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(J Estratégia CONCURSOS Aula 02 Constituigao Federal e Estadual p/ PM-PI (Oficial) Com videoaulas - 2020 Equipe Ricardo e Nadia 01, Equipe Ricardo e Nadia 02, Nadia Carolina, Ricardo Vale Equipe Ricardo e Nadia 01, Equipe Ricardo e Nadia 02, Nadia Carolina, Ricardo Vale ‘Aula 02 Sumario Diseitos e Deveres Individuais e Coletivos (Parte 02). Questdes Comentadas Old, amigos do Estratégia Concursos, tudo bem? Na aula anterior, nés demos inicio ao estudo dos direitos e deveres individuais € coletivos. Hoje, continuaremos a tratar desse tema que, como jé dissemos, é um dos mais cobrados em prova. \Vocé veré que ha muitos detalhes a serem memorizados, por isso ¢ importante resolver todos os exercicios da listal Nao deixe, também, de assistir aos videos do professor Ricardo Vale, jé disponiveis na sua area do ‘aluno! Depois de ler nosso material, resolver as questdes e assistir aos videos, ndo tem como néo gabaritar a proval {Que tal comecarmos nossos estudos? Nadia e Ricardo Para tirar duividas e ter acesso a dicas e contetidos gratuitos, acesse nossas redes social Instagram - Prof. Ricardo Val httos://www.instagram.com/profricardovale/ Instagram - Prof. Nadia Carolina: httes://www.instagram,com/nadiacarolstos/ Canal do YouTube do Ricardo Vale: ttps://www.youtube,com/channel/UC32LIMyS96bipll715y259" Fr} Constituicao Federal e Estadual p! PM-PI (Oficial) Com videoaulas -2020 YB www.cstratogiaconcursos.com.br eS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS (PARTE 02) Nosso estudo comeca do ponto em que paramos na aula passada. Nela, haviamos estudado 0 art. 52, inciso J até o art. 52, inciso XXXI. @ Estado promover, na forma da lei, a defesa do consul O inciso XXXII é uma tipica norma de eficdcia limitada, uma vez que é necesséria a edigao de uma lei que determine a forma pela qual o Estado fard a defesa do consumidor. Essa lei jé existe: ¢ 0 Cédigo de Defesa do Consumidor. Ao inserir esse inciso no rol de direitos fundamentais, o constituinte destacou a importancia do direito do consumidor para os cidadaos. Essa importancia fica ainda mais evidente quando se verifica que no art. 170, V, CF/88 a defesa do consumidor foi elevada a condicéo de principio da ordem econdmica. XXXII - todos tém direito a receber dos érgdos plblicos informacdes de seu interesse | particular, ou de interesse coletivo ou geral, que sero prestadas no prazo da lei, sob pena { Essa norma traduz 0 direito a informacao que, combinado com o principio da publicidade, obriga a todos os Grgdos e entidades da AdministracSo Publica, direta e indireta (incluindo empresas ptiblicas e sociedades de economia mista), a dar conhecimento aos administrados da conduta interna de seus agentes. Com efeito, todos os cidadaos tém o direito de receber dos érgios puiblicos informagées de seu interesse particular ou de interesse coletivo ou geral. O principio da publicidade evidencia-se, assim, na forma de uma obrigagdo de transparéncia. Todavia, os drgdos piblicos n&o precisam fornecer toda e qualquer informacio de que disponham. As informag6es cujo sigilo seja imprescindivel & seguranca da sociedade e do Estado nfo devem ser fornecidas. Também s&o imunes ao acesso as informacGes pessoais, que esto protegidas pelo art. 52, X, da CF/88 que disp&e que “sdo invioléveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado 0 direito a indenizacGo pelo dano material ou moral decorrente de sua violacao”. ‘A regulamentac3o do art. 59, inciso XXXII, é pela Lei n° 12.527/2011, a conhecida Lei de Acesso & Informacao. € ela que define o procedimento para a solicitac3o de informages aos érgos e entidades puiblicas, bem como os prazos e as formas pelas quais 0 acesso @ informago seré franqueado aos interessados. No caso de lesao ao direito & informacao, 0 remédio constitucional a ser usado pelo particular é o mandado de seguranca. Nao é 0 habeas data! Isso porque se busca garantir o acesso a informacdes de interesse Estadual p/ PM-PI (Oficial) Com videoaulas - 2020 FTA Constituicao Fe Equipe Ricardo e Nadia 01, Equipe Ricardo e Nadia 02, Nadia Carolina, Ricardo Vale ‘Aula 02 particular do requerente, ou de interesse coletivo ou geral, e no aquelas referentes & sua pessoa (que seria a hipétese de cabimento de habeas data). (TRF 5* Regido ~ 2015) Deve ser resguardado 0 nome do servidor publico na publicitacdo dos dados ¢ referentes a sua remunerago, porquanto tal divulgagao viola a protecao constitucional a intimidade. Comentarios: Adivulgacio do nome e da remuneracao dos servidores puiblicos ¢ de interesse coletivo ou geral e, portanto, io ha et timidade. Questo errada. Ambito de protegao: informagées de interesse particular ou de interesse coletivo ‘ougeral DIREITO A INFoRMAcKO pagamento de taxas: a) 0 direito de petic&o aos Poderes Publicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) 2 obtencdo de certiddes em reparticSes piblicas, para defesa de direitos & esclarecimento de situagdes de interesse pessoal; Esse dispositive constitucional prevé, em sua alinea “ obtencao de certidées. Em ambos 0s casos, assegura-se o no pagamento de taxas, por serem ambas as hipéteses essenciais ao préprio exercicio da cidadania. Para facilitar a compreenséo, traduzirei em palavras simples o que ¢ peticdo @ o que é certidéo. Petigao é um pedido, uma reclamaco ou um requerimento enderecado a uma autoridade publica. Trata-se ‘de um instrumento de exercicio da cidadania, que permite a qualquer pessoa dirigir-se ao Poder Publico para Fr} Constituicao Federal e Estadual p! PM-PI (Oficial) Com videoaulas -2020 YB www.cstratogiaconcursos.com.br eS reivindicar algum direito ou informagao. Por esse motivo, o impetrante (autor da peticao) pode fazer um pedido em favor de interesses préprios, coletivos, da sociedade como um todo, ou, até mesmo, de terceiros. No necessita de qualquer formalismo: apenas se exige que o pedido seja feito por documento escrito. Exemplo: um servidor publico pode, por meio de peticSo, pedir remocao para outra localidade, para tratar de sua satide. JA a certidao é um atestado ou um ato que dé prova de um fato. Dentro da linguagem juridica, é uma cépia auténtica feita por pessoa que tenha fé piiblica, de documento escrito registrado em um proceso ou em um, livro. Exemplo: certidao de nascimento. E muito comum que as bancas examinadoras tentem confundir 0 candidato quanto as finalidades do direito de petigio e do direito de obter certidao. 1) 0 direito de peticao tem como finalidades a defesa de direitos e a defesa contra ilegalidade ou abuso de poder. 2) 0 direito obtencéio de certidées tem como finalidades a defesa de dit esclarecimento de situacdes de interesse pessoal. Ele no serve para esclare interesse de terceiros, Como se vé, ambos servem para a defesa de direitos. Entretanto, a peticao também é usada contra ilegalidade ou abuso de poder, enquanto as certidées tem como segunda aplicac3o possivel o esclarecimento de situacdes de interesse pessoal. © direito de peticio é um remédio administrativo, que pode ter como destinatério qualquer érgéo ou autoridade do Poder Puiblico, de qualquer um dos trés poderes (Executivo, Legislativo e Judicirio) ou até mesmo do Ministério Publico. Todas as pessoas fisicas (brasileiros ou estrangeiros) e pessoas juridicas so legitimadas para peticionar administrativamente aos Poderes Publicos. Por ser um remédio administrativo, isto é, de natureza nao-jurisdicional, o direito de peticlo exercido dependentemente de advogado. Em outras palavras, no é obrigatéria a representacSo por advogado para que alguém possa peticionar aos Poderes Publicos. Nesse sentido, é importante deixar claro que o STF faz nitida distingo entre o direito de peticionar e 0 direito de postular em juizo.t O direito de postular em juizo, ao contrario do direito de peticgo, necessita, para ser exercido, de representacao por advogado, salvo em situacSes excepcionais (como € 0 caso do habeas corpus). + STF, Peticio n® 762/BA AgR . Rel. Min. Sydney Sanches. Diario da Justica 08.04.1994 RQ constitu 10 Federal ¢ Estadual pi PM-PI (Oficial) Com videoaulas - 2020 Equipe Ricardo e Nadia 01, Equipe Ricardo e Nadia 02, Nadia Carolina, Ricardo Vale ‘Aula 02 ‘Quando se exerce 0 direito de petic#o ou, ainda, quando se solicita uma certidéo, hé uma garantia implicita a receber uma resposta (no caso de petico) ou a obter a certiddo. Quando hd omisséo do Poder Publico (falta de resposta a petico ou negativa ilegal da certidao), 0 remédio constitucional adequado, a ser utilizado nna via judicial, ¢ 0 mandado de seguranca. eo ss yr ‘As bancas examinadoras adoram dizer que o remédio constitucional destinado a proteger co direito de certidio é o habeas data. Isso esta erradol (0 remédio constitucional que protege o direito de certidéo 6 0 mandado de seguranca. 0 habeas data é utilizado, como estudaremos mais & frente, quando nao se tem acesso 2 informacdes pessoais do impetrante ou quando se deseja retificé-las, Quando alguém solicita uma certido, j4 tem acesso as informagées; o que quer é apenas receber um documento formal do Poder Piiblico que ateste a veracidade das informacées. Portanto, é incabival o habeas data. (TCE-PE ~ 2017) De acordo com a CF, somente estardo isentas do pagamento de taxa para obtencao de certid8es em reparti¢ao publica para defesa de direitos as pessoas que comprovarem sua hipossuficiéncia. Comentarios: il, adota-se o sistema inglés de jurisdi © Poder Judiciétio pode dizer o Direito de forma definitiva, isto , somente as decisBes do Judiciério fazem coisa julgada material. Contrapondo-se a esse modelo, esté o sistema francés de jurisdig8o (contencioso administrativo), no qual tanto a Administrac&o quanto o Judiciério podem julgar com cardter definitivo. (art. 58, XXXV, ao dizer que “a lei ndo excluiré da apreciagéio do Poder Judicidrio leséo ou ameaga.a direito”, ilustra muito bem a adocdo do sistema inglés pelo Brasil. Trata-se do principio da inafastabilidade de jurisdica0, segundo o qual somente o Poder Judiciario podera decidir uma lide em definitivo. E claro que isso Fr} Constituicao Federal e Estadual p! PM-PI (Oficial) Com videoaulas -2020 YB www.cstratogiaconcursos.com.br eS no impede que o particular recorra administrativamente ao ter um direito seu violado: ele poderé fazé-lo, inclusive apresentando recursos administrativos, se for o caso. Entretanto, todas as decis6es adi rativas esto sujeitas a controle judicial, mesmo aquelas das quais nao caiba recurso administrativo. Cabe destacar que quaisquer litigios, estejam eles concluidos ou pendentes de solucéo na esfera administrativa, podem ser levados ao Poder Judicidrio. No Ultimo caso (pendéncia de solugao administrativa), a decis’o administrativa restard prejudicada. O processo administrativo, consequentemente, serd arquivado sem deciséo de mérito. Em razao do principio da inafastabilidade de jurisdic&o, também denominado de principio da universalidade de jurisdiclo, nao existe no Brasil, como regra geral, a “jurisdicao condicionada” ou “instancia administrativa de curso forcado”. Isso quer dizer que o acesso ao Poder Judiciério independe de processo administrativo prévio referente & mesma questo. O direito de aco nao esté condicionado a existéncia de procedimento administrativo anterior; uma vez que seu direito foi violado, o particular pode recorrer diretamente ao Poder Judiciario. H8, todavia, algumas excecdes, nas quais a jurisdigéo é condicionada, ou seja, somente é possivel acionar 0 Poder Judiciério depois de prévio requerimento administrativi a) habeas data: um requisito para que sej Administracao Publica em relacdo a pedido administrativo de acesso a informagGes pessoais ou de retificacBo de dados. b) controvérsias desportivas: o art. 217, § 12, da CF/88, determina que “o Poder Judicidrio so admitird ages relativas & disciplina e as competi¢ées desportivas apés esgotarem-se as insténcias da Justica desportiva, regulada em lei.” ¢) reclamagdo contra o descumprimento de Simula Vinculante pela Administracao Publica: o art. 72, § 19, da Lei n2 11.417/2006, dispde que “contra omisséio ou ato da administracéio publica, o uso da reclamacéo sé serd admitido apés esgotamento das vias administrativas”. A reclamacio é aco utilizada para levar ao STF caso de descumprimento de enunciado de Stimula Vinculante (art. 103-A, §32). Segundo o STF, a reclamacao esta situada no ambito do direito de peticao (e no no direito de aco); portanto, entende-se que sua natureza juridica nao é a de um recurso, de uma aco e nem de um incidente processual.? d) requerimento judicial de beneficio previdenciario: antes de recorrer ao Poder Judiciério para que Ihe conceda um beneficio previdenciério, faz-se necessério o prévio requerimento administrativo a0 INSS. Sem 0 prévio requerimento administrativo, nao havers interesse de agir do segurado. O art. 52, XXXV, da CF/88, representa verdadeira garantia de acesso ao Poder Judiciério, sendo um fundamento importante do Estado Democratico de Direito, Todavia, por mais relevante que seja, nao se trata de uma garantia absoluta. Nesse sentido, o art. 52, inciso XXXV nao obsta que o legislador estipule regras para o ingresso do pleito na esfera jurisdicional, desde que obedecidos os principios da razoabilidade 2 STF, ADIN? 2.212/CE. Rel. Min, Ellen Gracie, DJ. 14.11.2003 RQ constitu 10 Federal ¢ Estadual pi PM-PI (Oficial) Com videoaulas - 2020 Equipe Ricardo e Nadia 01, Equipe Ricardo e Nadia 02, Nadia Carolina, Ricardo Vale ‘Aula 02 ¢ da proporcionalidade. Quando este fixa formas, prazos e condigées razodveis, nfo ofende a Inafastabilidade da Jurisdic&o. Destaque-se que o principio da inafastabilidade de jurisdigdo nao assegura a gratuidade universal no acesso 20s tribunals, mas sim a garantia de que o Judicidrio se prestara a defesa de todo e qualquer direito, ainda ‘que contra 0s poderes puiblicos, independentemente das capacidades econémicas das partes. O direito adquirido, o ato juridico perfeito e a coisa julgada s8o institutos que surgiram como instrumentos de seguranga ju ;pedindo que as leis retroagissem para prej ss consolidadas. Eles representam, portanto, a garantia da irretroatividade das lels, que, todavia, ndo é absolute. (0 Estado néo é impedido de criar leis retroativas; estas sero permitidas, mas apenas se beneficiarem os individuos, impondo-lhes situacdo mais favoravel do que a que existia sob a vigancia da lei anterior. Segundo © STF, “o principio insculpido no inciso XXXVI do art. 5° da Constitui¢éo néo impede a edicéo, pelo Estado, de norma retroativa (lei ou decreto), em beneficio do particular”. > “A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5¢, XXXVI, da Constituiggo da Republica, nao ¢ invocével pela entidade estatal que a tenha editado.” ‘Vamos as explicac8es... Suponha que a Unio tenha editado uma lei retrostiva concedendo um tratamento mais favordvel aos servidores puiblicos do que o estabelecido pela lei anterior. Por ser benigna, a lei retroativa pode, sim, ser aplicada mesmo face ao direito adquirido. ‘Agora vem a pergunta: poder a Unido (que editou a lei retrostiva) se arrepender do beneficio que concedeu aos seus servidores e alegar em juizo que a lei ndo é aplicavel em azo do principio da irretroatividade das leis? Nao poderé, pois a garantia da irretroatividade da lei no é invocdvel pela entidade estatal que a tenha editado. ‘Vamos, agora, entender os conceitos de direito adquirido, ato juridico perfeito e coisa julgada. STE, 38 Turma, RExtr, n® 184.099/0E, Rel. Min. Octavio Gallotti, RT! 165/327. Fr} Constituicao Federal e Estadual p! PM-PI (Oficial) Com videoaulas -2020 YB www.cstratogiaconcursos.com.br eS a) Direito adquirido aquele que ja se incorporou ao patriménio do particular, uma vez que jé foram cumprides todos os requisitos aquisitivos exigidos pela lei entdo vigente. E 0 que ocorre se voce ‘cumprir todos os requisitos para se aposentar sob a vigéncia de uma lei X. Depois de cumpridas as, condigées de aposentadoria, mesmo que seja criada lei Y com requisitos mais gravosos, vocé teré direito adquirido a se aposenter. O direito adquirido difere da “expectativa de direito”, que nao ¢ alcangada pela protecdo do art. 52, inciso XXXVI. Suponha que a lei atual, ao dispor sobre os requisitos para aposentadoria, Ihe garanta o direito de se aposentar daqui a 5 anos. Hoje, vocé ainda no cumpre os requisitos necessarios para se aposentar; no entanto, daqui a 5 anos os ter todos reunidos. Caso amanhé seja editada uma nova lei, que imponha requisitos mais dificeis para a aposentadoria, fazendo com que vocé s6 possa se aposentar daqui a 10 anos, ela nao estara ferindo seu direito. Veja: vocé ainda néo tinha direito adquirido & aposentadoria (ainda nao havia cumprido os requisites necessarios para tanto), mas mera expectativa de direito. b) Ato juridico perfeito é aquele que retine todos os elementos constitutivos exigidos pela lei *; é 0 ato ja consumado pela lei vigente ao tempo em que se efetuou.° Tome-se como exemplo um contrato celebrado hoje, na vigéncia de uma lei X. ¢) Coisa julgada compreende a deciséo judicial da qual no cabe mais recurso. Eimportante destacar que, no art. 52, inciso XXXV, o vocdbulo “lei” esta empregado em seus sentidos formal (fruto do Poder Legislativo) e material (qualquer norma juridica). Portanto, inclui emendas constitucionais, leis ordindrias, leis complementares, resolugdes, decretos legislativos e varias outras modalidades normativas. Nesse sentido, tem-se o entendimento do STF de que a vedacdo constante do inciso XXXVI se refere ao direito/lei, compreendendo qualquer ato da ordem normativa constante do art. 59 da Constituigao.° Hé, todavia, certas situagSes nas quais adquirido frente a: cabe invocar direito adquirido. As a) Normas constitucionais origindrias. As normas que “nasceram” com a CF/88 podem revogar qualquer direito anterior, até mesmo o direito adquirido. b) Mudange do padrao da moeda, €) Criagdo ou aumento de tributos. d) Mudanga de regime estatutério. ‘MORAES, Alexandre de. Constituiedo do Brasil Interpretada e Legislagéo Constitucional, 9 edicio. io Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 241 Ct art. 6, 618, da LINDB. SSTF, ADI 3.105-8/DF, 18.08.2004. RQ constitu 10 Federal ¢ Estadual pi PM-PI (Oficial) Com videoaulas - 2020 Equipe Ricardo e Nadia 01, Equipe Ricardo e Nadia 02, Nadia Carolina, Ricardo Vale Aula 02 ‘Mudanca do padrio da moeda NAO HA DIREITO ADQUIRIDO CONTRA Criaglo ou aumento de tributos Mudanga de regime estatutério Foot no haverd juizo ou tribunal de excecdo; Contrariando um pouco a ordem em que esto dispostos na Constitui¢go, analisaremos esses dois incisos, ‘em conjunto. Isso porque ambos traduzem o principio do “jufzo natural” ou do “juiznatural”. Esse postulado garante ao individuo que suas aces no Poder Judiciério sero apreciadas por um juiz imparcial, o que é uma «gerantia indispensdvel & administrago da Justiga em um Estado democratico de direito. 0 principio do juiz natural impe« jo de juizos de excegao ou “ad hoc", criados de manei apés 0 acontecimento de um fato. Na histéria da humanidade, podemos apontar como exemplos de tribunais de exceco 0 Tribunal de Nuremberg ¢ o Tribunal de Téquio, instituidos apés a Segunda Guerra Mundial; esses tribunais foram criados pelos “vencedores” (da guerra) para julgar os “vencidos” e, por isso, ‘880 to duramente criticados. principio do juiz natural deve ser interpretado de forma ampla. Ele nfo deve ser encarado apenas como uma vedacao a criacéo de Tribunais ou juizos de excecao; além disso, decorre desse principio a obrigac3o de respeito absoluto as regras objetivas de determinago de competéncia, para que néo seje afetada a independéncia e a imparcialidade do érgio julgador.’ Todos os juizes e érgios julgadores, em consequéncia, tém sua competéncia prevista constitucionalmente, de modo a assegurar a seguranga juridica. E importante que voce saiba que o STF entende que esse principio nao se limita aos 6rgaos e Juizes do Poder Judicidrio, Segundo 0 Pretério Excelso, ele alcanca, também, os demais julgadores previstos pela Constituigo, como o Senado Federal, por exemplo. Além disso, por sua natureza, o principio do juiz natural alcanga a todos: brasileiros e estrangeiros, pessoas fisicas e pessoas juridicas. Em um Estado democratico de direito, todos tam, afinal, 0 direito a um julgamento imparcial, neutro. 7 MORAES, Alexandre de, Constituigdo do Brasil interpretada e Legislasdo Constitucional, 9 edic3o, S40 Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 245 ~ 246. Fr} Constituicao Federal e Estadual p! PM-PI (Oficial) Com videoaulas -2020 YB www.cstratogiaconcursos.com.br eS XXXVI - € reconhecida a instituicéo do juri, com a organi assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votagdes; ¢) a soberania dos veredictos; Esse inciso deve ser memorizado. Geralmente é cobrado em sua “alineas"! O tribunal do juri é um tribunal popular, composto por um juiz togado, que o preside, e vinte e cinco jurados, escolhidos dentre cidados do Municipio (Lei n° 11.689/08) entre todas as classes sociais. Segundo a doutrina, é visto como uma prerrogativa do cidadao, que devera ser julgado pelos seus semelhantes.® © tribunal do juri possui competéncia para julgamento de crimes dolosos contra a vida. Crime doloso & aquele em que o agente (quem pratica 0 crime) prevé o resultado lesivo de sua conduta e, mesmo assim, pratica a aco, produzindo o resultado. Exemplo: 0 marido descobre que a mulher o esta traindo e, intencionalmente, atira nela e no amante, causando a morte dos dois. Trata-se de homicidio doloso, que é, sem diivida, um crime doloso contra a vida; 0 julgamento seré, portanto, da competéncia do tribunal do ji. R&ssalte-se que a competéncia para o processo e julgamento de latrocinio € do juiz singular, e no do Tribunal do Juri (Sumula STF n® 603). O latrocinio é um crime complex, no qual estéo presentes duas condutas: 0 roubo e o homicidio. Em outras palavras, o latrocinio é um roubo qualificado pela morte da vitima. £ considerado pela doutrina como um “crime contra o patriménio” (e no como “crime contra a vida"), ficando, por isso, afastada a competéncia do tribunal do juiri. ‘A competéncia do tribunal do juiri para julgar os crimes dolosos contra a vida nao é absoluta. Isso porque nao alcanca os detentores de foro especial por prerrogativa de funcao previsto na Constituicao Federal. E © caso, por exemplo, do Presidente da Repiiblica e dos membros do Congresso Nacional, que sero julgados pelo STF quando praticarem crimes comuns, ainda que dolosos contra a vida. Em outras palavras, o foro por prerrogativa de fungao prevalece sobre a competéncia do tribunal do juiri, desde que esse foro especial decorra diretamente da Constituicao Federal. A pergunta que se faz diante dessa ultima afirmacdo é a seguinte: e quando o foro especial néo decorrer de previsdo da Constituicio Federal, mas sim da Constituicdo Estadual? Para responder a esse questionamento, o STF editou a Stimula Vinculante n2 45, que assim dispde: “A competéncia constitucional do Tribunal do Juri prevalece sobre o foro por prerrogativa de funcao estabelecido exclusivamente pela Constituicdo estadual”. * MORAES, Alexandre de. Constituicdo do Brasil Interpretada e Legislagdo Constitucional, 9* edico. $0 Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 249-254. RQ constitu 10 Federal ¢ Estadual pl PN-PI (Oficial) Com videoaulas - 2020 Equipe Ricardo e Nadia 01, Equipe Ricardo e Nadia 02, Nadia Carolina, Ricardo Vale Aula 02 J8 decidiu 0 STF, com base nesse entendimento, que vereadores que possuam foro por prerrogativa de funco derivado de Constituico Estadual sero julgados pelo tribunal do juiri se cometerem crimes dolosos contra a vida’. Isso se explica pelo fato de que a competéncia do tribunal do jurl prevalecerd sobre 0 foro por prerrogativa de funcdo estabelecido exclusivamente pela Constituicéo Estadual. A Constituigdo Federal estabelece, ainda, trés importantes principios para o tribunal do jiri: i) a plenitude de defesa; Ii) a soberania dos veredictos; ill) 0 sigilo das votacSes, A plenitude de defesa é uma variante do principio da ampla defesa e do contraditério (art. 58, LV), que permite ao acusado apresentar defesa contra aquilo que Ihe é imputado. Sua concretizacSo pressupde que ‘0s argumentos do réu tenham a mesma importéncia, no julgamento, que os do autor. Em consequéncia, no devern existir prioridades na relago processual e deve o réu ter a possibilidade de usar todos os instrumentos processuais na sua defesa, Também decorre da plenitude de defesa o fato de que os jurados so das diferentes classes sociais. Segundo o STF, “implica prejuizo & defesa a manutencéo do réu algemado na sessio de julgamento do Tribunal do Jiri, resultando o fato na insubsisténcia do veredicto condenatério” 2° No que se refere & soberania dos veredictos, também assegurada ao tribunal do juiri pela Carta Magna, destaca-se que esta tem a finalidade de evitar que a deciso dos jurados seja modificada ou suprimida por deciséo judicial. Entretanto, nao se trata de um principio absoluto, sendo possivel a sua relativizaclo. A soberania dos veredictos nao confere ao tribunal do juri o exercicio de um poder incontrastavel e ilimitado. E possive, sim, que existam recursos das decisées do tribunal do jri; nesse sentido, & possivel haver @ al ou mesmo o retorno dos autos ao juri, para novo julgamento.”” Segundo o STF, a soberania dos veredictos do tribunal do jtiri no exclui a recorribilidade de suas decisées, quando manifestamente contrérias a prova dos autos."* Assim, nesse caso, sera cabivel apelacdo contra decis6es do tribunal do ji. Por fim, cabe destacar que o STF entende que a competéncia do Tribunal do stiri, fixada no art. 5°, XXXVI, ““d", da CF/88, quanto ao julgamento de crimes dolosos contra a vida passivel de ampliacdo pelo legislador ordinario.™ Isso significa que pode a lei determinar o julgamento de outros crimes pelo tribunal do juiri. STF, HC n® 80.477/PI, Rel, Min, Néri da Silveira, Decisio 31.10.2000 STF, HCn2 91.952, Rel. Min. Marco Aurélio. Decisio 19.12.2008. 41 STF, HCn® 70.193-1/RS, Rel. Min, Celso de Mello, 0) 06.11.2006. 2 STF, HC 70.742-4/ RJ, Rel. Min. Carlos Velloso. DJ 30.06.2000. % STF, HC 70.742-4/ RI, Rel. Min. Carlos Velloso. DJ 30.06.2000. 41C 101542 SP, Dle-096, 28-05-2010. Fr} Constituicao Federal e Estadual p! PM-PI (Oficial) Com videoaulas -2020 BY4 www-ostratogiaconcursos.com.br eS / (MPE-RS 2014) Lei ordinéria que amplie a competéncia do ‘Tribunal do Juri no ofende o art. 52, XXXVI, | letra “d”, nem a cléusula pétrea do § 42 do art. 60, ambos da Constituigao Federal. Comentérios: ‘Segundo o STF, é possivel que lei ordinaria amplie a competéncia do tribunal do juri, ou seja, nao ha qualquer a, nem pena sem prévia cominacao legal; O art. 52, inciso XXXIX, da CF/88, estabelece um importante principio constitucional do direito penal: o principio da legalidade. Este principio se desdobra em dois outros principios: 0 principio da reserva legal e idade da lei penal. O principio da reserva legal determina que somente lei em sentido estrito (lei formal, editada pelo Poder Legislativo) podera definir crime e cominar penas. Nem mesmo medida provisoria podera definir um crime e cominar penas, eis que essa espécie normativa nao pode tratar de direito penal (art.62, § 12, 1, “b”). O principio da anterioridade da lei penal, por sua vez, exige que a lei esteja em vigor no momento da pratica da infrago para que o crime exista. Em outras palavras, exige-se lei anterior para que uma conduta possa ser considerada como crime. Esse principio confere seguranca juridica as relacbes sociais, ao determinar que um fato sé seré considerado crime se for cometido apés a entrada em vigor da lei incriminadora. Quer um exemplo? Se amanhi for editada uma lei que considere crime beijar 0 namorado (ou namorada) no cinema, nenhum de nés seré preso. Sé poderd ser considerado culpado quem o fizer apés a entrada em vigor da lei. Aproveitemos, ento, a liberdade de namorar, antes que tal lei seja editadal Mas no agora, é hora de estudar Direito Constitucional... Do principio da anterioridade da lei penal, deriva a irretroatividade da lei penal, que esté previsto no art. 52, XL, que estudaremos a seguir. Retroagir significa “voltar para tras”, “atingir o pasado”. Portanto, diz-se que retroatividade é a capacidade de atingir atos pretéritos; por sua vez, irretroatividade é a impossibilidade de atingi-los. E comum, também, em textos juridicos, encontrarmos as expresses “ex tunc” e “ex nunc”. “Ex tunc” é aquilo que tem retroatividade; “ex nunc” é 0 que é irretroativo. Lembre-se de que quando vocé diz que “NUNCA” mais fard alguma coisa, esse desejo sé valer4 daquele instante para frente, no é mesmo? Sinal de que fez algo no passado de que se arrepende, mas que ndo pode mudar. Jé o T de TUNC pode faz8-lo lembrar de uma maquina do TEMPO, atingindo tudo o que ficou para TRAS... FFT] constituicao Federal e Estadual pi PM-PI (Oficial) Com videoaulas - 2020 Equipe Ricardo e Nadia 01, Equipe Ricardo e Nadia 02, Nadia Carolina, Ricardo Vale Aula 02 EXTUNC= Maquina do ‘tempo, atinge o que ficou para tras EX NUNC = Nunca mais, a partir deagora Depois dessa “viagem”, voltemos ao inciso XL. Ele traz o principio da irretroatividade da lei penal, que, conforme j4 comentamos, deriva do principio da anterioridade da lei penal. Uma conduta somente sera caracterizada como crime se, no momento da sua ocorréncia, ja existia lei em vigor que a definia como tal. Portanto, em regra, a lei penal no atinge o passado. Imagine que hoje voc8 beba uma garrafa de vodka no bar, conduta licita e n8o tipificada como crime. No entanto, daqui a uma semana, é editada uma nova lei que estabelece que “beber vodka” seré considerado crime. Pergunta-se: voc8 poderé ser penalizado por essa ‘conduta? E claro que nao, uma vez que a lei penal, em regra, no atinge fatos pretéritos. Todavia, é importante termos em mente que a lei penal poder, em certos casos, retroagir. Eo que se chama de retroatividade da lei penal benigna: alei penal poderé retroagir, desde que para beneficiar 0 réu. Dizendo de outra forma, a “novatio legis in mellius” retroagiré para beneficiar o réu. Hé um tipo especial de “novatio legis in mellius", que & a conhecida “abolitio criminis”, assim considerada a lei que deixa de considerar como crime conduta que, antes, era tipificada como tal. Um exemplo seria a digo de uma lei que descriminalizasse 0 aborto. A “abolitio criminis”, por ser benéfica ao réu, iré retroagir, alcangando fatos pretéritos e evitando a puni¢éo de pessoas que tenham cometido a conduta antes considerada criminosa. A lei penal favordvel ao réu, portanto, sempre retroagiré para beneficié-lo, mesmo que tenha ocorrido transito em julgado de sua condenacdo. Por outro lado, a lei penal mais gravosa ao individuo (que aumenta ‘a penalidade, ou passa a considerar determinado fato como crime) s6 alcancaré fatos praticados apés sua vigencia, € a Irretroatividade da lei penal mais grave: a “novatio legis in pejus” no retroage. XL - a lel puniré qualquer discriminaco atentatéria dos direitos e liberdades fundamentais. | XLII - a pratica do racismo constitui crime inafiancével e imprescritivel, sujeito & pena de j recluso, nos termos da lei; XLII a lei considerara crimes inafiancdveis e insuscetiveis de graca ou anistia a pratica da i j tortura, 0 trafico ilicito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como j crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo | evité-los, se omitirem; Fr} Constituicao Federal e Estadual p! PM-PI (Oficial) Com videoaulas -2020 BY4 www-ostratogiaconcursos.com.br eS XLIV - constitui crime inafiancavel e imprescritivel a acdo de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e 0 Estado Democratico; Em todos esses dispositivos, ¢ possivel perceber que o legislador constituinte no buscou outorgar direitos individuais, mas sim estabelecer normas que determinam a criminalizac&o de certas condutas. * £0 que a doutrina denomina “mandados de criminalizacao”, que caracterizam-se por serem normas direcionadas 20 legistador, o qual se vé limitado em sua liberdade de atuacdo. inciso XLI estabelece que “a lei punird qualquer discriminacéo atentatoria dos direitos e liberdades fundamentais”. Como é possivel observar, trata-se de norma de eficdcia limitada, dependente, portanto, de complementagdo legislative. Evidencia um mandato de criminalizagao que busca efetivar a proteco dos direitos fundamentais. inciso XLII, por sua vez, estabelece que “a priitica do racismo constitui crime inafiangavel e imprescritivel, sujeito 4 pena de reclusdo, nos termos da lei”. E claro que ha muito a ser falado sobre o racismo; no entanto, ha dois pontos que s#o muito cobrados em prova: a) O racismo é crime inafiancavel e imprescritivel. Imprescritivel é aquilo que no sofre prescri¢ao. A prescri¢lo é a extingdo de um direito que se dé apés um prazo, devido a inércia do titular do direito em protegé-lo. No caso, ao dizer que o racismo & imprescritivel, 0 inciso XLII determina que este no deixar de ser punido mesmo com o decurso de longo tempo desde sua pratica e com a inércia (omissao) do titular da aco durante todo esse periodo. Inafiangavel é 0 crime que no admite o pagamento de fianga (montante em dinheiro) para que o preso seja solto. b) 0 racismo é punivel com a pena de recluso. As bancas examinadoras vao tentar te confundir dizer que o racismo é punivel com detenc&o. Nao é! O racismo é punivel com reclusio, que é uma pena mais gravosa do que a detencdo. Apenas para que vocé no fique viajando, qual a diferenca entre a pena de reclusdo e a pena de detencdo? A diferenca entre elas esté no regime de cumprimento de pena: na reclusio, inicia-se 0 ‘cumprimento da pena em regime fechado, semiaberto ou aberto; na detenco, o cumprimento da pena inicia-se em regime semiaberto ou aberto. © inciso XLII, a seu turno, dispée sobre alguns crimes que so inafiangdveis e insuscetiveis de graca ou anistia. Bastante atencSo, pois a banca examinadora tentard te confundir dizendo que esses crimes so imprescritiveis. Nao séo! Qual o macete para nao confundir? Simples, guarde a frase mnem@nica seguinte: *5 MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 64 edicéo. Editora Saraiva, 2011, pp. 534-538 RQ constitu 10 Federal ¢ Estadual pl PN-PI (Oficial) Com videoaulas - 2020 Equipe Ricardo e Nadia 01, Equipe Ricardo e Nadia 02, Nadia Carolina, Ricardo Vale ‘Aula 02 31 + hediondos nao tam gracal 377 Sim, Tortura, Trafico ilfcito de entorpecentes e drogas afins e Terrorismo. Esses crimes, assim como os hediondos, so insuscetiveis de graca ou anistia, Isso significa que no podem ser perdoados pelo Presidente da Repiblica, nem ter suas penas modificadas para outras mais benignas. Além disso, assim como o crime de racismo e a ago de grupos armados contra 0 Estado democratico, so inafiancaveis. inciso XUIV trata ainda de mais um crime: a acdo de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem. cconstitucional e o Estado democritico. Esse crime, assim como o racismo, sera inafiancdvel e imprescritivel. Para que vocé no erre esses detalhes na prova, fizemos 0 esquema abaixo! $6 uma observago para facilitar: Perceba que todos os crimes dos quais falamos s8o inafiancdveis; a diferenca mesmo esté em saber que 0 “3TH ndo tem graca”| mPRESCRITIVEIS INAFIANGAVEIS INSUSCETIVEIS DE GRAGA OU ‘*RACISMO- ‘*RACISMO- ANISTIA ‘*ACAO DE GRUPOS ARMADOS, or 3T ‘avis ou mauirares, conTRA | | 2% MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 63 edicao. Editora Saraiva, 2011, pp.592-594. 2% MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 6# edicio. Editora Saraiva, 2011, pp. 592-594. ® CUNHA JUNIOR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional. 62 ediao. Ed. Juspodium, 2012, pp. 740 ~742. FFT] constituicao Federal e Estadual pi PM-PI (Oficial) Com videoaulas - 2020 Equipe Ricardo e Nadia 01, Equipe Ricardo e Nadia 02, Nadia Carolina, Ricardo Vale Aula 02 E possivel afirmar, portanto, que o principio da proporcionalidade tem sua sede material no principio do devido processo legal, considerado em sua acepedo substantiva, nao simplesmente formal.” Em outras palavras, 0 principio da proporcionalidade, que nao esté expressamente previsto na Constituigao, tem como fundamento o devido proceso legal substantivo (material). © principio da proporcionalidade esté implicito no texto constitucional, dividindo-se em 3 (trés) subprincipios: a) Adequacao: a medida adotada pelo Poder Publico dever almejados. estar apta para alcancar os objetivos b) Necessidade: a medida adotada pelo Poder Piiblico deverd ser indispensével para alcangar 0 objetivo pretendido. Nenhuma outra medida menos gravosa seria eficaz para o atingimento dos objetivos. €) Proporcionalidade em sentido est resultantes superarem os prejuizos. la seré considerada legitima se os beneficios dela © STF tem utilizado 0 principio da proporcionalidade como fundamento de vérias de suas decisdes, especialmente no que diz respeito ao controle de constitucionalidade de leis, O principio da proporcionalidade tem uma dupla face: a proibigao de excesso e a proibicao de protecao deficiente. Assim, nia tutela dos direitos fundamentais, ndo se busca apenas coibir os excessos do Estado (proibicéo de excesso), mas também impor ao Estado um dever de protecdo (proibigao de protecdo deficiente). LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral so ; assegurados 0 contraditério e ampla defesa, com 0s meios e recursos a ela inerentes; ‘As garantias do contraditério e da ampla defesa so corolérios do principio do devido processo legal, isto: dele decorrem diretamente. Aampla defesa compreende o direito que o individuo tem de trazer ao proceso todos os elementos licitos de que dispuser para provar a verdade, ou, até mesmo, de se calar ou se omitir caso isso Ihe seja benéfico (direito 4 ndo-autoincriminacdo). J4 0 contraditério 6 0 direito dado ao individuo de contradizer tudo que for levado ao proceso pela parte contréria. Assegura, também, a igualdade das partes do processo, a0, ‘equiparar o direito da acusa¢o com o da defesa”” A ampla defesa e 0 contraditério so principios que se aplicam tanto aos processos judiciais quanto aos processos administrativos, sejam estes tltimos referentes & aplicacSo de punicdes disciplinares ou & restrigo de direitos em geral. O termo “litigantes” deve, portanto, ser compreendido na acepco mais 2 ALEXANDRINO, Marcelo & PAULO, Vicente. Direite Constitucional Descomplicado, 5° edico. Ed. Método, 2010. pp. 172- 17. 27 ALEXANDRINO, Marcelo & PAULO, Vicente. Direite Constitucfonal Descomplicado, 5° edicio. Ed. Método, 2010. pp. 176. Fr} Constituicao Federal e Estadual p! PM-PI (Oficial) Com videoaulas -2020 BY4 www-ostratogiaconcursos.com.br eS ampla possivel, ndo se referindo somente aqueles que estejam envolvidos em um processo do qual resulte ou possa resultar algum tipo de penalidade. Todavia, entende o STF que a ampla defesa e o contraditério no se aplicam na fase do inquérito policial ou civil2® Cabe destacar que, apesar de a ampla defesa e o contraditério nao serem garantias na fase do inquérito, 0 indiciado possui, mesmo nessa fase, certos direitos fundamentais que Ihe devem ser garantidos. Dentre eles, podemos citar 0 direito a ser assistido por um advogado, o de no se autoincriminar € 0 de manter-se em siléncio.”® Sobre os direitos do indiciado na fase do inquérito, o STF editou a Simula Vinculante n@ 14, muito cobrada em concursos piiblicos: E direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de Prova que, ja documentados em procedimento investigatorio realizado por érgdo com téncia de poli di cio do direito de defe: Por meio dessa stimula, o STF garantiu a advogados 0 acesso a provas j4 documentadas em autos de inquétitos policiais que envolvam seus clientes, inclusive os que tramitam em sigilo. Observe, entretanto, que a simula somente se aplica @ provas j4 documentadas, nao atingindo demais quais 0 advogado nao tem direito a ter acesso prévio. Também existe uma fase pré-processual que antecede os processos administrativos disciplinares: a sindic&ncia, Segundo o STF, na sindicancia preparatéria para a abertura do proceso administrativo disciplinar (PAD) nao é obrigatéria a obediéncia aos principios do contraditério e da ampla defesa. Esses principios somente sao exigidos no curso do processo administrativo discipliner (PAD). Ressalta-se que a razio disso é que a sindicdncia que precede a abertura do PAD, assim como 0 inquérito policial, caracteriza-se pela coleta de informac@es, que sero apuradas em fases futuras dentro de um processo. Caso a sindicncia, entretanto, nao resulte em abertura do PAD, mas se traduza em aplicacao de penalidade (adverténcia, por exemplo)®, ha sim, necessidade de obediéncia ao contraditério e & ampla defesa como requisito de validade da pena aplicada. O STF entende que, nos processos administrativos disciplinares, a ampla defesa e o contraditério podem ser validamente exercidos independentemente de advogado. Dessa forma, em um PAD instaurado para apurar infraco disciplinar praticada por servidor, nao é obrigatéria a presenca de advogado. Com base nesse entendimento, o STF editou a Stimula Vinculante n& 'A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar nao ofende a Constituicio". % STF, RE 481.955 — AgR. Rel. Min Carmem Lacia. Die: 26.05.2011 9 STF, HC 82.354, Rel. Min. Sepilveda Pertence, DJ 24.09.2004. % Segundo o art. 145, da Lei n® 8112/90, da sindicancia poderd resultar: i) arquivamento do proceso; i) aplicagéo de penalidade de advertncia ou suspensio de até 30 (trinta) dias i) instaurac3o de processo disciplinar. 10 Federal ¢ Estadual pi PM-PI (Oficial) Com videoaulas - 2020 RQ constitu Equipe Ricardo e Nadia 01, Equipe Ricardo e Nadia 02, Nadia Carolina, Ricardo Vale ‘Aula 02 0 devido processo legal tem como uma de suas consequéncias a inadmissibilidade das provasilictas, que no poderdo ser usadas nos processos administrativos e judiciais. As provas ilicitas, assim consideradas xpurgadas do processo; serdo elas ‘aquelas obtidas com violagio ao direito material, deverao ser, portanto, imprestveis & formago do convencimento do magistrado.”* Ha que se destacar, todavia, que a presenca de provas ilictas nao é suficiente para invalidar todo o proceso, ‘se nele existirem outras provas, lcitas e auténomas (obtidas sem a necessidade dos elementos informativos revelados pela prova ilicita).°? Uma vez que seja reconhecida a ilicitude de prova constante dos autos, esta deverd ser imediatamente desentranhada (retirada) do processo. ® As outras provas, lictas e independentes, da obtida ilicitamente, so mantidas, tendo continuidade o processo. & vw \Vejamos, a seguir, importantes entendimentos do STF sobre a licitude/ilicitude de provas: 1) Eilicita a prova obtida por meio de interceptagao telefénica sem autorizagao judicial. 2) S80 ilicitas as provas obtidas por meio de interceptacdo telefonica determinada a partir apenas de dentincia andnima, sem investigagdo prelimina 3 MORAES, Alexandre de. Constitui¢do do Brasil Interpretada e Legislacdo Constitucional, 9® edic3o. So Paulo Editora ‘Atlas: 2010, pp. 324-332 % STF, HC 76.231/R, Rel. Min, Nelson Jobim, DJ; 29.09.1995. *® STF, Embargos de Declaracdo em Inquérito. Rel. Min. Néri da Silveira, 07.06.1996 Fr} Constituicao Federal e Estadual p! PM-PI (Oficial) Com videoaulas -2020 YB www.cstratogiaconcursos.com.br eS 3) Sio ilicitas as provas obtidas mediante gravacdo de conversa informal do indiciado com policiais, por constituir-se tal prética em “interrogatério sub-repticio”, realizado sem as formalidades legais do interrogatério no inquérito policial e sem que 0 indiciado seja advertido do seu direito ao siléncio.* 4) Sio ilicitas as provas obtidas mediante confissdo durante prisdo ilegal. Ora, se a priséo foi ilegal, todas as provas obtidas a partir dela também o serao. 5) € licita a prova obtida mediante gravacao telefonica feita por um dos interlocutores sem a autorizacio judicial, caso haja investida criminosa daquele que desconhece que a gravaco esté sendo feita. Nessa situaco, tem-se a legitima defesa. 6) E Iicita @ prova obtida por gravacéo de conversa telefénica feita por um dos interlocutores, sem conhecimento do outro, quando ausente causa legal de sigilo ou de reserva da conversacao.* 7) E licita a prova consistente em gravacao ambiental realizada por um dos interlocutores sem o conhecimento do outro. Muito conhecida na doutrina é a Teoria dos Frutos da Arvore Envenenada (“Fruits of the Poisonous Tree”), que se baseia na ideia de que uma drvore envenenada ird produzir frutos contaminados! Seguindo essa légica, uma prova ilicita contamina todas as outras que dela derivam. £0 que a doutrina denomina ilicitude por derivacio; pode-se dizer também que, nesse caso, haveré comunicabilidade da ilicitude das provas ilicitas a todas aquelas que dela derivarem. j (SEFAZ-MTT~ 2014) As provas provenientes de quebra irregular de sigilo bancério ou fiscal s8o nulas para fins ; de responsabilizacao administrativa e civel, mas nao criminal. Comentarios: As provas ilicitas ndo podem ser usadas, também, nos processos penais (criminais). Elas sero nulas. Questo errada. LVII - ninguém sera considerado culpado até 0 transito em julgado de sentenca penal condenatéria; STE, HC 80.949. Rel. Min. Septlveda Pertence. DJ 30.10.2001 % STF, RE 630.944 —AgR. Rel. Min. Ayres Brito. DJ 25.10.2011 25 STF, RE 583.937-Q0-RG. Rel. Min. Cezar Peluso. DJ 19.11.2009. FFT] constituicao Federal e Estadual pi PM-PI (Oficial) Com videoaulas - 2020 Equipe Ricardo e Nadia 01, Equipe Ricardo e Nadia 02, Nadia Carolina, Ricardo Vale Aula 02 Trata-se do principio da presunco de inocéncia, que tem por objetivo proteger a liberdade do individuo frente ao poder de império do Estado. Somente a partir do transito em julgado (deciséo da qual nfo caiba ‘mais nenhum recurso) de sentenca penal condenatdria que alguém poderd ser considerado culpado. €, afinal, 0 transito em julgado da sentenca que faz coisa julgada material. Da presunco de inocéncia, deriva a obrigatoriedade de que o Gnus da prova da pratica de um crime seja sempre do acusador. Assim, no se pode exigir que 0 acusado produza provas em seu favor; caberd & _acusa¢o provar, inequivocamente, a culpabilidade do acusado. A jurisprudéncia do STF considera que as prises cautelares (priséo preventiva, prisdo em flagrante e prisdo ‘temporéria) so compativeis com o principio da presungao de inocéncia. Assim, é plenamente possivel, no ‘ordenamento juridico brasileiro, que alguém seja preso antes de sentenca penal condenatéria transitada em julgado. Em fevereiro de 2016, 0 STF adotou importantissima deciséo relacionada ao principio da presuncao de inocéncia. Desde 2009, o entendimento do STF era o de que a execusao da sentenca somente seria possivel ‘apés 0 transito em julgado da condenacao. Um exemplo pode nos ilustrar como era o entendimento antigo. da Corte, Suponha que André seja julgado e condenado na primeira instancia. Em seguida, efetua a apelacdo para o Tribunal de Justica, onde a sentenga é mantida. Nessa hipétese, ainda poderia ser cabivel recurso ‘especial (para o STJ) e recurso extraordinério (para o STF). Até que esses recursos fossem julgados, André no poderia ser considerado culpado, uma vez que ainda no estariamos diante do transito em julgado de uma sentenca penal condenatéria. Consequentemente, André no poderia ser preso. jento do STF? Mas qual o novo entendi ‘Agora, o STF entende que a decisao condenatéria em segunda instai permitiré a execugdo proviséria do acérdao. Ora, se um individuo foi condenado em primeira instancia e, em seguida, teve a condenagao confirmada por um Tribunal (Srgao de natureza colegiada), ndo se pode presumir que ele seja inocente. Ao hd uma declaragdo forte acerca da sua culpabilidade. Dessa forma, a execugo do acérdao penal condenatério ndo precisa aguardar o julgamento de eventuais recursos extraordinério ou especial. No julgamento, o STF deixou clara a necessidade de que exista um equilibrio entre o principio da presuncao de inocéncia e a efetividade da jurisdicao penal. Comentou-se, inclusive que, “em pais nenhum do mundo, depois de observado 0 duplo grau de jurisdi¢éo, « execugéo de uma condenagéo fica suspensa aguardando referendo da Suprema Corte”. Dessa forma, o STF fixou o seguinte entendimento: “RK execugao provi de acdrdio penal condenatério proferide em grau de apelacao, | ainda que sujelto a recurso especial ou extraordinérlo, néo compromete © princip HC n@ 126.292/S, Rel. Min. Teori Zavascki. 17.02.2016, Fr} Constituicao Federal e Estadual p! PM-PI (Oficial) Com videoaulas -2020 YB www.cstratogiaconcursos.com.br eS Comentirios: Pegadinha! Mesmo aquele que for preso em flagrante delito somente poderé ser considerado culpado apés © transito em julgado de sentenca penal condenatéria. Questo errada. LVIII - 0 civilmente identificado nao sera submetido a identificag&o criminal, salvo na hipéteses previstas em | Tem-se, aqui, norma constitucional de eficacia contida: na falta de lei identificago criminal excepcional, esta jamais seria exigivel. ispondo sobre os casos de O que € identificagdo civil? E a regra: carteira de identidade, de motorista, de trabalho... E a criminal? Ea impressao digital (processo datiloscépico) e a fotografica. Aposto que vocé se lembrou daquelas cenas de filmes, em que o preso ¢ fotografado de frente e de perfil pela policia, né? Assim, lei pode prever, excepcionalmente, hipsteses de identificagao criminal mesmo quando o individuo ja foi identificado civilmente. A Lei n° 12.037/2009 dispde sobre os casos de identificagao criminal do civilmente identificado. LIX - serd admitida aco privada nos crimes de aco piiblica, se esta nao for intentada no prazo legal; Como vocé sabe, em regra, é 0 Ministério Pablico que provoca o Poder Judiciario nas aces penais puiblicas, de cujo exercicio € titular, com o fim de obter do Estado o julgamento de uma pretensio punitiva. Entretanto, em alguns casos, o particular poder exercer essa prerrogativa, de maneira excepcional. Trata- se dos casos de aco penal privada subsidiéria da publica, quando esta ndo é intentada no prazo legal. Nesse tipo de aco, a titularidade da persecugao criminal era, inicialmente, do Ministério Publico. Entretanto, diante da omissao deste, ela passou para o particular. Destace-se, todavia, que ndo é possivel acdo penal privada subsidiaria da publica quando o Ministério Piblico mento do inquérito policial por falta de provas. Isso porque, nesse caso, no se \X - a lei sé podera restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; FFT] constituicao Federal e Estadual pi PM-PI (Oficial) Com videoaulas - 2020 Equipe Ricardo e Nadia 01, Equipe Ricardo e Nadia 02, Nadia Carolina, Ricardo Vale ‘Aula 02 A compreensio desse inciso é bastante simples. A regra ¢ a publicidade dos atos processuais. A exceslo é a restrico a essa publicidade, que sé poderé ser feita por lei e em 2 (duas hipdteses): defesa da intimidade ou interesse social. LXI= ninguém sera preso sendo em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciéria competente, salvo nos casos de transgresséo militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; LXVI - ninguém serd levado & prisdo ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade direito & liberdade é uma regra prevista na Constituico, que somente em situacdes excepcionais & taxativas poderd ser violada. O inciso LXI do art. 5? da Constituicio traz as hipdteses em que € possivel a pristo: a) em flagrante delito. Nesse caso, ndo haveré necessidade de ordem judicial. Nos termos do Cédigo de Processo Penal, qualquer do povo poderé ¢ as autoridades policiais e seus agentes deverdo prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. b) em caso de transgressao militar ou crime propriamente militar, definidos em lei. Nesse caso, ‘também é dispensada ordem judicial. ¢) por ordem de juiz, escrita e fundamentada. A decisfo ju priséo cautelar ou para a denegacao de liberdade proviséria. ial 6 necesséria para a decretacio de Aprisio, por tudo 0 que jé comentamos, tem natureza excepcional. Nesse sentido, 0 inciso LXV! disp8e que se a lei admitir a liberdade proviséria, com ou sem fianga, nit 4 levado a prisdo ou nela mantido. Isso porque o direito & liberdade é um dos direitos humanos mais bdsicos e importantes. Flagrante delito Casos em que é possivel a ‘Transgressio militar ou crime propriamente| prisso militar Por ordem de juiz, escrita e fundamentada Fr} Constituicao Federal e Estadual p! PM-PI (Oficial) Com videoaulas -2020 YB www.cstratogiaconcursos.com.br eS (CNMP = 2015) Ninguém sera levado & priséo ou nela mantido quando a lei admi i @ liberdade proviséria, | desde que mediante pagamento de fianca. Comentérios: O art. 52, LXVI estabelece que “ninguém serd levado a priséo ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisdria, com ou sem fianca”. Questo errada. LxIl'- a priséo de qualquer pessoa e o local onde se encontre serdo comul imediatamente ao juiz competente e & familia do preso ou & pessoa por ele indicada; sados LXIII - 0 preso sera informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, i sendo-Ihe assegurada a assisténcia da familia e de advogado; LXIV - 0 preso tem direito a identificac&o dos responsdveis por sua prisio ou por seu interrogatorio policial; LXV - a prisdo ilegal sera imediatamente relaxada pela autoridade judiciari Esses dispositivos enunciam os direitos do preso, que Ihe devem ser garantidos imediatamente quando de sua prisdo. Nos termos do inciso LXII, a prisSo de qualquer pessoa e o local onde se encontre sero comunicados imediatamente ao juiz competente e & familia do preso ou pessoa por ele indicada. O objetivo assegurar-Ihe a assisténcia familiar e permitir que o juiz analise a legalidade da prisdo, relaxando-a se tiver sido ilegal. Destaque-se que nao ocorreré descumprimento do art. 52, LXIl, se 0 preso, voluntariamente, ndo indica pessoa a ser comunicada de sua prisio.%* O inciso LXIMl, por sua vez, consagra o direito ao siléncio (direito & ndo-autoincriminaco), que se baseia na logica de que ninguém pode ser obrigado a produzir provas contra si mesmo (“nemo tenetur se detegere”), O preso deverd ser informado sobre seu direito de permanecer em siléncio, assim como do fato de que o exercicio desse direito no iré trazer-Ihe nenhum prejuizo. Em outras palavras, o siléncio do réu no iterrogatorio no pode ser interpretado como se fosse uma confisséo da pratica do crime. O direito ao siléncio esté presente quando o indiciado ou acusado presta depoimento ao Poder Judiciério, a0 Poder Execuitivo ou ao Poder Legislativo (no ambito de CPI, por exemplo). Segundo 0 STF, 0 preso deve ser informado de seu direito ao siléncio, sob pena de nulidade absoluta de seu interrogatério. Importa destacar ainda que, para o Supremo Tribunal Federal, o direito de permanecer em siléncio insere-se no alcance concreto da cléusula constitucional do devido processo legal. O inciso LXIV, por sua vez, garante ao preso o direito de conhecer a identidade dos responsaveis por sua prisdo ou por seu interrogatério policial. O objetivo é evitar arbitrariedades da autoridade policial e de seus agentes que, uma vez tendo sido identificadas pelo preso, poderdo ser responsabilizadas, a posteriori, no caso de ilegalidades ou abuso de poder. %8 STF, HC 69.630. Rel. Min, Paulo Brossard. DJ: 04.12.1992. RQ constitu 10 Federal ¢ Estadual pi PM-PI (Oficial) Com videoaulas - 2020 Equipe Ricardo e Nadia 01, Equipe Ricardo e Nadia 02, Nadia Carolina, Ricardo Vale Aula 02 J 0 inciso LXV determina que a priséo ilegal serd imediatamente relaxada pela autoridade judiciéria. O relaxamento da prisio é, portanto, um ato por meio do qual o juiz torna sem efeito a restricao de liberdade. Trata-se, como se pode verificar, de uma prote¢o aos individuos contra prisdes llegals ou arbitrarias. Um entendimento importante do STF, relacionado ao respeito dos direitos do preso, é a Sdmula Vinculante 1, que trata do uso de algemas. “$6 & lito © uso de algemas em caco de resistancia e de fundado receio de fuga ou de perigo a integridade fisica prépria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada ‘a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisdo ou do ato processual a que se refere sem ‘Com a edi¢&o da Stimula Vinculante ‘excepclonais (resisténcia, fundado receio de fuga ou perigo & integridade fisica), justificados por escrito. A desobediéncia a essa regra implicaré em responsabilidade do agente ou da autoridade, bem como na nulidade da priséo. (Policia Civil-CE ~ 2015) A prisfo de qualquer pessoa e 0 local onde se encontre seréo comunicados, 1ediatamente, ao juiz competente e & familia do preso ou & pessoa por ele indicada. Comentérios: E aliteralidade do art. 52, LXIl, CF/88. Questo correta. Civil-CE ~ 2015) A priséo ilegal sera imediatamente relaxada pela autoridade policial. Comentarios: | Pegadinhal € a autoridade judicial (e no a autoridade policiall) que relaxaré a pris8o ilegal. Questo errade. | (Policia Federal—2014) Um agente da Policia Federal foi excelado para atuar em operacio para cumprimento de mandado judicial de prisio e de busca e apreensio, durante o dia, de documentos no escritério. profissional do investigado. Mesmo que o investigado ofereca resisténcia a ordem de prisio, nao sera possivel 0 uso de algemas para conduzi-lo, uma vez que a CF garante que nenhum cidadio ser submetido a tratamento desumano ou degradante. Comentério: AStimula Vinculante n? 11 autoriza a utilizacao de algemas em caso de resisténcia a priséo. Logo, na situagio descrita, sera possivel 0 uso de algemas. Questo errada. Fr} Constituicao Federal e Estadual p! PM-PI (Oficial) Com videoaulas -2020 YB www.cstratogiaconcursos.com.br eS A partir deste artigo, de “memorizacao” obrigatéria para sua prova, pode-se concluir que: a) Em regra, no hé priséo civil por dividas. b) Aquele que nao paga pensdo alimenticia sé pode ser preso se deixar de pagar porque quer (inadimplemento voluntario) e sem justificativa plausivel (inadimplemento inescusavell ¢) Se levarmos em conta apenas 0 texto da ConstituigSo, iremos concluir que 0 depositério infiel também pode ser preso. No entanto, o entendimento atual do STF é 0 de que a tinica priséo civil por divida admitida no ordenamento juridico brasileiro é a resultante do inadimplemento voluntario e inescusavel de obrigacao alimenticia. © Brasil é signatério da Convencaio Americana de Direitos Humanos (Pacto de San Jose da Costa Rica), que somente permite a prisdo civil por ndo pagamento de obrigacdo alimenticia. Segundo o STF, esse tratado, por ser de direitos humanos, tem “status” supralegal, ou seja, esta abaixo da Constituicdo e acima de todas as leis na hierarquia das normas. Assim, ele nao se sobrepde & Constituico, ou seja, permanece valida a autorizago constitucional para que o depositério infiel seja preso. No entanto, a Convenc&o Americana de Direitos Humanos, por ter status supralegal, suspendeu toda a icdcia da legislacSo infraconstitucional que regia a priséo do depositério infiel. Segundo 0 STF, o Pacto de San José da Costa Rica produziu um “efeito paralisante” sobre toda a legislaco infraconstitucional que determinava a priséo do depositario infiel. °° Dessa forma, ndo houve revogacao do texto constitucional. A Constituic3o continua autorizando a prisdo do depositario infiel; no entanto, a legislacdo infraconstitucional esté impedida de ordenar essa modalidade de prisao, em razdo da Convenco Americana de Direitos Humanos, cuja hierarquia é de norma supralegal. Para sanar qualquer dtivida sobre o tema, o STF editou a Stimula Vinculante n2 25: Continuemos no estudo do art. 52, da Constituicdo Federal! XV - livre a locomocdo no territério nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; Por meio desse dispositivo, a CF/88 garante a liberdade de locomogao, no territério nacional, nos tempos de paz e nos termos da lei. Observe que se trata de norma constitucional de eficacia contida, que poderé sofrer restrigdes referentes ao ingresso, saida e circulagao interna de pessoas e patriménio. € 0 caso, por exemplo, das restricdes impostas por normas referentes ao ingresso de estrangeiros no pais. Outro tépico bastante interessante sobre esse dispositivo ¢ que a liberdade de locomogio 36 é assegurada a qualquer pessoa (brasileira ou nao) em tempos de paz. sso significa que, em tempos de guerra, a liberdade %9 RE 466.343-1/SP, Rel. Min. Cezar Peluso, DJ 03.12.2008 RQ constitu 10 Federal ¢ Estadual pi PM-PI (Oficial) Com videoaulas - 2020 Equipe Ricardo e Nadia 01, Equipe Ricardo e Nadia 02, Nadia Carolina, Ricardo Vale Aula 02 de entrada, saida e permanéncia no pats podera sofrer duras restrig6es, principalmente no que se refere a estrangeiros. Por fim, cabem algumas consideragdes sobre o direito de locomoso. Locomover significa andar, correr, passear, parar, ir, vir, ficar, estacionar, transitar... Em sentido amplo, é mesmo que circular. Nesse sentido, ndo pode o Poder Pablico cercear o livre transito de pessoas, salvo em situagées excepcionais. (© remédio constitucional adequado para proteger a liberdade de locomogéo é 0 “habeas corpus": Uwilil“ conceder-se-é "habeas-corpus* sempre que alguém sofrer ou se achar ameacado de sofrer violéncia ou coaco em sua liberdade de locomocio, por legalidade ou abuso de | (© “habeas corpus” & uma garantia fundamental. Trata-se de uma forma especifica de garantia, a que a doutrina chama “remédio constitucional”. .Agora complicoul O que é remédio constitucional, Nadia?” ‘Calma, aluno (a)... 0 remédio constitucional é um meio que a Constituicéo da tos contra a ilegalidade ou abuso de poder cometido pelo Estado. Ao contrério da maioria das garantias, no é uma proibicdo ao Estado, mas um instrumento 2 favor do individuo. Bem, voltando ao “habeas corpus", temos que ele é remédio constitucional que protege o direito de locomocéo. Sus finalidade &, por meio de ordem judicial, fazer cessar a ameaca ou coacdo a liberdade de locomogao do individuo. (© “habeas corpus” tem natureza penal, procedimento especial (é de decisdo mais répida: rito sumério), & isento de custas (gratuito) e pode ser repressive (liberatério) ou preventivo (salvo-conduto). Se repressivo, busca devolver ao individuo a liberdade de locomoc%o que ja perdeu (sendo preso, por exemplo); quando preventivo, resguarda o individuo quando a perda dessa liberdade é apenas uma ameaca. Hé, ainda, 0 “habeas corpus” suspensivo, utilizado quando a prisio ja foi decretada, mas o mandado de prisio ainda esta pendente de cumprimento. Pode o “habeas corpus” ser impetrado por qualquer pessoa fisica ou Juridica, nacional ou estrangeira, ou, ainda, pelo Ministério Publico e pela Defensoria Publica. Todos esses so, portanto, sujeitos ativos do “habeas corpus”. Trata-se de uma a¢o com legitimidade universal, que pode, inclusive, ser concedida de oficio pelo préprio juiz. Tamanho é seu caréter universal que o “habeas corpus” prescinde, até mesmo, da outorga de mandado judicial que autorize o impetrante a agir em favor de quem estaria sujeito, ~alegadamente, a constrangimento em sua liberdade de locomoco. Nao pode 0 “habeas corpus”, contudo, ser impetrado em favor de pessoa juridica. Somente as pessoas fisicas (os seres humanos) podem ser pacientes de “habeas corpus’. JA viu pessoa juridica (“empresa”) se locomovendo? Ou, ainda, € possivel que pessoa juridica seja condenada a priso? Nao, né? Por isso mesmo, 0 “habeas corpus” s6 pode ser impetrado a favor de pessoa natural, jamais de pessoa juridica. Guarde bem isso! Fr} Constituicao Federal e Estadual p! PM-PI (Oficial) Com videoaulas -2020 YB www.cstratogiaconcursos.com.br eS iron Pessoa juridica pode impetrar habeas corpus, mas sempre a favor de pessoa Nao hé necessidade de advogado para impetracao de “habeas corpus”, bem como para interposicéo de recurso ordinério contra deciséo proferida em “habeas corpus”. A doutrina considera, por isso, que o “habeas corpus” é uma verdadeira aco penal popular. No que se refere a legitimidade passiva no “habeas corpus”, tem-se que este se dirige contra a autoridade coatora, seja ela de cardter piiblico ou um particular. Por autoridade coatora entende-se aquela que determinou a prisdo ou a restrigao da locomogo do paciente, ou seja, da pessoa que sofreu a lesdo ou ameaca de lesdo. Um exemplo tipico de “habeas corpus” contra particular ¢ aquele impetrado contra hospitais, que negam a liberacao de seus pacientes, caso estes nao paguem suas despesas. Pela importancia do direito que busca proteger (liberdade de locomoso), 0 habeas corpus ¢ alo de procedimento especial (rito sumério), sendo decidida de maneira bem célere. Mesmo assim, pode haver medida liminar em “habeas corpus”, desde que presentes seus pressupostos (fumus boni juris e periculum in mora). “"Nédia, o que é liminar?” A liminar é uma ordem judicial proferida pronta, suméria (rito breve) e precariamente (no é definitiva). Visa proteger direito que esteja sendo discutido em outra aco, e que, sem a liminar, poderia sofrer danos de dificeis reparacées, devido & demora na presta¢o jurisdicional. A liminar, portanto, tem dois pressupostos: a) © “fumus boni juris", ou “fumaga do bom direito”, que significa que 0 pedido deve ter plausibilidade juridica; b) 0 “periculum in mora” (risco da demora), que significa que deve haver possil irreparavel ou de dificil reparaco se houver demora na prestaco jurisdicional. Outra coisa importante: é cabivel “habeas corpus” mesmo quando a ofensa ao direito de locomocao é indireta, ou seja, quando do ato impugnado possa resultar procedimento que, ao final, termine em deten¢3o ou reclusdo da pessoa. E 0 caso do uso desse instrumento para proteger 0 individuo contra quebra de sigilo bancario que possa levar @ sua prisdo em um processo criminal, por exemplo”. Esse € 0 entendimento do STF. Entretanto, caso a quebra do sigilo fiscal se desse em um processo administrativo, ndo caberia “habeas “0 habeas corpus ¢ medida idonea para impugnar decisio judicial que autoriza a quebra de sigilos fiscal e bancario em procedimento criminal, haja vista a possibilidade destes resultarem em constrangimento a liberdade do investigado” (Al 573623 QO/RI, rel. Min. Gilmar Mendes, 31.10.2006). 10 Federal ¢ Estadual pi PM-PI (Oficial) Com videoaulas - 2020 RQ constitu Equipe Ricardo e Nadia 01, Equipe Ricardo e Nadia 02, Nadia Carolina, Ricardo Vale Aula 02 corpus”. 1ss0 porque esse tipo de processo jamais leva & restrico de liberdade. O remédio constitucional adequado, nesse caso, é o mandado de seguranca. Resta, ainda, destacar que o “habeas corpus” pode ser concedido de oficio pelo juiz*, ou seja, por sua iniciativa, sem provocacio de terceiros. Isso ocorrerd quando, no curso de processo, a autoridade judicidria verificar que alguém sofre ou esté na iminéncia de sofrer coacdo ilegal. © “habeas corpus” também nao serve como meio de dilaco probatéria"?, para reparar erro do Judiciario, devido a sua indole sumarissima®®. A coac%o ilegal deverd ser demonstrada de plano pelo impetrante: exige- 4, no “habeas corpus", prova pré-constituida, Uma pergunta importante que se deve fazer é a seguinte: quando é incabivel 0 “habeas corpus”? 1a) Nao cabe “habeas corpus” para impugnar decisées do STF (Plenério ou Turmas). N&o € cabivel habeas corpus, inclusive, contra decisdo monocratica proferida por Ministro do STF.* ‘A impossibilidade de impetracéo do “habeas corpus” contra decisées do STF decorre do prit “superioridade de grau”, em virtude do qual somente a autoridade imediatamente superior 8 autoridade coatora é que teria competancia para conhecer e decidir sobre essa aco. Nesse sentido, nenhum juiz pode conceder “habeas corpus” contra ato do préprio juizo; o habeas corpus & sempre impetrado junto & autoridade superior daquela que tomou decisdo que viola a liberdade de locomocéo. b) Nao cabe “habeas corpus” para impugnar determinacao de suspensdo dos direitos politicos. <) N&o cabe “habeas corpus” para impugnar pena em proceso administrative disciplinar: adverténcia, suspensio, demissio etc. d) Nao cabe “habeas corpus” para impugnar pena de multa ou relativa a processo em curso por infraco penal a que a pena pecuniéria seja a nica cominada. (Simula STF n? 643) Perceba que as penas de multa, de suspensio de direitos politicos, bem como disciplinares nao resultam em cerceamento da liberdade de locomosao. Logicamente, néo cabe “habeas corpus” para impugné-las. e) Nao cabe “habeas corpus” para impugnar quebra de sigilo bancério, fiscal ou telefonico, se dela no puder resultar condenago & pena privativa de liberdade. f) Néo cabe “habeas corpus” quando ja extinta a pena privativa de liberdade. (Simula STF n? 695) “ISTE, HC 69.172-2/Rt, DI, 1, de 28.08.1992. Por dilacdo probatéria entende-se 0 prazo cont “STF, HC 68.397-5/0F, DI 1, 26.06.1992. “HC 105959/DF. Rel. Min. Luiz Edson Fachin. 17.02.2016, 8s partes para a produgio de provas no processo. Fr} Constituicao Federal e Estadual p! PM-PI (Oficial) Com videoaulas -2020 BY4 www-ostratogiaconcursos.com.br eS 8) Nao cabe “habeas corpus” pare discutir o mérito de punigSes disciplinares militares (art. 142, § 22, i). Segundo o STF, é cabivel “habeas corpus” para discutir a legalidade de punigdes disciplinares militares (por exemplo, a competéncia do agente e concessio de ampla defesa e contraditério). h) N&o cabe “habeas corpus” contra a imposic3o de pena de exclusdo de militar ou de perda de patente ou de fungao piiblica i) Nao cabe “habeas corpus” para se pleitear 0 direito a visitas intimas.* Destaca-se, ainda, que em caso de estado de defesa (art. 136, CF) ou estado de sitio (art. 139, CF), o mbito do “habeas corpus” poder ser restringido. Contudo, jamais poderd ser suprimido. ithaca (PGM.-Fortaleza — 2017) Pessoa juridica pode impetrar habeas corpus. Comentérios: © “habeas corpus” pode, sim, ser impetrado por qualquer pessoa juridica, nacional ou estrangeira. A pessoa juridica, entretanto, nao pode ser paciente dessa acao, uma vez que nao possui direito de locomogao a ser protegido. Questo correta. i | (TSP — 2015) N&o é possivel a concess&o de habeas corpus quando alguém se ache ameacado de sofrer foléncia ou coacao em sua liberdade de locomosio, por ilegalidade ou abuso de poder, devendo a violéncia ou coago estarem concretizadas. Comentérios: A violéncia ou coagao & liberdade de locomoco no precisam estar concretizadas para que se conceda habeas corpus. Isso porque existe a figura do habeas corpus preventivo, utilizado quando a perda da liberdade ainda é uma ameaca. Questao errad: (FUB — 2015) A legitimidade para impetracao de habeas corpus é universal, abrangendo a pessoa juridica e j também aqueles que no possuem capacidade civil plena. Comentarios: Qualquer pessoa fisica ou juridica, nacional ou estrangeira, podera impetrar mandado de seguranca. Portanto, a legitimidade para impetracao de habeas corpus é universal. Questo correta. * HC 138286, Rel, Min, Marco Aurélio. Julgamento: 05.12.2017 FFT] constituicao Federal e Estadual pi PM-PI (Oficial) Com videoaulas - 2020 Equipe Ricardo e Nadia 01, Equipe Ricardo e Nadia 02, Nadia Carolina, Ricardo Vale Aula 02 | (TCM-Go ~ 2015) Conceder-se-4 habeas corpus sempre que alguém estiver submetido as decisdes ilegais | | que impliquem condenacdo em pena privativa de direitos, privativadelberdade ou de mula. Comentarios: ‘Néo cabe habeas corpus para impugnar pena privativa de direitos ou pena de muita. O bem juridico tutelado elo habeas corpus é a liberdade de locomocéo. Portanto, ele é cabivel para impugnar decisées ilegais que impliquem condenacSo em pena privativa de liberdade. Questdo errada. HABEAS CORPUS Cardter preventive ou repressive oa Finalldade Proteger a iberdade de locomogio i soos | Qualquer pessoa fisica ou juridies, nacional ou estrangeira. SO pode ser feetimalorsifins impatrado a favor de pessoa natural, jamals de pessoa Juridica. Legitimados il ee Autoridade piiblica e pessoa privada Natureza Penal Teengio de custas sim “Medidaliminar | _ Possivel, com pressupostos “fumus boni juris” e “periculum in mora” Penas de muita, de suspense de direitos politicos, bem como Observasdes | disciplinares nfo resultam em cerceamento da liberdade de locomosio. Por isso, no cabe "habeas corpus” para impugné-las FUxbtConceder-se-d mandado de seguranga para proteger direito liquide e certo, nao t ‘amparado por “habeas corpus” ou habeas data, quando 0 responsével pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade piiblica ou agente de pessoa juridica no exercicio de atribuigdes do Poder Publico; 0 mandado de seguranga é aco judicial, de rito sumario especial, propria para proteger direito liquido e certo de pessoa fisica ou juridica, no protegido por “habeas corpus” ou “habeas data”, que tenha sido violado por ato de autoridade ou de agente de pessoa privada no exercicio de atribuicéo do Poder Pilblico. ‘Quando se fala que o mandado de seguranca protege direito liquido e certo “no amparado por “habeas corpus” ou habeas data”, determina-se que este tem cardter residual. Assim, essa aco judicial s6 cabivel na falta de outro remédio constitucional para proteger o direito violado. Como exemplo, o mandedo de seguranca é o remédio constitucional apto a proteger o direito de reuni&o caso haja lesdo ou ameaca de les8o a esse direito por alguma ilegalidade ou arbitrariedade por parte do Poder Piblico. Outra caracteristica importante é que o mandado de seguranca tem natureza civil, e é cabivel contra 0 chamado “ato de autoridade”, ou seja, contra aces ou omiss8es do Poder Publico e de particulares no exercicio de funcao publica (como o diretor de uma universidade, por exemplo), Destaque-se que, mesmo sendo aco de natureza civil, o mandado de seguranca poderd ser usado em processos penais. Assim, a violagdo de direlto liquide e certo nde protegido por “habeas corpus” ou “habeas data” dara ensejo i utilizagdo do mandado de seguranca. Direito liquido e certo, segundo a doutrina, é aquele evidente de imediato, que no precisa de comprovacdo futura para ser reconhecido. A existéncia desse direito é Fr} Constituicao Federal e Estadual p! PM-PI (Oficial) Com videoaulas -2020 YB www.cstratogiaconcursos.com.br eS impossivel de ser negada. Por esse motivo, nao ha dilaco probatéria (prazo para produco de provas) no mandado de seguranca. As provas, geralmente documentals, s3o levadas ao proceso no momento da impetrago da ago, ou seja, quando se requer a tutela jurisdicional. S80 provas pré-constituidas. De acordo com ajurisprudéncia do STF, ndo importa se a questo juridica é dificil, complexe ou controvertida. Nesse sentido, dispde a Simula 625 do STF que “controvérsia sobre matéria de direito nao impede concessdo de mandado de seguranca”. O que se exige & que 0 fato esteja claro, pois 0 direito sera certo se © fato a ele correspondente também o for. E importante frisar que 0 mandado de seguranca é cabivel contra atos discricionérios ou contra atos vinculados. Reza a Constituic3o que os individuos utilizam o mandado de seguranca para se defenderem tanto da ilegalidade quanto do abuso de poder. Por ilegalidade, entende-se a situagao em que a autoridade coatora ndo age em conformidade com a lei. Trata-se de vicio préprio dos atos vinculados. Por abuso de poder, por outro lado, entende-se a situa¢do em que a autoridade age fora dos limites de sua competéncia. Trata-se de vicio préprio dos atos discriciondrios. Assim, a Constituig8o, de acordo com a doutrina, ao se referir a ilegalidade como hipétese de cabimento de mandado de seguranca, reporta-se aos atos vinculados, © a0 se referir a0 abuso de poder, reporta-se aos discricionarios. No que diz respeito a legitimidade ativa, podem impetrar mandado de seguranca: a) Todas as pessoas fisicas ou juridicas, nacionais ou estrangeiras, domiciliadas ou no no Brasil; b) As universalidades (que nao chegam a ser pessoas juridicas) reconhecidas por lei como detentoras de capacidade processual para a defesa de seus direitos, como a massa falida e 0 espélio, por ‘exemplo; ¢) Alguns érgaos publicos (érgaos de grau superior), na defesa de suas prerrogativas e atribuicées; d) O Ministério Publico. Ha um prazo para a impetracdo do mandado de seguranca: 120 (cento e vinte) dias a partir da data em que © interessado tiver conhecimento oficial do ato a ser impugnado (publicacao desse ato na imprensa oficial, por exemplo). Segundo o STF, esse prazo é decadencial (perde-se 0 ao mandado de seguranca depoi desse tempo), nao passivel de suspenso ou interrupcdo. Também segundo a Corte Suprema, é constitucional lei que fixe o prazo de decadéncia para a impetraco de mandado de seguranca (Stimula 632 do STF). E se eu perder 0 prazo, Nadia? Bem, nesse caso, vocé até poderd proteger seu direito, mas com outra aco, de rito ordindrio, normal. Jamais por mandado de seguranca! Uma vez concedida a seguranca (deferido, “aceito” o pedido), a sentenca estar4 sujeita obrigatoriamente a0 duplo grau de jurisdigdo (reexame necessario). Significa dizer que, uma vez tendo sido concedida a seguranca pelo juiz de primeira instAncia, ela necessariamente devera ser reexaminada pela instancia superior, Destaque-se, todavia, que a sentenca de primeiro grau (primeira instancia) pode ser executada provisoriamente, no havendo necessidade de se aguardar o reexame necessario. Pode haver liminar em mandado de seguranca? 10 Federal ¢ Estadual pl PN-PI (Oficial) Com videoaulas - 2020 RQ constitu Equipe Ricardo e Nadia 01, Equipe Ricardo e Nadia 02, Nadia Carolina, Ricardo Vale Aula 02 Presentes 05 requisitos (fumus boni iuris e periculum in mora), & possivel liminar em mandado de seguranca. Entretanto, ha excegdes, para as quais mesmo existindo esses requisitos, a lei no admite liminar em mandado de seguranca: a) A compensacdo de créditos tributérios; b) A entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior; €) A reclassificacao ou equiparacdo de servidores puiblicos e a concessio de aumento ou a extensio de vantagens ou pagamento de qualquer natureza. “Por que a lei faz isso, Nadia”? Ora, trata-se de matérias muito importantes, que no podem ser decididas precariamente por medida liminar, Na compensag3o de créditos tributarios, por exemplo, a Unio (ou outro ente federado) “perdoa” um débito do contribuinte utilizando um crédito que ele tenha com ela. Exemplo: um contribuinte deve imposto de renda, mas tem um crédito de COFINS. Ele usa, ento, esse crédito para “quitar” a divida, o famoso “elas por elas”. Pense bem, caro (a) aluno (a), Vocé acha que perddo de débito tributério ¢ matéria a ser discutida precariamente? E claro que no! Por isso a lei protege essa matéria ao impedir que seje tratada por medida liminar em mandado de seguranca. ‘O mesmo ocorre com a entrega de mercadorias ou bens provenientes do exterior. Eles sdo a maior garantia que a Receita Federal tem de que o contribuinte pagard seus tributos aduaneiros. Por isso, nlo podem ser ‘entregues precariamente, por medida © risco de se entregar uma mercadoria que ‘cause prejuizo & sociedade é muito maior que o de se prejudicar alguma empresa pela retenclo indevida de seus bens importados. Essas s8o as razGes pelas quals a lei resguarda decisao tao importante contra medida liminar em mandado de seguranga: ha interesses muito grandes envolvidos. “Nadia, é possivel que o impetrante desista do mandado de seguranca?” De acordo com o STF, a resposta é sim. © impetrante do mandado de seguranca pode desistir dessa aco constitucional a qualquer tempo, ainda que proferida decisdio de mérito a ele favordvel, e sem anuéncia da parte contréria, Entende a Corte que o mandado de seguranca, enquanto aco constitucional, com base ‘em alegado liquido e certo frente a ato ilegal ou abusivo de autoridade, nao se revestiria de sentido material. Eventual mé-fé do impetrante que desistisse seria coibida com instrumental préprio®. \Vejamos, agora, as situagdes em que ¢ incabivel o mandado de seguranca, a) No cabe mandado de seguranga contra decisao judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; RE 669367, Rel. Min, Lulz Fux, p. 13.05.2013. Fr} Constituicao Federal e Estadual p! PM-PI (Oficial) Com videoaulas -2020 BY4 www-ostratogiaconcursos.com.br eS b) N&o cabe mandado de seguranca contra ato administrative do qual caiba recurso com efeito suspensivo. Nessas duas hipéteses, havendo possibilidade de recurso suspensivo (ou seja, recurso que garante que nenhuma situago juridica poderé ser modificada até a decisio) descabe o uso de mandado de seguranca, uma vez que o direito ja esta protegido pela propria suspensao. Cabe destacar, porém, que a Stimula n? 429/STF disp&e que “a existéncia de recurso administrative com efeito suspensivo nao impede o uso do mandado de seguranca contra omissiio de autoridade”. Dessa forma, mesmo existindo recurso administrative com efeito suspensivo, se houver omissdo legal ou abusiva da administracdo, seré cabivel mandado de seguranca. ) Nao cabe mandado de seguranca contra decisao judicial transitada em julgado; Contra esse tipo de decis’o nao cabe mais recurso, por isso é descabido 0 uso de mandado de seguranca. ) No cabe mandado de seguranca contra lei em tese, exceto se produtora de efeitos concretos; O que é lei em tese? £ aquela de efeitos ger e abstratos, ou seja, que apresenta generalidade e abstracao. A generalidade esta presente quando a lei possui destinatérios indeterminados e indetermindveis (uma lei que proteja o meio ambiente, por exemplo). Jé a abstraco ocorre quando a lei disciplina abstratamente (e nao concretamente) as situacdes que esto sujeitas ao seu comando normativo. Somente leis de efeitos concretos (semelhantes a atos administrativos, como uma lei que modifica o nome de uma rua, por exemplo) podem ser atacadas por mandado de seguranca. Isso porque as demais leis em tese nao resultariam numa situacao de fato, com violacao ao direito liquido e certo do impetrante. ) Nao cabe mandado de seguranca contra ato de natureza jurisdicional, salvo situago de absoluta excepcionalidade, quando a decisdo for equivocada, seja por manifesta ilegalidade, seja por abuso de poder’; Caso haja essa excepcionalidade, deve o impetrante demonstrar, além da violaco de direito liquido e certo, a inexisténcia de recurso com efeito suspensivo e que o provimento do recurso cabivel no seria suficiente a reparacao do dano. Isso porque nao pode o mandado de seguranca, de acordo com o STF, ser utilizado como sucedaneo recursal, sob pena de se desnaturar a sua esséncia constitucional. (© que é um sucedaneo recursal? € todo meio de impugnacio™ de decisdo judicial que nao seja recurso nem aco, como é 0 caso, por exemplo, do pedido de reconsideracao. No pedido de reconsideracao, que nao deriva de lei, mas apenas do bom senso, diante de uma decisio visivelmente equivocada do juiz, a parte pede para que este reconsidere a decisao, “agg no MS 14561 DF 2009/0155213-1, 29/06/2010. * Impugnacao € quando, no Direito, ndo se concorda com algum ato. RQ constitu 10 Federal ¢ Estadual pi PM-PI (Oficial) Com videoaulas - 2020 Equipe Ricardo e Nadia 01, Equipe Ricardo e Nadia 02, Nadia Carolina, Ricardo Vale ‘Aula 02 \Voltando & anélise da jurisprudéncia do STF, vimos que o mandado de seguranca no pode ser usado como sucedaneo recursal. Isso porque, havendo possibilidade de recurso ou correico, a aco no pode ser cabivel, por ter caréter residual. f) No cabe mandado de seguranca contra decisdes jurisdicionais do STF, inclusive as proferidas por qualquer de seus Ministros, salvo situagées excepcionais, Esses decisées, entende a Corte, tém a possibilidade de ser reformadas por via dos recursos admissiveis, ‘ou, em se tratando de julgamento de mérito com transito em julgado, por meio de acao rescisdria'? (MS 30836 RJ, 06/10/2011), Novamente, a impossibilidade de emprego do mandado de seguranca se dé pelo fato de que ele ndo tem caréter recursal. Por fim, vale destacar que, no processo de mandado de seguranca, nao hé condenacéo ao pagamento dos ios (6nus de sucumbéncia). Isso quer dizer que se o impetrante (o requerente) for derrotado, no seré condenado a pagar as despesas com advogado da outra parte. MANDADO DE SEGURANGA INDIVIDUAL Cardter preventivo ‘i ou repressive im, Hiimnitoita Proteger direito liquido e certo, n&o amparado por “habeas corpus” ou “habeas data” TTodas as pessoas fisicas ou juridicas, as universalidades reconhecidas por lei Legitimados ativos | como detentoras de capacidade processual, alguns érgéos publicos eo Ministério Publico Poder puiblico e particulares no exercicio da funcSo publica Gil Isento de custas Nao Possivel, com pressupostos “furnus boni juris” e “periculum in mora”, mas ha Medida liminar excagdes (OPE-MG ~ 2014) & controvérsia sobre materia de direito impede a concesso de mandado de seguranca, Instituto de defesa de direito certo e incontestavel. Comentérios: Agdo resciséria 6 aquela que visa a desconstituir, com base em vicios que as tornem anulaveis, efeitos de sentencas, ‘ransitadas em julgado, contra as quais ndo caiba mais recursos, Em outras palavras, aquelas sentencas que seriam “altima palavra” do Judiciari. Fr} Constituicao Federal e Estadual p! PM-PI (Oficial) Com videoaulas -2020 YB www.cstratogiaconcursos.com.br eS Segundo a Stimula n? 625 / STF, “controvérsia sobre matéria de direito no impede concessiio de mandado de seguranca”. Questo errada. {DPE-MG ~ 2014) € inconstitucional a estipulacdo de prezo decadencial para a impetracao de mandado de £ seguranca. Comentarios: STF considera constitucional lei que estipule prazo decadencial para a impetracdo de mandado de seguranca. O prazo decadencial do mandado de seguranca é de 120 dias. Questo errada. a) partido politico com representacao no Congresso Nacional; b) organizac&o sindical, entidade de classe ou associacao legalmente constituida e em funcionamento hé pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou © mandado de seguranca coletivo serve para proteger direitos coletivos e individuals homogéneos contra ato, omissdo ou abuso de poder por parte de autoridade. $6 quem pode impetré-lo (legitimados ativos) so essas pessoas previstas nas alineas “a” e b”. Destaca-se que a exigéncia de um ano de constituicao funcionamento da alinea “b” aplica-se apenas as associacBes, jamais as entidades sindicais e de classe. Nesse sentido, entende o STF que nem mesmo os entes da federacéo podem impetrar mandado de seguranca coletivo, em favor dos interesses de sua populaco. Ademais, no cabe mandado de seguranca coletivo para proteger direitos difusos. Isso porque essa aco tem cardter residual, e os direitos difusos ja s&0 amparados por outros instrumentos processuais, como, por exemplo, a aco civil publica. Além disso, seu cardter sumério exige prova documental, algo que os direitos difusos ndo apresentam de forma incontroversa. Lembra-se quando falamos de substitui¢do processual? No mandado de seguranga coletivo, aplica-se esse Instituto, O interesse invocado pertence a uma categoria, mas quem é parte do processo é o impetrante (partido politico, por exemplo), que nao precisa de autorizacdo expressa dos titulares do direito para agir. E importante destacar que o STF entende que os direitos defendidos pelas entidades da alinea “b” ndo precisam se referir a TODOS os seus membros. Podem ser 0 direito de apenas parte deles (exemplo, quando. © sindicato defende direito referente a aposentadoria, que beneficia apenas seus filiados inativos). MANDADO DE SEGURANCA COLETIVO Carater preventive sim ou repressive Proteger direitos liquidos e certos coletivos ou individuais homogéneos, Finalidade rs navids no amparados por HC ou HD (caréter residual) Partido politico com representagio no Congresso Nacional; 5 ; Organizacio sindical e entidade de classe; Regitinedas'stiw0s | s.ocincdio legelimentsiconsiitusieieiem funcionamentaihd peloimenos Of ano. 10 Federal ¢ Estadual pi PM-PI (Oficial) Com videoaulas - 2020

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