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ROGERS: HUMANISMO E APRENDIZAGEM “A aprendizagem socialmente mais util, no mundo. moderno, € a do proprio processo de aprendizagem, uma continuada abertura @ experiéncia ¢ a incorporacao dentro de si mesmo, do processo de mudanca.” Rogers A Psicologia Humanista, ao tratar da relacao do homem com a educacao, alcan¢a repercussdo e reconhecimento a partir dos anos de 1950 nos Estados Unidos, tendo como pioneiros Abraham Maslow (1908-1970), Gardner Murphy (1895-1978), Gordon Allport (1887-1967) e Carl Rogers (1902-1987). Constitui-se num movimento que ficou conhecido como a terceira forca em Psicologia (Buys, 2007) por representar uma alternativa a duas outras teorias, de cunho mais determinista,' muito em voga na €poca: o behaviorismo de John Watson (1878- 1958) e Burrhus Skinner (1904-1990), que entendia ser o homem determinado em seu comportamento pelos estimulos ambientais, € a Psicandlise de Sigmund Freud (1856-1939), afirmando que o ‘nconsciente influencia determinantemente o individuo no seu Modo de ser no mundo, numa negacao do livre-arbitrio. : De acordo com os pressupostos do humanismo, o homem nao esta determinado pela situacao imediata ou pela experiéncia a N8__Psicorocia on passada; por nenhuma condi¢Ao (cultural, historica, a ele), pois tem sua capacidade de autonomia, de sobrepor-se 4 deter). nagdes de qualquer natureza, tem o poder de escolher um ato oy nao, independentemente das forcas que 0 constrangem. Dentre os principais autores da Psicologia Humanista, centra. remos noss anilise em Carl Rogers, que defendeu a possibilidade de autorrealizagio do homem, sua condigao de liberdade ede independéncia no que tange 4 determinagdes € a necessidade de levar em conta a sua experiéncia subjetiva no processo de ensino-aprendizagem. Cart Ransom ROGERS: LIBERDADE PARA APRENDER Carl Rogers (1902-1987) nasceu em Chicago, nos Estados Uni- dos. Teve uma educacao religiosa e moral rigida, concomitante a uma infancia solitaria e de muitas leituras. Formou-se em Psicolo- gia e, apds concluir seus estudos, dedicou-se 4 psicoterapia’ e ao aconselhamento, trabalhando por muitos anos com criancas em situacao de vulnerabilidade. Tornou-se amplamente reconhecido como criador da terapia centrada no cliente e por fazer desse tra- balho clinico uma investigagao. Como um dos mais importantes tedricos humanistas, teve o mé- tito de conseguir colocar em discussao a problematica das relacdes interpessoais. E tornou-se o primeiro psicdlogo americano a receber os dois maiores prémios da Associagio Americana de Psicologia e, em 18 de janeiro de 1987, foi indicado para receber o prémio Nobel da Paz, mas faleceu em 4 de fevereiro desse mesmo ano. Para Rogers, 0 que € valido em psicoterapia também pode ser aplicado a educagao, ponto de vista que expos em numerosas produgées, destacando-se Liberdade para aprender, de 1969, € Liberdade para aprender em nossa época, de 1983, defendendo uma perspectiva de ensino centrado no aluno. O HOMEM E SUA TENDENCIA PARA A REALIZACAO — __Roctas 9 Segundo Rogers, tendem y OS Para a manu a 7 SlAcs fengao da vids nesta, a realidade biolégica tem seu desta eee partir da concretizagao de nossas necessi mantemos vivos. Além disso, um motivo que, haja vista que é a idades basicas que nos : mais vasto nos direciona ou seja, somos providos com a tendéncia bara a realizagdo, que se constitui num impulso inato que revela 0 desejo de crescer, de melhorar as proprias competéncias, de desenvolver-se, de atingir o potencial pleno. Embora esse impulso a autorrealizagao seja inato, ele pode ser ajudado, ou, por outro lado, prejudicado pelas experiéncias obtidas (Rogers, 1982). E em razio dessa tendéncia/impulso que somos lancados a novos desafios, que ousamos mudar, que buscamos alternativas para as situagGes-problema vivenciadas; que somos estimulados a criatividade, a novas aprendizagens e habilidades: que somos motivados a buscar um crescimento saudavel, nos mais diversos aspectos vitais. A tendéncia para a realizacao propicia 0 nosso desenvolvimen- to, quando somos lancados a explorar 0 mundo ao nosso redor, a desvendar os objetos, a expressar nossos sentimentos, a engatinhar quando bebés, a caminhar numa busca constante para suprir nossas necessidades. Essa tendéncia, portanto, nos impulsiona a manter contato e interagdo com 0 outro e a conduzir nossos comporta- mentos por caminhos que permitem o crescimento, a felicidade: Desse modo, o caminho que seguimos em nossa a a telacio com as percep¢des (influenciadas por nossas oat des e expectativas) que temos dela, 0 que pode nao repress : a realidade externa em si. Podemos dizer que © ne ee 7 a de nds vé o mundo interfere no modo como cae aad 08 outros. Interagdo essa que pode bai 7 nits pela dificul- de se perceber uma mesma situagao & gerar outro. Em suma, dade de nos posicionarmos na Deane partir do “olhar" do Rogers afirma que a possibilidade Ge TO Pagegrtoaay ey UeREMEL EEN ender as percepeoes © Sentimentos outro, a capacidade de ente ae i 1 enpatia, impulsiona NOsso. de outra pessoa, que ele denominé crescimento saudavel. D PLENITUDE NVOLVIMENTO: EM BUSCA DE SUA Na concepgio de Rogers, em nosso desenvolvimento, a prin- cipio, somos providos de certa harmonia, de um equilibrio interno, eA medida que cresce nossa experiéncia de vida, essa harmonia, essa congruéncia pode se desestabilizar. Diante disso, 0 impor- tante € a possibilidade de a pessoa desenvolver-se de maneira a manter esse senso de congruéncia, resultando no seu crescimento ‘aliagho de suas experiéncias, de seus padrdes saudavel, numa av: internos, fundamentados na tendéncia para a realizagdo. E nesse processo de crescimento, destacam-se 0 cognitivo € o experiencial como principais influéncias (Glassman e Hadad, 2006). O desenvolvimento saudavel é 0 desenvolvimento pleno, compreendido mais como um processo continuo, que segue por toda a vida, do que como um ponto final e estatico, como uma sucessao de estigios especificos. Glassman e Hadad (2006) explicam que Rogers expe algumas. condigdes para a tendéncia do homem ao crescimento saudavel (impedidas apenas pelos fatores externos negativos), que sio a aceitacdo incondicional, a abertura e a empatia. A aceita¢ao incondicional envolve a aceitagio de que qual- quer pessoa tem um valor, e aceita-lo abarca nao fazer men¢io ao que ela faz ou nao faz; é aceita-la sem impor condigdes sobre suas condutas. A abertura configura-se como a possibilidade de a pessoa colocar-se, expressar-se livremente, sem deixar de respeitar e considerar a outra pessoa. J4 a empatia compreende a possibili- dade de (tentar) colocar-se no lugar do outro. Tais fatores tendem a estar interligados e ajudam a pessoa a viver de acordo com 0 seu potencial. ni As pessoas que alcangam. seu funcionamento pleno fazem-no srapresentarem UMA abertura a toda e qualquer cere arcs anna -apacidade de se dei ia, ar ser guiados pelos proprios instintos, e nao ja razio ou por opinides de outros, assumindo um sentido de fiberdade de pensamento e de acdo. Ao fazer o que sente como certo, a pessoa teria um importante guia para o seu comportamento. Fm suma, o desenvolvimento saudavel depende das condicdes existentes: se estas forem satisfeitas, a pessoa se direcionard ao seu desenvolvimento pleno, & congruéncia, vivendo a vida como um proceso € no como uma série de objetivos a serem alcangados, Atriade que favorece o crescimento humano saudavel é tam- bem aplicada por Rogers (1978) a educacao, destacando como condicdes fundamentais para a aprendizagem: ter empatia, aceitar incondicionalmente 0 aluno, ser auténtico. SOBRE A EDUCAGAO, O ENSINO E A APRENDIZAGEM Ja antes da década de 1960, Rogers via no sistema educacional convencional um momento de grande crise e, ao mesmo tempo, de desafios para caminhar adiante, produzindo mudancas a tempo de nao sucumbir, destruir-se. E questionava 0 papel da educacio nesse processo de mudan¢a, na construgio de um mundo mais digno, propondo uma revoluedo rumo a uma sociedade diferente, com seres humanos diferentes. Considerava que o homem reconstroi em sto mundo exte- tior, em consonancia com a sua autopercep¢ao, que adiciona as experiéncias vivenciadas um significado. Ao significar, utiliza-se da Consciéncia aut6noma e interna, constituida na liberdade. Desse modo, acentuava a preserva¢ao € O crescimento — progressio da liberdade, como ponto central da educagao. Uma educagdo cen- 'rada na pessoa, uma aprendizagem qutocentrada. Rogers (1986) tece criticas @ educacao tradicional, centrada NO papel do professor enquanto possuidor do conhecimento, do Poder ¢ do dominio em sala de aula pela autoridade. Destaca que © lune © visto como aquele que recebe, que obedece, sujcito a regnts ¢ imposigoes pant trabalhar methor, sendo mantido nun, estado de medo e, nesta perspeetiva, MO PArleIpa, NAO tem voy fa escolha dos objetivos, no direcionamento das aulas; em sum, ndo E tomado em sua tolulidade, apenas como UNI ser dotado de um intelecto. Ao questionar esse tipo de educagaio centradd NO professor, Qo ensino, propde uma educagio centrada na pessoa do alung (ou ainda no professor enquanto aluno), tomando-o como ative, No processo de ensino-aprendizagem. A partir dessa nova Filoso- fia, ensinar compreende que se deve crictr condigdes para que 6 outro, a partir dele proprio, aprenda e cres¢a, que seja /acilitada a aprendizagem. © aluno & possuidor de forgas de crescimento, tem a possibilidade de ser livre (mas com responsabilidade), digno de confianga e o professor esti a seu servico, possibilitando-lhe uma autoaprendizagem. Segundo Justo (1973), esse novo enfoque educacional proposto por Rogers, jd em 1952, foi tomado como um heresia, sendo forte- mente criticado por representar uma ameaca aos dogmas didaticos instituidos, ou seja, por renunciar a uma educagao autoritaria (dite- tiva) em prol de uma democratica (nao diretiva) centrada no aluno. Para melhor compreender seus pressupostos no que tange ao ensino e aprendizagem, destacamos as reflexdes de Rogers (1982), engendradas a partir de sua experiéncia como docentee como psicoterapeuta. Tais reflexdes anunciam que ndo se pode ensinar diretamente outra pessoa, 0 que se pode é facilitar sua aprendizagem. Também nio se pode ensinar a outra pessoa como ensinar (0 professor dle- veria se pergunta pessoal do aluno). Além desse pressuposto, 0 autor elenca outros principio’ norteadores da aprendizagem, dentre os quais destacamos: $6 Nos interessamos por aprendizagens de coisas que importam, que influenciam significativamente 0 nosso comportamento, ou sels as que forem descobertas e autoapropri; como facilitar a aprendizagem e o crescimento sd adas por nés; tais aprend- zagens nao podem ser comunicadas diretamente a outra pessoa; aprendemos em grupo, nas relacdes com 0 outro ou, ainda, conos- co mesmo; 4 melhor maneira de aprender consiste no abandono de nossas atitudes defensivas e em tentar compreender como o outro encara € sente a sua propria experiéncia; é importante que possamos reconhecer nossas incertezas, procurando esclarecer os nossos enigmas, a fim de reconhecer o real significado que a experiéncia possa ter. Nos estudos realizados por Rogers com grupos de ensino centrado no aluno, foi evidenciado que houve aquisices signifi- cativamente maiores, se comparadas com as dos grupos de ensino convencional, principalmente no que se refere “2 adaptacao pessoal a aprendizagem extracurricular autoiniciada, a capacidade criadora ea responsabilidade pessoal” (1982: 270). FACILITAGAO DA APRENDIZAGEM: QUALIDADES ESSENCIAIS Para Rogers (1986), portanto, o objetivo do ensino deveria ser o de facilitar a aprendizagem, o que envolveria uma reflexio so- bre o modo como professor e aluno se desenvolvem e aprendem a viver como individuos em processo. A qualidade das atitudes que existem nessa relacao nao se fundamenta, por exemplo, nos recursos audiovisuais que o professor utiliza por sua conta (sem 0 interesse do aluno), no planejamento curricular, em sua habi- lidade em transmitir conhecimento via palestras, em utilizar uma Série de livros etc. Contudo, nao se pode eximir o professor de Seu papel informante ndo diretivo da atividade livre no processo de autoaprendizagem A utilizacdo desses recursos e dessas habilidades nao deixa de ser significativa. No entanto, 0 primordial é considerar que o €ducador, ao exercer seu papel de facilitador da aprendizagem, Coloca em pratica algumas atitudes consideradas basicas (ainda assim, as técnicas e as atitudes a seguir no se excluem, mas *€ complementam) a) A autenticidade do professor significa ser ele prépric, colocar-se no processo, de modo que exista, durante g uno, uma real integracao entre 2 experiéncias. Essa condigao é considerada primord Vista que se 0 professor nao se aceita € No se compreende, tera também dificuldade em compreender € aceitar o aluno, ainda ser congruente, ou seja, deve sera pessoa que atitudes que assume. “O professor iéncia di uma pessoa, ndo a encarnagao abstrata de uma exigéncia curricular ou um canal estéril através do qual o saber passa de geragio em geragio” (Rogers, 1982: 205) b) A aceitacao abrange 0 aprego, e expressa a necessidade de 0 professor’ facilitador apresentar confianca na capacidade humana, desenvolver um aprego incondicional pelo aluno. resultando numa relagado de ajuda, num caminhar para a sua independéncia; aceitar o aluno tal como ele é, aceitar Os seus sentimentos e entrar numa relacio de empatia dentre outras, com as suas reagdes de medo, que podem se manifestar numa situacao de aprendizagem nova. A sala de aula passa a ter um clima de seguranca. ©) Compreensdo empdtica acarreta a possibilidade e a capaci- dade de o facilitador compreender internamente as reacdes de seus alunos, a partir do quadro de referéncia deles; eximindo-os do julgamento e da avaliacao fundamenta- dos na visao e perspectiva do educador. Toma a iniciativa de compartilhar com os seus alunos, seus sentimentos € ideias, sem, contudo, exigir nem impor-se, mas fazendo-o de modo a representar para os educandos uma alternativa que podem acolher ou recusar, Além das condigées anunciadas como facilitadoras da aprendi- zagem, consideradas como principais, Rogers (1978) acrescenta que o professor, em seu trabalho, colabora para elucidar os propésitos que tém sentido para cada um e os mais gerais do grupo. E também para organizar e disponibilizar os recursos para a aprendizage" significativa, e nisso ele € um recurso flexivel a ser utilizado pelo ocan grupo Nesse processo, deve trabalh: “ aceitar suas limitagoes, ad que a congruéncia & ‘apontads condigao basica (nao tinica), do ambiente a ela fundamenta as demais condigées Isso, contudo, nao invalida ou des apontadas anteriormente. ; Para oe ensino centrado no aluno, Rogers propée a técnica ndo diretiva, em que o educador se limita a facilitar a comunicacac da past eee mesma para que ela se autodirija. Deve-se oar da motiva¢ao intrinseca do aluno para aprender e, assim, verificar os assuntos de seu interesse. E se 0 aluno nao se motivar, nao se interessar por estudar? Nesse caso, o professor deverd realizar algum tipo de atividade que desperte a motivacao existente, que facilite a consciéncia da incongruéncia de seu aluno (Puente, 1978). Em suma, quando o educador confia na convergéncia constru- tiva do grupo, quando cria em sala de aula um clima caracterizado por tudo o que ele da conta de conseguir de autenticidade, aceitacao e empatia, esta entao diante de uma revolucdo educacional. de uma aprendizagem qualitativamente diferente, que se transtorma em vida, num processo dinamico. “O estudante acha-se a caminho as vezes excitadamente, as vezes relutantemente, de tornar-se um ser em mudanga, de aprender” (Rogers, 1986: 135) ar de T de modo a teconhecer e ; pelo tedrico como acilita E cilitador, haja vista que Ser para poder ajudar a ser. onsidera a nsidera as demais condicées APRENDIZAGEM COM SIGNIFICADO: UM ENVOLVIMENTO PESSOAL zer sentido part oO aprendizagem soo para cima’. rs, oO ensino deve fa 11, do contrarie, ‘do pe: I sais; nao tem amr De acordo com Roge aluno, deve ter significagao pesso! ro, $6 se coloca ficados pess¢ m todo” (1978: 20). modo significativo i), dificilmente lida apenas com o céreb' Nao envolve sentimentos ou sign! nima relevancia para a pessoa come une - Uma aprendizagem, quando rea iz ca ae Para 0 estudante (envolvendo © 8°¥ pens 16 sera esquecida. Isso € 0 que Rogers define por aprend edge significativa ou experiencial, que ocorre quand ‘ ives — 0 contetido como importante para seus ia ol : \ 8. Quando y aprendizagem é iniciada pelo aluno e abrange ie a . lecto, ela se mostra Mats duradoura, o de aprender sensive| é-lo vem, a priori, dele Ua Pessoa, ne que se refere a sentimento ¢ intel Cabe ao aluno envolver-se No proces € cognitivamente, pois a necessidade de f . (autoiniciada). Outro ponto que contribui par ’ significativa é a mudanga de conduta em relacd 10 da aprendizagem, no sentido de averiguar se val a0 encontrado que se quer saber. Nao se pode esquecer que 4 aprendizagen é facilitada na medida em que o aluno participa do seu processo de forma responsavel. Com poder e liberdade, os educandos podem aprender uns com os outros e com eles mesmos, se autoinstruir; numa aceitagio da possibilidade de aprender com os erros. E cabe ao facilitador provocar uma aprendizagem continuada, que dé énfase a aprender como aprender, numa abertura persistente 4 experiéncia e a mu- danca, sem perder de vista 0 principio de que os seres bumanos 1tém uma potencialidade natural para aprender. O ritmo estabelecido para avangar, ou nao, no estudo de de- terminados contetidos € colocado pelos alunos. Dentro de uma estrutura basica de contetido o aluno é responsavel por desenvol- ver sozinho ou em cooperagio com os outros seu programa de aprendizagem. A independéncia, a criatividade, a autoconfianga sio fung6es da autoavaliacao, da autocritica de cada um e estilo presen- tes no processo de aprendizagem. E a autodisciplina & necessitia ao aluno para atingir seus objetivos. Ela supre a disciplina extema Portanto, na teoria humanista da aprendizagem, o profes do foco, deixa de ser o principal dirigente da sala de aula; f a ser um mediador/facilitador, na medida em que for solicitado, orienta seus alunos, pois ensinar é fazer crescer 0 outro, criando condi¢des para que este, a partir dele proprio, Assim, 0 professor esta a servico dos seus uma autoaprendizagem. aprendizagem sor Sit ASSL , aprenda e cres¢il alunos, possibilitando-lhes Daia importancia fundamental da aber contetidos, dos planos de ora a0 didlogo, a discussio o professor promova os recursos de aa nao in mesmo e de suas experiéncias, de livros oe advindos de si de maneira a envolver o aluno neste proces: ee ae Cabe ao professor, portanto, ae ambiente facilitador, expressando sua a ‘ jt de aula um capacidades de aprender dle seus alunos, a cores nd pelos aspectos emocionais e cognitivos deles. ee Mee elementos o estudante aprende contetidos cognitivos — onan aprende a conhecer suas préprias emocdes. ' ee Diante ae apontamentos teferendados, é possivel sintetizar como conceitos considerados essenciais na teoria de aprendizagem de Rogers no que tange aos alunos: a) potencialidade para apren- der; b) tendéncia a realizag4o (dessa potencialidade); ©) capacidade do proprio organismo de valoragao; d) aprendizagem significativa: e) resistencia; f) abertura 4 experiéncia; g) autoavaliacao: hb cria- tividade; i) autoconfianga e j) independéncia O grande desafio da educacao é que a escola possa ser um lugar onde existam alunos que queiram aprender, que sao responsave!s e criativos, bem como professores que gostam e se realizam com O que fazem e, o que é salutar, aprecie! m lugar onde professores e alunos queiram estar, nas Por representar um espa¢o cle aprent mitua, um lugar congruente. Desafio esse que, Se considerarm' escolares, tem aumentado a sua prop: Na organizacao curricular, nas aulas, nas ava 7 nheceu essa realidade € ponderou que s€ ee ma Perspectiva te6rica, ainda que diame desses us es omsso © tabalhando num clima de aprendizagem vende Que seja possivel uma inteira liberdade de aP¥ de m seus alunos. U! nao por uma obrigagao, m der e bem-estar, de confianca das instituigdes os a realidade presente orcdo, pela rigidez liagdes. Rogers reco- abalhar nessa belecendo até 128 Purcorneia va arnrsentzgets AVALIAGAO, © de aprendizagem 6 realizada py, » sentido © do significade, a jag: A avaliagao do. proc aluno, numa constante revisao de my a Sua 1uloay: 2 NO que tL ange aprender para si, O aluno real em , alm disso, con, Conte a extensao e significagao da aprendi com as ponderagoes ¢ “avaliagoes” das demais pessoas do ups, e do professor. A avaliagdo propost bilidade e a iniciativa do aluno, tornando-se mais compreensiyg ¢ consciente de sua capacidade. a por Rogers evidencia @ autorresponsy, ROGERS E A EDUCACAO NO BRASIL A repercussao das obras de Rogers no Brasil representou a possibilidade de “revolugao” no sistema de ensino vigente, definido como tradicional, num momento em que a escola era muito diretiva A aplicacao da abordagem rogeriana foi alvo de criticas, prin- cipalmente por volta de 1980, afirmando-se que a teoria nao trazia discussdes voltadas ao social, ao politico, ou seja, convertia-se numa teoria com o eixo no individuo e, com isso, 0 coletivo se perdia. Era a crenga em uma pessoa, que era universal e desenrai- zada do seu entorno cultural, politico, social, hist6rico. Por outro lado, segundo Almeida (2003), o que estava sendo construido ert o homem na sua humanidade, inserido na sua realidade, e, co™ isso, a teoria nado podia estar apartada de um contexto socioec” nomico. A autora acrescenta ainda que uma pessoa colocada 10 centro traz em si um social, pois nao ha possibilidade de ver # st mesmo sem ver Os outros. formagbes shecjute ee acordo com Puente (1978), a8 fretopees - corridas nas escolas jase constituem! - pelas estruturas ia Pecan mee neg cee . 3 mais abrangentes da sociedade (sensibilizand?° ——_____ ovens ns mudando-os). Uma mudanga na base, na escolz mudanga nas atitudes da diregdo, dos alunos. dos pesca um pais, uma transformagao interna, pois é fundamental ues dos guténtica; 0 ensino centrado no aluno nao Pode ser im osto “ve Por outro lado, a teoria rogeriana é qledonth ee oe suposta insuficiéncia para explicar todo o Processo de ensino : aprendizagem, por centrar-se em hipdteses fundamentalmente funcionais. Mas nao se deixa de reconhecer sua importincia como uma condicao que facilita a aprendizagem. Finalizamos com uma reflexdo de Rogers, no que tange a aplicagao de sua teoria 4 educagao: Se dermos valor a independéncia, se nos sentirmos incomodados pela crescente conformidade dos conhecimentos, dos valores e das atitudes a que o nosso sistema conduz, entao talvez queiramos estabelecer condigdes de aprendizagem que favorecam a originalidade, a autonomia e 0 espirito de 82: 270-271) autoiniciativa na aquisic¢ao da aprendizagem. (19 Notas de que todo comportamento ocorTe POF STWSS ' 0 determinismo constitui-se na suposi¢2 de causalidade. especificas, ou seja, € explicado por relagoes Constitui-se numa interven¢ao clinica-psicologics Nelson Piletti Solange Marques Rossato PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM Da teoria do condicionamento ao construtivismo editoracontexto Capyrngh © 2011 day Autores Fiveto desta eaigae reservados Pinsky Lida.) Volos Vallnora ¢ sto (Lalio ete devapa inte Pinsky icem de capa diagrama ao Gustave 8, Vilas Boas Prepanagto de seston Lilian Aquino Reve Lourdes Rivera Dados Internacionais de Catalogagio na Publicagio (c1P) (Cimara Brasileira do Livro, sr, Brasil) Pileti, Nelson Vsicologia da aprendizagem : da teoria do condicionamento a0 construtivismo / Nelson Piletti, Solange Marques Rossato. ~ 1. ed., 74 reimpressio. ~ Sio Paulo : Contexto, 2019. Bibliografia. ISBN 978-85-7244-661-7 1. Aprendizagem 2. Construtivismo 3. Psicologia cognitiva 4, Psicologia da aprendizagem 5. Psicologia do desenvolvimento 6. Psicologia educacional I. Rossato, Solange Marques. 11. Titulo. 0.15 u 18766 Indice para catélogo sistemstico: 1. Desenvolvimento ¢ aprendizagem : Psicopedagogia : Educagio 370.15 2019 Eptroea Contexto Diretor editorial: Jaime Pinsky Rua Dr. José Elias, 520 ~ Alto da Lapa 5083-030 ~ Sao Paulo - sv Pax: (11) 3832 5838 contexto@editoracontexto.com.br ‘www.editoracontexto.com.br

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