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WAYLON B. MOORE CANDLE NYRI OMETODO . NEOTESTAMENTARIO PARA 0 CRESCIMENTO DAIGREJA 4? Edicao Tradugao de Adiel Almeida de Oliveira. A JUERP ‘Todos os direitos reservados. Copyright © 1995 da Junta de Educacdo Reli- giosa e Publicagdes da Convencdo Batista Brasileira. Direitos cedidos, mediante contrato, pela NavPress, Colorado Springs, USA. Copyright © 1981 by Waylon B. Moore Moore, Waylon B. M825m Multiplicando discipulos; o método neotestamen- tario para o crescimento da igreja/ Waylon B. Moore. Tradugdo de Adiel Almeida de Oliveira. 47 ed. Riode Janeiro: JUERP, 1995. 135p.20,5em. Titulo Original: Multiplying Disciples: The New ‘Testament Method for Church Growth. 1. Igreja — Evangelizagao. 2. Evangelizagaio — Igreja — Novo Testamento. 3. Igreja — Crescimento. I. Titulo. CDD — 248.5 Coordenacao Editorial Jcsemar de Souza Pinto Edigao de Arte Nilcéa Pinheiro Capas Concepeao do original em Inglés Execucdo do SDA. Cédigo para pedidos: 235019 Junta de Educacdo Religiosa e Publicacdes da Convencao Batista Brasileira Caixa Postal 320 — CEP: 20001-970 Rua Silva Vale, 781 — Cavalcanti — CEP: 21370-360 Rio de Janeiro, RJ — Brasil 3.000/1995 Impresso em graficas préprias. Apresentacao Alguns anos atras, eu estava em uma grande igreja dos Estados Unidos, para realizar uma série de reunides. Aquela nao era uma igreja comum. O aconselhamento realizado em seguida, com os novos convertidos, foi o mais minucioso que eu ja vira. Uma classe formada para os novos membros foi a mais eficiente que eu j4 encontrara. Acima de tudo, havia um grupo de leigos que estavam equipados como competentes Iideres espirituais. Esses homens assumiram a principal tarefa de equipar os outros. O pastor daquela igreja era o autor deste livro: Waylon Moore. Waylon é um dos pioneiros do moderno movimento de discipulado, que dé uma énfase total ao “‘seguimento”’ (*) e ao treinamento minucioso, feito um-a-um, dos lideres espiri- tuais. Este livro expressa o espirito do autor, que tem levado a visio da multiplicagéo de discipulos nao s6 aos Estados Unidos, mas também a muitos outros paises do mundo. Talvez a mais forte caracteristica de Multiplicando Discipu- _ los seja a sua evidente base biblica. Como era de se esperar, um livro baseado biblicamente a respeito deste assunto deve ter uma mistura de evangelizacao com discipulado, nas devidas proporgoes. Este livro magnifica ambos. O autor escreve: “Quando a igreja exala discipulos, inala convertidos.”’ Para Waylon, o alvo de discipular é 0 desenvolvimento de um grupo dedicado de crentes que penetrarao com eficiéncia em (*) Traduziremos como “‘seguimento’’ a expressao inglesa “follow-up’’, que significa a assisténcia dada ao novo convertido durante o tempo em que ele esta se arraigando na fé. um mundo perdido. Este livro também liga fortemente o ministério de fazer discfpulos com a igreja local. Os livros a respeito de discipulado precisam ser escritos por pessoas que estejam praticando o que escrevem. Este explén- dido livro é escrito por um homem que por muitos anos tem posto em pratica 0 que escreveu. O seu objetivo é criar visdo e ago na vida do leitor, para com os ministérios de evangelis- mo, ‘‘seguimento”’ e treinamento de lideres. Este livro sera uma ferramenta extremamente util para qualquer pessoa que esteja comprometida a obedecer plenamente a Grande Comis- sao. Roy J. Fish Professor de Evangelizagaéo Seminario Teolégico Batista do Sudoeste dos Estados Unidos Fort Worth, Texas, Estados Unidos Prefacio Um novo sopro do Espirito esta operando nos coragées, através da América do Norte e em muitas nacées ao redor do mundo. Novos padres de ministério estao sendo tentados, com crescente sucesso. Nunca, na hist6ria da igreja, mais pessoas professaram a sua fé em Cristo do que neste século. Todavia, a qualidade de vida espiritual na igreja local é, infelizmente, ainda questionavel, em uma época quando milhdes anseiam por experimentar a plenitude da vida em Cristo. Na sociedade contemporanea, o supremo valor do indivi- duo tem sido redescoberto politica e socialmente. Os grupos de minoria tém conseguido novas liberdades. Os lideres eclesidsticos, por toda parte, esto comecando a perceber 0 vasto potencial que existe na abordagem feita a pequenos grupos, e especialmente no discipulado um-a-um, para conseguir uma multiplicacao espiritual efetiva. Trés desafios se colocam diante dos que tém 0 corag&o voltado para a evangelizaco e o crescimento da igreja. Primeiro: precisa haver uma dedicagao radical 4 validagao da experiéncia da conversio, através do aconselhamento de todos os novos membros que entram na igreja local. E demasiado o ntimero de individuos sem vida espiritual estuante, que estao enchendo os bancos das igrejas, para assisiir (apenas), 0 que tristemente se tornou uma espécie de culto memorial pés-cristao. Segundo: precisa haver uma renovada dedicagéo a um seguimento responsavel e a integragdo de todos os novos membros em uma comunhio viva dentro da igreja local. E essencial que esses novos membros recebam o tipo de ajuda que os leve a desfrutar pessoalmente de habitos regulares de “hora tranqiiila’’, estudo biblico e testemunho de sua fé. Terceiro: cada igreja precisa dedicar-se a um treinamento responsavel e de longo alcance, dos seus lideres, através dos ministérios de discipulado, para produzir multiplicadores espirituais capazes de edificar outros ‘‘trabalhadores para a seara . Missionarios veteranos de trés continentes me disseram: “Estamos atrasados vinte a quarenta anos, quanto ao treinamento de lideres. Nao somos capazes de nos manter & altura da atual explosio de novos crentes. Os lideres que poderac instruir esses grupos de novos crentes simplesmente nao podem ser produzidos de maneira suficientemente rapida, através dos métodos usados atualmente, em nossos semin4rios e institutos biblicos.”” Se um pastor, ou missionario, comegar um ministério individual, um-a-um, com um ou dois discipulos, todavia, o processo de multiplicacao podera ter lugar bem rapidamente. Infelizmente, a maioria das abordagens, quanto ao treina- mento em uso hoje em dia, gira em torno da sala de aulas, do grupo ou da congregacao. Equilibrar estas classes maiores de treinamento com algum tempo que se dedique ao contato um-a-um é algo extremamente necessario. Discipular os outros é nada menos do que o investimento de uma vida inteira: ‘‘dar a vida pelos irmaos”’ (I Joao 3:16). Simplesmente nao pode ser acondicionado a uma sesséo um-a-um de duas horas, durante a semana. No meu primeiro livro, New Testament Follow-up, com- partilhei alguns conceitos biblicos praticos e provados, para dar inicio a aconselhamento e “‘seguimento”’ na igreja local. Este livro trata de como estabelecer um treinamento de lideres de longo alcance, de forma a produzir multiplicadores 6 cuidadosamente discipulados, capazes de edificar ainda outros “‘trabalhadores para a seara’’. Ver os prinefpios de multiplicagao espiritual aplicados em algumas igrejas ajudou-me e encorajou-me a partilhar esses principios com um auditério maior. Trés principios estao no cerne da multiplicagao : intercessao junto a Deus por outro discipulo, ajuda para que ele cresga até o seu_pleno potencial em Cristo e estar sempre disponivel para ele. Nada do que fiz em trinta anos de ministério se compara com a eficiéncia deste tipo de dedicagdo pessoal para ajudar outra pessoa a se tornar o melhor que ela pode ser em Cristo. Permitam-me recomendar este livro para os que desejam multiplicar discipulos em sua igreja local. Waylon B. Moore Tampa, Florida, Estados Unidos Agradecimentos Meus especiais agradecimentos a minha esposa, Clemmie, que jamais cessou de me encorajar; a Avery € Steve, que creram; e aos amigos que permaneceram conosco fielmente, através dos anos. Também agradeco a Monte Unger, sua habil cooperacéo, e a David Tucker, que me ajudou a expressar de forma mais clara as minhas idéias. As fontes das citagdes encontradas no inicio dos capitulos sao: pagina 15 — Goforth of China pagina 21 — The Quotable Billy Graham pagina 53 — The Incredible Christian pagina 59 — A New Heaven pagina 77 — Choosing and Changing pagina 95 — Master Plan of Evangelism 10 Sumario Apresentacao 3 Prefacio 5 Agradecimentos 9 Parte I O DESAFIO: ALCANCAR O MUNDO 1, Vocé Pode Multiplicar-se Através de Outros 15 Parte II O METODO: MULTIPLICANDO DISCIPULOS 2. O Significado do Discipulado 21 3. Por Que Edificar Discipulos? 27 4, Exemplos Biblicos de Multiplicagao Espiritual 37 5. Onde Comega 0 Fazer Discipulos 43 Parte III O PROCESSO: COMO EDIFICAR DISCIPULOS MULTI- PLICADORES 6. Qualidades Espirituais do Fazedor de Discipulos Multi- plicador 53 7. Tenha um Coragcio de Servo 59 8. Presenca com 0 Discipulo 69 9. Tenha um Coracio de Pai 77 10. Determine o Ritmo 95 Parte IV A PRATICA: DE INICIO AGORA 11. Selecionando Lideres Multiplicadores Potenciais 107 12. Comece na Sua Igreja Hoje 115 13. Qualquer Pessoa Pode Se Multiplicar 125 il PARTEI O DESAFIO: ALCANCAR O MUNDO 1 Vocé Pode Multiplicar-se Através de Outros Todos os gigantes de Deus foram homens fracos que fize- ram grandes coisas para Deus, porque se estribaram no fato de Deus estar com eles. — Hudson Taylor VOCE PODE COMECAR a se multiplicar espiritualmente hoje, e comecar um processo dindmico que alcance além de sua geracao, que chegue até o proximo século. Esta pode ser a sua parte em levar a cabo a Grande Comissao de Cristo, de ir atodo o mundo e fazer discipulos (veja Mat. 28:18-20). Afinal de contas, é isto que é este livro: multiplicagdo espiritual atra- vés do processo de fazer discipulos, com o objetivo final de alcangar 0 mundo para Cristo. Isto é algo que qualquer pessoa pode fazer, em qualquer lugar, mas o melhor lugar para comegar é a sua igreja local. Considere o exemplo de um professor de Escola Biblica Dominical do século XIX, chamado Edward Kimball, que comegou a fazer discipulos em sua classe, Os resultados sao 15 patentes aos nossos olhos até hoje, em 1983. De fato, pode ser até que vocé seja um resultado direto da multiplicagio espiritual de Kimball. Edward Kimball comprometeu-se a alcangar cada jovem perdido em sua classe de Escola Biblica Dominical. Tinha ele um grande senso de responsabilidade, especialmente por um rapaz acaipirado, recém-chegado da roca, que havia comeg¢a- do a trabalhar em uma loja de calgados das redondezas. Um dia Kimball foi 4 loja e, numa saleta dos fundos, persuadiu o rapaz a aceitar Cristo como seu Salvador pessoal. Quando estava descrevendo esse jovem, Kimball disse: “*Tenho visto poucas pessoas cujas mentes fossem espiritual- mente mais obscuras do que quando ele entrou na minha classe de Escola Biblica Dominical, ou alguém que parecesse mais improvavel tornar-se um crente de opinides claramente decididas, quanto menos com condicées de preencher qual- quer esfera de utilidade publica extensa.”! Mas o jovem, Dwight L. Moody, chegou a tornar-se conhecido como o pioneiro das modernas técnicas de evangelizagaio em massa e como pregador ungido pelo Espirito, cuja mensagem tocou milhdes de pessoas na América do Norte e na Europa. Na verdade, foi durante as campanhas de Moody, na Inglaterra, que a cadeia de multiplicagio espiritual ensinada por Kimball foi poderosamente posta em pratica. Mais de um pastor inglés rejeitou a abordagem fervorosa do visitante, a respeito de evangelizacao. Um deles, o Rev. F. B. Meyer, nao sentiu-se, de forma alguma, impressionado com a crueza do evangelista iletrado e 4spero. Contudo, até o seu coragao se derreteu quando ele ouviu duas senhoras, que eram ambas professoras de Escola Biblica Dominical.em sua propria igreja, contarem como haviam sido influenciadas pela dedica- ao de Moody em ganhar para Cristo todos os membros da classe de Escola Biblica Dominical que ele dirigia. Essas duas senhoras, por seu turno, vieram a alcangar todos os membros de suas classes. Avivado pelo Espirito 16 Santo, através da dedicagao dessas mulheres, Meyer juntou-se As reunides evangelisticas de Moody com entusiasmo, de todo o coragao. Mais tarde, Moody convidou Meyer para ir aos Estados Unidos. Entre os que foram alcangados pelo ministério de Meyer, de ensino da Biblia, estava um esforcado pregador jovem, chamado J. Wilber Chapman, cuja maneira de agir foi transformada de tal maneira que ele também passou a dedicar-se a um ministério evangelistico. Embora ele tenha sido usado por Deus, através de todo o mundo, para levar pessoas a Cristo, foi o proprio diretor de promocoes da cruzada de Chapman, ex-escriturario da Associagao Crista de Mogos, quem deveria levar avante a cadeia de multiplicagéo de Kimball. O seu nome era Billy Sunday. Sunday pregou através de toda a América do Norte, com resultados espetaculares. A sua campanha em Charlotte, Carolina do Norte, nos Estados Unidos, produziu alguns convertidos, que organizaram um grupo de oragao, que manteve reunides por anos a fio, orando para que Deus continuasse 0 ministério de evangelizacao através do povo de Charlotte. Esse grupo de homens de oragio foi levado pelo Espirito Santo a planejar uma campanha que alcangasse toda a cidade. Convidaram Mordecai Ham, o evangelista “‘cow- boy’’, para ser o orador. Durante uma das reuniées, alguns adolescentes estavam entre os que foram alcangados para Cristo. Um deles era um rapaz chamado Billy Graham. S6 o céu revelaraé o nimero real de pessoas alcancadas através da cadeia de discipulos multiplicadores, como resul- tado dos humildes esforcos de Edward Kimball, em sua igreja local, no século XIX. Cristo nos chama para sermos discipulos que se multipli- quem espiritualmente. A multiplicacao deve ser resultado de uma aplicacao consciente de principios biblicos, e nado apenas 17 coincidéncia. Seja vocé leigo, pastor ou outro obreiro cristao, este livro foi escrito para ajudé-lo a se multiplicar por muitas geragoes futuras, ao fazer discipulos. Este ministério perduraré através de toda a eternidade, se vocé investir na vida de individuos que, por seu turno, se disponham a alcangar outros... que alcangarao outros... que alcancarao outros. Vocé pode comecar essa cadeia ilimitada em sua igreja hoje! PERGUNTAS PARA ESTUDO E DISCUSSAO 1. Com que freqiiéncia vocé vé outras pessoas sendo influenciadas a se entregarem a Cristo como resultado de um plano cuidadosamente elaborado? Discuta alguns exemplos de multiplicacgéo espiritual encontrados em sua propria experiéncia, observagdo ou leitura. NOTAS 1. A. P. Fitt, The Life of D. L. Moody (Chicago: Moody Press, n. d.), p. 23. 18 Parte II OMETODO: MULTIPLICANDO DISCIPULOS 2 0 Significado do Discipulado A salvacdo é de graca, mas o discipulado custa tudo o que temos. — Billy Graham DISCIPULO ERA A PALAVRA favorita de Cristo para aqueles cuja vida estava ligada entranhadamente com a dele. A palavra grega traduzida como ‘‘discipulo”’, mathetés, é usada 269 vezes nos Evangelhos e em Atos. Significa pessoa “ensinada”’ ou “‘treinada’’. No Evangelho de Joao, Jesus define a palavra discipulo de trés maneiras: Primeiro: Discipulo é um crente que esta envolvido com a palavra de Deus de maneira continua. ‘‘Dizia, pois, Jesus aos judeus que nele creram: Se vés permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sois meus discipulos”’ (Joao 8:31). A Biblia 6 muito mais do que um mero livro; é um guia 21 confiavel para a vida didria. A continua aplicagio da Escritura resulta em aprendizado das verdades que, de acordo com Jesus, libertam a pessoa (veja Joao 8:32). Segundo: Discipulo é alguém que dé a sua vida pelos outros. ‘‘Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei a vos, que também vés vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerao todos que sois meus discipulos, se tiverdes amor uns aos outros” (Joao 13:34,35). Mas que qualidade de amor é essa? E muito mais do que simplesmente fazer algumas boas agdes. Em Joao 15:13, Jesus diz: ‘‘Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.”’ Isto empresta ao amor um significado ainda mais profundo: o discipulo ama o suficiente para se tornar impopular, para se tornar mal-entendido, para ficar sozinho, para sofrer. O amor é incondicional. Jesus cativou o coracao dos seus discipulos com o seu amor incondicional. O seu amor sempre procurava fazer o que era melhor para as pessoas que ele estava treinando. Para amar os nossos irm&os, precisamos sacrificar-nos para satisfazer as mais profundas necessidades deles. Como escreveu Joao, 0 discipulo amado: ‘‘Nisto conhecemos 0 amor: que Cristo deu a sua vida por nés; e nos devemos dar a vida pelos irmaos”’ (I Joao 3:16). Jesus define discipulado, em parte, como amor pelos outros crentes. Os homens podem ver Cristo em nossas vidas tao-somente quando nos véem amando uns aos outros. Mas este é um amor incomum. ‘“‘Dando a nossa vida’’ pelos outros, morremos para certas coisas. Abrimos mo de certos direitos. Pode ser que precisemos sacrificar dinheiro, tempo e possessdes, a fim de melhor amar os outros. Isto é possivel em nossas igrejas, hoje em dia, quando ‘‘o amor de Deus est derramado em nossos coragées pelo Espirito Santo’’ (Roma- nos 5:5). Terceiro: Discipulo é alguém que permanece diariamente em uma unido frutifera com Cristo. Jesus disse: 22 “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vs; como a vara de si mesma nao pode dar fruto, se nfio permanecer na videira, assim também vés, se nao permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vés sois as varas. Quem permanece em mim e eu nele, esse dé muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Joao 15:4,5; 0 grifo é meu). A palavra fruto é usada de varias maneiras na Escritura. Esta passagem parece ilustrar mais o fruto da nossa uniio com Cristo do que o fruto do Espirito, como é explicado em Galatas 5:22,23. Isto é discutido em maior profundidade em Joao 15:8: “Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discipulos.”” Desta forma, os discipulos de Cristo sao as pessoas que produzem o frute que resulta de se permanecer em unido com ele. A oragio de Cristo pelos discipulos, registrada em Joao 17, demonstra que os frutos mencionados em Jo3o 15 sio pessoas: ‘“E rogo nao somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hao de crer em mim” (Jodo 17:20). Em seus ensinamentos, Jesus enfatizou um fruto que permanega: ‘“Vés néio me escolhestes a mim, mas en vos escolhi a vés, e vos designei, para que vades e deis fruto, e 0 vosso fruto permanega, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda”” (Joao 15:16). A nossa uniaio com Cristo torna possfvel uma vida através de que os outros possam ser salvos. Quando uma arvore est tao cheia de seiva que nao pode mais conté-la, o resultado é fruto! Quando um cristo esté cheio de Cristo, os outros 0 véem, € ouvem a respeito dele, e entZo sdo renascidos espiritualmente no reino de Deus. Desta forma, novos crentes sio um fruto do verdadeiro discipulado. Se ficar meramente sentada quietinha, a pessoa pode ter o fruto interno do Espirito, mas Jesus diz que devemos “‘ir e dar fruto’’. “Na verdade, a seara é grande, mas os trabalhadores sio poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalha- 23 dores para a sua seara’’ (Mat. 9:37,38). O mundo precisa desesperadamente de trabalhadores (discipulos), homens e ‘mulheres que estejam permanecendo em Cristo, obedecendo e aplicando diariamente as Escrituras, evangelizando os perdi- dos eficientemente, ¢ se desdobrando em amor semelhante ao de Cristo, para com os seus irmios e irmis na igreja. Desta fotma, podemos ajudar a alcangar 0 mundo — esse campo grande e maduro para a colheita! CONDICOES DO DISCIPULADO Jesus, em Lucas 14, elabora mais minuciosamente o conceito de discipulado, e apresenta algumas condigdes praticas para aqueles que desejam segui-lo. Em Lucas 14:26, ele fala de o amarmos mais do que o pai, mae ou familia. Ele também iguala o discipulado com um amor sem rivais por ele, até acima da propria vida. ‘‘Quem nfo leva a sua cruz e nao me segue, nao pode ser meu discipulo”’ (Luc. 14:27). Vocé quer ser discfpulo dele? Entao, deve carregar a cruz. Este é 0 instrumento de morte para o eu, que devemos carregar diariamente. O verdadeiro discipulado reclama uma atitude de dedicag&o 4 vontade revelada de Deus — vontade que considera todas as coisas que se colocam em nosso caminho como algo enviado por suas m&os. Ao invés de nos apegarmos firmemente as coisas terrenas, devemos estar dispostos a abrir m&o delas (levar a cruz), por causa dele. Paulo, um missionario que centralizava-se em Cristo, entendia que tem que haver uma dedicagio a Jesus, pois ele comprou o direito de ser nosso Senhor mediante o seu proprio sangue: ‘‘E ele morreu por todos, para que 0s que vivem nfo vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou”’ (II Cor. 5:15). Cristo deve ter proeminéncia em nossa vida’e ent nosso ministério. A. W. Tozer disse que ha trés caracteristicas da pessoa crucificada com Cristo: ‘Ela nio tem planos préprios, olha apenas.em uma direciio e nao se deixa vencer.’”! 24 Se queremos gozar de um relacionamento emocionante e vivo com Cristo, diariamente, precisamos estar dispostos a pagar o prego; requer-se disciplina pessoal. Pode haver solidao. Pode haver falta de popularidade, quando progredi- mos da morte de nossos sonhos e planos para a gloriosa ressurreicéo de viver através da vida dele em nds. Muitos crentes avangam para o alvo de levar a cruz em sua identificagdo com Cristo, mas desistem logo. ‘‘Demas me abandonou, tendo amado o mundo presente”’ (II Tim. 4:10), escreveu Paulo a respeito de um discipulo que comegara a jornada, porém desistira cedo demais. Cristo insiste em que ele precisa ser 0 foco exclusivo de nossa vida. ‘‘Assim, pois, todo aquele dentre vés que nao renuncia a tudo quanto possui, nao pode ser meu discipulo” (Luc. 14:33). Fazer uma entrega irrevogavel a Cristo como Senhor é essencial para o discipulado biblico, mas nao é suficiente. Essa entrega precisa ser renovada todos 0s dias. Reavalie o seu caminhar com Cristo, 4 luz dessas definigdes biblicas de discipulado, pois vocé mesmo precisa primeiro ser um discfpulo, antes de poder discipular outros. PERGUNTAS PARA ESTUDO E DISCUSSAO 1. Expresse, em suas préprias palavras, as trés definigdes de um discipulo apresentadas por Jesus no Evangelho de Joao. 2. Como pode vocé resumir a énfase que Jesus d4 em Lucas 14:26-34, a respeito do discipulado com rendigao total? 3. Cite algumas das qualidades que vocé acha que devem caracterizar um moderno discipulo de Cristo. 4. Discuta a relag&o de seguir a Cristo, em Lucas 14, com a recuperacdo das coisas perdidas, em Lucas 15. 5. Discuta o conceito de que ‘‘cada salvo é um discipulo de Cristo’? em relac&o a definigdo de discipulo de Cristo 25 (“‘aquele que satisfaz as qualificagdes biblicas esbogadas nos Evangelhos’’). NOTAS: 1. A. W. Tozer, de uma palestra feita na Christian Missionary Alliance Church, Chicago, Illinois, 1957. 3 Por Que Edificar Discipulos? Vocé despenderia 0 mesmo tempo, para se preparar a fim de satisfazer as necessidades de uma pessoa, que usaria pa- ra se preparar a fim de pregar um serméo para cinco mil pes- soas? Quanto vocé cré no po- tencial de uma pessoa? — K. Bruce Miller HA PELO MENOS trés importantes precedentes biblicos para se edificar discfpulos: 0 uso do discipulado no Velho Testamento e os ministérios publico e privado de Jesus. O DISCIPULADO DO VELHO TESTAMENTO O conceito de compartilhar com outrem o que Deus esta compartilhando com vocé tem séculos de idade. Moisés abriu o seu coragaéo e a sua vida para Josué. Mas a idéia de compartilhamento nao era natural para Moisés. Deus estabe- leceu um padrao de instrucio, quando ordenou a Moisés que compartilhasse a sua vida com Josué, em Deuterondmio 3:28: ‘Mas da ordens a Josué, anima-o e fortalece-o, porque ele passar4 adiante deste povo.” 27 Moisés devia ministrar ao seu aprendiz, Josué, tudo o que Deus lhe estava ensinando. Isto significou a dedicagao de muito tempo a Josué, em que ele aprendeu por observacio e conversa pessoal. Moisés, o servo de Deus, tornou-se um canal humano para levar Josué a ser um servo de Deus. Por que precisou Deus ordenar a Moisés que se afastasse do padrao de ministracao a milhares, para tocar apenas uma s6 vida? Porque a tendéncia natural do homem é ver as necessidades de muitos em massa, em vez de ver o potencial de uma s6 vida rendida A completa vontade de Deus. Como disse certa vez Sam Shoemaker: ‘‘Os homens nao sao lavrados por atacado, da massa medfocre, mas um por um.””! Elias também tinha discfpulos, em uma escola para jovens profetas. Através desse pugilo de homens, Deus iria traba- lhar, para acarretar reavivamento ou julgamento a Israel. Entre eles estava Eliseu, jovem que tinha um coragaio como o de Elias. Surpreendentemente, Eliseu pediu de Elias porgao dobrada do poder que este recebera de Deus. Ele vira os milagres e o poder de Deus manifestados através do brago forte de Elias. Através de disciplina e de participagao na visao, Eliseu aprendera a pedir coisas ousadas de Deus. Ha outros exemplos veterotestamentarios de uma pessoa investindo a sua vida na vida de outrem: Davi e seus valentes; a forma como os patriarcas treinaram os seus filhos; e as ordens concretas aos pais para ensinarem os seus filhos, que, por seu turno, ensinarao os seus (veja Deut. 4:9 e 6:6,7). Esta €nfase. no relacionamento entre mestre-e-aluno‘langou o alicerce para o ministério de discipulado em o Novo Testa- mento. O MINISTERIO PUBLICO DE JEsuS Jesus teve um amplo ministério pdblico, abrangendo quatro abordagens basicas: 28 Ele pregou. As multidées ouviram falar do reino, do julgamento da hipocrisia religiosa e da natureza de Deus, através da pregaciao de Jesus. Ele propiciou nova revelagaio a conceitos veterotestamentarios que estavam enterrados na tradic&o. Ele revelou a verdade final, além do legalismo. ‘‘E a grande multidao o ouvia com prazer’’ (Mar. 12:37), enquanto ele pregava com amor e autoridade. Ele ensinou. Ele ensinou como homem nenhum jamais ensinara — 4 multiddo em um monte com vistas para o Mar da Galiléia, a grupos em aldeias, a individuos na privacidade dos seus lares, aos curiosos.e aos que com ele se tinham comprometido. Ele revelou a verdade em sua pureza crua, através de parabolas que iluminavam as realidades da vida. Nao é surpresa que ele usou todos os dez métodos de ensino catalogados pelos eruditos modernos.” Ele curou. Ninguém jamais saiu da presenga de Jesus ainda carecendo de satde. Em certa ocasiao, muitas pessoas se reuniram ao redor dele, ‘‘e toda a multidao procurava tovar-lhe; porque saia dele poder que curava a todos”’ (Luc. 6:19). Um mundo sem hospitais nem previdéncia social encontrou o Grande Médico, e porfiou por nunca deix4-lo ir-se. Ele realizou milagres. As multidées o rodeavam, e seguiam, enquanto o Mestre curava os leprosos, dava vista aos cegos, alimentava as multiddes e ressuscitava os mortos. Os seus discipulos ficaram aténitos quando ele acalmou a tempestade. Na bonanga que se seguiu, eles viram Jesus andando sobre as Aguas, atravessando o nevoeiro, e vindo na diregaio do barco deles. Historicamente, a igreja cristi tem abracado cada um desses aspectos do ministério pablico de Cristo, mas freqiien- temente ela tem-se esquecido dos exemplos dados por Cristo em seu ministério privado. 29 O MINISTERIO PRIVADO DE JESUS Jesus também teve um estratégico ministério privado, que era tao simples que tem sido passado despercebido como principio de missao eclesiastica. A dedicagao coercitiva de Cristo era edificar discipulos que multiplicassem a mensagem de sua vida, morte e ressurreic¢&o por todas as nacées. Disse ele: “Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto ide, fazei discfpulos de todas as nagdes, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espirito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado”’ (Mat. 28:18-20). Se quisermos copiar todo 0 ministério de Jesus, a igreja precisa se estender tanto em evangelizagio quanto no estabelecimento dos convertidos. Enquanto os convertidos crescem, eles também podem ser ensinados como equipar e treinar outros crentes, que, por seu turno, alcancem outros através do processo de multiplicagio espiritual. Ganhar almas nfo é fazer discipulos; mas ganhar almas é importantissimo, se os discipulos visam se tornar aptos a se reproduzirem na vida dos outros. Evangelizacao é 0 primeiro ele da cadeia de multiplicacao espiritual. As igrejas que tém dado uma énfase exagerada a batismos e programas ou tém uma preocupagao indevida com a “‘quali- dade de membros”’ precisam reconsiderar a ordem de Cristo para fazer discipulos. Salvar almas e edificar discipulos sao duas coisas inseparavelmente ligadas na Biblia. FAZER DISCIPULOS E UM METODO EXEQUIVEL Ao recapitular a minha motivagao para discipular os outros, lembro-me de como alguém cuidou de mim, e como esse cuidado amoroso e o subseqiiente fluxo, para a minha 30 vida, do que essa pessoa havia aprendido de Deus, mudou a minha vida. Fazer disefpulos nao tem grau de prestigio, nem categoria denominacional; mas os resultados séo sempre melhores do que qualquer coisa que experimentei em trinta anos de trabalho com 0 povo. Ha varias razées para isso, Discipular é uma das maneiras mais estratégicas para se ter um ministério pessoal ilimitado. Isso pode ser feito em qualquer tempo, por qualquer pessoa, em qualquer lugar e entre qualquer grupo etario. Discipular é 0 mais flexivel dos ministérios. Visto que n&o precisa ser executado dentro de qualquer esquema cronolégi- co ou estrutura organizacional, o fazedor de discipulos pode ser extremamente flexivel. Discipular é a maneira mais rdpida e mais segura de mobilizar todo o corpo de Cristo para evangelizar. O alvo de discipular nao é apenas conseguir mais discipulos, porque um clube composto de almas salvas logo morreraé sem uma eficiente penetracao no mundo perdido. Uma das formas mais rapidas de aumentar o niimere de batismos e aprofundar a qualidade de vida dos que sao alcangados para Cristo é 0 discipulado. Fazer discipulos de todas as nagées torna-se tanto um resultado da evangelizagio quanto uma forma de realizar a evangelizacao do mundo. Discipular tem um potencial de mais longo alcance para produzir frutos do gue qualquer outro ministério. O Senhor deseja que sejamos arraigados e edificados nele, e estabeleci- dos na fé (veja Col. 2:7). Isto exige tempo e interesse. Interesse pelo povo é o componente essencial. O seguimento é feito por alguém, e nao por algo, Discipular propicia & igreja local maduros lideres leigos centralizados em Cristo e orientados para a Palavra. Os “‘esquentadores de bancos”’ so muitos; os trabalhadores sao poucos. Os trabalhadores so produto de discipulado feito na igreja e orientado pelo Espirito. A edificagdo na vida de outros é 0 plano de Deus para o levantamento de novos diaconos, < 31 professores e outros Videres da igreja. O apelo do comité designador por obreiros se tornaraé um brado de louvor a Deus, quando os membros da igreja forem discipulos multi- plicadores semelhantes a Cristo. O CICLO DE LIDERANCA Como acabamos de ver, edificar discipulos € 0 que desenvolve os futuros lideres da igreja. Como, portanto, podemos acelerar o treinamento de lideranga de forma a estar preparados para o futuro? O evangelismo é 0 meio para se fazer convertidos, e 0 campo de treinamento para discipulos em desenvolvimento. Quando a igreja exala discipulos, inala convertidos; desta forma, ela cresce. O discipulado é a forma mais rapida de multiplicar lideres que apressarao tanto a evangelizacio quanto o discipulado. A ilustragao do ‘‘Ciclo de Lideranga’”’ na igreja local (veja a Figura A, na pagina 33) pode ajuda-lo a entender a multiplicagdo de lideres. Esta figura nao tem o objetivo de ser uma simples colocagio de etiquetas nas pessoas, na igreja, mas uma representagado dos niveis de crescimento dentro da igreja. Através do seguimento, o novo convertido é amado, alimentado, protegido e treinado (veja o Capitulo 5). Ele torna-se um discipulo, um seguidor de Cristo em crescimento. A medida que o discipulo recebe treinamento individual (por um discipulo mais maduro), ele se torna capaz de multiplicar- se. Um multiplicador tem treinado um ou mais discipulos, que alcangaram outras pessoas. Um edificador de multiplicadores treina outros multiplicadores. O processo de discipulado é representado pelas setas que se dirigem para baixo — enquanto cada lider desenvolve discipulos em crescimento. 0 ciclo é completado e comega de novo quando cada converso cresce até o seu pleno potencial, 4 32 O CICLO DE LIDERANCA ©S EDIFICADORE: E MULTIPLICADORES TREINAM pelo Principio “Com-Ele” Lf — Marcos 344 OQ OS MULTIPLICADORES EQUIPAM por Homem-a-Homem Efesios 4:11-16 OS DISCIPULOS ESTABELECEM por Seguimento Colossenses 2:6,7 OS NOVOS CONVERTIDOS EVANGELIZAM pelo Testemunho Sy ee O Corpo de Cristo Edifica Dentro Figura A 33 semelhanca de Cristo, fato representado pelas setas que apontam para o edificador. As setas que apontam para o mundo perdido representam a evangelizagao realizada pela igreja, isto é, por todos os convertidos cheios do Espirito, discipulos, multiplicadores e edificadores. Este ciclo de lideranga é um conceito visual de crescimento da igreja, através do treinamento recebido para a tarefa e do ato de se estender para os que nao sao salvos. Através de um ministério pessoal, os multiplicadores (a primeira geracio) aconselham, encorajam e adestram os discipulos (segunda geracao). Em poucas semanas ou meses, Deus desenvolve uma equipe de testemunhas. Eles visitam amigos, parentes, vizinhos ou colegas de trabalho, e algumas pessoas nascem de novo. Quando esses discipulos da segunda geragao tiverem ganho novos conversos (terceira geragaio), a multiplicacao comecou. PERGUNTAS PARA ESTUDO E DISCUSSAO 1. Em relacao ao ministério de sua igreja, discuta a maneira pela qual Cristo se concentrou em quatro abordagens basi- cas para ministrar. 2. Asua igreja fez uma decisao de imitar 0 ministério privado de discipulado exercido por Jesus? O que sugere vocé para uma unido mais forte entre os ministérios publico e privado em sua igreja. 3. Que lugar tém a Escola Biblica Dominical e os ministérios de treinamento da igreja e da mocidade, no ministério privado de discipulado? Que pontos fortes e fracos sao visiveis na maneira de realizar os ministérios ptiblico e privado usados através da Bibli: 4. Como pode vocé tomar uma decisao de praticar o discipula- do que se modela no ministério privado de Jesus? 5. Que razées para discipular outra pessoa sao mais impor- tantes para vocé? 34 6. Discuta algumas das outras vantagens do discipulado. 7. Discuta o ‘Ciclo de Lideranga’”’ do ponto de vista da sua igreja: a) Quantos, em sua igreja, sao novos convertidos, discipu- los, multiplicadores e edificadores de multiplicadores? b) Por que a evangelizacao é essencial em cada parte do ciclo? 8. Como vocé pode iniciar um ministério de discipulado em sua igreja, ou fortalecer a énfase atual em treinamento de discipulado? NOTAS 1. Sam Shoemaker, Revive Thy Church Beginning with Me (New York: Harper Brothers, 1948), p. 112. 2. F.H. Roberts, Master’s Thesis, Dallas Seminary, 1955. p. iii-iv. 35 4 Exemplos Biblicos de Multiplicacao Espiritual Ora, quem despreza o dia das coisas pequenas? — (Zacarias 4:10) E DIFICIL identificarmo-nos com os gigantes edificadores de multiplicadores como Paulo e Pedro. Poucos de nds exercerao téo grande autoridade e poder espiritual como Paulo. Ainda mais, poucos pregarao como Pedro, e verao trés mil salvos em um s6 culto. Mas nao poderemos deixar que isso nos desencoraje, pois ha homens e mulheres da Biblia com quem podemos nos identificar em nosso afa pessoal de fazer discipulos. ANDRE Nos Evangelhos, André estava sempre trazendo pessoas para Jesus. Ele levou o seu irmao, Simfo (veja Joao 1:40-42); 37 este Simo se tornou Pedro, o gigante da fé. André encontrou o menino cujo lanche Jesus multiplicou para alimentar cinco mil pessoas (veja Joao 6:8,9). E quando os gregos disseram: “Senhor, queriamos ver a Jesus’’ (Joao 12:21), André sabia aonde os levar. Contudo, foi ao alcangar o seu irmao Pedro, que o ministé- rio de André se estendeu até os nossos dias. No Pentecostes, Pedro evangelizou milhares de judeus, que confiaram em Cristo (veja At. 2). Os que se converteram em Jerusalém mais tarde sairam de 14 por causa da persegui¢ao (veja At. 81-4) e viajaram para a Antioquia (veja At. 11:19), ond& outros judeus se converteram através da evangelizagiio pes: ‘oal deles. Quando Pedro cresceu em graca, depois da ressurreigao, Deus Ihe deu poder para abrir a porta para a conversao dos gentios, quando Cornélio e sua familia creram (veja At. 10). Isto é multiplicag&o; desde André, a Pedro, aos milhares convertidos em Jerusalém e a primeira igreja missionaria em Antioquia. André realizou a sua pregacao através de evange- lizag&o pessoal; ele levou pessoas a Jesus uma por uma. Ao levar o seu irm&o Pedro a Cristo, André participou das recompensas de tudo o que Sim&o Pedro mais tarde realizou para o reino de Deus. E desta forma que vocé pode expandir 0 seu ministério ao redor do mundo, alcangando apenas uma outra pessoa que possa se multiplicar poderosamente. JoAo O apéstolo Joao treinou homens: as suas trés epistolas, dirigidas a lideres eclesidsticos, revelam a sua continua responsabilidade como pai espiritual. A histéria da igreja registra que Joao ganhou e treinou uma testemunha dinami- ca, chamada Policarpo, que, por seu turno, alcancou e discipulou Irineu, que se tornou um pastor. Esses homens deram.as suas vidas durante as perseguigdes do segundo 38 século. Contudo, através da multiplicagaio, o seu ministério continuou a viver. BARNABE Em Atos 4, encontramos um cristao chamado José, homem suficientemente préximo dos apéstolos para receber um novo nome: ‘‘Barnabé, 0 encorajador.’’ Que homem! Ele ouvira o testemunho de um jovem convertido chamado Saulo de Tarso, e creu que era genuino. Barnabé sempre olhava para os problemas passados das pessoas, a fim de visualizar 0 potencial que enxergava nelas pela obra da graca de Deus. Quando Saulo viajou para Jerusalém, todos tinham medo dele. Barnabé, todavia, confir- mou Saulo diante dos irmaos. Mais tarde, eles se empenha- ram juntos, durante um ano, num ministério pessoal em Antioquia (veja At. 11:22-26). Paulo ja havia sido ensinado particularmente pelo Espirito Santo durante trés anos, no deserto. Mas Deus usou Barnabé para encorajar, refinar e fortalecer esse rabi de muitos talentos, de quem outros nao ousariam se aproximar. — Barnabé decidiu-se a discipular 0 seu sobrinho Jodo Mar- cos. Quando Marcos abandonou a primeira viagem missiona- ria, Paulo recusou-se a dar-lhe uma segunda chance. Na divisao de opinides com Barnabé, a respeito de Marcos, Paulo escolheu Silas e Timéteo, e entrou na histéria. Barnabé permaneceu com Marcos. Porém, em II Timéteo 4:11, quan- do Paulo-pede a Timéteo para mandar os seus livros e a sua capa, ele também escreve: ‘‘Toma a Marcos e traze-o contigo, porque me é muito util para o ministério.”” O que transformara um desertor em um ajudador? Certa- mente nao somos capazes de avaliar Marcos a parte do tempo, do amor e do treinamento que recebeu tanto de Pedro quanto de Barnabé. Deus usou esses multiplicadores para 39 desenvolver aquelas qualidades em Marcos que estavam escondidas dos olhos de Paulo. AQUILAE PRISCILA Paulo comegou outra cadeia de multiplicagio quando en- controu-se com Agiiila e Priscila. Este casal cuidou de e discipulou um homem chamado Apolo (veja At. 18:24-28). Os judeus ficaram ‘‘poderosamente convencidos” através do ministério didatico de Apolo. Deus formou uma cadeia de quatro geragoes de multiplicagdo espiritual: de Paulo a Aqiiila e Priscila, depois a Apolo e, finalmente, aos judeus. Paulo alcangou muitos outros de maneira pessoal, que continuaram a exercer um impacto sobre a histéria, inclusive Lucas. Lucas se dedicou a escrever tanto 0 seu Evangelho quanto o Livro de Atos, para realizar o seguimento de um homem: Teéfilo (veja Luc. 1:1-4 e Atos 1:1). Tito, outro fruto do ministério de Paulo, mais tarde veio a pastorear uma igreja em Creta. VOCE PODE MULTIPLICAR-SE Considere a ‘‘Cadeia de Multiplicagio”’, Figura B, que mostra a reproducio espiritual no Novo Testamento. Nem André nem Barnabé eram tao talentosos quanto as pessoas que eles alcancaram. Contudo, ambos compartilha- ram alegremente com os outros o que eles conheciam de Cristo. E ambos participaram das recompensas espirituais dos que eles ajudaram. Podemos ser encorajados por exemplos como os de André e Barnabé, e reconhecer que cada um de nés é capaz de fazer discipulos e se multiplicar. Deus quer nos dar um potencial Pedro, ou Paulo, ou Timéteo. Estar disponivel diregio do Espirito é 0 fator essencial para que multipliquemos. Vocé pode ser um André. 40 CADEIA DE MULTIPLICAGAO 2. André 3. Simao Pedro 4. Pentecostes 5. Antioquia 6. Barnabé 7. Joao Marcos 8. Paulo 9. Timéteo. 10. Homens Fiéis 11. Outros Também 12. Priscila e Aqiiila 13. Apolo 14. Judeus 15. Lucas 16. Teéfilo 17. Tito 18. Creta 19. Efeso APOSTOLOS 2. Joao. 3. Policarpo. 3. Irineu Figura B PERGUNTAS’ PARA ESTUDO E DISCUSSAO 1. Lembre-se dos ‘‘Andrés’’ que foram responsaveis por levar vocé a Cristo. Vocé sabe algo a respeito da cadeia de multiplicagdo que os levou a Cristo? 2. Quem desempenhou o papel de Barnabé em sua vida, encorajando-o como crente novo, ou em alguma decisao recente? 3. Das passagens em Atos 9, 11 e 15, como vocé acha que foi Paulo discipulado por Barnabé? Foi facil ou dificil? 4. Que espécie de pessoa pode Deus usar para comegar uma cadeia de multiplicagao em sua igreja? Especifique algu- mas das qualidades que vocé observou na vida de André ou de Barnabé. 41 5 Onde Comeca o Fazer Discipulos A decisdo é cinco por-cento; 0 seguimento a esta decisdo é noventae cinco por-cento. — Billy Graham TODA PESSOA nascida de novo é um milagre da graca de Deus. Est4 no plano de Deus que cada milagrosa vida nova cresca até a plenitude de Cristo. Um nascimento espiritual sadio é essencial para o crescimento no discipulado. Parte do retardamento espiritual, nos membros da igreja, pode ser levado 4 conta de decisées iniciais obscuras em aceitar Cristo. A implementacao dos métodos de Paulo, de cuidar dos novos crentes, capacitara a igreja local a fortalecer os novos crentes imediatamente, para um discipulado responsavel. O novo crente é uma crianga espiritual, e precisa ter imediatos cuidados maternos e paternos. O tempo longo, que, chocantemente, se deixa passar entre a decisio e o seguimento inicial, 6 um fator negativo de monta, que impede o futuro crescimento. Dentro de vinte e quatro horas o novo convertido 43 deve receber oracao, ser contatado pessoalmente, e deve-se mostrar a ele como pode comecar a alimentar-se com a Palavra de Deus. Um bebé necessita de carinho e de alimento! Quando lembramos os trés anos do discipulado didrio de Jesus, e os anos de comunhio de Paulo com Timéteo e Tito, vemos que o seguimento n§o é resolvido por um ou dois cultos na igreja. A BRECHA DO BATISMO Nos Estados Unidos, os pastores tém indicado que quase cingiienta por-cento dos que tomam decisées por Cristo, em suas igrejas, nao sao batizados posteriormente. Na América do Sul, alguns pastores tém dito que oito, dentre dez dos que tomam uma deciséo por Cristo em reunides evangelisticas, nunca voltam a igreja. A mesma coisa esta acontecendo na Africa ena Asia. Ha uma brecha dolorosa entre as centenas de profissdes de fé nas igrejas e as poucas dizias de pessoas que na verdade sao batizadas, efetivamente integradas na vida da igreja local e crescendo em Cristo um ano mais tarde. Embora haja muitas razées por que as igrejas perdem tantos novos convertidos (tais como uma obscura apresenta- ¢ao do evangelho ou decisdes baseadas em pressao de cole- gas), a maior causa de perdas é 0 resultado de uma compreen- sio inadequada dos principios do seguimento que nos sao apresentados em o Novo Testamento. O aconselhamento imediato é essencial. (Para uma ajuda no estabelecimento de um ministério total de seguimento em sua igreja, consulte alguns dos livros disponiveis acerca do assunto.)! QUATRO METODOS DE SEGUIMENTO EM I TESSALONICENSES No primeiro século d.C., como foram os apéstolos e evangelistas capazes de transformar um pequeno grupo de 44 pessoas sem instrucao em vibrantes discipulos, que revolucio- naram o mundo romano no periodo de poucas centenas de anos? Sabemos que o evangelho havia permeado todo o mundo conhecido, dentro de trinta e trés anos, depois da ressurreicao. Isso foi feito sem impressoras, telefones, televi- so ou satélites. Os crentes usaram 0 “‘tele-homem”’ e “‘tele- mulher’. (*) Algo havia sido feito com os novos convertidos, que transformou dinamicamente as suas vidas, em meio as “panelas de carne” do mundo antigo. Os novos cristios, crescendo em Cristo, se tornaram comunidades eclesiasticas, eas novas igrejas se multiplicaram! I Tessalonicenses foi uma das primeiras epistolas do Novo Testamento a serem escritas, e contém tanto a respeito do seguimento inicial, quanto qualquer outro livro, sem se contar os quatro Evangelhos. Aqui esta o que Paulo ensina em I Tessalonicenses: Correspondéncia Pessoal Paulo pés em pratica 0 seguimento de novos crentes com cartas pessoais (veja I Tess. 1:1). A maior parte do Novo Testamento consta de uma série de cartas pessoais para ajudar o seguimento de membros das varias igrejas novas em particular. Como podemos usar este conceito hoje em dia? Cartas pessoais, juntamente com estudos biblicos simples, de uma s6 pagina, sao um bom alimento espiritual para a nutric&o dos novos crentes. Os estudos devem ser simples, sistemAticos, aplicdveis pessoalmente, facilmente transmissi- veis, e devem levar 0 novo crente a escrever as suas respostas. Até mesmo uma carta circular, enviada a todos os novos crentes, em sua igreja, para explicar alguns dos principios da nova vida em Cristo — como vitéria sobre a tentacao, perdao, (*) Ha aqui um jogo de palavras. Em inglés, “‘tell’” 6 “‘contar’’; portanto, estas expresses significam: “conte a um homem”, ‘conte a uma mulher”, isto é, evangelize pessoalmen- te. — Nota do Tradutor. 45 como ter uma hora tranqiiila e como testificar — pode colher grandes dividendos. Quanto mais tempo um novo convertido leva para comecar a crescer, menos provavel é que ele amadurega plenamente, e menos tempo ele tera para ministrar a outros. Pedro e Joao escreveram cartas para o seguimento das pessoas de quem eles estavam separados. E, se nao fosse o fato de Paulo ter sido preso, pode ser que nao tivéssemos um quarto do Novo Testamento. Uma das béngaos daqueles ‘anos perdidos’’ na prisdo foi a riqueza de alguns dos livros do Novo Testamento, que sao mais lidos: as cartas que Paulo escreveu para ajudar os novos crentes a crescer. Toby era um agradavel adolescente, que freqiientava a minha primeira igreja, na roca. Ele era espiritualmente sensivel, e faminto para crescer no Senhor. Quando assumi um pastorado em outra cidade, comecei a escrever para Toby regularmente, encorajando-o nos assuntos basicos da vida crista. Encorajei-o a pensar em ir para a universidade. Ele o fez, e chegou a fazer um curso de pés-graduacio, e se tornou professor universitario. Recentemente, Toby juntou a uma de suas cartas, dirigidas a mim, fotocépias de todas as cartas que eu lhe havia escrito durante vinte e cinco anos! Algumas delas eram tao hesitan- tes, mas Toby agradeceu por me interessar por ele, e guardou- as todas, a despeito das imperfeigoes de estilo. Pense em uma carta que vocé recebeu em uma hora critica de sua vida. Relembre a maneira sobrenatural como Deus usou um coracao carinhoso, a muitos quilémetros de vocé, para alcangar sua vida e produzir mudangas. Alguém minis- trou a vocé por carta. Ha cartas, dentro de cada um de nés, que precisam ser escritas, para edificar e fortalecer outras pessoas. Escrever cartas €é um ministério importante, disponivel a qualquer pessoa, inclusive aos idosos e enfermos. 46 Intercesséo Pessoal As cartas de Paulo as novas igrejas revelam a importancia que ele dava a intercessao pessoal. Ele lembrou aos tessaloni- censes: ‘Sempre damos gracas a Deus por vos todos, fazendo mencao de vos em nossas oracées’’ (I Tess. 1:2). Paulo também descreveu essas oragdes: ‘“‘Rogando incessantemen- te, de noite e de dia, para que possamos ver 0 vosso rosto € suprir o que falta a vossa fé’’ (I Tess. 3:10). Em Efésios 3:13,14, Paulo escreve: ‘Portanto, vos peco que nao desfalecais diante das minhas tribulagdes por vos... Por esta razao dobro os meus joelhos.”” Vocé conhece alguém que esta desfalecendo espiritualmente? A intercessio fortale- ce. Quando nao oramos pelos crentes novos, eles desfalecem e caem — algumas vezes permanentemente. Se nao orarmos, nos também desfaleceremos (veja Luc. 18:1). Ponha em pratica a declaragio de Tiago, de que “‘a siiplica de um justo pode muito na sua atuacao”’ (Tiago 5:16). Como e quando vocé deve interceder pelos crentes novos? Ore quando vir alguém sendo batizado; senao, pode ser a ultima vez que vocé o veja. Nas reunides de oraco, relacione 0 nome de todos os crentes novos em um quadro-negro, e ore por eles. Pega voluntarios, que adotem cada novo crente, para fazerem orag&o intercess6ria pessoal por ele durante a sema- na. Estamos, em nossa maioria, onde estamos espiritualmente, porque alguém orou por nés com fé. Em Romanos 16, Paulo relaciona os nomes de pelo menos vinte e oito individuos ou familias. Como ele conhecia tanta gente? Talvez essa chamada dos fiéis, em uma longinqua estacSo missionria, refletisse a sua lista pessoal de oragio. Nés captamos o espirito do fardo de intercessao que ele carregava através das palavras “‘noite e dia’’, que aparecem em varias cartas de Paulo. No fim de uma longa lista de dificuldades, que alegremente enfrentou por amor a Cristo, ele escreve: ‘‘Além dessas coisas exteriores, 47 ha o que diariamente pesa sobre mim: 0 cuidado de todas as igrejas’’ (II Cor. 11:28). Encoraje a memorizagio das oragdes de Paulo, pois elas sfo excelentes exemplos do tipo de pedido a que Deus responde, a fim de multiplicar os seus discipulos e igrejas em todo o mundo. Representantes Pessoais Paulo muitas vezes ajudou crentes novos, enviando um representante — alguém que ele havia treinado pessoalmente para ministrar a eles. Em I Tessalonicenses 3:1-5, Timéteo foi enviado para ministrar, porque Paulo nfo podia ir. Epafrodi- to, Tito e outros também foram enviados, ocasionalmente, em lugar de Paulo. Paulo enviava homens “que tinham a mesma mente”? — homens que se caracterizavam pela mesma conviccio e forca de vontade que o seu treinador. A respeito de Timéteo, Paulo disse: ‘‘Como filho ao pai, serviu comigo a favor do evange- Iho”’ (Fil. 2:22). Quantas pessoas, que tém a mesma mente, vocé tem treinado, que podem fazer o seu. trabalho, se vocé nao puder realiza-lo? ' Contato Pessoal O cuidado carinhoso e terno, ministrado por um crente mais maduro, é uma necessidade essencial de todo novo convertido. Enviar cartas é bom, oracao é importante, e representantes pessoais também o sao; mas nada substitui o contato pessoal. Satands sabe disso, e esta decidido a fazer parar a obra regular de visitagao da igreja. Por duas vezes ele impediu a volta de Paulo, para visitar os novos crentes em Tessalénica (veja I Tess. 2:18). A experiéncia corrobora a importancia do contato pessoal. A maior parte dos membros da igreja, com quem tenho conversado a respeito do seu crescimento até chegar a lideran- ¢a da igreja, indica uma ou duas pessoas cujas vidas espiri- tuais ajudaram a colocar Cristo em um foco central para eles. 48 Quando um coracio faminto vé Cristo em outra pessoa, é encorajado para continuar crescendo em Cristo. Paulo estabeleceu um bom padrao: ele nunca pregou e saiu correndo. Embora sejam mencionados especificamente “‘trés dias de sfbado’’, alguns eruditos créem que Paulo passou cerca de trés meses em Tessalénica, e durante esse periodo dedicou centenas de horas aos novos convertidos. Ele também trabalhou, fazendo tendas, para sustentar a equipe de homens que estava com ele. E de se admirar, que Tessalénica tenha-se tornado uma igreja missionaria maravilhosa (veja 1 Tess. 1:7-9)? Em nenhum outro lugar das Escrituras ha uma descrigio mais forte ou mais expressiva de um discipulado pessoa-a-pessoa, do que na referéncia de Paulo ao comparti- Thamento com os tessalonicenses como seu pai e mae espiritual (veja I Tess. 2:7 e 11). Uma expressao mais literal do versiculo 1) pode ser: ‘‘Assim como vocés sabem, como estivemos com vocés um a um, como um pai com os seus filhos, exortando, chamando e testemunhando.”’ A yisdo e o carater de coragdo de pai que Paulo expressa sao claramente comunicados. Como sugere o exemplo de Paulo, dinamica de grupo e reunides sao nécess4rias para ajudar um novo convertido a crescer até o discipulado, mas o tempo pessoal que se gasta individualmente produzira discipulos mais fortes e mais ama- durecidos. Grande parte dos nenés espirituais tem problemas que sé podem ser resolvidos em bases privadas individuais. O discipulado, portanto, é realizado por alguém, e nao por algo. A literatura é uma boa ferramenta, mas apenas isso. Deus, em tltima andlise, usa carne e sangue cheios do Espirito Santo para edificar vidas (veja II Cor. 4:7). PERGUNTAS PARA ESTUDO E DISCUSSAO 1. Quais sfo algumas das brechas deixadas pelo processo costumeiro de trazer o crente novo para a vida da igreja? 49 2. O que pode ser feito para se receber os novos crentes € orienta-los para a congregacdo, de maneira que se assegu- re um crescimento espiritual continuo? 3. Discuta algumas da maneiras pelas quais um novo conver- tido pode ser ligado a um discipulo em crescimento em sua igreja. 4. Quais eram os quatro métodos de seguimento de novos crentes que se mencionam em I Tessalonicenses? 5. Qual desses quatro métodos ja esta funcionando no minis- tério de sua igreja? 6. Como a sua igreja pode tornar-se mais ativamente envolvi- da em aplicar cada um desses quatro métodos biblicos de seguimento, neste ano? NOTAS: 1. Por exemplo: Hal Brooks, Follow-up Evangelism (Nashville, Ten- nessee: Broadman Press, 1972); Waylon B. Moore, New Testament Follow-up (Grand Rapids, Michigan: Wm. B. Eerdmans, 1964). 50 Parte II O PROCESSO: COMO EDIFICAR DISCIPULOS MULTIPLICADORES 6 Qualidades Espirituais do Fazedor de Discipulos Multiplicador Ea transformacdo, e ndo o tempo, que faz os néscios se tornarem sdbios, e os pecado- res, santos. — A. W. Tozer FOMOS DESAFIADOS pelo exemplo de Edward Kimball, na Parte I, para nos multiplicarmos espiritualmente através de outras pessoas, a fim de ajudar a cumprir a Grande Comissao de alcangar o mundo para Cristo. Na Parte II, aprendemos o que é um discipulo, e por que devemos edificar discipulos. Estudamos alguns exemplos biblicos de multiplicagao, e aprendemos que o seguimento inicial de um novo convertido é 0 verdadeiro ponto de partida para fazer discipulos. Na Parte III deste livro, focalizaremos inicialmente as qualidades espirituais que os discfpulos precisam ter antes de poderem se multiplicar; depois, nos Capitulos 8 a 10, exami- 53 naremos trés principios basicos de como trabalhar com os discipulos, para que eles continuem se multiplicando em geracoes futuras. SEJA DOMINADO PELA GRAGA DE CRISTO Em II Timéteo, Capitulo 2, encontramos que o multiplica- dor em potencial precisa, em primeiro lugar, ter uma vida que seja dominada pela graca de Cristo. Paulo ordena a Timéteo: “Fortifica-te na graca que ha em Cristo Jesus’? (II Tim. 2:1). Este é 0 alicerce para um ministério eficiente. ‘Nao que sejamos capazes, por nds, de pensar alguma coisa, como de nés mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus” (II Cor. 3:5). A verdade que transforma outra vida precisa provir da fonte da graga de Deus em nossas vidas, que abre coracdes e nos da uma mensagem transformadora para compartilhar. Onde é que se consegue essa graga? Uma fonte é menciona- da em Hebreus 4:16: ‘‘Cheguemo-nos, pois, confiadamente ao trono da graga, para que recebamos misericérdia e ache- mos graga, a fim de sermos socorridos no momento oportu- no.”’ Quando chegamos ao trono de Deus em intercessao, ele derrama, em nossas vidas, a propria graca de Jesus Cristo: nds ‘‘recebemos misericérdia”’ e ‘“tachamos graga”. Como somos necessitados! E como ele é suficiente para suprir tudo 0 que nos falta para ministrar, enquanto vivemos na sua presenca! Outra fonte de poder para nos apropriarmos da graga é decorréncia de conhecermos Cristo experimentalmente. ‘*Graga e paz vos sejam multiplicadas, no pleno conhecimento de Deus e de Jesus nosso Senhor” (II Ped. 1:2). O nosso conhecimento de Cristo aumenta A medida que nos apro- priamos dos meios da graca — falando com ele em oracio, e permitindo que ele fale conosco através de sua Palavra. Graca e paz resultam do tempo gasto em oracio e no diligente estudo das Escrituras. 54 Graca também é dada ao humilde (veja I Ped. 5:5,6). A pessoa que tem coracao de servo recebe amplas oportunidades de ministrar. Além disso, 4 medida que ministramos humil- demente, as nossas palavras se tornam uma fonte de graca (veja Ef. 4:29). A desobediéncia, todavia, pode neutralizar a operagao da graca de Deus (veja II Cor. 6:1). SEJA DEDICADO AO MINISTERIO DE MULTIPLICAGAO Como discipulos e multiplicadores em potencial, precisa- mos também nos dedicar ao ministério de multiplicagio, como é ilustrado em II Timéteo 2:2: ‘TE.o que de mim ouviste diante de muitas testemunhas, transmite-o a homens fi¢is, que sejam idéneos para também ensinarem os outros.” Timéteo devia ser um canal para outros, ‘20 compartilhar o que Paulo lhe havia ensinado. Ganhar uma pessoa para Cristo € 0 inicio essencial, mas apenas quando esse novo crente, por sua vez, alcanga outra pessoa, acontece a multiplicacio espiritual. A palavra transmite é imperativa. Precisamos transmitir a outrem o que temos ouvido, visto e experimentado. Para algumas pessoas, é amedrontador pensar em comunicar as experiéncias de sua vida a uma classe ou grupo; porém podemos comegar compartilhando apenas com uma outra pessoa, e permitir que a mao de Deus abencoe esse relaciona- mento. Paulo caracteriza especificamente os homens a quem deve- mos transmitir 0 que aprendemos: eles devem ser “‘fiéis’’, estar na palavra de Deus, pois “‘a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo”” (Rom. 10:17). Escolha aqueles em quem se possa confiar. Paulo também enfatiza que eles devem ser ‘‘idéneos para também ensinarem os outros”’. Para ser capaz de ensinar os outros, a pessoa primeiramente precisa ser apta para apren- der. Ha muitas pessoas que sao fiéis em freqiientar a igreja e 55 em ajudar em fungées especiais, mas nao passam adiante o que ouviram e aprenderam. S6 Deus pode colocar no coragiio de uma pessoa o desejo de transmitir as Escrituras. Procure o tipo de pessoa apta para aprender. O potencial que existe na pessoa determina o que vocé pode fazer com ela e através dela. Em toda igreja ha dezenas de crentes que nunca foram desafiados, ou nunca se lhes mostrou como transmitir eficien- temente as verdades biblicas a outras pessoas. O fazedor de discipulos aprende primeiramente como fazer isso; depois, aprende como ensinar os outros a fazé-lo. SEJA DISCIPLINADO PARA UMA VIDA QUE AGRADE A DEUS A terceira qualidade que os discfpulos precisam ter, antes de poderem se multiplicar, é disciplina para uma vida que agrade a Deus. Estamos na terra para agradar-lhe (veja Apoc. 4:11). Discipular nao é uma rotina facil, e cémoda; é uma vida de exigéncias. ‘‘Sofre comigo como bom soldado de Cristo Jesus. Nenhum soldado em servico se embaraca com negocios desta vida, a fim de agradar Aquele que o alistou para a guerra’’ (II Tim. 2:3,4). O multiplicador deve esperar sofri- mentos, e deve suporta-los. Ele nao deve queixar-se quando o seu ministério se torna dificil. Embora nos tenhamos apresentado como voluntarios, es- pontaneamente, fomos escolhidos para ser soldados de Cristo. Um soldado obedece a ordens, é orientado para um alvo e é obediente ao seu comandante supremo. Precisamos de disci- plina, para viver esse tipo de vida. As qualidades espirituais que fazem com que um discipulo se torne multiplicador, portanto, sao: em primeiro lugar, uma vida dominada pela graca de Cristo, visto que os seus poderes e conhecimentos pessoais sao insuficientes; em segundo lugar, 56 uma dedicac4o sem vacilacées ao ministério de multiplicagao; e, por fim, uma vida disciplinada, visto que tudo isso deve ser feito para agradar a Deus. PERGUNTAS PARA ESTUDO E DISCUSSAO 1. Descreva as trés qualidades enfatizadas por Paulo em II Timéteo 2:1-4 como essenciais para multiplicar 0 seu ministério. 2. De acordo com II Timéteo 2:2, que elo da cadeia é vocé: a) Um Barnabé que alcancou um Paulo, comegando a cadeia de multiplicacao; b) alguém alcangado como Timéteo; c) um dos “homens fiéis’? sendo treinado por um Timé- te0; d) um dos “outros também’’; ou e) outro? Explique a sua resposta. 3. Discuta os “‘sofrimentos’’ que precisam ser suportados pelo soldado (discipulo) de Cristo (veja Il Tim. 2:3,4). 57 7 Tenha um Coracao de Servo Espera-se que vocé encarne em sua vida 0 tema de sua adora- cdo: vocé deve ser tomado, consagrado, partido e distri- buido, para que possa ser o meio de graca e o veiculo do Amor Eterno. — Santo Agostinho UM CORAGAO DE SERVO é um dos canais supremos de Deus para ganhar os perdidos para Cristo. Edificar pontes de amor para os coragdes dos que nao tém Cristo é uma preparacao para compartilhar o evangelho. Algumas pessoas podem ser alcangadas com apenas uma apresentagao do evangelho. Muitas outras vém a Cristo somente quando nos tornamos servos dele. Vocé conhece alguém a quem poderia classificar como servo do Senhor? Ser servo é uma atitude, e nao uma posicao, Envolve uma disposig&o para satisfazer as necessidades de outros por conta do servo. Muitas vezes 0 servo nao sera visivel, porém mais cedo ou mais tarde os outros comegarao a depender dele ea procura-lo. Esse ministério de servico pode, 59 com o tempo, tornar-se o canal que sirva de modelo de Cristo para os discipulos em crescimento. O SERVO MODELO A profecia do Velho Testamento identifica o Messias como o “servo sofredor’’. Isafas diz: “‘Eis aqui o meu servo, a quem sustenho, o meu escolhido, em que se compraz a minha alma, pus 0 meu espirito sobre ele; ele trara justica As nagoes’’ (Is. 42:1). A personificacéo de Jesus como servo, nesta passagem (versiculos 1 a 4) e em outras passagens, é diametralmente oposta aos nossos desejos carnais de sermos servidos. Contu- do, a nossa identificag4o com Cristo faz com que um coragao de servo se torne necessario. Através do seu servico aos ingratos, Jesus estabeleceu um padrao de ministério que os seus discipulos — e fazedores de discipulos — precisam seguir. Diante daqueles que vigiavam cada movimento que fazia, Cristo apresentou as qualificagdes para lideranca: ‘‘E qual- quer que entre vés quiser ser 0 primeiro, sera vosso servo; assim como 0 Filho do homem nfo veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mat. 20:27,28). O caminho para cima é descendo. Jesus veio para servir, para servir como escravo. Quando Abraao e seu sobrinho Lé tiveram dificuldades para alimentar o seu gado na mesma regiao, Abraiio deu a Lé a oportunidade de escolher em primeiro lugar a terra para onde quisesse ir, embora o privilégio de escolher primeiro fosse dele. L6 escolheu a terra proxima a Sodoma. E entio Deus falou a Abraao ¢ lhe disse que toda a terra era dele. Deus fez de Abraao o senhor inconteste de tudo o que ele podia ver — depois que ele preferiu ser servo. 60 Pode ser dificil os brasileiros entenderem o conceito de servidao. A nossa sociedade e a énfase que da ao lazer fizeram © servigo aos outros ser considerado aviltante e depreciador. Servir é estar nos degraus mais baixos da escala social. Jesus contra-ataca todo o nosso orgulho com o ponto de vista divino de Joao 12:24,25. Em suma, Cristo diz que morrer para 0 eu é viver; perder a vida é acha-la. Quando seguimos e servimos a Cristo, nao ao eu, nos tornamos disponiveis para servir aos outros. Discipulado e servigo estao irrevogavelmente ligados. 0 exemplo de nosso Senhor, no decorrer de toda a sua vida, foi viver sempre e apenas em completa submissao a outrem. A escolha deliberada de Jesus de se tornar servo de Deus, em favor dos homens perdidos, é enfatizada por Paulo em Filipenses 2:5-10, particularmente no versiculo 7: ‘‘Mas esva- ziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo”? (escravo). A natureza da obediéncia, como escravo, é submissiio. A vontade do Pai era a vontade de Cristo. A palavra do Pai era a sua palavra. O caminho do Pai era o seu caminho — por escolha. Isso é submissao. Precisamos escolher viver através do Espirito, sempre em completa submissao ao Filho. Da mesma forma como a manifestagio exterior de um escravo obediente é submissio, a sua manifestagdo interior como escravo obediente é mansidio. O que é mansidao? A palavra manso significa “‘domado” ou ‘‘subjugado’’, e, por isso, controlado. Vocé lembra qual foi a tinica coisa que Jesus recomendou que aprendamos dele? ‘‘Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coragfo”’ (Mat. 11:29). Cristo deseja que aprendamos mansidao com ele. Vocé se lembra de uma coisa que Jesus disse que devemos copiar como exemplo, na sua vida? ‘Ora, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vés deveis lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei exemplo, para que, como eu vos fiz, fagais vés tamhém”’ (Jofio 13:14,15). Servir aos outros é ser semelhante a Cristo. 61 Em I Pedro 2:21-24 Pedro nos faz recordar outro exemplo que Jesus deixou para nés: “Cristo padeceu por vos, deixando-vos exemplo, para que sigais as suas pisadas... sendo injuriado, nao injuriava; e quando padecia nado ameacava, mas entregava-se Aquele que julga justamente.”” A mansidao da fé — sofrendo em siléncio — é a natureza de Cristo. Os seus discipulos, portanto, devem ter o atributo de servir a Cristo e aos outros com submissao e mansidao. Jesus resumiu a sua peregrinacao terrena em Lucas 22:27: “*Pois qual é maior, quem esta 4 mesa, ou quem serve?... Eu, porém, estou entre vés como quem serve.”’ Jesus partiu 0 pao durante as refeigdes, reabasteceu a festa de vinho em Cana, e preparou uma refeigao 4 beira do mar. Ele estava constante- mente disponivel, a qualquer hora, para os corpos e coragdes feridos. Cingindo-se da vestimenta de um escravo, ele lavou os pés dos discipulos, inclusive de Judas. VIVA COM UM CORACAO DE SERVO Paulo comecou quatro cartas chamando-se de “‘servo de Cristo” (veja Rom. 1:1; Gal. 1:10; Fil. 1:1 e Tito 1:1). Depois de trés anos dificeis em Efeso, ele recorda ter estado “‘servin- do ao Senhor com toda a humildade, e com lagrimas... ‘mas em nada tenho a minha vida como preciosa para mim... estou limpo do sangue de todos. Porque nao me esquivei de vos anunciar todo o conselho de Deus... Em tudo vos dei o exemplo de que, assim trabalhando, é necess4rio socorrer os enfermos (ou fracos)”’ (At. 20:19-35). Paulo se deu como servo de Cristo, de forma que Deus, por seu turno, podia dar Paulo para uma cidade. Por que Paulo enfrentou turbas e multidées que nao estavam dispostas a ouvir? Por que foi que ele aceitdu acoites e prisio em Filipos? Como servo de Cristo, Paulo foi levado pelo Espirito a ficar em siléncio a respeito de sua cidadania romana. Ele foi jogado 62 em uma masmorra. E entao Deus disse ao seu servo, Paulo, para abrir a boca e cantar; s6 depois disso ele iria falar. Que coisa intrigante fez Paulo, fez Deus. Paulo e Silas estavam dispostos a ser presos para serem servos de Cristo para aquela cidade, e para levar um carcereiro e sua familia a Cristo. O prego da servidao é elevado, mas as suas recompen- sas nao tém prego. Algumas vezes tenho orado: ‘‘Senhor, da-nos esta cidade para Cristo.’’ Nao obstante, parece que Deus est dizendo através do ministério de Paulo: ‘‘Eu lhe darei esta cidade.” Freqiientemente — geralmente na hora do jantar — al- guém batia 4 porta de nossa casa, pedindo comida ou dinheiro; uma pessoa queria até uma passagem de aviao. O que dizer a alguém que em todos os respeitos mostra que esta abrindo caminho através da vida, usando os seus filhos sujos e mal vestidos para conseguir esmolas? Nunca recusamos conce- der as coisas pedidas. Algumas vezes eu nao podia deixar de dar alguns cruzeiros para passagens, roupa, ou outras coisas nevess4rias. Porém, a medida que os anos foram-se passando, tornei-me endurecido. Podendo estar em casa apenas uma hora ou duas, vendo a minha familia pela primeira vez no final do dia, eu queria sossego. Logo depois eu estaria de volta ao meu carro, para ir visitar os perdidos até tarde da noite. Com quanto amor o Senhor persistiu em procurar ensinar- me que alimento e dinheiro nao eram as verdadeiras necessi- dades! O alvo dele erd a minha atitude, mas fracassei tantas yezes, porque, por detrés do meu sorriso e de minha esmola, estava a ira contra 0 povo da minha igreja, no outro quartei- rao, que-havia enviado aquela gente 4 minha porta. Eu detestava ter que trabalhar as minhas dezesseis horas por dia, s6 para dar alimentos e dinheiro a pessoas que eu sinceramen- te achava que nao queriam trabalhar. 63 Minha esposa dizia: “Se é para vocé ajuda-los, faca-o com boa vontade. Vocé perde todo o mérito para com as pessoas, se a sua atitude é azeda, e vocé perde a sua recompensa da parte de Deus.”’ O Senhor comecou a me ensinar que ‘‘ao servo do Senhor nao convém contender; mas, sim, ser brando para com todos” (II Tim. 2:24). “‘E tudo quanto fizerdes, fazei-o de coracéo, como ao Senhor, e nao aos homens, sabendo que do Senhor recebereis como recompensa a heran- ¢a; servi a Cristo, o Senhor’’ (Col. 3:23,24). Quando euestava servindo a mim mesmo, a minha atitude era errada. Mas quando comecei a me identificar com Cristo, como seu servo, as oportunidades se tornaram béngaos, e algumas vezes vi mudangas nas vidas dos outros. As passagens biblicas que enfatizam 0 poder do coracgio de servo para ganhar os perdidos simplesmente saltam das paginas da Biblia. “Pois, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos, para ganhar o maior nimero posstvel; fiz-me como judeu para os judeus... para os que esto debaixo da lei, como se estivesse eu debaixo da lei... para ganhar os que estdo debaixo da lei... para os que estao sem lei... para os fracos... Fiz-me tudo para todos, para Por todos os meios chegar a salvar alguns... tudo fago por causa do evangelho” (I Cor. 9:19-23; 0 grifo é meu). Paulo se fez servo; depois, prossegue escrevendo que fez-se “tudo para todos”. O Espirito comecou a sua obra de fazer Paulo disponivel para ser servo de Cristo. Em seguida, Paulo se tornou as mios, 0 corago e os pés de Cristo, para ministrar aos condenados e moribundos. Mas Paulo nao terminou. ‘Nao vos torneis causa de tropeco nem a judeus, nem a gregos, nem A igreja de Deus; assim também como eu em tudo procuro agradar a todos, nao buscando o meu proprio proveito, mas o de muitos, para que sejam salvos”’ (I Cor. 10:32,33). Identificago com a vida e a 64 mensagem de Cristo significa uma deciséo de alcancar os perdidos através de um coracao de servo. ‘‘Fazer-se tudo para todos’’ é alvo alcancado sobrenaturalmente, Precisamos co- mecar cedendo em nossos direitos, de forma que Cristo possa servir livremente através de nés. Os MUNDOS QUE EVANGELIZAMOS Devemos evangelizar o mundo em que vivemos. Os estratos de nosso mundo sao o nosso lar, a vizinhanca, a comunidade, a escola, o trabalho e a igreja. Tornamo-nos servos de Cristo onde estamos agora, e, 4 medida que ele nos dirige, ‘‘até os confins da terra”’. Ao servir a vizinhos que nao eram salvos, ajuntamos 0 lixo deles quando uma lata estava tombada. O Senhor nos levou a aparar a grama de alguns quintais. Através destas e de outras experiéncias, os nao salvos se abriram para o evangelho, e alguns aceitaram Cristo. Transmitir esta idéia a uma pessoa que vocé esta treinando leva a realizagio de alguns projetos especificos por vocés juntos. Encoraje 0 seu discipulo a executar projetos criativos, incluindo os seus vizinhos e amigos, bem como pessoas necessitadas e idosas. Um discipulo com um coragao de servo pode expressa-lo em nosso mundo turbulento: @ Sendo acessivel (veja Gal. 6:10). @ Sendo hospitaleiro para com todos, e nao fazendo acepgiio de pessoas. e Dando valor as pessoas, arranjando tempo para visité-las e servi-las. @ Sendo criativo em encontrar formas de ajudar os outros (veja Heb. 10:24). Servindo apenas quando necessario, ao invés de servir para merecer reconhecimento dos outros (veja Gal. 1:10). Exercitando o seu dom espiritual como canal de servico (veja I Ped. 4:10). SERVINDO IRMAOS EM CRISTO Os nomes dos que tém coragao de servo sao como pepitas de ouro espargidas através das tiltimas paginas de algumas das cartas de Paulo. A familia de Estéfanas, em Corinto, estava sempre procurando servir aos outros. ‘‘Sabeis que a familia de Estéfanas é as primicias da Acaia; e que se tem dedicado ao ministério dos santos”’ (I Cor. 16:15; 0 grifo é meu). Dedicado significa literalmente “‘autonomeado”’. Refere-se a um ‘‘de- ver auto-imposto’’.! No mesmo capitulo, Aqiiila e Priscila tam uma igreja em sua casa, em Corinto, como tinham anterior- mente em Roma. O ministério de servico de Epafrodito para com Paulo é registrado para mostrar-nos o valor que Deus da as tarefas quotidianas (veja Fil. 2:25-30). Um dos versiculos mais emocionantes das Escrituras que pode ajudar o discipulo a desenvolver um coracao de servo é Hebreus 10:24: ‘SE consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e as boas obras.”’ Devemos observar 0s outros e estimul4-los a amar e ministrar. Precisamos pedir ao Senhor para colocar uma pessoa em nosso coracgao, para que procuremos entender as suas necessidades, e depois provoca- la a buscar a Deus. Uma familia da igreja, em cujas vidas tinhamos um ministério ativo, parou de falar conosco. Procuramos saber qual era a causa daquilo, para pedir desculpas, mas eles nao queriam conversar conosco, ou com outras pessoas, a respeito da razdo para aquele procedimento. Por causa do nosso genuino amor e respeito, oramos diariamente por eles. Nada parecia acontecer. Entao o Senhor mostrou-me a necessidade de aplicar Hebreus 10:24 a situacdo. Minha esposa e eu decidimos juntos, depois de termos orado, demonstrar 0 nosso amor mandando flores aquela familia. Encomendamos lindos crisantemos, mas duas semanas se passaram sem qualquer mudanga de atitude que se pudesse notar em nossos amigos. Verificamos com o florista: a entrega havia sido feita. Entao, oramos. Uma semana depois, o casal veio ao meu escritério, e 66 conversamos. Eles contaram qual era o problema e disseram gue passariam a fazer parte de outra igreja, se eu achasse que era melhor. Eu lhes disse que os amava, que estava orando por eles e precisava do ministério deles. Deus uniu os nossos coracées novamente, naquela tarde, e o nosso relacionamento foi restabelecido. Hebreus 10:24 é um versiculo que encorajo os discipulos a aprenderem e aplicarem. Um grande grupo de pastores ingleses foi a uma das grandes Conferéncias Biblicas de Northfield, realizadas por D.L. Moody, no fim do século passado. Como era costume na Inglaterra, cada pastor colocou o seu sapato a porta, do lado de fora do quarto, para ser engraxado pelos criados durante a noite. Porém nfo havia criados naquela Conferéncia. Moody estava andando pelo dormitério naquela noite, e viu dez ou mais pares de sapatos sujos nos corredores. Vendo nisso uma oportunidade para servir aos seus irmaos, Moody mencionou o fato a alguns dos seminaristas. Em resposta, houve apenas siléncio da parte deles. Moody voltou, entdo, ao dormitério, e juntou todos os sapatos. Marcou cuidadosamente o nimero do quarto em cada par de sapatos, para nao os trocar. Sozinho, em seu quarto, ele comecou a engraxar todos os sapatos. Ocorreu, ent&o, que um amigo bateu a porta do quarto de Moody, e viu-o atacando com dedicaciao a pilha de sapatos. Quando os pastores ingleses abriram a porta de seus quartos, na manha seguinte, os seus sapatos estavam brilhan- do, mas eles nao ficaram sabendo de nada. Moody nao o contou a ninguém; porém o seu amigo cansado contou-o a algumas pessoas. Dai em diante, durante o restante da conferéncia, diferentes pessoas se dispuseram voluntariamen- te a engraxar secretamente os sapatos. Um coracio de servo é contagioso! O que pegamos por contagio com Cristo pode, em seguida, ser ‘‘pego’’ pelos que querem ser moldados a imagem de nosso Senhor Servo. Um coragao de servo atrairé outros a vocé, fara com que eles se sintam confortaveis na sua companhia, e futuramente fara 67 com que os discfpulos que vocé esta treinando desejem ser mais parecidos com Jesus. ‘Porque Deus nao é injusto, para se esquecer da vossa obra, e do amor que para com 0 seu nome mostrastes, porquanto servistes aos santos, € ainda os servis’ (Hebreus 6:10). PERGUNTAS PARA ESTUDO E DisCUSSAG . Por que a lideranca biblica esta ligada com o servico? Como este conceito se compara com as suas experiéncias no trabalho, na igreja e em outros lugares? . Como podemos aprender mansidao com Cristo, desta forma cumprindo a sua ordem (veja Mateus 11:28-30)? . Vocé é capaz de lembrar alguns dos custos pessoais que teve que pagar para ser servo de Cristo para 0 povo? . Leia, em voz alta, Hebreus 10:24. a) Escolha uma pessoa, em sua igreja, que necessite de ser estimulada a amar. Ore, perguntando a Deus o que vocé pode fazer para levar essa pessoa a praticar boas obras. Asse um bolo, para ela, mande-lhe flores, ou escreva-Ihe uma notinha de agradecimento por algo. Para causar um impacto especial, nao coloque o seu nome; envie o presente secretamente. b) Relacione trés pessoas sem Cristo, em cada um dos mundos do seu testemunho (veja.a pagina 65). Ore diariamente por elas. Pergunte a Deus o que ele quer que vocé faga para aplicar Hebreus 10:24 de alguma forma 4 vida delas. Deus apontara uma pessoa em cada esfera de sua vida, para vocé servir. Comparti- lhe os resultados com outros discipulos. ‘NOTAS: . Archibald Robinson e Alfred Plummer, International Critical Com- mentary: A Critical and Exegetical Commentary on the First Epistle of St. Paul to the Corinthians (New York: Charles Scribner’s Sons, 1911), p. 395. 8 Presenca com 0 Discipulo Disponibilidade é mais rara do que capacidade. — Anénimo ATOS 20:17-38 DESCREVE os anos que Paulo passou em Efeso, uma comunidade que emergira da idolatria, até ser uma igreja plenamente crescida, com lideres e pastores bem estabelecidos, em apenas trés anos. Paulo edificou essa igreja usando trés principios para edificar multiplicadores espiri- tuais. O primeiro principio é a necessidade de presenga prolonga- da com o seu discipulo. O segundo é a dimensiao de carinho e amor associada com um coracdo de pai ou de mde (Capitulo 9). Terceiro, Paulo usou o principio de ritmo (Capitulo 10). COM ELE,0O PRINCIPIO DA PRESENCA Jesus escolheu os doze discipulos para estarem com ele, a fim de participarem de sua vida, bem como observarem e 69 aprenderem do seu ministério, copiando dele. Em Marcos 3:14, lemos que ele ‘‘designou doze para que estivessem com ele, e os mandasse a pregar’’. Este versiculo contém trés passos, no processo de edificar multiplicadores: escolhé-los, treina-los e envid-los. Cada um desses passos exigiu a presen- ca de Cristo. Desta forma, uma questio critica, em qualquer ministério biblico de discipulado, é 0 tempo, pois investir a vida em um discipulo que esta em crescimento nao é coisa que se possa fazer sem gastar grande parte do tempo com ele. O tamanho da equipe que Cristo escolheu estava em correlagao direta com a sua decisdo de tornar o seu tempo disponivel a eles. Ele nao tinha possibilidade de dar o seu tempo a todo mundo. Depois de curar 0 endemoninhado gadareno, por exemplo, ele lhe disse para voltar para casa. O niimero de pessoas em que vocé pode investir a sua vida é limitado pelo tempo que vocé esta disposto a usar para satisfazer as suas necessidades individuais. Uma hora por semana com um grupo pode ser um método simplesmente académico. Nao produzira, necessariamente, discipulos de qualidade, porque nao é pratica modelada segundo o exemplo de Cristo de investir tempo — isto é, ele mesmo — na vida dos outros. Intercesséo por aqueles que discipulamos é o cerne invisivel do amor; gastar tempo com eles é a expressao publica de um estilo de vida fazedor de discipulos. Através de Atos e das Epistolas, vemos a quantidade extraordinariamente grande de tempo que Paulo gastava em comunhio e treinamento em pequenos grupos. Ele estava com os novos crentes “‘sempre”’ (At. 20:18). Ele resume a sua permanéncia em Efeso, escrevendo: ‘‘Lembrando-vos de que por trés anos nao cessei noite e dia de admoestar com lagrimas acada um de vos” (At. 20:31). O que fez Paulo durante os seus trés anos em Efeso? Além de sustentar-se e A sua equipe, ele esteve pregando e ensinan- do ‘‘publicamente e de casa em casa’’ (At. 20:20). Ele 70 também mostrou, aos crentes, todos os principios que sao essenciais para servir e evangelizar em uma capital paga (At. 20:35). A recapitulagio que Paulo faz, do seu ministérie aos presbiteros efésios, nos leva a lembrar a absoluta prioridade que ele dava a edificagéo de uma comunidade eclesidstica de crentes multiplicadores. O treinamento de lideres se baseava na textura de evangeli- zacio e ensino, de forma que Paulo deixou em Efeso presbite- ros que podiam ministrar independentemente do fato de ele estar presente. Porque o amor de Cristo havia sido derramado através de Paulo e de sua equipe, nao é de se admirar que, quando ele deixou Efeso, ‘“levantou-se um grande pranto entre todos, e, lancando-se ao pescoco de Paulo, beijavam- no” (At. 20:37). Muitos pastorados tém-se tornado exercicios de curto prazo. Missionarios, em muitos paises, esto enfrentando cada vez mais limites de tempo, 4 medida que os governos mudam e as portas se fecham para muitos estrangeiros. Stephen Neill escreve algumas penetrantes palavras de acaute- lamento: ‘‘O missionario (ou pastor)... precisa guardar-se conscientemente contra a ilusdéo de permanéncia, em que tantos dos seus predecessores ficaram presos.””! O obreira cristo no se desanimar4, por pequeno que seja o seu grupo, se ele puder focalizar-se em discipulos individualmente. O impacto duradouro do seu ministério sera exercido sobre os discipulos treinados que ele deixar atras de si! A qualidade do treinamento, no fazer discipulos, precisa ser exiremamente alta, para que as mutacées de terceira e quarta geracdes nao venham a desfigurar os discfpulos biblicamente definidos. Quanto mais torrente abaixo, longe da fonte, alguéin bebe, mais poluida sera a Agua. A nossa vida é a nossa mensagem. Abra&o Lincoin disse: ‘‘Nao sei quem era 0 meu avé. Estou muito mais preocupado em saber 0 que ser4 0 sew neto.” 7 O QUE VOCE ENSINA A UM DISCiPULO FAMINTO? Se uma pessoa lhe dissesse: ‘Vou dar-lhe dez horas por semana, nos proximos seis meses: alimente-me, ensine-me; estou a sua disposicao”’, qual seria a sua reagio? Muitas pessoas na igreja teriam dificuldade em responder a esta pergunta. Primeiro, aqui esta o que ndo fazer. e Atire na mosca. Vocé tem alvos biblicos especificos para alcancar. N&o perca tempo com coisas que nao sao essen- ciais. « Nao se queixe a respeito da igreja. « N&o chorem no ombro um do outro. e Nao percorra 0 material de estudo biblico num ambiente de orador ouvinte. Certas caracteristicas biblicas essenciais sio 0 Aamago do principio da presenca. Cinco prioridades devem ser observa- das, quando nos encontramos regularmente com os discipu- los, e o tempo a ser gasto em cada uma delas varia de reunido para reuniao, conforme o Espirito Santo dirigir. Progresso — Falar nao é ensinar; e ouvir nao é aprender. Compartilhe os progressos feitos. Insista em revisar 0 que foi alcancado na reunjao anterior. Jesus nao transigia nunca a respeito de algo que neutralizasse a possibilidade de alcangar as geracées futuras. Um exame ou verificagéo garante que vocé nao tera discfpulos voluntarios que nao estejam dando prioridade ao estudo. Principios biblices — Discuta os principios biblicos com o discipulo. Ensine doutrina e como aplicar a Palavra de Deus a vida diaria . Uma lista de assuntos relacionades com a Biblia, para cobrir um periodo de varios meses, pode incluir os seguintes 72 topicos (a maior parte deles é coberta no meu Building Disciples Notebook):* ° Certeza de salvacao Hora trangiiila Oracao O Espirito Santo Confiss&o de pecados Vitéria sobre 0 pecado Separagao do mundo, da carne e do Diabo Comunhio (dentro e fora da igreja) A Biblia: ouvir, ler, decorar, meditar e métodos de estudo Reivindicando as promessas de Deus Aplicando a palavra a vida Testemunhar: como dar um testemunho pessoal e fazer uma apresentagio basica do evangelho Q senhorio de Cristo Relacionamentos pessoais: 0s nao salvos, a familia, a igreja, 05 conjuges Visao mundial e missdes Estabelecimento de alvos Finangas Uso do tempo Seguimento e discipulado Como desenvolver um ministério homem-a-homem e A vontade Deus (como ser guiado pelo Espirito) Controle da lingua Atitudes Asegunda vinda de Cristo Satands 73 Embora dois discipuladores (fazedores de discfpulos) pos- sam nao concordar com a ordem destas prioridades de treina- mento, a maior parte deles geralmente concorda com o seu contetido. As pessoas diferem tanto que a apresentagao destes assuntos e a sua aplicacao precisardo ser ajustadas as necessi- dades de cada pessoa. As ligdes pessoais ensinadas a vocé pelo Espirito de Cristo devem ser compartilhadas. Nada eleva um relacionamento a um plano biblico mais rapidamente do que se mostrar a um discipulo um principio biblico que tenha sido levado a efeito em sua vida. Resolucdo de problemas — Procure resolver as dificuldades atuais e prevenir problemas futuros que retardem o cresci- mento na vida pessoal do discipulo. A medida que o relaciona- mento se tornar mais aberto e mais livre, o discipulo comecgara a falar, quando estiver sendo ferido, questionando, duvidan- do e tendo dificuldades. A maior parte das cartas do Novo Testamento foi escrita para resolver problemas da igreja local. Uma elevada porcen- tagem do seu contetido trata de problemas de doutrina, conduta e relacionamentos interpessoais. Muitos de nés crescemos e aprendemos ao enfrentarmos e resolvermos pro- blemas. A vida crista inclui sofrimento e o aprendizado de como suportar as pressdes (veja Fil. 1:29; 3:10; I Ped. 2:20,21). Controle cuidadosamente a quantidade de tempo que vocé dedica a resolver problemas, pois ha necessidades de equili- brio. Algumas pessoas parecem viver para nada mais senao ventilar os seus problemas, e sao facilmente reconhecidas. Elas geralmente desejam compartilha-los nao apenas com vocé, mas também com outras pessoas. Procuram conselhei- ros que concordem com elas. Oracéo — Orem juntos, em intercessio e louvor. Uma das atividades mais intimas da vida é orar com outra pessoa. Vocé nao conseguira conhecer bem outra pessoa enquanto nao orar 74,

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