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A MORAL € OUTRAS FORMAS DE COMPORTAMENTO HUMANO da sua atividade e, por isto, deve assumir uma responsabilidade moral, sobretudo quando se trata de investigagdes cientificas cujo uso e consequéncias sao de vital importdncia para a humanidade. Assim pensam hoje os grandes cientistas que se interessam pelos problemas morais colocados pela sua propria atividade, corrobo- rando desta maneira a opiniio de que a ciéncia nao pode deixar de estar relacionada com a moral. 106 cariruov Responsabilidade moral, determinismo e liberdade 1. CONDIGOES DA RESPONSABILIDADE MORAL Assinalamos antes (cap. II) que um dos indices fundamentais do progresso moral é a elevacao da responsabilidade dos individuos ou dos grupos sociais no seu comportamento moral. Assim, se 0 enriquecimento da vida moral acarreta 0 aumento da responsa- bilidade pessoal, o problema de determinar as condigoes desta responsabilidade adquire uma importancia primordial. De fato, atos propriamente morais so somente aqueles nos quais podemos. atribuir ao agente uma responsabilidade nao s6 pelo que se propos realizar, mas também pelos resultados ou consequéncias da sua ago. Mas o problema da responsabilidade moral ests estreitamente relacionado, por sua vez, com o da necessidade ¢ liberdade huma- nas, pois somente admitindo que o agente tem certa liberdade de opgaoe de decisio é que se pode responsabilizé-lo pelos seus atos. Por isto, nao basta julgar determinado ato segundo uma norma ‘ou regra de aco, mas é preciso também examinar as condigdes concretas nas quais ele se realiza, a fim de determinar se existe a possibilidade de opcdo ¢ de decisio necesséria para poder imputar-Ihe uma responsabilidade moral. Assim, por exemplo, se poder convir facilmente que roubar é um ato reprovavel do ponto de vista moral e tanto mais se a vitima é um amigo. Se Joao rouba um servigo de mesa na casa do seu amigo Pedro, a reprovacdo moral deste ato no apresenta, a0 que parece, duivida alguma. E, contudo, talvez seja um tanto precipitada se nio se tomam em consideragdo as condigdes peculiares em que se efetua ©.ato pelo qual Joao é moralmente condenado. Numa apreciagio 109 RESPONSABILIDADE MORAL, DETERMINISMO £ LIBERDADE imediata, sua condenagao se justifica porque roubar um amigo no tem desculpa e, se a aco de Jo3o nao tem desculpa, nao se pode eximi-lo da responsabilidade. Mas suponhamos que Joao no somente mantém com Pedro uma relagdo de intima amizade, mas também que a situagao econdmica nao autoriza a admitir a suspeita de que tenha necessidade de cometer uma semelhante aco. Nada disto poderd explicar 0 roubo. Tudo, porém, ficara claro quando soubermos que Jodo é cleptomanjaco. Continuariamos entdo a reprovar a sua ago julgando-o responsavel? Evidente- mente, no; nestas condiges ja ndo seria justo imputar-lhe uma responsabilidade e, pelo contrario, seria necessario eximi-lo dela, considerando-o um doente que realiza um ato — normalmente ilicito — por nao conseguir controlar-se. O exemplo anterior nos permite formular uma pergunta: quais sio as condigdes necessarias e suficientes para poder imputar a alguém uma responsabilidade moral por determinado ato? Ou também, em outras palavras: em que condigdes uma pessoa pode ser louvada ou censurada por sua maneira de agit? Quando se pode afirmar que um individuo é responsavel pelos seus atos ou se pode isent4-lo total ou parcialmente da sua responsabilidade? JA desde o tempo de Aristoteles, contamos com uma velha resposta a estas perguntas; nela se evidenciam duas condigdes fundamentais: a) que 0 sujeito ndo ignore nem as circunstancias nem as con- sequéncias da sua ago; ou seja, que o seu comportamento possua um carter consciente. b) que a causa dos seus atos esteja nele proprio (ou causa interior), € nao em outro agente (ou causa exterior) que o force a agir de certa maneira, contrariando a sua vontade; ou seja, que a sua conduta seja livre. Assim, portanto, t4o somente o conhecimento, de um lado, € a liberdade, do outro, permitem falar legitimamente de responsa- bilidade. Pelo contrario, a ignorancia, de uma parte, ea falta de 10 erica liberdade, de outea (entendida aqui como coagio), permite eximir © sujeito da responsabilidade moral. Vejamos mais detalhadamente estas duas condigdes funda- mentais. 2. AIGNORANCIA E A RESPONSABILIDADE MORAL Se podemos responsabilizar somente o sujeito que escolhe, decide age conscientemente, € evidente que devemos eximir da respon sabilidade moral a quem nao tem consciéncia daquilo que faz, isto é,a quem ignora as circunstncias, a natureza ou as consequéncias da sua acdo. A ignorancia neste amplo sentido se apresenta, por- tanto, como uma condigio que exime da responsabilidade moral. ‘Assim, por exemplo, quem da ao neurético Y¥ um objeto que Ihe provoca uma reaco especifica de célera nao pode ser respon- sabilizado pela sua agdo se afirma fundadamente que ignorava estar tratando com um doente desta natureza ou que, com 0 objeto em questio, pudesse provocar nele uma reacio tio desagradavel. Certamente, por X ignorar as circunstancias em que se produzia 4 sua ago, no podia prever as suas consequéncias negativas. Mas nio basta afirmar que ignorava essas circunstancias para livré-loda responsabilidade. E necessério acrescentar que, nio s6 nao as conhecia, mas que ndo podia e ndo tinha a obrigagao de conhecé-las. Somente assim a sua ignorancia 0 isenta da respec~ tiva responsabilidade. Pelo contrario, os familiares do neurético Y que 0 autorizaram a ir 4 casa de X e que, li, nao avisaram aX dda suscetibilidade de Y em face do objeto em questao podem cer- tamente ser considerados responsaveis pelo que aconteceu, ja que conheciam a personalidade de Y e as possiveis consequéncias para cle do ato de X. Vemos, portanto que, num caso, a ignorancia exi- me da responsabilidade moral e, no outro, a justifica plenamente. Contudo, é preciso perguntar logo a seguir: a ignorincia é sempre uma condicdo suficiente para eximir da responsabilidade moral? Antes de responder a esta pergunta, coloquemos outro m RESPONSABILIDADE MORAL, DETERMINISMO E LIBERDADE exemplo: 0 motorista que estava fazendo uma longa viagem e se chocou com outro que estava enguigado numa curva da rodovia, provocando graves prejuizos materiais e pessoais, pode alegar que ‘no viu 0 carro que ali estava estacionado (isto é, ignorava a sua presenga) porque a luz de seus fardis era muito fraca. Mas esta desculpa nao é moralmente aceitavel, porque ele poderia e deveria ver 0 carro enguicado se tivesse feito a revisio dos seus fardis, como € a obrigagio moral e legal de quem vai fazer uma longa viagem rodovidria de noite. Certamente, neste caso, 0 motorista ignorava, mas podia e devia nao ignorar. Concluimos, assim, que a tese de que a ignordncia exime da responsabilidade moral deve ser concretizada, pois ha circunstan- cias em que o agente ignora 0 que poderia ter conhecido ou 0 que tinha obrigagéo de conhecer. Em poucas palavras, a ignorancia no pode eximi-lo da sua responsabilidade, jé que ele € responsivel por nao saber o que devia saber. Mas, como dissemos antes, a ignorancia das circunstancias nas quais se age, do carter moral da ago (da sua bondade ou da sua maldade) ou das suas consequéncias ndo pode deixar de ser tomada em consideracao, particularmente quando é devida ao nivel de desenvolvimento moral pessoal em que o sujeito se encontra ou a0 estado de desenvolvimento hist6rico, social e moral em que se encontra a sociedade. Assim, por exemplo, a crianga, em certa fase do seu desenvol- vimento, quando nao acumulou a experiéncia social necesséria € possui unicamente uma consciéncia moral embrionéria, nao somente ignora as consequéncias dos seus atos, mas também des- conhece a sua natureza boa ou ma, com a particularidade de que nao podemos — num caso e no outro —responsabilizé-la por sua ignordncia. Pela impossibilidade subjetiva de superé-la, fica isenta da responsabilidad moral. Algo parecido pode ser dito dos adultos no que diz respeito ao seu comportamento individual, considerado sob 0 ponto de vista da necessidade hist6rico-social. J4 sublinha- mos antes que a estrutura econdmico-social da sociedade abre e fecha determinadas possibilidades ao desenvolvimento moral e, 12 erica por conseguinte, ao comportamento do individuo em cada caso conereto. Na antiga sociedade grega, por exemplo, as relagdes propriamente morais s6 podiam ser encontradas entre os homens livres e, pelo contratio, ndo podiam verificar-se entre os homens livres e os escravos, visto que estes nao eram reconhecidos como pessoas pelos primeiros. O individuo — 0 cidadio da polis —nao podia ultrapassar em seu comportamento 0 limite histérico-social ‘em que estava situado ou do sistema do qual era uma criatura; por isto, nao podia tratar moralmente um escravo. Ignorava —e no podia deixar de ignorar, como o ignorava a mente mais sabia do seu tempo: Aristételes — que o escravo também era um ser human endo um simples instrumento. Dado o nivel do desenvolvimento social e espiritual da sociedade em que viviam, ndo podemos res- ponsabilizar individaalmente aqueles homens por sua ignorancia. Por conseguinte, também nao podemos considera-los moralmente responsdveis pelo tratamento que dispensavam aos escravos. Como poderiamos responsabilizé-los pelo que ignoravam e — dadas as, condigdes econdmicas, sociais e espirituais da sociedade grega escravista — no podiam deixar de ignorar? Em resumo: a ignordincia das circunstancias, da natureza ou das cconsequéncias dos atos humanos autoriza a eximir um individuo da sua responsabilidade pessoal, mas essa isencao estaré justifica- da somente quando, por sua vez, 0 individuo em questo no for responsével pela sua ignorancia; ou seja, quando se encontra na impossibilidade subjetiva (por motivos pessoais) ou objetiva (por motivos historicos e sociais) de ser consciente do seu ato pessoal. 3. COAGAO EXTERNA E RESPONSABILIDADE MORAL, A segunda condigo fundamental para que se possa responsibilizar uma pessoa por um ato é que a causa deste esteja dentro dele proprio «eno provenha de fora, isto é, de algo ou de alguém que o force — contra a sua vontade — a realizar o referido ato. Em outras pala- vyras: exige-se que a pessoa em questo nao esteja submetida a uma m3 RESPONSABILIDADE MORAL, DETERMINISMO E LIBERDADE coacdo externa. Quando o agente moral est sob a pressio de uma coagao externa, perde o controle dos seus atos, sendo-Ihe fechado ‘© caminho da eleigo e da decisio pessoais, razio pela qual realiza uum ato nem escolhido nem decidido pessoalmente. Na medida em que a causa do ato esti fora do agente, escapando ao seu poder e controle, eem que se lhe barra a possibilidade de decidir e agir de ‘outra maneira, nao se pode responsabilizé-lo pelo modo como agiu. ‘Vejamos um exemplo. Um motorista de carro, que roda na cidade a velocidade regulamentar e que dirige com habilidade, depara-se de repente com um pedestre que cruza imprudentemente a rua. Paranio atropelé-lo, vé-se forgado a fazer uma curva brusca devido & qual atropela uma pessoa que, na esquina, esperava para tomar o bonde. O motorista é moralmente responsével? Este alega que nao podia prever 0 movimento do pedestre e que nao teve outra alternativa se no fazer o que fez para nao maté-lo, ainda que a sua acao tivesse uma consequéncia igualmente inesperada e imprevisivel: atropelar outro transeunte. Nao fez o que teria dese- jado fazer, mas o que Ihe ditaram e lhe impuseram circunstancias externas. Tudo 0 que aconteceu escapou ao seu controle; nao esco- Iheu e nao decidiu livremente. A causa do seu ato estava fora dele; Por isso argumenta, com razdo, que nao se sente responsavel pelo que sucedeu. Aqui, a coagio externa exime da responsabilidade moral. Isto significa ao mesmo tempo, que a falta de uma coagio externa semelhante é indispensavel para que se possa atribuir ao agente uma responsabilidade moral. Mas, como ja dizia Arist6teles, a coagdo externa pode provir no de algo — circunstancias imprevistas — que forga a agir de certa maneira contra a vontade do agente, mas de alguém que consciente e voluntariamente o forca a realizar um ato que ni quer fazer, isto é, que 0 agente nao escolheu e nao decidiu, ‘Vejamos 0 exemplo seguinte. Se alguém, de pistola na mao, for- a Pedro a escrever umas linhas em que difama outra pessoa, pode cle ser considerado responsvel pelo que escreveu? Ou vejamos este outro exemplo. Se X tem obrigacao de acudir ao seu amigo Y, que se encontra numa situagdo muito critica, e Z, um inimigo seu, Iho 4 enica impede, barrando-Ihe o caminho com o uso de uma forga superior sua, nao ficara X isento de qualquer responsabilidade moral, seja qual for a gravidade das consequéncias de no ter acudido a Y? Neste caso, a coagao externa, fisica, exercida por Z nao lhe deixou possibilidade de optar; isto é, nao the permitiu agir da maneira como teria desejado, Mas a causa de nio ter ajudado nao estava em X e sim fora dele. Em casos semelhantes, a coagio é to forte que nao resta margem — ou, se resta, € limitadissima — para decidir e agir de acordo com a vontade propria. A coagio € tio forte que, em alguns casos, como no do primeiro exemplo, a resisténcia 4 coagao do agente externo acarreta riscos gravissimos até & propria vida. A experiéncia histérica nos diz que inclusive em situagdes andlogas houve homens que assumiram a sua responsabilidade moral. Mas 10s métodos requintados de coagao sio tio poderosos que o agente pode ver-se forgado a fazer o que normalmente ndo teria desejado. O sujeito, neste caso, fica moralmente escusado, porque a resistén- cia fisica e espiritual tem um limite, além do qual o sujeito perde 0 dominio e 0 controle sobre si mesmo. ‘Vemos, portanto, que a coagio externa pode anular a vontade do agente moral ¢ eximi-lo da sua responsabilidade pessoal, mas isto nio pode ser tomado num sentido absoluto, porque ha casos em que, apesar de suas formas extremas, sobra-Ihe certa margem de opgao e, por conseguinte, de responsabilidade moral. Quan- do, portant, Aristételes assinala a falta de coagao externa como condigio necesséria da responsabilidade moral, isso nao significa que 0 agente ndo possa resistir, em nenhum caso, a esta coagao e que no seja responsdvel pelo que faz, todas as vezes que esta sob 0 seu poder. Se esta condigdo se postulasse em termos tio absolu- tos, chegar-se-ia em muitos casos a reduzir enormemente a érea da responsabilidade moral. E esta redugio seria menos legitima tratando-se de atos cujas consequéncias afetam profundamente a amplos setores da populacao ou a sociedade inteira. ‘Aste propésito, lembre-se o que aconteceu no famoso proceso de Nuremberg contra os principais dirigentes do nazismo alemao: ns RESPONSABILIDADE MORAL, DETERMINISMO E LIBEROADE nenhum deles aceitou a sua responsabilidade legal (e, ainda me- nos, moral) pelos crimes monstruosos cometidos pelos nazistas. Todos eles alegavam ou ignorancia dos fatos ou a necessidade de cumprir ordens superiores. E, se assim se comportavam os mais, altos dirigentes do nazismo, com maior razdo alegavam a mesma desculpa, nos escaldes inferiores da hierarquia (a impossibilidade de resistir a uma coagio externa) os generais e oficiais que orde- navam saques, fuzilamentos ou incéndios, os chefes implacaveis dos campos de concentragio que submetiam os prisioneiros a0 tratamento mais desumano ou 0s médicos que realizavam terriveis, experigncias com seres humanos vivos (transplante de tecidos e de brgios, esterilizagio forcada, vacinagio de doengas infecciosas etc.). E evidente que a ignorancia, em certos casos, ou a coagao, em outros — de acordo com o que afirmamos anteriormente —, no podiam absolver os nazistas de sua responsabilidade penal e, ainda menos, da moral. Todavia, a coagao exterior, nas duas formas que acabamos de examinar, pode — em determinadas situagdes — eximir 0 agente de responsabilidade moral de atos que, ainda que se apresentem como seus, nio 0 sio na realidade, pois tém sua causa fora dele. 4. COAGAO INTERNA E RESPONSABILIDADE MORAL Se 0 agente nao é responsivel pelos atos que tém a sua causa fora dele, sé-lo-4, a0 contrario, por todos aqueles que tém a sua causa ow a sua fonte dentro dele? Nao pode haver atos cuja causa esteja dentro do sujeito e pelos quais nao seja moralmente responsivel? Antes de responder a estas perguntas, devemos insistir em que, em termos gerais, 0 homem s6 pode ser moralmente responsavel pelos atos cuja natureza conhece e cujas consequéncias pode prever, assim como por aqueles que, por se realizarem na auséncia de um: coagio extrema, esto sob seu dominio e controle. Partindo destas afirmagOes gerais, podemos dizer que um in viduo normal é moralmente responsavel pelo roubo que cometey ns erica diferenga do cleptomaniaco que rouba por um impulso irresistivel. © assassinato € reprovavel moralmente e quem 0 comete contrai — além de outras responsabilidades — uma responsabilidade moral. Mas poderiamos considerar moralmente responsivel 0 neurético que mata num momento de crise aguda? O homem que dirige frases obscenas a uma mulher é repreensivel de nossa parte quem comete uma ago semelhante contrai uma responsabilida- de moral. Mas também o doente sexual, que levado por motivos inconscientes, procura afirmar desta maneira a sua personalidade, € moralmente responsdvel? E evidente que, nestes trés casos, a cleptomania, a neurose ou um desajuste sexual impelem de maneira irresistivel, respectiva~ mente, a roubar, matar ¢ ofender por palavras. Em todos eles, 0 sujeito nao tem consciéncia, pelo menos no momento em que realiza tais atos, dos motivos verdadeiros, da sua natureza moral edas suas consequéncias. Talvez a seguir, quando 0 ocorrido j ndo tenha remédio, 0 sujeito tome consciéncia daquilo tudo, mas inclusive neste caso nao poder garantir que no tornaré a fazer o mesmo sob um impulso irresistivel ou uma motivagio inconsciente. Os Psiquiatrase psicanalistas conhecem muitos casos semelhantes, isto 6,casos de individuos que realizam atos que tém a sua causa dentro eles e que, apesar disto, ndo podem ser considerados moralmente responsdveis. Atuam sob uma coagdo interna a que nao podem resistir ey portanto, ainda que 0s seus atos possuam a sua causa 1no seu intimo, nao s4o propriamente seus, porque nao puderam cexercer um controle sobre eles. A coagao interna é to forte que 0 sujeito nao pode agir de maneira diferente daquela como operou, enio tendo realizado 0 que livre e conscientemente teria querido. Devemos assinalar, portanto, que os exemplos que acabamos de citar SG casos extremos; ou seja, casos de coagao interna a qual o sujeito no consegue resistir de maneira alguma. Sao os casos de pessoas doentes, ou de outras que, embora se compor- tem de maneira normal, mostram zonas de comportamento que se caracterizam por sua anormalidade (como acontece com 0

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