RAIMUND ABRAHAM | DIANA AGREST | TADAO ANDO | GIULIO CARLO ARGAN
| pri pros | GEOFFREY BROADBENr | ALAN COLQUHOUN | JACQUES
DERRIDA | PETER EISENMAN | KENNETH FRAMPTON | MARCO FRASCARI |
UMA NOVA AGENDA PARA A ARQUITETURA
| MARIO GANDELSONAS | DIANE GHIRARDO | MICHAEL GRAVES | viTToRIO
GREGOTT! | KARSTEN HARRIES | FRED KOETTER | REM KOOLHAAS | LIANE
LEFAIVRE | WILLIAM MCDONOUGH | ROBERT MUGERAUER | CHRISTIAN
NORBERG-SCHULZ | JUHANTPALLASMAA | DEMETRI PORPHYRIOS | ALDO ROSSt
ANTOLOGIA TEORICA 1965-1995
DENISE SCOTT BROWN | IGNASI DE SOLA-MORALES RUBIO | ROBERT A.
M. STERN | MANFREDO TAFURI | BERNARD TSCHUMI | ALEXANDER
TZONIS | ROBERT VENTURI | ANTHONY VIDLER CN me) ee)/MIA NOVA AGENDA PARA A ARQUITETURA
TOLOGIA TEORICA 1965-1995 | KATE NESBITT (ORG.)
me eT agKATE NESBITT
Introducgao
PARTE |: A NECESSIDADE DA TEORIA
A teoria da arquitetura € um diseurso sobre a prética ea produgio da disciplina, que
de ar Pata seus grandes desfios. Tem pontos em comum tanto com « hiseo a
2 arauitetura, que estuda as obras do pasado, como com a cftica en ath none
sspecifita de julgamento e interprtasdo de obras existentes segundo os eterna
Ssumidos pelo critico ou pelo arquiteto. Mas a teoria da arquitetura se distingue
dessas duas atividades,
ria e catalisadora
critica. A teoria trabalha em varios
0 Profisséo, as intengoes dos arqui-
meas relevancla cultural em geral. Ela se ocupa tanto das sxpireyocs da profis-
siio como de suas realizagbes praticas.
E possivel identificar a0 longo da historia da arquitetura a recorréncia de
ticas que demandam solugdes tanto conceituais como fisicas. Ae
prams Eticts alo resolvidas & Juz da tectOnica, enquanto an questbes cance
tals ou intelectuais sio problematizadas pela filosofia. Entre os assuntos teocre,
Fisted ce antt0 08 das origens ¢ limites da arquitetura, de sua relagdo com ¢
historia e os problemas relativos ao seu significado e expresso cultural. Novas
teoris surgem para oferecer uma explicagao aos aspectos nao examninedoe ‘ounao
explicados da disciplina.
‘Uma visio geral da toria da arquitetura nos iltimostrinta anos mostra queuma
‘multipicidade de questoes tem disputado a atencio dos estudiowes De fato, uma das
ista imprecisamente designado de pds-moderno é a
-modernismo mostram claramente um desejo de
ultrapassar os limites da teoria modernista, inchisive do formalismo e dos priricipios
so fancionalismo (“a forma segue a funcio");a necessidade de uma “ruptura radical”
om a histériae a expressio “honest” da estrutura do material De mode eral, aTheorizing a New Agenda for Architecture {Teorizando uma nova agenda para a arqui-
tetura]," propde-se fazer uma revisdo dat modernismo e para isso recorre a diversas
abordagens: politicas, éticas linguisticas, estéticase fenomenologicas.
Embora o termo “pés-mddernismo” somente seja mencionado no titulo do pri-
meiro capitulo, € este o objeto centrale o ponto de referéncia de todo o livro. Espero
deixar bem claro que o pés-modernismo nao é um estilo singular, mas, antes, a per-
‘cepgio de integrar um periodo marcado pelo pluralismo. Refletindo essa inclinagao,
08 ensaios te6ricos incluidos nesta antologia so representativos de uma diversidade
de pontos de vista e nao de uma irrealista visio unificada. Em certos casos, esta Intro-
Procurei construir um discffiso coerente a partir de textos fragmentérios me-
diante a adocao, no livro, de uma estrutura temitica e paradigmétice. Os quatorze
capitulos e as introducSes aos 51 ensaios servem para contextualizar 0 tratamento de
‘um material heterogéneo e para facilitar 0 entendimento das complexidades do pés-
-modernismo, Optei por néo usar uma estrutura cronolégica, que poderia ser itil
Para registrar a sequéncia hist6rica de publicagao dos ensaios, porque preferi estabele-
cer as conexdes entre as teméticas € as posigdes dos diversos autores, pafses e décadas,
Os temas e paradigmas te6ricos escolhidos para dar titulo aos capftulos sio objetos
recorrentes nos estudos sobre o pés-moderno. Certamente ha inter-relagdes, muitos
ensaios bem caberiam sob mais de um titulo. Em conjunto, os temas e paradigmas
escolhidos pretendem tragar um perfil do ambiente intelectual predominante na ar-
quitetura desde 1965 e facilitar a comparagao entre diferentes visbes historicas sobre
‘as mesmas problematicas
Na segunda parte desta Introducdo, voltareiatratar dos importantes temas e para-
digmas pés-modernos que organizam os capftulos. Nesta primeira parte, a discussao
sobre 0s virios tipos de teoria e sobre a finalidade geral dos tratados tem o objetivo de
situar as contribuigdes mais recentes dos autores a0 corpo histérico da teoria,
PARTE | A: TIPOS DE TEORIA
As teorias podem ser caracterizadas pelas vérias maneiras de apresentar seu objeto:
na maior parte das vezes, elas sdo prescritivas, proscritivas, afirmativas ou criticas
Nenhuma assume uma postura descritiva “neutra”, Um historiador convencional,
or exemplo, pode muito bem mostrar como outros abordaram as questdes rele.
vantes do momento sem defender explicitamente uma posicdo em particular. Esse
tipo de histéria descritiva pode as vezes propor explicagdes para os fenémenos
‘com base na correlacio estrita entre fatos, por exemplo, a introducao de novas tec-
nologias produzindo mudangas na concepgao dos projetos. O livro de Nikolaus
PARTE 1B: A FIN
DEFINIR O ESCOI
Os tratados tedric:
ze Por exemplo
‘reir na necessid
es da pritica di
bomen 2 aperiex
Homem. por terPevsner Os pioneiros do desenho moderno® & um bom exemplo de abordagem des-
critiva convencional.
‘A teoria prescritiva oferece novas solugdes, ou ressuscitaantigas solugbes, para
Problems especticos estabelecendo novas normas para pritica; ela propde paltOes
Positivos ¢ inclusive, as vezes, uma nova metodologia de projeto. Esse tipo de teoria
Pode sercritico (¢ mesmo radical) ou confirmar o status uo (isto ¢, conservador),
Em ambos os casos, tende @ assumir um tom polémico. As proposicdes de Michael
Graves, em “Argumentés:em favor da arquitetura figurative" (cap. 1), e de William
McDonough, em “Os principios de Hannover” (cap. 8), sio claramente prescritivas
Enquatitoo primeiro ensaio sugere uma volta aos ideais humanista,o segundo umm
manifesto ecolégico.
A teoriaproscritiva se assemelha muito & presritiva, masse distingue desta por-
Aue seus padroes estabelecem o que deve ser evitado no projeto. Em termos proscrt
‘06. boa arquitetura ou o bom urbanismo séo aqueles que se definem pela auséncia
de atributos negativos. Nese sentido, zoneamento funcional um exemplo de eoria
Proscrtiva, como também o é o eédigo de construgoes da cidade de Seaside, Florida
elaborado pelo esritério de arquitetura de Andrés Duany Elizabeth Plater-Zyberk
Caso tpico de teoria instrumental conservadora, esse cédigo dispée sobre a qualidade
adequads, limitando as escolhas de materiais ede estilos,oalinhamento ea volumetria
das edificagées.
A teoria critica, mais abrangente que as anteriores, avalia 0 mundo construtdo
« suas relagdes com a sociedade a que serve. De natureza tipicamente polemica, a
{coria critica muitas vezes contém uma orientacao politica ou étca explicitae tem
a intencio de estimular mudangas. Entre as muitas orientagdes possiveis, a teoria
critica pode fundamentar-se ideologicamente no marxismo ou no feminismo. Uma
bom exemplo¢ 0 “regionalism critica” do arquitetoe ensista Kenneth Frampton,
ue Propoe uma resisténcia & homogeneizacio do ambiente visual pelo respeito as
peculiaridades da tradicdo construtiva local. At
nadora eas vezes utépica.
teoria critica ¢ especulativa, questio-
PARTE | B: A FINALIDADE DO TRATADO TEGRICO:
DEFINI 0 ESCOPO DA DISCIPLINA
Os trata trios se ocupam fundamentalmente das origens de uma prética ou de tha
arte. Por exemplo, um tratado sobre edificactes pode stuar as origens do so de cone-
truir na necessidade de obterabrigo. Um tratado sobre arqutetua pode situar os ork
gens da pitica discipinarnaimitago da natuteza(mimese) ena aspragao insta ds
homem a aperfigd-a, Em seu Da arguietura,Vitrivio formula ahipdtese de que
Homem, por ter“uma naturezaimitativa ¢ educével | evdluiu progressivamente daconstrusao de edificios para outras artes e ciéncias”, Portanto, na visio de Vitrtvio,
4 arquitetura ¢ ¢ fonte e a matriz das beles-artes. Além de postularem uma origem
legitimadora, os tratados as vezes estabelecem uma clara dstincéo entre a arquitetura,
‘4 matemitica ¢ as demais citncias no intuito de determinar a autonomia da primeira
‘como disciplina
‘Além do problema das origens,o objeto fundamental dos tratados de arquitetura
Pode ser classficado em funcao dos seguintes aspectos:
1 Osatributos de personalidade,formaso e expérktncia profssional que um arquiteto
deve possuir. Em fneados do século xy, Alberti definiu“o que é que permite ser um
arquiteto, Chamarei de Arquiteto aquele que souber, por meio de correta e maravi-
Ihosa Arte e Método, com o Pensamento e a Invengao conceber e,
levar a cabo todas aquelas obras que [
aos 150s dos homens”.
2-Os atributos exigidos da arquitetura. Por exemplo, desde a redescoberta da obra de
Vitrivio, no Renascimento, sua célebre “triade” ~ frmeza, comodidade e prazerS~ é
usada como critério para a arquitetura, A triade de Vitrivio tem se mostrado dificil
de substituir ou de superar.
com a Execucao,
J com grande Beleza, podem acomodar-se
3-Uma teoria do projeto ou do método de construco, compreendendo suas técni-
as, partes constitutivas,tipos, materiais e processos. O Essay sur VArchitecture
(2753), do Abade Laugier, € um desses tratados que enfatizam a composicio ade-
quada das partes,
4 Exemplos do ctnone da arquitetura,cujaselegdo e apresentacdo revelam a posicio
do autor com relagio & historia. 0 uso por Robert Venturi de exemplos tipicos da
arquitetura barroca ¢ maneirista em Complexidade e contradicao em arguitetura
(966) foi execrado na época, nao obstante a forca dos argumentos usados no livro.
> Um posicionamento a respeito das relagdes entre teoriae pritica. Os arquitetos Ber-
nard Tschumi e Vittorio Gregotti tepresentam duas vis6es distintas sobre esse tema
fundamental. Para Tschumi,“s arquitetura nao é uma arte ilustrativa; ela nao ilustra
tcorias"* Seus ensaios sugerem que o papel da teoria é o de interpretar e provocar.
Gregotti, por sua vez, insiste em considerar a “pesquisa te6rica como fundamento
direto da agio” no projeto arquiteténico,
‘Uma questio muito controvertida és teoria deve ser um “conhecimento iti, aplicévl,
¢ se cla deve determinar resultados previstveis para o projeto arquitetonico, Sea teoria.