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PARTE 3 SINTAXE 1. INTRODUCAO intaxe (do grego, syntaxis: artanjo, organizacao, construgao) 6.4 parte dos estudos.gramaticais que examina o modo com ue vocabulos, sintagmas, oracdes e periodos se organizam na Zonstrugao do texto. —~“pentro dos estudos sintaticos, podem-se fazer exames anali- ticos e relacionais. No primeiro caso, tem-se um processo de and lise, reconhecimento e nomenclatura, jé que o papel da sintaxe analitica € verificar e nomear fungdes sintaticas de vocébulos, sintagmas e oracdes, de acordo com as caracteristicas gtamati- cais do perfodo; no segundo caso, examinam-se processos de concordancia, regéncia e colocacio de termos, isto 6, relagoes intrassintagmaticas ou intersintagmaticas, sempre nos limites do periodo, o que se tem chamado pelos gramiticos tradicionalistas sintaxe das relagées (relagdes de concordancia, regéncia e colocacao), 2. MICROSSINTAXE E MACROSSINTAXE Di-se 0 nome de microssintaxe ao estudo da funcao e organizacao dos vocébulos, sintagmas e oracdes na construcao do perfodo, Assim, a microssintaxe vai do seu objeto minimo de andlise (0 vocdbulo) ao seu objeto maximo (a sentenga ou periodo). Quando se faz andlise sintatica de periodos simples ¢ compostos, trabalha-se no nfvel microssintatico, Amacrossintaxe ¢ também chamada sintaxe transftdstica ou coesito textual. Trata-se, no caso, do exame das relacoes sintaticas gntre porcdes maiores de texto, que transcendem os limites da sentenga. Quando se estudam fung6es de elementos juntivos (Cu conjuntivos) na conexao entre periodos distintos ou mesmo parégrafos distintos, trabalha-se no nivel macrossintatico. Em virtude dos prop6sitos deste livro, a preocupacao maior aqui reside na microssintaxe ou andlise sintatica da sentenga, A distincao entre os niveis micro e macrossintatico se exem- Dlifica a seguir, raf | paste 3 © SINTAXE MICROSSINTAXE ———— ————$— PERIODO SIMPLES sujeito Predicado comers eae anlmeaynara pga eee PER{ODO COMPOSTO POR COORDENACKO, ~~ oragdo coordenada ‘oracdo coordenaas ~ assindética sindética aditiva © bebé dorme no quarto ©.a mamie vela por ele, ee oh PER{ODO COMPOSTO POR SUBORDINAGAO 7 = oragao subordinada oracdo principal substantiva objetiva direa A mamae afirma que o bebé é sua vida. MACROSSINTAXE sac Soe Sree es the od ae dently a eae ‘A mamie afirma que o bebé é sua vida. O papai, eatrteanoe estd nada satisfeito com isso e considera @ crianga um em alintimidade do casal. ds eroded met Buncec nani gre entretanto: conector adversativo interfréstico que estabelest nogdo de contraponto. a isso: pronome de valor anaforico, pois retoma 0 periode precedente. ae ee ae rt 4 crianga: sintagma nominal de valor anaférico, vist? um sintagma nominal jé exposto: 0 bebe. @ casal: sintagma nominal de valor anaférico, uma = retoma dois sintagmas nominais jé expostos: 4 - 4 CHOMSKY FOS neTUDOS sirKn1C08 | 129 } HOMSKY E OS ESTUDOS SINTATICOS 3. qalvez nao seja injusto afirmar que houve certo menosprezo \ teorias ‘estruturalistas estritas pelo componente sintatico, } das edi em que a matéria fundamental de Saussure e seus | m2 Rifores fol sempre © vocdbulo em seu aspecto fonémico e ‘ico. J mt Chomsky, em suas descrigOes gerativistas, sintagmé- sgeaye transformacionais, ao eleger a gramética como fator pre- onderante, Sal dos limites lexicais e caminha para a sintaxe a c nde compreender como as Iinguas se organizam na elaboracao | Ge sentencas possiveis (“bem” formadas) ou gramaticalmente steitaveis. Esse critério de aceitabilidade, em iiltima instancia, conceme a estrutura sintatica da sentenga, ou seja, a sintaxe ¢ s| Segio gramatical respons4vel por chancelar ou nao a grama- | icalidade do periodo. ~ “"Abem da verdade, cumpre reconhecer que Chomsky deve | muitos dos seus postulados a anélise de constituintes imediatos, proposta inicialmente por Leonard Bloomfield ¢ desenvolvida por Zellig Harris. Este, a propésito, orientou Chomsky em seu | trabalho de doutoramento (The Logical Structures of Linguistic __ Theory, 1955), cuja sintese se publicou dois anos ap6s em Estru- turas Sintéticas (cf. edigao brasileira, 2015). , i obstants seas observacées histéricas, deve-se ressaltar sonnet inguista norte-americano na evidéncia de on lingua coms portuguesa, por exemplo, estrutura-se Eee sintagmaticas, e nao através de unidades igou vocabulares, como alls se acreditou por muites anos. -se a sentenga abaixo: (256) 0 rapaz. comprou o livro ontem. 0) J ee Scat pode até, eventualmente, acreditar que essa oragao 0 4 5 en. pe da soma de artigo + substantivo + verbo + absurda, paren vo + advérbio. Ainda que essa analise no seja Matematica do ie legitimo imaginar uma certa expressdo compa tibeX COMPRAR Y W, sendo X um SN, Y outro um SV e W um SAdv. yo | van 3 # sINTAKE £ possivel descrever essa expressio Matematica j componentes sintanéticos: SN = SV (NUCL S22 cu SN [X] + SV (COMPRAR [NUCLEO] + SN [yp * sig! Ou ainda, por meio de diagrama arbéreo, temee™ ty ORACAO a SN SV(NUCLEO+8N) Sq, o + rapaz comprou 0 + livro. ontem (257) A mulher vendeu o apartamento. ORACAO ae SN + sv det, + nacleo niticleo + SN Amulher + vendeu o apartament’? @ A descricio sintética por diagrams arb6reos, com, Se demonstram acima, ganhou notavel importinch de Chomsky e constitui método eficiente de oa nos mente as senterigas em linguas diversas. Apesat 89.33 a epistemologia deste trabalho, em que se daré P’ expressoes algébricas, ny og OMA | a 4, SINTAGMA 4,1. Defini¢do e hierarquia gtamatical qrata-se de um conceito metalinguistico yma unidade sintatico-seméntica, as ‘odos) se constroem por intermédio de P7que podem sequenciar-se para formar u que corresponde a sentencas (oragdes ¢ nidades sintagm i. } | | 'mM todo proposicional | Exemplo: —___senrenca Sintagma Sintagma Sintagma nominal verbal adverbial | ganhou a partida O América ganhou ontem. (aticleo do S¥) | (SN complemento) | Nas palavras de Kury (1997: 09), | SINTAGMA € uma palavra criada por F. Saussure (..) para desig- Rar dois elementos consecutivos, um dois quais ¢ o DETERMINA- DO (principal) e 0 outro o DETERMINANTE (subordinado). 14, Portanto, uma relacdo necessdria de subordinagao entre os dois. -Oque Ferdinand de Saussure chama de sintagma, a rigor, si0. minais em que hé qualificador, nfo se deve enxerg2! si : moca contente, um rapaz valoroso, as palavras inde Nao obstante, a locugao prepositiva pode, pot i ie cao, assumir fungao sintatica de adjunto nominal ~ ie se hhonra: iomem hortrado -, caso em que faz pate O° } } } sgt de hionra como um SAdj., na medida a0 1 pleito ce enxergar os determinantes ou cts foes 27 Gpominas Como sintagmas, visto que sio também (ie res Majuntos do nome: as pessoas, musttas pessoas etc cgeeos membre ‘alguns meninosestudiosos’, por exemplo, Nosh Me a dofesa de estudiasos como um SAd)., poder: aranten ryder, Por isonomia sintética, que alguns também & sot dreompondo-se a estrtura de ts sintagmas ~ dors an Ste um nominal. Trata-se de um exagero descrtivo, adjeeosclementos compoem solidariamente uma unidade vs ragmatica (SN), a qual é substituta de apenas uma categoria onom nal (eles). jg. Sintagma Adverbial (SAdv.) faunidade sintatics semantica representada pelos circuns- sanciaizadores: no periodo simples, advérbios elocucbes adver- Fass; no periodo composto, oracdes adverbiais, Exemplos: (276) José fald mutito, (SAdv. representado por advérbio) (277) Maria trabalha de manhd. (SAdv. representado por locugdo adverbial) (278) Nés conversaremos sobre 0 assunto quando voce che- gar. (SAdv. representado pot oragao adverbial) Em portugués, sdo regulares os casos de sintagmas nominais ¢ adjetivais que substituem sintagmas adverbiais. Vejam-se os exemplos: (279) José fala bonito. (SAd). exercendo funcao sintatica tipi- cade SAdv.) . (280) José fala musttas vezes. (SN exercendo fungio sintatica tipica de Sadv.) Os exemplos acima permitem acolher a designacio sintag- = cial, que abarcaria quaisquer sintagmas que _ «asta igs | Te jntatica de adjunto verbal? exergam fae S18 M al (0 modifcay nonico do verbo) Mt, 425. Siatagma Preposicionado (SPrep.) do sintagma nominal enicabecado ‘considerar 0 SPrep. um Sintag mii, ‘Trata-se as palavras do autor. a { azeredo n an to, alco gsimagas per ser seo Ou deiados, Chany semanas ‘oma por wa clase de an mj 360 respectivo sintagma. Si0 bisios, Par const yam de subsantivo O4 ronome 2 spray formado por adjetiv: € ‘sad, formado por advéttio. chen’ forma paaes ossintagmas rads Po Meo de tenepsn eden mas preposicionaiss40 sempre sitagnas na Os sue nao pocem set formados somente pela preps % se formam regularmente na ingua para es rasa funesan Sintagmas adjetivais © os sintaineS adverbiais. (152) jo autor, deve-se incluig também entre cs Pela descrigao di $V formado por verbo itransitivo: ‘Ama sintagmas baisicos 0 nheceu em Nova Jguagu.’ tem lisso, propoe-se aquia substituicéo da dicotomiabisio / derivado por primitive / derivado, mantendoseavald / arma itiva de Azeredo para sintagmas formados pela asec palavra original (bsicos: primitives) ov formados por sintagns preposicionacdios (derivados). Tratarse de ur mera prefeéaca rrvpinologica advinda da tese de que 0 adjetiv sco 0 estabelece numa relacao antonimica com derivado — rela? mais claramente construida pelo bindmio, primitivo / derive. Por outro lado, é preciso en! fatizar que um SPrep. se chute derivado porque “deriva”, ou seja, constr tir doa feito de preposicionar um sintagma nominal, categoria gramatical ou sintatica -SN passa @ SAdj. ou SNPS 42. Chamada trdicionalmente de adjunto adverbial designasto at, mua dt tana «apres farspémn em Azeredo (208: 2308), 8 lesctisao sintética€distinta da que se propée aul. 5. nase | 9 ameno tipico de transposi¢ae, isto é, passagem 438082) ge uma categoria gramatical a outra (ate) “ue funciona sintaticamente como complemento, osrr Feu nominal, entretanto, nao corresponde a transpo- ja verve ortugués, visto que nao se alteram categorias grama- (a0 oe ‘ges substantivas permanccem substantivas, apesar set posicionadas preps. podem exercer fungdes sintéticas variadas. Ve- ase 08 €XEMPIOS. esiyjoseval trabalhar ent Quetmados.(adjunto verbal deluge) (282) José tem necessidade de dinhetro. (complemento K nominal) (283) José precisa de matertal hdr dulico, (objeto indixeto) (28s) Ela 6 de confianga. (predicativo do sujeito) (285) Marla va oferecer presentes ds erlanigas. (objeto indireto) O ciitico dativo Ihe(s) € virtualmente um SPrep., uma vez que substitu na oracao esse tipo de sintagma. Por exemplo, a vitenca ‘Maria Thes dew ura presente’ equivale a ‘Maria deu um nte a eles / a elas / a voces’, sendo o clitico Thes tanto um Shep. como as formas vicérias preposicionadas. 5. FRASE Eoenunciado que faz sentido para 0 interpretante. O conceito de frase, portanto, 6 de cunho semantico, e nao sintatico. Exemplos: (286) Que belo dia! (287) Gragas a Deus! (288) © tempo esta frio. (289) José foi ao colégio, mas voltou rapidamente. yo | saern 3 © SIE 1286) ¢ (287) sto exemplos de frases ; ue 2h no sio oragdes em virtude da ames oy frawtyea ou base caracterizadora de uma oracgq 3 Gaps) expde uma frase constituida de uma sg, lendo ao periodo simples. © exemplo (289) demoy! “ira frase constitufda de duas oragdes, 0 Que correspon, rest Frost, Ei sinitese, 08 exemplos (286) ¢ (387) co conceito de frase; 0 exemplo (288) atende aos con frase, oracao e periodo simples; (289) atende ao oon frase, a qual se constrdi por meio de duas oragoes meee 0 perfodo compost. ‘Orman 6. ORACAO fa construgao lingufstica cuja base caracterizadora ¢ bo. Cada forma verbal, simples ou petifrastica, represents oracao. Alias, as vezes 0 verbo, isoladamente, jdrepreenaue, oracdo. Vejam-se os exemplos. i (290) José nio foi trabalhar hoje. (uma oragio [veibo yes frastico ou locucional}) (291) Os funcionérios param amanha por melhores sali, (uma orago) (292) Chegamos a praia, / mas havia pouco sol. (duas cess (293) Confesso / que estou em diivida, (duas oragoes) (294) O deputado Joao Alves disse / que ganhou vis es na loteria / porque Deus 0 ajudou. (trés oragdes)” 7. PER[ODO Ea frase construfda com uma ou mais oragdes. Havenlout® oracao apenas, classifica-se o periodo como simples eas? 43 Mais frente, focalizar-se-4o as chamadas “oragDestermo” (ors whos {Que nao sto vistas por alguns estudiesos como orasbes autentca. ojuta; havendo duas ou mais rages, diz-se que o ya no ab 0. ai? ¢ compost scrplos 298) Apesar de t0d0s 0 argos Joa ai cousceaar aes ao concurs (296) Maria cregou / as salu depressa. (gor) "o homem / que Pensa | é uma dédiva.” [PE da Silva ramos} (298) Quando José chegar, diga-lhe que preciso falar com eles co exemplo (295) contém uma oracdo (periodo simples / aq absoluta),caracterizaca pelo verbo ‘conseguiu’. Em (296) 01037) nd duas oragdes (verbos ‘chegou’ ¢ ‘saiu’ [296], ‘pensa’ e ‘g(297)), 0 que representa periodo composto. Também se exem- plfica perfoclo composto em (298), 0 qual possui trés oragdes, ese caracterizam pelos Verbos ‘chegar, ‘diga’e ‘preciso falar fe ultimo perifrastico ou locucional). Tor outro lado, vejam-se abaixo estes conceitos de oracdo: «) Oragio € a frase - ou membro de frase ~ que se biparte normaimente em sujeito ¢ predicado, (Rocha Lima, 1994: 234) b) ORAGAO — Frase elementar, livre ou dependente, em que um propésito definido de comunicagao linguistica se formula num ‘squema discursivo, prestand6-se a uma andlise (..) dos consti- tuintes, a um tempo formal e mental. (Camara Jr, 1981: 183) 0 Oragiio 6 uma frase que apresenta determinado tipo de Strutura interna, incluindo sempre um predicado ¢ frequen- eae sujeito, assim como varios outros termos. (Perini, “hes trés definicdes, vé-se que os autores nao estabelecem ea clara entre os conceitos de frase e oragiio, o que tepre- algo bastante perturbador para a compreensao dos que se iniciam nos estudos sintaticos. Muitos auto inclusive, que a sintaxe € 0 estudo da fase t. Chega 3 Vilela & Koch, 2001; 285-6), desconsiderang, (Cl Dor ox, at, nominais (vocabulos isolados, interjeigoes) ar.'imeras ie? nao constituem objeto de estudo da sintaxe, 1° Via © esforgo aqui vai no sentido de haver y, nie mais clara entre os dois conceitos, sendo a frase estrito, objeto de estudo semantico, perteneer Aiscursivo, a0 passo que a oragdio, também str 6 ®° ug, senta um componente linguistico-gramation de observacao e andlise sintatica, Passing, Vejam-se 0s exemplos abaixo. frase, qi (299) 0 carro bonito ‘Trata-se de um sintagma nominal. Nao ¢ frase, visto tratar de um enunciado cujo sentido se possa depreen, Meee se pletamente; nao é ora¢%o, pois falta 0 elemento carecervnan forma verbal simples ou perifrastica; nao € periodo, fi quees nA oracdo que o constitua. nip (300) Respeito o aluno / que se esforga. © periodo inteiro 6 uma frase, por se tratar de um enunctads de sentido completo; a primeira oracao, nao destacada, tambén éuma frase - enunciado de sentido completo. A oracao subor dinada (em destaque), contudo, nao € uma frase, uma vez cu, isoladamente, nao é um enunciado de sentido completo; por consequéncia, essa oracdo subordinada também nao seri un periodo, cujo conceito envolve a existéncia de oragio e fae concomitantemente. (301) José foi ao mercado / € comproue legumes. © periodo inteiro e a oragao nao destacada sio tant frases ~ enunciados cujo sentido se pode depreender cone tamente. A oracdio em destaque s6 se pode considera excluindo-se o conector e pressupondo-se 0 pronomes a partir da primeira oracio, A rigor, isolando-se 2 O85 comprou legumes (uma coordenada sindétic P 8, sinnuxe vo reiovo sites | 143 frase, uma vez comprometido 0 sentido sem o je uma Jnismos ce pressuposicao por meio da oracao ada gssim seré Uma oracdo, OU seja, um com- ‘ nes nguistico nao precisa ser frase Para que seja Pigente HBY', perfodo, para que assim se designe, requer Ya OO e que haja ao menos uma oragao e que essa wee também uma frase. of sINTAXE DO PER{ODO SIMPLES jparticdo proposta pela tradicao gramatical para os termos : SO (essenciais, integrantes ¢ acessérios) se tem mostrado in- daorasrmce para dar conta dos aspectos sintaticos normalmente coveividos nas oragdes da nossa lingua. Por conta disso, parece an ge bom gr ‘ado rever essas terminologias e propor uma nomen- datura sul 8 pstitutiva. £ o que se tenta fazer aqui. | Terminologia tradicional a) termos essenciais*: sujeito e predicado }) terms integrantes: complementos verbais (objetos direto ¢ indireto), complemento nominal e agente da passiva ¢ termos acessérios: adjunto adnominal, adjunto adver- bial e aposto d)termos parte: vocativo, palavras e locucdes denotativas IL Terminologia substitutiva 4) funcdes abrangentes: sujeito ¢ predicado __) funcées complementares: complementos verbais (ob- {ttos direto e indireto), complemento nominal, predicativo do Sujelto e do objeto 9 fangdes adjuntas: adjunto nominal, adjunto verbal, gente da passiva, aposto notarenses & parte: vocativo, vocabulos e locugées de- a Said (1969, (1959: 125.6) adota a designacio “termos primi". > 8.1. Funcées abrangentes‘s 8.1.1. Sujeito A tradigao gramatical considera sujeity « diz alguma coisa” (cf. Ali, 1969: 125; Cunha a de gu Lima, 1994: 234). No trabalho escrito a titulo, a 137, Si & Mestrado em Lingua Portuguesa Peixoto Filhg: uaa Gemonstrar 0 “estrago” que esse tipo de define in. na compreensao de um adolescente de g», 12 PB ci" que normalmente se estuda a nocdo de sujeito, Nan” 22 tipo 'Havia um homem no colégic, oaluno, basonaen 03, tradicional, diré com justica que o sujeito é um poi, € sobre esse ser que te diz alguma coisa. ‘ommem, ig ue [Apattir dos estudos realizados, a proposta é sujats como a fungio sintética a pectie ae” ecg se flexiona (op. cit, p. 57), 0 que implica dizer ueosy, fungio sintética gereniciadora da flex3o verbal, ratesuet tese, do pronome-sujeito (ou pronome nominating Ali, 1950): componente linguistico que da origem ‘ladon Confiram-se exemplos a partir dos itens lexicais estyans (302) Uma parte dos torcedores que foram a0 Maracans vag frustrada. (303) “Disseste que se tua voz tivesse forga igual aimensady que senttes, teu grito acordaria nao s6 a tua casa, mas wi nhanga inteira.” [Renato Russo] (304) Facamos corretamente as nossas tareias. Em (302), tem-se sujeito de 3°, pessoa do singular laut Parte dos torcedores que foram ao Maracan§) levando ove voltar a flexionar-se nessa pessoa. Note-se, aids, que o predict: do sujeito (frustrada) aparece sem a marca de plural eflexicns® em género, concordando, a exemplo do verbo, com 2 wie do sujeito (parte), Em (303), considerados os destaqu’s SF sujeito de 2*, pessoa do singular (tu, indicado pelo mor ntimero e pessoa -ste [em disseste] e -s fem sentes)-Noe 45 Abrangentes porque abrangem o tcxo oracional - 8 sixtaxe Do eRfopo siuruss | 145 fim, assinale-se 0 sujeito de 1*, pessoa do plural (6s (308) PEC pelo morfema de niimero e pessoa -mos). Spatcado gabled Sujeito simples explicito f aquele que aparece explicitamente na oracdo e contém yicleo. apenas um nt Exemplos: (305) A organizagdo do evento Hberou a entrada das criangas. (305) Ela jé ndo est@ mais aqui. (907) Compareceram a reunido os professores convidados. (308) A matoria dos candidatos considerou a prova dificil (G09) Naquela noite, o gindsto nio suportava tantos torcedores. Note-se que © sujeito simples explicito € ordinariamente representado por um SN, que pode ser um vocébulo nico (SN unimembre), caso em que no h4 que se falar em “nticleo”. Em (306), por exemplo, cujo sujeito simples explicito ¢ o pronome Iexicalizado ela, ao parece haver coeréncia em se defender a jideia de um néicleo. Nos exemplos restantes, tem-se como sujeito SNs trimembres ([a organizagao do evento: 305]; [os profes- sores convidados: 307]; [a maioria dos candidatos: 308)); ¢ bimembre (0 gindsio: 309), situacdes em que hé obviamente niicleos sintagméaticos e, por consequéncia, niicleos do sujeito. 8.1.1.2, Sujeito composto E aquele que aparece explicitamente na oracao € contém dois ou mais nacleos. Exemplos: (310) Sio essenciais a vida 0 amor ¢ 0 respeito. (311) Teresa ¢ Maria eram amigas. fey ¢ sistant (giz) Alunos, professores ¢ furcionsrios tacao em (913) Bw ox voed compraremos 0 ventilador, frente a faculdade, fzeram mang ify, aid) Apesar de inimeros protestos, departadas C raram pelo corte no oramento, Shade abraca aqui a tese de que 0 sujeito compos, tagma Ginico na superficie gramatical, 2 ‘Oren Na verdate Ta con, Nao s¢ sente um sintagm : seme de sueito se quaifica composto porque seer Gois ou mais sintagmas. Estes, contudo, unidos é repr dort erinalmente, pocem-se transformar num sintagren ‘Assim, 0 €x tiigg emplo (310), com dois SNs, ¢ (312), sno sujeito composto € virtualmente o pronome 2), com Sree: os exemplos (311) € (314), feitos com dois Svs, mit, tam-se pelos pronomes-sujeito elas ¢ eles, respectivane tremplo (313), também composto por dois SNs, aoe pelo pronome-sujeito #65. tase Exes virtualidades pronominais sto facilmente perceit, or meio da flexdo verbal: em (310), amor € respeito (es sig (311): Teresa e Maria (elas) eram; (312): alunos, professes, (ar Conirios (eles) fizeranm; (313): eu Ou VOC® (N55) compre remos; (314) deputados e senadores (eles) votarain, . 3, Sujeito simples implicito Eaquele que néo aparece na oracao, mas pode reconherese facilmente pela flexdo do verbo. Exemplos: G15) Livre-se das més companhias. (sujeito: voce) ”u) (316) Sou professor. (sujeit (317) Chegamos a festa pot volta das onze hoes: (318) Em minha opiniao, foste irresponsavel em tus vras. (sujeito: tt) (gxjettn8) ple (G19) Livremse das més companias.sue0"™) P 8. sinraxe DO Puxfono simrLes | 147 ancia, na ores imperativa em (315), 0 verbo lvrar xaseauere alse flexiona a partir do pronome-sujeito vocé, de dé Drea “io singular. Em (316), 0 verbo ‘ser’se flexiona no jet? Po indicativo a partir da primeira pessoa do singular, te 40 da oragao. Em (317), flexiona-seo verbo ‘chegar, He6 Ost feito do indicativo, a partir da primeira pessoa 10 pete queéo sujeito da oracio. No exemplo (318), 0 verbo ope iyexionado NO pretérito perfeito do indicativo a partir ier est fleXiO™ do singular —0 sujeito da oracao. Finalmente, ase M19) apresenta também o verbo ‘livrar-se’, no impe- vo rativo,flexionado a partir da terceira pessoa do plural rativo ag oracdo. Todos esses sujeitos nao sao “ocultos”, pois co sujelte Jas flexdes verbais. tram express0os Pelas ais. somos posto, cabe sublinhar que a designacio “sujeito oculto”, s Feonal nos estudos de Portugués, nao encontra qualquer eeslho nasintaxe ou mesmo na semAntica da lingua. Segundo piirdro Hovalss, por exemplo, oculto € “0 que est escon- oicencoberto” ou "desconhecido” (cf. p. 2048). Nao se trata, o mente, do que ocorre na sentenca em que o pronome-su- fo ca pressuposto pela flexdo do verbo. iver mais féceis de defender sejam as designagoes sujeito desnencial ou sujito eliptico, a primeira associada a desinéncia ftrorfema) de nimero e pessoa que permite identificar o pro- Vomesujeito, a segunda amarrada a elipse - figura de sintaxe veconsiste em omitir um elemento linguistico pressuposto. Destaque-se, no entanto, que o portugués 6 uma lingua prd- «dop', permitindo a queda do pronome-sujeito na primeira e

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