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Pierre Bourdieu-Jean Claude Passeror' A REPRODUCAO 3! EDICAO A rio stoi nin caro int fo relavanerte sonora pms «repcaieao | So A conning acsi sk ine Boal abbot Gatien rg roo ca ac Esra Paso donde xa ag con tiger «tag cn oneopnnkte etea Tw | rei iid ns engine sot conto eon Inderal «tos 0 ness de Eacarao trots Soci Festa | FRANCISCO ALVES Strie EDUCACAO EM QUESTAO coordenapto pedco benjamin garcia 2a brand reprodugto sieve toute ¢ feaniade patron ‘duetgio © desenvolvimento social no brasil sano cone 2 escola esté morta rapes, organizaptis, insides sors apse Pierre Bourdieu Jean-Claude Passeron A REPRODUCAO lementos para uma teoria do sistema de ensino 3? Bacto ‘Tradupho: de Reynaldo Bairto - eash Revs de Pero Bespin Garda pent 0° FRANCISCO ALVES Fi tou i Y tes Eons de Maus, Fra, 1970 ‘into ols La Repraacton (Cape: AO Comumicsto Vins ¢ Argleure Lis “Toles or dicton dun wap renrvadon LIVRARIA FRANCISCO ALVES EDITORA S.A. ua Sted See, 177 ~ Canto = 870.95 B7CIX, 356 119:45.41) 2356 19.8.9 GnivERSIDADE FES Le captaine Fonathan, Brant dgd de ds-aat on, Capture un jour um péican Dans ine ile &Esiréme Orient Le pcan de Jonathan, ‘Au matin, pond un oesf tout blanc Evil en sort un paticon Lat ressemblan ionnaniment, El ce dealéme palican Pond, a son tour, un oeuf tout blanc ‘Dod sort, inéitablement, Un are gui en fat cutee. Cela peut durer tre longtemps ‘1 lon ne fit pas Pomelette avant Robert Desnos Chanteflers, Chanefbles “A wadoto Mert dee poema set: 0 capo Jostan / etande am ade de deo are" capac ia um peop Pam a do Extemo Orewe 0 geicam Ge Toran? De antl, pie wr oe Ina tranco / Ftv wm plano enpuntonmente reco com le 7°E coe atmo pecan 7 or man ver poe umn ov incramenie Franc / De onde ni, inetneiment / Um oa qu fat © mean pepe or tuto tengo / Se ams no fave a eels fete lino nfo ein sido pons tm 0 tao elev de {bios seaside do" Cento or Soo Euopta de a Rats te” Aenean mee eh ‘con Soe eens, 1 haan, Castel J-C- unboredon, Fy Saran Malet." Agtdecons Snualmente ing. F Brome. J Lindon, 1.0" Parte © Me Verte Inaages pees rts spp Sse ten. Kensie fodumne e M-C-Hwcge gee datloraon, ‘em or entra puch omnes eres sucess NOADE FEDERAL O0 pang sumério LIVRO 1. FUNDAMENTOS DE UMA TEORIA DA VIOLENCIA SDMBOLICA LIVRO 2, A MANUTENGAO DA ORDEM capitulo 1. Capital cultural ¢ comunicgéo. pedagsgica Desigualdades ante a slagso e desigualdader Jo selesto Da ogica do sistema 2 Nigea de suse transfor smagies capitulo 2. Tradigfo eruitae conser social Autoridade pedngigie © autoridade da Hngus- fem Tinguagem ¢ conexéo & inguagem CConversago e conservacio. captulo 3. Eliminagéo © selepfo (© exame na exrutura a histria do sistema de Exame ¢ elininagio sem exame Sleggo tenea e selege0 Socal capitulo 4. A dependéncia pela indepencéncia ‘as fugtes pardaleres do “iteressegerl” A indiferenclagso das fanges » indfeenga as Aiterengas [A Tung Ideolipcs do sistema de ensino apéndice ” a 100 19 m ir 13s -REDADE mIBLIgTECA preficio A composiso desta obra em dass partes i primsia vista muito esigusis em sev modo de exposigo nfo deve evocr a represeata ‘omum da dvisto do tabs intelectual entre ts trefas por etapes o empirismo e um trabalho teccico que tivesse em si mesmo sea comeco © seu fim. Diferentemente de‘um simples eaillogo de relar ‘Ges de fato ou de uma Soma de concitos tlncon, 9 corpo de pro. Posigbes apresentado ra primeira parte (Lito 1) & 0 remltado de tum esfrgo para consti, mum sistema justifilvel do contol IS 18c0, de um Iago propesgtes que foram consrudes pelat e para 48 priprias operagies da pequin ou que surgicam somo logic. mente exigtas para estabelcet os renutadog ¢ por ost lado pro posies tebrcas que permitram consti por dedusso. ou ‘por Sipesteaeio, prongs detanent juts cote ‘Ao termo deste proceso de retificagio réciproca, as ans do Livro It podem ser consideradss como umn splicagfo a um exo istoriamente dterminado de principios que, por sua generldade, ‘utoizariam outras apleajdes, embore csss antes tenham servo {de ponio de parida 8 consrugdo dos prneipiosenunciados no Live |. Porgue sa prielra pare dé sua coerenla ts pesqusas que sbor- dam o sista de ensino sob um prisms cads ver diferente (sje st- cessivamente em suas fangies de comunicago, de ineslengio de ume cara epi, de slog e de leptimagio), cada um dox cptulos ‘onduz sempre, por camiahos diferentes, so mesmo principio. de Intelgibitdne; isto & 0 sistema das relogSes ene o sistema de fmino © a esrturn das relagdes entre as cess, onto cental da teora do sistema de ensno, que se constitu enguanio tal t medida sae seu poder de construe dos fats se afirmou no trabalho sobre fats. A lemiranga das tansformarSes sucesivas que solfes 0 coxpo thas proposigds apresertadas no Livro T (qe tencam todas subi sl 2 1 manooesho tur proposigSes por outras mais poderoens, engendrando por sua vez novas proposes ligadas aos puicipon por rlagSes mais na- mmerosas e mals fechadts), basta para evtar que. se consdere inevtivel 0 estado atval da formalagio dese sistema de proposes, fenetanio unides por relagSes necesirias, so toubéstemos que tal aconiece a todo corpo de propotgses,« memo de teorems, consderado mum momento de wea hisérin. Ar oretagSes que co ‘mandaram a esotha de impelr mais oa menos long a pesguita ext vam implicadas no prépric projelo deste lio" 0 desenvolvimento desgual dos diteretes momentos nio pode com efeito se justifeat fenfo em fongio co propésita de lever s regressio na disso. dos Drincpios ou a especieacho das conseqiencins tio longe quanto fosse necsstio, a fim de Hgar a seu fundamento te6ico 4 andes apresentadas n0 Livro Deide que se afata 2 inconvenléacla de se forjar uma Mngua actif, nfo € possvel eliminar completamente, mesmo mult cando-se as precangbes, as ressondncias os harmnlos ideol6pcos ‘ve todo lrico sociclésico desperta ineviarelnente no Iitor. De todas as maniras posiveis de ler este texto, a plor seria som vida Tetura moraizante que, apoiando-e sobre 3 conotages cas ‘gndos, polo uso corente, a termes teaicos tals como leplinidade ou ‘auordade, rnsformaria 8 comprovagbes de um fato em justice (8t5 ou em dendncas; ou que, mando efeitos objeivs por produtos 4a agfo lntescional, consiente © voluntérin dos indviduot ou dot grupos, eaccataria mulévola misifengso oa ingenuidade cupvel al fondo a6 se dis dssimulapo ot desconhecimento. Els un outs tipo de makentendido que podera susitar © emprogo de termos como Violéncia ov arbitrrio que, talvez mals do. que qualsquer Outo4 onectos wlzados neste exo, se prestam a mpl interpresptes Pie ocupam wma porgdo ao mesmo tempo ambigua e eminente no ‘campo ideokigico pela mulplcidade de suas tllzagbes preseates passada, ou mctor, pela divrsidade das penigdes que ot wiz: oes presente e pasador dees termos octparam no campo Inte lecual e poltico, Deverfamos ter o direito de recorer 40 terme ‘arbirvio para designa: isso ¢ so soments, 0 que se d& por uns ‘efnigio determinada, sem a obigagio de tsar de tos os pro- ‘lems deta ou inlreamente evocidos por este conceit; ©, mende ainda som a obriguedo de entrar nos debates crepusclares em que {odes os fisofos podem acreditarse bios todos o% sibice f= sofos; nem nas discusses neo-sassurianas eu pare-chomskisnas $9- LUNIVERSIOALE FROEHAL 00 ake bre 0 arbitrro e/ou a ntcesiude do signo e/ov do sistema de signos ou sobre os lites natras das variages ultras scutes e debates que devem o esenial de seu suceso 29 fato de eolcarem no gosto do da os mals ies pcos da tao eacola,Definit © atbirrio cata pelo fato de que ele nio poder set dedusido de neshum principio € epense mostrar, gras a esse consructum legico desprovdo de referent socolgice ea foro, plcogicn, fo mcio de consttuie « apo pedagigicn em sua verdade objetivay ©, igualmente, 0 meio de clocar 8 questo socioligen dat condigbee Soni capazes de exclair« quostio lgica da possbiidade de ome fpfo, que sé pode aleanar feu feito préprio quando se encontra bjetivameate dessonhecicn a s08 verdad bjetiva de imposigéo. de fam arbitrrio cultural. Esse questio pode, por wa vex, epecificer se-na questo das condifesinrtacionnis © soca, que fazem com ‘que uns instituipfo posta decarar exprestamente sun pica. pede Bria enquanto tal sem tara yerdade objetva desea pea. Desde {que o termo de arbitrio a refers, uma outra de eins soepsion € lam puro poder de fat, isto 6, a um outro consincum, igualmente Aesprovido de referents sociolgioo — gras a0 qual pode alo far a questio das eondgSessocas« institacioniscapazes de fazer Aesconhocer esse poder de fato ¢ de faélo ser reconhesido como ‘utoridadelepima —, ele 6 adequado para lembrsr continuamente 8 relago ergindria que une o abliriio da impoxgSo © 0 xbitrrio {bo conteédo imposi.. Compreeadese que © termo de vieléncla sible, que dis expresiamente a rupture com todas a represen tapes expontines as concep espontanestas da apo pedagégia ‘somo gio nfo-viblent, ej imposto para signifcar unidade 16- Fe de todas as ages caacterzadns pelo duplo arbiter da impoat- so simbolica. Compreendese ao mesmo tempo a depeadéacia dessa Teoria geral das ages de vildnsa simbélicn (sejam elas exereidat polo curandeiro, pelo feliceiro, pelo padee, pelo profes, plo pro Dgandists, pelo profesor, pelo priquiata ou pelo poicanalisa) 0 Juma teoria geral da viléscia e da voltncialegima. Depeadéncia de que 6 tesemnba dretameate a eubwitublidade das diferetet formas de viléaca socal c, indcctamente, a homclogia eat 0 rmonopélo escolar di villacix sinbies loytims © o monopéio (Stat do exerci legtimo da volncin fics, Aqueles que no desjarem ver sum tal projeto senko 0 elelto de um faccisiimo poltico ou de am iredentismo de carter, no Aeiardo de sugsir que € preciso ser cego 8s evidencias do bomen “ 1 mumoucio ira tentarapoderarse das fungbes socinis da vilencia pedugigice para consiuir « viléocla sites como me forma da voles fotial no exato. momento em que @ enfraguccineato do modo de imposigéo mais “sutoritria” e # renuseie ts Idenieas as mals brats de coer parciam justificar, mait do que nunes, a f& ofimiste ra moraliagto da hiséria wb pelas vtudes do progreso tcnco to creeimento econdmice, sso sera igorar « questio sciogiea fas condigtes scciais que devem ser provachidss pars que se tovne posivel explctagso sientia das fungGes social de walt ‘Go: nao # Um acaso se 0 momento em que se opera a passagem ‘e técnica betas de imposigio a téeniat mse sus & sem didn © mais Tavorivel para der a conhecer a verdade objetiva dessa in Dosigo. “AS condigses sociais que fazem com gue a tranemisio 4b. poder € dos prvilésoe deva tomar, mais do gat em nenhuma ‘ara sociedade, 06 caminhor desviador da consagragio escolar ou fue impedem que a violencia pedaggics post ve manifesta ett ss ‘erdide de vieléncia social sfo também at condigies que tornam pssiveis« expleagio da verdade da apo pedappies,qunisgver Que Sejam es modaidades, mus ou menos bral, segundo as gus la se cxeree, Se “ndo existe etna enso do que € acta”, compre- dese que a socolgls enka muito a ver chm 4s foras historcas que, a cas époea consiangem a verdade due reagbee de forga a se veel, nem que Sea pelo fato de obrig-as a se oclarem cada Nous LS oo ii attend: epee. pda se ee ec Sa tet ts He UMVERSIUADE FeLEICL UO PARA BIBLIOTECA CENTRAL livro 1 fundamentos de uma teoria da violéncia simbélica on docunon em 96 en cas, eboet foe Sener emma so Sony ie No pedends © tssdorempregar vem ‘rm ot cme tg fs [Abreviagoes utiizadas no livro 1 ‘AP: apo pedagiics. ‘AuP: sutoridad pedagica "TP: trabalho pedagiico. AME: autoidede escolar SE: sistema de ensino. TE: wabalho escola. sas convensSetgrfcas tim por fanglo lnbar sos Itres ue os cenceitos que clas degnan consttuem ees mesmos tna {Steografo de sitomas de tls pea que nfo xin posse ‘nunca completamente em todes as propeises, aids gue sm ‘ecesrioe& constgdo dssar proporigds © aie sj a codigo ‘Ge uma ileetagto adequada. Se ee proceso no fol eendido 4 todos os concen “stmnigas” que so uilcios agtt (Por empl, witrio cfr, voacia sinc, rag. Je-cms- tieagio pede, modo de impose, modo de nelasio. lea Tinade ahs capial cal, hab, repodufesenropeo- gio ctrl) Jisso se deven 20 objetivo de evitar que a Ietura re tora Hnatimente ie. fe sapenstom por, ono shir 9 ce anne» craingio Win a {porentcs ',comespondiscas ‘nt propodgics do ©. Todo poder de violence simbtice io &,1odo poder que cheva 1 impor siniicagdes e @ impé-as como lertinas, dsimiland as relagdes de forca que eso na bese de sua fore, acrescenta sua Drépria fonga, sto & propriamente sinblioa, a ests relagdes de forge Fvcdio J. Recusar ese axioms que enucla simultaneamente a fautonomia ea dependéncia reais cat relagiessimbeies frente Bs relagoes do forga resomic-seia negar a possbidade de uma ‘éncia socldpes com efito,consderando-s que todas 8 ocak implicka ou explictamente consteudas sobre a base de axioms dk ferenes conduriiam seja 8 colocar a Hiberdade crindors dos inv {ius on cas grupos Genito de principio da sco sibca, considers tomo atm em reagéo ae sass concigoes objetivas ce exerci, Seja para destrie»acio simbstienenguanto ta, ela reewsando toda Autonoma em rela ds sue condigbes materi de exten eme Se 0 direito de consulerar exe axiom coma im principio ds eos do conhscimento socolgico. . Enedlo 2. suficiente reaproximar asteorss elisscus doe far Imentos do poder. as de Mars, de Durkheim © de Weber pact 48 dque_as condgGes que tormim poxivel a consitugio de cada uma ‘cuenta pesibildade da comsrugio do objeto qve-operim “as culrac) Asim, Mars se opie a Durkheim no-que_sle-peseabe. omo_0_produto. deus, denominagio.de_disse ondo_Durkheim (ue fo explea jamais tao. cleramente sus ilosoia social, erceo- em matiria dp socolgia ds educardo, lugar prvileginda. da, lusda do consensa) io vé senfo 0 efeito Je um contranginenta socal indivi. Sob om ostroprsna, Marx ¢ Durkheim se opgem a Weber quando contradizem, pel seu abjetivimo meiodolégio, ¢ lentagao de_ver nas elagder'de poder apenas rlaghes interad dusic-de nfufncia ou 8e downto, e de reprrenar an di formas de poder (paliicn,cconimico, religion, ete.) como diversat” Imodaldages a elacio.socioiopcamene incilerencsda da poder {Cac de um agente sobre un outeo. A rengio conta te Te Senlagesarficiastas da ordem socal leva Durkheim a pie enase Sobre a exetoidade da coereso enquanto Mart ieressado. em Py 1 acougio fevele sob as ideolopas da legimidade 9 relbes de viléocs que 45 apolam, tende a minimizar, em sua alse dos efeitos da ideotoga dominant, a eficicia rel do esforgo simblico das tlagbes de for {a que implica no reconbecimento pelos dominados da leiimidade 4 dominagio. Weber se ope a Durkhcim, como a Marx, por so © nico excolher expresamente para objeto de andlise a conbu- ‘lo expecta que as representagées de letimidadetrazem ao exer- iio € a perpotuagio do poder, apessr de que, fechado. numa oncepeko peieosocolies ders represenagSer, cle no peas = Interogar, como o fez Mars, sobre as funsSes que preenchem nas relagdessosuis 9 desoabocimento da verdade cbjetta dass 625 como relagSes de fara, 1. Do duplo arbitrétio da agio pedagéxica 1. Tada ago pedagigica (AP) é objervamente uma violnca sin bce enquanto imposed, por wm poder arbi, de um arbrato cultura, Excite. As poposigies que se seguem (até as proposigies de peau 3 inclusive) compreendemse por toda AP, quer esta sea ev=ida por todos or membros edurados de wma formasio socal cu 30 un Brupo (educagto difusa); quer pelos membeos do grupo familar aos (guts a cultura de um gropo ov de wma clause confere oma tarela (ducasio famine); ow pelo items de agentes explicitamente con- vosades para esse fim por uma insiigio com fungio direia ov fndiretamnte, exclusiva ou parialmente edgeauva (eva faa tocionalizada). Ou, ainda stvo espeificagio expres, que essa AP vise 2 reprodusir-o arbitrio cultural dae clases dominanes 02 as cases dominades. Dito de catra mancir, 0 aleance dessa ‘roposigées enconira-se defiido pelo fato de que elas convimn 2 toda formagio socil,entendida como sistema de rlagbes de forga fe de sentido entre grupos ou classes. Segue-se que se impos um Timi, aos tts prenios pontos, quanto = mulipicar os exemplos supostar ao caso de uma AP dominante de tipo ecoar, para eitar ‘Se eugerit, mesmo implctamenta, uma restngio da valldade des proposgiesrelativas a toda AP. Reervou-te a su momento lgico {proposigbes de grau 4) a especficagio das formas e dos eeton de uma AP que Se cxerce no quadro de uma instiigio escolar; € mONENTOS BE WMA TMA mA MOLINE sBeLEA 21 somene dina props (4.3) que w enon crctizadn xpresamente a|AP eel Ibu desse_ modo pra_reprecut_aesuta- dat felgSes de See fende-a segorae do monope Gave Hebi tepa 11.4 AP 6 objetvamente uma vilénciasimbélice, num primaire sentido, enquanto que as reagies de Jorga enre at grupos ou at ‘lastesconstiutivas de uma formagto socal exo na base do poder ‘arhuréro que & a condicdo da tnstawrasao de wna relagdo de coms ricarao petapigea, to, da imposico e da inculeocdo de trio cultura segundo ui modo arbitrvio de imposgao € “ao (educoréo). xed. Assim, as rlagies de forga que sio constutivas das for. InagGes soiais om descendénciapatiiear.e dts formag&es sodas com descendéocla matniinear se manifestim diretamente not tpos fe AP, corespondendo a cada um dos dos ssiemas de sucesso, ‘Num sktema de desendéncia matrarel em que © pai nfo detén autosdade juridiea sobre o fio enquanto que 0 filho nfo tem ‘nenhum dicto sobre os beas« os priviglos do pa, 0 pal s6 pode Speiar sun AP sobeesangiesafetives ou mors ( Te outorgue seu apoio, em sine instnci, a0 caro em que a sat prerrogativas seam ameagadas) e ao’ dpe da asistéeca juvaicn que tho € asegurads quando, por exemplo, cle quer aim ‘su drsito aos servigos sexual do sua espesa/ Ao contrite, sum Srtema de descendéncia pusaral, om que iho, dtado de dcstos ‘xpicitos juiicamentesanconados Sobre os eas e 06 pivilgios 4 pa, mastém com ele uma relaydo compedtiva, aa verdsde coo fltal (como o wbrinto com 0 to mater Hum sistema matriinese), © pai “representa © poder da Sociedade enquanto que fora no grupo Gomésicn” e pode 4 ese ttlo colocarsangGes juridicns 4 servigo a imposigho de cua AP (Fortes, Goody). Se nfo € 0 caso de se ‘gnorar a dimensio propiamentebilipca da selagio de imponigio Dpedagésic, into &, 4 dependéncia bilogicamente conciionada que 6 correlative da impotéaca infant, & presso ainda afrmar-se que Ino se pode fazer abstapio das determinagdessocini que expec um em todos 0s casos ‘a relagdo entre os adultos e as crangas. (nsiusive quando es edueadores no 810 outros senso os pais bls ios (as detrminagces igando-se ht estratora da fama 00 & posigfo Ga fania na exrotura sell), 2 A arnocusio LL. Enquante poder simbsico que néo 18 redue jaa por def- rigdo a impesigio da orc, « AP nao pode produce su eeto ro 70, iso 4, propriamente sinbslce, a ndo ser na medida em gue 50 exerce numa rela do comunicapo, 112. Enquaie vielénie simbiica, « AP nto pode produit ea dleio pripro, iso &, propriamente padagéyic, tendo quando so dndae is conabyes socials da impostgao ou do inulcapdo, Ito & fr reloges de Jorge que-nio extn implcadas numa deine for ‘mal da comnicat, 113. Numa formaeio social determinada, a AP cue at relagtes de jorca ene ox rupor on as classes constiutivan desa former ‘socal poem em posigao dominante no stoma das AP ¢ oauela dv, lanto por seu modo de bnpescao como pela delimiacso dagalo ae la tmpbe daquces a quem ela 0 impce,coresponde 0 mals com: DPleamente. ainda que sempre de mancira media, sos iteresee bjeivos (materials, simbdlcos e, sob a relasto consderada aa, pedagdaics) dor erupes ou classes dominantes Ew. A forca simbéica de uma instlcia pedapéyica definese or seu peso na estutura das relages de fora e das relates im Dalicas (exprmindo sempre essas telaghes 0 Torea) que se ima ‘am ene as Instincias exerendo uma agéo de voltaca simbolea, | struora gue exprime por sua vez as relasdes de forge entte ot ‘gupos ov as cles constitutive de formagio social considera ==E pels mediagio dese efeito de dominogdo da AP dominante que as Aiferentes AP que se exercem nos diferentes grupos ow classes col tram cbjetvameste © Indretamente na dominagio dat clasee ominantes (ineuleagio pelas AP dominacas de conhecimentos ou dle manesas, dos quis « AP dominante deine o valor sobre mer+ ado econémico ot sible) 12. A AP é objevamente wna violencia simbie, mum segundo Siruido, ra medida em que a delmitepao objetvamente bnplcnda tno foto de impor e de incular certs signtieaaer, convencionades, Dela selegto e-a exclusto que ihe @ corretative, como dignat de er Feproduidas por uma AP, reproduc ine dupla sentido do. terme) 1 selepdo arbirria que um grupo ou uma cate opera objetivimente fem e por seu arbtrvo cull, UNIVERSIOADE FEDCAAL 00 PARA FuNBOR DE WA THOMA BH WENA mnEich 2B 12.1. A sclezdo de signitcacdes que deine objetivamerte de um grupo ou de uma classe como sistema sinbaico & ‘na medida em ue a exruura eat fungdes dessa cultura no poder Ser dedisidas de nenhum principio univers, free, boléice ‘mpirtvel, ndo estando unidas por nenhuma espécie de rela inter: naa “natureza dar coisa” ou vine “natureta hunana” 1.22. selepao de signifcagdes que define objetivemente a eu?) ade um grapo ow de uma clase como sistema dinbdico € stilo- | o Pleamente necesiia na medide em que exe eutura deve sua exis taneia ds condigdessoctts da qual ela€o produ e sua itlbildade | 2 coernciae as fungdes da esata das relogessigniicanter que @ Excélo. Arbitesis quando, pelo método compart, sf ligadss 0 Conjunto das cultura presentes ob pandas ou, por uma variagio iin, a0 universo das cultures possves, as “ops” coast Ge uina cultura (“opeso” que ningudm fae) sevelam sus no fusidade assim que sto ligadas Sr condigdes racist de sou sparecimento ¢ de sua perpetuagio. Os malentndidos sobre 3 Aogdo de arbiteiio (¢ em parieiar a confario do arbiter © dt Qratuidade) conservamese, no. melhor dos casos, naquele nivel om fe uma percepgo puramente sineraica dos fates de cllura (como ‘guela a qual esto. mais ffeqientemente condenados os einslogos) Dbstinase em ignrar tudo o que esses faos devem as suas cond es soca de exisincia. Ito &, 88 eondghes socials de sua prod fo € de sua repredurto, com todas as restratragoese reiterpret- (es corelatvas de sa perpetuacio em condites sis transforma fas: todos ox ernus que se pode distingir entre a reproducto quase perfeita da cairn numa sociedad taccional e a reprodugio reinter Detativa da extra humanista dos colgios jesus. adaplada as ne Eessidades de uma avstoceacia de sls, na e pola eltra escolar dos Hceusburgueses do sécalo XIX. E assim que a amnesia ca genese que Se exprime na jluso ingénua do “sempresassim’, assim como nos ios Sutsancaistas. de nogdo de inconsciente altura, pode con daira eterizar © com isso, 2 “naturalzar” as relagbessigaicantes que sdo-0 produa da hist Jorma socio colocam em posto dominante no snema dos abi od * a serooucto ‘ris cures &aquale que exprins male completamente, ainda fue sempre de mance media, or iter Slctvos (mates {simbalos) dos grupos eu clases daninanes. 1.3, 0 gran objetivo de arbiréio (no sentido da prop. 11.) do poder de imposigao de wna AP & texto mais elevado quanto o yas fe agirério (no sonido da prop. 12.) da cultura impose € cle ‘mesmo mais elevedo, reo. weoiascclgica du AP ato opera una dsinglo ete «-arbio du impos © abiuiiobmpoto s todas a impicages soles da rlao ene ea Gun fetes lspcas que sho a verdade eben ds impos como para rela 6 forge a verde je dss sii ipo ‘a tuaineme erbiia, © conzrucum Wpco de una reapio 6 orga que se manfesiase em sia mader io teria mais exsacia socttgca que o consacim lfgco de spseager que fox ‘enasuritrio culral tomar ext dupa consrogio tees por tina redidde empiscamenteobservsvel, © estinarse renga ine sa set na fren excusvamente fica és frp, simples inverso da erengaieatise ma forca ttlmenie asénome do diet, sa 0 aritisio radical de todas as signings, simples inverso da renga idealita na “forgainrinece da iin verdad" NEO i eahuma AP que ado inculgu signficagSesio-dodtheis de um Principio universal (rio ligien oa naturera Wolgin) tendo a Storie ua pet em toda a pedagoin, mexino quando Se tata Ge icacar at sieges mais wrveri (atciae u teenlog); ‘no hi telaso de fren por mecinica bral gue ela que nio ‘rea fanbta um foto simbico. aier ue TAPE Sst sempre objatvamente sun ere or dos pon inact fora pura eda puta rz deve ‘ano mils recorer 4 mes dieos de coco, quanto as spifieagSes qe ela imple’ se inpuserem ‘menos por ma fos prSprin, iso pla frp da aatrer Bolin ou ds ratio Iii 13.1. A AP culo poder arbtrirlo de impor um arbirério cultural ‘epousa em ima andlise sobre at reloder de fora entre os grupos ‘ou clases consintivas da formacdo social om que ela se exerce (or 1.1. © 1.2) contrib teproduzindo 0 arbitrrio cultural ue cla pata libertar™ FUNDNMENTOS DE OMA TOMA D4 WLC sDafLcR 25. Inculee, para reproducit ar relies de forga em que se basela seu ‘oder de imposico arbitra (fungo de reprodugo social da repro- ‘gto ede). 1.32. Nema formacdo social determinada, as diferentes AP, que ‘ndo podem Jamals ser detaae tndependentemente de ma depene déncia a um sistema dat AP submetido a0 eel de dominaro da AAP dominant, tndem a reprodaxir 0 itera dos arbres elt ‘ris caracertico dessa Jormarso zocil isto &, 0 dominio do arbi {raro cutural dominant, crinbuindo por esse meio 8 reprodugto dias relays de forca que colocam este rbtrri culturel em pos ‘0 dominane : sco. Deinde-s tatcionsinete ossems de eda como o conjuno dos mecaninenInsuconi bhi pls ‘nis se cnonra snegradn a tanmiaio ene as gergtee da Sahara hedada dopa {ito 6 iforacio acu), a tcras cise Yedemw dso a repro calle fanglo de epee roi ao & lgnorar 9 eto propo dat “alas sible aa reprougo dca de fre. Eo to. fas qe. como o'vemos tm Durtheim, alo fren eo teapot vm ise. copes el 4e-wansso ral maispropalada ete or tndloge, sobre 0 poss tt de gw a ieee AP quo ma armasSo tcl colaboram harmonosinente pra _-A-ieproito dum capil ator! conetide como sm prop “ade inv de toda "tidndo" Ne redae, Ges v0 Tao 4: gee ns corespondar sor ines matetas'¢ sibs de ‘grupos ou clases diferentemente sitsdas nas claps de forge ess ‘AP tendem sempre a reprodusi « exrutora dt distrbuigio do capital «para a reprodugio-da-estrutura socal: om eleit, as leis do. mer “cado em que se forma o valor eonbinieo ou simbolico, isto 6, 0 valor enguaate capital cultural, dos artitrsioe ealturals reproduc dos petes diferentes AP e, por cise meio, dos produtos dessa ‘AP Cndivdaos.educados), consituem ua doa mecanismos, mals ot ‘menos determinantes segundo os Spos de forages socials, pelos |qusis se encontca esseurada a. reprodugso social, dfinida como eprodugio de exrstura das relages de forg entre as cases + amoougio 2, Da autoridade pedagégica stirin ea ene mia eo ke punto peda propriamente ativan do conal peateate Be cree Maal on be vee ats ED Ey. Ai como conic social de exerccio veil 1A teria de AP prods 0 conceito de ANP na operasfo ‘mesma psa qual, econduzindo a AP A sug vetdade objeiva de vic- loca, cla Tar surgi contradigfo ente cca verdade objetive © 8 pritica dos agentes, que marifesa cbjetvamente o desconbecinento fess verdade (qunisguer que possam ser ss experince ob 88 Heo logias acompanhando est priticn). Assim coloci-se a questo 48 conigies eoshis da inssurago de ua wig de comune agg que Gssoale i abe de Yorgagbe orm posse) stor ese ss fore empecten en eine 1 fins fons ges dss gis Loiament conti ema. AP que se etre seh ADP € sodolopsamen ‘npoutvel ums AP pe sanne revere su prio Se sin verdnde objet de lcs © der or se meio mesmo bse Ge AaP do ageie ses desire. Eaconrarse ‘tio um nova Torna do paradoso de Epiménes, 0 Menton 8 ben vos sredia que ev no minto quando The. igo que. 8 duce vlecia e mes enino a é agin, ple vt nto pode Ime creda: ow eno voc screda que'ee mine ¢ meu enna € temo, pas oct no pode mais aeedaro gue eu digo quando igo que € lena” Para tear tart inplegte dete uradoo,€ siete refit nas Inceriza he quis tra sonuro gute qe desejase basen una pitien pedagogic sobre verdad teica de toda pritca pedaggeca: mesma cole. que crsinar ivismo eau’ 0 6 cadier aire de toa cur, 5 inividos gue Je foram elacaon e aon com os pias Go {ousseaunianoy de uma edueacio natu UNIVERSIOAU: FEDERAL 00 PARA BIBLIOTECA CENTRAL Fmascvres 9 usta ram 04 votdncn ence 27 arbitéro exltoral de um grupo ou de uma clase; seria diferente prctender dar ume edcago relavista, Ito 4, presi realmente lum homem eulivado que seria‘ ladigena de fois a8 eultunss Os problemas que eolocam as stages de binging ow de biciturar Timo precoces dio apenas uma frac iia da concado insepevel fies ew cece ans “AP. acy posvotoons ne pritico do aprendizagem 2 afrmagio wsrica do arbitra dos egos Tings ou cultura. Prova pelo absordo de que toda AP tem ‘bjetivameate por condo de exercicio 0 desconbecimento sci da verdade objtiva da AP. Evcdio 2. A AP gera necessariamente em e por seu etic expe- ridncias que. possam permanecer nfo frmuladas © se. expinit somenie nat pritieas ou que posam se expitar cm Meologias que Cconiribuem umas e outas para disimular sa verade objetiva: as SMeologias cn AP como agG0 nio voleata — quer se trate do mite Socritcos-o4_neosceitcos de um ensino nfo diretive, dos iter fu dos miter. pretdoeu “anos de ma educagio nfo repressva,— froem War sob a 38 for? ima mak clara a Tango genénca dat ideologie pedagépicas que ‘ovum. pela nepagio decsva de um de seus temas, # contradic ene a verdade objetva da AP e a representagio necssicia (ine visivel) dessa aed arbitra como necesita (natal). 2.1. Enquanio poder arbiririo de imposigao que, 16 pelo fato de er desconhecido como ta, se enconira objetivamente reconhecido como aucoridade lepiina, « AuP- poder de velenciasimbélico que 4 manifesta 50b a forma de um direto de posta lest. relor. 9.0 poder arbtrvio que a estabelece e qe la dsimua Eros 1. Falar de reconbecinento da leptimidade da AP nto & crirar na problemstica da genese pcolgien das representagoes de leptnnde, a qual podcram pender as andises weberanas, © menos nds se comprometer numa teniativa. para cstabelecer'@s0berania tobre qualquer pincpio que forse, Tsco, biogico ou espirual, pata legtimar» leitimidade:somente ao desembaracar a implica: ‘es do ato de que AP implica « AuP, sto € que ela “tem cots no sentido em que uma moeda tem colagio e, mais getalmente, um sistema simbslico, lingua, estilo antsico ou mesmo modo de vestise, [Nese sentido, 6 reconherimonto da AuP nao so dela janis reduce ‘completamente a tm, ato pricligico © ainda meno umd aici a” 4 meroousfo ‘lnciacoitcente, como testemunhe © fato de que els nfo & jamais to total do que quando &totamentsinconsciente. Descrevero reco" ‘hecimento da AuP como livre deisio de re dixarcalvat ou 20 contro como abuso de poder exercdo sabre o natura, iat 6 fazer, do reconhecimento de uma leptimidade um ato de reconhosimento live ou extorgudo, ao seria menos ingéauo que seguir ss tcois do ontato ou a8 metatisicas da cultura concebida como sistem Iiico de escola, quando elas situam num lugar ongindrio, © por conse. guint mio, a seleio arbitra de relagis signicantes que € nnsintiva de ama cular. Assim, daar que ot agentes raconhe- fem 2 lepitimidade de uma iastncia pedapégion € dizer somente ‘que faz pare da delinigio complete da reagio de forgas, na quel hes eso objetivamentecolocados, inpeilot da apreensto do fun damento dessa relagio~' Desse modo, deles se obiém pritcas que ‘bjeivamente lever em conta, mesmo quand so desmentidae pelt Facionalzagées do dlscurso ou elas cetera da experiencia, a nee. sade das relagdes de forca (vie, por exempio, 6 fora Oar {undo objeuvamenteforga de let lek que ee transi: pelo neo fato de que se escondendo para tansgred-la asta sia condata Sages que Tel tem a forga de The impor) Escalo 2. © peso das reprsentages de lgitimidade,¢ em pari tole a legitimidade da AP dominant, no sistema dos intumentoe (Gimbstices ou aio) que astegaram e perpetvam o domiio de um ‘grupo on de uma clase sobre cutras, & varvel historicamente: a forga relatva do reforgo que € astegurado i elagio de orga ence 18 grupos ou as classes plas relages simbslicas que exprimem esas relages de fora € tama maior, isto & 0 peso das representagies de lepimidade na determinagio completa da relagio de foga entre as clases € tanto maior guano (1) 0 estado ds feagio de forgs peimite menos as clases dominanes de invocar 0 fato grossero © ‘ruta da dominagio como principio de Iegtimacto de sun doming ‘fo € quanto (2) 0 mereado onde se consi 9 valor simbalca © fcondaico des produto das diferentes AP esté mas completamente tmifeado, (Vide, por exemplo, as diferencas que separa sob esas ‘dias telagdes 2 dominasdo de ums socodade sabre uma outa © 8 ominagio de uma clase sobre ama outs dentro de uma mesma formagio soeal ov sinda, nese time cas, a feudaldade ¢ a de- mmocreca burguess com o crescinento continua do peso da cxcola no sistema dos mecanismos que assegaram a roprodugso scl) _O feconhecimento da lpiimidade de uma dominagSo consi sempre UNIVERSIOADE FEDERAL 09 PARA MODUENTOS DE Ue TEONA Dt WoxENeR MBO 39 tune forge (hstoseamente vaitvel) que vem slorar a relagio de “orga esabelesida, porque, impedindo a apreensio des rlagdes de Tenge como tis, cle toade impsdlr eos grupos ou cases dominades io de toda a forza que thes daria a tomada de coas- sue for. 2iLd. As reagdes de forca so no principio, ndo somente da AP, ‘nas também do desconhecimenta da verdade oBjeva da AP, desso. Ihecimonio que deline 0 recorhecimento da legitimidade da AP e que, por esa recto, constitu a sua condigto de exrcci. xedio 1. Asin, enquanto instrumento principal da teansubsta- ‘plo das reagbes de forga em autondade legiima, a AP procirs lm objeto prvlegiado part a anise do fundamento social dos pax Fadonos da‘dominagio © da lpimidade (0 papel ave representa, tadigao indo-curopéis, 0 fao bro do poder fecandamte, guerre ro au méiea, como sinal da autoridade leptima, e do qual tee. ‘munham fan a estrutura dos mitos de orjgem como a ambivals- ‘as do vocabulisio da soberala). Excdlio 2, Permiiremo-nos deixar a outros 0 cuidado de se per- unter, em termes sem divide menos deseavoltos, se as relagbes nue as elabes de forga © as relagtes de"seado sto, em sltima nile, relagbes de sentido ou relies de fore. ZILLI. As relgdes de jorga determinam 0 mode de imposigdo ca tacterstico de wma AP, como sistema dos meios necestrios pare @ Iimposgio de um arbitrrio culral e para a disimulago do duplo Uxbindrio deste tmporgio, ito 2, como combinarso Wistrica dao Instrumenton de wiotbnciasimblica © dos intramantor de dis lop (isto 6, de leitimosie) dese violencia. Escdlio 1. A ligngdo ene os dois sentdos do arbi inerente AAP (a0 semido dat prop. 1 e 12.) se vl, ent outras cass no fata de que oarbitirio de wim modo determinado de Imposilo do fsritedio cultural tem tanto mais oportunidades de se revelar, 20 ‘menos parialmene, como tal na medida em que (1) # AP se exece Sobre um grupo oa uma classe das quis © aritriio cltral est ‘mals afasiado do. erbitrério cultural que ineulex essa AP, € em aque (2) a definigso social do. modo Teptimo de imposielo excl ‘als completamente o recurso as formas mals divas di coerglo ‘A experitncla que vin categoria de agentes tem co abiesio da ‘AP € fangio mio somente de sun catateriacio sob esa dvpla Felagdo mas da convergbnca desis carateiagees (a attuce dos lmeletaals contucionistas em face de uma denomlnigio cltral bseada sobre a frga militar dos eolonizadores) ou de saz dver- éncia hoje na Franga 0 desineresse que 0s filos das classes po Polares manifesta com respeto a6 punies simultanesmente por fue sua distiacia face & cltoraineleadatende Ines fazer setir omo inevtéel 0 abirtio da ineulcapio e, sob wn culo. prisma, Porque o arbirério cultural de sua clase far menos face & indigo {Eo moral contra formas de tepesséo que anteipam as sanges mais, Provives para sua classe). Todo arbitirio coltoral implica, com feito, nama dfinigio scat do modo leptimo de imposigfo. do abieiio cultural e, em particular, do grav em que o poder arbi Teiio que torna powsivel s AP pode se descavoler coto tl sem anigailar 0 efit proprio da AP. Asin, ehquanio em crtas 20: Bledades o recurso ie tnieas de coereio (pancadae ol mesmo cae 'igo mandando fazer ligio dobraca) € sufcionte para desqualiica: ‘agente padagigico, as sangies corpoais (os rabos-de gato dor olfgios iagless, 3 chibata do mestre-tcoia of a flora dor estat {do Corsa) surgem simplesmente como arbutos da lgitinade per ‘encente 20° mestte mina caltars tradicional, onde nfo razem rico de tie a verdade objeiva de uma AP, por trem, ness caso, (© modo de imposgio legtima, vedio 2, A toma de consciéncla do arbi de um modo par- scalar de imposgao ow de um arbirério cultural determinado a0 Jmplica a apreeno do duplo abit ds AP: ao contriio, a5 contstages mais radia de um poder pedagiyico inspira se pre nn utopia autodsstutiva de uma pedagogin ver abirtio ou 4s utopia espontneista gue ostorgs ao lndividue «poder de en fontrat nele © mesmo principio de sus prSpria "expansia™. Todi fssus uopias se consitem um insremento de ha idcligice pare 8 gropos qu, través da deatacia de oma lesiimidade pedagSgia, visam a asepurarse 0 monopéio do medo de imposigio latins (20 séeulo XVIII, 0. papal do dicursy sobre a "tleracia” nz srtica pela qual as notas eateporins de intelectuss se esorgavam fm destnir a eptmidade do poder de imposigio simbslce da Ipeeja). A idkin de una AP “eulturamente live", que escapaie 0 arbitrrio tanto naqulo que ela impuseise como na maneitn de Impoio, sapse um destonhecimento da verdade objetiva da AP, em ee ee ie MONBIBLLOTECA CENTRAL PuNOMNENTOE DE WHA TOMA A WoLENCH SDE, 31 ‘que se exprime ainda & verdade objiva de uma voléncis enn er Decifcdade reside naguilo que ela consepue foser exquecer como Tal Seria ois ilsério oper 8 definigdo da AP a expeciincia que ‘F educadores © 0s educados posim tor da AP ¢ em particular {dos modos de imposigho mais indieados (num momento determina do) para disimular 0 arbiterio dn AP (pedagoria nko diretiva) Jato seria eaquecer que “nlo existe educagso liberal” (Durkheim) 1 que nfo se deve tomar por uma aboligio do duplo abitetio oo AP a forma de que esta se reves, por exemplo com 0 recie 40s métodos "Bberais” para inclear ispoigis liberi, A“ reira suave” pode ser o tnico mio efcar de exrcer © poder de bléncia simbolica num certo estado das relagdes de forga e de is posiges mais ou menos tlerantes rlativas A maniesagio explic ‘we brutal do arbiter. Se acomtece que se possa acrediar hoje ‘a posiblidade de uma AP sem obrigasto nem sangio ¢ pelo eeito de um etnocentimo que leve no perecber com tals 35 song3es do modo de imposicho da AP caracarsica de nosis sociedades fumular of alunos de afegfo, como faxem as profesor: amercenas, através do wso dos diminativos dos qulifietvessfetuonoy, através do apelo insstemte & compreensto afeva, ete, & encontiarse do- fado desse instrument de represséo sul que consi # reragio Ae afeigo, telca pedagogic que no € menos arbitra (no se0- ido da prop. 1.1.) que os casigos corporais cu repreens in ante. Se-a_verdade objeiva desi tipo de AP é mals ali de eteber, € qu, de um lado, as tenis empresadat csmulam a ‘Sguiieagio-socal da elagho-pedaggica sob a apartods de una Feligio poramentepsiclicae que, de oulo lado, sua dependtocia Posigio dominanie contbul para impedir os agentes moldados s- ‘Pando ese modo de imposigho de apreenderem o seu caster abi Geli As truformapis ds tages de aiodete who cite tives do ums tanslonmagio des relies de fora capex de levar consigo uma clevagio do limiar de tolerbacia reluivo & manifeta- ho explista e brutal do arbiei, Assim, em univ fo diferentes como a igre, «escola, & fami, o hospital poigui trio, o1 mesmo a empress ou 0 exécito, verifies em todos a fendéncia para substine a “mancra forte” pela *mancira suane” (Gnitodos ase direivos, didlogo, partpasho, relates huranas, ef) Iste mostra, com efato, a relagio de interdependéncia que const em sistema os tenis de imposigfo de violencia simbsic, cara 2 4 mrmooegto teretcas do modo de imposigio tradicional essim como daqusle que tende a subsitulo na mesma fang. 24.1.2. Numa formogio social dterminada, as instncias que pre tendem objeivamente 0 exrctelo leno de um poder de inposi- 0 simbélico, « que tendom assim a rehndicer 0 monopslio da leptinidade, enim rocessriiente am relies de concorrn cia. Toto 4, om velar de forga © relate simbélcar cule etre tra exprime segundo sua lépca © estado da relasdo de forga ene fo grupes ou as clases. Esco 1. Esa concorrtncia € sociologcamente nccesria pelo {ato de que a logimidade € indviivel: nko hi instacia legitimat as iosioe'as de legimidade, porque as revindcagdes de leet 4e reém sua forga relative, em Ghia andlse, da orca dos srupos (ou classes da qual elas exprimem, dizea ou iadrtament, 08 inte ‘esses mata © imboios, Bit 2. Ax rages de concortacia entre nstiniasobode- em @ liicaexpectca do campo de legtmidade considerada (po- ie, relgoso ou catal sem que a auton relatva do campo cle jas ttainente dependeniarlatvamente ts relates de orgs. A forma copes gue tomam of conftes ene inséncias que pretender leptimidade num campo dado € sempre 3 expres: ‘Ho Simbsic, mais ou menos tansigrads, das rlages de forga que se esubclcoom none campo entre ests instincian © que mio ‘so jamais independates das reagbes de fre exteriores 0 campo G@ siaeica da excomunhio, da ered ¢ dh conestagdo ds ono. xia histra terra, relgosa ou pla). 2.42 Na medida em que a relacto de comunicordo pedagdsica na ‘tal se relia & AP supée a AulP para se nsauar, ela nao se rede ‘uma pura € simples rlajao de comucaydo. xed 1. Contra 0 senso comum umerosssteorias eusitas gue fazer do ouvir (n0 sentido de compreender) a condigio de esutar (20 sentido de presar atengio e conceder cto), nas sitagoes reais de aprendizagem (comprsendida aqui sda lingua), 0 rsoabe- cimenio da legimidade da emisdo, isto & da AUP do omisor, ondicona a recepeio de informasio e, mais ainda, 0 cumprimento © ote, (abe (4 agdo transformadora capar de transformar essa informacio e formesto. Escdio 2.__A AvP marca ti fortemente todos os aspectos de Tagfo de comunicasso.pedagica que esa flagio ¢ freguentemes te vivide au concebids sobre 0 medelo dh rlaglo primordial ‘omunieeeio pedagévica, ito é, a relagdo entre pals e thot ol mais geralmeni, entre geragtes. A tendéncia a reinsaurar ‘oda pessoa investida de ume AUP a relagio anquipt com © to forte que aquele que ensina, por mais jovem que sela, ser tatado como pal. Por exemplo: Mana: "O brimine gue © nascimento spiritual e ensina-o deve, mesmo erianga, 6c ‘ome dae © pal de un homem de Made"; e Freud: "Nés ec Dreendemos agora nosh elagdes com nostos profesore, homens, que nfo exam pals els mesmos, tomavanae para nés subs. suo patermais. Bis por que nos parecam tGo maduros, Go ins B97 Eikes. 370-293, as experangas que nos inspirava © pai oisiente de-noss infin, faiamos ua imitapdo de nbs ‘mesmos ao talilos como tatarfamos nosso pal em ct" 2.12.1. Na medida em que tode AP em exercclo dpde logo de imediaio de uma AuP, 2 rlorio de conuniasio pedagdgica deve ‘suas corcirstices priprias ao fato de que ela re enconta toal- monte dspensada de producir ex condigoes de mua Intouragao © de ‘a perpetuopto Ereélio. Inteamente oposto s0 que prociama uma idcologia mui to ifundida enre os professores — levados a tanemadar 9 relagio de comunicasio padagégica num encanto eletivo entre o “mesie™ 0 “dscipalo”, ito €, a desconhecer em mua pita profistonal ou A megar em seu discarso a condigbs objets desn prin, © ue Tendem 2 se compartar objetivamente, como diz Weber, como "pe- ‘quenos profess estipendiados pelo Estado” — 1 relapse. de com neagio pedagigica Se dstngue da diferentes formar de rela de omunicagao que istabram agentes ov istinciasvisnnda a exercer lim poder de violncia simboiea na austnela de toda sutoridade Prévia © permanente, © seado constangides portanto a congulsat © ‘econgustar inineruptamente 0 reconbecimenta socal que AUP. onfee logo de inelato ede uma vex por todas, Por alse explca ue as intncias (agentes ov instaigses) pretendendo, sm dspor logo de principio de uma AuP, o exerccio do poder de violencia simbslca (propagandists, publicérios, vulgnizedores centiicos, furandeitos ete), tendem » procurar ama cabgio socal na wimps ‘lo das aparéncias, cies Ou inveridas, da peitca legtima, 20 Imodo do feideciro caja agho mantém com a AP do padie una re Iago homslogs (vide, por exempio, as eausbes“cientfias” on “pe- lagégias” que invoradas pela pubiidade ou mesmo pela vulgaci- apie cieaiica). 2122. Desde que toda AP om exerelo dupse por definigdo de Luma uP, os emissorer peigpépicos sto logo de imediato derignades ‘como dignar de tranamir 0 que tansmitem, «por conseuinte euto- Nandos @ impor a recengto ¢ a controlar 4 neleardo por sangde. Jociaimente aprovades ow garantie Escdlio 1. Vise que 0 conceito de AUP & despovido de tedo con tetido mocmatve. Dizer que a relagéo de comanicagéo pedagigica supe a AuP da insincs pedagégica (agente ou insitigio) no prejulgar em nads do valor intinsecamente ligado a essa instha- a, que 4 AMP tem precisimente por efito assegurat 0. valor social dt AP incependentements do valor “Inrinseco” da istncla ue 0 exeree e qualguer que se, por exempl, o rau de qualfica- (Go Ucniea crismatica do emistor. 0 concsta de ANP pemite fugic 2 slo pré-sociol6yca que consiste em crediar & peson do femissor a competéncia técnica ou autridade pessoal que, not fator, €automalicarente conferda a todo emisior pedapteco pela posilo, garenida wadicionsimente ou insituconalmente, que le ‘cups numa rlagio de comunicagio pedagégca. A dissocasdo per sonata da pestou e da posgGo conduz 2 apresentar como 0 ser da pesson que ovupe a pesigdo (ou como o deverser de toda pessoa figha de ceupar @ poste) iss que ela parece ser em vrtde Je 08 posigfo, som ver que a aotordade que ela adgure em sua po- Siglo tem por efeito excir que cla posse parecer nto ser o que la parece Ser em vitude de sus. posgio. Esco 2. orgie uma emissio que se opera numa relagto de co- rmunicacdo pedagégca tansmite sempre 20 menos 2 afrmasSo do Valor da AP, a AUP que gurante x comunicagio tende sempre feXcit# questio do rentimento informative da comunicagio. Prova 4de-que a relagéo de comunicaglo pedagogies & iredtivel x uma Felapdo de comunicssao definida ce modo formal e de que © nomia da idcologia domiaada que se exprime dretamente na pri: tice ou no dscurso das classes dominadas (sob a forma por exemplo 4de-uma alternfncc ent 0 sentimento da indignidede cultural © a ‘depreciagio agresiva da cultura dominants) e que os pott-vors, Imandades ou to por eres clases, reprodusem ou amplifcam (com Plieando-a‘com a5 contradigSes de sua rlagio com at clasts do- minadas ¢ com ss contradigbes delas: prlerul) pode sobreviver As condgtes secisis que a. produzom. Assim 0 tstemunbam ideologa © meso polica cultural das cases ov de nage oto ‘dominada, que osiam entre # intengfo de recapersr a heranga ural legadapelas classes ou at nagies dominantes, © » intencfo de reabiitara¢ Sebrevvénciae da caltura domineds 23. Toda instincia (agente ou instiigio) que exerce uma AP ‘lo dispie da AuP sendo a tule de mandatiria dos grupos ou laste dos quais ea impBe © arbiririo cultural segundo um modo ‘de imposgao detindo por ese abr, isto 6, a tudo de dtentor por deleasio do direto de violencia simbdlic, ‘Evelio. Falar do dslegasSo de autora ao 6 supor a exsténcis ‘de uma convengio explicit, menos ainda, de um contrato cod ficado eatre um grupo ou uma classe e ums instacia pedagégie tinda que, mesmo 20 caso da AP femiiar de uma socedade tad ‘ional, e AUP da instiaca| possa Ser jurcamente re ‘onhetida e sancionada (ef. essio da prop. .1.): com efito, mes- ‘mo quando certs aspecos da. AUP da insticia esto explctamen- te codicados (a codifiagso do dirito de viléncia consitaiva da ‘pairia poestas ou as limitages jardicas da AUP paternal em noses fociedadss, ou sinda a delimitayo dot programas de ensino e at ondigéesjurtieas do acesso 20 mapinfrio numa instaiglo eso a meronesio lar), ‘tudo oo € contraual no contato” de delogaco, Falar de dslegaca0 de autodade ¢ somente nomear at condigSes sociais do fexercicio de uma AP, isto 6, a prosimidade cultural entre © arbtré- fio cultural imposto por essa AP e o arbitdtio cultural dos grupos fu classes que extio sujeios a ela. Neste sentido, toda acto de Wioléncia simbica que consegne se impor (isto é, impor 0 desco- nhecimento'de sua verdade objetiva de violécia) supoe ‘obletiva- Imente uma delegsezo de aulocidade: asim, comtatiamente 38 re: Deseo pooplaes ou sem-erudae que se prestam & publi dade ou 8 propaganda e, mals geralmenie, 2s mensagens veculadas pelos meios modernos de difsio,imprensa, rio tlvsto,o poder Se manipalr, senlo de erat as opnies, esas ates simbics 36 podem execerse nt medida © an media somente em gue clas co: ontram « reforcam predisposes (por exemplo, as relagées ene “um jornal © seu public). Nao hi “forga intincca da ida vere s. 00 », aELior ri Posi von os nui ce Principos de wm erbitrrio cultural que ext tonto mais realizado ‘qanto-0 trabalho de incalogdo ext male realiado Boca. Compreendese gue 2 definigéo sci de exceléncia tonde sempre a ve eferr 20 “natural isto &, uma modalidade da pelea fe spe um gen de realzagho do TP capaz de fazer equecer n80 Somente 0 duplo arbicirio da AP do qual ele ¢ 0 produto, mat tudo 0 que a pritica reaizad deve a0 TP, (a “vieude” fred) greg, ‘© desembaraco do homnete homme francts, 0 arr do homem de ber {de Cablla ot 0 “scademismo antiscadémico” do mandarim chiné). 4.2.2.1. Enquanio trabatio protongado de incueasd0 que produ ‘ada vez mais completamente 0 desconheciento do dupto arbrio dle AP, bio é enve ouras cosas o desconhecimento da delintarso ‘onstuiva do arbiréto cultural que ineulc, 0 TP produt cada vee ‘mais completamente 0. desconhecimento. des lintocdes cat intlectuals que sao corelaivar da neroizasao devs delimitasao (etnocentsmo fico € lek). Exedo. Isso sgifica que 0 TP que produ 0 habit como sistema, de esquemas de pensemento, de pereepsio, de apreciogio © de agio, produ dosconhecimento das limiapder implindas nese sistema, Ae sore que a clcicin dn programagdo tice & logics por ele produ” 4ida se enconcacedobrada pelo desconhocimento das limitagbes ine- fentes a essa programscto, descoahecimento que er em fungio do 1rau de realizado do TP: os agentes que produzem 0 TP no seiam também completamente prisioneiros deb limitagies que 0 arbiterio cultural impoe a seu pensamento.« a sua préticn 2 feenados m0 Imerior deset limiter por oma astodicplina © uma suocensurn (tanto mais inconscentes quanto interorizaram mais completamente (0 principos), eles ndo vivetsem seu pensamento e tua pica ma iosbo a iberdade eda univeraiade 4.2.2.1.1. Numa formacio social determinate, 0 TP pelo qual Se realta a AP domnante consepue tanto melhor impor o legiini= ‘ade da colara dominante quanto esté mais realizado, sto 6, quamo Consegue mats compleiamente impor 0 desconhecimonto do arbi a ‘Ko dominante como tal, nto somente aos destinatérios legtimos da AB, mas 00s membros dos grupos ow classes dominados (ideolria «Mominane da catura legitina como nica cultura auténtca, Uo, ay) come ultra univer) oy 2 meronegko 3.2.2.1.2. Nuna formapo socal deteminada, 0 TP pelo. qual fe relia @ AP doninante fem sempre wna fergie de manter & ‘ordm, ito &, de reprodugdo da estratra das relagoes de forga entre ‘grupos ou a classes, na media em gue iene, sela pela ince (doy sea pela excluato, a impor aos membros das grapor ou classes ominador 0 reconhecimento da leitimidade da cultura dominant ea thes fazer ineriovizar, numa medida varie, dscpinas con: Surat que servem tanio melhor aos intersies, materis ou smb ns, dos grapos ou clases dominantes, quanto mais oman «forma de auodlcplina ¢ da autocensura. 3.2.2.1.3. Nua formocio socil determinate, 0 TP pelo qual se radia a AP dominarde que tende a impor aos membros dos lrapor ou classes dominador 0 reconhesinento da leitimidade da fultura daminane, tend a es impor do mesmo modo, pela ical flo ou exclusto, 0 Fecobeclmento da Hegtnidade de seu arbirdrio tara, Esedio, Contrariamente a una repesentagio empobrecida da vow lenciasimbéllca que uma classe cxree sabre uina outea plo inlet rediéio da educagio (reprosentacio comum, paradoralmente Aguelas que denunciam un dominagan idendgic redrida 20 eq. ma da ingesfo forcade e tquelas que dissimulam deplorar« impo- figio aor flor dos “mos modetos” de urna “cultura que no 6 fia para cles"), ums AP dominante tende menos isles infor: ‘magio const ds calturn dominante (nem qve fors pelo fato de que o TP tem uma produvidads especie © uma duragdo tanto mals fracas quanto mais 4e exrce sobre grupos ou clases stuador ‘ais buizo na escala soci!) do que a inelear o fst realizado ds Tegtimidade da cultura dominaste. Por exemplo: interorizando na- aueles que estdo excludos do niimero dos destiatiios legitimos (Geja, at maioia das sociedades, antes de toda educagao escolar, feja darane of estudos) a leptimidade de sua exclusto: impondo feeanhesimento, por aqeeles que ela reegn a easnos de segunda ‘orden, da infeiaridade desses ensnos e dagueles que os rebem ‘ainda incoleado, através da submissdo as ciciplinasescolaes © da adesdo as hiearquias culturas, uma. dsposiio transmissiel © seneraznda a espoito das dsciplina e da Rerarqias soeas, Em Suma, em todos os eas principal fore ds imposicho do reeonie- ‘cimento da etka dominante como cultura lefima e do feconhe- ‘iment corteatvo da legiimidade do arbi cultura UMIVERSIOADE FEDERAL DO PARA BIBLIOTECA CenTRAL, ‘rouse ot TORN DA oEbNe buch 5 fou claser domintdoe reside ma excusio, que tlvez por iso 36 “bdguieforcasmbicn quando toma ae aparéncias da ato-excuto, {Tudo te pasa como se a duracsolegtima do TP que & coneetido "is clases dominadaefosse objtivamente definia como o tempo que necesito e sulllente para que o fato da exclusio adqura toda 4 sua fora simbsic, isto & para que aperceaaqucles que a ele se ‘ubmetem como a sangéo de soa inignidade caltual e para que Inenbum seja lero ignorar lel ds cultura legfima: "um dos tfetios menos pereebidos da ecolardade obvaateiacomsise no Ta10 de que ela conseue obter das castes dominadas ‘um reconheimento do saber e do saberfazer lelimos (por exeaplo, em matéria de Aelty de medicine, de técnica, de eniclenineato ou de arte), Tevando consigo 4 desaloiagio do saber do saberfazer que eat cfetivamente Jominam (por exemple, dielto consuetudinstio, med ‘ina doméstca,téaicasartesanais, lingua arte populares ov ainds, tudo o que vecalaa a Essla budsronidre de fiteirae do pester" egundo exproisio de Michela), ¢ estabelecendo assim um mer ‘ado para es prodagies maerias © sobetedo simbsicas enjos meio ‘de produgto (s comeger pelos etidos superiors) slo 0 quasemo- nopélio das classes dominantes (por exemplo, dignésticn médico, onslho jaro, inde cultural te) 4.3. Na medida em que 0 TP & um proces iwreverdvel que roduc no tempo necrsirio & inculopdo wna disposi ireversed, lio toma disporipao que ndo pode ser ela mesma reprimida ot ‘ransformada senao por um process ireversivel que produz por sua Yer wma nove dsposeso imeverivel, «AP primdtia (primeira edie ‘icdo) que ee relza mure TP sem antecedene (TP priméri) produ lim habto primi, caractersico de um grupo ou de uma clase, € ‘ue etd no princplo da constiniedo ulterior de todo ouro hablo Escdlo. to € sem alguma maliia que citaremos aqui Huse Aescobrindo 2 evidéncia da genealogla emplica da. consciocn “Roce a educacao de um slemfo, aoa de um chinks, Mas também ade um cigadio de cidade poquena, tum quadro familar e numa {scala de pequenos-burguses, no a de um fidalgote provinciano, trande propeeéro com bens de ral, educado numa escola de co- Actes". E cle observa que se € posivel sempre se dar um cones Imento ero de uma ovtra cultura ou mesmo relazer una evcagio fe seordo com or pracpios desss cultura (por exemple, “tetando fsprender a sie de cursos dados an escola do cadets”, ou "ret ), "essa apropriagéo da China no E posse! num setica pen, do mesmo modo ave nfo & possve aproprarse num seaido pleno e em stu ser plenamente concrete, © tipo do Junker". 3.5.5. 0 rau de produividade espectca de todo TP dlierente ‘do TP primdnio (TP secunario)&fungao da diancie que separa 0 Ibitus que ele tend a inculear (iso 6 0 arbliriio cular imposo) ddo waits. que Jol inculeado pelos TP ameriors e, ao term da re- ‘resto, pelo TP printio (isto &, 0 arbi cultural orga) Escdlio 1. 0 suceso de toda educagao escolar, ¢ mals geralment, {de todo TP secunditiosdepende fundamentaimente &x primeira ed ‘acto que a precedeu, mesmo e sobretdo quando a Escola recuse ‘esa pYridade em sua idecogia « em sue prea fazndo da is {Gra scolar uma histria sem pet-htria: jabese que através do ‘onjunto de aprendizagenslgndes 4 condota eotiiana da vida e em ‘erticular através de aquisio da lingua materne ou maripalagio ‘os termos e das relactes de analog, cram se dsposgtes gist ‘que Ho dominader pelo etedo piticn, chposiger ets ait ov ‘menos complenas ¢ mat ot menos elaboradae rinibelcement, ‘undo os grupos ou 1 classes. que predispem saepavemente pars (0 dominio simbiico das operiches implcadas por tins demonsis ‘elo matematica assim como pela deciacao de uma obra ce arte [Esco 2. Consiatsse também 4 ingenidads que hi em colcar © problema da elicécia diferencial das diferentes istincias de wolln- ia simbatica (por exemplo, familia, escola, meios Ge comunicacso rmodernos, tt.) absiaindo, como os servdores do euto de toda & sutoridade da Escola ou os profes da onipatéeia das “comunia- ‘5es de massa” 0 fato, da itveversibildade dos procemos de apren- Szagem, que faz com gue © habitus adquirido na fia exe no principio da recepgio ¢ de assimilagao da mensagem escolar, © que f habito adguirido na escola exci a0 principio do nivel de teepyio © do gra de asmagio das mensagens produridns © eifundiss pla indisiria cataral mais gealmente de toda mensagem eradita ou semi-eat, 3.3.1.1. Um modo de ineleagio.determinado.carscterzise (sob a relapio consieraia na prop. 3.3.1.) pela poigdo que cle ‘cupa enre (1) 0 modo de inuleagao visando operar a eubetiniséo UNIVENSIDAUE FEDERAL 00 PARA WisLIOTECA cENTRAG, ‘completa de wm habitas por wm outro (tonverio) « (2) 9 modo de Inculeagéo vsendo confirmar puramentc ¢ simpesmente 0 hibits Prindelo(manutengio ou relorge). vedio. 0 essencial dus caretersticas dos TP seeundirios que ‘iam determinar uma conversio radical (merandia) pode ser ded ido da necessidade em que els se encontnm de organizae a cond Ses socinis de sou exerico, que tim em vista matar © "velho bo- ‘mem ¢ gerar ex niilo nova habitus, Pense-se por exemplo, m2 tendéncia ao formalsmo pedapéic, ito &, a exbito do arbiio Aa ineuesgo como abiterio pelo arbitréio,e, mais geralmente, na Tmpodigio da regra pela rexra, que consitul a caraeterisiea.prinipal ‘do modo a inculcacbo prepria'is AP de conversto: por exemple; fexeretcios “de piedade "ede automorificagdo (“embrutga-e"), ‘operasio mila, etc. Sob ese titulo a instugGes totais (easera, onvento, pido, aslos eInternto) permitem que se pereeba com toda clareza as téenioas de descultrsgio e de resluragao As quale deve recorer um TP que visu produzic um habits «0 semelhante ‘quanto posivel iquele que produ primeira educasde. «ido van: do em conta um habitus preexistente. Na cura extremidad, 3 ns tuigees tradicional pata mocinhas de boa faa representans for ma paradigmdica de todas as instuioes peagovicas que no tendo por destinacrcs, em viet dos mecanismos de selegdo e de auto- selego, endo agents jf dotados de um fbitus tio poweo diferente ‘quanto posal daguele que trata de produ, poxem se contenar 4e organizar, ndo sem ostentagao e énfese, todas as aparncias de ‘uma aprendizagem realmente efcaz (por exemple, Escola Nacional de Administragio). Se, nas épocas tm que a classes dominates onfiam a primeira educaco dos tls 2 agertes que pertencem 8S lasses Inferiores, as insiigdes de emsno qe Tes extn reservados apresentam todas #8 caricersies da instlgho ttal, Sto. que ‘las devem nesse caso operar uma verdadela resuctcio (por exem- lo, interato dos colepos jesus 08 ginsios alemaes c roses do Séealo XIX). 23.1.2. Considerando-se que 0 habitus primérto imitcado pelo TP prio «xd no principio da consiuicao lerior de too hai 0 grau de produividade espectiea de wm TP ecundiio se mede, sob essa relaplo pelo rau em que o sistema dos meios necessrios A realzagao do TP (modo de inculcario) esd objetvanente organi VA: s6 ‘ mrnoonsko ado em fungto da ditincio exsente are 0 hobites que ele vie Inculcar¢ 0 bites produside pelos TP anteriores. xed. “Um TP sesundéio por conseguinte tanto mas prdutivo {quano, levando em conta © gran em que os desinatirios da men- Sigem pedagégca possuam © cbtign devsa mensagem, cle produz ‘mais complements es condigdeseosais da comunicagio pela ore nizagio mtSdica de exercioe que_visum assegurar asimilagio fcslerads do eGdigo de wassmissto € portato inculeasdo cele rads do habits. 3.3.1.3. 0 grow de tatiionaiomo de um modo de Incdeazto, Imede-se pelo grau em jue ele se enconta objtivamente oranicndo fem rejerénca a um pablcolinitado de dsintdriosleinos, (30 pelo grow em que @ estan do TP secandério prestapoe que of ‘stinatirios sejam dotador to babies adequado (io €, do ehos edapdeico ¢ do capital culurel proprio aos srupos ow clases dos {quar ele rerod 0 arbirdio cultura). 3.3.1.3.1. Peto jaro de que, num formato social determinada, 16 modo de Inewcogto dominante tende a responder aos interesset das clases dominaies, i é, dos desinairos leximos, a produ ulate dferencial do TP dominante segundo os grupos ow clases sobre os Guat ee se exerce,fende @ ser fungho di disidncia entre ‘habius primdiio neleado pelo TP primario nos diferentes erupos 1 clostere 0 habits incuba pelo TP dominance (so €, pelo gran rm que @ educa 1 a aculturardo & relucaedo ou descaltarado Segundo es grapor ou cases 3.3.2. Consderando-se (1) que a expliciacto & a formalteapto lox principio: que openam numa pratice, so 2,0 dominio simbdlco ‘esa praca, tequomse necesuamente, na ordem logic crono- tonic, 00 dominio prtico destes printpos, ito, que 0 dominio simbeleo nao €Janats em si mesmo sex préprio fundamento; cont Uorandose (2) que 0 dominio simbdieo € tredustvel ao dominio rato do qual ele procede e ao qual ee acrescenta portanto se ato propio, sequese (1) aue todo TP secundério produz priticas Secunda iredaivels 8 prices primdrlas das qual ele procs © dominio simbélico €(2) que 0 dominio secundério que ee produc ‘esiapde um dominio préve tanto mais primo do simples dominio IVERSIORDE FEDERAL 00 Pana omnaen0s ve Un HORA BA MOLINE BDELIEA ” grétco das préticas quawo ele se exerce malt cado na ordem bogies, eclo. 0 ensino escolar da gramétca nfo inculea,peopelamente fafando, uma nove gramtice geradors das peta lnguieat? x cranes deve possuir no estado pritico 0 princiios que ela aprede 4 sumeter 29 controle léico (conjuzacées, declinagbes, conn ies sins, et.): portm adguirindo e codicaco sabia do que faz, ox adgure a porsidade de TanSlo mais consiemenente € mals sivematieamente (Piaget, Vygiscy7. Essa tansformacion & niloga, na orden biogrifica, do processo hisérien pelo. qual um reto consuetainsio. on uma jostgn tradicional (Kad! Jus) se ‘uansforma num dteltoraconal, ito €, eoficsdo, a partie de pine pis explictos (¥- mals graimente as sndises weherianas dat ca Fcteritics gras do proceso de racioalizagao em matin dere sito, de are, de tora polis, etc). Vimos, na mesma Kgs, que © sito da acdo de imposieo simbalcs do profeta€funcio do Brat fem que ele consegue expltar ¢ sstematizar os prinfpios que © frupo a gual ele se enderega detém ji no estado pritco 3.3.2.1. Um modo de inuleapdo determinado, ito &, 0 steme ‘dos meioe pelos quis & produc a interirisgéo de um arbitriio utara, crocerizose (206 a relagio considera na prop. 3.3.2-) pela poritdo que ele ocupe entre (1) 0 mado de incucocio que Drodic: um babies pele inenlcapde inconslene de prinipior 3 ma illesiados no estado prtico na prética imposta (Bedagonie implica) 7 Te 2) 0 moto de ineweacéo que produ 0 habits pels ewease Imetodicamente ‘organzada enquanio tal por prinipice forms € ‘metmo formalzados(pedagogia explicta) seco. Seria init eer que se poder eraruisar ses dois Imodos de incoeagao opostos segundo sua prodatividade expeiia ‘que esa eficcia medida & dirbiiade ei trnserbliade do ha- Dias produnido nio pode ser definidn independenteniente do cone ‘TP considerado: assim, a pedagoga implica sem divide mais eftcaz quando se trata de trafsniti conkesimentos © | lradicionais indferenciaos e towis (aprendizagem das mancmis ou” las habiidndes), na medida em que ela exge do disfpalo ou do aprendiz identificagSo A pessoa total do “mestee" ou do “compe skeiro” mais experimented, 20 prego de uma verdadeia entegn de

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