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Saiba o que fazer ao icentiiicar sinais dle autisime em outra pessoa autismeemdia Seja bem-vindo(a) a mais um E-book do Autismo em Dia! Este material tem o objetivo de esclarecer uma _ duvida frequente entre os nossos leitores: o que fazer ao identificar sinais de autismo em outra pessoa? Bem, é€ claro que essa pergunta é complexa. Afinal, nao existe um “manual do autismo” contendo as respostas para todas as perguntas possiveis. Sendo o espectro téo diverso, é correto dizer que cada caso é um caso. Portanto, ndo ha uma Unica resposta para isso, mas sim uma infinidade de possibilidades. Sabendo disso, vamos abordar o tema a partir de diversas perspectivas, instigando vocé, leitor, que esta passando por algo assim, a analisar com cuidado a situagao para identificar o melhor caminho a seguir. Boa leiturall ¥ Sinais de autisimo em criancas: quando e como dizer aos pais Se vocé ja consome conteudo sobre autismo ha um bom tempo, provavelmente ja sabe da importancia do diagndstico precoce de autismo para os pequenos. Com isso em mente, é inevitavel que bata certa ansiedade em falar com os pais ao notar sinais de autismo. No entanto, é preciso ter calma e, antes de mais nada, levar em consideragao o quanto vocé sabe sobre o autismo, para ter certeza de que existem sinais, além de analisar o seu tipo de relagao com a crian¢a e a familia. Nao tem certeza sobre quais sao os principais sinais de autismo? Leia nosso artigo sobre o tema. - ee 3 7" ie oe ei [fe[Urem- le [Up Agora, vamos falar sobre como as relacdes interferem na hora de conversar com os pais sobre autismo? Confira nas préximas paginas. 03 Relacgoes H@SSOA@liSe Amigos, familiares, colegas, etc. A relagdo que vocé tem com as pessoas envolvidas conta muito. E claro que, enquanto para alguns, é mais facil ouvir o conselho de investigar os sinais se ele vier de alguém préximo, para outros, o melhor é ser alguém menos envolvido com a familia. 04 Nao tem formula magica para descobrir isso, portanto, vale analisar cada cenario: e Sua relacdo é préxima: Para casos assim, 6 interessante usar da sua intimidade para abordar o assunto da forma mais adequada possivel. Vocé pode levar em consideragao se o responsavel pela crianga sabe o que é autismo, e se vocé nao tiver i informagao, vale perguntar. 05 Quando a pessoa ja tem a informacao, vocé pode falar que notou alguns sinais, e citar os que se encaixarem, como, por exemplo: . ¢ Atrasos no desenvolvimento ou na fala; e Comportamentos repetitivos, como assistir repetidamente o mesmo filme, ouvir a mesma musica sem parar, etc. e@ e Estereotipias, como balangar as maos, mover-se. repetidamente para frente e para tras, etc. é e Pouca interagao com outras criangas; ace ™ ¢ Apego a uma rotina e dificuldade para lidar com mudangas; é e Maior sensibilidade aos sons, cheiros, sabores, texturas e luminosidade. UO Importante lembrar que os sinais variam muito e, muitas vezes, uma pessoa que ndo 6 autista pode ter algumas dessas caracteristicas, assim como um autista pode nao ter todas elas. Se a pessoa nao souber, ou se ela tem uma ideia equivocada sobre o autismo, vocé pode explicar brevemente sobre, falando dos diferentes niveis do transtorno, como vocé sabe disso (citando sua experiéncia pessoal ou profissional) e informando a pessoa com gentileza sobre os sinais. e A relacgdo é casual: Pode ser mais dificil abordar o assunto com alguém que vocé nao é tdo prdéximo, ainda assim, 6 necessario. Uma opcao é conversar com alguém que seja mais prdéximo de vocé e da pessoa, para investigar se os responsaveis pela crianca sabem o que é autismo e se ja estado cientes dos sinais. Caso nao saibam, ou o assunto nunca tenha surgido, novamente, vocé pode tocar no assunto e, com gentileza, sinalizar o que notou. 09 e Relacgao distante: Quanto menos vocé conhece sobre a_ familia envolvida, mais complicado pode ser falar sobre isso. Ainda assim, algumas pessoas podem receber melhor a observacao quando ela vem de fora. Aqui também vale investigar com pessoas mais prdéximas a pessoa e a vocé se, de repente, ela ja tem em mente que a crianga pode ser autista. Caso descubra que nao, ou nao tenha certeza, a Unica forma de saber é perguntando, sempre com bastante cuidado, empatia, e informando sobre o TEA para que a pessoa nao se desespere com ideias erradas sobre o autismo. Em qualquer que seja o caso, lembre-se de sempre ressaltar a importancia de buscar atendimento com um neuropediatra para avaliar se esses sinais podem ou nao ser um indicativo de autismo, deixando claro que a intervencdo precoce é essencial para o desenvolvimento das criangas autistas.* Além disso, é importantissimo colocar-se a disposicdo para prestar apoio aos pais no processo de investigacdo, afinal, uma rede de apoio é sempre importante. Pergunte se a familia quer a sua ajuda para procurar profissionais como neuropediatras, psicdlogos, etc., além de se colocar a disposicao para acolhé-los e ouvi-los. O44 Relagées protissionatcs educadores, profissionais de saude, etc Se ha sempre diferentes pontos de vista a analisar, aqui nao seria diferente. Quando sua relagao com os pais e a crianga é profissional, é comum haver certa preocupagao sobre isso, afinal, vocé precisa ter a sensibilidade de instruir e acolher, e ao mesmo tempo, precisa ser um profissional ético e que fale com propriedade sobre o tema. Bem, seja vocé um educador, cuidador, enfermeiro ou qualquer outro profissional envolvido com a familia, acreditamos que levar os seguintes pontos em consideracdo sera de grande ajuda: e Converse com seus. superiores apontando os sinais identificados na crianga. Dessa forma, vocés podem elaborar juntos a melhor forma de conversar com os responsaveis. 4 y e Antes de ter a con- 4 ! — versa com os pais, = facga anotacGes, ou _) ai até mesmo um re- + tos latorio, destacando ____ ™ 9S pontos que leva- ram @ suspeita de autismo. Destacar os prin- cipais sinais pode ajudar a familia a com- preender melhor o autismo e identificar esses sinais no dia a dia.+ 9 e Dé as orientagdes basicas sobre o processo de investigacdo do possivel diagnéstico e terapias de apoio, ressaltando a importancia de uma avaliagao neuropediatrica e de outros profissionais da saude mental, como psicdlogos e psicopedagogos, o mais rapido possivel.t Com empatia e gentileza, vocé pode tornar o primeiro contato de uma familia com o tema “autismo” muito mais leve e esclarecedor. Sinais de autisme em acultoss Devo falar com a pessoa sobre isso? Falamos bastante sobre o autismo nas criangas, mas e quando estamos falando de um adulto? Sera que devemos falar sobre isso com a pessoa? Bem, primeiramente, tenha em mente que os sinais de autismo em adultos podem ser completamente diferentes do que geralmente sao nas criangas. Autistas que crescem sem saber que sao autistas podem ter desenvolvido diversos mecanismos que sao chamados’ de “mascaramento” ou “camuflagem” das caracteristicas inerentes ao autismo. Isso ocorre de forma inconsciente, geralmente na tentativa de se encaixar e/ou de passar despercebido. = autismemdia Sintomas de autismo Com isso em mente, vale foster ee pesquisar sobre os sinais de autismo —_ especificamente nos adultos. Se vocé nao sabe por onde comecar a se informar sobre o tema, reco- mendamos a leitura do nosso artigo: “Sintomas de autismo em adultos: Quais os desafios e como lidar?”. ‘Vamos responder essas outs pergunts seguir ——_—————___ eomm~, 2 d ma 5 ; ~4 7 eee Clique aqui! » Geralmente, as pessoas que chegam a vida adulta sem saber que sao autistas sdo aqueles de grau |, quando, por nao haver comprometimento motor ou intelectual, os sinais de alerta podem ser confundidos com tracos de _ personalidade. Um exemplo disso, 6 quando uma pessoa que nao busca tanta interagdo social ou contato visual é taxada de introvertida, quando, na verdade, essa caracteristica vem do autismo.? Esses casos sao totalmente diferentes e, q aqui, detalhes como o grau_ de proximidade sao ainda mais importantes. O motivo para isso é simples: assim como vocé nao sai dizendo que é neurotipico por ai (supondo que esse seja o seu caso), um autista também nao precisa anunciar que tem o transtorno. Portanto, talvez essa pessoa até tenha um diagnéstico formal, e vocé nado sabe disso pois nado é alguém prdéximo a ela. Mas é claro que o cenario nem sempre é assim. Talvez a pessoa nao fag¢a ideia de que tem sinais de autismo. E ainda que muitos possam pensar que descobrir o autismo na vida adulta nao faz tanta diferenca, a verdade é que faz sim! O diagnéstico pode ser uma oportunidade de autoconhecimento, compreensdo e aceitagdo para aqueles que sempre se sentiram diferentes em meio aos neurotipicos. Se descobrir no espectro também abre diversas possibilidades, como a chance de se conectar com outros autistas e com a causa autista em si. E também sobre pertencimento.? Portanto, sim, é valido sinalizar um adulto sobre os sinais de autismo, e a seguir vocé pode conferir algumas dicas sobre como fazer isso: e Provavelmente sera mais simples falar sobre isso se vocé for proximo a pessoa. Um amigo, familiar, colega de trabalho, etc. Vocé pode usar os proprios sinais para trazer o assunto a tona, como por exemplo: se a pessoa tem sensibilidade a luz, pergunte se ela tem outros tipos de sensibilidade sensorial e desenvolva a conversa a partir daf de forma natural e sincera. 17 \9 e Se vocé nao sente que tem intimidade suficiente com a pessoa para falar sobre isso, tente se aproximar e criar um vinculo até que se sinta mais a vontade e sinta abertura para falar sobre. Se vocé sentir que é muito diffcil falar diretamente sobre os sinais da pessoa, pode puxar assunto sobre alguma pauta que envolve o autismo e observar se a pessoa demonstra saber ou nado sobre o assunto. Nesse ponto, se a pessoa ja souber da possibilidade, talvez ela expresse que esta por dentro. Se nada acontecer, use a mesma técnica de falar sobre os sinais para iniciar a conversa e dizer que notou essas caracteristicas. A negacao de que os sinais existem pode ocorrer nos dois casos, ou seja, tanto com pais de criangas com sinais de autismo, quanto com adultos. Isso 6 comum, e vocé nao deve levar para o lado pessoal. Nao significa, necessariamente, que a pessoa nao confie em vocé ou em sua palavra. Talvez ela s6 esteja confusa, ou realmente nao tenha notado nada de diferente. O importante aqui é nao for¢ar a barra e analisar com calma a situacgao: a pessoa negou e se mostrou desconfortavel com o assunto? Entao nao insista, pois isso pode criar ainda mais rejeigao sobre o tema. Uma coisa 6 certa: o simples fato de alguém ter sinalizado isso, vai deixar os pais, ou a pessoa, “com a pulga atras da orelha”. Se ela nunca tinha pensado sobre isso, talvez isso baste para que ela pesquise mais a fundo e identifique os sinais por si prdépria. O importante 6 que vocé fez a sua parte. bat Agora, se a pessoa se mostrou curiosa e aberta a ouvir mais sobre, vocé pode recomendar algumas leituras aos pais ou ao adulto, como os artigos do nosso blog, que possui conteudo para ambos os publicos, por exemplo, ou ainda outros materiais de fontes confidveis sobre autismo. Seja quando for, é melhor n€o insistir no assunto. Mas quando ha abertura para falar mais sobre, 6 essencial deixar a pessoa saber que vocé esta 4 disposicgao para conversar sobre o tema novamente quando ela desejar e para _ buscar profissionais que possam investigar a possibilidade de um _ diagnéstico de autismo. Obrigace pela lettural Esperamos que o material que acabou de ler tenha servido de apoio para vocé! Lembre-se de sempre analisar cada caso com suas particularidades. Autismo nao é doenga, portanto, vocé nao precisa falar sobre isso como se fosse uma ma noticia. Sinceridade, gentileza e empatia sao as coisas que mais importam nessa hora. Continue informado sobre o Transtorno do Espectro autista: leia o nosso blog e nos acompanhe também nas redes sociais Instagram e Facebook. Até a prdéxima! Referéncias e datas de acesso: S, 1- Scielo - Acesso em 04/02/2022. 2- NeuroConecta — Acesso em 04/02/2022. SUPERAV | autismeemdia

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