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‘du semi opelica do thin Por Un vedi empl de ere idee “hd alae = ‘eta alga pcan ronnie © mo tava se nzerisem alee a plc brs = do “cso decane” — gue Arcus de Ire: Pica, Comniass0 ee fasolum “NOUN hiss i io Pier Paolo Pasolini |} OS JOVENS ANTOLOGIA DE ENSAIOS CORSARIOS editora brasiliense PIER PAOLO PASOLINI OS JOVENS INFELIZES ANTOLOGIA DE ENSAIOS CORSARIOS Organist Mite aha Pratacio Michel had @ Mara Beanie Armor editora brasiliense Cony ©by Epa Par Palo Past Eile fama Eure Set ora Con © by Epi Par Palo Pst Gort Eon Cony © se rae bases Fore Bring SA, "ies pte tapos prea “rare tr saris, ea sot rec gee Freie i, 190 Comyn: Elina Roche rvs Mew cg ag Ae bes unde Comeicio 2697 leis So ous 3 oe (on) seb sa Fe 1 271 OBLM 3 IMPRESSO NO BRASIL sumario Uma leurs corsitia dos sgnos de uma este realidad eb! Cad. 5 Abertura (os joven infies . 1 Ofascismo de consumo Uma mutagdo antropolégica (0 “discus” dos exbelos EU Adis igatsca de um spar... 48 ‘in poueo de febre pas ignorar a esupider € a feroet ‘ade do aseism 51 feultraglo © aculhrag40 7 Desenvelvinento progress. 6 Rressnanga de im mundo que flava em alt 66 Nota 20 dialto € realmente volar pa (re. 72 stud sobre a revolugso antropolOgie tT n.79 © venladelte fascism © portato o verdadero antior emo. 86 tiguidade da histona © imensidao do tundo eam: ponte 98 Jfrpligao do “esbogo” sobre arevlugto aseptic a hla 1 pequena discuso hintGrico de Castigandofo 103 a © genoddio. 109 (© sige dos pimps 16 Gennaro: a linguagem padaggic das coisis 128 Meu “Acetone na TV apds 0 geno, a7 (It. A Jalsa tolerancia sexual do novo poder 0 MP om uy wo oe isi atid oe hemos 158 SKY” pkeuro sobre os tbs que precam ser qucbradon Seo peqalquer uso” 161 dm macto # abana utpassad, 170 [Peon o abort, a flsa wlerincs do poe 6 ie forms dos progress a sie 1865 . 2 \pbjoree ds ga da da 9 IIL A destrutcéo, a falsa desobediéncia, amore Pannell ea disidéncs 207 A droge: una verdadeiatragédiafalana a5 ‘Argument para um fime scbce un pola 22 Duss modesias proposts pace eliinar criminal dade na li. 230 "stam tds ein poigo. 27 Apendice A poesia a aaicte 249 Uma leitura corsdria dos signos de uma triste realidade Michel Laue Pasolini no fl s6 un dos mals imponantes poets, romancisas cineasus talanos do século. Desde omega da Uéeada de 40 a 0 Rial de 1975, 0 ensains {oi uma tonic nasa obra, num cilogo cero cans tame com a saa producto artstica, THés volumes teste ‘muntam a genihidade do ico Meréso «do linguist © 'edrio da stmiologu se acu reistrada num lv public do em 19725 € uma coletines de argos, ecentemente ccdicads ma Franga,redne ¢ produgio mais espocicica Jo citico cinematogrfco™ Aus foram sem davida seus en ‘ios Jomalisicos — mai até que sua aividade cine. matogrifici — os principaisresponsiveis pela celebridade do personayem sz lala, sedimentanda a imagem de polemisa e critica deologio que ate hoje prevalece sobre as demais junto a0 grande pio, De 1960 a 1965, nos “diloges com o¢ lekores” do esibdico Vie Nove, Pasolini watava dos mals varados as ‘unios di ataldade (ae Brigite Bardot 2 De Gaulle, de (Cuba aos filmes cle Antonleny, da alenagae sexual 20 neo Eine asian Si ear bs ose Sa Epon ca, Cnc 3 frre oe ees dey, 197 {ascismo), mas procurando sempre através deles cham a atensio dos sevs inlerlocutores — jovens mulitantes co- units 9a sa maiona — pars a necesslade de uma re ‘isto dae antigas poslgces Idenldgicas © de uma semidiogo coma. *0 alegre nominalsmo dos socilogos parece exturrse dentro tc seu proprio revo, Es vivo no melo die cosas © invert com posso 9 modo de noms. Se procuro‘descrewer ‘© aspect tenel de uma nova gerag Inter, que soft tosis os desequiinos devia 2 um ror e extiida de Sewolviment, © procuro ‘descrevt-lo' este over, nee ‘operisio, mio sou! certmente compreendide. Porque #0 scciologo e 20 politico profsionais nao impos pessoa. mente nada deste je, deve operiio, Ao contri, a ‘mim pessalmente 2 nies coisa que impeta’* Nao se titavs, entio, nos enstios de Pasolini, cle demonstra alguma dutrina ou de siniplesmente aplicar uma ree 3 relied, mas de sempre consi ni “ex periéncis “exisencial, dines, eonerea, drum, Coypirod’” dessa realidade em. fondamenta citimo ct Aanilise Por S60 0 autor nio hesitava, para cacao dos iuardi¢es ca “neutalidade”, em apresentar 3 8 prop pessoa como fonte © principal argumento de suas const ergdes, © consumismo, por exempo, como "puro & simples cataclismo anopolegico? "Bu ute, exstenca: mente, ese cataclimo” — repens Pasolin) 20 "Inder tents de um se contestdor — "ee 0 vivo no meu cit fea, nas formas da minha exiéncia, no. mew corpo Como miata vada social burgess se exaure 9 trabel, mina vida social em ger depende rotlmente do qi ‘lo a pessoas. Digo as pessoas propestadamente, tendendo por isso aquilo que € a sociedad, © pow rise, po momento. em que entra exstencisinente Ce talver apenas. visvalmente) em conta ‘comigo. (1 Enquante transformasio (por ora degradagdo)antropol6 ict das pessoas, 0 consumo € para mim uma tage dla". Quer dizer por um. lad, © propio compa do de- Ciiador como a tela soe a qual x imprimem os signs Ai realdcde extenoea ser dectrads, por auto, vn tae tho de dezifagio do real que Sempre, a0 mesma tempo, um fagmenco de autobiografi, Pasa alo gnorava, etetano, que a realidade 90 seu deconer se express senipre no fempo presen equ © present € indectivel sem um cet distanciamento do “porque na sua analdade, no seu faerse merit ito €, n0 seu preseate a tealidade $6 possi 2 linguagery das coisas, © mo ‘pode ser ent. sento vida". por iso que, face 2 amalidade, um homer de pode estar extemamente adiatado ov ex tremamertearasado (oy, lea, ampas as coisas a0. mes ‘mo tempe...”™ Para aqueles que, com otmismo,acrec tam que a homanidade caminh progressamente em Aizegt0 aum cero objetivo, a interpretagio do presente se da através da sus projegio no foto, em fungi do qual todos 05 agnos da atualicade adquirem wm sentido valor sefinides. Para Pasolini, a0 conto, a msst0 do semilo- 1 mio se confunde com do profes, 20 mse com & do diagnosicador & de um diggnosicacor que, recusdo 4 propria idea de um proceso hisérico impemtivo, 6 pode analsar a fsionomias, as comportamentos os di ures veibas da realidade presente por oposicdo aos do pasado, endo enguanto merasanteipagdes (4 retards ‘mentos) de um futuro supostamente predeterminads, ‘xara do passido uma forma de Waa para Cntrapo- la 8 do presente vepresenava niin, em Pasoliny 4 Ope UGE meg one pea mr Gerben ine cla syomms ozs a» ‘agdo que Ihe garunia aqueledstanciamento da stualidade Indipensivel 2 sua imerpetagio, Mas € também jus ‘mente o que the permit: recur “as coisas ademas” co- ‘o natura © conduzie ext elagao a elas oma cra cye- iva De fato, qu Pasolini vesse ou nao saudades de uma ‘utr er €no caso inelevante “sw absctimente a0 me impede" — dizis ele — ‘de exerer sobre @ mundo atl 4a como ol 6a minha erties: pelo conto, unto maior a cer quanto maior o cespendimento desse mando, no {qual sceto viver apenas por eaoicismo™ A anacronia sau ‘Ao €, porno, expeierte de evasio, mas insrumento de 'ndlise «arma de combase ao mesmo tempo 0 isirumens to © warma de que se sein Pasolini para tlentiicar des. revere denunciar racioralmente na stualidace — que ele ‘via na sus prépria carne com degradagtoe trageit 03 Slanos de um proceso histo e antropologico bem di vero de uma feliz evolucio. Pura express, entio, de ums postr: conseradom dante a bistor? Antes im fexempilo de tesiténcia aes pretensossmperativos de tina histoia — acets pasivaeaericamente pelos "progresis- tis’ —, atrves de disousos anacrOnics “onde ‘conser. vaglo!@ revolugio’ sto de fto palavras que no mt mais ‘enum sentido" “A aoialga, em summa" — como bem, ‘bservou um comentarsa —"@ @ que permite a Pasi Passar de uma posigio de revolugio (a substiuicto do {antigo pelo novo) a uma posi de resistencia (ineluindo 2 ressiécia 20 nove, quando o nove € sindeimo de opressto supers, de eninmismo, de unformed). ‘alia em fora cri” ‘Uma letra dos mais iversos signs stat de real dade, seam eles propeiameste lingtistcon, Ssionrcos ‘ou comportamentals, wna lara dos signos ca welidade 15 Fee hn ett do und canon 16 “Seats ip cop ta 1 Gon Sony imp as ee presente, embbora seis a referéncia 20 passido que The fomega os parimetros necessiios 2 idenifcacio e wali lo dos procestoshistricos em curso; € uma ltrs fal Tnente, erica desses signos, posto que € prSprio de qu ‘quer tabalho inglectal relevance eoetesar a atvalidade © ‘de toco 0 autor que impora onper com os padrbes die ‘ursvosvigentes els, postanto,aquilo de que Pasolini nos fomece na verade 0 exemplo, a0 eolocar em seus es ction coriros sua experiénca © competéici semiolea- fas servigo da composiqao de um werivel reat do Te ‘smo de consumo Qual € 0 seatimento que ni reaidade ania esses censaies que setsim do pasado seus parimetes anal os, © se fundamento dime das peopnss expeiéncias pessoais do autor ‘Um ‘cesamento de aoe" em relac3o aos ovens — responderia com mia probabiidade Pasoin™ —,espect ficamente em relagio 2queles (camponeses € subpro- esrios) que a hisria burpuesa nao tina até ent jars conseuidointegrar ‘De fato, uma pane substanelal da ob produzida por Pasolin desde as primeiras poesia em fiviano av 4s Aid fe Uma Noites pode ser consderada uma "decaracao de tmot"™ a uma uveatude que, detada de valores culurais proprio petfekamente ajusties as suas condicbes reais te exetacia, pod viverra acto Fela com 9 mundo fe a eres, mesmo que ese fosse um mundo de po rene inpstias socials Ora, a eos de Pasolini o con- Sumisno wii ustamente romper esse “equlibei':aniqu Jando todos os modelos partculaes de vide 0s sntntiuindo por outs aoe guais a maloiados ovens no Bice erence te Sh an SS eee conseguia comesponder, 4 deologla do bemestar © do ‘consumo acabava por incur nesssjuventude a vergonha (e sua propria condigao socal, tomandova por iso “ike lig, neurotic, afte, obtusa epresungosa™. Nao poderia centio Pasolini, que amava profundamente esses jovens 2 Donte de hes deca prande parte nie sé de sa oes co zo da propia vida, acelar essa tansfrmagio como "na feral Ao homem e ao aria, tatava-se efeuvamente de fuma castro, que nele repercotia,primeio, ‘como de slusto, ia, tacdnum vfae, reguigae, Finalmente, como revel ideaista, como recusa do stags quo" ‘© Patol eorsdso, ponanto, €justamente a expressdo esse toowimenta de recuse de revoka que sucede a uma relagio amorosa sbi ¢ wolentamenteinercepic. F de tim mevinenta — coneém sublinhar — drgido no nto conta a rota jusentude, que, obsgade 2 pagar com a prepa infelicdade ura culpa que nfo era esencilmente ua se apreventava bem mais dg de “piedade cosmica {oaue de tlio” efetivo"; mas, anes contra os werdadeos Dromovores dessa infliidade: 0 nouns fascias, precisa fente responsive polo "genoddo cultura” propre 30 ‘esenvelvimento do Consumo, e sus prncpaiscamphces, saber todos os tteleuais que, face a tal genocto, rex fam —racltumente — com 2 iniferenga dos “realsas {Quinoa com a mais rata satisacto. ‘Mas, no que concerne agora 268 recepiores poten cialmente vsados pelo eotsirio, a quem mais poderiam de fatointeressar exces discos insparados por seu desamor pelos ovens Inflizes’ da socedade salina de consumo? a ax mer Pca gr Pain ri del ‘Soe mace de ie ces poy eee emis Sn, Seguramente io 4 ess mesmos jovens, dos quais Pasolint sabia esr sepando como que por um ver ddadeiro smo, isto & “por um dos mals profundonsaltos de geragio que a hisora possa ceca. Com ele, como poderiam ser eles 0 ender efcaz de menses como a d: que a vidi na “era do pao" era melhor do que ra fers do Ouro"? “0 ednone dessa graduagao de valores evidentemente 0 meu,” — dina Pasolini ~~ no &, 0 de tum homtem da minha idade, em condigGes de poder fiser ‘onfomos. Um jovem talvez ado padesse me camper des, & nao ser que fosse dowd de ums ineigenca cx. ‘xpeional, © poranio cipar de infer, do que. ress laquela amiga maneira de set, sua toralidade: © mando clr nb imcerior do qual se expr fisiea © exten almente © pove tallano* A prudeste ressalve conta essa afimacio revidava de maneia muis categoria o aur de “Gennarielo’, esse curoso tata peclagogico™ de Pasolri onde © pleno recenhecimenta do enorme “salto histrico™ oconido no inteior do captaamo eal ‘cava irem=davelmente em ense a pra figura do “pe dagogo’: “ste € 0 ponte imporante”— alirmava Pasi 2 seu overt * discpolo” imaginéro — “a mina cultura 2 me coloca em uma postr cilia em religlo te ‘coisas! madernas enfendidas coma signoslinghisicon & ‘ua cult, 20 contro, we fiz acear exis cotas moet ‘is como astral ¢acoler seu ensinamento cama abs. Ito", Or, o mest semisloga sabia que, vona exca liso tiga © primitiva ansestla pela propsa lnguagem is coisas, as sus palvas eram sbsolutamente impo. tents: podam no maximo se sobtepor a ea, ama co ‘est-a:proindamente. £ entio daro que Pasolini ppoderia prtender com seus esetas cosirios ating ab Jeuvamente esses jovers que vivem umn experiéned on Sg meets eter core, x BG “Somnath gg pg ca india do mundo totalmente shea 2 sua. E sens wuvda, pars el, sera jusament esta uma cas maioresviclencas do *nove fascisma" que estava conseyuindo apagar da realdade todo © qualquer Vestigio de urna “antiga ‘mania de ser a de eoloca os ovens, em sta grenle ‘mass, numa sinagio hstrica tal que os abigie # vver 4 propria infeicidade sem que nads poss fast los vied ‘omar cars conseiénca dela Se por ut lado 2 rss dos “fos” no pode parla ss experncis em que s fandarmenam os juin expresses nas anigos de Pasolini, hea parte dos “pai, por sta ve, ro compara des senumestos qe os aim, E por 630 ‘que 2 burmuesia, que munca amon 0s jovers do pov due viva 2 ager da su sa, pode achar ue pata estes ovens nuda modou e qu, a0 contro, para ses hos — sis curs tio lives, desnbidas © coments como 0 casa de es petra mia — tent er ben! Qua es in telecuas democatas ¢progresivas, sun aceiaio “racont" ds “mutigdo anmopologsca” impos pelo desen- volvimento capialsa damontr tanto visio palaciana <& poli como seu toal desapego pelos bomen de carne ..a80 qe 0s rodeiam; esse Ouse sai do 560 uta € “desoer aos inferno da eae do consumo, poem taver pereber que as povas conquiss di oleengat ea Progreso" weciem, fora do palacia, sobre os veracin, Proagonisas da histria como espolagso de valores © degradacio". Masa els "no smpora pesicalmenne a die jem, dese opertio.. Alem dso, de que Ines sepia uma exoraglo ea contra uma clr, mes is tv, com as anas de outa intinmente superna isa — cea cdo sem — nao retrocede mate Face a essa “estipdh verdade” — "Now sf forma ine ‘ero? Stupid vera” — a vesitenca potica de Pasi fine e uansparene *.. Choo mundo mon Mas nfo extou moro eu que 0 choro. Se quisermes segui avant, temeos que ciorat ‘tempo que nao pode mais volar, que dizer nto 2Less ealidade que nos fechou a va prisio.."* ‘De tl forma que, por is de sua carga eviteme porém peifkial de provocacto, os esertoe corios de Palin. ‘excuindo frgorimente a maoria dos fens © dos in telecnais do conjunto de seus letores ides, estavam in trinecamente predestinadon a 36 iteressir esnapiat verdad muito poueos: ou sea, apenas aqueles que, além ‘dos senuientos e do univers cultural de referenda, ‘ilissem alnda com o autor esa sua iredstveconvice20 de que € 2 rvae a indignagdo, e nto um “compromisso hits? qualquer, a nica tite. verdadeiramentc rcional numa socedade toda homogencizads ¢ c0 ormista; ox poucoslekores, em uma, ce tamibem acre tasvem como Pasolini que para se supa a vida 90 pre sence pode seguir avant” € de fio predso “ter a fre dd tien toal, do repadio, da dentnela desesperada e ina Anda uma observagi0 final, a fim de prevenie 30 resino tempo diss diferentes acusagies comrentemente enderecadas 20 autor destes ensaios: a de absolut in fgenuidade, com base em Seu preenso repadio a0 con Sumismo em ger ea de faa de originlade, que dé por suposto que ele, entendendo simpesmente exticr tina "socedade unidimensional’, esta somente pon lado cosas dias, e melhor, por ousos ‘Or, inimerss vezes Pasolini chamavs a atengto em SI ein akan pb on emp (42/197), La mae een, Tn seus eset pars 3 pecliaridade do caso iano em Taguo as demais sociedades indusiais avaneadas. Nos Us, a Franga ou na Inglaen, dis ele, viras ours Iimponentesunifagies, eukuragdes © centalizagSes ter. fam de certo moda preparido esses paises para lta ‘milenarsamente” mal impemante” acalturagao do con sumo, que pode assim se sobrepor as precedentes com lama cena Idgca. Ae passo que, na Ti, a indGsia dos bens de consumo vit 30 condno realizar primein auténiea aculturagto e unificagio de toda a sua bin Acrescente-se 4 iso 0 fato de que nenhum outo grande pals capialta possla “uma tl quanticade de cultures ‘pariclares eres, uma tal quantde de ‘pequenas pe tite, uma tal qvaniidade de mundos dalewis, se percaberd facmente por que pars Pasolini o avsngo tec ologico, erador de conquisttsakamente aprecives em ‘otros contextos, assum uma Figueahisénieainacetivel ‘quand especificamente aplicado a ealidade taliana ‘Nenhlm stague indiscrminado 20 consumo, sem 20 desenvolvimento em ger, nem aos bers supésfuos en- quanto “fetos brits, pode poranto ser encontrado em Sigma passigem dos textos de Pasolin. Pos aces tas ‘nse sempre de acusar os efits temimatcns de wm de Sesvolwimento, ato planicado mas selvagem, e de um felt histrco, nfo preverido mas brusco e desarmado, {que acompanttavam o inggesso de urn mundo particule: frente dapenio e-plaalista na era do consumismo, ‘isendo apenas a al configuracio historia singular, exes textos tampouco pocenam conier cncas Waid OW ceventualiente formulas para alguma outta aagio indus. ‘eal evoluds, Pelo contro, se uma cea analog ppudeste porveniua exisir ene 4 realidade deserta poe Pasoln ¢alguma outa, essa cenamence deveri ser us fda, nio do lado dos paises capitalists avangados da pon, mas antes do lado dos ainda enti aubdesenvols dos. O que alts era muilo mais do que apenas suger pelo profcio Pasolini quando, por exemple, subinhanc Jusament a incomensurabiidade das experincis de om stalano com as experéncis americans “cutis € ‘acionaliadas” por Marcuse, decirave uma de soy th ‘mus lnterengdes: “Se Marcuse less 0 ue eu ego, encon ‘rari avez uma defasogem em rela Sus experincla propria; porque — repo — eu vi uma experiencia histcica muito orginal, extemamente retard, por uit Indo, mas tumbésn exueamente antecpada, poe out, Pordue € 3 experiéncia que vverio os pases de Tenis Mundo dag a alguns anon CCabe endo aos letores braieiros da presente an- ‘ologia ular xe esa sondagem semiologic! dos ets ecules do consumismo sobre © povo italiano nao thes ‘voc, por sexs0, mada de fair, © anizo que dt nome ao tina abe antlogi. Além de explicar 0 dispostivo sentimental que mova Pasi suis mlitncin csi, ele representa talver + me lara condensagio dos principals tems tates © desen. volvidos nes demais estos do period. Na Prmein Pane foram sprupadas © dspostas, se ‘gundo sua ordem cronolégics de compesigio. as inter ‘Yengies de Pasolini que desxam patente sev propesio de acusac os modelos cultuais — em paicuse, 6 hedontan jncerlasssa, a permissvidace sexual e 1 afasa lingulcs = inponto pelo. poder fascina Uke worsumo € fespone sveis por uma auiénica “mug antropoligica” dos lianas iso essencialmente a panie da storages se lopica” des “comporamentos, da fsonoms, eda lingsagem verbal da nova geragio, Ia Segunds Pune, © sempre respetindo uma se {éncia cronolgle, foram deseacados co conjunto sa ‘aes que vst de mansca mais deta e parla a0 eat sdor das mudangas no compocamenta sexual den iallanes © de boa pare da infelciade newetice da now jnvenude: 0 modelo pemisivo.Enssios de “erica 2 oe ‘inca, a verdad, pouo que para Pasola “a nia tole ‘inca (olerivel € gue do tem lates" que "tle ‘a do {novel poder no campo sexual @ univecs Cc, Portanto, em esstncia, mais do-que nunca represaa Assim também devem ser entendidos 09 artigos. de Pasolini relatives 20 aboro, que tanta polémica susctara rs mos potiteasialanos © dos quis esto aga incl dos mais sgnficaives CO eoito © aborto, a falsa tle inca do poder, 0 sonformismo dos progress", Sacer” © *Coracio"). ue uma lena tents ta hos one preciso possa dear bem caro que nlo se tr absolutamente pars Pas de se decay, raves Genes textos, favor ou contra © abono” (pois "quem ver ‘do abona? Nnguém, evidentemente. 86 um loveo pedesa ‘sea favor do aborto"); nem tampoucy de se promuncat ropkiamente 3 respet de sun legalzaglo (quali, fr “doloosi", pont inequiocamentefavorive) thas de {questionar preisameste > mtnfatiome fantioc wteice dos progress em so campanha pela legalzagio Jo abort, {Quatro anigos, tod escrtes entre fulho € outubro ie 1975, uma entrevisa CEstames todos em perigo” ‘ea, com Vasolnt pours horas antes de sew satis EXESSr Riccio stews aor ‘homicdi, compoern a Tercera Parte da antologa, Nela ‘4 eno regisrado 0 empeniio mais Jo que_ nunca ‘olitiio e desesperado de Pasolini para chamar a steno sobre as owas formas de delingenca covrlaivas 20 Svario cltual” gerido por “um ator © esipda desen- volvimento” (Sem verdadero “progress; sobre as ex tuemee perce da sgzesividade potencialnentecrminoss que nasce, mais extamente, Jo descompusso entre cb fr © eondigio econtimics, ito & da impossidade ras tesal para os jovens proletros & subprietnes de re alia ‘os stodelos cimusisimposioe ela burguesa através de seus instumentos privlepiados de pode, como 2 escola e-2 televisto, por exemplo. De tal moda que, apts a letura desseswexto, fla eel nto reconnecer mis ‘marcas do linchamento, gavadas sobxeo com de Pasolini 1 lima mensagem qc ele acs transite: "mensagens Que 3 compo wave, 0 dscuro vivo de Pasolini no cessavam, precksmene, de nos enviar, de decifar ede explore no ‘proprio compo da sociedad" Fiealmente, uma poesia pouco anteror 20 coho dos ensaios encema, em apéncice, + antlogia, cam 6 fnwito principal de lemibrr 208 leteres que Pasolini feximio deciador das mais diversas inguagens da reall de, ea 20 mesmo tempo impressionantenete capaz de se sersir de multas dels para exprimi, devrever © acusar Substancalmente 0 mes. (Queremes agredecer — Maris Retiia Amoroso, em princi hg, pea profinds complickiade © pacienca om sue noe aon ha este projet Peon forehead, consutor sea, © por foroa Sate uoam me er ne ep osovensnaes 2 real, dos tradurores,além de verdadeio aut de visas Gas peas explicavas da edie; ‘Ses funciondrios do Fondo Per Paolo Pasolini de Roma, em especial Rosa Maria Faceiolo e Giuseppe lalate, ce Laura Bet, sua dietora, a cus atengao ¢ incentive — ‘ao enerosamence presiados ao longo de vedo o ano ex ‘que, com balsa da Capes, peaquisiios seu peecoso ace vo" também a presente anologin deve seus contomos definiivos, —"s Grarella Chiarcoss prima e@ hewdeia de Pasolin, pela gentileza de ter pessoalmente examinado, lsat &, por in, disipando seus mals que legos € Ionwavelsextripuios, atorizado nosso projeto de publcar ‘no Brasil um ito de Pasolini que and no exit na for ‘ma paricular em que aquise apresenta Miche Labua ABERTURA Os jovens infelizes* ‘Um dos temas ma mistericsos do teatro tigico re 6 predestnaco dos fihos para pagar a culpas dos pais ‘do importa os filhos so bons, inocentes,piedo- 08 s¢ 0s pls pecaram, eles dever ser punidos, 8.0 coro — um coro democritco — que se decars eposiida de tal verdade e a enuncla sem intoduclo ‘em iustacio, td natural lathe parece CConfesso que sempre aceite ese tema de teatro gre 20 como algo exranho x0 meu saber, ors “em euro Fuga” em “outro tempo. Nao sem uma cera dose de in senuidade escolistia, sempre consider al tema absurd ,alem dss, ingénu, “antopolegicamente” ingénuo. Mas depois chegou © moment em minha vide 00 qual tive de admits que perencia imemediavelmente & geracio dos pas. lremediavelmente porque os hos 0 so nascerum, no s6 cesceram, como sng a kade de ‘az2o, © 0 destino deles comega, poranto, ase incltsve- mento que dewe se, tomando-os aus. CObsenet demondamente eer filhor nos skies anos, No final, meu juizo —erbora pare at a mim mes ie waroe aide i Sens ps Sines a Se ‘mo into © impiedoso — & de condenacio. Tentel en tends, ingir que nio entendia, contr coms exeeydes, confiar er algums mudangs, considera realidad Seles Fistorcament, ito €, fora dos juizossubjivos de male de bem. Mas fin. Mew sontinento€ de condenagto. Nao 48 pode mudar os xetimentos. So cles que sto hscncos Eo que se sente que € real (apesar de todas as insincer ddades que possimos ter cancsco). No final ~~ n&, hoe, ‘nos pis das de 1975 — meu senimero 6 rept, Be ‘ondensco, Mas como tlvez condenaio sea uns pales Jnadequoda Calves cada pela eferénca nical ao ontenta Uingisieo do teatro gree), tees que precisa mals do GUE uma cordenacio, meu sentimento na verdade, um “cessamexo de anor, cessamento. de amor que juss, ‘mente, nfo di lugar “Ce mast “condenagion © ae reprove nos ites ¢ algo smpo,imenso, obs ro, Algo que ests aquém do verbal manifestase ina. de rava por interméeto da Ie € uma hus retarcada, aad, na logicaburgues, a ser muito em breve vendida, ‘coma consequent dssolugio "natural da igre. Patece Joucura, reo, mas 0 aso dos jens Jesus € um Indico de mide isso. Aqueles que produaiam esses Jeans eos lngaram no mercado, vsando praginaticamente ‘ono slagan um dos dee mandamentos, dewionsram — rovavelmente com ume cera ausencia de sentiments de ‘up, i €, com a incensencls daqueles a quem ceres problemas ji no se colocam mais — teen vltapassado 0s limites denco dos quis se inscreve a nossa forma de vidi € 0 nosso horzonte meatal, No inismo desse gan existe uma inensidaie © uma inocéncia de tipo sbsolusmente novo, mesmo que seu amadurecimento prevavelmente se tena procensado 230 longo dis mis décaas om perodo mats breve ha Teli. Em seu laconismo de fendmeno jf comple € definkivo, e revelido de chofe & nosea conscignca, ele slr pecismente que os novos indusris © 08 nbros ee ‘ico8 sto completament icon, mas de uma aicidade sem nenhuma medids conum com a eligio, Tal ncdade unt temo valor nasodo na entropia urguess, onde 4 religio como autordide e forma de poder est se deteno- ‘ano, sobrevivende apenas enguanto produto natural de ‘enorme consumo e forma follria nda explorive!. Mas 9 interesse dese slogam no € $0 negative; ele fo revel apenas o mad novo como aIgrea eit sendo Drwalmentereuzida Agulo que ela realeente representa ‘hoe em cia. Exise nele um inveresse também postive, saber a possibidade imprevista de idelogizare por com sepuite de tomar expessiva a inggern do shan, © onan, presumiveimente, 4 do mundo tesologeo ie feo, O expt bseme deste slag aco se ints na vinci, a uma mera cbseraeio qe faa a expres dade er pura comunicaidade, He € algo mas Go tue tm mero achado desabusado (jo modelo € 0 ang sido Joss Crise Super Star) plo orto, ele se rests sume interpretagto que ago pode scr sto infinity ele conserva portanto no slogan 0s caraceresieoligces © esiticos da expresivdade. Quor dizer —taher = qe Me 0 faruo, que + ads — religoso € humana aparece como faagio e morte, se de un modo novo, histor; que a exigenci de pra comuricatidade da po. lug set de cen modo contracts. De fio, 0 spon esses jeans nao se lita» comica «neceesidade onsuma, mas 6 spree decane como = émesis — mesmo que inconscente que tpt & lasea pelo sew pacin com a dbo. O aniculsta do Osseratore desta ver sc enconia verdant lade So impotent; mesmo que ponents + masa € 05 polics,acionadossubta eeristment, consign ran {ar dos muro da nagto ese cana e ee sn, ats todo moda se um lato izeversva, enor aver ito anteipado: 0 sew esto € 0 novo esto da se. funds revolicio indole da muaglo de valores que elt decor Um pouco de febre para ignorar a estupidez e a ferocidade do fascismo* (Que pals maravilhoso era 2 tla durante © period {do feacismo e logo depois! A vida era como a tnhamos ‘conhecidio ainda erangas, e dusinte vite, int anos, ek no midou: alo. me refiro aos seus valores — palavea mui elevada « ideologica para 0 que quero dizer com Simpleiéade —, mas 2s aparéncias parecam dotadas do dom da eteridace. Podiames acredar apaixonadamente na revolta ou na revoluglo, que aquela coisa maravlhoss {que era a forma da vida ado sera tansformada. Podiames fos sentir herdis da mutagoe da novidade, porque © que ‘hos dava congem e forga era acerteza dle que a cidade € fs homens, no se aspeeto profundo & belo, nunca mu Sanam. Somente melhoraniam, 2 justo tivo, suas cond bes economics e culturas, que no sio nada quando Comparadas 4 verdade preexstente que governa deform ‘murivilosamente imutivel ot gests, Os olhares, 26 ate {des do carpo dem homem ou de um eapaz- As eidades davavés de grandes avenidesrodeadss de casas, equenas tills ou ediicios populares “de deliciosss cores terrves" azihoat 90 va i. tgo deci po fal i bods oo nn eats Be os canis com sah a ee gs Somes ot os mae its mh toc amor As aldara a eo {38 sob pls vere, mos ce Se de via do ques oa co ey okt set oar tags 5 su pus com pact) un non ame pte et too ves, un tl rae lee, que sara por cont ek Sous ve um mondo mo intra do mg Eee girast de algunas exceyes, que eam un sees uruthono — mas cis sbi esperar co ee Ser IRIE Pd om ts, cl este Nee osrvessmezes » Numinosa de uma longa cidade, preenchida elas am aes is de seus companies “agrvam em gape, a pe ou de bonde, por esas cidades acts e precsunenteconlnaae com 6 compo; to ham nada que fon, eran dispoivels€, por ino, pros. Sa sensuliide sal que apesar da sees Peavaneea magiosamete sida, tormavos simples frente diposos a qualquer events, em que perder fem um pouco de sa teidio ede tos inetnci, Alo laces e's detingsente iar wera qualidade maa thos: nunca enim Vlgves fn conto que tomo por uma inspigo para kr as Tels €sear 4e des de bands, serdo, cam leviandade oa com ante Sentimento de culpa, que estar atenando conta ua Sociedade da qual 6 cikecam dictamenteo lado bom ‘hones dos pais ees maes. © poder que com sos ‘ists mls os ea usted ee to coclicndo crete «qe no ina nentam peso rel a vida dels je, quando tudo € abe e fo! vedio por um monstucso sentmento de culpa —e que 08 pases, {ios palidos, neues, qvebraram 0 kelaments 2 gu 7am condenadon pelo he don papas tempt c= {ipidos,presungonc estasico, no mundo do Qual sc spoderaam, coagiodo os adios ao alco ou 2 baj lagio ~ nasce una snudade eecandos llc fescsta ov desnida pe quer Os delingdenes no prover — quer em Rama, quer os munis da grande roving aaricla~ nao zn pate dtd © pad Sie ecminna ca gut do es, Sos Dasido arquecigico dla) nels #0 dteinata suf tal figura de criminonos dead a deter'© poder nes Paes anos epobes No lito Om pd dre, de Sando Penna (tora Garean, 1973), € exe = tla evoeada 0 vauma € one. impossivel no feat peturbado, A ser ests Puias se €tomado por unm cmaglo que proved a. replos. que provoca taminém uma cena vontade de partir deste unde levando aquela lembrangas, De fat, n20 & uma mmudanca de époce que vivemos, mas uma crag, ‘O que nos perurba no & eliffculdade deadaptagio a urn hove tempo, mas una dor intenedivel, semelhante Aiquela que deviam sentir as mes 30 verem seus filhos clgrae e sahendo que nunea mass os venam. A realidad lanca sabre nds um oar de Wid, noleavel 0 vere tore que aque que amamios nos fl trade para sempre. Nolivo de Penna esse mundo ainda aparece em toca 2 ‘3u esabiidade © eremidade, quando era "o” mundo € ninguém suspeitava que algum cia Fosse muda. Penna vista Avia e totalmente. Compreendera que era estupen- do, Nada © desea daguela vente maravihosa que se repete todoe oe dis: acorday, sit 3 rua, pegar um boowe 440 cso, andar = pé onde vive & povo, comprimido © branuhento nas pragas, espalhado e dedicado 20s seus ta bulhos cotidianos nas ditantes peiflerias 20 longo dos ‘campos; eaminhar a0 so, que tido prot com sa 1 leneiosa, ou 306 uma sublime chuva impalpivel de px- mavera ou a0 sopro das primeias eexciants sombras de tuma tarde lene por fm encontiar — 0 que nunca deixa dd acomtecer — um rapa a quem imediatamente seam pela tencléncia inocente do seu ceagio, pelo abo de tina obediéncia e um respeko nae sens, poe Sua liber dade devida sus grag. por sua roto. Parece que Penna tio poder jamais er trildo as suas esperangis de tas encontos, que conferiam 2 cus {Gaeiacetidana, i exaltante por propria, 2 alegrs pod ios da revelcio, ou sea, da pesca. Nas paginas destes seus breve cons, eseitos com tama habligide nazrava que nao fea nada 2 dever a0 Bassani de Odoe del fonocu 20 Puse de Slabario —e.0 dligo pore o Penna narzador€ ira novidade € uma sur press es contda tosh @ reid daguels forma de ‘ida, na Qual leg, prometia eleareada, sina str ‘nado uma obsessio, Tanto que € ciel falar de Un pct Jobb como de um ivr € uma fragio de termpo reencon {fado.E algo material Uns material delcadissimo, feito de pisagens urbanas de axa © reva, rebocos de anas o- fren intesores com moves meodestos, compos de rapazes fem roupas casas, los ardentes de poreza e cumplice nde inoeesteF como € slime 0 completo desinterese ‘de Penna por tudo 0 que acontecis fora dessa exist ‘50 meio do povo! Nada fo mals anfascita do que ess Ceatmgto de Penna da Tia sob 0 fascismo, vista como ‘im lugar de inenarivel belezae bondade. Penna ignoros. ‘Cestupider e a ferociade do fascism: nfo considerou {us exsténcl, Ndo se podia — inocentemente — nventar pice insulio Como Peana @ cruel Nao tem piedade alg pelo que no € minimamente ivestido da graga da re “Tinade,imainem entdo pelo que est for dels ou contra EE'Nia condenagio — nto pronunciada — € abso, limplacivel, sem apo. fim sua escaser de motvos e de problemas, no e* ‘page mimo que se permite, esse lv esta na realidade Feoleto de um sentimento imenso ransbordaate de vida negra € 0 grande que chega a see doloros. A costo se Consegue reptimir wins dor infinia, a do pressentimento pete ese alegia, sa imiag30 sentimental faz en trever nesse poets, que 6 (alver com Bestoivee real front @ maior poeta italiano vivo, também o poeta que te nao fo un poeta fora dos limites que ele propo se {impos com comuvente e purisio rigor. Um poeta que pode perder seu delciono e desesperado burour dae Feta os limites forma, expanclr no cosmos, dlr Desculperme o letor se, tendo dado 20 men discuran ea npostacia, nao eftro de mado mas creo nos méstos ‘Soro, analisando-o Keranamente Sendo algo erent, fepito, de un veo (ou sendo um ivzo tno) lees fora lteratura Nao que ew polemize conta literatura, AO ontro, considera ta grande invengio e wma grande cepa dohomen.¥Penna, pra er, € eno. bia pei dezr minha aeons sauna nocd gue ese lve me cto suave ple uma potuca qonse dha (anes angpeees Stroy algunas iets, excsio de eee ‘ena aioads em alguns casos por aha aa Teale oo expresioncinos oe ene ae Sendo em ligimas,embors no se oo Seay mento sentimental. mm Aculturagao ¢ aculturacio* ‘Multa gente Lament {nese grave momento de aus- teri) 0s inebmodos devidos fata de uma vida socal € curl organinada fora do Cento ‘maligno’, nas bei nas pesfenas (sts come dormitrios sem espace ver- des, sem servigos, sem auonomia, sem mais verdadenas relagbes hurranas). Camermo serial Se de fo exitise as periferias-aqulo cua ke se lament, seria de qual quer maneiea algo onganiido pela Cento, Por aquele mesmo Centro que, em rovcos anos, destly todas 23 ccuras penfencas 26 qua — precstmente ate poucos anos ats — era assegurada uma vida propria, estencial- mente livre, mesmo nas paferias mais pobres & absolute: mente mserivet ‘Neshum censalimo facsta consegul fazer 0 que fer 0 cemralismo da socielide de consumo. © fascist Propunha um modelo, eacondsio e monumental, mas ‘que permanects lot mons. As vias cures pariclares (Gamponesss,subproletiris, operiews) consiauavam im pemurbavelnente a conformarse «seus antigos modelos: Svepressio se limitava 1 ober nia aces30 puramente Yer bal Hoje, a0 contro, adesio aes medlloslespostos pelo Gento @ cule incondiconal. Os verdadeivos mode fos culturais sto renegades. A abjuracio consumow-se. Pode-se porant sfirmar que a “tolerinia” da ideologia hedonisa descjads pelo novo poder € a pice das re presses da hina humana. Como pode ta repressio se xercer? Atavés de duae revolupdes.intemas 2 organs (0 burguers: a revoluglo das infra esruas e 4 revo Tag dos meios de informarao. As esrada, a motorizagdo 1c, uniram esteamente 2 perf a0 Centro, abolindo ‘tualquer distinc mater. Mas a revolugto dae melon de informacio foi sind mais radial e cecsvs. Poe meio da teleisto, 0 Centro assmiiouo pas ei, que era histor famenie’ Wo derenciado « rico en cultras origina ‘Comecou uma obra de padronizagio destuidors de quale Aer autentcade e coneretide, Ov sea, pis — como ts dia — 8 aus modelos os moielos desepdos pela nova industializario, que ado mais conten com "mt hhomem que consums", mas pretende ands que se torners Inconcebives ouiras ieologias que no a do consumo. (Um hedonismo necico,ceyamente esquecido de qual ‘que valor humanistae cegamente alo 4s ciéncas hu- ‘A ideologia precedente deseida ¢ impos pelo poder eta, como se sabe, a religiio: > eaoiismo de faxo fra formalmente 0 Gnico fendmeno cultural que “px Sronizzva" os Halos. Agora ele se lornou concorzente ‘esse novo femeno etal “padeenizader’ que & 0 he ‘Sonisma de massa e, como conconteae, 0 nov poder é Ina alguns anos comepou a guid. Nd0 hi, de fto, ni de religioso n0 modelo do Homem. Jovem e ca Mulher Jovem propostos © lmposis pela tlevisio. Thts-se de ‘duas Pescas que avallam a vita somente através de seus bens de consumo (e, ber entendd, ainda vio 3 missa 108 domingos — de automéveD. Os italanos acetaram ‘om ennusiaano esse nove modelo que a teevisi Ines {inpoe segundo as normas da Produgoctiadora de bem er Gourmelhor de tesgate da mis). Aceitacam-n0 Mas dm verdadesramente condigdes de realiilo? ‘ao. Ou o sealzam mateilmente apenas em pare omnanio-se asin «su aneaa, ev 8 consegveR TER Tinzio numa medida Infima, tormandose en130 auas wit nas. Frustagio ov verdadela ansiedade neurtea sto ho je-estades de ana colts. Por exemplo: até poucos anos eo slproketariosrespltavam a cultura € nao se en Sengonnavasn Jesus propria ignorinea. Pelo contro, Tinllam ongulo de seu proprio modeio popular de anal fabins, detentore, todavia, do misténio da realidade. ‘hava com vm gerto desprezo amogante 05 “ibaios ‘de papal’ os peqencs bugueses, de quem se dissociar SG ivesme quando obrigados a servilos. Agor, 20 ‘Onur, eles comegam a seme vergonfa ds pp ign ‘nein. renegaram seu medelo cltral (os mito jovens 6 hem se lembram mals dele, perderam-no completaments), Trolnove modelo que procuram ima nao prevé nem © Snalfsbetsmes nem a rustcidade. Os jovens subproleirics ae sjumithacos — apagam de suas eaeiras de densidad ‘quilllagio de acu offeo para sobstkutla pela de “es nme" Netoalmente, desde que comeraram ase Enver nha de sua gnorincia, comecaram também s desprear ular Cemacersica pequeno-buuesa, que adguiiram tapiamerte por mimetimo). AO mesmo tempo, 0 jovem ecg burpues, 20 acequacse ao modelo “elevisvo" — ioe, por ser evingao e desejo de sa prOpria classe, the € ‘Ubscncatmente natural —, comase esranhamente sos iro infeliz. Se os subproetcis se aburguesram, os Fhurgueses por sua ver we subproletarizaram, A cultura que he produem, seado de carte ecnclouio cestamente Peele, impede 0 vtho “nomen que und exe den dees dese desenvolver Dat tule ne le de etre ds aaldadesiecectce pone sabe onder Fam ras do cio tates ‘Se manifesta concretamente o espinte co nov Poder, " almente, dt televisio} nto v6-a arate ial masa ec olenou, contaminou pars sempre, Desenvolvimento € progresso* isem duas palaves que aparecem frequentemente fem nossos discusos, ou melhor S10 as pulswris-chaves de nossos discunos, Sio as palivas “desenvolvivento™ & “proaresso". Seri que so dois sindnimas? Ou, se no ovem dois sindnlmes, se que indica dois momentos siferentes de um mesmo fendmeno? Ow eno se que in. scam dois fenémenos ifrentes que todiva se integra ecessriamente? Ou seri. ainda, que indicam dois fend- menos 53 parcalmentessilogos © sincrOnicon? Ou, por fim, ser qe indicam dos fendmenos “opostos” entre {que so sparentementecolacidem e se integra? E abso- tamente ‘ecessio esckrecer 0 sentido desias das Dlavras ea relagto exitewe entre clas, se quisermos 08 entender numa discuss que tem moto a ver corn a noe sa vida at mesmo coin e fica, Vejamos: 2 palava “desenvolvimento” posal hoje uma cede de sferEncias que concemem a um context i= dbiavelmente de “diet Quem quer realmente 0 “desenvolvimento? Ito & ‘quem o quer, nl de maneira abstr e idea, mas conc: tamer © poc mabes de iteresseeconémico imeskato” & ‘evident: quem quero “desenvolvinento” em il senido & ‘quem produ, to 6, o8 indssiais E como, Tali, © “teseswolvimento” € ete desenvolmento, S30, mais eka tameme, 0s industals que preduzem bens supéfluos. tecnologia @ aplicagio ds cénca) criov a possbildade de uma Indusaizgio pratcamente lita, cus car facerisicas jé slo conerctamente tansnacionss. OS Con Sumidores de Bens supérloos, por sia ver, estio ira Clonal © inconsientemente de acordo em quer © “cesesvolvimenta” (ese "desenvolvamento”), Que signtiea pana eles promogio soda e iherao, com a consequente Abjuragao dos valores cura que Ines nham sido fornecidos pelos modelos do “pobre’, do “vabalhador’ 0 “poupador, do soldado”, do "enie™ A massa ¢. por tama favor do “desenvoliment’, mas vive ess Wdeolo- fis 16 existencslmenie, © & exisencsimence poradora ‘Sox novos valores de consumo O-que mio impede que ‘oa exolh sea eis, tunis e Fro Quem & 20 contri, que quer © “progreso’? Queena aqueles que nto tém ilereses mediates ssrem stfetas fstamente aves do “progresso" ope Trios, camponeses,intelectais de esquerda. Querem-no aqueks que tabalham e que sto, portant, explorades, Quando digo "queren, digo-o nun sentido astntco total (pode existe algum“produtor’ que queir, cima dle toe, quem sabe, at incerament,o progreso, mas set caso mio sera # rega). O "proges” @ poranlo una rogto idea! (sock! e poe), 20 passo que © “desenvolv- rents” € um fato pragmatic e econémico exer dhwociagao que Teqier ago, uma “sia cronizagio” entre "desenvoliments'€ “progres” que osiovms nrc 6 € inconcebivel (20 que parece) um verdadeo progresso ‘2 nlo se cram as premissas econdmicas necesarias para resi, (Qual fois palava de ordem de Lenin logo apos 2 ‘vkoria da sevolugto? Uma palvra de ordem que conv vv a0 meso egrandieso "desenvolvimento" de um pais subdesenvelvido. Soviete ¢ indistia elt. Vencida a [rande ita de clases em prol do “progress”, era entto preciso vencer uma hts —talver mais sombria, mas no menos grindiost — em pfol do. "desenvolvimento" Gostaria porém de aerescensar —e nko sera hesiagio — {que esta nao € uma condicto obrigatéria para se aplicar © marssmo revolucionisio ¢ realizar uma sociedade com hsta A indGstla © a industralizago total mio foram ventadas nem por Marx, nem por Lin: foam ineentaas pela burauesa Indastnaiar om pais comunist agrino Sigficaentar em comperioio com 0s pases burgueses jt Indusrializados, £ isso 0 que, n0 caso, fez Slln. Eno tinh, de resto, ura akernatva, Em summa: a Direta quer 0 “desenvolvimento” (pela simples mzao de que @ ela que 0 faz a Esquerd quer © “promesso" Mas quando a Exsuerds vence lta pelo poder, ela pasa também a querer para poder realmente progredit focal © policamente — 0 "desenvolvimento". in “de~ fenvolvimento” cu figura entretamcoj fl formada e fixa= ano contest da industaizacto burgues. “osavia, aqui ma Ita o emo &histoneameste divers Ito se venceu eevolugio alguma Aqui, a Esquerda que ‘quero “progresso" se acearo"desenvolvieneno”tem que feet jusamente ee "desenvolvimento" desenvel- ‘iment da expansdo econémiea ecnol6gia burgues, Sextisto uma contradigao? Uma opto que eta um ‘caso de consciénca?Prowavelmente sim. Mas, no inno, tease de wm problema que se deve olocarclaramente $06, sm jamais confundi, nem por um estan, 4 “progresso™ coma realidad deste “desenolvinent” No que dz respeto is bases da Esquesda (on dgace sua base elton, para aes ated oxdom ence de cididaon, a stunao 6 sequin: un tabaltadorsee ti sua conscitncta a deologa mara © ovecne, mente, ene outs valores seus vive. ma consléace a lia de "progress"; 20 paso que, concomanementa, ‘re sen Meskpa conse iememente a fortor, os vers do “desenvohinnones Oteaatiaor ett pos casaiado Se 5 mest. Mas nao olen a eaar nese suas. “Também 0 poder burgués clissico es, no presente ‘memento, completamente ssociado; para nba, lanes, ‘ poder burgués clissio Gs 6, praticamente fascia) €aDemoenia Crst ‘Mas posaca agora de abandonar a terminologia que x ‘anna uso um tat forgadamiente e de reorrer a on cexamplo vivo, A uissociagto que hej pare em dou o ves tho poder cleniealfascsa pode scr represeniada por des simpolos opostos e, na verdade,inconclives perusal o, Jesus" (neste caso, 0 Jesus do Vaticano) ¢, por out (9s ‘lue ans Jesus". Duas formas de poder aa dante it ours: do ldo de i, o greade banco des padres, dos soldados, dos bempensancese ds scion, do lad de s “indistais” produtores de hens syprfcn 6 cd Braces massas do consumo, liga ete dtamente, relgosas. Eave 0 “Jesus do Vaan © 0 “Jesus dos Blut. Jeans travouse uma ita. Quando esse prodtoescus ea ‘ares apareceram, altos laments e ectamn no Vateano Atos lamenios 20s quais habisalmente se seit 4 age do trago secular que se encaregava de elimina on ina 805 que a Tarja nem sequer nomeava,linitando se, est esyoemsinrasas 6 ‘ente, $6 20s amentos. Mas, dessa vez, 4s lamentos 0 Segui nada. A longa manus ficou inexplicavelmente Inert A tela est forrada de cartares que representana trscios,cobertos exatamente pelos blue Jes Jeu, com (08 dizeres: “Quem me ami que me sign” © Jesus do Vaticano perp Hole © poder democrats cristo e clerical fiscsta se encontra dilacerado enze eases dos esis" a vel forma de poder s nova realidade do podes. ‘Alembranga de um mundo que falava em dialeto* {Wed mult teapo vento repeindo que sito muitas _snudides dt probrera — mina ealela—,e que € ero pensar que a pobrera sein vm mal. Afmagbes reae onfris, que todavia stbia esa fazend de uma exiema txquerda sida nlo definidae cenamente dic de defini Iiperso na dor de me ver rodeado por pessoas que nore conkiecia mais — por uma hientude que se tonara inte Ti, nero, afisia,obtoss€ presungosa gragas sl i+ fas. mals que 0 bemesar Ihe tna inesperadamente rfid no bolzo —, es que chegou a austeridide, ou a pobreza abrgatona, Enquanto medkia governamental, Considers ess austerdade sem divida aticonstinucional, fe fico funosamente indignado ac pensar que ela st “solidisia" com o Ano Santo. Mas, enquanto "signo pee- ‘monitéio" do retoma de uma pobreza real, ela pode Ine encher de alegra, Digo pobrent,¢ nto migra. Estou pronto a qualquer stcriio pessoal, naturaimente. Como Eompensagzo, me bastard que volte 40 ost das pessoas 0 fnugo modo de soir, o antigo respet pelos outros que era respeito por proprio, © oxgulo de ser aqulo que a propria cultura “pobre” ensinava ase, At talvez se possa {nut recomecar tudo de novo. Eston devaneando, eo Se. 8 Garo que esas testigoes econdmias, que parecer fe fxar num tor de vida que sert doravante 0 de todo 0 fposso futuro, podem sigificar uma coist: que talver tivesse sido uma profeca excessivamente Kicks, props, tle desesperados, pensar que a histéria da Inumaniade te aha passado a sera hsiria da industalzagzo total e do bemesta, xo €, uma “outa histori, na qual no teiam fais sentido nem 2 manera de ser do povo net razio Go marismo, Tver jt Sréssemos chegado — embora fifo ousissemos esperar por sso — a0 come dessa historia aberente € este agora comecando a partbola descendents, Os homens deverto aiver experimentar dé row 0 passado, depos deo teem antficiimente upers- Go esquecido numa espécie de febxe, de inconsciénci frenécica, Evidentemente (como escrevew Piovene), a re= Coperaglo desse pasado ser por multo tempo um abor- fo una misturs tnfeliz das novas comodidades com as fiigas mistias. Mas que Sela bemvindo. mesmo ese mundo confiso e caiico, eta “degradagio". Qualquer fois € melhor do que 0 upo de vida que a sociedide esta Ya veriginosamente adgulndo. Nesta stuncio, reeomeces inesperadamente, depois de quase trina anos, a eserever em daletotilano, aver ‘nto enetinue, Os povcos versos que escrevi talvez per fmanegim uh nici Coatudo, tatase de um sntomae, Ge qualquer mod, de ums fendmeno iveversivl, Bu nto Tinks cavro quando escrevia en daleto (primeio © Frulano, depois 0 romano). Nao tisha um tost4o no bolso ardava de biciceta, Eleso até 05 tint e tntcs anos, ‘ao eva 56 uma queso de penGda joven E,em todo 0 ‘mundo pobre ao meu redor, 0 dialeto parecia destinado & phunea be extingair,oa ent sO num tempo to longinguo {Que pareca totalmente abseato. A falanzasio da iia tela tee que se basear numa ample contbuigdo das buss, daletal e popular precisrente (eno na subst Se de tngua plo ltezisia pela lngua-plow empresa. at somo aconteceu depoid). Bre a5 tas tageder noe vivemos (€ eu mesmo até pesscilmente, semmalmere) ‘es dkimos anos, houve tame a rage a pen ds iat, tm dos momentos mals doloroses da pert ea alice Gque na Ilia sempre fot paricular’enctaticn, ‘conereta: nunc central, munca “do poser) Esse esvalamento do islets junto com o d cultura Bott ts cena, porate mas once fossa que a histor james ene ‘xplcto de um poeta Gilet, und pret “ngs e dale pcs iniia tin Paes sellin) © povo ¢ Sempre eneraaint, Hence Bode ser acorento, expoliai, ss boss peda ane smsencilnene lve; pote se rhe © whine a ‘spots, a mest onde come, ma € emerceans fa 2 ul Poca quem pot uma clon eae blue avaves dela ie © cornea se Soe tpt for (em relacao case que cami fe Meerade € mat, Cuturae toalgto seine as perfeumente coincides, Un carn pobe Genco fetal alta 10 "eahece"realmicaong «Eo condo econdmica ese alu seat els eo ‘men mas Segundo anes compen ees cia i quando slgo de emia se tas tac none, een (ogus hoje meses ee es 4 peslade de um conftoso coninve on ink ‘ondiottimerie vers) € que es tits ca ae cst, ¥ mesa cae que, no mde campunée se ea mets hstorametes "ona Se comeiceeP ana HBR Be ecw pte eat 7), ie de gost de (sobre qual, ais, pata terament o espero dort eso) A eite & poran, umn ene Se aviagt do re i a Mu in de es valores, que fade leva até abr (Que times semis esos ohne ee { emigragao em massa dee joven pura &Alsoaaha ¢ pata o norte da la Sento dee "des" tale fat nade revoluconéi da propia acto call € © atiquiamesto a Bunihacto 2o dat, que, ebow ermanecsinero — enatieamente lado plo mesa ‘mero de pesons —. ois um mode escre oe ‘alo © iodo dal pete ums wordas ead da © alto snd etd cheo de riqeras que ted nto se pe mas art, de ts qe ao se poe moles use fu € come um piss oe canta numa ail O aes 6 como o eto de uma mie onde todos amar sobs © ual agra eospem Catbjrgle). 0 ue to pode Cae, 4 ser snquead € 0 cope, com 4 sues conan voeanna Prost a mica — que anda sto as mesma de se Pres Trae, eauetnny de uma puts simples sob. ‘staca. nbora ainda ma posse dese Go misereso “de oes fesse, que€o compo, “snes poles ¢ be ‘Bondo mesmo ea Eivaleme a ese poema, to perfeamente ge co, um outa tulad “Rancores” (0 ranch tate a conclsio (pee do pom devs exp, ¥) no dd margem a nema esperanga, O pects Ole 8 popu Gyo seni weuscino) fecnthe en mente dos pobres © S01 "rancor a su faa, as fons ‘poses de Gils cms, em sun, em Se na. pict © intermedi. Was 0 poe, ele prop, ¢ wm bugs. Um burgués que una sua consign de abe, legit; que quer a pix na sua eas part eaguceer fier ra cathe ue uy cane eae dos inimigos do povo, Neo Ihe fata nad, ndo des oo 4s; s6 um rosin para zit o tego a mote, ene tem ringuém que Ihe traga 30 menos um flo de arame paca cenforcilo num poste ‘Antes porém dessa conclusio “sem sua”, pevfeita © ‘sadicamente lei, todo 0 corpo da poesia sé basa na resitncia como figura retrica que aftma aquilo que ne 2. O que € que Butta nega ieratvamence, ov melhor anaforcamente? Nega que sia ee, 9 poeta, quem sente Fancor, 6d, rvs, conscigncia de inystiga ante da ‘ase no poder Telos esses sentiments #20 08 do pov, ‘de quem 6 poeta ¢ apenas iterpete. Has eaves Ge 2400 Isso, Buitr nada mais faz do que afrmar o contrizio. & por qué? Porque © que domina no seu lvze € a figure Fet6res dem pova inferido de wm grande modelo ina furl (a este eporiado), Esse modelo # amigo, mas 36 Aparentemente. £ 0 modelo expreso pelos anos revolo- Condos rusos, os seus dow embiemas fguravos: 0 formalismo e 0 realismo socal. Os tages sinticos com que Butita vaca a figura do povo sto os da mais sublime affiche formals; a mética, que decalca est tora ds locugio orl das trbunas embandeirads, exprime, 20 conti, o© vagos analitcos de uma figs do pove que ¢ mesmo dos quadros do realisno socials, f por Isso que o poeta —antes de solicar marti corto bur sees — a verdad spregoa para si pripno as earacteist as que apregoa para 0 povo. Buti nio posle, com leo, nao saber que 9 pov, e espeaalmente 0 Povo se tllano (euj capacidade de revolia © de froe no = pode de fato nega) muna se assemelios 1 imagem que dele Fzeram os pardon comunintas histicns Tal imagers Serva tities plea deses partidos, , em segunda ins ‘nei serv 208 poetas que queria cantar aquela ties (© poeta que escreveu “Lingua e diaeto" + podia estar ‘muito conslente de wido $9. F no extant, ab Jescever © povo de maneita como 0 descreveu — Ito 6, conven Clonalmentee quase simuladamente —, Burta 40 foi de ‘odo algum insincero, Uma tal visio do pow, tad com, osjormseemuzes ” tanto impeto quanto elegineia do manetsismo comunisa protonovecentsa, faz pane da inspiragdo verdideja, 08 fej formal, de Butta. Ele sempre cobigou 2 oficialidade ‘Comune, endo exinte mada que slimente com sais via dade ume impiracio maneinsia do que ura ofcialidade sind fora do poder e ainda ate, em certos momentos cif ‘els, quase rerrtente © dlandestina, Nena (atado por Sciasdl, que esceveu 0 preficio do iva de Butea) € 0 ‘exempt de tal operseio poetic. Mas enquanto Neruda ‘Euim mate poet, esse homem hurade de Bagher, sent mental extoverida, ingenwo e — conforme 0 esquema ‘da poesia populat do "mabnaseido" — atormentado pela fala de amor matemo que o tomos Slo e obsesso, € 0 ‘que se chama um bom poets A figura erica do pore ‘que, num ardor gutusiano, lota as suas poesias de punhos Srraos de estates se torna peretamente re se for vista (como nio pode ter detzado de ser visa. pe cons Cencia do poeta que escreveu “Lingua e dle”) coma Inawal. Ou Sez, como parte daquele mundo onde s fal vito dileto que hoe $0 se ft com vergonha, onde se queria # revolugio que hoje fo! por ele esquecida, onde ‘igorava, cle qualquer odo, ume graga (e uma vilénda) ‘que hoe slenemente se renuncia Voltar ao dialeto é realmente voltar paca tras Naa scone por caso. Quer eos, mean {i minima, pode e'deve ser expla dense de Yop, 45 Uigicas# nena dopoiio nfo slog ise muta explcasdes cctemente, tains pllaizo poste! mpca 4 unico dss Laven “yr fio etvanenio que acmtere Asseo aleto# um dos cniaglpes eden fa nora oo “descroivinento™ ini deco pelos hea {st pute dea ie ecndin, ase wn eae to marginal e anénalo que, po simples en ‘iui sm problema, acaba trmanda aque ioe cae cieme pars explo — c expiarse Poe dase éosmeniosdo pero — que se toma ee Ssuradivss (meso ude mint reucapectoened) Bo conta cae mi iss mas eas ne oe nen ica SMe ne Rr om rd ae ed a sm 9) ns ps ospumssnmnuzes 2 de subtragdo daquelas mil lias, sdquicram de repente caras mais humans. O perigo da recessdo ez com que descobrissem a t0ca onde se refugiarem pars nto mor ‘erem eventvalmente de feme. Na toes ainda se fava di lero, por um fentmene de surpreendente e ipertucbi- vel diaezonia, Volts a0 dialeto ¢ Wolter para tis"? De acordo com 2 Hogica daquela saga tenvel, rewstante da fusio em um 80 corpo de um profestor niveritiio e ui communists fontdoxo, ceramente que sim. Fors, porém, das miseras regras moras de fideldade parudara e daquelas regi ‘ahs daléicas de um hisorcimo comteto e bemcompor- tudo, cenamente ndo. Na histéria — que &, de qualquer ‘modo, uma nogio convencional de troca — nde existe 0 ‘por frente © 0 para tris, O para frente eo para tris exis fem na cerca, Sem diva alguma um "volts a0 dale ‘o implica uma “volta” a uma forma de vida anterior din dlusalzagdo, O dialeto¢ uma lingua camponess & no ‘que nos diz respeito, estibeleceu um exo enire a primeira industaliagao manulatureiea Co tear de Renzo) © paleocapitalsmo. No exato momento em que se cave Juma "vor" que emite um fonema daletl se instal no 38 Juma hieraguizagio clasdta, como também uma catego sia temporal Com vine ¢ cinco mil ¢ quinhentos das de idade, Zavat também deseobn 6 dalta. Essa deseobet ne [permitiu escrever o seu lio incomparavelmente mas be 4o} Ou methor, um lvo telo em abot. Tudo & reco: ‘sido em ogo, 0u, methor sized, tad va fnalmente foc fo. Nio exis estofe, veso e a pairs que ni tenha sido objeto de uma imvengio gerada peli enema devida 8 redescoberta do inveniae Cada poema € um “achado” Grovaia), no Sureo © bee send de trobar ver 2 gg nn Sn dp gr nn pre At dade que o dlleto soifica, come espicto da sun propria _matérla, valores mio 86 anigos, sas indubiavelmence at ‘alcs, para nto cer réhistricos ou miicos. Por exer Plo, os dletosSalianos soam todos como reaciontros (pelo menos quando sto eseites,cuer dizer, arancados do seu priprio ambiente, que € onl ¢ no qual se rea “Gonarimo we evapora mo possesion maga stripe histo), So gua da Eres, ds Par6qui, da Provincia = alm de serem a Hagua do campo cakvado ov da pe ‘quena fines aresanal. Mas Zavatin tomot um prime Prowidéncia que se demonstou eficz até onde er pos ‘ved: niizou 0 daleto. Forcou-o 2 conteidos pede mente contririos 30 sew expt. Torco progress, co- ‘munis, atew Gnesmo as teofanis ou hvertanias de Zavatins sho de caries lic). ito ako impede, evident rente, que uma ces aur de reacionansmo continue paindo — especiaimente ak onde Zavatins pense (10 echagado com a mais inspirada deteninac20: pa eseatlo ‘la © sentido do semantemsa” pode ser forgado, mas 0 en {ido do orem. Uma pessoa persica e sobre, ser vel no pede deixar de aerecentar a0 conte Jntencional do 2uor as contnbuicoesiraconas ivan tras evocadis pelos sons campeneses comsindst nos alqueres feuds do Estado Ponce, bedora de servos, ‘rganiagtes de vidas sem altemativa, grosses exicas ‘num mundo ceprimido ec, Aina asim, Zavatin Si Sule CGentemente vitor de tdo Ss. Plo menos Fe 9 poss ‘el para vencer ae baat. ‘Mas o dale, repto,n20 & depostiio sb de valores de um passade recente, isto &, dos ulos iatditamente precedente a nose, NiO existe solo de contnuidade fem ums ling, principalmente se ex fr oral — como 0s Gilets —, puramence orl Ha eontim ndo 3 os eédligos e vida mais recente (que para os conservadores sfo os aque deve ser consecvados), mas as sts vicisitudes Hisrias as suas origens, inclusive préshitrices, Os ar ‘quétipos porante, Sto depostitlos do “memo ‘Gnemra coledva) da Massenpsiche(pscologia de mas ‘i, inconsciene de massa), para usarmos a teminologia A dove ciferentes autores Jung e Freud) A zligiosidade Conca a sua orldade, ito € no Sou momento mai rca ro € 56 cates, ou paga num sentido historic; f camipéen a religondace inaugural, aque, por exemple, {que Identfia via © morte, que recast 0 nascimento, Que Conéande o firmamento com 4 abobada da rumba, que {cancebe 0 vaguear da busca como passagem de wna mac 4 ota, dent do seu propio corpo, como num lain, Jaquela que concebe o vives como um sono, do qual 30 © pose Sesperar mediante um segundo nasciment0: 0 hscimento rival da inciagio, Nada de todo 850 5e pence na nossa hstca: ess tudo deposkado e vive no Inconscientecoletiva, Lelamos primeiro poema desse liv daltal de Zavatins "Vida, vida, 0 que €? Melhor me alr Nao quero perubar aqueles dois ai” que esto for ‘endo no melo do mato" & fll imaginar algo mais pro- undo e mas terivel. Num estrangulamento de eroismo Seni, bem devesperido, malgrado a mascara zombetira Gaconvengio dail, Zavatit € pesa de ua regessio {que o tanspora as mas longinguas oxigen infantis. Ele fhunca nasceu, A vida no existe, Bilin, €negasio. A eventual vagabundagem ou experiéneia & aventura pr ful, “Calarse’, ito &, entrar na escusdlo, no itimo Conde nao existe minde), sdeniearse com 0 pénis do pl, que peneta no nada ic, por que tudo 80? Poe 1 esiange (nde 0 velo se enon dlante da “cena pie moral o coito ene pai ca mie, a Fusto dos seus doi orpos em um pate absohito que no pode ser viol do. Os dois que esto fodendo nao sto dois saudavels farmponeses que 6 velho Zavatin dale] aplaude, bajue landowos at, e, com disfagada sibedors, inveja © pro- tege Sao o Cotto das Ongens Ele dz que rao quer peste belo porque na realidade quer perturbio, ‘Talvez arises asumio pape de Cronos ou sj a co {0 pins do pa Ou pelo menos o papel de Tutsas, att Ie separa paladas as cas sesperes enters ‘8 conjungto qu faz dias tna 36 cost pin so aha s oxiar et. Nio € toa que 0 tile do posta ¢ Neikes tarse"—olema doretaique Num outro poems, assitimos novament a una evo casio do aquetico cota primordial desta fea ese cl de camponeses de Luzzra est na cama, os melon, 0 "estado", que, durnte © gular acealamene “weme". Mais uma vex os Pais, cm sus undo prow | tanga ¢ fonts de fa a8 sits angistas fates, Devs %e2 Giang ena os apanha em Fagrute a ees So part Prosepuom inadequate nes pode, efetvament, pais ntromper pone o colo dos cits. A Cranga entra ¢ oF spretnde = no breve, exencil poems debochade de Zatti cones se ose, jusamente por deboche, 0 papa, Dest vee poe tan, nfo o em, as um dos sinbeles mais monctron {ss do secalgue!Surprender o coo dan Pats case nae tiatcamente na Cniga © desgo de mone. O ual we smarfesta na massrbagio, no exbicioniano, ha neous lag. Tio isso deft rome com angista no velo esplitoso Zavatini daletal Procur propia more eae {6 ton aos de onanism mas na a confsdo Coo a fos ima de confdénias diets), principalmen, ha a oa om ua echo ecalogea Ga nor LEMS, pass Por realsta © por um tanto rangeenling Contato e escola ho formas cloumens Sap vas: adormasogusmo quase de laboratro, Hung sao Popular que ie: “Quer ado ama nfo ama Joust es {0€:para amar a patra mae preciso amato pops Ce ce-vers, evdentemene) En oues paves Foes 2 ipo a nn oma i.e “pt ut ‘oe bin gues nr a se, segundo 0 dito, peretamenteheterossenval € preciso ser hortossemual. Em Zavaltin taméin encontramos Um ‘verso parecido (no poems "Deus" “Deus existe. Se existe 4 boceta, existe" A mde com um pénis €, simuitanea- ‘mente, pai com a fecida ier, 0 pada coueade obs ac a Tintsin de Zavatini, que demons, nesves no centes € sadios poemas diletas, ter regeddo 2 mats tervel infincia, premise pars uma. psicose que fella: mente jamais se desenvere Tosiavia Zavatini deve te sentido 0 pavor de tl psi cose, pelo menos sob a forma do pavor de ser “casrado® (0u entio "homessensal’ Isto € demonstade pelo fato Je ele invener ese pavor en tsunfalsmo, servi em reco 45 maioris e weronsta em relagio is possves minors, poems ckato CDeus") coninsa de fo, assim. "Sd cle (Done) poderia inveatar wna cota desis (a b. que to. do mundo, todo mundo gosta/em qualquer higar.” Avvorarse em “epresentice” fanitico © hiperbélico de ‘uma maori (que € assim bejulada), na exalt de wa ‘orma que requer a cumplesdide Universal e a implica egradagio dos nao-cimplces, faz do Zavatin! incons ‘lente um homer da época de Hier e de Slin Alas, “Zavattin sabe muitsimo dem que escreveu um lio de ‘moniaco; ou melhor, tenten a todo custo excevE-o, alg mas vezes af forgando a naténa e a vox. E um limo todo exoessho, todo exilado, Rise conse a sua beleza¢ nis Wo reside o valor efeivo di sua manipulcio —em parte Jmtencional ¢ calculaéa — do dialeto ¢ da sua pretense pores rita. Dest live “de eaqverda” neiabundamn to dos os males do homem mderna médioe inclusive, just mente no momento em que se consi em livio “de ee ‘querda’, até mesmo com unt cera hipoctsia —- que brocuraapresenar 0 powo como o povo que Ya A fests 0 Unita —, se consul também em liv “hereto de es ‘querda exizemista. Mo pela deliberada recuperaga0 do iraconal (sexo religioidade, além co mundo “con. servido’ de ouzors), mas sobrerud> pela op¢io, cons- Gente, pela mais escandalosa sinceidade COs joven tliance, 940 confiem em mime “passim” peo ingot o), #8 superada pela sincerdade vidas wa opg0 n= Estudo sobre a revolucao antropolégica na Iélia® 2.e anno a primeira pagina do Un ura cama da de grandes ocasbes "Viva a Repabiicaantfasisa" ‘Muito bem: vara a Republica antifascist, Mas qual © sen real dessa fase? Procuremos analisiso. an frase nasce conertamente de dois fits que, de reso, a jusiicam pletamente: 12 vita arasadora do ‘hao! em 12 de mai 2.0 massare fascist de Brescia do dis 28 do mesmo més, A ven do “ato” € na verdade (haw derma nao 36 de Panfan? ¢ do Vaticano, mas, em Cero sentido, também de Beslinguest edo Partido Communist, Por qu? Fanfani eo Vaticano demonstaram fh teem compreendido nada do que aconteces em nos pats nos tisios dex anos: 0 povo Halano se revelou — Ge modo objetivo © evdente — Infiitamente mais “Sootutdo? do. que ees imaginavam ao apostarem ainda ‘hovelho reacionsrism camponés e paleoindusia Rane ec ce cam» ed ‘Dinatcicialis cna ttre Fae a cae en ie chic no gS" ‘eis seta serene ea ere USSSEDES SS Site te

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