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A PERSONAGEM NEGRA NO TEATRO BRASILEIRO (Entre 1838 © 1888) ‘SBD-FFLCH-USP T4230 DEDALUS - Acervo - FFLCHLE sSNA ‘Sto Paulo, Eaitora Auca, 1982. CAPA (lau): Ary Almeida Normans PREPARACAO DE ORIGINALS: Jont Peston de Figueeedo 'DIAGHAMAGAO: Elaine Repinu de Olivers qgo¥8® —SUPERVISROGRAFICA® Adit C2 Scheer Se ona marta Te Sa MP2 eae Teen hits Gara Minds SES" ‘tain: 4 iets Te ei, Sea a ae ori". "Tear revo" Hida ere sine cont 0 Indies par cttlog stmt: ‘ SEEASY Tl 2 ENE "te ee Sr ia ae Todos or direos rexervados pela Eiltora Ati SA Bardo de Iguape, 110 Tel" PBX. 278-9332 (30. Rama) CP Poseal "9856" End. Teepilico “Bomtire” —S. Palo CONSELHO EDITORIAL Avrnso9 Rost, de Universidade de Sto Palo, "Aum Sith, da Universidade de So Paulo, Fuiwo Vespasiano 1 Glows de Pontifita Unverstade Cadi guia Osteant, da Univerndade de’ Campinae. Roootro lesan da Universidade de Campinas Roy Guusio on ANbnsba Cotto, da Universidade de Séo Paul. Ene livre € baseado na disrertgto apresentada na Escola de Comunicacies ¢ Artes ‘da Universidade de Sto Paulo, para obtengio| do grau de Mesire em Artes, em 1979, 1 BREVE HISTORIA DO TEATRO BRASILEIRO 1 2A PERSONAGEM NEGRA n 3. © NEGRO NA DRAMATURGIA BRASILEIRA ... 26 3.41 Luis Carlos Martins Pena 26 3.2 Joaquim Manuel de Macedo 36 33 José Martinano de Alencar 0 34 Agrisio de Meneses 0 3.5 Carlos Antéaio Cordeiro 6 3.6 Francisco Pinheiro Guimartes 6 37 Paulo Firé 0 3.8 Maria Ribeiro 109 3.9 Antlnlo de Castro Alves... m2 3.10 Cindido Barata Riboiro © Ubaldino Pompes do ‘Amaral : 133 BAL J. P, da Coste Lima. 138 3.12 Feanga Sinior : 1s 313 Arthur Azevedo 150 3.14 Alfredo D'Bseragnolle Taunay (Visconde de Taunay) 167 4 A DESCARACTERIZACAO DA PERSONAGEM NE- Gra 1% REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 202 1 BREVE HISTORIA DO TEATRO BRASILEIRO Manifestaies teatrais go eram incomuns, no Brasil jé na primeira metade do século XV1, quando do inicio da colonizacho ortupesa e antes mesmo da chepads dos jesltas. Estes mantives nies acolo séglosegunte,-op_fesuitas azeam brasileira entio conhecida, do_Maranhao aS. Vicente, sempre “Gradativamente, porém, 0 teatro pro: > Fano for se iniraduzindo, scabsndo por dominar © jsulicd fm prineipios do séeulo’ XVIII J&. comecavam a exist grupos ‘Srasnizados, peofisionalmente, que fap sous esptaculosteatras ‘qvando havia oportuaidade ito €, nos fescjos eomemortivos de ‘igum acontecimento importante na Mettopole. Mas 0 repentorio nada’ tinha de brasileiro. AS-primeiras-manifesacbes. dramsticas profanas j.vinkam. aparecenda- dese o-sécl anterior, seguindo, orem, o-modelo europe, sets, is vezes, em espanol, como {i duss pepae de Manoel de Olives BotelNo (Yay amigos para ‘anugor © Amor. engafos y clos) ais s primeira impress 0 Brasil mas-néo aqui encenadas ‘Na primeira metade do século XVII comegam a surgi os loceis aproprados para. espeteulos, as Casas de Opera cde Comedia © mai antigo de que te tem noticia teria sido mandado Sonstrir pelo Conde de Sabugosa, a Bahia, em 1729, mas por ‘denincia © determinagdo. de um Desembargador dos Santos V jo. Owvidor Geral, fo logo demolido. Destino igual tela ido lim ura sala de espetéclos, mais antiga ainda, de 1724. Melhor Sorte teve 0 Teatro da Praia, construldo em 1760, também na Bahia, pois sun existncia etd comprovada por uma ata da sessh0 «da Clmara de Salvador, de 27 de-novembro de 1760. Ano em “ue se tentou também construir uma casa de espeticlos em Sio Paulo, na ua S40 Bento, mas a Camara negou autorizacio para 12 AMEE msr6ntn 90 TeATHO BRASILEIRO tal alegando “que 0 teatro que se estava montando era prejudicial epublic. Esta can de espetéclos teria uma adaptagao fi ho porto do Palacio do Governo, no Patio do Coléyi. Mas pouco 1 tube, raiment a respaito TA: casas de eapeticuos de Sabard ¢ Vila Rica devem ter sido constridas anterionnente a 1770. FE, entte 1793 e 1795, foi, Finalmente, edificndo 0 teatro ou Casn da Opera de 8. Paulo, 26 local da tiga Casa de Fundigio, no Patio do Colegio, em frente 0 Palécio do Govern, Respeitando-se essa cronologia, baseada em bibliograia res petével, a Cast da Opera do Rio de Janeiro, erguida em 1767, {iid pelo Padre Ventur, edestatda por um inséndio em 1769, ‘quando representavam Os" encantor de Medéio, do. dramatorgo Tnorbrasero AatOnio José, teria sido, entho, a trcera casa de ‘spetculoe especahmente consraila no Basi, a alo ser que Se ‘Somprove que uma "Opera dos Vivos, sediada 3 rua com o mesmo ‘nome, da qual Ba uma referincia em 1748, seja a mesma Casa 4s Opera do Padre Ventura. Dest, sabe-se’ que o cendgrafo ‘9 pardo Leandro Joaquim, autor do’ pano de Boca do teatro, obi ‘lopiada at pols Vajentes estrangeiros que por aqui andavasn ‘Apo Jestrigho da Cart da Opera do Padre Veotara, um portuguésresdente 20 Bras, Manoel Lis, por iniiativa propria fu por insinuagio do Marqués do Lavradio, 0 View Rel, requeret Ticenga para consrai outa, cuja data de inauguraglo presumense ssi 1776, Nao a repistro @ resplto, nem se sabe com que pega Ctretram, mas temic notila de que o Vice-Rei eseve presente, tem como o poeta Alvarenga Peixoto, que recitou um soneto cexallando 2 importincia do teato. Come consoqiéncin da construgso das casas de espeticulos, ‘comegam 4 sutpir, também, a companhias com eleneos perma- hentes A mas antiga, de que se tem registro, foi eriada ao Rio, fm 1780, e era consituida por cantore, dangainos ctimicos, Drovavelmente negros ou mlatos, na maori, segundo o costume Crconforme e depreende de depoimentos de vijantes estrangeiros llustes que nos vstavam desde fine do séeulo XVIII © comegos do XIX (Bougainville, 1767, Von Marius, 1818, St. Hilaire, 1819), todos tnfnimes em Miemar que os espetiulos a que tinkat asst eram representados por elencos de cor, “os b foes raramente, em papéis de pentonagens estangeitos” ‘St Hilaire chegou a notar que or sores thar "o cuidado de cobrir 0-rowto com uma camada de branco e vermelbo; mas neve MTNA Do TEATRO BRASILEIRO Imaloria dees & Je mutates ‘© priprio Tomis Anténio Gonzaga, bem antes, numa de suas Caras cilenas, comentara sob a vor de Cio fatureza thes eu e provam que a Ordenase tambim que nos tests (rire mais elos dramas se stoplem Repeater por bovat de. malas dn GES! Mtgmindoia de negore mulatos nos lencos tara l= époes ‘se devia, provavelmente, a0, preconceito genealiza feontra a profisto" de ator, olgada desprezivel pelas camadas foclals Superotes. Apelevatey entho, para negro. ou mula, Grcravo ou libero, jor si de consiglo degradota, indierente, portanto, so preconceito. Allis, este preconcelto viaba de Roma Ehtiga. A profissto fl roguariada pelo rel de Pranga, Luts XII, e'tob Luis XIV a. imagem do stor comeyou a set" un poUcd tnelhorada, Com o Remantimo & que ele ascenderia socialment pelo menos na. Europa. Com winds Ga familia real portuguesa para o Bras, em 1808, ama série de melhorias tornou a vida mais agradive, pelo ‘menos para‘o fuminense, em varios stores, inclusive 0 artistic. Di. Jodo. VI, a0 que parece, gostava. de teatro, comparecendo "usiduamente'e espeticulos, acompanhado da fama. "D. Pedro T também gostava, prinipalmente das atizes. Mas foi © pai quem Fealments estimalou » construgso de um out teat, em subst (uigio. a0 de Manoel Luts, a altura do desenvolvimento que 0 Rio de Janeiro stings. Bap 0 decreto de 28-5-1810, que futorizara tal construgdo, outros comecaram a ser levantados pelo Brasil afors (23, sa, metade do. século), “demonsirando que 0 Interese pablico nacional pelo teatro aguardava, em estado latent, (o' momento para estimular as iniiativas de quem The quiscsse Proporconar momentos de arte © receo” » Compantias stran- brat de teat declamado, de danga, de canto, tomaram-se fre- ‘ene os teatros da. época, quer durante a permanéncia de D.oio VI, quer durante os anos do Primeiro Reinado. 0 ator negro desaparsce dos paleosfluminenses, pelo menos os que repre- Sentavam popes importantes (Com @ abdicagio de Pedro I, hi um movimento de repulss 0% portugueses partdarios do Imperador, que se generliza ee ‘Soom I Gate de O veto no Mra. Ris de Janeiro, INL, 1960. p16, 4 nase sedan 90 rearRO sRASLEIS feflte no testa, aeasionando 2 sispensio de contratos de stores portugueses (a grande matoria). Via surgi enti0,-a figura de Jodo Caciano ¢ as condigGes para_que_se cre, finalmentc, um ‘eatra-nacional_Em desembro de 1833, cle funda, em Nieroi, 3 primeira companhia dramatia brasileira, pretendendo despite de odo 0 gue foe portugues. Pretensio que tinha um sentido mais “Smbolico que realy poks emo nosso teatro esava em condies Se" dispenser a colaboragdo estrangeira, nem a. Provinea.podia Stbstimir 2 Corte como mercado de trabalho, segundo Dcto de ‘Almeida, Prado Em 1636, 20 volar da Europa, Goncalves de. Magalies publics «Nie, Revista Brasliente, veieulo de propagacio 0 Romanssmo, e, em seauida, um lio, Sspiros podieas Saudades, ue vali po im maniesio do movimento Em 838, ete 8 pamela wagédia brasileira com tema nacional, como ele proprio Eclssifiearin, Antonio José ow O posta e a Pnguli, qe thor Ja protendendo ser romindea, poardava, a verdade, muito fo Clase, “pelo redusido nimero de personagens, pela ausén- ‘pela conceniragio no tempo e no espao, sera Sntes uma tragela-neocassica”®.E com Olgiaro, Gongalves de ‘Magatnies encerrava soa curta careirs de autor tele ‘No mesmo ano de 1838, um jovem autor, Luis Carlos Mar- lias ena, comegava a projtarse no eentie teatal brasil, Sons penis pegas foram rominticas, mas logo fixouse num inera. ainda: nao explorado no. Brasil, embora no constitute ovsade na hintria do teat. 2 comédia de costumes. Joso Caetano, como empresiri, encenou em marco ¢ outubro daquele Sano av duas posas! Annio Tost, de Gonealves de Magalies, © OT'has de Plc ne rose, de Martine Pena. 0 acontcimento © & pestica dos propeaon do atorempesiio de mantr em fun Eomamento a componhia que organiza, com stores, proxédla © ‘none ‘eprsentar brasleven educa, postrarent, un STpiisdo, marcaram uma pouvel data de crag de 4m test sd Romantism teve importincia marcante na histéria da Ueratirabratera Coin com momentos, civ da. dl ‘igho de-nosa aacionaiade, com oF proposes de te reconecer Cvaorar um pasado histric, leds qve Tene, seas tnigens amencans, com suse tribes © lndas A’ elea © |MevE mIsTOM Do TEATRO BRastLERO § bistria romantica caminheram juntss com eragéo ltersria © pestis, em pena ascensto. Fem rlago ao testo, & sua impor: {nia ado 01 menor, pois abriv caminho pelo qual se descnvol- veriam a dramalurgin © os espticulos nacionas. "A literatura Drala, je estruturada como um sistema em fins do séeulo XVII, comlidaa essa posigao a partir de 1836, «snd Gongaves de Magalies trouxern para o Brasil os prime!” ‘manifetagdes do Romantsmo, movimento estéleo” gue se Dropunhe redefnir, num ato de negesdo profunda ¢ revolucionéra, io" 50 aitaes © conesitoseticos, mas o propio Tug do homem no mundo na socisdade. -Boncamentereformlva © papel do atna eo sentido da obra de are, rejetando 0 neodas. Sismo francés em favor de uor sentiment’ nove, impregnado de inwpirades focal pevlepando 0 unico, © orginal em ager do eter ¢ do inutével. Nas ares, prinpsloeme na Mera, © {ocoesttco foi deslocado para crindor,cuja obra pastava ier a autoenpressio do gino, sendo o seu ceito sobre 0 publico de menor importincia (ao eontrrio do Clasicismo, euja reps dat repras era exatamente agradar 20 public) © ‘Belo dctrava de ser uma preccapacio do. Romaatismo, Eementos novos (0 grotsco,variando em suas nuances. do ts: forme 20. horrivl, por exemplo), fore introduridor na sre, sseumindo carater de eategoriaexética. Na teratura, a tems fot também alterada, pasando girar em torno da trindade bisiea ‘AmorNoite-More, sem deixar de Indo, entretato, of temsy que versuvam sobre mistérios, violéaci, crimes hediondos, icestos, venturas mirabolantes, sexvalidade ‘exacerbada, 0 destino mane. ‘ado os homens com marionetis, ue foram largaente wads tio aa pone gua pe eae pon ses estranhos (0" Oriente), 0 tempo (a tase Mési}, personalidad histrca, frm gues ator Les pe serom cxplorados pela senibiidade © imaginagSo. do asa, jun. {mente com a naturezs priitva © selvagem, entendida como lum tnundo no. qual enconrara regio o omen deseneantad 4a vide'muma sociedade rida por valores folios ou aulterados, "A pra se tomava extemementetrbalhada, embora 6 ero fosse uma forma bastante usads, por ser “a forma ica do pene {amento",servindo a todos ox gnerose podendo ser ismente "Hoc Vidor Peltace de Cromell, Paris, Casgues Larose, ac (6 onvE erGnta 90 TEATRO HEALER A sepanngSo dos géneros era francamente rejeitada, pregan- ‘mistura,princpalmente no teatro “tNtsturemos 9 cdmico e 0 trgico", “0 poeta s6 deve pedir con ‘hos a verdade 8 Inspraclo!", proclamava, Vicor Hugo no Su Prelace de Cromovell™. Ea regra das trés unidades, na maoria Gas. vezes sada pelo classicsmo francés sem a sabedoria. do haiciamo grego, pasava a ser também totalmente rejetada pelo Sista que ampliavs, asim, a sua liberdade de criagao, concsito ‘lsico do Romani. Tata subversdo de valores atingia, ainda, o homem social no sea molo de vest, nae suas astudes'e costumes, numa Snsia de SShovacto que chegou mesmo, em algans casos, h dstrugio dos ‘atoresantigos respetivos.CabelosTongos,calgas coloridat, cam Ter sheras no_peto, olhos vis, ardentes, compunham figura ‘SE jovem romamico, sempre pronto. futar ea moter por set Sir por seus idea ating também o homem politico, que Euow O smplo seatido. da idéin de lberdade, apliando-o. 205 joven cas nagbes que naquela primeira metade do sésulo XIX [ituram e morreram pela sua independéncia. 10 testo rominseo foi de qualidade menor entre 26s, prejv- icedo, em parte, pela ulizagio-deslocada.de_tematicas comuns seGthantsmo europeu. Nao teve, com raras excegbes* © asin remo malcedides, 0 recurso do indianismo explorado pelo Fumance’e pele poetia flcendo, de um modo geraly a imitacto ‘So'modelo eatrangeiro. Leonor de Mendonge, de Goncalves Dias, ‘Egcramente considerada 8 melhor pega do n0ss0 teatro romantic, Sdbornmantendo a eleginsia eo, equilrio.elisicos.. Neste fmesmo alvel considerniamos a pea Calabar, de Agrésio de Me- once eseita em 1857, que também mistura, com bastante fli Aide, categoias roméntens e tragos do Classicism. orem, se pouea colsa fer 0 Romantismo pela deamatursia Seal 8 mesmo no we com Faso # oh poring na Eien do expelgeato. © proprio Gongalves de Magalhaes rcoahecia (gue um dos fates do sucenso de sua pega era ‘a novidade da ‘camacio eda seforma dramitica, substiteindo. a monétona antlene em que os atores rectavam seus papéis pelo méiodo Saural e expresiva, até entbo desconbecido entre nés"'. nto Teo sbunJono oe cantlena cissica consiulam as novidades, Gia FM ge Maceo, «Iuminde © guereo de Td, de Fuge, Déco de" Almeida. Op. cit scima gots 2, ». 22 fmve wasn po TEATRO REASLEINO 7 cenétios ¢ indumentiia também foram moiicados, com a ade- ga don esis ¢ das consragescnas is Goch em que ‘O mento deter dado impulto a eriagio de uma dramaturgia nacional eae, enectato, #conéia. de costumes. Nac Ido’ do drama romantica, dele logo se separou tomando 0 seu prio caminho, sabendo’ sprovetarse inteprelmente dos elomen- fos vindos das’ dus grandes linhas da ‘comédia (Aristfanes © Mote)” Copy Mari Pena a moss coméiit fo) xe dos castumes da epoca, em qu “ born, trafic Tegal de cieavon policagen, au fenconseno" dab fnsttuigdescivs'e religious ete, sem preocepagies moraliantes, ‘contentando-se em far of momentos do nasa cotidiane, captados pela aguda observacao do autor, bem como @ lngusjar pico de {ada estrato social, repistrando ndo s6-as palavras mas tambér, St expresses mais comone moe meior qe descrevis, Em 1843, Victor Hugo foi obrigado a retirar de cena 2 sua pega Os burgraves, pressionado pelo vielento teptdio de um Piblico cada vez mais desinteressado. pelos inérbidos exageros {que chegara‘o teatro romdntico. Paralelameate se fasia uma tent: tiva de se revver 0 testo cléssico, contra quem justamente sc rebel Romanisno, aprovetano-s st quale dem xtraordindsia tr, feapaz de obter aplausos de qualquer a spez de obter aplausos de qual ‘Mas © Classcismo no retornou, ne verdade. O que 0 pibico queria — e abteve — era 0 retorao ao bom senso, 20 ‘acionalismo, que o Romanismo descartara volentamente: um realismo, enfin, que se adaptase melhor a0 novo tipo de vida que a Sociedade Burguesa prezava e relleisse os novos valores {qe la cultivar Da oporigio so Romantsmo resultou, pois, um movimento stdin caraccrzado por tendéncias conhecidas ib os nomes Realismo e-Naturalismo, na prosa, e.Parnasianismo, aa. poesia Realismo ndo € uma denominacdo muito apropriada, pois & algo que sempre exstiu em todas as épocas, como tm dos pos Ga eviugao aristica. Ea tendéncia pars reproduzir numa obre ot tragos observados vida real, seja nas coisas, aja nis pessoas fu sentimentos. Eo out palo é a fants, isto 6, a tendéncia ra rian um, mundo novo erent mules vers opto ao ‘undo real. Avante sempre oscilow entre estes dois polo, jm tando-or Bs vere cael {8 eeve misrna po TEATRO BRASILEIRO Awavés da observagio exata do mundo e dos homens, Realms sempre procurou comunicar 0 sentido da realidade, io Ripon quel fowse © movimento etic em voga, Asin, obrat fitpameta metade Go seculo XIX podem estar clas de realso ‘Gan Stendhal, um Balzac) e seus autores podem ser considerador Gro os verdadetos fundadores do Realsmo na ficefo contem porines "No teatro movimento reslista fol bem defnido e earacteri- sado"'O fracasso da pega de Victor Hugo ao sigificara a morte ‘Jetniiva do Romantimo, cujos tras, subsistirso até os nowt ‘Sgevipecmo em obras conigeradas etetcamenteflindas a outrot Sevimentos. Eo proprio Reality, dens da sua docile ree Gio a Romanty ao pv els © a0 supe sua tes ‘Sinus apresentava guns de seus tragos em suas obras ‘oho linha mudado realmente era a temdtia © a sn forma de expresarse artstcamente.-Passavam_a constr a fonte de Sopttedo. Ja deamaturgia do-Reaismo a defesa_dos lagos fami- ines, do-easament, do stédio-de-cariter moral_ow pecunari; ‘come um_mal_neccasrio (asim. salvaguardaria : sar ras candas € das donzias.-)- No eafoque de todos exes Froblemas a Realieno procarava.ficaat ilnente« sociedade Prema cet mals intmamente se relacionavann; 8 alta Dur sia 5 Gaal ¢ a fai eramextendidor como formas scais jue preva os senmentos mais puro, mals nobres © EELSRS“A' ea da fama somo Baluare da sociedade conta Si feties imtermos € externor se tornou_ fundameato espinal 35 Bama burguee Sua fungio dentro dele estava ligada dct Stent com 9 mor, coneebo sem os adores roméntioe, em tain de po vei Ese anor vl pel he Ee pomeveranga resistencia a dura prova da vida conjugal cit "Or eno, se valorizava 0 amor caso de jovensapsixonados mn intends enamnentlas. Bom diferente poranto, do ipo de amor que o Romantisme salou, plese medi ese dferenga na comparagio entre divs SaaS ation Delorme, de Victor Hugo, 4 dame das camels, EAlexande Dames, fho. \eprimira € a exaltago da cortesf redimida pelo amor ¢ que fesbe sendo asta em sia nova coadgio pelo homem que ‘Bia c que chepnra a0 dusio por mun aust; o que the acareta neve msréai D0 TEATRO mRASILEMO 9 conizagao& wont, poi 50 Rise (clo XVID, os dale aes cicamente proibidos. Fa segunda, o primeiro grande team ncaa Pa lores ae une Crest seagate (1852). de orm, mat gue ve cae cae ate Peccmpasel com'oy ncn mori de SGIE, nes meee trsintiae Ga mone poe fer Sm ge «Em ements peer Sis Some ene a ons pte poss tai, anda em proxns 0 Rims, ata Spud ss pla Hein, Une tu's ancl Ss" sg de tos Srey sao ly, een, Dyn fh, a ee ido ere cot ache Ta ey om Pe ee a ae a cot ae cae ms Bn Ot Motte” tee bie eet de come en Ornecbene te fs ieplings tens ee, realtones ¢ foaltado por Buss ike (a esas nike ce eee Pinas etiam Sis Sea tee) es ean ver scot, et pros eg ee ee tame oh eaten te toe a meee pce = pe ual ungiee Dunas lio, focal Eee cman Rs "fine mers Mr, Aipoe Nertaitn raete 0 rblene tie fegtino fo rand tine com mao beneana Paa’S tn fe cae ee ag tccene ant sloe tts a ences Seca Se cies en reel pels ue dees. Tate prgue seoteade tae cee ae ea neat eaten sree cara me poe em ees seg cen nat He ee tis facie com toe hte fl Heel St ote Svea, pols mse evenure on Se ete Seta bando ay cones ess Bs rane ved ton Sate epic ie ets retla ea 0 sali, trad, ge Sm abba ss em S'S at mod wes smsia tm peg puns satiide 4s" tana, podin or tolerado.n0.homem, Ne mulher, nunes. ‘Xun, Bete gunn ata se pers gurls ‘arn ange de Sere erent noo sao, 1a" ona ‘De cro mt ipido 20 sulin, rosin, conierata eo son atl als Hho es cond agar napa ae 10 ave nsvnn 00 reaTRO seas. mundo social da grande burgvesia — fot outro dos grandes teas flo Realsmo, E tao grande que 36 fo tratado em dramas, jamais fm comedisa, “Afinl cls, as, consiufam um’ ergo, a ameaga a ntegridade ‘ssunto que no pola Seruaado con gies. ms ‘0 tema fot de grande agredo do psblico © depois vrs, jum tment com ot ouos j4 ctdos, influenciardiretmente © ree smo brasio através de pesas gue fzeram enorme Sugeno no Brasl somo: Let fonmes de marbre (I Dariere © L- Thou, Le demi-monde, La dame aux comelis (Dumas tho), Le mariage 2. Olympia, Lis tonnes paures (Emile Auger), Dalla (Octave Full) ge focalizvams grand corte no supe do se perio Funesto, iano 4 ruina-e A despraga ¢ até 4 more, os pobres omen subjugados por seus encantos, Mas no final prevaleca 8 moral da épocs (riforiana). Se os herds ¢ at mocihas podem IE morrer vtimas das maquinagdes das cortesis, nem por 330 es ttm’ vorons.Aeabavam sempre dexmorizada, quando fo mortas por slgum juscciro da tami. ‘Rvoutrt mulher com quem © Realismo se_preocupou foi a mie de fama, grande dana ches de virtues, 6 conduta exer lar, em quem somes poder rca qualquer poe supe @ Fusidit dos fmerones femires © 80. apindo quando eles cram Prejoieados "A posbilidade de regneracio da contest pela maternidade cou pelo amor, com um fia feliz, nunca fo! cogitada pelo realise franaés "A nica temtativa de regeneragdo aeabou em marie (Le dame. aus cama) 12S Tels brasiio fot bem mais feel, efletindo, tates uma sociedade mais subdesenvolvida,Chegou a admit {Rasncrao Ge cote pela materidade ou plo amor, embort ‘ao acelae a sun reintepragdo socal pelo casement. Seria frit, dlmats as suseliidader Gx pace, fos de" Alencar tentou 4 facut oa asor deur ono, histria de uma jovem que se pers ter uma iba do sedutor, torna-se uma grande contest © Fras tarde se regenera pelo amor do primeiro aamorado e. com Soa ajuda, Cater, man a igso de moral io poderia falta O"eatamento é 0 na aparéacia'e 0 papel reservado 2 ex-corest Selt apenas o de mie. Tio exdréalasituapio no imped que pec fone fatertada pela Censura, aps uma semana de repre femmagbes.Posteriormente José de Alencar procurou coreg as ‘onseqenies dese tipo de moraiamo moma peea seguins, cont tuagao da primeira, Expiagd,fazendo com que a herona, tomnada ‘REVE msrGmia Do TEArHO aRASLEIRO LL tum exemplo de regenerasfo, consign amoecer © coragio 40 ma- Moe's casamento finlmente se consume, spi 13. anos de "Rimesina temitica 6 retomada por Pinheiro Guimaries em ini de una moca rica emibor sem esameto final Mas a Sortesis repencada,recobra 0 amor e-0 convivio da fiha que tera do sedutor o gue park sla significa a suprema feliidade, tum de tense rentegrado no respitoeadifagdo das Pesos Qo Minna coohecgo anes ds queda, E is The b Problemas de credo, de dinhelr sh tambem _comuns 29 resto franeés-e se reflétom no brasre, Oppo. Jou! de [icnear alo nepiva’ » iflugncia sobre ele cerca pela pega de ‘Alexandre’ Duman, fio, La" queion argent, ne saa peca O ‘dio, entendigo ate somo una ittuigae sedi portn pastel Gr defeitos, quando. mal sado. Poyas de tena, tambon foram asim chamnados os dramas re tists, enboraexpor e defender teses no contiine aovidade no tea, deole Atwfaoes, pasando. por Comcille A derega {Stave cm que no Realamo cra exporgioe dfesa cram expla tetas porta personagear qu 80 nhs outa fungho pos Gus no Tose ade sero portavor do autor, expondo e defendeado Sua doutrina mora Era q-zntonneer nome pelo qualfison_conbecio_ at em sossos. das. personage. que ncarneva eralmente 0 taka ta posgas defini dentro do tito, ito 6, seu papel nfo if ‘no desenvolvimento da acto dramdea ou ta-slicio do conto. Num dado momento, o rasonnew, num monblogo ou meso nm Gisiogo, expunha e defndia tas do air, dexando claro pars © pubico as idconvengncas da tranaprnio de certs, normos Sodais «moras ebeleadas, implctas no text. Racionalismo, relledo, ‘andise, carscteriam 0 Realismo, como se ve. E em todos ox gecron erin No testo. nso também se revelou através da forma, Os dramatigos realists se preocupavam com problemas de ordem ‘onomia ardnicn, fm do que sua ino diaticn © prop andstica fose plenamentealeangada, Erm neces, poi wa Ge uma forma clara e bem determinaga e tecnicamente fic pitica. On autores se them convencio de que 0 tesco tgs Por lls propria, nem sempre Hadas 8 Ieratre ¢ qe momentos Poticos nem sempre produzem bons efeitor etm cea © que os Tevou a desenvolver métodos puramente tetas num efor para 12, eve wasr6na po TEATRO MEAs RO conguisar 0 piblico de qualquer mancira,¢ fzeram isto de um rood que parca dar A Sena uma fungao dsfargads de enbuna “Asin extabelsceram repas do que sia ‘um ipo de drama com tances fortes © seguron, com una linguagem cara ¢ dicta, AX'pega se dxenvovia obedecendo a determinadas rogrs, Jentro de um plano ¢ limites preestabelecidos, consttuindo © que ficou ankecido como a pide bien faite, caracernica do Realising © até do Naturaimo. Os apartes também Jsopareceram ava sompee ume. cena colmmante, ansouamentsexperada pelo pbc, abmoltamente cero de veda. Era a famosa See ‘ate c'0 seu desealace era juamente a slugio gue © publica Sstavaesperando. O testo se foravayssimy tna epee ts soslade, realizado dentro de um estrito convencionallsns¢ amo maior virtuossmo, obedecendo a um conjunto de reyras ‘helo complicadas tas raciona "No Bras, © Reslinmo opti puso. paso, embora em cscala muito menor ¢ com peguenas varagSe, 2 evoluglo do seu Songénere frances, Com redo edi que a sun époct marca © ferlodo Suen do tno brosiero no sido parsdor certo que ‘s nonsos dramas relists nfo aleangaram’ a profundidade por ‘eas atingida pelo dos franceses, Neles ssistu muito So dra: Thabo, do sentiments pcgas, dx Unguagem ‘elo retsrica, ‘om personagens tncamente dalineadas,& fungi do altonnew ‘hal defnida. Mas eles também se. preacuparam com problemas 4 exci, de honra familiar, de prowituigho, de cores dentro {as delimtagBer que © nose tipo’ de sociedade impunha Fol na coma, enretnte que 0 programa realist melhor se realzo no Brasil Talver pore. 0 gener estvesse mais pero 4a vida real que o rama, e 0 pblce, preparado, gregss 3 coma de costumes, diverieao mal com 0 expetdculo de seus viios ¢ ‘ualdadesTocalizados staves deste géneto Je pecas, do que com SMevedade drama ‘Como. autores de dramas ¢ de comédias brilaram neste periodo fureo do teatro bral os nomes de Joaquim Manvel fe Macedo, José de Alenear, Quintino Bocalvs, Pinheiro Guim His, Aquics Varejio, Aupusio de" Casto, ete, entre aqueles aje lembranca o tempo gunrdou. E foram encenades peg io tigham 2 valores os Dribantes censor feitos pelo endo Jose Caetano Riba, respossvel por guase todos que, a poce, énfstavam o& patos do Rio de Janie ‘Ao lado deste aprimoramento dos ecndris processava-se tam- ‘bém a revolugdo dos vesturis, specaiment os feminines, que NEVE WSN bo TEATRO ARASILEIRO 13 se tomavam variados ¢ opulentos,realgados por magnficos adere- {98 ¢ acessrios de cena. Apenas o mobilario segula ainda oF Dedres europeus, com a mesma colocagio em cena dos indefo fives consolos encostados na parede de fundo do. paloo, a mesma Uistribuigdo convencional dos moves ‘Era ease 0 tipo de teatro que comegava a pBr em perigo 0 Jonge reinado de JoGo Caetano na cone brasileira, sa. qual pro- ‘Sou fesse go avango do. Realiemo. até 1862. "Mito dosnt, ‘febou se retirando do. paleo, vindo a falecer pouco depois, em 1863." Com ele desapereciam de vex os ttimos vestgios de um teatro que’ o Realsmo desbancars, mas que Js esava, or outro lado, ameagado por um novo aénero que desde 1885, no Theatre des Boulfes Pansiens, tandado por Jnoques Offenbach, (aris at ‘elcas do. public Se Paris Com feito, "Paris canta, assobia, wautla por toda parte os rmotivos das operetas de Offenbach; e, como Pars 2'€ pequeno para conte tantastorrentee de harmony tmclodias © rites sles ‘ara al das fronteiras e véo para todas ae pain 5 des uadugées"?E, vinda através do. Portugal, ‘onde se impusera dfinitivamente em 1869, apes frusradas teas tivas anteriores, a opeeta,o glnero alegre, elim, também vencet ‘spetacularmenie’ no Brasil Onde, als, se pose procurar suat ‘origens bem antes dagoela’ dat, ‘De Tato, em 1835, quando Joaguim Heliodoro organiava sua empresa para encenar dramas modemos n0 Ginkslo Dramitico, ‘André Pereira de Lima ofganizava outra pars exploragSo de ume companhia francesa de operetas que, embora aprovada pelos pode yes competentes, nfo chegou a funconar. Mas Ja-em 1859 int. gurava-se no Rio, 4 rua da Vala n. 47, 49 e SI, o teat Alcazar yrique, ocupandtrs pros, o que di bem a medida do interesse due os espeticulos, minto de cafécantante e waudeville espe {vam no piblice. A’ data marea, pode-se dizer, a ntrodueso do {ero slegre no Bras Por sete anos o Alcazar abrigaia companhias ¢ artistas avulsos vindos diretamente de Paris, com repertérioe que. cont. endiam operat em tim ato, romangas, cangonetss, dortos COmicos e tercetos ®. E em 1866, a empresa Joseph Atnaud te Garnier comecava a trabalhar no Alcaz, onde se manteve or Papo, Mico da, 0 vero no Brel. Rio de Jane, Bren Editor, 14 snave menénts bo TEATRO mkast-ERO doze anos, aps os qua o teatro foi vendido a um certo Capito ‘Luiz de Carvatho Resende, pla viva de Arnaud, que falecers em 41875. Funconou por mais algons anos até que em 1886 fechava ts portas "0 famowo teat, tendo em seyuida demolido, tendo ‘om cle desaparacido 4 mais ruidora casa de expetdculoe que até ‘nto. houvers no Rio de Jane Der anos de reinado da operete francesa bastaram para que la dominasse a ccna braslea com todo © seu despicn podetio. Exava desbravado 0 caminho © apontado 0 teatfo nacional “O rumo.que The convria seguir, conhecldas como estavam a tn" ‘Spas da plats. A opeeta entzo se naconalizay, primeira pela taducho, depois pela’ adaptagdo.e parédia. No’ alco do Jardim Fore, depois Phenix Dramatics, numa companhia dingia Jorn so mao gos, esquiar opine lineementor da opersta nacional, com a ropresentagio da parédia que o proprio Vasques fizera da opereta de Offenbach, Orfew not ‘eras, agi ambieniado ns» Ropa. ‘Em 1870, um ovtra empresio, Jacintho Hell, passou a digir © companhia do ator Vasques,explorando sinds © gener® Segre mas tentando fazer revive o drama séro,altemando-0 com {e operetas, Tentative fadada a0 insuoesto, 0 que levou Heller # dzcdirse mesmo pelo gosto do pablico, Doe tee dramas sie por ele enecnados em 1875, um fzera sucess. ‘Do Phenix Dramiica, Hllerpassou, em 1881, part © antigo ‘Teatro Casino, entso chamado SaaPAnna, no qual 5 mantove por tnulto tempo, com grande sues, até que 8 empress, or razbes wirat,scabou se disolvendo, em 1893. ‘Opereta é um terma emprestado do italiano operetta, imi nusvo de opera. Nascou a Franga, em mesdoe do sdeulo XIX, {no principio fol apenas wma Gpera em miniatura, peqena obrs Tcca de um 36 ato, com duas ou ts personagens. © crlador do inero tea sido Jacques Offenbach ou Hervé ®. Este for expe: Fences dese tipo no seu teatro Der Foles Nouvelles (depois Dejazet), como também at fara Offenbach no seu Bouts Bari siens. og poucos, 0 género Tol se ampllando, os compositores bandonaram es pecas pequenas © pasaram a uillzar dels ou Wes sos, mantendovse Ollenbich « Hervé na dinteia Je todos, em fermos’ de suceso, Hla: a fe [REVE Usa po TEATRO BRASILEIRO 1 ‘As opercias mais conhecidss foram: Orfew nas infernos, A ete Hclona A sravduguesa de Cerolatein, vida parisense, A bee Jie ge Offenbach, «pode afirmar que elas influenca- Ferien mente a8 opertet braslsras,poseriormente. Charles {2dcog outro nome famoso na epoca, teve uma de sa famosas peat Ta le de M.r" neo, seapade e reelaborsda por Arthur ‘Rede een aera em A fhe de Mariage Ne'sin evolugio, a2 opersta atingram ‘um outa afel oa Aleman, one fisram grande sucesso no final do seule passage € ‘comeyos dese, com sutores até Roe conhecides, tai como Johann Strain, Frans Sappe, Franz Lear. mais tarde ainds, 0 face ta influent atts open, Bem como. Jans Cass Tau aspx Piha 5 20s poucor a operear foram perdendo a qualidgdes de insirasio ¢ forma gue mania dgnidade de osc os Sus modelos mais primivos, até praueamente, se xtnguiem Somo genero ap6s a Primera’ Guerra Munda ‘Aopereta tomou coats do Brat isto 6, fomou de asa Rio de ‘aneiro na. década ‘de 1860, 0 grande publco adorando do 36 os espetéculos como as arzes francesas, que se tornaciam 48 mais famosas cobigadas mulheres da cidade Guardowse sé o nome de mites elas: Mo Aimée, 9 msis famosa de todes, dovstudora de corages © fortunas (Sfachado 4e'Assis a denereve em uma de se exon), Solange, 2 Rise, 4 'Chatcoay, que mocreuvitima de quelmaders, quando eu vets de dancarina, de gaze, sc incendiow 20 rover num bico de gés taceso m0 palco, « Rose Merys (pinto e poeta), Susanne Cis: tera, Christine Massan, Leonor Rivero, ee [A ieunesic dorde da époce, 08 palicos on artes do Lp, formavam a corte desss arizes, para grande deseperd dat fa lis princpaimente dar que tina merdo para poupa fas para casa, Rezam mesmo as crOnlcat que quando M™ Aimee, Aepois de enriquecer devidamente nos anos au pasados, Sere {ou para a Europa, um gro de falas soiou fouctes‘e totes Stand o navio que a leva patou em frente 8 pran de Botafogo, "Nem por isso a8 reapeitvels familias dexavam de freqietar © Ateazar/ou 0 Phenix Dramiica nat nites em que a restas ram familiares, nfo escapando, asim, 2 influgncia que 0 novo énero de teatro ‘exereeria now costes da Spoce,sbalando as Puno, Maio da. Op. ct aims aot 8, p23, 16 bRevE msr6RA vo HEArRO wRARLEO tradciosis bases onde asentavam nottos costumes provincianos ("que a literatura’ e a dramaturgia muito bem repsrarem, De fate, a inaoguacio. do" Alcazar remodels, habitos pscatos do Rio de Janeiro. A vida notoma da eMade” comeyes fom ele. Passando pelo Rio de Janeiro na década de 1870, um Aiplomate francis declarou mesmo que o- Alcazar, entio no ge 4a fama, ero local onde se podia etudar a0 v0 cartos costomes brasieirs em contato com st opecias de Offenbach, por exemple. “Aastindo a uma representago de Vie parstenne, dao diploma aque a ariz em voga fora cobeRa de fore © Wu; segundo 0 ts Toca, seus admiradores fram cair sobre el, tes Sears, cetes chloe de petals de lindas Tous © que os conriios ne fisram Tombar sot pés alguns ovos frescos E go foi 36 no. Rio que 0 géneo. alegre triufou tio cepetacularmente,modifeando' costumes. Recle.tambemteve guise sue ‘Go Alert, ©Tento, Nova Hamburg, sue Strpou compaahias de rica, zarevelas espanol, come ‘ine tances, slém oo fanclona, ttre unas = otrs, Som talé-concerto, Quando, finaments, © Alcazar fechow, sem deixar soceso, sam por iso detaram de por ag sportar compantias de operas francess, talianss,espanoan. st al as tes primeias deca ste culo, pelo menos ‘Outre nodal do tetro ligseo que também for muito sucesso foi Yess, nero de comporiglo dramfica, na def ‘igo de ‘um foetnista'da epoca, “que passava em vista ‘coalsineaton, las, 0 Sauter se consttuam vile du ‘cciedade fluminense de" 1858", data cm que aufplu a. primeira xpeiicia do gtnero em paleos braienon SP ‘Chamavarse As surpreay do ae Pledade, e, embora esrta com goo e espe, provocou, 40 ado do radar medo pels tices staves que contaka, que imped 9 suo do Cape, Hens, "Apos outrestentatvas também malsucedkdas, 4 ceva onseguie finalmente firmatse em 1888, com a prande aceario oe tee O. mandarin, corautorin de Arthur Azevedo € Moria Stmpaio. Sotrera modifiasses, pasando «constr sa, aot times, princpalmente politico, © como tal vveu a as tee Primeras décadas do século XX. ‘A revit também veio da Franga, No inicio, mantinha una ‘serta unidede'e continuldae. “Depos comecou a formar” quadrot nave msTGRtA 90 THATRO mRAsILERO 17 a det cite ns es“ ae iret cae os Spe me oe ster i ve i Ps, tn “een a a Bee ee om cee, an areca Sa Pen lrar gies car's amie ts Ts ae crcran ie ae ow ei on Sa see el eft, ao cede serch nna seinem om ge oer, ee en ornare Sonn tee artemis sacha ee noha Savy mp ie eee eae Sia ar ok teatro podia ter, ica, alegre, sstrca, maliciosa. Mais tarde fot entendida como ima page de teatro com couplets (pequenas cangSes), comédia Ties, fundada quate que #0 em intrgas e qUlproquss. autor de vaudeville fot Seribe, © 0 género vinha quase tente populardade quanto © melodrama’. Com 0 uae pra cotrponde 50 Sete ‘crete Siang sete ‘Wun dp Templo a delamrtdor Sho a am nna Ettciatt come Siulodrama’.” Mistrsea'o_tigco 0, cima, com REE Sed ptica"O melotrame pode ar tomers, sim, om Sel at Ines yo tamil pr qe eee Fee ‘a, dow armas bape eas comics ‘Weim. “paces tomato, com timin, fatto, gumidon, es te ‘gen arden Wo'elalo SS Peto, sree Ge rae pee aid ox ce il’ "a bya em "ae tig soln, "eae miter eoditee Te denim So meloama. ¢Masmiuc, bese init ao 18 mneve msrénu vo eama0 aso advent da coma de tee de costumes, otea de 1850, ¢ com s'opereta,desinow 9 sucesso do. roudevil.Labiche consegit prolong, screscentandothe um poueo mals de observagao. Hoje Serdaio enero despareoa” Nao se escrevem mai comedian om cangezinhes, mas ehamaac de vaudeville todn comésia lige Gye, bint cores, sm neti prc pa. ea ou mora, n_gual a agdo comics, um’ posco pesads, pwemlece sobre or cascaren res ‘No Draal 0 vandeile nfo chegou » ter muita importing. Era facimente splantao pea comedn de costumes pure sub jcinte tr operstas © urleas,¢talver tambo esivesse presente toma forma main Seponerada, mais de eafecomesto, mas nfo em fomesas como. ss Ge Seibe ou Lsbiche. “Algomat comésins de ctho Noy nest slo, faemnlembrat,enttant, a forma do vaudevile, por exush das confandes dos mel-entendide. ‘As magica foram ato ipo de eapetseulo de extraordindrio. grado. Sern soni guivlene das rovsas musica que © ‘ltena populrszou na dea de 1930/1980. Um fo de cored, tnaquinae complicda, desumbraner efeitos do hn, grande Toxo, {030, enfim, que podeia prada os olhor don espectadores. ‘fe butter, também genero de grande aceagio, erm de igen italiana, do séealo XVII, passando depois pare Portugal ‘Bebra burl enganos); ma’ comedia eoganos, mentas, Provavemente. No se preocupava com 0 profundameno. Jas Personagens, apolandorse mult mais na vivacidade da Ings, os cur chlo ‘Je malice, ‘Satirava tpon j exitentes 00 cine outros. Recor h msi lige, mat Ge certo nivel © ot Scruoe cram simples, sem pretenses Np tna os eftos pe: {souls dae mlgise mal tenminava sempre com Uma rane Spotcose. Embors parece com a operta, eta era um genero lar tus sofitieado, sem 0 carter de comédia de costemes SSmpre presente na bata, © que permite chemi, no maximo, ae onli operet Nesta eae com ests gineros moved, com sesso, 0 testo bratileira de 1870 em dante. © que nfo significa que nao {Tene tab uno outro dam, Operas, estas sempre Um SSpcticulo socal deute D. oto Vi.” Mar fziem um sicen ‘elaivo, 20 ldo’ do testo lige, "Apontrnta anos de Samo Ihto'e der anor de pegas de tess, © Povo queria descansat, i, ‘er mulres bonitas ouvir cangdesmiicssy tudo envolto mum Soredo caja principal exgtncia era nfo dar trabalho 80 cerebro CS. “Bibort esse tena. da gine tacionel nko se fizese meeve nistGnn no TexTAO ARALERO 19 ox edeennie, Macias de A fx 08 sem proteson ro da literatura brasileira de soa, épocs, assim Seep Se See wd pen 2 Sede fe OF than poe amo gr, des psn para compo sveras obra de a m th ‘se o que domina é a cantiga burlesca ow Shee conch 2 amino © que fala aon sets o°aon tition feiss? i ‘Mas posta Tasporincia tnham os proteros dos intlectuss, uma vee os era's pico quem iaeava 0 fumo que 0 tal® sepa! 8 uel weed Puo w cane gu goer Sha um gener tao mau ass: se 0 public acudia em massa ‘80 von, deviese retpeltar 0, gosto Jo publco. 480 jugsvay 10am eat Operate venom concord para o ebaramen’o Shama cary oc rat deen es vet a eaten so 6a sm gnu, tnt campos vomited teatro ipso se prolongou por todo 0 final dbo ae RI, enrando pelo XX. ate a segunde déeada, quando 1 ete comet Je corte, com impuluo dado pelo sucesso Feces Caulio de Sousa, Flores de sombra (1916). Teata- ds PEF vant do teatro, de recuperagdo do nivel a que atingra trade Jon do fea anterior, fram, evigemement, spre fan, co enramos 0 movimento Jo grap tnflunciado pelo por Relembraris que entre 1908 e1920, mas ou menos, Rocio se iramafuria ropreeatatvn dos anseios da caste médla Siar ares da ala socedade,Tseta dos deteits e viios do are ouudmie mesmo da coméala de contumes. Esta dominot ‘Fiat tease por quase qulaze anos, s6 comeyar a ser conts- is"alnda cm 1927" pela eiagio. do Teatro de Bringuedo, de ‘Rigs Morcyra e sco” grupo, com a inlengio de, tar cena ExaiSia do Iacaso e medioeidade a que’ a comédin de cont. test ievara Toe dlcae de 30 pe ey cosieadh uma ee ie expevatva sobre. 0 que Tesla de novas tntatvas GF ietovecte do teao brasleia, exemplifcadas nov textos, para oe Sretucondnas, Ge Torscy Camargo (Deus The pague — {odd} e"Odwvaldo, Vina (Amor — 1933), pevas qe alan 132i sucese e public € de eric, e na dramaturpa de Oswald $e"Aadrede (Amora, Ov homer eo cavalo, O rei da vele), #6 ‘Pan i Ait ao errs amt es ou Pinko, Misio da Op. cit. acim nota #, p. $31 20° eve ssr6RI Ho TEATRO smasiRO eee sng comment ton er, fam 1986 conan mee ee et eS reper ata th fo Ti de Ea polit menace Gate Nae” Fa ve Fer te Siete Ey oa Soha at ee ce cam td loa ace Sree rane Bs te te gor ae fees ees a teas Sere ee co manoo mutes yt te Ta Lead Sapte eae Sees, dramaturgia brasileira. aaa Sa ds uae tim, can eco ean come ame fs, mn om, emo ees. hoje, posuind, como patio, ‘una sere de Neale, de so abel . fe salons 2. A PERSONAGEM NEGRA, Xo quadso geal que acabou de ser eibogado, um tpico deixon te ser rencionado, porque merece im fgat 4 parte na Ntortogratin do teatro basic, em vir do 2 sspeto int nc de crt forma iusita, plas ontacies que sep oc qus ete’ A eistinds Se wa toma Coegente Sede winego da década de 1850 e que sesumiy singular Inpeccia Seats do Realismo, onservando-a, mesmo com & potror Ripfomacia do testo ligt, eso perdendows quando fo sbollo veo no Bras. £0 tema do escravo. Com ele naka 2 Senonagem negra a0 tetra braslero. Poi ila de exe Exave inumamenteigada ® ids de nepro, duas cotss que se Sonfundiam aos sos do senhor Branco e dentro. dtm onelto or embora senda, apucnemea,apsnar soca, na veda SEmidoreve es padagiee da or da pele do indvidoo como jo feative pra msntelo deste da eatgora racial a queso als pelo meno, pertenciaan. Ean outta pales, tendo egrOr pron Ehprimeiics Courevo window para o Baal, logo sua cor comeqos f'indear ambem 2 condgao ssa, por exes, num rao- Sino simp, bata 0 indviuo et escravo pare set Ws Saino negro, nds que a cor de sua pele no fone muito eur. Nn vetdade, enn, bom solo 'esravo delzou de tt aro Duro, apenas, Jostamente por caus da eravidso, em tempo Rlateument arto o prceso de miscgenaglo racial desenvl: terse incesamente no pai © malsoe Cre, main exces, Talos, quae brancon, jf coostiula lo desprenvel coningnte Er populagto crave baila em meados do sévlo pasado © fato descr negro ¢ crave, porano, condibes racial € social por sl mesmas Segradantes,coiocaa @invio em situa {© extrema, inferiridade dentro de uma sociedade rane, a Shin, crtament, no the ssa ill wrnarae um objeto exc, Segundo ce pasrdes convencionir ist & rigor, ele no devia Ghamar a lengao Go arte sobre a sun mumlde pean, NBO 22s rensonnoe won ‘bstante, fol 0 que aconteces, embora, a principio, o negro, geral- mente eseravo, quando te tornou, se nko personagem, pelo’ menos i figurant, foste ainda encarado pelo avtor dentco de um enfo- ‘que que via apenas como alguém cuja convivéncia poderia, perurbar a paz deum lar ov tazer prejutor mors a familia ‘Se seu senhor [Exe tipo de visto, als, nfo era novidede, Em 1823, Joss Boniticio, em sua representagso & Assembléia Geral Constitute, ‘perguntris "Que educagio podem ter as familias que te servem om estes infelizs sem oara © sem religiio? Que se servem com 2s escravas que se prosttoem a0 primeiro que as procura? (.-.) [NGs tranizamos os eseravos ¢ os redimos'a brotos animal let nos inoculam tode 4 sun imorlidade, todos os seue visio E, na verdade, senhores, se'a movaldade ¢ jntign de. qualquer povo fondam, pare nas suas insuigdes religiose e politica, © parte ‘a filosofa por assim dizer doméstica de cada familia, que quadr® pode apresntar_o Brasil quando o consideramos debaixo, det nto de visa?” * Em 1628, © Arcebispo da Bahia dizia mais ou menoe a mesma cola em ovtras palavras: “Sempre extive persiadigo. que 1 palavra esravidio despert idéine de todor os vicios e crimes, Sempre lastinei, Finalmente, a sorte de tenzot meninos brasileirot fue, nascendo © vivendo ent escravos, reesbem desde os pii- meiros anos as funestas impresses dos contagiosos exemplos esses sees depenerados (...). Oxalé que tantas familias no tivessem de deplorar a infimia © a vergonha em que as tem pre ipitado a imoralidade dos exeravos” = Padre Mestre Miguel do Sacramento Lopes Gama também se declarave persuadido de que a péssima edveagso dos brasileiros se devia a essa gente cujas “manera, linguagem, vilos, tudo (C-), & rasicidade da selageia une & indoléncin 0 despeo, 0 servilismo proprio da exeravidlo. Com pretos © pretas bogais © ‘com os filhinhor destes vivemor desde’ que abrimos os olhos; ‘como poderi ser bos a nossa educa?” Tage Fane, Otero, Cue grnde & sent 16. Ro hati, Apu i Sn. 30 A rensoxcene ecm 23 E da mancira como ele era visto pelo senhor masceriam os cstereétipon provindor no 36 da sua condigio socal injusta (0 Cauveto), mas em parte também ligados & raga e& cor, pois mes Sho em condighes favordves, como a dos escravos que ajudaram Se pautists, ao lado dos indios, na Tuta contza os Emboabas, por xem, a Sor negra era sindnime de basbérie *. Esterestipos, que ram, na verdade, a base ideolgica da dominagio do negro pelo braaco. [A prépria apologie do indio, feta pelo Romantismo, tink tum aspecto antnegro quando comparava a bravura e a sobranceria {do amerindio, que preeria morrer Iutando a deiar-se escravizar, om 0 “servilismo” natural do negro, responsével pela manvtencio ‘de'sua condigdo de escravo. Visio falsa de comportamentos gue tstadosposteriores modifiariam, Mas, sum segundo momento da evolugio do Romentismo i se verfcn uma mudanga de enfoque, isto é a passagem da coo- enagio do negro, até entio visto como “preto imendo, boss, Aegenerado, imoral, mentroso", © outras coisas mais, para uma imagem to deformada quanto primeira, quando partie para txaltgio de uma grandeza, de um herolsmo fresno fora do ‘omum, tema que um Castro Alves ira explorar com grande pabkio. O que estava acontecendo, na verdade, era a formasio fle novos mites, esterestipos com sinal trocado, em contraposigio fos que eram comuns & mentalidade da ¢poea, Uma espicie de esposta rominica agueles que feimavam em caracterizar 0 negro como silesco, grotetc, louvaado-se, ao contri, a sua beleca csculturl, a parezn © fidelidade da amante negra, no mals da como depravade ¢ imoral 0s primeirosesteestpos tinham tanta forge, eatretano, que todo o empenho da poesia romantica em desrutlos nio conseguit vencer o preconceita sempre latente até aot mais ardentes defen- sores dos negros. No fundo, quando se elogiava 0 valor, a bravura, 0 desprendimento de um negro, se estave quereado dizer There, Roper Easton de negroes atrande de tierstarn bras, Bole de Solo Sio Palo, FRLCHUUSP, (3):14, 1993 (Eades ‘Gtrobraeran, 3" se) 24 pomonscene nce ave tas sentimentos nobres também podiam exis sob uma pele fegra: um Henrique Dias, por exemplo, "AU Castro Alves, 0 maior cantor dos eseravos, em poems {que [alam do amor eatee dois jovens de pele negra, ni deixon ‘de acatar as convengBes, ¢ as suas heroinas de tex morena abeloscrespor disfargavam com eseas qualidades a sua verdadeis ca ¢ ardorota que, em contraponicio, se "linda, facera, mimosa”, 0 dlzr de. Mello Morais Flho, opondo-a'& “negra, este vil animal” (Galvio. de Carvalho) *."Na crioua, = lasivia perdia o caster de bestia ‘dade que tna aa negra e-0 que extava acontecenda, na verdade, faa tenatva de ocidenalzagio do negro (o seu embranqueci= mento) © no a exaltagio de qualidades proprias da sua rac. Quanto 20 negro, continuava “estulta gent orrorizado", segundo ainda Mello de Morais Fiho, que acres czntava, com evidentepeazer, terem 05 cabeleirelos frances: do Rio de Janeiro fetodesnparecer das ruas da cidade os barbeios fegros, "essas turbas bisbaras ‘© negro, pois, encarado dessa forma, sem categoria estica, sem passado’ mitic lendério, gloriose, nso tinha condigbes de Aespertar go eseritor ou artista 2 Vontade de toméslo como modelo. ‘Mas, pwradoxalmente, fol o que acabou acontecendo. Muito em- bora, para ser transformado em herd, tvesse de pasar, ml vezes, por um procesio. de idealizagdo que he amenizoy as feigdes, alisou ou domou 2 carapinha, para apeoximé-lo 0 mais, posivel do. branco. SO se admitia mais ov menor auténico ‘quando se tratava de figuras pouco expressivas ‘Quando 0 teatro ligevo dominou a cena nacional e, em consegncia, comesou a declinar o interesse do piblico pela: Pevas de tes, a personagem negra também foi aingda, Ms, Sinda que bem menos focalzada, conservou a qualidade que ‘adativamente adguris, como se depreende da leitura de textos fem que ela & figura principal, ou secundiria, ¢ que fazem parte 0 conjunto de obras que comptem © que chamamos de drams- ‘turgia nacional ou brasileira Tape 1 Wa» 7, pai, esses textos, uma selegdo feta sob determinados critfrios* separou alguns, nos quas se pode estudar com certaprofundidade 2 personagem negra no teatro brasileiro desde quando a existéacia Go modelo em que foi cleada comegon a desperar o interese {90 dramatuego, E alé o momento em que esse interesse comegou 2 dessparecer 2° Imporacin 60 ater, media pel wo prokego 90 panramn Sritliterte Sopa eso to pasta Guan no Prot 46 — Dulin do pea » eed, de uns, ras ‘te irmaram_nodecoree do tempo. ¢ asim foram ‘stonheris pelo coneme’ tor hotoradorer uo ter Brasco * — ES ‘Samo’ mala de sachs Ge anemteen he wulscns ‘regran do esto, © ertrio de eacolbt seria apenas Facial, Meson Pore. te\o futon, malo pouar respi part seem taal. o"prowepaimeno dor tiahor most 3. 0 NEGRO NA DRAMATURGIA BRASILEIRA 34. Lee Carlos Martin Pena (1815/1848) © cxador dx nossa comési de costumes, Ls Calas Martins ‘ide dehxow ‘uma bra. reativamente > olbetinte do. Tora do coe ne Corte durante poco frais de ‘um ano (de 8 de-aponto 4 6 de outubro Ge IOs7), SScreveu cinco dramas e vinte © tts comedies, ‘Dow dramas mio. hot ocuparemos, Exemplos (@ mans) do Romintsmo que eno procava desnvolverse ote nom expo. ‘avam oma temétice que logeamente no inci personage mopa, Baa oa spacer, de foros, meremente opsodica, ome reins, uma ver que clas focalznvem aspecton ave coins do'homem braleo como, na qual 9 negro tina © tou Papel Soon abenos, Nelas © nego al sup cot figuras ou eas tmengdo ccsinal, em lagrntes que ajudam a comper © grande faint soiedade rasa dos prisntor anon apr © soda: fo de D. Pedro I, em que se const a obra de Le Carlos ‘Marine Pena Astin € que ns int de personagens de algumas de suas pegs eneontamos a mencio de: "negros” ule de Pat ‘na roga) “mato escravo” de Tobias (Um seranejo na Corte, Shegron © molequcs" ( 4 noite de Sio Todo) "dos negroes (© eigano). Mais Tiguranten que. personages, na reaidae. Poi, segundo Anatol Rosenfeld para que 0 agro fose pertonagea, feria preciso que 20 inerase na datnaio temporal 0 evento ou da gto da'comédl, quando, eatio se defana om nies inso praicamentenio sconce aa obra de Martins Pena. Exceuando-t, em part aa comédia O cigano (1843), a {ual constan "doit negro” na lisa de. personage, Seno tin dels € meramente iguante, mas 0 outro chegn ser dei tao por um nome, AotGnio, tendo uma stungao soil etna, de ineresse para 0 dsenvoimento da rama” € um ero, 2 A perzonagem de Figo. Sko Pauly Perspective, 198 " ois cantos stants Pena (1815/1848) 27 De passagem, porém, o tema da escravidso jf aflorara em comes anteriores. Em O Juz de Paz na ropa, a primeita come SeieiMaine Pena, cle & sensvel na cena em que Manuel Joao ia te rmetjoucapreocspagao com © que isla comer Um eScravo fps um dia de trabalho duro: Manvel Joo — (..) Ndo hi carne seca pare © negro? Nant Joie. ois coms lean com farinha, gue mio € Inet dovguc eu Ex core end dura como cond (--) (ato Onin, Cena V.) A posigio do escravo frente 0 senhor & também expressa pelo tipa de vesturio que ambos usam” Manuel Jono ext vesido BeScaleas de gangn aul, com uma das permas aregavaday, japon { baeta azul © descalgo, Acompanha-o um negro com ust esto he cabega ¢ eaxada no ombro, vestido de camisa e calca de {igodio" (rubrien da Cena IV do Ato Unico). O flagrante con- taste entre os dois tipos de vestudrio marca fortemente a diferente posisio socal de cada um. Odo escravo praticameate um {nigSrme, usado por todos os que tabalkavam no campo. ‘Em A familia e a festa na roca, no monblogo de Domingos Joio, loge nm primeira cons da peca também hi refertcia a ‘xeravon, &ecessdade que os lavradores tinham da sua forea de ttabalho. -E dentee os escravos sobressaia a figura do. moleque (que, numa critica a pega feta no Jornal do’ Comercio, era asim ‘Setinido: um ente necessiro, indspensével, que se acha em casa ‘0 fazendeio em todos os caatos; € como Oat que se encontra fm toda parte: como 0 Sol que tudo vee observa.” O moleque, ‘okt ome pasar sem cle'na foga? NiO se pede um copo dégua, no se move wma cadeira, no se dd um espiro sem que se vela © -moleque go lade"s. "Ao que R. Magathaes Jr acrescenta como se ve, no so 2 propria pega, ou mals do. que est, 2 celica do Jornal do Coméreio & um importante documento bre ‘of contumes ligdor & escravidso” (© monslogo € o seguinte: Domingis Joko — “Auto mal vemos nés neste ano! As ence tes tm apodrecido as cans: (."") Bom: verewor 0 que te es SEEREE Sirg apts oe te me 28 0 wrono m4 DRASEATUROLABRASILEINA doje. 14 me vot foltando gente. © preciso ir um dia destes & Slade, para verse pono comprar sigune meta-aran, Ogu nau fenarem eles to cart. Nao importa, 9 que nao tom Fem dio, remodiado et, entende 0 senhor? (Coma 1) “Mas € em Or dows ou O inglés maguinita que a crtice sais se sprlupde, embors aur. parente enpenhado. om Spenat fazer ne" die ainda R. Magalies Jey conlando que Pee, nlo. tea sdb tater chert ae nko etn en oo Brant 'o problema dos meiarsaras, isto 6y dos fico Introd ‘os lplnete no pls pels bacon dos tance que Conse Blam fora oenco dos navios de gurra ngs ent Poland Srotas maritmat do. so Aiistcn, Os tasavearas, sim ‘hamados”porscrem cecbidos de" paya, ov de caronn,_ ples Staci an apresmsesembott"ssndo‘acanosWeer Segundo iia ‘sii, ram qusse sempre eacrvizados, al come es ue mio sndo apreendidon, erm vendor no mercado Canes: tiamente. © nome de meutcara acabou s0aplicando, impropea: Imei tambo a eves, como ve depreende fala de Demagos Too én familia ew fetana roca ln, o texto 8 Os dus ‘ngs maquina’ ‘Nesta tina peg, ci um ao, excita em 1842, of neprot sui como figrants (pretos de gaho, pets dos ments SStravor da ena), nfo seldo sequer'menconados ‘nla 36 fesonapes. Mas) cunosament uma" peya ett que Martins ona dean perceber, atraves da personagem Felco Sue conversa com o tueante Je caravos Nepeio Qt sntmdiono nome), fun ponigdo sobre‘ problema do Catveo: se mio ¢ acl Gstensvament, pelo menos no ve com simpatas que je ora arama cy oem csp nae © ase dentro das éguas territoriais brasileiras. 2 ee ‘Ceménca, uma sonhora Ge ma ginio, co mario, Albert, desaparecera bi anos (ou Guerra dos Farrpos)ygostans de nerd Gln Marsuinho essa com um negouante de Gcravos novos, ‘Negro. Mat moea ama o prio Fela © tanbem fem outro petendene,o ingles Gainer, iventor de tins maquina que, pe. {Endia'©sproveitamento teal do bok, numa operas de poses ols cans mans PENA (1815/1888) 29 ‘minutos. Bastvainrodui-to por um bureo © pelo outro sian Tier ex rour-be em icandin, ete; do core fl salam bol, ‘Spator! dos hfs, eats, eabos de fa, ete-- ANE aghcat "bans" altava-apeas'o faaneador de mravlba, que ce scteada encontrar entre os brasleton cs dapotos 98 sac Fesrem pola tem Go pai». "e do propa Gane Wo eapendio quad de costumes gue Martins Pena compte swesta coméd len das referencias Be Mviader Oo taficet escrvos¢ seus esratageman pra burlarem tanto a rpresio ingles quanto braicirsexitem cenas que momtam @ facia. samen seot/escravo com bastante cliesn, Asin, embora pio possameos dizer que pega conem personages negra (330 {ents iurantes), ao conat's seguir tamian ost © pot ‘ipa to autor com © problees Jo ave. aps asprin ses, aie comers com Neg, 0 Felicio — sr. Newreiro, « quem perience o brique vlot Expe- ‘are, anrsionadooniem junto quae ar Forel de Santa Chaz belo rucetro ings, por tor a ordo wecenton africans? \Negreiro — um pobre diabo que td quae maluco... Mae bem fo. para nose tale. Quem ¢ gue neste tempo nada “nttar peta barra um navio com semalhanteearenaeaot $6 um ‘edaco de aon Id poral ali wna csta tao longa ¢ algunas ‘tiotdades ta. condescondnte Felco — Condescendener porgue se esquecem de sew dever! Negrete = Dever), Pend ethe dia ind et malo Imogo.. Ora, suponha que chepa um nario sarrepado deere finor ¢ deriva em uma esas Pra, que 0 capi ve dar Sino pare o ui do lngarO au ent hd face for homer frdato' de jea?” Responder de modo sepunie Sim enhor, Capt, ‘pode contr ‘com's nha protersa content. gue sere no sel seme entend? Suponha agora ue ese a & um’ homemeiurado, detes que’ nao. sem onde 1th ‘uwindo! 9. capitio,rempondetne com quatro padres mane "tenor, nso consntl Ito é uma infame infra Te 2° senhor innltzme faendo-me temlhante proper’ ‘ue depots deste arncel pega na pena't ofa wo Governa. O ee He eon? “Respond. Felicia — Acomece flewr ne coma de integra jae homem a tem NNegtero — Engonese: foe aa. com ft pouce cols Eno sntanto e ‘ negrnhos le pobre, que & menos 30-0 wzono Wa DRAMATUROIA RRASLAIRA dept, Hm de amo kp indies por ues de cin a depo a i een ene ae Sat tin Fei Fem uc ei aa) Neco (um Camas) Dae aw we mat lard de outro modo. Genie Dee far A mend, Mhe mau © fet nna a cl i Se Et ta Ropate for nc a Cnc — Ree ‘Empmine som minh coma, sik ce thse ne ae Se cea Ss Sie anna te nd Tt ena ee iy ta epi obo hese neta Ot a Gina — Sos 9 ng fon ere ir» ne cx, See ee UL Sn Tie Ce we Ta a Flee Bs het pee dese em de Gta — Tom? ume malin. And oto fetes rt a Tener tose Teqeciomat sical Teal aple VSe eiee! Saat cm) Nesta cena flcam patentes of seguintes aspects: Negreiro atribui A mocidade de Feiiio seus prundos morlists a respeto Ge obediéacia as Ils que determinavam a suprestio. do" Walco Inegrero. Clemfaci, indietamente, peasa a mesma cols do mogo, ‘Assim, o8 mais velhos defendem 0 snus quo, iato 6, 8 manutengeo de um estado de colss que fasa vista grosta A condaus volagto tas Geterminagies governamentas sobre 0 problema do cerave; fo jovem demonstra um esprto eiico, que era 0 de Marts Pena, nfo concordando ¢ meso condenando o que viaha endo feito ‘sbertamente ou sob as vistas complacentes dat autoridades, Cleméncia iz, além disso, que recebera um meia-cara da (Casa da Correcio, ela que jf tina tanos escravos, como nota © sobrinho. Para isso se valra de expediente bastante rotincio ‘o Bras! Imperial (e por que nfo até hoje”), desento, crtiado, fntrizado por romancitas ¢ dramaturgoe, para se conseguir alg ma cost, geralmenteiicta: o empenho junto is alte autridades, faves devuma série de peddos que, desentolando-se como ama orrents, vo desde um esealao mats inferior até 0 mais graduado, i is caRLos manrows pana (1815/1648) 31 [A Casa da Corregio era o lugar onde ficavam depositados cos eseravos apreendidos no trafco legal e que, nos temon da let Se T1-1831, art 1, tiaham a sua iberdade garantida em ter tério brasileiro. O decreto de 12-4-1832, expedido. para repular tei anterior, em seu art. .°dispunhs que “sejam depostados os pretos¢ escravos apreendides, procedendo-eigualmente a deposito Gf quanta necessiria para sua reexportagéo", Reexporagso fue na realidade nunca houve, como esceve ‘Tavares Bastos, pols So'poder executivo no 0 entend essim, © veloremon alegando protextos mais ou menos plaustvis, comecar, desde 1834, a finer ho Brasil a resdéncia dos aficanos,distibuindo-os por servigos pablicos e particulars. (...) O aviso de. 29-11-34 rompe a € 6 primeiro da série que vou desenrolar. (-.-) Esse zal diz, no predmbulo, que 2 Regénca, vendo néo ter © legislativo publiado a medida que 0 governo pedia para reexportacio dos africanos eprisionados, vendo. cesceem as des pests com os depositados na Casa da’ Comegéo, © atendendo. ‘utras consideragies, como seja 0 methor ratamento e civic do fos afrcanos, — ordena o juz de Srfaos, de lntligincia com © thete de Policia, faga arrematar ot servigos daqueles individus” © ‘Dis ainda Cleménca (oo) Agere, que 0 tenho em cara, ningutm mo arrancer Morrendorme diqum eter, digo ave ot se (Ato Onico, Cens 1) Desta forma ela esté repetindo uma prétia usual da époce, violadora do disposto na cldusula 4" do Aviso, que obrigiva © rematante dar parte do falecimento do eseravo a0 juz de Pa, fim de que fos dada baixa no livra de inscrgio dos fricanos nna Casa da Coregio. Procurava-se asim evita que negron livres 4 tomassem escravos, mas freqentemente urlavecse = Tel to. fando-e a identidade’ de um morto, realmente escravo, pela de lum negro live, cujos sevigos tinham sido arrematados, iil. ‘mente, enti, era efe quem tinha morrido; na realidade, continonva vive, sob & ientidade do verdadero mort, mas tomado escreve pera o resto de vide TBP AG Tae. Caras dosti Sho Pal, Nacional) MECYINL 32 0 wnono NA oRaQeATUROKA BRASLEIA Mais adiante vemos que Cleméncia esté com vistas. Con- gpg coe sits ats! Noo alo" mometo segndo » COuvese dentro bubs coma de loves que se quebra) Gleméacia — (0) 0 que é isto Id dentro? (Wen, dent) "Ado Tnao, nao senhora. — Nada? O que E gue se. quebrou ld dental” Negras! (Aon, dino) —Fol"o cachorro. Ener minhar negra... Com cenga(Cleméeeia as) uiia — to deseuldada exta nossa genet Jodo do Amaral — precio ter paciéncla. (Quvese dentro bathe ‘somo de Bafeadss echt) Uaguele paroncoe usa (grtando) —~ Comadre, ndo se ai Joo do Amaral — Se assim ndo fice, nada tom Bueisia — Bart comadre, perdoe por ena. (Cossam as chico: laden) vies notion toeravonfatemnas erat cabelas braneas (na Clemtocis aranjendo' oengo” do passage mito eto: eda) Glemincia — Or senhores desculpem, mas no. se pode. (seatase © toma respira.) Ore ja 26!” Foramequlas Siitersombadas deixar mesmo na bein da mesa a. salva com tr copes prea sachoro dar com tudo no eho! Ma pagouma! (Com VL) Neste pequeno incidente, Martins Pena repstra mais um dos specos da reuidade eotidina do flacionamento stahar/eseravo, Ene era sempre o calpado; os fats eram torcdos para que se Sapeatsem ao conceito que o seahor tinha do eicravo: alguée, ajo comportamento no tinka cura intengio que no fosse a de slg, de levar 20. desespero os pobres senhores braneos, ‘Na Cena XIII a rubrica diz que “entra Negreiro acompa- shado de tum preto de ganho, com um cesto a eabera, cobero ‘om um cobertor de bacta encaraada, Negreiro descobre 0 cesto dele levantarse um moleque de tangs e carapuga encarneds, 0 ‘ual fica de pe dentro do cesto)”. Tratava-se de um meiacara {tue Negreiro pretendia dar de presente 4 Mariquiaha e que ele tiara desea manera para fagie 4 fscalizgio dos malsins® O. molegue deveria se lorsar pajem da mosa, mas ela recusa © pre ‘epiie de potc. ofs eamtos stare reve (1815/1888) 33 nie apressdamente aceite, ¢ ambas saem da sla seve ane fatreto 0 preto de ganho. Negeieo vai paste © eee Terre — Toma li (Dicibe dinbets; 0 preto toms 0 dah Negtcra Tetmpo clhando para cle.) Emizo acha rouse? © neuro A pouco. carga pesde \Negrero (amevsanda) — Salta [6 dag tratante! (Empur-o.) Ponca! pouco! Sali! (Empurtes pela ports afr.) Falco (pate) — Sim, empurra 0 pobre preo, que e4 também Negreino (eatin) Ache um sinutm pouco! ot ete spends oi sms fe septs ne reise es Set, oe Bars Me re ui ar ake Pri ef cam, ears 2 en Se es cm? Fee ta gas 2 Se a oe ea "hore eran Sores oo ota ae ‘Set cca propria (jugavarse vidva), das tent ae erebicrfnaaclantento do seu invento, de Feliio pare consepuit etn com a prima, aporar dos dols pretendentes que ele procurs joenr om contra 9 outro, eum dos quais, Gainer, Clemenca ‘be quesendo para st mesma "Mas ninso 0 marido reaparece Os dows, exerta provavelmente em 1842, fol levada & cena pela primeia” ver em 26-1-1845. Ra comédia, também de um ato, O clgano (1845), a figure do negro aparece desenhads com maior nites. © tema’ no Tose {fo comtumeio reirato de costumes e enfoque de situa ebaica. [Resumidamenteseriam as trapalhadas e os qUiproqués no encontro {de tres inmat com os fespectivos namorados, na ealada da note fevna susineia do pai, 0 contabandista Simo, por alcunha figano. Quando este volta para casa, as filhas eon respetivos fimorados se excondem, no, meio da malor confuslo, que © pat fo pereebe porque era eletuando. uma de suas desonestas tran~ gies com o-s6cio Tomé e nelat se incl 0 aliiamento de um hegre escrave, sedusido por promessas de slforin e una vida Inelhor. Na feaidade os dois tratantes pretendem vendé-o cm 34-0 nono Wa pRANATURON. BRASILIA Minas por uns 600 ou $00 mili. Coisa parecda jé tiham feito cbm outros escravs, alem de mals patifanas, ais como indusr esravos de ganho a Ihes entegarem, em troce de copos do pings, parte do valor da carga que seus donos thes coafiavam ara vender. ‘© negro esravo chama-te Anténio e o seu papel 6 mt ver= dade, de muito poucs inportinci A cena absixo dé 2 medida de sua partcipapso a trama da coméd (aparece Grego, sepuito de um prt.) {Ggano — OW” Aor mesmo venho de ua cae Cregirio — Tinh sido. (Pare 0 negra) Ena: ‘Gano — 0 que & bt? (Apontando pats e3.) Creniro (A parte, para 0 cignao) — dor nasa Cigano — Ahr (arn 0 neato.) Vem of dente ‘9 gano) = Expeas le anda ndo end mato sing hore apenas aut the feel na vende he Savwel pingeE preciso pesuatita. "Yom ch fhe. Negro — Sim sinks Greprio — Tew senor € muito max? ‘Negro — Nao € mo, nao an Grego — Deliave dso € mato. Um rapas como mu deve | Seribem sada Nesro — Sinha? Grego — E nada de chicotet Negro — Sind dr veer dé heat Crepirio — Eu! Nao te digo eu que ele & mau? ‘Cigato — Um apse como tu, apa? CGrenirio — Querer vive sem apanhar? Negro — Quer sm sind Cigano — Sempre hem vedo, Boe rune Negro — Quero, sm sinh Grepsrio ~ Bo paranca aguardent @ fra. Negro — Quer, quero sid, meu Branco Cigano — Querer few fora? [Negro (com exaagioy — Fore, mew Branco? Quer ficar Jor! Avion fx to. Grego — Pos bem. excuta. Tu vi para, Minas com, um Nomoms chegando Id aba 56 ovo dian, depot fics Tore. (Conn XVI) ols cantos manne rev (15/1848) 35 ‘Assim iludido, 0 pobre negro esth pronto a acompanhar os dois tatents. Mas antes que sso acontes descobrese que cle ert propriedade jstamente de Toné, o séco do cguno, que fice fariow ao saber que estava acontcendo. H& uma terivel con- fas porque’ os namorados das mogas slo descobertos, tomador ‘per todos Tutam eo negro alta de contene, batendo Palmas, enquanto tua (rubriew da Cena XX). AO final da Eomedia on tgs namorados, depois de aciditem a6 Mogae que {inkam desmaiado, havendo dcscoberto que tipo de malando 8 fo cigano, prodenicmente te resram ‘enqeante elas ainda e880 Sesaeordadas Martin Pena nfo fol muito além nas referéncis ow uilizagbo dos negro escravos em suas comdlan"O que’ alo. mpedia gue Sivio'Romero consierante que "uma das maculae neta Gus Suis vivamente aparecem nas comédias do" nosto‘compecrces ¢ Som dvds, a da excravidso, “Nio bi enum Ge" fons brat Zoonceidas em que ives ov indictameate ela nko aparega mio fit nenhuna ent que nfo exist slgama referencia nefanda ash thigh por palavas que sea. Os termos preto, negro, escravo, Incleque, scot, maacara extn, to men pare‘dar tre: ‘mono do faa". Ends serescentamos’ nem podiam debxar de ‘har, uma vez que era uma socedade emineatemente ecravor ‘ints que estava endo. descrita, e uma epoca em que a ela ‘holicionite no ‘comerara a tomar corpo, que estava.sendo {ocaliaads "As comédias de Martins Pena sfo, realmente, excsentes registro dos costumes do stu tempo.” No. constitu, porem, dima cca ideolgies. A descigfo de costumes prevlece sobre ‘Orato de jalgemento que carateriza a erica Meoligica, exis Sempre ligada’a una. praxis, © 36 em raros eromentos as comédias Ge'Marine Pena atingem ease nivel. Em Os dour podemos char Fexicto eprovando 0 sinsmo de Negrlro, quando est explca & ‘maneita de burlara lel sobre o trifico de esravon, © sua Feplsa, ‘num a pare, a0 tratamento dado pelo outo 80 pret de sano (Cenas Te’ XIN). Dois momentos que pemitem supor uma ‘deologin ports da slegdo que 0 autor fee desses aspects caac- ternicos da sociedade brasileira dn epoca, através dos. quai se Pode presumit sua posigao dante do probiema social e moral do Ever “Quanto a0 mals, a acuidade com que o esprit arguto observador de" Martins Pena ‘eaptou ot minimor detalhes do 36-0 NHR A omAMEATURGIA BRASLEINA Gquadro social brasileiro da época das regéncas © dos primiros Shos do Sepundo Impéro falta a0 leitor ou espectador moderno itecr, ele mesmo, 0 jalgnmento. dos Tatos ¢ dos cqstumes que’ o stor descreveu ‘Alia, © proprio Silvio Romero parecia julyar a obra de Martins Pent tambemn nesses termot® “Se se perdessem todas as fais esriton, memoria da historia brasileira dos primelros cin- ‘ovata anos deste seulo, que est findar, © se’ nos fleassem Somente a+ comédias de’ Martins Pena, era” possivel reconstruie por elas fsonomla moral de toda essh Epocs” * “ao que Jone Vereimo fez eco a0 dizer que “Martins Pena, cscrevendo somedia de costumes, flat, nem Ihe era dado deixar Se tast la, com essa observagio que no € mais que a tanspo- ‘Splo pare cena do que ele via aa vida" 32 Joaquim Manvel de Macedo (1820/1882) (© problema da, exravidfo esté presente na obra de Martins Pena como caracteritica da soeiedade rasa da epoca, mio Como una questio polemica, Estard presente na obra, de Joaqvim ‘Mame de Macedo mais ov menos’ da mesma forma. Nela a presenga do negro ¢ oeasional, Ja que ele & parte do cotidiano & ME da paitagem, dcamos. "A carrera liters do autor foi marcada pelo ecletsmo, que se refletie também na sta produgso teatral. "Variada, chela de Stone balaos, eventurando-te no drama, na comédia, até na buries CAnionice da Silva), constituindo uma obra dramétics Foje de pouco interesie, ao. contrério da Uiterdria, da qual certs Cremplares ainda enconiram leitores em nossos dias. Em termos Ge deamatugia, conseguu melhores resultados nas comédias que fos dramas, quet romaticos, quer realiatas. Nos primeiros, como ‘Marine Pena, pela inadequagao de certos temas aos padres bra~ Silos ¢ pela mi villizagdo de outros (o lndianism, por exem- plo), que’ iterstira soube aprovetar melhor. E nos realists, pelo teor melodramitico muito acentuado, ‘Mas uma de suas pegas, O cego, levada 2 cena em 1849, tem para © nosso estudo um certo ineresse. 12 Veniatnoy Sond, Extudos de literatura brasileira. Rio de Jancito—Pars, songuint MANUEL DE MAcHDO (1820/1882) 37 rita em _versos, dentro do modelo romantco intimis, cont tn a eae ese, Sem epee: orem nls cont ea nee, acrediamon, tm personages et SBS 7a afenidade, nao apenas um figurnte caractersico 0d seins comms que pareciam has Comedias de Maris Pena Z"paneh, o ondvtor negro do cego Paul, sum. papel hd cago da S08 condigdo social nem Ee™P'Spade na pega, gue se rere excosivamente a0 amr a itis seater’ ela mesma mulher, mas jt eros Una ssgnagem negra com wna ceria viene Talis que cou ego © tem como amigo fel o negro Daniel vai ceoaze wom Mass 4 quem comhecea quando da stv Wa Sat Thao avers guatto as perigor de um casamento nat we, Staigis, pois ee € mito eimento. Paulo pede a Daniel ‘um Gare tudo 0 que se paste seu redore The conte, pos 6 Sie e'ge seus olhos que ele poders ver o mundo, 0 irmio de Piso desaparecera na hte pla Independzacia (a apo pass Eayaas)n Eom que cle soubese, sun nolva co. imo, Hacgve tahomse sanado © pensado em cesar” Com” 0 dtm. Firccincto © provivel morte Jo joven, a mosa, amargurada © piensa presi do pei aeabara cedendo® caparseia om Paulo emborm no © amuse Tia mani do cavsmento, Henrigue reaparece,inesperada- mente sendo apresentado bnoiva dorms. Flea chocado, © de- fein, acs com Marin ecriminaa serbumente por to esqueido {io tacimene, no sew desespero,chepn mesmo a ofende-a ‘Magoads, Maria rcfra-se akvamens, sem poder explicate. seu putt Dam, € quem conta Henigue 0” que aconteer, SShrdeandosse responsive) por tudo, inluse pela palven empe- Sinus, que ito poderia ser quebrada." Repo, assim, as lajras ‘eras 2 Mania ‘o casmeato relizase © Henrique pate A jovem uma eate- vist no jdm, fim de Seselparse. Daniel uve 0 pedido © Tio poe dinar de contar # Paslo por orga du wom proms, perm, 20 meso tempo, procure convencelo de que nao devia fcr neahum jlgamento precptado. Mas Paulo se cesespera © hu Ihe a ouveos, quer apenatvingarse, matando os dois amare tes Daniel the toma punhal, tas, por fnfecade, chega amido teeendo um espada que serves a seus antepassados para Vingarem a bonre da fama manchada por slgume condta Wi de TN mulbese, ‘Sempre que no scontecesse, muler eulpada pequeno, discrto. 38-0 wrono wy ORAMATUROM BRASLEIRA everia ser morta pela referida expada. Eatregunde-a a Daniel ‘eth cumprindo o. que juga ser seu dever. Retivse, em seu De pose, da espeds,, Paulo’ vai para o jardim e ouve a conversa Jor dois. Henrigue est novamente de parida para a fgerma © quer spenas despedi-se de Marla‘e pedi deseulpas por {Eis jlgado mal. Mar isso ndo acalma Paulo, alucinado, cle fnterpoe entre ov dois. Daniel, que sempre o acompanha, inter~ vem, hi uma discusio, Maria, com dignidade, explica 0. que htva acontcendo, defende a sua honra e termina comtando que fealmente conhecera e amare Hearique antes de Paulo, o julgara Ihorio, sem mals experangas de feliciade, concordara com 0 potido de cazamento que o cego The fra. Este, arrasado, con Fencido finamentc. de gue era ele quem estava’sobrando, sem ‘he of presentes possum impedito, matase com a espada que O ogra he trouxers “Henrique, entio, apontando 0 eadiver do imo a Damiso que vem cntrando, aeusico de ser 9 culpado de tudo, pela sua Ihtransigeocin, prepotence e aebitraviedade, impedindo filha de Aispor do prépro destino ‘O tema Ge pose coino se v6, diz respeito excosivamente 20 ‘confit sinorono em gue se envolvem as tes personagens prince pal. Seu Gnico medio para a pesquisa € 0 Ge apresentar uma Personagem negra’ de usta forte din, embora dramatcamente Bio desenvoluida Pelo contritio até. As poucas falas de Daniel na pees mal ‘io para definrlo como personagem e no o caracterzam como lum individvo deste ou daguele tipo. Nem sequer € possivl sele- ‘Sonar algumas em que um pensamento, ume idéa, uma vontade Sua sejantexpressas‘Sio apentsresponas 2 indagapbes c coloca- ‘her de problemas por parte de Paulo. Na realidade, Daniel nio essa de um guia de cog, diseeto e apagado, uma sombra a Scompanhar um corpo. Nada se sabe a seu respeto, nada se diz core cle sobre o que sente, o- ue impede que se’possa consi- ferblo, ainda que forcadamente, como uma espécie de_conf dente’, no se" podendo considerd-lo, também, como uma das personagens costamcires do. drama romantica: © fel escadei, © Companhelre de lutae, 0 dedicado amigo do hers esse nlo-caracicrzagso da personagem Daniel resulta que 1 sua fongio na pega setba ficando retrta & de ser apenss um meio pelo qual a aio viagatva e passioal de Paulo val exer ‘iponagom careceraca de tapas. i { Jonguist MANURE BE suenDO (1820/3882) 39 como um espiio ¢ delator, 0 negro se seese_ Poin procs cipitagio dos acontecimenios qUe Pro toma responsavel Pe ‘cargo’ vtug ripe do conto se Noe team an_peva exlarecimentos sobre a conto conte Mumbo Sr et eine com gee sal ape eo eo ten die terrae gue See Se cement,” (SE comico ae se toon Stee Ser us etc xtc de eo nee, Sens "ps sl dos were Se odes perro Ups do pena aoe Dan pret “fae tans Slender, pir. ina tsp qu nae na 8 a cals pry sain an oPr Pl aa Coo ee Ge eee ce oe ret re naan, son mate pee See WC axa bon o to, eaten, po, una qu cose tne dear i sens conan Jee a ie ey te a fe ur erent te org rec Mal ine tbls wl oes ele ee oe S0UoTae Walks lo mince a slo ple de ot Sit its apenas io, au fea”, Cono um bomen do set ceopt icky tabs cortativs aa da de gus ape "fume de nm cae gy gue st pod apn Sex Oe sce Ga attach at Lone SS pe AS, °%e natn Stent, clad tnoprcn Cas (Seca as eg de posnagen Pot, Sonb an aio 3o Siow ea Uhm ¢ arent, pum Paso sep oes Ui nl Sapam Jo mune ee, fags qe al sae ae en Dare knoe etic’ fee Tits ins tes ries pencpion ato © fos et mae eae only al den ake at eee nual Dunil slo ee cone fc, Eamune wa fe SESrPs ete, mere ce ment te ery ai do Soin Sa Pa HEL EATORE: 180. “eas Bair ea bowls Os quo pons card, Macedo ise mostra temple W'sSuGS0"tn pie opr deal do Venere, em pr 400 NOHO Ne DRABATURON HRASILENA (© que nio invalda,entretanto, o fato de peca registrar uma primeira tentative. de so pensar uma personagem negra fore Jo Ditoresco ou do folelérico 33 José Mariniano de Alencar (1829/1877) José de Alencar tem em aon iteratura uma poscéo fmpar Foi politico jomalisay escreveu romance, peas de teat, tendo Fdo"romintco'e realists non doi gener. Usou como espago rowitico © social 4 cidade 0 campo, a Moresta, os pampat #0 ESPiide sang 0 melo oral ¢ 0 primi, de'um modo mito Starcnte, conibuindo pars que se nase, a0 plano du yuma Zonscenca di realdade brasieca, A sua obre, consderada em Sire ago npenat esieco, presenta sapectos dem levantamento wMGploraglo das caracerticar da socedade brasira de sa Gpseh Gur a sprosimariam da modems peuisa a0. campo dis Encl socio nfo foe uma cena dose de Mealizagio au le ‘Sou para dasrover pessoas ¢-conumes ‘Rea inewsio no teatro fol breve, dos 28 aos 32_ anos iniiade Togo depos de ter langado com grande sucesso O guaran Sue que se repetiia 20 enoenar a sua primeira peca, Verso eves (18ST), ms que nio exeve presente na apreseiagto ‘me, coca car'1861 para o stor Joao Cactano, que 80.8 renou O fesfe, 36 remente levada & cena em 1895, ‘Desanado Jesuigo' com 0 frocssso da peg, Joss de [Aentar acu entio © pblico de Gesiaterese plo teatro nacional Ge que "je he coham passado a8 vleiades teatals que pro- fusiram Verso e reves, © demnio Jamlir, 0 erédio, tua eum anjo, Mae ¢-A expiogdo jk me havia de soba convencilo fee’ a plain fluminense eitava eat anacronismo de um século Gam ‘as eis do exrtor" En duas de suas pegs, 0 D0gr0 aparece como_personagem de grande imporincs: © demonio faniiar ¢ Mae. nelas Jost 4: Riencar demonste ter conscénea dos problemas que a es Siafo pode causa b sociedade, mas nfo. condena a instuigio Gm si alis, a sun porigao diante dela se evidencion na sua feagdo 8 Lei do Vente-lvre, que recusou dicuti, prevendo “dias Tigubres, com todo o seu cortejo de crimes, horores © cenas hd Soran pind Panes dtmcarNabc, Ri eo, f 2086 sagriMANO BE ALaNeaK (1829/1877) 41 wcapaopt"* ¢srettnind gue “lava tm pronto cote ene se ar Os aa ae eet f sotiedade brasileira”, acusando, ainda, D. Pedro Il de ter 5 Seat, a Comat he ghee "Tomes Sens te ia oma oe nda" le memo, aden sn ie e Joni Nobweo™, dle que ‘Sled al de qe to ao traces Stiminos 8 Syommbiiad” 05 SoS Gc ale somo ius do Tape Neauin' it 20 rp mat aad que wa ‘Sh ino iu de aks ac eto a0 none ds Paco an eagenmcmes com Gam enss palavri, domonsirva sor um separa asomedado com {That's fe com ites Soa On sr Pa Conerales coe css St Se Magainter™ 8 enemies, parce-aos dll conierar como teint aial doe pose ca gee © mo aparece cone selccett™ cade eas conieo Geeta, culo at Berane: omaos enon Com, por emmy Macias SoA dee ropa dns psu defn: “Man verdad € eee Ssbe dO domino Joni, Soo m once de Siac" Ex caer socal. que comola w comes, ambat at wisn sen ds ceases da Ate, au pla pn tara Behr os fon so eo peso cot # algo ae Sinton (._). Se ana fone preeo tmple 20 pow 0 Anat pis intuieto to eter cen que reprsetas 0 toro te to's lost Se Alemania tl 46 qo fos ot Eas gue pudesen poe no eco do corps apa ono oan gc Ms fp uh crams demonstra © pets ft pas slo inprtato gprs co pls So opera foomo conven a uma obra de ane” *,] ‘SapuRormo Joe at Moni nova do Brat So Paso, Desens, Peete ten Yn Se Obs soma aie Tc, 42-0 tomo wn DRAMATURA mRASLEIRA io tio taxativamente Araripe Jinior consiera que “Made & um gute lio de propaganda, no qual, muito menos que em O ‘lemSnio familiar, ¢ sutor consegve acentuar suas infengbes eman Sudoras, Nio ha ai sequer ume cena repulsive e caracterstica Giescrevidio. (---) Como argumento, parece até contreprodu ‘cote, porguaato, se” escravdio produ caracteres como 0 da fete Je forge, tanto apuramento ¢seasiblidade, tanta nobreza {ie coracio, tanta energin, a eseravidao nfo € este senna de ‘oe’ t corpo apreponda ‘por, os, anticscravocratat” "analsando © demonio fanior diz sinda Araipe Sor que “pedo nto ¢ um produto 62 escravidio; & um produto da familia bresicra; is 0 grande eogino. Quando muito, seria uma teri nage a relaxagao dos nosos costumes, neste caso, 1ABt0 0 ‘ape! sscotara mum filo oo nem fiho-faia de seatimentos Ios elevadon”™ hictelmente, ads, Araripe Sénior classifica @ pera como “propaganda da aboligi” man cle mesmo contadiz essa. classi ceeae Suango concul sa andise, refendose no comportamento e'Pedlo: "Eun que estas peulancas ferem a instiuigao?” * ‘Sdbsio Magaich € outto erfico que confere & O dembnio fanaa conti sha quando ied, "A ns Ys Pfmpostvel nao dncoguir na pega a condenaglo_ 0 eatveo, Sree Gur otenhe fo com as. amas propias do ceo: Shu (1) Alencar enimatisa, genercamente, a sociedade es ‘Boca, pelos males que a llgem’=™ Nos poderlamos cot fists ete Pensamento dizendo. que em 0 demdnio familar 0 | Bie prcetie, de Tato, mostrar sociedede, simboliada aa | fant’ de Eduardo, afigida pelos males provenintes de uma ‘ungao que cla mesma fou, as nfo aponta realmente neokum incio para alerar 0 watur quo (alforrias indviduais nfo sfo uma solueio). 1 . iqor da teie do contetdo_abolicionista dos textos de [Alencar € também Décio de Almeida Prado que atibul 0 aresvo {hewionament de Joagsim Nabueo, na polemica contra Alencar, Strate de vibragio Humaaitria, da santa indignacSo abolcior fist, que Nabuco parece sentir em O-demOnto familar, 180 ig, Oberon de Aroipe Hinlor. Rio de ae 2 cn tna, Fone de tare bras, So Pal, Di Boon, sos ManTEANO DE ALeNEAR (1899/1877) 43 ovane eu cnt cadanente anita Como 9 se con an Be So Mag Rep em ae om eto, mane com Jong de Alnor wo SN Naat sa emt es Feet Myo ges ge nom ao eat a a Bt Sie 4e_ sentir tm profundo pera, vendo que o teatro de um grande pals, cuja cvllzacto'¢ Proclamada, pelo dramaturgo excravagista ‘SSeS aoe ee cron, cme no see aad Se ee ico de Alida Pro, porkm, aime que “somadoas gute Pt, dominic far ests Sage Smee ete «coe ae eben sie oe alee as Porade que a cscravidio € a atmostera do seu teatro (J. A.), mas, ) Tee oes cme caacete desde Gras, at cs Peat juice on floes 7 Se es cher a testo sabes 0 fo de. J ‘de Alencé CC stot te Soe pas bao” eo okt do. qu apna tbe Goes natu tore wr enalaals oe peswaie ‘iz ff sino 187 ¢ Waa 3c om rambo de) oe rates da hse Go moeque Pico «da fama de quem eu sre, composn nbs ta, oo nls voy std, inden che densa im Cada e© cacy Jooe “sida de Foo s capi nue cesprs eos por Gunso Popes care de tam ben auto, panto ratang's mess do dts dete Cape por by de taat Soe eShalae a" puas ta ta 8 Eng ia ca NEM ndcagsd Se sua sds mas @' de preumiese se Mlescnte, na sO'pla sun dsgagdo ema Cano ‘trend Sno na trae ance Bl eae. SARS Een” aio Op, agin ota 6

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