteriores realizados em distritos contiguos aos inicialmente previstos (por exemplo, norte do distrito de Viseu em vez de Vila Real) nao comprometem a representatividade da amostra em termos geograficos, ja que foi abrangida uma vasta area do territorio portugues. Deste modo, a recolha foi realizada nos seguintes distritos: Braga, Porto, Aveiro, Viseu, Guarda, Coimbra, Leiria, Lisboa, Santarém, Setabal, Evora, Faro e Ilha de S. Miguel. Nivel socioeconémico Para efeitos de classificagao, foi adoptada como referéncia a profissao do pai, uma vez. que @ considerada como um bom indicador do nivel socioeconomico da familia, Esta variavel foi codificada de acordo com a versdo. portuguesa da Classificacao Internacional dle Profissoes, adoptada no Censos 91 (INE, 1996) eno Censos 2001, Apesar da recolha destes dados ser feita junto de professores, nomeadamente no caso da avaliagdo de criangas mais novas, nem sempre foi possivel obter informagdes objectivas, que auxiliassem na codificacao do grupo profissional 24 WISC-iNh do pai. As razoes para esta lacuna dizem respeito, principalmente, a falta de conhecimento por parte dos professores e dos prdprios sujeitos, e 4 auséncia de informagées na ficha de caracterizagao do aluno. Foi assim obtido um numero relativamente significativo de profissionais nao identificados (n=211), gue cor responde a 15.6% do total da amostra de aferigao. A dificuldade na recolha de dados de natureza socioecondémica, considerada como uma das lacunas ao nivel da investigagdo em Ciéncias Humanas, foi antecipada ainda durante a fase de definigao da amostra, o que levou a que esta varidvel apenas fosse analisada a poslerior’, em vez de ser incluida como critério inicial de estratificagao da amostra. As dificuldades em controlar e medir os efeitos do nivel socioecondmico sdo hoje amplamente reconhecidas na investigacao (cf. a este proposito, Jeynes, 2002). Os dados referentes ao grupo profissional do pai encontram-se expressos na Tabela 11 Filo U). Distribuiema da aniostin em firncaa do grupo profissional do pai Criancas/Adolescentes Grupo profissional observados a Directores e quadros dirigentes 104 24 Profissionais intelectuais € cientificos 184 16.8 Profissionais técnicas intermédios 96 84 Empregados administratives 88 77 Empregados do comércio e servicos pessoais 140 12.2 Trabalhadores da agricultura e da pesca 44 3g Trabalhadores da industria e dos transportes 363 31.8 Trabalhadores nao qualificados 37 a5 Forgas Armadas 30 2.6 Total 1143 100.0 Derivagdo dos resultados brutos DeterminacGo dos criférios de inicio e de interrup¢ao Para evitar a desmotivacao da crianca ou do adolescente, devido a aplicacao de itens demasiado faceis ou excessivamente dificeis, foram estabelecidos dife- rentes critérios de inicio e de interrupgao, que devem ser utilizados de acordo com a idade e a capacidade do sujeito. Ambos os critérios foram determinados a partir dos dados fornecidos pelos estudos exploratérios da versao portuguesa e das versdes inglesa e francesa/belga. Na Versao portuguesa, os itens de cada subteste, foram ordenados de acorda com o seu grau de dificuldade. Os critérios de inicio e de interrupeao foram Adoptacdo ¢ oferledo porlugueron 25 estabelecidos com base em estudos empiricos sabre a percentagem de acertos, por item. Por exemplo, se 95% ou mais das criancas, de um determinado grupo etario, realizavam com sucesso os primeiros itens de um subteste entao, 9 ponto de inicio, para esse grupo etario, era alterado para um item mais avancado, Os critérios de interrupgao foram estabelecidos tendo em consideracae dois aspectos; (i) as vérias tentativas realizadas no sentido de determinar quais os pontos de interrupgdo para cada subteste; (ii) a probabilidade da crianga ou do adolescente obter pontos suplementares em catia uma dessas tentativas. For exemplo, para o subteste Vocabulario, a probabilidade de que qualquer crianca obtivesse pontuacao adicional apés quatro respostas incorrectas consecutivas, era bastante reduzida. Por esta razao, o criteria de interrupgao da versao final deste subteste ¢ de quatro respostas incorrectas consecutivas. Nos subtestes Completamento de Gravuras ¢ Disposicao de Gravuras, 0 critério de interrupeao foi ligeiramente aumentado: seis (e nao cinco) insucessos conse- cutivos no primeiro caso, quatro (e nao trés) respostas incorrectas no segundo aso. Pontos de bonifica¢ao As escalas de inteligencia de Wechsler incluem alguns subtestes de realizacao, para os quais 0 cdlculo do resultado bruto tem em consideracao a exactidao ea rapidez do desempenho do sujeito. Nestes subtestes, um cu mais pontos de bonificacao sao atribuidos em fungao da exactidao e da rapidez de execucao dos itens. A grelha de pontos de bonificagao, por item, foi caleulada com base na distribuicao dos tempos de execugao dos sujeitos. Os critérios de bonificagao utilizados baseiam-se nos dades da versio americana, que Sao alias coincidentes com os parametros das versdes inglesa e francesa/belga e que se revelaram igualmente discriminativos para que fossem aplicados a populacao portuguesa, Cinco dos subtestes da WISC-III incluem pontos de bonificago, designadamente: Codigo (Parte A), Disposigio de Gravuras, Aritmética, Cubos e Composicao de Objectos. Derivagao dos resultados padronizados Para cada um dos 13 subtestes da WISC-III, a distribuicao dos resultados brutos, de cada grupo normativo, foi convertida numa escala com média 10 e desvio- -padrao 3, Para cada um dos 11 grupos etarios, foram construidas, suavizadas & normalizadas as distribuicdes de frequéncias dos resultados brutes: A partir destas. distribuicdes, foram caleuladas as frequéncias acumuladas por grupo etario, e considerados os seguintes aspectos: progressdo das médias dentro 26 WISC-III de cada subteste, desvios-padrao, simetria e achatamento das distribuicoes. Recorreu-se a este mesmo procedimento para analisar os dados por grupo normative, Foi, ainda, veriticada a progressao dos resultados brutos, por subteste, dentro de cada grupo etirio e ao longo dos diversos grupos etarios. Sempre que necessario recorreu-se a suavizacao para eliminar pequenas irregularidades, A Tabela 36 (pp. 259-280) permite fazer a conversio dos resultados brutos em resultados padronizados, por subteste. Os grupos normativos, com uma amplitude de 6 meses, variam entre os 6 anos e 0) meses & os 16 anos, 11 meses © 30 dias. Em cada subteste, incluindo os trés opcionais, os resultados padronizados variam entre 1 e 19, com uma amplitude de 3 desvios-padrao acima e abaixo da média. Construcao das tabelas de Qls e de Indices Factoriais Ocalculo dos Qls baseou-se na soma dos resultados padronizados para cada um dos grupos etarios. Desta forma, cada sujeito foi comparado com os seus pares de idéntica idade cronologica. Para construir as tabelas de QI da WISC-III foram calculados, por sujeito, trés somatorios de resultados padronizados. Estes somatorios dizem respeito aos cinco subtestes verbais (subescala Verbal), aos cinco subtestes de realizagao (subescala de Realizacao) e A soma destes dez resultados (Escala Completa). Este calculo nao teve em consideracao os subtestes opeionais (Memoria de Digitos, Pesquisa de Simbolos e Labirintos). A Tabela 12 apresenta as médias e os desvios-padrao destes trés somatérios de resultados padronizados. Estes valores encontram-se expressos por grupo etario. Adaptocde e oleticGe pouguesas 27 hileli (2. Medias ¢ desoios-padrio dos somatérios de resultados jndronizades das calas Verbal, de Renlizacdo ¢ da Esceila Conpleta, por grupo etiria Somatorios de resultados padronizados Subescala Subescala Verbal de Realizacao Escala Completa Grupo etario Media DP Média oP Media DP 6 anos 50.9 99 51.2 10.5 102.1 17.3 7 anos 51.4 10.4 51.4 10.4 102.8 17.5 Banos 503 114 514 97 1014 0-178 9 anos 51.6 N23 51.4 99 102.7 77 10 anos 51,0 n5 $1.0 9.5 102.0 17.3 1 anos 51412 51.1 98 1025 16.7 12 anos B13 1.6 50.8 10.4 102.1 19.2 43 anos 513 10.5 51.0 39 4023 © 16.9 14 anos 513 1.9 $1.5 10.0 102.8 7.9 15 anos 514 4 49.9 95 101.3°0«-17.9 16 anos 51.6 ns 51.0 93 102.6 16.3 Os valores apresentados na Tabela 12 evidenciam uma proximidade entre 0s varios grupos etarios, aspecto que se verifica para as duas subescalas ¢ para a Escala Completa. Foi realizada uma anilise de variancia aos resultados, que demonstrou nao existirem diferencas significativas entre os varios grupos etdrios. Os resultados do teste de Bartlett, para a homogeneidade da variancia, nao evidenciaram diferencas significativas ao nivel dos desvios-padrao dos onze grupos etarios, Com base nestas informacdes, foi organizada uma amostra tnica, que corresponde a amostra total de afericao (N=1354). As tabelas de equivalér para Qls (cf. Tabelas 37-39, pp. 281-284) foram construidas a partit desta amostra. A distribuigao dos somatérios de resultados padronizados foi suavizada e normalizada, Cada um dos somatdrios foi conyertide numa escala com media 100 e desvio-padrao 15. As distribuigdes dos QIs foram, ainwla, suavizadas visualmente para eliminar pequenas irregularidades, com o objectivo de preservar as médias e os desvios-padrao proximos de 100) e 15, respectivamente. Estas alteracdes, contudo, nao alteraram de forma significativa a média © o desvio-padrao das escalas. A normalizagao dos resultados padronizados assegurou que a distribuicao dos QIs se aproxima de uma curva normal teérica. As Tabelas 37-39 (cf. AneXo A) apresentam a conversaa dos somatdrins de resultados padronizados em QI, para as subescalas Verbal e de Realizagao e Escala Completa. Estas Tabelas deverao ser utilizadas para determinar os Qls, de sujeitos com idaces compreendidas entre as 6 anos e 0 meses @ os 16 anos, 11 meses & 30 dias, 28 WISC-III Nao s3o fornecidos Qls para todos os somatdrios possiveis de resultados padronizadtos. Contudo, os Qls apresentados estendem-se po: uma amplitude de 4 desvios-padrao acima e abaixo do QI médio, estando os resultados de todos 05 sujeitos que compdem a amostra de aferi¢ao compreendidos dentro destes limites. Para um sujeito que obtenha uma soma de resultados padronizados mais elevada ou mais reduzida, que as indicadas nas Tabelas de conversao, o examinador devera anotar, respectivamente, ‘um QI superior a 155" ou "um QI inferior a 46", no que se refere aos Qs Verbal e de Realizacao, No caso do QI da Escala Completa a designacao devera ser "um QI superior a 160" ou "um QI infe- rior a 40". A elaboracao das tabelas de conversdo para os trés indices Factoriais (cf. Tabelas 40-42, pp. 285-287) respeitou os mesmos procedimentos que os utilizados na construcao das tabelas de QI. Interpretacdo dos QIs e dos Indices Factoriais Interpretacdo quantitativa As distribuicdes dos Qs Verbal, de Realizacao e da Escala Completa, bem como dos Indices Factoriais, apresentam uma media de 100 ¢ um esvio-padrao de 15, Um QI de 100, em qualquer uma destas escalas, representa um desempenho médio de um sujeito com uma determinada idade. Qls de §5 e de 115 correspondem a um desvio-padrao abaixo ¢ acima da media, respectivamente; cerca de dois tergos dos sujeitos obtém QIs dentro desta amplitude. Um QI de 70 ou de 130 significa que os resultados se afastam dois desvios-padrao da media; cerca de 95% dos sujeitos obtém resultados dentro deste intervalo, Mais de 99% dos sujeitos obtém um QI entre 55 e 145 (0 que corresponde a um afastamento de trés desvios-padrao em relacao a média). A Tabela 13 facilita a interpretacdo dos Qls e dos Indices Factoriais, quer em ter- mos de desvios-padrao em relagao a média, quer no que diz respeito aos per- centis. Esta Tabela baseia-se em valores tedricos de uma distribuicao normal, sendo certo que as distribuicoes para os trés Qs, obtidas pela amostra de afe- rigdo, sé aproximam bastante destes valores teéricos (cf. Tabela 14). Adaptocde e aleri¢do poriuguesas 27 Tule 13 Correspondéncia entre Qls ou Indices Factoriais, desvios-padrio em relia a média e percentis Afastamento em relacgao a média Qislindices Factoriais. em unidades de desvios-padrao -Parcenttis! 145 +3 99.9 140 22 996 135 $21 99 130 42 98 425 +42, 95 120 + 1% ey 5 +1 84 110 +45 75 305 + 63 400 0 (media) 50 95 = 37 90 ~ily 25 85 4 16 20 = Ms 9 75 th; 5 70 -2 2 65 ~2iy 1 60 - 2, oa 55 a a4 {ee bereSntssinwsrercerrs eens tdi ja Om tifa sim Interpretacdo qualitativa Alguns psicélogos, ao analisarem 0 desempenho de um sujeito, preferem combi- nar o sistema quantitativo com um sistema qualitativo. A Tabela 14 estabelece a relacdo entre resultados dos QIs e categorias qualitativas de diagndstico. A classificacio qualitativa utilizada na WISC-III! foi definida estatisticamente, tal como aconteceu com as classificacoes utilizadas nas outras escalas de inteligéncia de Wechsler. Podem, no entanto, ser utilizadas classificacdes com limites diferentes dos sugeridos, desde que seja especificada a fundamentagao estatistica que Ihe esta subjacente, As designacoes utilizadas pretendem reflectir a probabilidade de um determinado resultado ocorrer nessa categoria Ambos os sistemas de interpretacao (quantitative © qualitative) devem ter em consideracao 0 erro-padrao da medida que se encontra associado a este tipo de provas, Este aspecto sera discutido no Capitulo 4. 30_ WISC-IN Folelo H Classificagito dos mineis de inteligéncia Percentagem a. Classificagao Tedrica Amostra Portuguesa’ 130 ou mais Muito Superior 22 19 420-129 Superior 67 84 110-119 Médio Superior 16.1 16.8 90-109 Medio 50.0 49.8 80-89 Médio Inferior 16.1 159 70-79 Inferior 67 57 69 ou menos Muito Inferior 22 14 | As perceniagens indicadas dizem respeita ao Gi da Ecola Complsia © baseiam-se na amasira de aleficdo (N=1354). As percentogens objidas para os Gis Verbal © de Realzaca apioximam-se, astante, das obtidas pelo Gl da Escala Completa, CAPITULO 3 ConsideracGées gerais de administracdo e cotacdo Neste cap{tulo sdo apresentados os principios gerais que estao subjacentes a qualquer processo de avaliagao, bem como os procedimentos de administragao e de cotacao da WISC-III, O conjunto de regras que se segue é indispensavel para um adequado desenrolar da situagao de avaliacao, pelo que ¢ fundamental que © examinador possua um dominio tigoroso destas informacoes antes da aplicacao da Escala, Principios bésicos para o utilizacGo da WISC-III Idades de aplicagao A afericao portuguesa da WISC-III pode ser utilizada em sujeitos com idades compreendidas entre 05 6 anos © 05 16 anos € 11 meses. Os itens & materiais da Escala, assim como as instrucoes de administracao foram seleccionados de acordo com a sua adequabilidade e eficiéncia em sujeitos destes grupos etdrios. Em termos de aplicabilidade, a WISC-III e a WPPSI-R sobrepdem-se em meio ano, que corresponde ao grupo etario dos 6 anos aos 6 anos © 6 meses. A prefe- réncia por um dos. instrumentos devera ter em consicleracdo as caracteristicas cognitivas do sujeito a avaliar, Geralmente, é mais prudente utilizar a WPPSL-R sempre que existam indicios de que 0 funcionamento intelectual de uma crianea, dentro daquele grupo etario, se encontra abaixo da média. Do mesmo modo, verifica-se uma sobreposigao entre a WISC-III e a WAIS-III (escala ainda nao aferida para a populacdo portuguesa), para o grupo etario dos 16 anos de idade, Considera-se que s6 se deve recorrer 4 WAIS-IIl quando existem indicaces de que um sujeito de 16 anos possui um desempenho acima da média. No Capitulo 5 serao apresentados os resultados obtidos nos estudos comparativos entre a WISC-III e a WPPSER. Procedimentos estandardizados O principal objective da WISC-III é a avaliagao do desempenho cognitivo da crianca ou do adolescente, de acordo com um conjunto de condigées bem definidas. Os procedimentos de administracdo e cotagao apresentados no Capitulo 6 devem ser cuidadosamente respeitados, uma vez que foram estes 32_WISC-Il 68 procedimentas utilizados para estandardizar a Escala. Sé desta forma € possivel a comparacao dos resultados obtides com as normas portuguesas. Quaisquer alteracdes ao nivel da formulagao ou da apresentacao dos itens, assim como modificacdes nos limites de tempo ou outro tipo de alteragdes em relacao aos parametros utilizados na estandardizagdo, podem reduzir a validade dos resultados obtidas. Apesar do formato global da WISC-III nao ter sofrido alteracoes, em relagao ao da WISC-R e ao da WISC, os procedimentos de administracao, especificos a cada subteste, foram modificados de forma significativa. Por esta razao, antes de administrar a WISC-II, os examinadores que possuam experiéneia com a WISC ou a WISC-R devem familiarizar-se com estas mudangas facto de obedecer a um conjunto de procedimentos de aplicagan estandar- dizados nao significa que a Escala tenha de ser administrada de uma forma rigida ou artificial. E importante adoptar um tom natural de conversacao, encorajar 0 interesse pelas tarefas e reforcar os esforcos do sujeito, uma vez que estes comportamentos, por parte do examinador, ajudam a tornar a situagao de avaliagao mais coerente, agradavel e bem estruturada, Tempo de administragéo Para a administragao dos dez subtestes obrigatérios 0 examinador necessita de um tempo aproximado de 60 a 90 minutos. Caso opte por aplicar os trés subtestes opcionais, o tempo adicional sera de 10 a 15 minutos. No entanto, as diferencas indivicuais, quer dos sujeitos, relativamente ao seu comportamento, quer do examinador, no que diz respeito a técnica e a pratica na administragao da Escala, podem influenciar o tempo despendido na aplicacao da mesma. O examinador devera tentar aplicar a totalidade da Escala, numa tinica sessao. Contudo, se tal nao for possivel, por exemplo devido a reduzida motivacao do sujeito ou A fadiga do mesmo, a avaliagao devera ser interrompida e acordada, entre as duas partes, uma nova data para a finalizacao da mesma. O intervalo entre as duas sessdes nao deve ser superior a uma semana. A necessidade de uma segunda sessdo nao devera servir como justificagdo para a redugao do naimero de subtestes a administrar na medida em que, deste modo, os resultados obtidos apenas permitirao fazer uma avaliacao parcial das aptidoes do sujeite, Condigées fisicas de administracao Esta Escala podera ser administrada num consultorio, numa escola ou num local calmo e afastado de distraccdes exteriores, que seja adequado a situacao de avaliagao, A fim de minimizar quaisquer distraccoes ou interferéncias, o examinador devera escolher uma sala calma, com iluminagao e ventil 0 Consideracées gerais de administia¢de e cotagde 33 adequadas. E importante que este espaco seja ocupado apenas pelo sujeito e pelo examinador. Excepcionalmente, e com o anico objectivo de facilitar a sessio de ayaliagao, podera permitir-se que o adulto que acompanha a crianca ou © adolescente permaneca na sala, ainda que fora do alcance visual do sujeito © mantendo-se em siléncio ao longo de toda a administragao da Escala. As condicoes fisicas e materiais do local da avaliagao sao determinantes para uma administracao eficiente da WISC-III Tanto 0 sujeito como o examinador deverao sentar-se numa cadeira confortavel e adequada a sua estatura, A mesa ou secretaria devera apresentar uma superficie lisa e ter uma largura suficiente que permita ao sujeito manipular facilmente os materiais dos subtestes. O examinador devera sentar-se em frente do sujeito, uma vez que as ilustragoes do Manual e da Folha de Registo (como por exemplo, no caso do subteste Cubes) partem deste pressuposto, Para além desta exigéncia, em termos de administragao de alguns dos subtestes, esta posigao permite ao examinador observar 0 compartamento do sujeito durante a realizagao das tarefas. Se tal nao for possivel, devera posicionar-se de forma a poder observar o comportamento do sujeito e a facilitar a cotacao imediata das respostas. A figura que se segue sugere a disposicio do sujeito e do material para examinadores destros e esquerdinos, Figura 1. Sugestito de disposicao do sujeito, exaninador e do material Crianga Crianga Manual Te RS Manual Folha de —je\ ‘e+ Folha de Regista Registo Examinador Examinador Y Material Material oO deTeste de Teste Para um examinador esquerdino Para um examinador destro Manuseamento dos materinis de teste A WISC-III ¢ constituida pelos seguintes materiais: * Manual; = Folha de Registo, que inclui folha de respostas para o subteste Codigo (Partes A e B); * Caderno de Estimulos, que inclui os itens para os subtestes Completamento de Gravuras, Aritmética e Cubos; * Caixa com 15 conjuntos de cartdes, que se destinam ao subteste Disposicao. de Gravuras;

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